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Adimú - Oferendas as Orixás


CEC AA

Centro de Estudos da Cultura Afro-Americana

UMA COLETÂNEA DE COMIDAS DE SANTO.

DEDICO ESTE TRABALHO AOS SEGUIDORES DO CULTO AOS ORIXÁS QUE, RESPEITANDO TODAS
 AS FORMAS DE VIDA, COMPREENDEM QUE OS ANIMAIS
ANIMAIS SÃO CRIA
CRIATURAS
TURAS DE OLORU
OLORUN,
N, ASSUMIN
ASSUMINDO,
DO, ASSIM 
 A RESPONSABILIDADE
RESPONSABILIDADE DE RESPEITÁ-LOS
RESPEITÁ-LOS E PRESERVÁ-LOS.

  ORAÇÃO DO GALO.

  Não vos esqueçais, Senhor,

que eu faço
faço nascer o Sol! 

  Sou vosso servo...

  Mas a ior"#ncia $o eu car%o

  &'e(e cer"as arro%#ncias.

  Aesar $e "u$o,

  reconheço que sou vosso servo...

  Não esqueçais, Senhor,

  que eu faço nascer o Sol! 

  A)! 

  Carmem B. de Gasztold - (Orações na Arca).


 

ADIMÚ - OE!E"DA# AO# O!I$%#

&' (arte

CA()*+,O I

O Candoml

O Candomblé, é a forma de culto existente


e xistente no Brasil, das divindades de origem africana.
 A forma original, traida
traida !" mais de #uatrocentos anos $elos escravos negros, submetida a um $rocesso de
aculturaç%o, resultou num modelo novo, muito diferente da#uela da #ual $rovém e #ue serve !o&e, t%o somente, como
$onto de refer'ncia, de acordo com a reformulaç%o ou total re&eiç%o de muitos de seus elementos.

 A influ'ncia da civiliaç%o crist%, assim como os costumes de gru$os amerndios, foram assimilados e seus
traços culturais $odem ser observados mesmo nas mais tradicionais casas de Candomblé, #ue auto-intitulam-se
n*cleos de resist'ncia religiosa e cultural.

 A caractersca de n*cleo de resist'ncia, destiolou-se através dos tem$os e, o #ue vemos !o&e, é uma
$r"tica religiosa em constante $rocesso de renovaç%o, onde as caractersticas culturais da minoria, tendem a

mudarem, ao reagirem + maioria envolvente.


ste fenmeno $ode ser observado também em $ases da América atina, onde os cultos de origem
africana recebem nomes diferentes, como/ 0ud*, 1alo 2a3ombe, 4anteria, etc., variando de um $as ou de uma
regi%o $ara outra, da mesma forma #ue, no Brasil, $odemos encontrar diferentes $r"ticas #ue variam de regi%o $ara
regi%o, como/ 5ambor
5ambor de 2ina no 2aran!%o6 Batu#ue e Babaçu' no 1ar"6 5oré e Catimb7 em toda a regi%o nordeste6
1a&elança no norte do $as6 8ang em 1ernambuco6 2acumba no 9io de :aneiro e 4%o 1aulo6 1ar" em 1orto Alegre6
5errit7rio <acional.&
Candomblé na Ba!ia, 4%o 1aulo e 9io de :aneiro, e ;mbanda, existente em todo o 5errit7rio

Os cultos, embora ten!am uma origem comum, n%o s%o !omog'neos, $ossuindo diferentes $rocedimentos
lit*rgicos, o #ue n%o se verifica somente de regi%o $ara regi%o, mas também, de terreiro $ara terreiro, muito embora
restem sem$re v"rios elementos comuns a todos os gru$os $raticantes.

 A aus'ncia de um culto direcionado a um =eus >nico e 5odo-1oderoso,


5odo-1oderoso, $aralelamente ao culto festivo +s
entidades intermedi"rias, (Orix"s, 0oduns ou ?n@isis), fe com #ue <ina 9odrigues escrevesse/ *A conceção $os
Ori+s ) francaen"e oli"e-s"a, cons"i"ui ua ver$a$eira i"olo%ia, ao eso "eo que sua reresen"ação
a"erial con"inua sen$o in"eiraen"e fe"ichis"a*  

0"rios outros autores viriam, $osteriormente, corrigir tal afirmaç%o, notadamente, 9oger Bastide, dson
Carneiro, 2.=elafosse, 1ierre 0erger, . 4olanb' e outros #ue afirmam a exist'ncia, na cultura religiosa dos negros
3orubanos, fons e das diversas nações do 4ul da frica, um =eus >nico, Criador de 5odas as Coisas, Onisciente e
Oni$resente.

ste =eus, a #ue denominam Olorun, Olodumare


Olodumare ou Olofin, é o 4er #ue controla o universo e todas as
coisas, $or intermédio de v"rios agentes denominados, coletivamente, Orix"s. =essa forma $ode-se distinguir o
 

monotesmo como base desse ti$o de $r"tica religiosa. O Candomblé é, $ortanto, um culto com caractersticas
exclusivas #ue o distingue da forma original ainda !o&e $raticada na frica.

 A $retens%o existente $or $arte de seus seguidores


seguido res de v'-lo assumir o status de religi%o, é obstaculiada
$or sua $r7$ria estrutura de organiaç%o e atuaç%o.

 bem verdade #ue esse culto est" $erfeitamen


$erfeitamente
te includo no gru$o #ue engloba os sistemas
sistemas religiosos
religiosos
$rimitivos, definidos $ela aus'ncia de #ual#uer tradiç%o escrita, mas onde os rituais $roliferam com muito mais
constncia.

O,O!+"/ O,OD+MA!E/ O,OI" - O# "OME# DE DE+#.

4egundo
4egundo a filosofia
filosofia religiosa africana,
africana, O Criador
Criador encontra-se
encontra-se em $lano t%o su$erior em relaç%o aos seres
!umanos e, é de tal forma inex$lic"vel e incom$reensvel, #ue in*til seria manter-se um culto es$ecfico em sua
!onra e louvor, &" #ue o Absoluto n%o $ode ser alcançado $elo ser !umano em decorr'ncia de suas limitações e
im$erfeições.

Olorun é o nome mais comumente usado $ara designar a =ivindade 4u$rema, e esta $refer'ncia de uso
est" ligada + sua aceitaç%o $or $arte dos islamitas e dos crist%os, #ue adotaram-no como sinnimo, tanto de Al",
#uanto de :eov".

O termo é f"cil de ser analisado e traduido, uma ve #ue se com$õe de duas $alavras a$enas/ DOl de Oni
(dono, sn!o", #!$)
#!$) e Orun ((#%&,
#%&, '&ndo ond !()*+(' os s"*+os '(*s /(dos0,  formando Olorun - C!$,
/(dos0, formando
C%& .
P"o"*+1"*o o& Sn!o" do C%&.

O termo Olodumare $ro$õe uma idéia mais com$leta e de maior significado filos7fico. =esmembrando a
$alavra, encontramos os seguintes com$onentes/ OlE, DOd* e 2are, #ue $assamos a analisar se$aradamente.

O $refixo Ol resulta da substituiç%o, $elo l das letras n e i da $alavra Oni ( dono, sn!o", #!$),
#!$),
$refixo utiliado, modificado, ou em sua forma original, $ara designar o domnio de alguém sobre alguma coisa
($ro$riedade, $rofiss%o, força, a$tid%o, etc.). x./ Olo@un - 4en!or dos Oceanos.
O termo intermedi"rio Odu, $ossui diversos significados, de$endendo das diferentes entonações na sua
$ron*ncia,
$ron*ncia, #ue no caso é du e #ue reunido ao $refi
$refixo
xo ol, resulta
resulta em Olodu,
Olodu, cu&o significado
significado é/ 2A3&
2A3&
 3&
(&+o"*d(d , ou ainda/ 2A3& 3& % o"+(do" d 4#n+s (+"*)&+os, 3& % s&"*o" ' &"5(,
 oss&* o #+"o o& ( (&+o"*d(d,
6"(nd5(, +('(n!o  3&(*d(d2.

 A *ltima $alavra com$onente mare é, $or sua ve, o resultado do aco$lamento de dois termos ma e re,
im$erativo
im$erativo #ue significa/
significa/ 2n7o "oss*6(2, 2n7o /1.
/1 . A advert'ncia contida no termo, fa refer'ncia + inca$acidade do
ser !umano, inerente + sua $r7$ria limitaç%o, de decifrar o su$remo e sagrado mistério #ue envolve a exist'ncia da
=ivindade.
 

Olofin é também uma das designações da =ivindade su$rema. Fuando em extrema afliç%o, os nags
costumam solicitar o auxlio divino, invocando os tr's nomes/
nomes/ Oo"&n8
 Oo"&n8 Oo$*n8 Ood&'("

CA"DOMB,0/ +MA !E,IGI1O2

2O +"
+"'o
'o "
"*6*
*6*7o
7o %, d 'odo
'odo 3&(s
3&(s 6"(,
6"(, "(#*
"(#*on(
on(do
do #o' o /")o
/")o (+
(+*no
*no "*6"
"*6"9
9 #&'"*
#&'"*'n
'n+o
+o
#ons#*n#*oso do d/", "s*+o ( od"s s&"*o"s, "o$&nd( "$47o. O s&)s+(n+*/o "*6*o, "(#*on(do #o' o
/")o, "$"-s (o o):+o dss( "o#&(;7o *n+"*o" 3&(n+o (o o):+*/o d( (+*/*d(d ( ( "(#*on(d(. O&+"o /")o
(+*no os+"*o"
os+"*o" % #*+(do #o'o $on+ do +"'o, "*6(",
"*6(", 3& *'*#( &' "(#*o
"(#*on('n
n('n+o
+o n+*'o  d&"(do&"o
d&"(do&"o #o' o
so)"n(+&"(<.3 

 As religiões $ressu$õem sistemas de crença, $r"tica e organiaç%o, #ue estabelecem uma ética
manife
manifesta
stada
da no com$or
com$ortam
tament
ento
o de seus
seus seguido
seguidores
res no #ue concer
concerne
ne ao $r
$roce
ocedim
diment
ento
o ritual
ritualsti
stico,
co, ($r
($r"ti
"ticas
cas
$adroniadas e invari"veis, $or meio das #uais os ade$tos re$resentam, de forma simb7lica, sua relaç%o com os
seres sobrenaturais).

stes rituais com$reendem diferentes $ro$ostas, como s*$licas, adoraç%o, ou tentativa de controle sobre os

acontecimentos, o #ue condu ent%o, + $r"tica da magia ou da feitiçaria.  o $r7$rio ritual #ue $ode estabelecer um
c7digo de com$ortamento, através do #ual os ade$tos $oder%o se organiar.

=A o"6(n*5(;7o "*6*os( d$*n os '')"os d( #o'&n*d(d d #"n+s, +n+( '(n+" ( +"(d*;7o  "&n*" (
d*ss*d>n#*(, , (+"(/%s d d*$"n#*(;7o *n+"n(, (+"*)&* +("$(s "*6*os(s (os #"n+s< G. 

5udo isso exige, $ara #ue $ossa se efetivar, a exist'ncia de uma liderança centraliada numa autoridade
sacerdotal, individualiada ou com$osta $or um gru$o de ade$tos de alta !ierar#uia. A autoridade a re$resentada é
#ue ir" estabele
estabelecer
cer a $adron
$adronia
iaç%o
ç%o do rit
ritual,
ual, o recon!
recon!eci
ecimen
mento
to de novos
novos ade$to
ade$toss e a ordena
ordenaç%o
ç%o de novos
novos
sacerdotes.

 A $artir da organiaç%o, do estabelecimento de liderança universalmente aceita e recon!ecida, da

uniformiaç%o ritualstica e da codificaç%o de éticas com$ortamentais e $rocedimentais, o Candomblé $oder" ent%o -


e s7 ent%o - atingir o status de religi%o, na medida em #ue $ossui mil!ares e mil!ares de seguidores e ade$tos, em
sua maioria atrelados a falsos lderes #ue n%o $ossuem as verdadeiras atribuições #ue distinguem os legtimos
sacerdotes, devendo-se
devendo-se ressaltar #ue, o $rocesso
$rocesso inici"tico é insuficiente $ara !abilitar o indivduo
indivduo no exerccio
exerccio do
cargo sacerdotal de !ierar#uia m"xima.

 A !abilitaç%o ao referido cargo n%o $ressu$õe sim$lesmente #ue o candidato se&a iniciado.  necess"rio e
indis$ens"vel #ue !a&a $ara isso, uma determinaç%o dos $r7$rios Orix"s, o #ue s7 $ode ser constatado através da
consulta ao Or"culo de ?f".

 A ética religiosa $ode, no entanto, ser consoante


consoante com o resto do sistema religioso e estar ao mesmo tem$o,
em contradiç%o formal com ele, o #ue $rovoca certas tensões #ue fornecem novos im$ulsos, #ue tendem a $roduir 
mudanças no sistema geral, ocasionando ent%o, o surgimento de um ou v"rios gru$os dissidentes, #ue, orientados
 

$elos fundamentos $rinci$ais do gru$o origin"rio, determinam, $ara seus com$onentes, mudanças no sistema geral
e, a$artando-se, estabelecem-se como seitas.

 A conceituaç%o de seita
sei ta difere suficientemente $ara #ue n%o $ossa ser aceita como classificaç%o $ara o
Candomblé ao entendermos #ue/ ;ma seita é um gru$o religioso formado em $rotesto a outro gru$o religioso, e
geralmente se se$arando dele6 sua formaç%o re$resenta a manutenç%o de credos, $r"ticas rituais e $adrões morais,

mais comumente considerados $elos membros da seita como um retorno a formas mais antigas e mais $uras dessa
religi%o
religi%o em $articular
$articular,..
,.... ...com
...com o tem$o a seita
seita muda $ara a $osiç%o
$osiç%o de isolamento
isolamento limitado
limitado,, + $arte do sistema
sistema
circundante, ou $ara um estado de ada$taç%o + ele. 4 

4eita seria $ortanto, o resultado da se$araç%o de um gru$o dissidente de uma religi%o, de um culto
estabelecido ou até mesmo de outra seita, onde o surgimento de uma nova seita seria o resultado da canaliaç%o do
descontentamento criado $or diverg'ncias de #ual#uer naturea.

O ob&etivo do gru$o dissidente n%o $oderia ser outro sen%o o de mudar, através de uma aç%o inovadora,
alguns, se n%o todos os elementos
elementos #ue caracteriam sua $r7$ria origem.

=iante do ex$osto conclumos #ue, o Candomblé, n%o $odendo ser classificado como uma religi%o e
tam$ouco como seita $or falta de caractersticas essenciais, nada mais é do #ue um culto, subdividido em diversos
gru$os, com $r"ticas ritualsticas #ue ob&etivam manter o sentido religioso original, orientado $or liderança individual e
geralmente carism"tica, e n%o sacerdotal, como era de se es$erar.

Como
Como caract
caracter
ersti
stica
ca comum
comum esses
esses gru$os
gru$os mantém
mantém os ritos
ritos es$ec
es$ecfic
ficos
os em !omena
!omenagem
gem aos Orix"s
Orix"s,,
deidades africanas #ue servem de base ao sistema religioso em #uest%o e cu&o culto é mantido atualmente, muito
mais através da mani$ulaç%o dos ade$tos $elo medo, do #ue $or um sentido mais $rofundo de devoç%o religiosa.

 A base $rinci$al do sistema est" $autada na relaç%o !omem-Orix", o #ue dever" ser estudado de
forma suscinta $ara #ue $ossamos atingir o ob&etivo do $resente trabal!o.
 ( /Reresen"ação $os Ori+s0 1 &n An"olo%ia $o Ne%ro 2rasileiro. 3. Ale%re, Glo4o, 567, %. 879.

: ( 2&R2A;M. Reli%ião ( &n< Dicionrio $e =i>ncias Sociais, ?un$ação Ge"@lio


Ge"@lio ar%as ( Rio, 5BC 

? - O)"( #*+(d( - . @, B.?.

 ( O4ra ci"a$a, .7 A.


 

CA()*+,O II

O!I$%#/ O# DE+#E# DO CA"DOMB,0

mbora $restando culto a in*meras entidades ligadas aos lementos <aturais, o Candomblé é entretanto,
uma $r"tica religiosa essencialmente monotesta, uma ve #ue est" fundamentada na crença da exist'ncia de um
=eus ;no, origem de todas as coisas e de todos os seres, mesmo da#ueles #ue, segundo 4ua determinaç%o, foram
encarregados da elaboraç%o do Cosmos e de tudo o #ue nele exista ou ven!a a existir.
stas entidades, divididas !ierar#uicamente em diversas categorias, s%o os intermedi"rios entre o !omem e
a =ivindade 4u$rema, #ue se manifesta em todos, sem distinç%o, até mesmo nos seres situados nos mais baixos
nveis da !ierar#uia estabelecida.

 im$
im$ort
ortant
ante
e ressal
ressaltar
tar-se
-se #ue,
#ue, $elo
$elo menos
menos a$aren
a$arentem
tement
ente,
e, n%o existe
existe no Candom
Candomblé
blé,, #ual#u
#ual#uer
er rito
rito
destinado es$ecificamente ao culto =ivino e isto $ode ser ex$licado $ela conce$ç%o de seus seguidores relativa ao
$osicionamento da =ivindade em relaç%o ao ser !umano. 4egundo esta vis%o, =eus est" t%o distante do !omem,
embora $aradoxalmente este&a, em ess'ncia, $resente em
em cada um de n7s,
n7s, #ue in*til seria direcionar-l!e
direcionar-l!e $reces ou
culto, existindo $ara isto, meios mais eficientes, embora indiretos.

Contradiendo o #ue vai afirmado acima, localiamos um culto ao =eus 4u$remo, #ue configura-se, de
forma velada, na *nica ritualstica #ue, se bem com$reendida, $ode ser considerada como direcionada a Olodumare
numa de 4uas mais gratas e sagradas
sa gradas manifestações.

4egundo a filosofia religiosa 3orubana, o ser !umano é com$osto de #uatro elementos ou cor$os #ue
$ermitem, ao combinarem-se, sua estadia no mundo terreno.

O mais con!ecido destes cor$os é o fsico, denominado ar" em 3oruba.  o cor$o material #ue $ermite a
$lena manifestaç%o do ser !umano no $lano fsico e material da exist'ncia.

Outro destes elementos, é o denominado O&i&, cor$o ou forma tel*rica, con!ecido em outras escolas
filos7ficas como sombra ou cor$o astral. 5rata-se de um doble exato de nosso cor$o fsico, #ue a$rende tudo o

#ue sabemos, ad#uire todos os nossos costumes, !"bitos e vcios6 nutre-se dos fluidos exalados $elos alimentos e
bebidas $or n7s consumidos, e #ue, $or este motivo, ad#uire as nossas $refer'ncias alimentares.

O&i& é uma forma fornecida $ela 5erra, res$ons"vel $ela guarda de nosso cor$o fsico, subsistindo, mesmo
de$ois da sua morte, en#uanto este n%o for inteiramente decom$osto e, em forma de $7, entregue + 5erra #ue
forneceu toda a matéria de #ue foi formado.

 O&i& #ue a$resenta-se sob a denominaç%o de gun, de$ois da morte do cor$o fsico.

O terceiro cor$o é denominado mi. 4eria também um $rot7ti$o criado em $lano su$erior de exist'ncia e
#ue serviria de $ro&eto de nosso cor$o fsico. mi é o so$ro de vida #ue nos d" o nimo e conse#Hentemente, a
condiç%o $ara viver. 4eria $ortanto o e#uivalente + alma da cultura &udaica-crist%.
& udaica-crist%. 1assa também $or um $rocesso de

morte #ue ocorre algum tem$o de$ois da morte fsica.


 

O #uarto e mais im$ortante com$onente, é ?$or, a ss'ncia =ivina #ue, individualiada e des$rendida de
sua Origem, !abita cada um de n7s. ?$or teria $or sede a cabeça (Ori) e, ao encarnar num novo indivduo, $erde a
consci'ncia de sua origem divina, de seus atributos e #ualidades, embotado #ue fica $ela #ueda e a$risionamento na
matéria.

 =eus manifestado
manifestado no !omem
!omem e da a revelaç%o de 4ri Iris!na contida no B!agavad
B!agavad Jita/  E& s+o& '

M*' ...
/o#>, '(s /o#> n7o s+1 ' M*'...
4endo divino, ?$ori é imortal e, cum$rida mais uma fase de sua escalada evolutiva efetuada em diversas e
sucessivas encarnações, retira-se $ara um local onde ir" avaliar seu desem$en!o na *ltima encarnaç%o e $re$arar-
se $ara uma outra.

<este local, #ue os 3orubanos c!amam de Orun, assim #ue l!e se&a dada $ermiss%o $ara um novo
nascimento, ?$ori escol!er" seu $r7$rio destino (Odu), assim como escol!er" o Ori em #ue ir" !abitar na nova
encarnaç%o. Ao escol!er Ori (cabeça), ?$or escol!e também o cor$o, &" #ue o cor$o, $ara os 3orubanos, nada mais é
#ue uma extens%o da cabeça, sede e comando de todo o con&unto.

4egundo as crenças Korubanas, a entidade encarregada de modelar ori, Bab" A&al", é muito vel!o e

descuidado, n%o mantém um $adr%o de #ualidade em suas obras e, $or relaxamento, utilia-se de diferentes ti$os de
materiais $ara confeccionar seus modelos, lançando m%o do material #ue l!e estiver mais $r7ximo no momento em
#ue estiver modelando.

m decorr'ncia, é muito difcil encontrar-se + dis$osiç%o, cabeças de boa #ualidade, o #ue &ustifica a
diferença existente na maneira de ser dos seres !umanos.

 A lenda
l enda acima descrita contém im$ortantes revelações esotéricas, fundamentais $ara a com$reens%o da
relaç%o !omem-Orix", $rinci$al fundamento de todo o contexto filos7fico.

O #ue a maioria dos ade$tos descon!ece é #ue, s%o os Orix"s #ue fornecem a matéria com a #ual s%o
confeccionados os Oris e desta forma, fica estabelecida a relaç%o existente entre o ser !umano e seu Orix", ou se&a,
a entidade #ue forneceu ou em$restou a matéria com a #ual sua cabeça e, $or extens%o, seu cor$o, foram
conf
confec
ecci
cion
onad
ados
os,, $rim
$rimeir
eiro
o num
num $lan
$lano
o su$e
su$eri
rior
or em #ue
#ue a $r7$
$r7$ri
ria
a ma
maté
téri
ria
a a$
a$re
rese
sent
nta-
a-se
se mais
mais suti
sutil,l, embo
embora
ra
essencialmente id'ntica ao seu corres$ondente no $lano fsico e de$ois no $lano, $ara n7s $lenamente $erce$tvel,
de forma densa e grosseira.

Bab" A&al", o 2odelador de Cabeças, é o simbolismo através do #ual, os 3orubanos tentam ex$licar a
diversidade das caractersticas do car"ter, do biofsico e do $r7$rio desem$en!o do !omem nesta vida.

stabelecida desta forma, a relaç%o !omem-Orix", resta-nos uma #uest%o de fundamental im$ortncia/ 1or 
#ue ra%o, algumas $essoas s%o im$elidas ou obrigadas a $restarem culto aos seus Orix"s, en#uanto outras $assam
$ela vida sem se#uer tomarem con!ecimento de suas exist'ncias e, mesmo dentro do culto, observamos #ue alguns
iniciad
iniciados
os n%o s%o tomado
tomadoss $or seus
seus Orix"
Orix"s,
s, embora
embora $reste
$restem-l
m-l!e
!e regular
regularmen
mente,
te, rever'
rever'nci
ncias
as com sacrif
sacrifci
cios
os e
oferendas, como é o caso dos ogans e e@é&is L
 

4egundo informações do =r. :. Olatun&i Oxo, nigeriano, sacerdote de Ogun/

  2Aos O"*41s #() o d*"*+o d, s (ss*' 3&*s"', #o)"(" d s&s $*!os #&+o  o$"nd(s #o'o $o"'(
d 2(6('n+o2 s % (d'*ss/ o +"'o0, ( &+**5(;7o d( '(+%"*( #o' ( 3&( s&s #o"os $o"(' #on$##*on(dos 
3& "+n# ( s, O"*41s.2 

<os casos de $essoas #ue n%o s%o submetidas ao fenmeno de incor$oraç%o do Orix", observa-se a
su$erioridade !ier"r#uica do ?$or em relaç%o aos Orix"s #ue, nos casos es$ecficos de Ogans e @é&is, n%o $ermite
#ue o Orix",
Orix", mesmo em se tratando do Olor (=ono da cabeça) do indiv
indivduo,
duo, se a$osse ou se manifeste
manifeste nestas
nestas
cabeças, o #ue im$lica em obliteraç%o
obli teraç%o $arcial e momentnea de sua $resença.

xiste no entanto, um culto es$ecfico + ?$or, o #ue significa dier #ue, existe um culto es$ecfico +
=ivindade 4u$rema a manifestada. ste culto, $or demais comum, nem sem$re $ressu$õe iniciaç%o e nunca
estabelece vnculo es$iritual entre o sacerdote #ue o oficia e a $essoa #ue a ele se submete.

=e $osse
$osse desta
desta inform
informaç%
aç%o
o $odemo
$odemoss avalia
avaliarr a im$ort
im$ortnc
ncia
ia e a solenid
solenidade
ade da ref
referi
erida
da cerim
cerimnia,
nia,
denominada Bori -b7 Ori- (dar comida + cabeça), $ara a #ual existem v"rias f7rmulas e variações, #ue v%o desde
oferendas incruentas, até cerimnias de liturgia com$lexa conforme a descrita na obra de 1essoa de Barros 5.

 A verdade é #ue, o culto aos Orix"s, tem sua origem estabelecida em tem$os imemoriais, !avendo surgido
$rovavelmente, logo a$7s a antro$og'nese, assim #ue o ser !umano, dotado da ca$acidade de raciocnio, $ercebeu
a exist'ncia de forças e entidades su$eriores e com elas estabeleceu um $rimeiro contato.

O termo Orix" é de origem 3oruba, $ertencendo $ortanto, + cultura religiosa deste $ovo e refere-se +
=euses de seu $ante%o, considerados como regentes das forças da naturea.

 As mesmas entidades, com outras denominações, s%o, sem d*vida, cultuadas $or diferentes $ovos de
diferentes organiações culturais, o #ue nos $ossibilita afirmar #ue, se&a #ual for a religi%o adotada, o !omem
religioso sem$re $resta-l!es culto, embora de formas diferentes.

1ara mel!or com$reens%o, selecionamos algumas an"lises etimol7gicas do termo Orix"/

4egundo Abra!am, Orix" M Oos+ - =ivindade 3orubana se$arada de Ol7r*n...6 


Nonseca :r., Orix" M An&o de Juarda, etimo./ Ori M cabeça, 4a (xa) M guardi%o - Juardi%o da Cabeça,
=ivindade lementar da <aturea, figura central do culto afro 7.

Os 3orubanos acreditam #ue #uando =eus criou o céu e a terra, criou simultaneamente, es$ritos e
divindades, con!ecidos como Orix"s, ?molés ou boras, $ara assumirem funções es$ecficas no $rocesso de criaç%o,
manutenç%o e administraç%o do universo.

 A diferença existente entre as tr's categorias de entidades es$irituais a#ui referidas n%o est" muito bem
delineada devido ao tratamento genérico dado a todas, até mesmo $elos $r7$rios 3orubanos.

<o Brasil os termos ?mole e bora s%o $raticamente descon!ecidos, sendo $oucos os ade$tos da religi%o
#ue os utiliem ou saibam o seu significado. stes dois termos faem refer'ncia +s entidades es$iritais situadas
 

!ierar#uicamente, imediatamente abaixo dos verdadeiros Orix"s, mais $r7ximas, $ortanto,


$ortanto, dos seres !umanos. ntre
elas se encontram a#ueles #ue erradamente costumamos denominar Orix"s, como Ogun, Ox7ssi, 8ang, Oxun,
?3eman&", etc..

O uso indisc
indiscrim
rimina
inado,
do, embora
embora errado
errado,, tor
tornou
nou-se
-se um costum
costume
e genera
generali
liado
ado e $ortan
$ortanto,
to, $lenam
$lenament
ente
e
integraliado.

 Alguns sacerdotes conceituados afirmam


afirmam #ue o termo Orix
Orix"
" deveria ser utiliado exclusivamente em relaç%o
aos es$ritos genitores #ue, efetivamente, $artici$aram da criaç%o do universo e #ue deram origem aos demais, de
categoria !ier"r#uica inferior, $ersonificações de fenmenos e de elementos naturais como 5erra, Nogo, gua, Ar,
rios, lagoas, mares, $edras, montan!as, vegetais, minerais, etc...

Outros seriam ainda, figuras !ist7ricas tais como reis, guerreiros, fundadores de cidades, de dinastias,
!er7is e !eroinas #ue, dado a im$ortncia de seus feitos, foram, de$ois de mortos, deificados e acrescentados ao
$ante%o #ue, segundo Aolalu, est" estimado em mais de PQRR entidades 8.

9OD+"# E I":I#I#.

Os 0oduns s%o entidades de origem fon, #ue corres$ondem aos Orix"s dos nag.

Os fon estabeleceram-se no Brasil, onde receberam o nome genérico de &'&es, im$lantando a#ui o seu
culto, baseado em rica mitologia.

=e$ois da 3orubana, a mitologia &'&e é a mais com$lexa e elevada. Assim como os <ags, os &'&es
$ertencem ao gru$o 4udan's, tendo sua origem num mesmo gru$o étnico #ue subdividindo-se, atingiu elevado
est"gio na evoluç%o cultural.

 Atualmente os $raticantes da ritualstica &'&e s%o oriundos de dois Axés $rinci$ais, ambos com sede no
stado da Ba!ia, o 4e&" Sund' e o Bogun.

;ma outra casa de &'&e considerada $or muitos como o maior foco de resist'ncia religiosa e cultural deste
gru$o étnico, est" localiada na rua 4enador Costa 9odrigues, TUQ, em 4%o ui do 2aran!%o.

Con!ecida como Casa Jrande das 2inas, é descrita em detal!es $or <unes 1ereira, de cu&a obra
extramos o texto #ue se segue e #ue $or si s7, deixa clara a diferença existente entre o Candomblé ali $raticado e o
#ue é $raticado em outras casas da mesma origem, mas &" bastante influenciadas $elo <ag.

2Os Vod&ns M*n(->:s s7o (6&ns do s4o $'*n*no  o&+"os do s4o '(s#&*no &ns s7o 'o;os 
o&+"os s7o /!os.

Os Vod&ns /!os !o'ns0 s7o9

  D(d1-H, Co*#*ns()(, o'(don, B"+o*, A5(#1, A"n/*s(/1, AJs((+1, A5*%, A5ons&, A6n6on,

T(, L*s( o& O*s1, A:n+o*, A:(&+*, B(d%, LoJo, Lon.


 

10

  Os Vod&ns /!(s '&!"s0 s7o9 So), N(*(don(, N(>n6on6on, N(*+%, N(n(n)*#, A$"&-F"&, A)>.

  Os Vod&ns Mo;os0 s7o9 Dos&, A6>/, D(#o, Bos&, To#%,


To#%, To#1,
To#1, Dos&-P%, A/%">3&>+, Ao6*, P*-
Bo:* o& Pd*-Bo:*, Ro:&.

  Os Vod&ns Mo;(s0 s7o9 An(n*n, A#o%/* o& Asson%/*, D%ss%, S%(5*n  Bo;1.

 A%' dos Vod&ns, #&+&(-s, n( C(s( d(s M*n(s, (s T)s*s o& Mn*n(s, n+*d(ds
 n+*d(ds (6"s  6n+*s 3&
(do"(' d(n;(", )"*n#("  #o'" $"&+(s. E(s s dno'*n('9

  Aso()%),
Aso()%), D16>),
D16>), O'(#&*),
O'(#&*), S(ndo>)>,
S(ndo>)>, U)>,
U)>, A6n,
A6n, T"+")
T"+"),
, Ason>/*/,
Ason>/*/, R%/*/*/,
R%/*/*/,
N(non)>), S(n>/*/  A6('(/*.

=esta relaç%o destacamos alguns como Badé #ue no <ag é 8ang, sendo con!ecido também em
linguagem
linguagem fon, como 8evios ou Ievioso.
Ievioso. o@o, irm%o de Badé é o ?r@o
?r@o nag6 A@7sa$at"
A@7sa$at" é Oxun e Ab' (=ona do
2ar, 4en!ora do 2ar), seria sem d*vida nen!uma, Olo@un #ue $ara alguns, é do sexo masculino.

Os ?n@isis, s%o as deidades


deidades traidas e cultuadas
cultuadas $elos $ovos origin"rios do 4ul da frica e #ue, no Brasil,
tiveram seus cultos inseridos ao Candomblé. Assim como os 0oduns dos fon, corres$ondem aos Orix"s nag.

<a frica o culto a cada Orix" est" ligado a uma regi%o, cidade ou estado. =esta forma, Oxal" é cultuado
em ?l' ?fé, com Oxalufan em ?f% e Oxaguian em &igbo. Ogun =eus da guerra e do ferro, é cultuado em @iti e em
Ond6 8ang em O376 ogunedé em ?lex"6 Oxun em Oxogbo e assim sucessivamente. stes cultos s%o realiados
em se$arado e cada Orix" $ossui seu tem$lo $articular onde sacerdotes e fiéis dedicam-se exclusivamente a cada
um deles, n%o ocorrendo, como se verifica nos $ases americanos como Brasil, Cuba, Saiti e outros, a diversificaç%o
de cultos a diferentes Orix"s dentro de um mesmo tem$lo e sob a direç%o de um mesmo sacerdote. Ao ade$to
africano, membro de uma famlia ou de um gru$o comunit"rio #ual#uer, as obrigações e deveres $ara com o Orix" se
limitam a uma a&uda material efetivada através de contribuições #ue visam a manutenç%o do tem$lo, a a#uisiç%o do
material destinado ao culto e ao sustento dos membros do cor$o sacerdotal. 4ua $artici$aç%o nas cerimnias e festas
limita-se
limita-se a entoar
entoar cnticos, dançar e bater $almas em !onra e louvor do Orix".
Orix". 4e atenderem
atenderem a estas exig'ncias
exig'ncias e
res$eitarem certas $roibições alimentares e com$ortamentais exigidas $elo culto, est%o $erfeitamente em dia com
seu com$romisso religioso.

m alguns casos, o #ue é considerado como grande !onraria, o ade$to é escol!ido $ara com$or o cor$o de
sacerdotes, solicitaç%o feita sem$re $elo Orix" e #ue, inde$endente do cargo a ser ocu$ado ou funç%o a ser exercida,
dever" ser $rontamente atendida, sendo necess"rio $ara tal, #ue se&a submetido a uma iniciaç%o es$ecfica.

Fuando um africano se afasta de sua comunidade o Orix" individualia-se e, da mesma forma #ue seu ffil!o,
il!o,
se$ara-se do gru$o familiar ou comunit"rio a #ue $ertence.

<o Brasil, ao contr"rio do #ue acontece na frica, cada indivduo deve assegurar o atendimento das
exig'ncias de seu Orix" devendo $ara isto, seguir a orientaç%o de um Babalorix" ou de uma ?3alorix" com casa de
Candomblé estabelecida e $ertencente + uma lin!agem recon!ecidamente origin"ria da frica.
 

11

<o caso
caso de ser necess
necess"ri
"rio
o submet
submeter
er alguém
alguém + uma iniciaç
iniciaç%o
%o (a#ui
(a#ui denomi
denominad
nada
a fei
feitur
tura-d
a-de-4
e-4ant
anto),
o), o
Babalorix" ou a ?3alorix" ficar" incumbido de levar a bom termo o cerimonial, res$onsabiliando-se n%o s7 $elo seu
sucesso, como também $elo e#uilbrio #ue deve estabelecer-se, a $artir de ent%o, entre o iniciando e seu Orix", o
#ue se configura num vnculo #ue n%o $ode ser rom$ido se&am #uais forem as circunstncias.

<a feitura, o Orix" recebe seu assentamento #ue, de$endendo da naç%o em #ue !a&a sido feito, varia em

forma e elementos com$onentes, verificando-se no entanto, a exist'ncia de um com$onente comum a todas as


nações, o o@ut".

O o@ut" é uma $edra sacraliada ao Orix", sendo sua $r7$ria re$resentaç%o e sobre a #ual s%o oferecidos
os sacrifcios $ro$iciat7rios a ele endereçados.

O assentamento ou igb" do Orix" recém feito é de$ositado no #uarto de seu corres$ondente na casa,
simboliando o reagru$amento do #ue um dia, $or #ual#uer motivo, ten!a sido dis$ersado.

<o Brasil é costume


costume manter-se
manter-se o igb" do Orix"
Orix" do iniciado
iniciado &unto ao do 4anto da Casa durante
durante sete anos,
tem$o exigido $ara #ue o iniciado, a$7s faer as obrigações de $raxe, receba um grau !ier"r#uico mais alto,
#uando $oder", se assim #uiser, levar seu Orix" $ara sua casa ou, se tiver cargo $ara tal, abrir seu $r7$rio

Candomblé, o #ue $or certo im$lica num com$lexo $rocedimento ritualstico #ue n%o $ode nem deve ser descrito em
suas min*cias.

m Cuba, onde o culto recebe o nome de 4anteria, segundo informações do Babala 9afael Vamora (?fa Bii
Ogunda@ete), o igb" do iniciando $ermanece na Casa de 4anto somente durante os tr's meses subse#Hentes ao
dia do nome, ocasi%o em #ue, em cerimnia $*blica, o Orix" tra o seu nome ao con!ecimento de todos, o #ue
caracteria #ue realmente est" feito. ste costume, segundo Vamora, $rende-se ao fato de #ue o Orix" em #uest%o
$ertence
$ertence ao seu fil!o e n%o ao sacerdote
sacerdote #ue o consagrou,
consagrou, o #ue im$lica num contato di"rio
di"rio entre
entre o iniciado
iniciado e seu
Orix", contato este considerado indis$ens"vel e obrigat7rio.

4obre o ritual cubano é ainda Vamora #ue nos informa / 2Lo6o (s "(*5(" &' ) 3& s $(5 +">s 'ss
do
do*s
*s do d*(
d*( do no',
no', o *n
*n*#
*#*(
*(do
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/(
/( s
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"( #(
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s(,, o
od
dndo
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o#1
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os ' 3&
3&(3
(3&
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dnd>n#*(s. O *'o"+(n+ % 3& s+:(' s'" :&n+os.
O *K(o +' 3&, +odos os d*(s, o6o 3& ds"+("
ds"+(",, (/(" ( )o#( , (n+s d $((" #o' 3&(3&"
3&(3&" sso(,
2)(+" #();(2 ("( s& O"*41, s(&d1-o #on$o"' +n!( ("nd*do  d*"-! +&do o 3& ds:( d )o' ("( s*,
s&s $('**("s  ('*6os. N&n#( s d/ d*" #o*s(s "&*ns (os O"*41s, o*s *s+o % &'( (+*+&d #ondn1/ 
ds"s*+os(, 3& od "o/o#(" ( s&( $"*(  "s&+(" ' s/"(s &n*;s 2.
6 (*A Galinha $Ean%ola *. o%el,Arno ( Silva Mello,M.A.$a ( 3essoa $e 2arros, F.?.
F. ?. (3allas $.( Rio ( 558.

H ( A4raha, R.=. ( Dic"ionarI of Mo$ern Joru4a ( Lon$on ( 56B..

C ( ?onseca Fr., . ( Dicionrio Joru4a 1Na%K9(3or"u%u>s ( 5B8.

B ( F.O. Aolalu ( Joru4a 2eliefes an$ Sacrificial Ri"es ( Lon%an Grou Lii"e$ ( 5C5.  
 

12

CA()*+,O III

A I"ICIA;1O

=entre os as$ectos comuns +s diversas formas de culto, distinguimos o fenmeno da $ossess%o $elos
Orix"s, de forma ordenada e $ressu$ondo sem$re um $rocesso de iniciaç%o com caractersticas definidas.

 A iniciaç%o n%o é feita $or sim$les vontade


vontade do ade$to mas sim, $or determinaç%o de seu Orix",
Orix", o #ue ocorre
#uase sem$re de maneira ines$erada/ ou a $essoa começa a sofrer diferentes ti$os de $erturbações em sua vida,
se&am de ordem $s#uica ou de #ual#uer outra ordem, mas #ue servem sem$re de sinal $ara #ue se constate a
c!amada da divindade, ou a entidade se a$ossa violenta e re$entinamente de seu fil!o, lançando-o ao solo,
absolutame
absolutamente
nte inconscient
inconsciente,
e, fenmeno
fenmeno #ue é con!ecido,
con!ecido, dentro das casas de candomblé
candomblé como bolaç%o. A $artir 
desse momento, sob $ena de v"rios $roblemas #ue $oder%o advir, o indivduo escol!ido dever" submeter-se +
iniciaç%o no culto, sob a orientaç%o do c!efe do terreiro denominado Babalorix" ($ai-de-santo) ou ?3alorix" (m%e-de-
santo). 

 A iniciaç%o tem $or finalidade, além de estabelecer um vnculo definitivo e irreversvel entre o Orix" e o
iniciando, desenvolver a ca$acidade de desdobramento da $ersonalidade deste *ltimo #ue dever", a $artir de ent%o,

ser eventualmente substituda $ela da =ivindade a #ue ten!a sido consagrado, #ue se manifestar" através de
incor$oraç%o ou $ossess%o.

 A $ossess%o dever" ser $lenamente assumida e, no $erodo de enclausuramento exigido $elo $rocesso
ini
inici
ci"t
"tic
ico,
o, os eleit
eleitos
os a$rend
a$rendem
em,, sob
sob a orie
orient
ntaç
aç%o
%o de um inic
inicia
iado
do de carg
cargo
o sace
sacerd
rdot
otal
al,, té
técn
cnic
icas
as cor$
cor$or
orai
aiss
estereoti$
estereoti$adas,
adas, danças re$resentativa
re$resentativass de seu Orix", reas,
reas, cnticos
cnticos e $osturas
$osturas $rocedimentais
$rocedimentais ade#uadas + sua
nova condiç%o religiosa.

2...O
2...O D&s
D&s od,
od, dsd
dsd o6o,
o6o, (od"
(od"("-
("-s
s do #o"o
#o"o d s&( $*!(,
$*!(, #&:(
#&:( "son
"son(*d
(*d(d
(d ds(("
ds(("#
#
'o'n+(n('n+ ("( s" s&)s+*+&d( ( do O"*41 *nd*/*d&(. O s" !&'(no oss&*, o"+(n+o, dsd 3& *n*#*(do,
$*+o, d&(s "son(*d(ds (("n+(d(s. A "*'*"( % (3&( 3& d"*/( d( $('*( *'d*(+(, do (')*n+ ' 3& o
*nd*/d&o n(s#&  #"s#&. A s6&nd( % ( d &' (n+(ss(do '+*#o, d &' (* so)"n(+&"( 3& s dsn/o/ (
 ("+*" d( *n*#*(;7o  s '(n*$s+(
'(n*$s+( n( ossss7o2 P.
4egundo 1ierre 0erger/ 2A *n*#*(;7o n7o #o'o"+( ssn#*('n+ ( "/(;7o d &' s6"do ( #"*( no
no/*;o &'( s6&nd( "son(*d(d, &' dsdo)"('n+o 's+*#o *n#ons#*n+2  W.

 x* #uem, re$resentando a coletividade dos Orix"s, ir" $romover a transformaç%o dese&ada, ense&ando o
surgimento da $ersonalidade do iniciado em substituiç%o + $ersonalidade do ser $rofano.

 A verdadeira iniciaç%o !" de ser, de


de certa forma, uma ex$eri'ncia dolorosa, durante a #ual, a $ersonalidade
$rofana $ermanece como morta, ressuscitando em seguida &" dotada das caractersticas #ue distinguem o iniciado.
1or este motivo os ade$tos costumam referir-se ao $rocesso de iniciaç%o utiliando-se do termo $assar $elo
sacrifcio o #ue sem d*vida é revelador das condições +s #uais s%o submetidos durante o $rocesso.
 

13

Conta um itan do Odu Oxefun, #ue certo dia, Oxun recebeu de Obatal", a ordem de iniciar o $rimeiro ser 
!umano no culto aos Orix"s.

Savendo selecionado entre muitos, a#uele #ue viria a ser o $rimeiro iniciado, Oxun tratou de seguir as
orientações fornecidas $elo grande Orix"-Nunfun, contando $ara isto com o auxlio de legbara e Osai3n, além das
orientações de Orunmil".

5odos
5odos os $receitos foram seguidos + risca e era
e ra Orunmil", através da consulta ao or"culo, #uem traduia as
orientações emanadas de Obatal".

 Ao fim da cerimnia, verificou-se uma total mudança na $ersonalidade do iniciado #ue, de $essoa comum,
transformou-se num ser exce$cional, dotado de $rofundo sentimento religioso e $lena dedicaç%o ao culto $ara o #ual
!avia sido $re$arado.

=iante deste fato, Oxun, $ercebendo #ue &amais seria $ossvel a obtenç%o de um ser !umano de tantas
#ualidades, intercedeu &unto ao Jrande Orix" $ara #ue o sacerdote fosse $reservado do to#ue de ?@u.

Obatal", em sua imensa sabedoria, n%o #uerendo interferir na lei natural #ue determina #ue todos os seres
vivos devem um dia ser entregues aos cuidados de ?@u, admitiu a $ossibilidade de eterniar, a$enas simbolicamente,
a#uele a #uem foi confiada a $ro$agaç%o de sua $r7$ria religi%o e desta forma, ordenou #ue sobre sua cabeça fosse
colocado o ox*, transformando-o, imediatamente, numa ave a #ue deu o nome de t* (galin!a dXAngola) .

Fuando o i3ao é recol!ido, de$ois dos $receitos obrigat7rios + gun e x*, #ue n%o nos cabe descrever 
no $resente
$resente ensaio, ser" ent%o colocado
colocado em contato direto com os $rimeiros $rocedimentos
$rocedimentos lit*rgicos
lit*rgicos #ue visam o
$rocesso de transmiss%o do Axé.

=urante a cerimnia de iniciaç%o, $rocede-se a um ritual denominado 4asai3n, em louvor do Orix" Osai3n,
dono
dono e sen!or
sen!or de todos
todos os vegeta
vegetais
is e, $or conseg
conseguin
uinte,
te, das fol
fol!as
!as sagrad
sagradas,
as, indis$
indis$ens
ens"ve
"veis
is em #ual#u
#ual#uer 
er 
$rocedimento lit*rgico, o #ue é confirmado $ela m"xima 3oruba/ Iosi eé, @osi Orix", (sem fol!as, sem Orix"), o
#ue ocorre no terceiro dia de enclausuramento do iniciando.

 A seleç%o das fol!as lit*rgicas utiliadas neste cerimonial varia de casa $ara casa, o #ue significa dier #ue,
embora se&a estritamente obrigat7ria a $resença das fol!as do Orix" #ue est" sendo feito, alguns sacerdotes
acrescentam também as fol!as de seu $r7$rio Orix", outros &untam a, as fol!as do &unt7 do i3ao, como também
fol!as es$ecficas de Obatal".

Os Orix"s s%o invocados e seus $oderes individuais s%o catalisados em forma de Axé, #ue x*, em sua
funç%o de elemento trans$ortador, ir" direcionar em favor do i3ao, $ara #ue a metamorfose $ossa se concretiar 
$lenamente.

O ritual divide-se em duas $artes distintas. <a $rimeira $arte somente as energias geradoras s%o invocadas,
com exceç%o de Oxal", #ue embora sendo um Orix" gerador, $or uma #uest%o de !ierar#uia, é invocado e saudado
no final da segunda $arte, #uando os Orix"s $rovedores s%o !omenageados e t'm seus $oderes invocados em favor 
do i3ao. < 
 

14

x
x*
* n%
n%o
o cria
cria ne
nem
m se inti
intitu
tula
la $ai
$ai de na
nada
da ne
nem
m de ning
ninguém
uém,, limit
limitan
ando
do-s
-se,
e, ou
outr
tros
ossi
sim,
m, a $rom
$romov
over 
er 
transformações em todos os sentidos.

 Alguns Orix"s, $or acumularem as funções de $rovedores e geradores, s%o invocados nas duas eta$as do
rito. 1ara mel!or com$reens%o
com$reens%o das funções es$ecficas de cada Or
Orix",
ix", os sacerdotes do culto div
dividiram-nos
idiram-nos em duas
categorias, nas #uais n%o s%o considerados seus $osicionamentos !ier"r#uicos. (<estas categorias s%o classificados

como Orix"s geradores e Orix"s $rovedores).


Como Orix"s geradores s%o considerados todos a#ueles #ue, de alguma forma, $ossuem o $oder de gerar 
#ual#uer ti$o de manifestaç%o de vida, e dentre eles encontramos/ ?3eman&", <an%, Ogun, Omol*, Oxal", Oxun, O3"
e 8ang

Os Orix"s $rovedores s%o todos a#ueles #ue t'm, como atribuiç%o, su$rir, em todos os as$ectos, as
necessidades dos seres gerados $elas entidades anteriormente relacionadas. 4%o eles/ x*, ?3eman&", ogunedé,
<an%, Ob", Ogun, Omol*, Osai3n, Oxal", Ox7ssi, Oxumar', Oxun e Ke".

Como $odemos observar, Ogun, ?3eman&", <an%, Omol* e Oxun, $or acumularem as duas funções, s%o
relacionados nas duas categorias.

O Olor do i3ao ser" sem$re invocado nas duas $artes do ritual, inde$endente de $ertencer a #ual#uer dos
dois as$ectos.

 A $rimeira $arte do
d o rito $recede
$ recede ao or do labé, durante o #ual, o iniciando é submetido + ras$agem de
cabeça, além de outros $rocedimentos indis$ens"veis + sua consagraç%o ao Orix".

 A finalidade, como afirmamos acima, é obter-se o consentimento dos Orix"s geradores, $ara #ue $ossa
ocorre
ocorrerr o surgim
surgiment
ento
o de uma nova
nova $erson
$ersonalid
alidade
ade,, dotada
dotada de um car"te
car"terr religi
religioso
oso #ue dever"
dever" sobre$
sobre$or-
or-se,
se,
definitivamente, + $ersonalidade anterior.  necess"rio #ue as entidades invocadas em$restem seu Axé ou força
$ro$ulsora, $ara #ue o fenmeno $ossa se verificar com $leno sucesso e sem a interfer'ncia de outros seres
es$irituais, como gun e A&é #ue, $or #ual#uer motivo, #ueiram interferir no $rocesso o #ue, sem sombra de d*vidas,
resultar" num fracasso total, cu&as conse#H'ncias $odem ser altamente negativas.

O!I$% +"+"
+" +" - A MAI# A,*A =IE!A!>+IA

Como vimos, as divindades africanas est%o se$aradas em duas categorias !ier"r#uicas. <a categoria mais
elevad
elevada,
a, encont
encontram
ram-se
-se as entida
entidades
des #ue $artic
$artici$a
i$aram
ram da cri
criaç%
aç%o
o do univers
universo,
o, consid
considera
eradas
das como
como ancest
ancestrai
raiss
es$irituais de tudo #uanto $ossa ocorrer nos dois $lanos de exist'ncia, c!amadas, $ara diferenci"-las das demais, de
Orix"s Nunfun (Orix"s Brancos).

<este as$ecto, a filosofia religiosa 3orubana em muito se assemel!a + budista #ue afirma #ue, 2N7o !1 &'
#"*(do", '(s &'( *n$*n*d(d d o+>n#*(s #"*(do"(s 3& $o"'(' ' s& #on:&n+o, ( s&)s+n#*( Un(  E+"n(, #&:(

ss>n#*( % *ns#"&+1/  o" #ons6&*n+, *ns&s#+/ d 3&(3&" s#&(;7o o" ("+ d &' /"d(d*"o $*so$o2.
4
 

15

4endo emanações diretas de Olorun, os Orix"s Nunfun s%o $ortanto, os seres mais elevados da escala da
exist'ncia, encontrando-se no mesmo nvel dos Arcan&os do cristianismo e dos Nil!os 2aiores <ascidos da 2ente de
Bra!ma descritos nos 0edas, denominados =evas, 1itris, 9is!is, etc... stas =ivindades Criadoras s%o encabeçadas
$or Obatal", O 4en!or das 0estes Brancas, também con!ecido como Orix"nl" ou Oxal". Oxal" é o 4o$ro =ivino, a
$rimeira manifestaç%o individualiada de Olorun #ue é a vida una, eterna, invisvel, mas oni$resente6 sem $rinc$io e
sem fim6 inconsciente, mas Consci'ncia Absoluta6 incom$reensvel, mas realidade existente $or si mesma. Oxal" o
4o$ro-=ivino, $rovoca o movimento #ue fecunda e energisa o terno em re$ouso no Oceano-do-n%o-ser, onde tudo
existe sem forma e, ocasionando o surgimento da diferenciaç%o, des$erta o 1lano =ivino, onde &a oculta a
elaboraç%o de todos os seres e coisas futuras.

Obatal", o 1rimog'nito =ivino, ao fecundar o Oceano Ca7tico com$osto de matéria inerte e informe,
$rovoca a ex$los%o da vida, ocasionando a $rimeira manifestaç%o da <aturea, feminina, $or#ue $assiva.

5udo o #ue exista ou $ossa existir é oriundo desta ess'ncia até ent%o inerte e #ue, a$7s !aver sido tocada,
fecundada $elo $rinc$io masculino, manifesta-se e recebe o nome de Odudua.

 As guas-Abstratas-do-s$aço transformam-se nas guas-da-4ubstncia-Concreta, im$ulsionadas $or 


Obatal" #ue é na realidade, o 0erbo ou ogos manifestado #ue, $or sua aç%o fecundadora, re$resenta o $rinc$io
masculino da criaç%o, longe $ortanto de ser andr7gino como $ro$õem alguns iniciados ao afirmarem ser ele, a um s7
tem$o, mac!o e f'mea.

Os Orix"s Nunfun s%o, em *ltima an"lise, entidades da mesma categoria #ue 2adame Blavats@i classifica
os 4eres 1rimordiais
1rimordiais,, 2D!Kn C!o!(ns dos o#&+*s+(s, R*s!*-P"(:(+* dos *nd&s+(s, Eo!*' o& F*!os d D&s dos
 :&d&s, Es"*+os P(n+1"*os d +od(s (s n(;s 3&, sndo
sndo #ons*d"(dos d&ss, $o"(' (do"(dos  #&+&(
#&+&(dos
dos os
!o'ns.2  5

0erge
0ergerr afi
afirma
rma #ue ...2os O"*41s F&n$&n s7o ' n'"o d #n+o  #*n3n+(  3&(+"o,...O"*41 O&$n
 A:6&n o("* O"*41 O6K(n E% *6)o O"*41 O)(n:*+( O"*41 AJ*" O"*41 E+Jo O)( D&6) O"*41 Oo:o O"*41
 A"o& O"*41 On"*n:
On"*n: O"*41 A:(6'o
A:(6'o O"*41 (K% O"*41 E6&*n E+#... 6
O"*41 R& O"*41 O)( O"*41 O&o$*n O"*41 E6&*n
 ( L3&N, =. =on"ri4uição ao es"u$o $o sis"ea $e classificação $os "ios sicol%icos no =an$o4l) )"u $e Salva$or.
São 3aulo, ;S3, 5CB. Pese $e $ou"ora$o.  ( Joru4a 2eliefes an$ Sacrificial Ri"es ( Lon%an Grou Lii"e$ ( 5C5.
5CB.

: ( Dieu+ $QAfrique. 3aris, 3aul ar"ann, 56C 

8 ( O+al e +@ acuula as funç'es $e %era$ores e $e rove$ores $en"ro $o con"e+"o reli%ioso, ui"o e4ora não se
reconheça e +@ o o$er $e %eração e si o $e "ransu"ação.

 ( 2lava"sI, .3. ( A Dou"rina Secre"a. S-n"ese $e =i>ncia, ?ilosofia e Reli%ião. $. 3ensaen"o.

6 ( O4ra ci"a$a.

H ( er%er, 3.?.
3.?. ( Os Ori+s ( $. =orruio ( 5B9.
 

16

O$A,%?OBA*A,%

Considerado como a mais im$ortante =ivindade no contexto religioso, Oxal" é cultuado em todo o territ7rio
de cultura 3orubana, com nomes diversos #ue variam de uma regi%o $ara outra. m ?le ?fé, ?badan e outras
localidades é con!ecido como OrixanXla6 na regi%o de Ogbomos7 é c!amado de Orix" 17$76 em &igbo, Orix" Ogi3"n6
em ?&+3ie, Orix" ?&+i3e6 em ;gbo, Orix" Onilé.

Oxal" é o Orix" do Branco, smbolo da $urea incontest"vel. =etentor do $rinc$io genitor masculino,
#ual#uer oferenda a ele dedicada deve ser com$osta de elementos inteiramente brancos.

 :uana lbein dos 4antos #uem afirma #ue 2O o), ( o$"nd( o" 4#>n#*( ("( os F&n$&n, % o o) *$*n,
o o) )"(n#o +odos os (n*'(*s, (/s o& 3&(d"ds, d/' s" dss( #o". O s(n6& /6+( % s*')o*5(do o o"*,
'(n+*6( /6+(,  o (6od7o o s(n6& '*n"( o 6*5  o #!&')o. S&( o$"nd( "$"*d( % o s(n6& )"(n#o
do *6)*n #("(#o0, 3&*("(do (o s>'n, do 3&( os I"&n'( d( d*"*+( s7o os d+n+o"s o" 4#>n#*(.2  & 

=entre as $rinci$ais atribuições de Oxal", est" o com$leto domnio sobre a vida e a morte re$resentado
$elo al" - emblema-smbolo com$osto de um $ano de brancura imaculada #ue mantém estendido, como forma de
$roteç%o, sobre as diversas formas de vida #ue ocorrem nos dois $lanos de exist'ncia. Oxal" é o 4o$ro =ivino, a

$rimeira manifestaç%o individualiada de Olorun, #ue d" incio


i ncio a todo o $rocesso da exist'ncia diferenciada.
di ferenciada.
OD+D+@A

Odudua é um Orix" sobre o #ual existe muita discordncia dos ade$tos do culto. 4e Oxal" re$resenta o
$rinc$io masculino-ativo da criaç%o, Odudua é a re$resentaç%o do $rinc$io feminino-$assivo, do #ual surge a vida
a$7s o $rocesso de fecundaç%o.

Odudua é um Orix" Nunfun absolutamente diferente dos demais, embora semel!ante em ess'ncia, é
feminina, sendo cultuada em diversas regiões como es$osa de Oxal", embora se&a, em $rinc$io, sua irm%.

;ma grande controvérsia foi criada em torno deste Orix" colocando em d*vida n%o somente o seu g'nero,
como também seu status no com$lexo teognico desta religi%o.

Odudua um Orix"-Nunfun feminino ou um ancestral masculino diviniado $or seus feitos not"veisL

4egundo determinadas correntes mais atreladas +s ex$licações cientficas #ue +s filos7ficas, Odudua teria
sido o fundador de ?fé, ca$ital es$iritual do $ovo Ko
Koruba
ruba e fundador da dinastia #ue deu origem + esta etnia.

Nonseca :*nior $ro$õe $ara o nome de Odudua a seguinte an"lise etimol7gica/ Od&-+*-o09 "#**n+ (&+o-
6"(do" D(9 C"*(do"(0 I(9 E4*s+>n#*(9 Od&d&( O S" C"*(do" d( E4*s+>n#*( T""n(.

 o mesmo autor #ue, em refer'ncia a Odudua ($ersonagem !ist7rico), a$resenta a seguinte teoria/
2..."s&'-s 3& Od&d&( +"*( *do ("( ( Á$"*#( ( '(ndo d Ood&'(" o/(!0, ("( "d*'*" os ds#ndn+s
d C(*' H+n+o+s0 3&, ( s'!(n;( d
d  s& (n#s+"(, #(""6(/(' o s*n( d( Bs+( n( +s+(. Gn.,#(.@@02.
M(*s (d*(n+, Fons#( ". 4*#(9
 

17

 - As o (#+o s'!(n+ (o 3& $o* $*+o n+" D&s  A)"(7o, N*n"od +"o#( d no' (ss(ndo (
#!('("-s Od&d&(

? - Od&d&( N*n"od0, $*!o d Ood&'(" o/(!0, ("+ ("( ( +""( "o'+*d(. V*d G>ns*s, @-@?
Gn.@W-

 - N*n"od "( ds#ndn+ d No%, n+o d C(' C('*+(0  $*!o d C&s* J&s*0. Gn.@-0

 - A)"(!7o 4-A)"7o0, ds#ndn+ d S' S'*+(0  Od&d&( 4-N*n"od0, ds#ndn+ d C('


("n+s.D3 
C('*+(0, "(' ("n+s.D

 A ex$licaç%o de Nonseca :*nior $arece aumentar


aumentar ainda mais a confus%o #
#ue
ue teria sido gerada, segundo n
nos
os
$arece, num sim$les caso de !omonmia verificado #uando o $ersonagem !ist7rico (masculino), fundador de ?le ?fé,
resolveu adotar, #uiç" $or determinaç%o religiosa, o nome do Orix" (feminino) a #uem é atribuda a fundaç%o da
5erra em #ue !abitamos. A tradiç%o cuidou de alimentar a confus%o, existindo ainda !o&e em ?le ?fé, um marco
monoltico adornado de misteriosos sinais, denominado O$" Orani3an #ue acredita-se, demar#ue o local exato da
fundaç%o da 5erra. O mesmo monumento serve de t*mulo a Orani3an, rei dos 3orubanos, bisneto de Odudua e $ai
de 8ang e de A&a@".

1ierre 0erger toma $osiç%o diante da #uest%o, afirmando ser Odudua 


Odudua   ...2&' "son(6' !*s+"*#o,
6&""*"o +""/, *n/(so"  /n#do" dos I6)o, $&nd(do" d( #*d(d d I I$%  (* d "*s d d*/"s(s n(;s
Ko"&)(s2 .<

4egundo 0erger, foi o 1adre Baudin #ue $rimeiro classificou, em seu livro sobre religiões de 1orto <ovo,
Odudua como Orix", sendo $osteriormente seguido nesta teoria $or ...2#o'*(do"s n#();(dos o +nn+-
#o"on A.E. E*s... A o)"( d E*s $o* o on+o d ("+*d( d &'( s%"* d */"os s#"*+os o" (&+o"s 3& s #o*("('
&ns (os o&+"os...2

0erge
0ergerr confes
confessa
sa comung
comungar
ar da o$ini%
o$ini%o
o do 9evere
9everendo
ndo Bola&i
Bola&i ?dou
?dou #uando
#uando este
este afi
afirm
rma
a #ue 2Od&d&(
+o"no&-s o):+o d #&+o (s s&( 'o"+, s+()#*do no ')*+o do #&+o dos (n#s+"(*s  n7o d(s d*/*nd(ds02.

1ara reforçar ainda mais sua tese, o cientista continua/ 2A


continua/  2A "s*+o d Od&d&(, (#&'&o&-s #o' o +'o,
&'( /(s+( do#&'n+(;7o s#"*+(, +*d( #o'o "&d*+( o"3& % #ons+*+&d( d +4+os, ( n*#( /(*os( (os o!os dos
/"d(d2.   4
+"(dos, 's'o 3& s+s +4+os s+:(' *ns*"(dos o" s#"*+os (n+"*o"s, *n4(+os  #on+"1"*os  /"d(d2.

O #ue o grande mestre franc's es#ueceu-se de citar seria talve, a $rimeira $ista esclarecedora, #uando o
$r7$ri
$r7$rio
o ?dou,
?dou, na mesma
mesma obra,
obra, rela
relata
ta #ue 2A+% 's'o ' I I$% ond "do'*n(' os #&+os s d*/*nd(ds
'(s#&*n(s, 4*s+ n( *+&"6*(, $o"+s *nd#*os d +"(+("-s d &'( D&s(, &'( D*/*nd(d F'*n*n(. E' (6&ns on+os
D*/*n(0...   5
s#("#do"s ds+( *+&"6*(, od-s n#on+"(" o +"'o 2IK( M(2 M7 d(s D*/*nd(ds o& M7 D*/*n(0... 

...m Ad7,
Ad7, Odudua é irrefutavelmente uma =eusa... e $arte
$arte da liturgia começa desta forma/

IK( d(J&n 6)( ( o - O! M78 ns s&*#('os 3& nos *)"+s

J* o +o n* +o 'o - o!(* o" ns, o!(* o" nossos $*!os


 

18

o6))* YAd 8 - T& %s (3&( 3& + s+()#s+s ' Ad82 6 

O $e#ueno
$e#ueno detal!e omitido
omitido é suficiente
suficiente $ara concluirm
concluirmos
os #ue existe
existe na verdade,
verdade, um culto a um Orix"
Orix"
denominado Odudua e #ue este Orix" é feminino, o #ue vem a coincidir com nossa o$ini%o.

E$Ú - O EI$O DO #I#*EMA !E,IGIO#O.

x* é a divindade de maior atuaç%o no contexto religioso do Candomblé.


Candomblé.

9esultado da interaç%o Obatal"-Odudua, é o $rimeiro elemento $rocriado e #ue, esotéricamente, seria a


energia #ue re*ne os "tomos, $ossibilitando a diferenciaç%o da matéria a $artir de uma ess'ncia *nica.  o grande
transformador,, o comunicador, o intermedi"rio entre os !omens e as =ivindades e entre estas e o 4u$remo Criador. O
transformador
termo x* $ode ser traduido como esfera.

x*, legbara,
legbara, legba ou ainda egba, seriam
seriam os nomes $elos #uais é con!ecido
con!ecido este $oderoso Orix",
Orix", o
$rimeiro criado $or Obatal" e Odudua, tendo Ogun como irm%o mais novo.

O culto de x* é muito individual, cada indivduo, assim como cada coisa $ossui o seu egba, $odendo
$ortanto, edificar o seu assentamento, onde $oder" cultu"-lo e a$aigu"-lo.

ntre os fons, existem diversos egbas, ou diferentes manifestações de um mesmo 0odun, #ue recebem os
seguintes nomes e caractersticas/

Axi-,ea/ O egba dos mercados e feiras.

Aonosu
Aonosu !ei do ortal/ 9e$resentado $or uma $e#uena escultura em barro colocado nas $ortas de
ortal
entrada.  um egba individual.

*o-,ea/ 1rotetor de uma cidade ou aldeia.  um egba coletivo.

Feto-,ea/ 1rotetor dos caçadores noturnos. 4egundo se afirma, $ossui cornos.

=un-,ea/ =efensor dos tem$los.  egba individual de cada 0oduns.

,ea AFnuHe/ O #ue fala no &ogo de b*ios. Corres$onde a x* A@esan.  o $rotetor, servidor e
executor de ?f".  ele #ue recebe os sacrifcios determinados $or ?f" e deve ser sem$re servido em $rimeiro lugar.
<%o existe nen!uma diferença de atribuições de Agbonosu e Agb%nu@e. 4e o $rimeiro $rotege a casa contra a
$ossvel entrada de malefcios, o segundo, #ue deve $ermanecer num #uarto dentro de casa, $rotege contra a
negatividade dos $r7$rios !abitantes da mesma.

Certos signos de ?f", tais como Ofun 2e&i, Ogbe-Nun, Oxetura e Nu-Ke@u, exigem #ue se&a feito um assento
muito es$ecial, denominado egba :obiona, onde os dois egbas citados, s%o cultuados em con&unto, com a funç%o
de $roteger a casa e toda a sua $eriferia. ste egba exce$cional exige obs de tantos #uantos o visitem. 4egundo a
tradiç%o nag, somente os grandes Babalaos $odem $ossu-lo.

1ossumos ainda informações da exist'ncia de um egba com #uatro cabeças, denominado ,ea AJi,
surgido do Odu :aga (nome dado aos Odus Oxe-?rete e ?rete-Oxe, signos cu&os nomes n%o devem ser $ronunciados
 

19

em decorr'ncia da grande carga de negatividade de #ue s%o $ortadores. ;m outro nome usado $ara mencionar estes
Odus, é Jadeglido.

Os Odu-?f" #ue falam exclusivamente de egba, s%o Odi-Jund", Junda-=i e =i-5uru@$on.

1or sua im$ortncia e atributos, x* é sem$re o $rimeiro a ser !omenageado e cultuado em todos os
$rocedimentos ritualsticos. 4eu car"ter é ambguo e fa o mal ou o bem de acordo com sua $r7$ria conveni'ncia.

 A atitude do africano diante desta divindade é de verdadeiro $avor, devido ao seu $oder de atuaç%o sobre a
vida e a morte, o sucesso e o fracasso, a ri#uea e a miséria, de acordo com as determinações de Olodumare, de
#uem é o executor de ordens. 1or este motivo, todos os seguidores da religi%o, $rocuram estar bem com ele,
evitando desagrad"-lo $ara n%o se ex$orem + sua ira.

Bi á á rúo/ i á mú tKExú uro - Q&(ndo 3&(3&" s(#"*$#*o % o$"#*do, ( ("+ 3& #()  E4 d/
d2. 
s" dos*+(d( d*(n+ d2. 

sta regra deve ser sem$re observada $or#ue desta forma evita-se #ue, com atitudes maliciosas, x*
ven!a a ocasionar contratem$os e confusões de todos os ti$os.

<uma
<uma das mais
mais im$ort
im$ortant
antes
es louvaç
louvações
ões de x*,
x*, encont
encontram
ramos
os a ex$res
ex$ress%o
s%o =E4, o+1 O"*41< - 2E4, o
(d/"s1"*o dos O"*41s2 - o #ue reafirma os constantes $roblemas existentes entre eles, ocasionados $ela dis$uta do
$oder e da autoridade.

ntre os muitos nomes ou ttulos !onorficos de x*, destacamos/

,oemo orun/ Ind&6n+ $*!o do #%&.

 A3& #&:( 6"(nd*os*d(d s '(n*$s+( ' n( "(;(.


A nKla aKluL A3&

 A3& 3& ("ss(d('n+, $(5


(áá @rL A3& $(5 #o' 3& (s #o*s(s (#on+;('
(#on+;(' d "n+.

A túá ma xe xaL O 3&  3&)"( ' 3&nos d(;os


 d(;os :('(*s od"1 s" "#ons+*+&do.

x* $ossui muitos emblemas, como a laterita, imagens de madeira ou de barro sem$re encimadas $or uma
lmina ou $onta afiada, bastões f"licos, etc...

<o Brasil,
Brasil, $or influ'
influ'nci
ncia
a do cri
cristi
stiani
anismo
smo,, esta
esta magnf
magnfica
ica entida
entidade
de foi com$ar
com$arada
ada ao diabo
diabo e, deste
deste
sincretismo, criou-se a imagem de x* $rovida de rabo e c!ifres, $ortando tridentes e $or vees, dotado de asas
como as dos morcegos.

4e $or um lado !ouve a intenç%o, $or $arte dos antigos mission"rios crist%os, de desmoraliar x*,
devemos levar em conta #ue, deixadas de lado as conotações maléficas in&ustas e incom$reensveis atribudas +
*cife
*ciferr O Po"+(do" d L&50, 
L&50,   x* $oderia $erfeitamente ser com$arado a esta magnfica entidade es$iritual ao
com$reendermos suas verdadeiras funções e atribuições.

<as $r"ticas umbandistas encontramos um outro ti$o de manifestaç%o de es$ritos aos #uais, talve $or 
influ'ncia do sincretismo com o =iabo, convencionou-se dar o nome de x*.
 

20

stas entidades, #ue se a$resentam sob diversas denominações tais como, 2arab, 5ranca-9uas, 0eludo,
Caveira,
Caveira, 1omba Jira, 2aria 1adil!a, 2olambo,
2olambo, etc.,
etc., s%o na verdade,
verdade, eguns, #ue se manifestam
manifestam em seus médiuns
médiuns
$ara cum$rirem as missões #ue l!es foram im$ostas, da mesma forma de outras #ue se a$resentam como $retos-
vel!os, caboclos, boiadeiros, ciganos, etc.

 necess"rio #ue se saiba a diferença entre x*-Orix" e estes outros ti$os de entidades, #ue n%o se

encont
encontram
ram na mesma
mesma catego
categoria
ria !ier"r
!ier"r#ui
#uica
ca e #ue devem
devem ser tratad
tratados
os e revere
reverenci
nciados
ados,, de for
forma
ma difere
diferente
nte e
es$ecfica, mas #ue, inde$endente de n%o serem Orix"s, $ossuem força e $oder $ara resolverem $roblemas e
$restarem auxlio a tantos #uantos a eles recorram.

O Orix" x* é o *nico dentre todos os demais, #ue tem seu cam$o de aç%o ilimitado, $odendo atuar em
todos os nveis da exist'ncia universal, $ermitindo $or este motivo, #ue se&a classificado tanto como Nunfun como
também como bora, taman!o é o seu $oder de agir livremente.

 ( San"os, F.. ( Os Na%K e a Mor"e. 3a$>, A+e+e e o =ul"o %un na 2ahia. ( oTes ( 3e"rolis ( 5BH..  

: ( O4ra ci"a$a.

8 ( 74ra ci"a$a.
 ( O4ra ci"a$a.

6 ( &$ou, .2. ( Olo$uare, Go$ in Joru4a 2elief ( Lon%ans ( 5H:..


 5H:..

6 - IdoHu/ E.B. - Ora citada.

ADIM+ - OE!E"DA# AO# O!I$%#

3' (arte

A# OE!E"DA#

=entro do culto aos Orix"s, o mais im$ortante s%o as oferendas aos Orix"s, #ue t'm $or finalidade manter o
e#uilbrio das relações entre eles e os seres !umanos.

 através das consultas ao Or"culo de ?f", #ue as $essoas, mesmo as n%o iniciadas, s%o informadas a res$eito
das exig'ncias de seus Orix"s e $rinci$almente de x*, relativas +s oferendas #ue dese&am receber.

<em sem$re estas exig'ncias s%o estabelecidas $ela relaç%o anteriormente ex$licada entre o ser !umano e
seu Orix" de cabeça, muitas das vees, é um outro Orix" #uem se oferece $ara solucionar um determinado $roblema
ou alguma dificuldade #ue est" sendo vivenciada e, em troca, exige algum ti$o de sacrifcio em seu louvor.

 Algumas vees, $essoas atormentadas $elos mais diversos ti$os de dificuldades, recorrem aos $réstimos de
algum Orix", oferecendo algum ti$o de sacrifcio como $en!or de sua confiança e de sua fé, da mesma forma #ue os
cat7licos recorrem aos seus santos, im$lorando graças e faendo $romessas #ue, invariavelmente, s%o $agas
somente a$7s a obtenç%o da graça solicitada.
 

21

Os sacrifcios
sacrifcios ofere
oferecidos
cidos aos Orix"s,
Orix"s, s%o genericame
genericamente
nte denominados eb7s #ue se dividem
dividem em e&enbale
(sacrifcios com derramamento de sangue) e adim*s (sacrifcios incruentos).

Os eb7s e&enbale, dividem-se em diversos ti$os, exigindo sem$re o derramamento de sangue de algum ti$o de
animal #ue $ode ser uma ave, um #uadr*$ede ou até mesmo um sim$les caramu&o. =entre os mais con!ecidos,
destacamos/

E eNL Oferenda votiva #ue tem $or finalidade obter determinado favoreciment
favorecimento
o ou graça de uma =ivindade.

E etutuL 4acrifcio de a$aiguamento. ste ti$o de sacrifcio é geralmente determinado $elo Or"culo e tem
$or finalidade acalmar a ira ou o descontentamento de uma entidade #ual#uer.

E a e iin oPunL 4acrifcio substitutivo. 5em $or finalidade substituir a morte de alguém $ela oferenda
determinada $elo Or"culo, no Brasil, este sacrifcio é vulgarmente con!ecido como eb7
 eb7 de troca.

E a mi dKiaL  4acrifcio #ue visa atenuar uma $uniç%o de morte im$osta + uma $essoa $or um Orix" ou $or 
um es$rito maligno. <este caso, como no anterior, um carneiro é sacrificado em substituiç%o ao ser !umano.

E OunoNL 4acrifcio $reventivo #ue $ode ser $*blico ou individual.


ind ividual. 5em
5em $or finalidade evitar
e vitar #ual#uer ti$o
de acontecimento nefasto #ue ameace a $essoa (individual) ou até mesmo uma cidade ou aldeia ($*blico).
($*bli co).

E a dKiodeL 5rata-se de um sacrifcio $ro$iciat7rio e $reventivo. ste sacrifcio é oferecido na fundaç%o de


uma casa, aldeia ou cidade e tem $or finalidade acalmar os es$ritos da terra no local da fundaç%o. Antigamente, este
eb7 exigia o sacrifcio de seres !umanos #ue !o&e em dia, foram substitudos $or diversos animais.

Como $odemos observar, o sacrifcio de seres !umanos era exigido nos $rim7rdios do culto o #ue, sem d*vida,
seria !o&e considerado um absurdo, além de configurar-se, se&a em #ual for a circunstncia, em !omicdio, selvageria
e falta de res$eito ao ser !umano.

=a mesma
mesma for
forma,
ma, o derram
derramame
amento
nto do sangue
sangue de animai
animais,
s, s7 deve
deve ocorr
ocorrer
er em sit
situaç
uações
ões de extrem
extrema
a
necessidade e em casos em #ue n%o $ossam ser substitudos $or outras oferendas $ois, se os Orix"s, acostumados
#ue eram a receberem sacrifcios !umanos, concordaram na substituiç%o dos mesmos $elos sacrifcios de animais, é
f"cil deduir-se #ue estes $odem também dar lugar a sacrifcios de minerais, vegetais e ob&etos de seu agrado.

 Adentramos uma nova era em #ue todas as formas de


d e vida ad#uirem sua valoriaç%o m"xima e a vida dos
animais, da mesma forma #ue a dos seres !umanos, !" #ue ser res$eitada e $reservada ao extremo.  c!egada a
!ora de darmos um basta ao in*til derramamento de sangue #ue, ao invés de a$aiguar os nossos deuses, s7
conseguem des$ertar a sua ira, tornando-os intolerantes e cada dia mais distantes de n7s.

 necess"rio #ue se des$erte nos ade$tos do Candomblé a consci'ncia do res$eito devido a todas as formas
de vida animal, cu&o sacrifcio s7 $ode ser efetivado em casos exce$cionalssimos e #uando todos os demais
recursos !a&am sido esgotados.

 num itan de ?f", do Odu Odi 2e&i, #ue encontramos a fundamentaç%o $ara as afirmações anteriormente
feitas/
 

22

Od* M:* d*ss9 2M+o$*, o" (/("5(, n7o 3&*s s(#"*$*#(" &' )o* d '(!(s )"(n#(s  ( 'o"+ /*o )&s#1-o.2

Q&(ndo I$1 s+(/( (*nd( no /n+" d s&( '7, d*& 3& s& (* 6(ss &' )o* '(!(do d )"(n#o 
o$"#ss
o$"#ss ' s(#"*$#*o,
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s&s so$"*'n+os  os "'%d*os  ss(#"*$#*os
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"so/"*(' +odos os s&s "o)'(s.

T&do
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R#on!#ndo ' I$1 o s& ""*o $*!o, ( o)" '&!" s-s ( #(n+(", ' /o5 (+(, ( s(&d(;7o 3& o&/*(9

2O"&n'*18 AJ$oK8 A6)o * d&d& !& do $ +o82 


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 &dss 'os+"(" ( +odos
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d/"*( s" #o""+('n+ (*'n+(do.
(*'n+(do. O"dno& (*nd(, 3& $$oss
oss "("(do &'
(J(Jo  do*s (nos )"(n#os d #();( dno'*n(dos JoJ&n ()&+(, "o*)*ndo ( +odos d o!("' ("( (3&s
o):+os.

Co'o I$1 /*/"(, (+% n+7o, $#!(do dn+"o d s&( #()(;(, :('(*s !(/*( s*do /*s+o o" n*n6&%'. Q&(ndo +odos
s ($(s+("(' I$1 s(*& d s&( #()(;( #o)"+o o" &' 6"(nd #!(%&, /s+*ndo &' (/n+( d %"o(s  #(;(ndo
s(nd1*(s, *ndo sn+("-s no (+o d &' +"*% d ond 6"*+o&9

2O!' )', so& &, I$18 I$1 3& n*n6&%' n&n#( /*&... A '&!" 3& '(nd* #o'"(" no '"#(do d s#"(/os
d/ s" +"(5*d( (+% (3&*82 
 

23

 A '&!" $o* +"(5*d(


+"(5*d(  s&( "sn;(  I$1 'os+"o&-( ( +odo '&ndo d*5ndo9

2O!' )', s+( % '*n!( '78 Q&(ndo & s+(/( no s& /n+" d+"'*n* 3& '& (* d/"*( s(#"*$*#(" &'
)o* '(!(do d )"(n#o, ("( /*+(" '($#*os
'($#*os 3& :1 s+(/(' "/*s+os. M(s '& (* n7o (+nd& '*n!( o"*n+
o"*n+(;7o
(;7o
 +odo o '( (#()o& o" s #on#"+*5(". T(n+o +'o s (sso&  & #o'"* s+( s#"(/( ("( s" s(#"*$*#(d( '
'*n!( !on"(. En+"+(n+o n7o ( s(#"*$*#("*8 N7o od"*( +"(*" '*n!( ""*( '7, 's'o 3& ( ' +n!( +"(do.2 

D*+o *s+o o"dno& 3& #o"+(ss'


#o"+(ss' os on6os #()os
#()os d s&( '7, 3& n/o/ss'
n/o/ss' s&( #();( #o' &' )o
+o"so )"(n#o  3& ( *ns+((ss' so)" ( ('o$(d( (J(Jo. Do*s d*& &' )o*  &' #()"*+o ("( s"'
s(#"*$*#(dos. Co' ( $("*n!( 'od( o" s&( '7 '(ndo& "("(" &' ('*o ("( (,
 (, 3& n7o od"*( s" #o'*do '
s&( "sn;(.

Ds+( $o"'(, (ssn+(d( so)" &' (J(Jo, +"(ns$o"'o&-s ( ' N7, '7 d &' "*.

 Aos :o/ns 3& "("("(' (s #("ns do )o*  do #()"*+o, (ss*' #o'o o ('*o, o"dno& 3& $oss d(do &'(
#"*'n*(. &
 ("+ d #(d( #o*s(, ("( 3& #o'ss' do*s d( #"*'n*(.

 A /!( d*ss n+7o ( s& $*!o, 3& sn+*(-s '&*+o n/"6on!(d(, o*s n7o '"#*( +(n+(s !on"("*(s  3&
n(3& d*( *"*( n#on+"("-s ' L o#( ("(
 ("( ond /7o os s"*+os dos 'o"+os0, #o' s& $*n(do soso.

2A ("+*" d !o:, 3&(ndo $*5"' &'( #"*'n*( ' '*n!( !on"(, d*6('9 N7 J&(6)(8 N7 s:( )' /*nd(80, 
/*"* "#)" (s o$"nd(s.2 - D*ss ( '&!".

N7 d*ss (*nd(, 3& $("*( o So +o"n("-s '(*s )"(ndo o& '(*s 3&n+, #o'(nd(ndo-o d #*'( d s& (J(Jo.

 A ("+*" d n+7o, "(*5(-s s'" o "*+&( d X N7 d(" #o'*d(  N70, 3&(ndo +"'*n(' os $s+*/(*s
F(n&*(.. 3
F(n&*(

ste ?tan de ?f" fundamenta a $ossibilidade de substituiç%o do sacrifcio de um ser !umano $elo de animais, o
#ue nos leva a concluir a $ossibilidade da substituiç%o do sacrifcio destes $or outros ti$os de oferendas, $artindo da
$remissa de #ue o ritual é criado $elo !omem e n%o $elos deuses.

?sto $osto, $assemos ao assunto #ue é, na verdade, o $rinci$al ob&etivo do $resente trabal!o, a a$resentaç%o
de uma vasta relaç%o de oferendas incruentas aos Orix"s e a outras entidades cultuadas no candomblé.

O assunto ser" tratado de forma direta, através de um receitu"rio contendo os ingredientes, o $rocedimento
$ rocedimento e o
ob&etivo de cada trabal!o, assim como + #ual entidade deve ser oferecido.
 ( Deois $as ceriKnias $e Nã, aqueles que reara os alien"os a ela ofereci$os, rece4e ua equena ar"e $es"es
alien"os, ar"e es"a que rece4e o noe $e le ou ele e que s o$e ser consui$a $eois que o o$un for servi$o. 1s"e
ri"o acoanha as ceriKnias Us $ivin$a$es na%K so4 o noe A"oo e Us $ivin$a$es fon so4 o noe $e Nu$i$e9.

: ( &"an cole"a$o or 2ernar$ Mauoil na re%ião on$e hoVe fica a a"ual Re@4lica $o 2enin e u4lica$o e sua a%n-fica o4ra
so4re o sis"ea oracular $e &f, 0LA GOMAN=& W LQAN=&NN =XP DS S=LAS0. 
=XP
 

24

OE!E"DA# A E$Ú

- (ara limeza da casa.

1ega-se um coco seco, $inta-se todo com u"&i, rola-se $ela casa de dentro $ara fora im$ulsionando-o com o $é
es#uerdo, como se fosse uma bola. Fuando c!egar na $orta da rua, $ega-se o coco com a m%o es#uerda, leva-se +
uma encruil!ada
encruil!ada aberta de #uatro es#uinas e ali, atira-se
atira-se o coco no meio da encruil!ada
encruil!ada com força, $ara #ue se
#uebre.

- (ara rolemas de infidelidade.

 Abre-se um coco seco em duas $artes. =entro dele coloca-se um $edaço de $a$el de embrul!o usado, no #ual
se escreveu, anteriormente, o nome da $essoa infiel. Acrescenta-se G gr%os de $imenta da costa6 um $ouco de aeite
de dend'6 um $ouco de mel6 mil!o torrado e $7 de $eixe defumado. Nec!a-se o coco e amarra-se com lin!a vermel!a
e lin!a branca, enrolando-se bem até #ue o coco fi#ue totalmente envolvido $ela lin!a. Coloca-se o coco diante de
x* e durante
durante WP dias acende-se
acende-se uma vela diariamente,
diariamente, $edindo
$edindo #ue a $essoa $ermaneça
$ermaneça fiel ao seu $arceiro.
$arceiro. <o
vigésimo $rimeiro dia des$ac!a-se numa encruil!ada. (Fuem n%o tem x* assentado $ode colocar o coco atr"s da
$orta da casa).

- (ara rolemas de saúde.


1inta-se um coco seco com efun e de$ois unta-se todo com ori-da-costa ou, na falta deste, manteiga de cacau.
Coloca-se o coco num $rato branco diante de x* e acende-se uma vela $edindo-se $ela sa*de da $essoa enferma.
 A vela deve
deve ser substituda todos os dias, + mesma !ora,
!ora, e o $edido reiterado. <o sétimo dia, logo #ue a vela
vela termine,
o coco deve ser levado e des$ac!ado na entrada de um cemitério.

- Defesa contra inJeNa e olPo-rande.

Coloca-se um coco seco com uma vela acesa em cima, onde dever" $ermanecer $or tr's dias consecutivos.
<o terceiro dia, des$ac!a-se numa encruil!ada de #uatro es#uinas.

- (ara desenJolJimento econQmico.

 Abre-se um coco do #ual se corta #uatro $edaços mais ou menos iguais. stes #uatro $edaços, de$ois de
bem lavados,
lavados, s%o colocados num $rato com a $arte branca $ara cima. 4obr
4obre
e cada $edaço de coco coloca-se
coloca-se um
$ou#uin!o de mel de abel!as, um $ou#uin!o de aeite de dend' e um gr%o de $imenta-da-costa. Coloca-se o $rato
diante de x*, ou atr"s da $orta e acende-se uma vela de sete dias. <o sétimo dia, des$ac!a-se tudo (inclusive o
$rato) numa mata.

- (ara oter um amor.

5omar
5omar ban!o de "gua de rio misturada + "gua de coco verde durante cinco dias
d ias seguidos.

- (ara rolemas de NustiRa.

screve-se, num $a$el de embrul!o usado, os nomes das $essoas interessadas na #uest%o, dos advogados e
do &ui. Abre-se um coco seco $elo meio e coloca-se dentro o $a$el com os nomes escritos6 mil!o torrado6 WP gr%os
 

25

de $imenta-da-costa6 mel de abel!as6 aeite de dend' e $7 de efun. Nec!a-se o coco e enrola-se muito bem enrolado
com lin!a $reta e lin!a branca. Coloca
Coloca-se
-se num $rato diante de x*, acende-se
acende-se uma vela #ue se renova
renova durante
durante WP
dias. <o final dos WP dias des$ac!a-se numa mata.

- (ara melPorar a sorte.

9ala-se um coco seco e es$reme-se a massa num $ano branco. O sumo obtido é misturado a um co$o de leite
de cabra. 2istura-se com "gua de rio e toma-se tr's ban!os no mesmo dia, sendo um $ela man!%, um + tarde e um
+ noite.

- (ara aaziuar Exú.

Corta-se um coco seco ao meio, no sentido !oriontal. ;ma das metades é c!eia de mel de abel!as, a outra é
c!eia de aguardente. Arreia-se aos $és de x* com uma vela acesa. <o terceiro dia des$ac!a-se nas "guas de um
rio.

- (ara liJrar uma essoa ameaRada de risFo.

=ois $ombos brancos6 ori6 fita branca6 fita vermel!a6 fita aul e fita amarela.

<uma mata fec!ada, unta-se as $ernas dos $ombos com a manteiga de ori6 amarra-se um lacin!o de cada fita
nas suas duas $atas6 $assa-se os bic!os no cor$o da $essoa e solta-se com vida.  $reciso ter muito cuidado $ara
n%o mac!ucar os animais.

- (ara liJrar alum da risFo ou de rolemas com a NustiRa.

;m boneco de $ano branco do sexo da $essoa $ara #uem se vai faer o trabal!o. =entro do boneco, se coloca
o seguinte/ ;m $a$el com o nome da $essoa6 Q gr%os de ataré6 Q gr%os de mil!o torrados6 $7 de $eixe defumado6 um
$edacin!o de couro de onça ou de outro felino de grande $orte6 um ovo de codorna inteiro e um $edacin!o do talo de
comigo-ninguém-$ode. Costura-se o boneco e se deixa diante de x* dentro de um alguidar com $ad' de mel. O
$ad' deve ser renovado a cada sete dias e o boneco $ermanecer" ali, até #ue o $roblema este&a resolvido.
4olucionada a #uest%o, o boneco deve ser levado $ara dentro de uma delegacia de $olcia, $ara ali ser deixado. <a
volta oferece-se a x* sete roletes de cana, dentro de um alguidar com $ad' de aguardente.
 

26

OE!E"DA# A EG+"

- OuidS.

Coloca-se de mol!o, numa $anela de barro, uma #uantidade de farin!a de mil!o bem fina (mil!arina). sta
farin!a dever" $ermanecer de mol!o $or dois ou tr's dias até #ue fermente. ;ma ve fermentada, acrescenta-se
canela em casca6 anis estrelado em $7 (1im$inella anisum, .),6 baunil!a ($idendrum vanilla, .) e aç*car mascavo.
Coin!a-se em fogo lento.

Fuando tudo tiver ad#uirido a consist'ncia de uma massa, retira-se do fogo e enrola-se em fol!as de mamona
(9icinus communis, .). =e$ois de enroladas e bem amarradas $ara #ue n%o se abram, coloca-se uma $anela com
"gua $ara ferver. Assim #ue a "gua estiver fervendo, coloca-se dentro, as trouxin!as, deixando #ue coin!em durante
#uine minutos, retirando-se em seguida e colocando-se de lado $ara #ue esfriem. Fuando estiverem frias, retira-se o
inv7lucro de fol!as e arruma-se numa travessa de barro, regando-se com bastante mel.

=eve-s
=eve-se
e faer
faer sem
sem$re
$re,, um n*mero
n*mero de nove
nove oguid
oguidss ou ent%o,
ent%o, o n*mero
n*mero corres$o
corres$onde
ndente
nte ao Odu #ue
determinou a oferenda.

ntrega-se a gun na $orta do cemitério ou nos $és de uma "rvore seca.

- Olele

=eixar, $or G dias, uma $orç%o de fei&%o fradin!o (0igna sinensis, ndl.) de mol!o na "gua.

<o terceiro dia, moe-se o fei&%o fradin!o no li#Hidificador usando a menor #uantidade de "gua $ossvel, $ara
#ue a massa resultante fi#ue bem es$essa.

9efoga-se, numa $anela + $arte, uma cebola, $iment%o vermel!o, comin!o, orégano e tomate. Fuando tudo
estiver bem refogado, &unta-se W ovos e deixa-se no fogo $or mais um tem$o, mexendo sem$re, com uma col!er de
$au. 5ira-se do fogo e coloca-se, com a col!er, $e#uenas $orções em fol!as de mamona, embrul!ando-se em forma
de trouxin!as. Coloca-se as trouxin!as $ara ferver durante WU minutos, de$ois do #ue, retira-se da "gua e deixa-se
esfriar. =e$ois de frias, retira-se as fol!as de mamona, arreia-se nos $és de gun e, no terceiro dia, retira-se e
enterra-se num terreno baldio ou dentro de uma mata.

?m$ortante/ As comidas oferecidas a gun n%o levam sal, com exceç%o da#uelas feitas $ara o consumo das
$essoas, das #uais retira-se uma $e#uena $orç%o $ara oferecer a gun.
 gun.

- Oferenda de coco a Eun ara reNudicar uma essoa.

1ega-se um coco seco grande, abre-se um dos ol!os de forma #ue se $ossa introduir $elo buraco, de$ois de
retirada a "gua, o seguinte/ ;m $a$el com o nome da $essoa, sua foto ou um $edaço de $ano de sua rou$a, $7 de
osun6 Y $imentas-da-costa6 um $ouco de terra de cemitério6 um $ouco de terra de encruil!ada6 um $ouco de $oeira
da casa ou do #uintal da $essoa #ue se #uer atingir6
atingir6 um $ouco de 7leo de cobra6 um $edaço de osso !umano6 um
$edacin!o do talo da fol!a de comigo-ninguém-$ode6 Y gr%os de mil!o torrado.
 

27

=e$ois #ue tudo estiver dentro, ta$a-se o buraco do coco com um $edacin!o de $au ou uma rol!a de cortiça.
Coloca-se o coco dentro de um alguidar $e#ueno e arreia-se diante de gun. =urante Y dias seguidos, acende-se
uma vela +s PW !oras, outra +s PT e uma terceira +s WZ !oras. <o fim dos Y dias, leva-se a um rio e atira-se nas
"guas.

ste trabal!o é muito $erigoso e $re&udicial, s7 devendo ser feito em casos extremos.

- *raalPo ara afastar um inimio com a aNuda de Eun

;m gal!o de ir@o (C!loro$!ora


(C!loro$!ora xcelsa) de a$rox
a$roximadam
imadamente
ente P metro.
metro. <uma das extremida
extremidades,
des, fa-se, no
sentido longitudinal, uma abertura de uns PR centmetros.

<um $a$el branco, escreve-se Y vees, o nome da $essoa #ue se dese&a afastar.

;m $edaço de $ano vermel!o6 Y $imentas-da-costa6 um $ouco de $elo de gato $reto6 um $ou#uin!o de


aougue6 um $ou#uin!o de alcatr%o6 Y agul!as6 Pm. de fita vermel!a6 Pm. de fita branca6 Pm. de fita amarela6 Pm. de
fita aul6 Y gr%os de mil!o torrado6 um $ouco de osun6 um $ouco de u"&i6 um $edaço de osso !umano e um carretel
de lin!a $reta.

Coloca-se todos os ingredientes dentro do $a$el onde se escreveu o nome das $essoas e fa-se um embrul!o
enrolado, em forma de c!aruto. mbrul!a-se novamente, com o $ano vermel!o e enrola-se com a lin!a $reta, usando
toda a lin!a do carretel. O embrul!o é ent%o, enfiado na fenda aberta na $onta do gal!o de ir@o. m seguida,
$rende-se bem, enrolando, $rimeiro a fita branca, de$ois a aul, de$ois a amarela e finalmente, a vermel!a, d
dee forma
#ue o embrul!in!o fi#ue bem $reso ao gal!o. ?sto feito, coloca-se o gal!o num $rato branco #ue ser" arriado diante
de gun. =urante Y dias renova-se a vela. <o fim dos Y dias leva-se ao cemitério e es$eta-se o gal!o, com a $onta
onde est" o embrul!o, numa se$ultura fresca, $edindo ao gun ali enterrado #ue afaste a $essoa $ara bem di
distante.
stante.

OE!E"DA# A OG+"

- (ara aaziuar Oun. 1re$ara-se sete ec7s, coloca-se num alguidar com uma moeda corrente e um gr%o de
ataré em cima de cada um. =e$ois de arrumados, acrescenta-se aeite de dend', mel de abel!as e manteiga de
cacau derretida. :unta-se, dentro do alguidar, bastante mil!o torrado e rega-se com aguardente. Arreia-se diante de
Ogun com uma vela de sete dias. =es$ac!a-se numa via férrea.

- (ara eJitar derramamento de sanue.

4ete $eixes frescos, sem serem lim$os, a$enas lavados em "gua corrente. Os $eixes s%o arrumados numa
travessa de barro com as cabeças voltadas $ara fora. 4obre eles coloca-se/ aeite de dend'6 mel de abel!as6 ori-da-
costa derretido6 melado de cana e sete gr%os de ataré (um sobre a cabeça de cada $eixe). Arreia-se nos $és de
Ogun, com uma vela acesa, durante algumas !oras (o tem$o suficiente $ara #ue a vela se #ueime toda). =e$ois
disto, $assa-se os $eixes na $essoa $ara a #ual se est" solicitando a $roteç%o de Ogun. A $essoa deve ficar des$ida,
resguardadas as $artes mais ntimas. 5erminada a lim$ea coloca- se os $eixes numa fol!a de $a$el $ardo e se
des$ac!a numa lin!a de trem.
 

28

- (ara oter roteRFo contra TualTuer tio de tradia.

;m $eixe $argo de bom taman!o6 aeite de dend'6 gin6 mel de abel!as6 mil!o torrado6 fei&%o fradin!o torrado e
ori-da-costa. Coloca-se o $eixe numa travessa ou assadeira de barro6 cerca-se com o mil!o e o fei&%o torrados6
tem$era-se com os ingredientes relacionados. Arreia-se diante de Ogun com velas acesas. =e$ois de tr's !oras,
des$ac!a-se numa mata.

- (ara oter uma raRa TualTuer do Orixá Oun. P in!ame-do-norte coido6 arro cru6 ori-da-costa6 aeite de
dend'6 mel de abel!as6 melado de cana6 Q $imentas ataré e gin. Amassa-se o in!ame coido e mistura-se a massa
obtida com o ori-da-costa e o arro. Com esta massa, $re$aram-se, modelando-se com as m%os, Q bolas #ue, de$ois
de $rontas, ser%o arrumadas num alguidar de barro onde &" se colocou o mil!o torrado. Acrescenta-se os demais
ingredientes e oferece-se a Ogun, diante de seu igb"
i gb" onde dever" $ermanecer $or sete dias. =es$ac!a-se na mata.

- (ara aaziuar Oun. 1ara acalmar a ira deste Orix", basta oferecer-l!e uma melancia aberta e regada com
melado de cana.

- (ara Tue Oun defenda uma casa de malefScios.

;ma faca de aço é colocada no fogo até #ue fi#ue em brasa. Fuando a lmina da faca estiver acesa, $ega-se,
coloca-se em cima de Ogun e derrama-se sobre ele aeite de dend' de forma #ue o aeite escorra sobre a
ferramenta do Orix". sta faca é embrul!ada em $ano vermel!o &unto com os seguintes ingredientes/ P fava de ataré
inteira6 Q gr%os de mil!o torrados6 sete $edacin!os de coco seco e um $ouco de u"&i. nvolve-se tudo, inclusive a
faca, no $ano vermel!o e enrola-se, bem enrolado, com lin!a verde e lin!a aul. 4omente a lmina da faca dever"
ser enrolada $elo $ano e $elas lin!as, o #ue formar" uma es$écie de bain!a. ste fetic!e dever" $ermanecer atr"s
da $orta da casa e, todas as vees em #ue Ogun comer, dever" ficar &unto com ele, no igb", durante todo o tem$o do
or e en#uanto durar o $receito.

- (ara aradar OunL 1ega-se Q ovos de codorna, unta-se com aeite de dend', mel de abel!as e $7 de efun.
Coloca-se num $rato de barro, es$al!a-se $or cima fumo de rolo desfiado e mol!a-se com gin. =eixa-se diante de
Ogun durante sete dias com uma vela acesa. =es$ac!a-se na mata.

- (ara eJoluir ou oter uma raRa. 1ega-se uma melancia inteira, corta-se um #uadradin!o em forma de
cubo (sem abrir a fruta)6 se$ara-se o cubin!o6 escreve-se, em $a$el de embrul!o, o #ue se dese&a6 coloca-se o $a$el
no buraco feito na melancia6 ta$a-se o buraco com o $r7$rio $edaço extrado dali6 arreia-se nos $és de Ogun,
deixando ali $or G dias. =urante estes tr's dias, acende-se uma vela e $ede-se a Ogun o #ue se dese&a. =es$ac!a-
se na lin!a do trem.

- (ara oter roteRFo essoal de Oun. =eixar, durante Q dias, um coco seco dentro do assentamento de
Ogun. <o sétimo dia, retira-se o coco, #uebra-se, retira-se a $ol$a, descasca-se, rala-se, es$reme-se com um $ano
branco e virgem. Ao sumo obtido acrescenta-se meio litro de leite de cabra, mistura-se num reci$iente com "gua de
c!uva e "gua de rio (meio a meio)6 acrescenta-se ainda/ ;m co$o de "gua de coco verde6 um co$o de caldo de cana6

sete col!eres de mel de abel!as e sete col!eres de melado de cana. 2istura-se bem, e deixa-se o reci$iente diante
de Ogun, $or tr's !oras, com uma vela acesa. =e$ois de decorridas as tr's !oras, toma-se ban!o com o l#Hido
 

29

(inclusive a cabeça)6 deixa-se o ban!o secar no cor$o durante meia !ora e de$ois, toma-se ban!o com "gua lim$a e
sab%o da costa. A $essoa deve usar somente rou$as brancas nos sete dias seguintes e, no mesmo $erodo, ter" #ue
acender velas, bater cabeça e rogar a $roteç%o do Orix".

OE!E"DA# A O$O##I

- (ara resolJer rolemas de NustiRa.

<um $ano branco coloca-se os seguintes ingredientes/ Q gr%os de mil!o torrados6 Q gr%os de a
ataré6
taré6 Q $imentas
malagueta6 $7 de $eixe defumado6 um $edaço de talo de comigo-ninguém-$ode6 Q fol!as de !ortel% e um $a$el com
o nome da $essoa #ue est" sendo tratada.

Na-se um embrul!o com o $ano branco, amarra-se bem com barbante virgem, $assa-se no cor$o da $essoa e
deixa-se no igb" de Ox7ssi até #ue o $roblema este&a resolvido.

9esolvido o $roblema, a $essoa beneficiada dever" oferecer uma comida seca ao Orix", de acordo com a
orientaç%o obtida no or"culo.

- (ara oa sorte.

<uma travessa
travessa de barro,
barro, coloca-se sete $eixes
$eixes frescos
frescos inteiros com as escamas. 1or cima coloca-se/
coloca-se/ mil!o
torrado6 melado de cana6 aeite de dend' e efun ralado. =eixa-se nos $és de Ox7ssi $or tr's !oras e, em seguida,
leva-se a um mata e arreia-se aos $és de uma $almeira ou co#ueiro.

- (ara rolemas de saúde.

;nta
;nta-s
-se
e sete
sete ovos
ovos de ga
galilin!
n!a
a d[an
d[ango
gola
la com ori-
ori-da
da-c
-cos
osta
ta66 coloc
coloca-
a-se
se dent
dentro
ro dum
dum algu
alguida
idarr dian
diante
te do
assentamento de Ox7ssi e coloca-se, sobre eles, um $ouco de aeite de dend'6 melado de cana6 licor de anis6 fumo-
de-rolo desfiado e bastante $7 de efun. 5odos
5odos os dias, durante sete dias, $assa-se um dos ovos na $essoa enferma e
se$ara-se $ara outro alguidar #ue dever" ficar atr"s do igb". <o sétimo e *ltimo ovo, coloca-se tudo num $ano aul-
claro, amarra-se em forma de trouxa, leva-se + uma mata e des$ac!a-se num tronco de "rvore seca.

- (ara estailidade financeira.


Oferece-se, a Ox7ssi, uma melancia aberta no meio e regada de melado de cana6 deixa-se diante de Ox7ssi
$or tr's dias e des$ac!a-se numa mata.

- (ara falta de dinPeiro.

1ega-se sete cocs secos, $inta-se de branco (efun) as $artes de cima e de aul (u"&i) as $artes de baixo.
Coloca-se os sete cocs num alguidar grande e, durante sete dias, vai-se $assando um coco $or dia no cor$o, tendo-
se o cuidado de se$arar os cocs utiliados $ara outro alguidar. =e$ois de $assar o *ltimo coco, enrola-se o alguidar 
com os sete cocs num $ano aul claro e des$ac!a-se em "gua corrente. ;ma vela de sete dias dever" $ermanecer 
acesa durante o tem$o em #ue os cocs estiverem diante de Ox7ssi.
 

30

- (ara oter uma raRa TualTuer.

4ete rom%s (1unica granatum, .)6 melado de cana6 aeite de dend'6 anis estrelado e efun ralado. Coloca-se
os rom%s abertos dentro de um alguidar e, sobre eles, os ingredientes relacionados. =eixa-se diante de Ox7ssi $or 
sete dias com uma vela acesa, de$ois, des$ac!a-se
d es$ac!a-se numa mata.

- (ara asseurar oa sorte.

=escasca-se e frita-se ligeiramente, em gordura de coco, sete cebolas de casca vermel!a. Arruma-se tudo
numa $anela de barro e cobre-se com anis estrelado em $76 melado de cana6 aeite de dend'6 $7 de $eixe defumado
e mil!o torrado. Arreia-se nos $és de Ox7ssi com duas velas de sete dias acesas. =e$ois de sete dias des$ac!a-se
na mata sem desarrumar o adim*.

- (ara aradar e aaziuar Oxssi.

1re$ara-se sete ec7s. m cada um deles coloca-se um gr%o de atar', uma moeda de $e#ueno valor6 uma fava
de anis estrelado e uma $itadin!a de efun ralado. Arruma-se num alguidar e rega-se com aeite de dend' e um
$ouco de vin!o branco. ntrega-se
ntrega-se a Ox7ssi
Ox7ssi com uma vela de sete dias e, de$ois deste $erodo,
$erodo, des$ac!a-se
des$ac!a-se nos
$és de uma amendoeira.

- (ara aradar Oxssi.

4ete es$igas de mil!o verde, grandes e tenras, s%o assadas na brasa. As fol!as #ue envolvem as es$igas s%o
se$aradas $ara forrar o alguidar em #ue ser" oferecido o adim*. Assim #ue as es$igas forem retiradas do braseiro,
ainda #uentes, s%o regadas, uma a uma, com aeite de dend', gordura de coco, melado de cana, um $ouco de licor 
de rom% e $7 de $eixe defumado. =e$ois disto arruma-se com as $ontas mais finas $ara cima, no alguidar &" forrado
com as fol!as das es$igas. Coloca-se, dentro do alguidar, amendoim torrado e rega-se tudo com vin!o branco.
ntrega-se a Ox7ssi com uma vela de sete dias. <o fim de sete dias, des$ac!a-se numa mata.

OE!E"DA# A ,OG+"ED0

- (amonPa Tue se oferece a ,ouned.

9ala-se sete es$igas de mil!o verde bem tenras. \ massa obtida acrescenta-se coco ralado e aç*car. nvolve-
nvolve-
se a massa nas fol!as mais tenras #ue envolvem as es$igas, formando uma es$écie de trouxin!a #ue se amarra em
cima com $al!a da costa. 2ergul!a-se as trouxin!as em "gua fervente e retira-se logo em seguida. =eixa-se esfriar,
abre-se as trouxin!as, arruma-se numa travessa ou $rato de louça. Ao redor coloca-se fatias de coco seco cortado
em tiras, rega-se com bastante mel e oferece-se ao Orix". =es$ac!a-se numa cac!oeira.

- (ara aradar ,ouned.

1re$ara-se uma massa de mil!o verde igual + da receita anterior, dis$ensando-se o aç*car. 9efoga-se uma
boa #uantidade de camar%o seco em 7leo de mil!o acrescentando-se cebola branca, $iment%o doce, tomate, coentro
$icadin!o, vin!o branco e um $ouco dX"gua $ara faer o mol!o. Coloca-se a massa numa tigela e cobre-se com o
mol!o. nfeita-se com Q camarões inteiros crus e fol!as de !ortel%.
!ortel%.
 

31

- (ara oter uma raRa.

1ega-se um $eixe dourado, lim$a-se bem, retira-se as escamas e rec!eia-se com mil!o verde (gr%os)6 mil!o
torrado6 cebola branca $icada6 $edacin!os de coco seco e P ob $icado em $edacin!os $e#uenos. Costura-se o
$eixe, tem$era-se com aeite de oliva e aeite de dend'6 orégano em $76 coentro e vin!o branco. Coloca-se $ara
assar no forno. Fuando o $eixe estiver assado, retira-se do forno, coloca-se numa travessa e cerca-se de agri%o

ligeiramente
ligeiramente fervido. <a boca do $eixe introdu-
introdu-se
se um $a$el com o $edido da graça #ue se dese&a obter. Cobr
Cobre-se
e-se
com bastante mel de abel!as e vin!o branco. Arreia-se nos $és de ogun e, no dia seguinte, des$ac!a-se num rio de
"guas lim$as.

- (ara aradar ,ouned.

 Assa-se, num braseiro, Q es$igas de mil!o verde. Coin!a-se,


Coin!a-se, + $arte, uma $orç%o de fei&%o fradin!o mist
misturado
urado
com a mesma #uantidade de amendoim. 1ega-se o fei&%o coido com o amendoim e coloca-se num alguidar6 arruma-
se as es$igas assadas com as $ontas $ara fora6 rega-se com mel de abel!as6 aeite de dend' e vin!o branco. =eixa-
se $or tr's dias diante do igb" do Orix" e des$ac!a-se dentro de uma mata.

- (ara aradar ,ouned.

Coin!a-se uma boa #uantidade de mil!o seco em "gua $ura. 1ega-se sete camarões gra*dos, aferventa-se
ligeiramente também em "gua $ura. 1re$ara-se um mol!o id'ntico ao descrito no adim* n*mero W. Coloca-se o mil!o
coido numa travessa ou tigela branca6 arruma-se os camarões em cima e cobre-se com o mol!o. nfeita-se com
fol!as de agri%o e rega-se com mel de abel!as e vin!o branco. Arreia-se diante de ogun e des$ac!a-se, tr's dias
de$ois, na beira de um rio ou dentro de uma mata.

- (ara atrair uma essoa.

1ega-se um coco seco, retira-se a "gua e abre-se, num dos ol!os do coco, um bu
buraco
raco onde $ossam $assar os
seguintes ingredientes/ ;m $a$el com o nome das $essoas interessadas6 sete favas de anis estrelado6 sete
$edacin!os de lrio florentino6 sete col!eres de café de "gua-de-flor-de-laran&a6 a mesma medida de melado de cana6

a mesma medida de mel de abel!as6 sete $edacin!os de aç*car cndi6 sete gotas de baunil!a6 sete fol!in!as de
!ortel%6 sete $étalas de rosa amarela e sete gotas de ess'ncia de rosas. Com$leta-se com vin!o branco. Nec!a-se o
buraco com um $edacin!o de madeira e veda-se com cera de abel!as derretida. nfeita-se o coco com laços de fitas
amarelas e auis, leva-se + uma cac!oeira e coloca-se em baixo da #ueda dX"gua. Antes de levar, o coco deve ser 
a$resentado ao Orix".

OE!E"DA# A IUEMA"V%

- Adimú ara se oter uma raRa.

 Arruma-se sete es$igas de mil!o verde assadas dentro de uma $anela de barro com o seguinte/ 4ete bolas de
fei&%o fradin!o coido, amassado e ligado com farin!a de acaç"6 sete biscoitos de araruta6 sete bananas da terra
cortadas no sentido longitudinal e fritas em gordura de ori-da-costa6 sete bolas de mingau de mil!arina adoçado com
aç*car mascavo. =e$ois de tudo arrumado dentro da $anela rega-se com bastante mel de abel!as e oferece-se +
 

32

?3eman&", acendendo-se duas velas. =eixa-se de um dia $ara o outro, embrul!a-se num $ano branco e leva-se $ara
o mar.

- (ara resolJer uma situaRFo imossSJel.

Coin!a-se um in!ame grande até #ue fi#ue bem macio. Coloca-se num reci$iente #ual#uer e amassa-se com
um garfo. \ massa obtida acrescenta-se/ farin!a de mil!o bem grossa6 meio co$o de melado de cana6 um $ou#uin!o
de aeite de dend' e um $ouco de mel de abel!as. 2istura-se tudo muito bem e modela-se Q bolas, #ue s%o
arrumadas numa travessa branca. 4obre as bolas des$e&a-se bastante melado de cana6 $7 de efun e $7 de $eixe
defumado. Oferece-se, diante do igb", com uma vela acesa, deixando $or sete dias.
di as. =es$ac!a-se na beira do mar.

- (ara oter uma raRa.

1ega-se um mel%o bem grande, abre-se uma tam$a no alto e retira-se a $ol$a. Coloca-se, dentro da fruta, os
seguintes ingredientes/ 4ete bolin!as de mil!o vermel!o6 sete bolas de in!ame6 sete rodelas cortadas de uma es$iga
de mil!o verde6 sete $eixin!os secos6 sete cebolas brancas $e#uenas6 sete bolas de arro branco coido6 sete
bolin!as $e#ueninas de ori-da-costa6 sete col!eres de 7leo de am'ndoa-doce6 mel de abel!as e melado de cana.
Coloca-se o mel%o num $rato grande ou bande&a forrada com $ano branco, diante de ?3eman&" e acende-se sete

velas #ue devem ser renovadas $or sete dias, tem$o em #ue o adim* $ermanecer" diante do Orix". =es$ac!a-se na
beira do mar.

- (ara oter saúde ou estailidade financeira.

Colocar dentro de uma travessa de barro/ 4ete $argos frescos bem $e#uenos6 sete gr%os de ataré6 sete gr%os
de mil!o torrado6 sete moedas correntes6 um $ouco de $7 de osun6 sete agul!as de croc!et6 um $ouco de areia da
$raia6 sete col!eradas de aeite de am'ndoas6 sete col!eres de mel de abel!as e sete col!eres de melado de cana.
ntrega-se + ?3eman&" na desembocadura de um rio com o mar. O mesmo adim* $ode ser oferecido + Olo@un. <este
caso substitui-se as agul!as de croc!et $or an7is e se entrega diretamente nas "guas, em alto mar.

- (ara Tue IemanNá traalPe em faJor de alum.

Colocar-se, aos $és de ?3eman&", uma cesta com frutas variadas, cobre-se tudo com bastante fol!as de
beldroega (1lanta !erb"cea, da famlia das cariofileas). =eixa-se, diante do Orix", durante sete dias com uma vela
votiva acesa. Nindo o $rao, leva-se + uma $raia e arreia-se na areia com sete velas acesas.

- (ara firmar a caeRa de uma essoa.

Coloca-se a so$eira de ?3eman&" no solo, sobre uma esteira forrada de branco. m volta coloca-se nove $ratos
brancos. =entro de cada $rato coloca-se um ovo de $ata (cru)6 um $ouco de mel de abel!as sobre os ovos6 uma
$e#uena $orç%o de coco ralado e uma $itadin!a de $7 de efun. Ao lado de cada ovo, dentro dos $ratos, acende-se
uma vela de sete !oras. A $essoa, de$ois de lim$a e lavada com omi er7 de fol!as frescas de ?3eman&", veste uma
rou$a branca e deita-se no #uarto do Orix" $or uma noite. <o dia seguinte colocam-se os ovos dentro de uma
cestin!a de $al!a e des$ac!a-se no mar, na sétima onda #ue bater.
 

33

- (ara resolJer TualTuer tio de rolema.

1ega-se WP frutas de diferentes es$écies, $ica-se em $edaços bem $e#uenos e mistura-se dentro de uma
tigela branca. 1re$ara-se um coido com vinte e um diferentes ti$os de legumes bem $icados e coidos em "gua
$ura. 4e$ara-se os legumes em outra tigela branca. Coin!a-se, em "gua sem sal, vinte e um diferentes ti$os de
gr%os como/ mil!o, can&ica, fei&ões de todos os ti$os (menos $reto), so&a, arro, etc. e se$ara-se tudo numa outra

tigela. Coloca-se tudo dentro de um balaio, deixando #ue as coisas se misturem. 1or cima coloca-se um $argo fresco
de taman!o médio, em cu&a boca, introdu-se um ob bat". nfeita-se tudo com fol!as de beldroegas e vinte e uma
rosas brancas. 4al$ica-se vin!o branco em cima, enfeita-se com fitas brancas, rendas, etc. eva-se + $raia
$ raia e entrega-
se + ?3eman&", com muito or e cantigas do
d o Orix".

- (ara calar a oca de uma essoa maledicente.

9etira-se um cubin!o da casca de uma melancia, com o auxlio de uma fa#uin!a. <o bura#uin!o, introdu-se
um $a$el com o nome da $essoa de lngua ferina e ta$a-se com o $edaço #ue dali foi retirado. =eixa-se, durante
#uatro dias nos $és do Orix", de$ois do #ue, leva-se a uma lin!a de trem deixando ali, de forma #ue a fruta se&a
esmagada $elo trem.

- Adimú ara aradar IemanNá e oter sua roteRFo.


=escasca-se sete cebolas brancas e frita-se, ligeiramente, em a
aeite
eite de am'ndoas. =e$ois de bem douradas
as cebolas, abre-se nelas, com uma fa#uin!a, um buraco onde se introdu um $a$el com o $edido #ue se dese&a
obter e um gr%oin!o de ataré. Coloca-se as cebolas num $rato branco e se acrescenta, sobre elas, os seguintes
ingredientes/ 2el de abel!as6 melado de cana6 um $ouco de vin!o branco6 um $ouco de vin!o tinto suave e bastante
mil!o torrado. =eixa-se, durante sete dias, diante do igb" do Orix", sem$re com velas acesas. =es$ac!a-se na beira
da $raia.

- (ara oter uma raRa com aNuda de IemanNá.

<uma cesta de vime forrada de $ano aul, coloca-se sete $eixes fritos em aeite de am'ndoa6 sete bananas da

terra verdes6 sete $un!ados de can&ica coida6 sete bolos de arro6 sete $edaços de coco seco6 sete ec7s6 sete oleies
e sete moedas brancas. nfeita-se tudo com flores brancas e entrega-se + ?3eman&" diretamente na $raia, com velas
acesas e uma taça de vin!o branco.

- (ara aradar e aaziuar.

Corta-se sete rom%s ao meio. =entro de cada um deles se coloca uma moeda e um gr%o de ataré. Arruma-se
as frutas dentro de uma $anela de barro,
barro, derrama-se
derrama-se $or cima/ aeite de dend', mel de abel!as,
abel!as, melado de cana,
vin!o branco e sete balas de leite ou de coco. =eixa-se durante sete dias diante do igb" de ?3eman&" e, de$ois,
des$ac!a-se dentro do mar.

- (ara aressar a soluRFo de TualTuer tio de rolema.

;m $eixe $argo bem assado é colocado numa travessa de barro e recoberto com rodelas de banana-da-terra
$reviamente coidas. =entro do $eixe &" estar" um $a$el no #ual se escreveu o dese&ado. 1or cima de tudo, derrama-
 

34

se melado de cana e vin!o branco. A $anela deve ficar c!eia até a borda. =eixa-se, durante sete dias diante de
?3eman&" e de$ois, des$ac!a-se em $edras onde as ondas do mar estouram.

- (ara aradar IemanNá.

Norra-se uma travessa de barro ou de louça com fol!as de alface e sobre elas arruma-se/ Q ec7s6 Q oleles6 Q
oguids6 sete acaç"s de mil!o vermel!o desembrul!ados6 sete $edaços de coco seco6 sete es$igas de mil!o assadas6
sete moedas6 sete bolin!as de ori-da-costa. =e$ois de tudo arrumado na travessa tem$era-se com aeite de dend',
mel de abel!as, melado de cana, ataré, $7 de efun e vin!o branco. ste adim* $ermanece, durante sete dias, diante
do igb" do Orix" com duas velas acesas. =es$ac!a-se nas "guas de um rio.

- (ara alcanRar uma raRa imossSJel

Coloca-se, dentro de um co$o de cristal, um $a$el onde se escreveu o #ue se dese&a obter. nc!e-se o co$o
com melado de cana misturado a vin!o branco. Coloca-se diante de ?3eman&" e cobre-se com um $ano branco
virgem. 1or cima coloca-se um $rato branco sobre o #ual se acender" uma vela todos os dias, durante WP dias. Nindo
este $rao o co$o com seu conte*do, o $ano e o $rato, ser%o levados + uma $raia e atirados ao mar, o mais longe
$ossvel.

OE!E"DA# A O$+"
- (ara atrair uma essoa.

 Abre-se uma cabaça ao com$rido, lim$a-se bem retirando todas as sementes e as $elculas de seu interior e
se coloca dentro/ O nome da $essoa #ue se #uer atrair escrito em $a$el de embrul!o6 U agul!as de coser6 U
$edacin!os de gal!o de ir@o6 U gr%os de $imenta-da-costa6 um $ouco de mil!o torrado6 uma $itadin!a de $7 de
osun6 uma $itadin!a de sal de coin!a6 mel de abel!as6 suco de um lim%o galego (Citrus medica, 9issus)6 $7 d
dee $eixe
defumado e $7 de $re" defumada. Nec!a-se a cabaça unindo as duas $artes com um laço de fita amarela6 coloca-se
sobre um $rato branco diante do igb"-Oxun e, durante WU dias, + mesma !ora, acende-se uma vela em cima da
cabaça $edindo ao Orix" #ue traga a $essoa dese&ada. <o vigésimo #uinto dia, de$ois #ue a vela acabar, des$ac!a-

se nas "guas de um rio.


- (ara oter-se uma raRa TualTuer.

<um $rato branco arruma-se/ U ovos de galin!a crus6 U fol!as de verbena (i$ia citriodora)6 uma conta de coral6
um $edaço de aevic!e6 um mol!o de agri%o #ue dever" ser arrumado em volta do $rato, formando uma rodil!a.
Cobre-se tudo com bastante mel de abel!as, sal$ica-se $7 de efun e arreia-se aos $és de Oxun com U velas acesas
ao redor. ste adim* $ermanece $or cinco dias nos $és do Orix" e é des$ac!ado numa cac!oeira.

- (ara aaziuar Oxun. ;m mam%o bem maduro aberto ao meio, do #ual se retira todas as sementes. nfeita-
se o mam%o $or dentro
dentro e $or fora com ramos de salsa6 coloca-se
coloca-se dentro do mam%o U gemas de ovos de galin!a e
cobre-se com bastante mel de abel!as. :unta-se as duas $artes do mam%o e coloca-se, sobre um $rato, diante de
Oxun, com duas velas acesas. <o dia seguinte
se guinte des$ac!a-se num rio.
 

35

- (ara aradar e oter uma raRa. Coin!a-se um in!ame, amassa-se e mistura-se fol!as de agri%o bem
$icadin!as. Com a $asta modela-se U bolas. =e$ois de $rontas as bolas de in!ame, rola-se as mesmas sobre farin!a
de acaç" até #ue fi#uem bem envolvidas. <uma travessa de barro, arruma-se as U bolas de in!ame ao redor de um
$argo assado ao forno. 4obre cada bola coloca-se uma $imenta ataré, uma moeda, um gr%o de mil!o e uma $étala
de rosa amarela. 9ega-se com um $ou#uin!o de aeite de mil!o e bastante mel de abel!as, enfeita-se com gal!os e

fol!as de agri%o mi*do.


- Balaio ara aradar Oxun. 1ega-se um balaio grande com alça e enfeita-se + gosto com $anos, fitas e
rendas amarelas. 1ronto o balaio, coloca-se dentro dele diversos ti$os de frutas, sem$re em cinco unidades.
 Acrescenta-se ainda bastante caramelos de leite e enfeita-se com fol!as de !ortel%. <o meio das frutas coloca-se
uma boneca vestida de amarelo, re$resentando a $r7$ria Oxun. =eixa-se diante do Orix" $or oito dias, findo os #uais,
des$ac!a-se numa cac!oeira. A boneca ficar", $ara sem$re, &unto ao igb".

- (ara oter uma raRa. 1ega-se cinco laran&as lima e, sem descasc"-las, corta-se no alto, se$arando-se as
tam$in!as. 4obre cada uma das laran&as coloca-se/ ;ma fava de anis-estrelado6 um $ou#uin!o de $7 de lrio-
florentino6 umas fol!in!as de salsa6 umas gotin!as de mel de abel!as e uma $itadin!a de canela em $7. 9e$õe-se as
tam$in!as em cada laran&a e arruma-se num $rato do igb" da Oxun. O $rato dever" ser colocado sobre a so$eira, no
lugar da tam$a. ste adim* $ermanece cinco dias sobre o igb" e é des$ac!ado, envolto num $ano amarelo, na beira
de um rio de "guas lim$as.

- (ara oter uma raRa.

O mesmo adim* acima descrito $ode ser feito, substituindo-se as laran&as $or ovos de galin!a. <este caso,
abre-se os ovos em cima, sem #ue se #uebre as cascas em demasia, escorre-se as claras deixando somente as
gemas dentro das cascas. Acrescenta-se os mesmos ingredientes dentro dos ovos. <este caso ferve-se ligeiramente
um mol!o de agri%o e, de$ois de frio, fa-se um nin!o #ue ser" colocado no $rato $ara abrigar os ovos de forma #ue
n%o virem $ara #ue n%o se entornem os seus conte*dos.

- (ara ocasionar intranTWilidade a um inimio.

=entro de um boneco de $ano branco (do mesmo sexo da $essoa #ue se #uer atingir) coloca-se/ ;m $a$el de
embrul!o usado com o nome da $essoa escrito cinco vees6 cinco gotas de 7leo de rcino6 uma fol!a de ir@o6 uma
fol!a de urtiga (;rtica urens, .)6 cinco agul!as de costura6 cinco gr%os de ataré6 um $ouco de lama do fundo do rio e
um $ouco de aougue. ste boneco fica, durante cinco dias, diante de Oxun, de cabeça $ara baixo e de costas $ara
o igb" (sem velas acesas). <o fim dos cinco dias, retira-se o boneco, embrul!a-se em $ano $reto, leva-se + uma
mata e $endura-se, de cabeça $ara baixo, num gal!o de "rvore seca.

OE!E"DA# A "A"1

- (ara aradar "anF.

Coin!a-se, em "gua de $oço sem sal, PG es$igas de mil!o verde e deixa-se de lado. <uma $anela de barro
coloca-se uma cebola roxa $icada6 comin!o em gr%os6 uma fol!a de louro6 um $ou#uin!o de orégano6 um $ouco de
 

36

gengibre ralado e aeite de dend'. =eixa-se ferver $or meia !ora e coloca-se, dentro da $anela, uma $orç%o de fub"
de mil!o vermel!o
vermel!o bem fino. 0ai-se
0ai-se mexendo
mexendo en#uanto
en#uanto coin!a, até #ue engrosse como um mingau. 9etira-se do
fogo, coloca-se as PG es$igas coidas com as $ontas $ara cima e, de$ois de frio, oferece-se + <an% na mesma
$anela. =e$ois de PG dias, leva-se + um $ntano e se enterra com $anela
$anela e tudo.

- (ara rolemas de saúde.

1ega-se PG $argos frescos bem $e#uenos, arruma-se dentro de um $rato de barro


b arro e tem$era-se com aeite de
dend'6 mel de abel!as6 melado de cana e vin!o tinto seco. Arreia-se diante de <an% e, de$ois
d e$ois de PG dias, $assa-se o
$rato com o adim* no cor$o da $essoa enferma, leva-se a um $ntano e enterra-se com tudo.

- (ara saúde.

1ega-se PG broas de mil!o, $assa-se no cor$o da $essoa e vai-se arrumando num alguidar de barro. =e$ois
#ue todas as broas &" estiverem no alguidar rega-se com aeite de dend' e vin!o tinto seco, sal$icando-se $or cima
$7 de efun. =eixa-se diante do Orix" durante PG dias, findos os #uais, retiram-se as broas, substituindo-as $or outras,
agindo sem$re da mesma forma. As broas retiradas s%o levadas e des$ac!adas na $orta do cemitério. A o$eraç%o
deve ser re$etida até #ue a $essoa fi#ue curada.

- (ara oter uma raRa.


1ega-se PG cebolas roxas inteiras e frita-se ligeiramente em aeite de dend'. 1re$ara-se um $ouco de $i$oca
em aeite de dend', arruma-se a $i$oca num alguidar e enfeita-se com as cebolas fritas. =eixa-se nos $és de <an%
$or PG dias. =es$ac!a-se na beira de uma lagoa.

- (ara oter a roteRFo de "anF.

5orra-se, bem torrada, uma mistura de mil!o vermel!o, fei&%o fradin!o e amendoim. Coloca-se tudo dentro de
uma cabaça aberta no $escoço. Coin!a-se uma boa #uantidade de can&ica e coloca-se dentro da mesma cabaça.
 Acrescenta-se PG gr%os de ataré6
ataré6 um $ouco de mil!o de $i$oca #ue, de$ois de torrado, n%o se ten!a abert
aberto6
o6 PG gr%os
de lele@un6 PG favas de be&ere@un6 $7 de $eixe defumado e $7 de e@u defumado. Nec!a-se a cabaça enrolando-a
toda com $al!a-da-costa. =eixa-se $or PG dias diante do Orix". =e$ois $endura-se atr"s da $orta de casa ou do local
de trabal!o.

- (ara eJoluRFo financeira.

 Assa-se, no forno, PG fatias de berin&ela. =e$ois de assadas unta-se com aeite de dend'6 mel de abel!as
abel! as e
ori-da-costa. Arruma-se num alguidar e cobre-se com $i$ocas. 9ega-se com vin!o tinto seco. =es$ac!a-se, de$ois
de PG dias, na beira de um $oço #ue ten!a "gua $ot"vel.

- (ara aradar "anF.

PG cebolas roxas descascadas e fritas em aeite doce6 PG es$igas de mil!o verde assadas na brasa6 PG
rodelas de ai$im coido com casca6 mil!o torrado e $i$oca feita no dend'. Arruma-se, num alguidar, $rimeiro o mil!o
 

37

torrado e as $i$ocas. 1or cima dis$õe-se as rodelas de ai$im, as es$igas e as cebolas. 9ega-se com aeite de d
dend'
end'
e deixa-se PG dias diante de <an%. =es$ac!a-se no mato.

 - (ara sorte e roteRFo de "anF.

;ma $anela de barro média6 PG gemas de ovos de gansa6 PG $imentas-da-costa6 PG b*ios6 osun6 efun6 u"&i6
um $ouco de lama de $ntano6 um $ouco de mil!o torrado6 $eixe defumado6 aeite de dend'6 PG col!eres de aeite
de am'ndoas6 os $edidos #ue se dese&a obter escritos em $a$el de embrul!o. Coloca-se o $a$el dentro da $anela e
todos os ingredientes $or cima6 com$leta-se com can&ica branca
b ranca e deixa-se diante de <an% $or PG dias. =es$ac!a-se
num $ntano.

 - (ara conseuir uma raRa.

2etade
2etade de uma cabaça bem lim$a $or dentro6 PG moedas $e#ueninas6
$e#ueninas6 PG gr%os de mil!o de $i$oca #ue n%o
ten!am estourado ao se faer $i$ocas $ara Omol*6 PG $edacin!os de coco seco6 PG sementes de anis estrelado6
aeite de dend'6 um $ouco de melado de cana6 aeite de dend'. screve-se, num $a$el #ual#uer, o #ue se dese&a de
<an%. Coloca-se o $a$el dentro da cabaça e coloca-se todos os ingredientes $or cima. Com$leta-se com can&ica
branca e rega-se com "gua de flor de laran&eira. =eixa-se nos $és de <an% $or PG dias. =es$ac!a-se nas "guas de

um rio.
OE!E"DA# A O$+MA!E

 - (ara aradar OxumarX.

Coin!a-se uma batata doce e amassa-se bem, formando uma es$écie de $ur'. Coloca-se a massa dentro de
um alguidar de barro e tem$era-se com $7 de ataré6 $7 de be&ere@un6 lele@un e bastante aeite de dend'. Arreia-se
$ara Oxumar' e deixa-se $or PU dias. =es$ac!a-se no mato.

 - (ara oter uma raRa.

Com a massa de uma batata doce coida, modela-se uma cobra dentro de uma travessa de barro. Ao redor da
cobra, arruma-se PU ovos de galin!a nos #uais colocou-se, $or uma $e#uena abertura feita numa das extremidades,
os seguintes ingredientes ($ara cada ovo)/ P gr%o de ataré6 P semente de fava de arid%6 P semente de be&ere@un e P
gr%o de lele@un. Arreia-se diante do Orix" e des$ac!a-se, no dia seguinte, nos $és de uma "rvore frondosa.

 - (ara aaziuar OxumarX.

Coin!a-se U batatas doce, amassa-se e mistura-se ao $ur', $7 de aridan e sementes de lele@un. Com a $asta
obtida modela-se PU bolas. =e$ois de $rontas as bolas de batata doce, rola-se as mesmas sobre farin!a de acaç" até
#ue fi#uem bem envolvidas. <uma travessa de barro, arruma-se as PU bolas ao redor de um $argo assado ao forno.
4obre cada bola de in!ame coloca-se uma $imenta ataré, uma moeda e um b*io $e#uenino. 9ega-se com aeite de
dend' e deixa-se diante de Oxumar' de um
u m dia $ara o outro. =es$ac!a-se em "gua corrente.
 

38

OE!E"DA# A $A"GY

- (ara aaziuar $anQ.

Coin!a-se um in!ame-da-costa. Com o in!ame coido e descascado fa-se uma massa + #ual acrescenta-se/
aeite de dend'6 mel de abel!as6
a bel!as6 $7 de $eixe defumado e orogb ralado. =e$ois de bem misturado fa-se seis bolas.
m cima de cada bola se coloca uma moeda de cobre. Arruma-se no centro de uma gamela de madeira e, ao redor,
coloca-se
coloca-se seis sa$ots
sa$ots (Ac!ras
(Ac!ras sa$ota,
sa$ota, .) bem maduros.
maduros. =eixa-se aos $és do Orix"
Orix" durante
durante seis dias. nvolve-se
nvolve-se
num $ano vermel!o e leva-se aos $és de uma $almeira im$erial (Oreodoxa regia).

- (ara aradar $anQ. 1ega-


1ega-se
se seis sa$ots
sa$ots maduros, abre-se
abre-se ao meio, retira-se
retira-se as sementes
sementes e arruma-se
arruma-se
numa gamela. =entro de cada sa$ot coloca-se/ 4eis gr%os de mil!o torrado6 seis $edacin!os de coco seco6 um
orogb ($ara cada sa$ot)6 um $ou#uin!o de melado de cana6 mel de abel!as6 aeite de dend'6 um ataré e um $ouco
de vin!o tinto. =eixa-se $or seis dias nos $és do Orix" com uma vela acesa, #ue deve ser renovada todos os dias.

- (ara tirar uma essoa do cárcere.

;m talo de fol!a de afom% (Nicus 2embranacea)6 um $edaço de gal!o de cedro (Cedrela mexicana)6 osun6
efun e ori-da-costa. 9as$a-se talo de afom% e o gal!o de cedro. O $7 obtido é misturado aos demais ingredientes e
com a massa resultante, fa-se uma bola #ue dever" ficar, $or seis dias, dentro da gamela de 8ang. =es$ac!a-se o
mais $r7ximo $ossvel do local onde a $essoa estiver detida e, se isto n%o for $ossvel, no alto de uma $edra de onde
se aviste a cidade.

- (ara asseurar Jitria em TuestZes Nudiciais.

mbrul!a-se, em $ano vermel!o, seis varetas ou $alitos de cedro6 seis $imentas ataré6 seis gr%os de mil!o
torrados6 um $ou#uin!o de $7 de $eixe defumado6 um orogb inteiro e uma fol!a de cedro. Amarra-se bem amarrado
com lin!a branca e deixa-se dentro da gamela de 8ang. <o dia da audi'ncia ou &ulgamento, a $essoa deve $ortar o
embrul!in!o num de seus bolsos.

- Adimú ara oa sorte.

1ega-se seis ovos de galin!a dXAngola e unta-se as cascas com/ Aeite de dend'6 mel de abel!as6 ori-da-
costa6 $7 de efun e $7 de osun. Coloca-se numa gamela ou alguidar de barro e so$ra-se, em cima, vin!o tinto e
aguardente de cana. =eixa-se diante de 8ang $or seis dias e de$ois, $assa-se os ovos na $essoa, embrul!a-se em
$ano vermel!o e des$ac!a-se aos $és de uma $almeira im$erial.

- (ara oter uma raRa.

Com$ra-se o rom% mais bonito #ue se $uder encontrar, abre-se a fruta ao meio no sentido vertical e retira-se,
de seu interior, todas as sementes. Coloca-se, no lugar das sementes, um $ou#uin!o de osun6 um $edacin!o do talo
de comigo-ninguém-$ode6 um $ou#uin!o de ras$a de $7 de cedro6 um $ou#uin!o de ras$a de madeira de ir@o6 seis
ataré6 um $ou#uin!o de aeite de dend'6 mel de abel!as e um $ou#uin!o de canela em $7. ;ne-se as duas $artes do

rom%, envolve-se
envolve-se num $edaço de $ano vermel!o e enrola-se
enrola-se bem, com lin!a branca. =errete-se,
=errete-se, em ban!o-mar
ban!o-maria,
ia,
uma #uantidade de cera de abel!as. <a cera derretida vai-se mergul!ando e retirando a bone#uin!a de $ano com a
 

39

fruta dentro, dando-se voltas $ara #ue a cera fi#ue aderida ao tecido. 9e$ete-se a o$eraç%o até #ue se transforme
numa bolota de cera. =eixa-se secar até #ue a cera fi#ue bem durin!a e, somente ent%o, coloca-se dentro da gamela
de 8ang, onde dever" $ermanecer até #ue a graça se&a alcançada. =e$ois de atendido o $edido feito ao Orix",
des$ac!a-se a bolota nos $és de uma $almeira real.

- (ara aradar $anQ e oter sua roteRFo.

 Arruma-se, numa gamela grande, PW tomates maduros6 PW laran&as-da-c!ina6 PW bananas-da-terra verdes6 um


in!ame-da-costa6 uma cabaça de $escoço6 PW orogbs6 PW caramelos6 PW fatias de $%o e PW ataré. 9ega-se tudo com
muito mel de abel!as, vin!o tinto e melado de cana. Coloca-se diante de 8ang e deixa-se $or PW dias, renovando a
vela diariamente. <o fim dos doe dias leva-se a um cam$o e deixa-se a
ali.
li.

- (ara resolJer uma situaRFo imossSJel.

Jordura de coco, cebola, $iment%o vermel!o, camar%o s'co, comin!o, orégano, louro verde, tomates, #uiabo,
farin!a de acaç" e aeite de dend'. 1ica-se a cebola,
cebola , o $iment%o, os tomates e os #uiabos (estes em rodelin!as bem
finas). Coloca-se a farin!a $ara coin!ar, com "gua, em fogo brando, deixando engrossar um $ou#uin!o. <uma
$anela + $arte coloca-se uma col!er de gordura de coco, uma $itada de comin!o, uma de orégano, a fol!a de louro, a

cebola $icadin!a, o $iment%o e o tomate. s$era-se cinco minutos e acrescenta-se o camar%o s'co, o #uiabo e o
mingau #ue foi coido em se$arado. Coloca-se um $ouco de dend' (se $ossvel a $asta c!amada bambarra). =eixa-
se coin!ar em fogo brando $or a$roximadamente uma !ora. Fuando estiver coido retira-se do fogo e se derrama
tudo numa gamela. 4e$ara-se uma $orç%o num alguidar $ara ser oferecida a x*. =e$ois de entregar-se a $arte de
x*, oferece-se o adim* nos $és de 8ang, sacode-se o xeré e vai-se $edindo o #ue se #uer em vo baixa e a
cabeça no c!%o. Acende-se duas velas e, no dia seguinte, des$ac!a-se aos $és de uma $almeira.

OE!E"DA# A UE@%

- (ara aradar UeHá.


UeHá.

Coin!a-se
Coin!a-se P] $edaços
$edaços de mandioca
mandioca cortados em cubo. =e$ois de bem coidos, coloca-se
coloca-se numa $anela de

barro onde se acrescenta/ 2elado de cana6 mel de abel!as6 canela em casca e T favas de anis estrelado. =eixa-se
ferver em fogo brando durante vinte minutos. 9etira-se do fogo e, de$ois de frio, coloca-se + Ke",
Ke", deixando $or sete
dias com velas acesas. =es$ac!a-se num rio.

- (ara conTuistar um amor


a mor imossSJel.

;m coraç%o de cera dentro do #ual se coloca os nomes das $essoas interessadas, escritos Q vees, um ao
lado do outro. O $a$el, de$ois de escrito, é enrolado em forma de canudo e atravessado $or sete agul!as de coer.
Coloca-se o tubin!o dentro do coraç%o de cera e acrescenta-se/ ;ma fol!a de abre camin!o6 uma fol!a de elevante6
sete $étalas de rosa vermel!a6 um $edaço de talo de comigo-ninguém-$ode6 um $ouco de $7 de osun6 $7 de $eixe
defumado6 mil!o torrado6 aeite
aeite de dend' e mel de abel!as. Coloca-se o coraç%o dentro de uma $an
$anelin!a
elin!a de barro,
com$leta-se com aeite de oliva e entrega-se ao Orix", com uma vela de sete dias acesa e $edindo-se o #ue se #uer.
=es$ac!a-se num rio.
 

40

- (ara oter uma raRa.

Coin!a-se sete raes de mandioca $e#uenas, descascadas. Arruma-se numa travessa de barro e cobre-se
com/ melado de cana6 aç*car mascavo6 uma $imenta da costa em cima de cada rai de mandioca6 $edaços de coco
cortados em tiras finas e mel de abel!as. Arreia-se diante de Ke" e des$ac!a-se, sete dias de$ois, numa lagoa de
"gua doce.

- (ara aradar UeHá.


UeHá.

<uma t"bua nova e lim$a #ue flutue, coloca-se um $argo sem escamas, do #ual foram retiradas todas as
entran!as. =entro do $argo coloca-se/ ;m $a$el no #ual se escreveu o #ue mais se dese&a na vida6 um $ouco de
$i$oca6 Q gr%os de $imenta-da-costa6 sete $edacin!os de coco seco6 osun6 lele@un6 sete $étalas de rosa vermel!a6
mel de abel!as e aeite de dend'. Costura-se a barriga do $eixe, coloca-se em sua boca um anol de $esca e
arruma-se, em cima da t"bua, com sete velas acesas em volta. ntrega-se nas "guas de uma lagoa, #ue se&am
tran#Hilas, $ara #ue a t"bua flutue na su$erfcie. ste adim* tem #ue ser oferecido + noite, com céu estrelado e lua
crescente.

- (ara se oter uma raRa.

1re$ara-se uma boa #uantidade de $i$ocas, arro branco coido e can&ica coida. Coloca-se, numa travessa
de barro, $rimeiro uma camada de arro6 $or cima, uma camada de can&ica e, finalmente, a $i$oca. 4obre tudo isto,
es$al!a-se uma boa $orç%o de camarões fritos em aeite de dend' (sem lim$ar, a$enas lavados). 9ega-se com
aeite de dend' e enfeita-se com rodelas de tomate. Ar
Arreia-se
reia-se aos $és de Ke" $or sete dias com duas velas acesas.
=es$ac!a-se, + noite, aos $és de uma "rvore
" rvore #ue d' flores.

- (ara se oter roteRFo.

1ega-se um $eixe de taman!o médio #ue se lim$a e corta em $ostas. Com a cabeça do $eixe $re$ara-se um
$ir%o de farin!a de mandioca, ao #ual se acrescenta fol!as de coentro e alguns gr%os de ataré. As $ostas s%o
coidas com $iment%o6 coentro6 anis estrelado em $7 e gengibre ralado. \ $arte, frita-se em aeite dend', sete

camarões grandes, com cabeça e casca. Norra-se uma travessa de barro com bastante fol!as de alface, sobre elas
derrama-se o $ir%o de$ois de frio6 arruma-se as $ostas de $eixe e coloca-se $or cima os camarões fritos. Bate-se as
claras de sete ovos até #ue atin&am o $onto-de-neve e com isto, cobre-se todo o adim*. <o centro, sobre a clara,
coloca-se um obi de #uatro gomos aberto. ste adim* deve ser entregue + Ke" na beira de um lago ou rio de "guas
mansas e lim$as, em noite de céu estrelado. Os $edidos #ue forem
f orem feitos s%o endereçados ao firmamento e o adim*,
antes de ser arriado, deve ser mostrado aos #uatro $ontos cardeais, começando-se $elo este, de$ois o norte, o oeste
e o sul.

- (ara aaziuar UeHá.


UeHá.

1re$ara-se uma $a$a de mil!arina vermel!a tem$erada


tem$erada com coentro. 9efoga-se em aeite de dend', cebola
branca bem $icadin!a e uma $orç%o de camarões secos. Coloca-se, numa travessa de barro, $rimeiro a $a$a de
mil!arina e, $or cima dela, os camarões secos refogados. 9ega-se com dend' e enfeita-se com sete ovos coidos
 

41

cortados
cortados em rodelas.
rodelas. 4obre cada rodela de ovo coido
coido coloca-se
coloca-se um $ou#uin!o
$ou#uin!o de cebola branca
branca ralada.
ralada. <o meio
coloca-se um tomate cortado em #uatro, sem as sementes, dentro do #ual se coloca um obi de #uatro gomos. Arreia-
se nos $és de Ke" com velas acesas e des$ac!a-se, de$ois de sete dias, nas margens de um rio de "guas lilim$as.
m$as.

- (ara aradar UeHá.


UeHá.

5orra-se fei&%o fradin!o, mil!o vermel!o e amendoim. Coloca-se num alguidar e cobre-se com mel de abel!as,
vin!o branco e canela em $7. Arreia-se aos $és do Orix" ou na beira de um la
lagoa,
goa, com duas velas acesas.

OE!E"DA# [ OIU%

- Adimú ara aradar Oá.

Nrita-se,
Nrita-se, no dend',
dend', nove $eixes de "gua doce $e#uenos.
$e#uenos. Arruma-s
Arruma-se
e numa travessa
travessa de barro.
barro. 1re$ara-se
1re$ara-se,, +
$arte, um mol!o com/ cebola branca6 $iment%o vermel!o6 $imenta do reino6 tomate6 vin!o tinto e camar%o seco.
1ronto o mol!o, derrama-se sobre os $eixin!os fritos e enfeita-se com fol!as de alface. =eixa-se nos $és de O3" $or 
#uatro dias e des$ac!a-se num bambual.

- (ara oter roteRFo de Oá.

=escasca-se Y cebolas roxas das $e#uenas e frita-se, inteiras, em aeite de dend'. Coloca-se as cebolas e o
7leo #ue sobrou da fritura numa $anela de barro e, $or cima, coloca-se/ 2il!o torrado6 fei&%o fradin!o torrado6 v"rios
$edacin!os
$edacin!os de coco seco6 um co$o de vin!o rosado6 um $ou#uin!o de melado de cana6 $7 de ataré e $7 de osun.
ntrega-se diante do igb" ou dentro de uma mata.

- (ara oter uma raRa TualTuer.

scol!e-se Y berin&elas bem bonitas, abre-se e frita-se, ligeiramente, em aeite de dend'. As berin&elas ser%o
rec!eadas com o seguinte/ Coin!a-se um $ouco de fei&%o fradin!o descascado e amassa-se bem amassadin!o. \
massa de fei&%o acrescenta-se cebola branca bem $icadin!a6 camar%o seco modo6 ataré em $7 e osun. 2istura-se
bem estes ingredientes + massa de fei&%o fradin!o e rec!eia-se as berin&elas. Arruma-se tudo numa travessa de
barro, rega-se com aeite de dend' e arreia-se nos $és do Orix". =es$ac!a-se #uatro dias de$ois, no local indicado
$elo &ogo.

- (ara Tue Oá traalPe em uma determinada TuestFo.

1re$ara-se um bom mol!o com $iment%o, tomate, cebola, al!o e aeite de dend'. 1re$ara-se Y acara&és.
4obre cada acara&é coloca-se um gr%o de ataré e uma moeda de cobre. Arruma-se os acara&és numa travessa de
barro forrada com fol!as de bambu e rega-se tudo com o mol!o. Arreia-se aos $és de O3" e des$ac!a-se, de$ois de
Z dias num bambual.

  - (ara Tue Oá cale uma essoa faladeira.

=entro de uma lngua de vaca, coloca-se/ Y gr%os de ataré6 Y agul!as6 uma $itada de osun6 Z gr%os de mil!o

torrado6 Z $edacin!os de casca de ir@o e aeite de dend'. nrola-se a lngua muito bem enrolada com lin!a
vermel!a6 coloca-se num $rato ou alguidar de barro e deixa-se aos $és de O3" $or #uatro !oras sem acender velas.
 

42

5ranscorridas as #uatro !oras, $ega-se a lngua, leva-se a um $é de flamboa3ant(1oinciana regia) e amarra-se num
de seus gal!os.

- (ara afastar uma essoa sem Tue PaNa ria.

1ega-se um $é de boi (com$rado no açougue)6 retira-se uma $arte do tutano e coloca-se ali/ O nome da
$essoa #ue se #uer ver $elas costas escrito no mesmo $a$el em #ue o $é de boi foi embrul!ado6 Y gr%os de ataré6 Y
agul!as6 Y gotas de aougue6 W $enas
$ enas de asa de andorin!a6 uma aleta (nadadeira) de $eixe6 $7 de estrada e areia da
$raia. nrola-se o $é num $ano vermel!o, amarra-se bem amarrado com lin!a vermel!a. Arruma-se tudo numa
travessa de barro e a$resenta-se + O3", sem arriar. 1ede-se o afastamento da $essoa (nunca o seu mal), leva-se
$ara o #uintal ou $ara #ual#uer
#ual #uer lugar fora de casa e enterra-se o embrul!o.

- (ara dificuldades financeiras.

1re$ara-se um boa #uantidade de $i$ocas feitas no aeite de dend', coloca-se num balaio e oferece-se + O3"
 &unto com Obalua3e. 1re$ara-se, em vasil!as se$aradas $ara cada Orix",
Orix", uma mistura de vin!o seco com canela em
$7 e mel de abel!as. Acende-se uma vela $ara cada Orix" e des$ac!a-se na $orta do cemitério.

- (ara eJitar aorto com a roteRFo de Oá.

scol!e-se uma berin&ela grande e bonita, corta-se em Y fatias, frita-se em 7leo de am'ndoas. Corta-se, ao
meio, uma cabaça de $escoço, lim$a-se $or dentro e arruma-se ali as rodelas de berin&ela fritas. 5em$era-se com $7
de $eixe defumado, $7 de $re"6 osun e efun. A cabaça é fec!ada e amarrada com fita vermel!a. Coloca-se num
alguidar e deixa-se diante do igb" de O3" até o final da gravide. =e$ois #ue a criança nascer deve ser mostrada ao
Orix" e s7 ent%o, a cabaça ser" des$ac!ada num $é de a@o@.

- (ara oter uma raRa.

Nrita-se Y $edaços de mandioca cortados em rodela (n%o retirar a casca). Os $edaços de mandioca s%o fritos
em aeite de dend', em fogo brando $ara #ue fi#uem bem $assadin!os. <um alguidar arruma-se/ Os Y $edaços de
mandioca
mandioca fritos6 Y es$igas
es$igas de mil!o verde descascadas
descascadas e lim$as6
lim$as6 Y acara&és6 Y obs vermel!os
vermel!os (de #uatro
#uatro gomos)6
gomos)6
mil!o torrado6 fei&%o fradin!o torrado6 aeite de dend'6 mel de abel!as e $7 de efun. =eixa-se Y dias diante de O3" e
des$ac!a-se numa $raça $*blica com Y velas acesas.

- (ara ter sucesso numa emreitada.

1re$ara-se uma massa id'ntica + do acara&é e deixa-se de lado. 1re$ara-se um mol!o com cebola roxa6
comin!o6 orégano6 camar%o seco6 vin!o tinto e aeite de oliva. Com a massa do acara&é, $re$ara-se Y bolin!os com a
forma de $%ein!os, sem contudo frit"-los6 arruma-se os bolin!os numa travessa de barro e es$al!a-se o mol!o $or 
cima. =e$ois acrescenta-se/ mil!o torrado6 aeite de dend'6 7leo de am'ndoas e $imenta-da-costa. Coloca-se o
adim* diante do Orix" $or Y dias e des$ac!a-se, de$ois, dentro de uma mata.

- (ara unir duas essoas.


 

43

Corta-se ao meio uma maç% vermel!a6 retira-se as sementes e um $ouco da $ol$a, faendo um buraco onde
se introdu/ ;m $a$el com os nomes das $essoas6 um $edacin!o de fol!a de comigo-ninguém-$ode6 um $edacin!o
de abre-camin!o6 um $ou#uin!o da $oeira da frente das casas das duas $essoas. Nec!a-se a maç%, amarra-se com
fita vermel!a dando nove voltas e, em cada volta, um n7. A maç% é colocada num $rato e regada com mel de
abel!as, de$ois do #ue, é oferecida ao Orix" com os $edidos corres$ondentes. =es$ac!a-se aos $és de um

flamboa3ant de$ois de #uatro dias.


- (ara alcanRar o imossSJel.

Coloca-se numa cesta diante de O3", os seguintes ingredientes/ Y berin&elas6 Y ec7s6 Y acara&és6 Y ovos de
galin!a d[Angola6 Y es$igas de mil!o verde descascadas6 Y &ambos (ugenia malacenses)6 Y obs6 Y $edaços de coco
seco e Y favas de ataré inteiras. 5odos os dias, durante Y dias, a $essoa $ega um de cada com$onente colocado na
cesta, $assa no cor$o, transfere $ara um alguidar colocado ao lado e acende uma vela $edindo o #ue dese&a. <o
nono dia $ega o alguidar,
alguida r, leva $ara um bambual e arria ali, com nove velas acesas.

OE!E"DA# A OMO,+ ? OBA,+AUE

- (ara aradar Omolu.

Coin!a-se, em "gua de $oço sem sal, meio #uilo de tremoços (lu$inus luteus). 1ega-se os tremoços &"
coidos, coloca-se numa $anela de barro e &unta-se uma cebola roxa $icada6 comin!o em gr%os6 uma fol!a de louro6
um $ou#uin!o de orégano6 um $ouco de gengibre ralado e aeite de dend'. =eixa-se ferver $or meia !ora e coloca-
se, dentro da $anela, uma $orç%o de fub" de mil!o vermel!o bem fino. 0ai-se mexendo en#uanto coin!a, até #ue
engrosse como um mingau. 9etira-se do fogo e, de$ois de frio, oferece-se a Omolu na mesma $anela. =e$ois de
sete dias leva-se + uma mata e se enterra com $anela e tudo.

- (ara rolemas de saúde.

1ega-se
1ega-se Q aren#ues
aren#ues defumados,
defumados, arruma-se
arruma-se dentro de um $rato de barro e se tem$era
tem$era com aeite de dend'6
mel de abel!as6 melado de cana e vin!o tinto seco. Arreia-se diante de Omolu e, de$ois de sete dias, $assa-se o

$rato com o adim* no cor$o da $essoa enferma, leva-se a uma mata e enterra-se com tudo.
(ara saúde.

1ega-se PZ $%ein!os de sal frescos, $assa-se no cor$o da $essoa e vai-se arrumando num alguidar de barro.
=e$ois #ue todos os $%es &" estiverem no alguidar rega-se com aeite de dend' e vin!o tinto seco, sal$icando-se $or 
cima $7 de efun. =eixa-se diante do Orix" durante sete dias, findos os #uais, retiram-se os $%es substituindo-os $or 
outros, agindo sem$re da mesma forma. Os $%es retirados s%o levados e des$ac!ados na $orta do cemitério. A
o$eraç%o deve ser re$etida até #ue a $essoa fi#ue curada.

- (ara aradar Omolú.

Coin!a-se uma #uantidade de tremoços misturada com a mesma $orç%o de fei&%o fradin!o. =e$ois de coida
a mistura, coloca-se num alguidar de barro e tem$era-se com aeite de dend', $7 de $eixe defumado6 $7 de $re"
 

44

defumada6 aeite de am'ndoas e vin!o tinto. Cobre-se com uma $orç%o de $i$ocas estouradas em aeite de dend'.
=eixa-se diante do Orix" $or sete dias e des$ac!a-se no mato.

- (ara oter uma raRa.

1ega-se sete berin&elas, $arte-se ao meio e frita-se ligeiramente em aeite de dend'. Arruma-se os PZ $edaços
de beringela num reci$iente de barro e, sobre cada um, coloca-se uma bolin!a de ori-da-costa com um gr%o de ataré
em cima. 5em$era-se com aeite de dend', melado de cana e vin!o tinto. Cobre-se com $i$ocas feitas na areia e
arreia-se nos $és de Omol*, deixando $or sete dias.
dia s. =es$ac!a-se nos $és de uma "rvore dentro da mata.

- (ara oter uma raRa.

1re$ar
1re$ara-s
a-se
e o mesmo
mesmo adim*
adim* descri
descrito
to no ite
item
m anteri
anterior
or,, substi
substitui
tuindo
ndo as bering
beringela
elass $or cebolas
cebolas roxas.
roxas. O
$rocedimento é absolutamente id'ntico.

- (ara oter a roteRFo de Omolu.

5orra-se,
5orra-se, bem torrada, uma mistura de mil!o vermel!o6 fei&%o fradin!o6 fei&%o $reto6 tremoços6 arro com casca,
amendoim e mil!o branco. Coloca-se tudo dentro de uma cabaça aberta no $escoço. Acrescenta-se PZ b*ios
fec!ados e todos os gr%os de ataré contidos numa fava. Coloca-se ainda, $7 de osun, u"&i, $7 de efun, arid% ralada,
PZ gr%os de lele@un,
lele@un, PZ favas de be&ere@un,
be&ere@un, um $edacin!o
$edacin!o de carv%o
carv%o vegetal, $7 de $eixe defumado
defumado e $7 de cotia
defumada. Nec!a-se a cabaça enrolando-a toda com $al!a-da-costa. =eixa-se $or PZ dias diante do Orix" e de$ois,
$endura-se atr"s da $orta de casa ou do local de trabal!o.

- (ara roteRFo no tr\nsito.

O mesmo trabal!o descrito acima, usando-se uma cabacin!a $e#uena #ue $ossa ser $endurada no retrovisor 
de um carro. <este caso, todos os ingredientes $odem ser utiliados em uma *nica unidade, em ve de #uatore.

- (ara eJoluRFo financeira.

 Assa-se no forno PG $edaços de in!ame com casca. =e$ois de assados unta-se com aeite de dend', mel de

abel!as e ori-da-costa. Arruma-se num alguidar e cobre-se com $i$ocas. 9ega-se com vin!o tinto seco. =es$ac!a-
se, de$ois de sete dias, na mata.

- (ara aradar Omolu.

4ete cebolas roxas descascadas e fritas em aeite doce6 sete es$igas de mil!o verde assadas na brasa6 sete
rodelas de $%o de sal6 sete rodelas de ai$im coido com casca6 mil!o torrado6 tremoços e $i$oca feita no dend'.
 Arruma-se num alguidar, $rimeiro o mil!o torrado e os tremoços. 1or cima dis$õe-se as rodelas de ai$im, as fatias de
$%o, as es$igas e as cebolas. 9ega-se com aeite de dend' e cobre-se com as $i$ocas. =eixa-se sete dias diante de
Omolu e des$ac!a-se no mato.

- (ara roredir na Jida.

Coin!a-se sete bananas da terra, retira-se as cascas e amassa-se bem com um garfo. \ banana amassada
adiciona-se mel e um $ou#uin!o de aeite de dend'. 2istura-se bem, sem$re amassando e mexendo com um garfo.
 

45

Coloca-se a massa dentro de um alguidar, arruma-se $or cima sete fatias de $%o e cobre-se com $i$ocas feitas na
areia. 5em$era-se com aeite de dend' e vin!o tinto. =eixa-se nos $és do Orix" de um dia $ara o outro e des$ac!a-
se no mato.

- (ara aaziuar Omolú.

4ete frutas-de-conde (Anona s#uamosa, .)6 sete bananas da terra e sete es$igas de mil!o verde sem casca.
 Arruma-se num alguidar e rega-se com melado de cana e vin!o tinto seco. =es$ac!a-se, de$ois de sete dias,
$r7ximo a um formigueiro.

- (ara oter uma raRa.

<uma cesta de $al!a arruma-se sete frutas-$%o (Artoca$us incisa)6 sete frutas-do-conde6 sete es$igas de mil!o
secas6 setes bananas da terra maduras6 sete tamarindos (5amarinus indica, .)6 sete obs e sete orogbs. nfeita-se
a gosto com fol!as de canela-de-vel!o (Vinnia legans) e deixa-se $or sete dias diante do Orix". =es$ac!a-se no
mato.

OE!E"DA# A OBA*A,%

- Merenue ara aradar Oatalá.


Bate-se oito, de ou deesseis claras de ovos em neve. Com as clara fa-se um monte sobre o #ual se coloca
uma $itadin!a de efun e, ao redor, um obi branco de #uatro gomos aberto, (cada $edaço do ob deve ficar de um lado
do $rato, em forma de cru. Arreia-se aos $és de Obatal" $edindo o #ue se #uer. (1ara Oxaguian, fa-se com T
claras, $ara Oxalufan, com de ou deesseis).

- (ara aaziuar Oatalá.

0ira-se ao contr"rio a tam$a da so$eira de Obatal", deixando-a sobre a so$eira. Norra-se o interior da tam$a
com algod%o em rama. Bate-se oito, de ou deesseis claras de ovos como na receita anterior. Coloca-se o
merengue (claras batidas em neve), sobre o algod%o na tam$a da so$eira, de modo #ue forme um monte. 4al$
4al$ica-se
ica-se
$7 de efun no alto do monte de claras. Acende-
Acende-se
se T, PR ou P] velas brancas. <o dia seguinte,
seguinte, recol!
recol!e-se
e-se o adim*,
adim*,
envolve-se num $ano branco, e des$ac!a-se numa mata lim$a, em local $rotegido dos raios solares. A tam$a, de$ois
de lavada, fica no seu lugar
l ugar normal.

(ara reJerenciar Oatalá. Coin!a-se uma boa #uantidade de can&ica, lava-se em "gua corrente e escoa-se
- (ara
bem, deixando $or algum tem$o numa $eneira, até #ue fi#ue bem se#uin!a. Coloca-se numa tigela branca e rega-se
com "gua de flor-de-laran&eira. Cobre-se com algod%o em rama. 1or cima do algod%o, coloca-se um ob branco de
#uatro gomos aberto.

- (ara aradar Oatalá.

1rocede-se da mesma forma acima descrita, s7 #ue, sobre o algod%o, coloca-se #uatro de $edaços de coco
(sem as $elculas $retas) e, sobre eles, uma bolin!a de ori-da-costa misturada com $7 de efun. 1ode-se, se #uiser,
cobrir tudo com merengue.
 

46

- (ara aradar Oatalá.

1re$ara-se T, PR ou P] acaç"s. Coin!a-se uma boa #uantidade de can&ica #ue, de$ois de bem lavada e
escorrida, é colocada numa bacia branca de "gata ou de louça. Arruma-se, sobre a can&ica, um n*mero de fol!as de
sai%o (Ialanc!oe brasiliensis), #ue corres$onda ao n*mero de acaç"s #ue se vai oferecer. 4obre cada fol!a, coloca-
se um acaç" aberto. m cima de cada acaç" coloca-se um b*io e um $ou#uin!o de mel de abel!as. =eixa-se nos
$és do Orix" de um dia $ara o outro e des$ac!a-se em "gua corrente lim$a. (A bacia volta $ara casa).

- (ara rolemas de caminPos fecPados. Coin!a-se uma boa #uantidade de can&ica e se$ara-se a "gua em
#ue foi coida. Coloca-se a can&ica numa tigela branca grande. 1ega-se um igbn, meio metro de morim branco, uma
garrafa com "gua de c!uva e uma vela branca grande. eva-se tudo ao alto de um morro e, num lugar lim$o sob a
sombra de uma "rvore, arreia-se a tigela com a can&ica sobre o $ano branco. 2ol!a-se o igbn, e coloca-se sobre a
can&ica dentro da tigela. =es$e&a-se o resto da "gua sobre o igbn, &" sobre a tigela. Acende-se a vela, bate-se cabeça
$edindo-se + Obatal" #ue, assim como a#uele igbn vai encontrar seu camin!o dentro da mata, #ue o camin!o da
$essoa se&a aberto $ara o $rogresso, a $a e a !armonia. Ao retornar, toma-se ban!o com a "gua da can&ica coida
misturada com "gua de $oço. 0este-se rou$a branca durante tr's dias e observa-se resguardo de boca e de cor$o.

- (ara oter uma raRa.

Nrita-se T, PR ou P] $eixin!os brancos em 7leo de girassol (Seliantus annuus). Coin!a-se arro branco, como
se fosse $ara comer, sem usar sal. Coloca-se o arro coido, de$ois de frio, num $rato branco e sobre ele arruma-se
os $eixin!os fritos com as cabeças viradas $ara fora. <o centro, sobre o arro, coloca-se um $%oin!o de trigo in
inteiro,
teiro,
regado com mel de abel!as. A $essoa #ue oferece o adim* deve, de$ois de entreg"-lo, comer um $ou#uin!o do
arro, retirando-o do $rato, sem usar as m%os, diretamente com a boca.

- (ara roteRFo.

Coin!a-se um in!ame-da-costa. =escasca-se, de$ois de coido, e amassa-se bem, faendo uma es$écie de

$ur'. Com a massa obtida, modela-se com as m%os, T, PR ou P] bolas, em cada bola es$eta-se uma moeda branca.
=errete-se uma $orç%o de ori-da-costa e escorre-se um $ouco do 7leo sobre cada uma das bolas de in!ame.
 Acrescenta-se $7 de efun e cobre-se tudo com algod%o em rama. =eixa-se nos $és de Obatal" $or #uatro dias e
des$ac!a-se aos $és de uma "rvore frondosa, dentro da mata.

- (ara recuerar a saúde.

1ega-se
1ega-se oito ovos de galin!a-dXangola
galin!a-dXangola,, unta-se
unta-se com ori-da-cos
ori-da-costa
ta e $7 de efun. Arruma-s
Arruma-se
e os ovos dentro
dentro da
tam$a da so$eira de Obatal" virada ao contr"rio. 5odos os dias, logo $ela man!%, $assa-se um ovo na $essoa
doente e se coloca num $rato no c!%o. Fuando se tiver feito a mesma coisa com o *ltimo ovo, embrul!a-se num
$ano branco, leva-se dentro de uma mata e bate-se com o embrul!o no tronco de uma "rvore bem grande, até sentir 
#ue os ovos se #uebraram, deixa-se o embrul!o aos $és da "rvore e sobre ele, uma #uantidade de moedas
corres$ondente ao n*mero de ovos utiliados.
 

47

- (ara resolJer TualTuer dificuldade.

1ega-se uma fruta $%o #ue se abre em #uatro, ao com$rido, sem deixar #ue as $artes se se$arem. Coloca-se
a fruta aberta num $rato branco, acrescenta-se arro cru, coco ralado, mel de abel!as e $7 de casca de ovos. Cobre-
se tudo com algod%o em rama e deixa-se diante de Obatal" $or PR dias, renovando, diariamente, a vela acesa.
=es$ac!a-se, envolto em $ano branco, no alto de um
u m morro.

- (ara tirar uma essoa da risFo.

1ega-se dois $ombos brancos, lava-se $ara #ue fi#uem bem lim$in!os (usar na "gua, ervas de Obatal"),
deixa-se os bic!os, $or tr's dias, $resos numa gaiola em frente
frente ao igb" do Orix". <o terc
terceiro
eiro dia, leva-se as aves
$ara o #uintal, amarra-se no $é direito de uma delas o nome da $essoa #ue se dese&a ver livre e, na outra, o
endereço do local onde est" $resa. 4olta-se os $ombos sem &og"-los $ara o alto. Os $ombos devem ser colocados
no c!%o até #ue resolvam alçar vo, n%o $odem ser enxotados nem es$antados, é $reciso #ue $ermaneçam no local
o tem$o #ue #uiserem.

- (ara Tue Oatalá faRa NustiRa.

Oito, de ou deesseis es$igas de mil!o verde bem tenras. Assa-se as es$igas num braseiro e, #uando
estiverem assadas, unta-se com ori-da-costa e mel de abel!as. Coloca-se numa travessa branca, sal$ica-se bastante
$7 de efun e $7 de lrio fiorentino6 cobre-se tudo com algod%o e se oferece a Obatal", no alto de um morro + sombra
de um arvoredo, com tantas velas acesas #uantas forem as es$igas oferecidas.

- (ara oter roseridade.

9etira-se a casca de um coco seco6 rala-se a $ol$a e coloca-se numa tigela grande. :unta-se + isso um co$o
de leite de cabra,
cabra, oito col!eres de mel de abel!as6 oito fol!as de sai%o e uma bola de efun desfeita
desfeita em $7. Bate-se
Bate-se
bem a mistura no li#Hidificador. =e$ois de bem batida, coloca-se a mistura num tigel%o branco, cobre-se a tigela com
algod%o em rama e enc!e-se um $rato com arro branco cru. A tigela com o l#uido é colocada dentro do $rato, sobre
o arro. Coloca-se, &unto ao arro, uma boa #uantidade de moedas. =eixa-se nos $és de Obatal", de um dia $ara o

outro, com uma vela acesa. <o dia seguinte, des$e&a-se o l#uido da tigela num balde, acrescenta-se "gua de $oço e
toma-se um ban!o da cabeça aos $és. O arro deve ser coido $ara ser comido normalmente, com todos os
tem$eros comuns. As moedas s%o atiradas dentro do $oço de onde se retirou a "gua $ara o ban!o.

- Adimú de frutas.

Obatal" é um Orix" #ue $ode ser facilmente agradado com frutas. =entre as diversas frutas #ue $odem ser 
oferecidas em seus adim*s, destacamos/ Coco verde ou seco, (sem$re #ue se oferecer coco seco a Obatal", é
im$rescindvel #ue se retire a $elcula escura #ue fica agarrada + $ol$a da fruta)6 uvas brancas ou rosadas6 laran&a
lima6 lima da 1érsia6 fruta-do-conde6 mel%o6 mam%o6 fruta-$%o (uma de suas $referidas)6 $'ssegos6 frutas secas
como/ $assas6 tmaras6 figos6 noes6 avel%s etc. (Observaç%o/ as frutas demasiadamente "cidas ou de cascas e
$ol$as vermel!as ou $retas, devem ser evitadas).
 

48

O +#O DO COCO

Os $ovos do Caribe ($articularmente


($articularmente os cubanos), $ela im$ossibilidade de obterem o obi, $assaram a ut
utiliar
iliar o
coco em sua substituiç%o, inclusive num ti$o de &ogo denominado Or"culo de Biagu', onde #uatro $edaços de coco
s%o usados em substituiç%o aos #uatro segmentos do obi.

 A utiliaç%o do coco é de tal forma $o$ulariada, #ue este vegetal c!ega a ser c!amado de ob, designando-se
o verdadeiro ob, como ob-@ola. O coco é utiliado como oferenda $rinci$al aos Orix"s, guns, x*s e até mesmo a
Ori, entrando em muitas formas de bor.

Fuando Obatal", dono do coco, reuniu todos os Orix"s $ara dar-l!es mando e !ierar#uia, isto foi feito embaixo
de um co#ueiro. Obatal" colocou aos $és de cada Orix" um coco $artido, $or isso, todos os Orix"s t'm direito ao
coco, embora o coco inteiramente descascado, se&a um direito exclusivo de Obatal".

5odos
5odos os Orix"s sentaram-se ao redor do co#ueiro $ara ouvirem com muito res$eito e atenç%o as instruções de
Obatal",
Obatal", com exceç%o
exceç%o de Obalua3e #ue se mostrou relutant
relutante
e em aceitar as ordens e orientações
orientações #ue l!e eram
dirigidas. Obatal" no entanto, conseguiu convenc'-lo e, com muita $aci'ncia, fe com #ue acatasse suas ordens e
orientações. =esde ent%o, n%o é $ossvel #ue se $roceda a nen!um ritual sem #ue se ofereça antes, coco aos guns

e aos Orix"s.
A# OE!E"DA# DE COCO.

4em$re #ue se #uiser oferecer coco a gun, x* ou Orix", o seguinte $rocedimento deve ser adotado/

scol!e-se um coco maduro, rom$e-se a casca externa, retira-se a $arte comestvel e &oga-se a casca grossa
fora.

 A casca mais fina (es$écie de $elcula #ue fica agarrada + $arte branca) é mantida, exceto #uando a oferenda
é destinada + Obatal", #uando somente a $arte branca é ofertada). Corta-se #uatro $edaços de taman!os mais ou
menos e#uivalentes, lava-se bem estes #uatro $edaços, coloca-se num $rato branco com a $arte branca virada $ara
cima e arreia-se no $é do Orix" ao #ual se destina o sacrifcio. Os mesmos #uatro $edaços de coco oferecidos s%o
utiliados no &ogo $ara saber se o sacrifcio foi ou n%o aceito.
1ara cada entidade, embora o $rocedimento se&a o mesmo, existe uma saudaç%o diferente, de acordo com o
#ue se segue/

(ara ElearaL

L("oK (J* o:& B("( B("()1

E4 )o" )o", E4 )o*K1, E4 )o4*48 

E4 B("( B("(J*Jn*o8 

(ara OunL
 

49

O&n 4*)*"*J* (( O&o Jo)& Jo)&,

OJ% )()1 '* s* )*"*J 

(o +o n* 6)(

Os&n d& "o616o ( )o s*8 

(ara OxssiL
O4ss* Od% '(+( (+( '(+(

S d& " d& " '(+(8 

(ara $anQL

E&Jo Ass(*n ( J(+( :%"* :%"*.

(o ()*s*8

 A( +&+(n, (( (K* (nd% &"

 A($*( J*s*Jo +& n*

ZKn* o6(n 6%

Z&o oJ&"% ("* J(s(6&n.

(ara IeNiL

I):* o"o o' J&o O"&n(,

 A+)* (:(* (*n1 A()( *6), Ido, (*nd8 

(ara IemanNáL

IK( '* o (+("( '(6)( '*o ::oo ,

 A4" O6&n AK()(


AK()( *6)( odn O'*
O'* o IK'(n:1 (s(*K()* OoJ&n,
 A)oKo, ()oKo Ko6&n o

 AK( )(o o '* '* )o4


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IK'(n:1 *6)" J&n (s(K()*o

OoJ&n K( )* d o' ("*J&

 A((:("( d K&o'( J('("*J&

J('("* ("&n, J('("* :o.

('("* o$o, J('("* Kn )*n.


 

50

(ara OiaL

IK(ns(n O"*" o'1 %& O*K( Jo:% Jo$*dno.

O*K( (:* o d( (:* ' 'o o'* n+* o' J (K.

O"&n( '*o +(') '* o :J&1 :* IK(ns(n.

IK(ns(n o"o IJ& :%"* o)*n* dodo.


(ara InleL

In M(J&  o ("( J()o

 A+(6)( n*  ("(6)(

In ("(6)(n*.

(ara OxunL

O4&n *6)( IK('* o8

I6)( IK('* o8 

IJo )o s* IK('* 6)(s*, IK('* 'o.

IK(od o6)*do ()(( () d )& o'* '( (do

E6)n* J*J*"*soJd

To 4 n* J J ZK 'o"o.

(ara OataláL

O)(+(1 O)(+(s* 

O)(d( )(d( )(d(n"(

Z oJ&()( oJ&(1. A4% Oo)o


 A4% o', A4% J& B()(.

O)(+(1 d*)n*6)( )*n*J

 A( o(1 (4% ($*:&

O4( (* ((

 A)* JoJo. A( "& '(+* .

(O coco oferecido a Obatal", deve ser com$letamente branco, ou se&a, é im$rescindvel #ue a $elcula escura
#ue o envolve se&a total e cuidadosamente retirada e #ue, de$ois disto, os $edaços a serem oferecidos se&am muito

bem lavados até #ue fi#uem imaculadamente brancos).


 

51

(ara OaluaeL

O)(&(K o6o"o n*61, *)( on*.

 A6)( *+(s( B()( S*n6), *)( on*.

O6o"o X('on(n. A6o.

(ara os ancestrais eunsL


 A4% B()( (d(6)(,

 A4% B()(don( O"&n

 Ad*(+o+o (d($&n (( Jn+(6)(d( o'


o' (K.

 Ag. &
 ( As sau$aç'es aqui con"i$as fora cole"a$as co a cola4oração $e sacer$o"es $a San"eria $e =u4a, on$e o h4i"o $e
oferecer(se coco aos Ori+s ) ui"-ssio $ifun$i$o. O i$ioa Ioru4a no qual ori%inalen"e seria fei"as sofreu $e"uraç'es
e o$ificaç'es
o$ificaç'es a"rav)s $os "eo
"eos,
s, influencia$
influencia$o
o que foi elo esanhol, l-n%ua oficial $aquele a-s. Pen"aos
Pen"aos $e "o$as as
foras ser o ais fiel oss-vel Uquilo que nos foi ce$i$o "ão %en"ilen"e, e, or es"e o"ivo, u4licaos os "e+"os co a

or"o%rafia e+a"a $os ori%inais.


,AM(A!I"A# MI,AG!O#A#

;ma forma efica de se agradar os Orix"s, muito usada na antigHidade, s%o as lam$arinas + eles acesas. As
mais tradicionais casas de ;mbanda, ainda $reservam, embora de forma #uase im$erce$tvel, este !"bito muito
eficiente $ara a obtenç%o de graças e favores dos Orix"s.

 A facilidade de obter-se velas industrialiadas fe com #ue, gradativamente, este costume fosse abandonado e
#uase totalmente es#uecido. =evemos ressaltar, no entanto, #ue as lam$arinas s%o também consideradas como
adim*s
adim*s,, encont
encontran
rando-
do-se
se no mesmo
mesmo nvel
nvel como
como oferen
oferendas
das efi
efica
caes
es e #ue n%o $odem
$odem cair
cair no es#uec
es#uecime
imento
nto,,
subs
substititu
tud
das
as $or
$or velas
velas de $araf
$arafin
ina
a #ue
#ue s7 signi
signific
ficam
am,, $ara
$ara os Or
Orix
ix"s
"s,, a $res
$resenç
ença
a do elem
elemen
ento
to fo
fogo
go,, n%
n%o
o
re$resentando $ortanto, um sacrifcio com$leto como é o caso das lam$arinas.

<a tentativa de resgatar este rito, #ue como tantos outros foram deixados de lado, a$resentamos neste
trabal!o, uma coletnea de lam$arinas #uase #ue totalmente es#uecidas no Brasil mas #ue funcionam de forma
eficiente e r"$ida, conforme $udemos verificar nas 4anterias de Cuba, no culto de 1alo 2a3ombe, e nas diversas
manifestações religiosas afro-americanas existentes no Caribe.

s$eramos estar contribuindo mais um $ouco, na substituiç%o do sacrifcio animal de forma desregrada e
abusiva como vem sendo $raticado $or sacerdotes #ue, infelimente, n%o con!ecem o verdadeiro sentido nem o
momento exato em #ue tais sacrifcios tornam-se insubstituveis.

,AM(A!I"A# (A!A EG+"


 

52

 - (ara roteRFo de Eun.

;ma $anela média de barro6 Y $imentas-da-costa6 um co$o de "gua de c!uva6 um co$o de "gua de $oço6 "gua
de rio6 G col!eres de mel-de-abel!as6 G col!eres de melado de cana6 G col
col!eres
!eres de aeite de dend'6 uma $itada de $7
de $eixe defumado6 Y gr%os de mil!o torrado6 uma lata de aeite de oliva. 2isturar todos os ingredientes dentro da
$anela de barro deixando o aeite de oliva $ara o fim. Colocar Y mec!as e acender $ara gun. =e$ois de Y dias,
des$ac!ar no cemitério.
 - (ara afastar um malefScio.

;ma cabaça grande6 Y gemas de ovos6 Y gr%os de mil!o torrados6 Y gr%os de $imenta-da-costa6 Y gr%os de
fei&%o fradin!o6 um $edacin!o de talo de comigo-ninguém-$ode6 um $edacin!o de gal!o de #uebra-mandinga6 uma
lata de aeite de oliva.

 Abre-se a cabaça em cima, lim$a-se bem retirando todas as sementes de seu interior6 coloca-se dentro os
ingredientes deixando o aeite de oliva $ara o final6 acende-se uma mec!a de algod%o e deixa-se, $or Y dias, nos $és
de gun. =es$ac!a-se no cemitério.

 - (ara oa sorte.

;m reci$iente de cristal grosso6 Y col!eres de vin!o tinto6 Y col!eres de vin!o branco6 Y col!eres de em* (vin!o
de $alma)6 Y $edacin!os de coco seco6 Y gr%os de ataré6 $7 de $eixe defumado6 um $ouco de osun6 um $ou#uin!o
de areia de rio6 um $ou#uin!o de terra da frente de casa6 uma lata de aeite de oliva.

 Arruma-se tudo dentro do cristal, segundo a ordem da relaç%o acima. Acende-se Y mec!as e deixa-se nos $és
de gun durante Y dias. =es$ac!a-se no cemitério.

 - (ara destruir um inimio

;ma $anela de barro de taman!o médio6 um $ouco de osun6 um $ouco de efun6 um $ouco de u"&i6 $7 de $eixe
defumado6 $7 de $re" defumado6 um $ouco de aeite de dend'6 um $ouco de 7leo de rcino6 um $ouco de sumo de
fol!as de comigo-ninguém-$ode (substncia venenosa #ue re#uer cuidado no manuseio)6 um $ou#uin!o de terra de
cemitério6 um $edaço de gal!o de abre camin!o e o nome da $essoa escrito Y vees em $a$el de embrul!o
grosseiro. Ateia-se fogo ao $a$el com o nome escrito, &" dentro da $anela de barro. Coloca-se os ingredientes dentro
da $anela, sobre as cinas e com$leta-se
com$leta-se com aeite de oliva. Acend
Acende-se
e-se Y mec!as deixando #ue #ueime
#ueimem
m $or Y
dias. =es$ac!a-se no cemitério.

,AM(A!I"A#
,AM(A!I"A# (A!A
(A!A E$Ú

 - (ara oter roteRFo de Exú.

=entro de uma cabaça bem lim$a, coloca-se o seguinte/ Q roletes de cana6 mil!o torrado6 G moedas6 aeite de
am'ndoas6 aeite de dend'6 $7 de $eixe defumado6 $7 de $re" defumada6 aguardente de cana e aeite de oliva.
 Arruma-se tudo dentro da cabaça, acende-se uma mec!a e deixa-se #ueimar $or Q dias diante de
d e x*. =es$ac!a-se
na encruil!ada.
 

53

 - (ara criar dificuldades na Jida de alum.

<uma cabaça bem lim$a coloca-se/ ;ma foto da $essoa #ue se $retende $re&udicar6 Q col!eres de sal de
coin!a6 o suco de Q limões6 Q gotas de aougue6 Q gotas de alcatr%o6 Q gotas de amnia6 um $ouco de 7leo
7 leo de rcino
e aeite de oliva. Acende-se G mec!as #ue dever%o #ueimar $or PP dias diante de x*, (trocar e com$letar o aeite
sem$re #ue necess"rio). =es$ac!a-se no cemitério, o mais $r7ximo $ossvel do sino #ue anuncia a entrada de um
enterro.
,AM(A!I"A#
,AM(A!I"A# (A!A
(A!A OG+"

 - (ara oter uma raRa.

;ma $anela de barro6 Q $imentas-da-costa6 Q gr%os de mil!o torrado6 $7 de $eixe6 $7 de $re" defumado6 Q
col!eres de mel6 um c"lice de em* ($ode ser substitudo $or gin)6 aeite de oliva. Coloca-se tudo dentro da $anela6
acende-se uma mec!a e deixa-se $or Q dias
d ias diante de Ogun. =es$ac!a-se na lin!a do trem.

 - (ara erturar a Jida de alum.

;ma $anela de barro6 aeite de dend'6 Q col!eradas de 7leo de coco6 Q col!eres de alcatr%o6 Q gotas de

amnia6 Q gr%os de mil!o torrados6 Q $imentas-da-costa6 osun6 u"&i6 um $edacin!o de talo de comigo-ninguém-$ode6
o nome da $essoa escrito em $a$el de embrul!o. 1rimeiro, abre-se o $a$el com o nome escrito e urina-se sobre ele6
coloca-se o $a$el dentro da $anela de barro e arruma-se, $or cima, todos os ingredientes relacionados. Com$leta-se
com aeite de oliva, acende-se uma mec!a e deixa-se ficar, durante sete dias, diante de Ogun. =es$ac!a-se dentro
do cemitério.

 - (ara oter uma Jitria com a aNuda de Oun.

 Abre-se ao meio uma melancia. =a $arte de baixo, retira-se toda a $ol$a e coloca-se dentro/ ;m $ouco de
"gua
"gua de $oço6
$oço6 sete
sete $edacin
$edacin!os
!os de fol
fol!a
!a de es$ada
es$ada-de
-de-4%
-4%o
o :orge6
:orge6 Q $iment
$imentas-
as-da-
da-cos
costa6
ta6 Q favas
favas c!a$é
c!a$éu-d
u-de-
e-
na$ole%o6 uma fava ol!o-de-boi6 Q gr%os de mil!o torrados6 um $ouco de $7 de efun6 u"&i6 um c"lice de gin6 a
aeite
eite de
dend' e aeite de oliva. Coloca-se tudo dentro da metade oca da melancia, com$leta-se com aeite de oliva, acende-
se uma mec!a e deixa-se Q dias diante de Ogun. A outra banda da melancia, é colocada ao lado da lam$arina como
oferenda ao Orix". =es$ac!a-se numa rodovia de grande movimento.

,AM(A!I"A#
,AM(A!I"A# (A!A
(A!A O$]##I

 - (ara oter a aNuda de Oxssi

;ma $anela de barro de taman!o médio6 meio co$o de aeite de am'ndoas6 meio co$o de aeite de dend'6 Q
col!eres de melado6 um $ouco de osun6 Q gr%os de mil!o torrados6 $7 de $eixe defumado6 $7 de $re" defumada6 Q
col!eres de suco de rom%6 Q col!eres de licor de anis6 Q gr%os de $imenta-da-costa6 aeite de girassol. Coloca-se os
ingredientes relacionados dentro da $anela de barro, com$leta-se até a borda com o aeite de girassol, acende-se
uma mec!a e deixa-se #ueimar $or sete dias. =es$ac!a-se nos $és de uma amendoeira.

 - (ara oa sorte.


 

54

;ma $anela de barro média6 Q col!eres de aeite de am'ndoas6 Q gr%os de mil!o torrados6 $7 de $re"
defumada6 Q col!eres de aguardente6 Q col!eres de aeite de dend'6 Q $edacin!os de ori-da-costa6 osun6 Q $edaços
de aç*car cndi6 um $edaço de $a$el branco contendo escrito o #ue se dese&a do Orix"6 aeite de oliva. Coloca-se o
$a$el com os $edidos no fundo da $anela e, sobre ele, coloca-se os ingredientes. Com$leta-se com o aeite de oliva
e acende-se Q mec!as, deixando $or Q dias nos $és de Ox7ssi. =es$ac!a-se numa mata.

,AM(A!I"A#
,AM(A!I"A# (A!A
(A!A ,OG+"ED0
,OG +"ED0
 - (ara oter uma raRa.

;ma $anela de barro6 sal de camar%o seco6 P] favas de abere6 P] favas de ari6 P] gr%os de mil!o seco6 a
gema de um ovo de galin!a6
galin!a6 um $ouco de "gua de rio e aeite
aeite de oliva.
oliva. screve-se
screve-se em $a$el de embrul!o
embrul!o a graça
#ue se dese&a obter6 coloca-se o $a$el no fundo da $anela6 arruma-se todos os ingredientes $or cima6 com$leta-se
com o aeite de oliva. Acende-se a mec!a e deixa-se $or cinco dias diante de ogun. =es$ac!a-se nas "guas de um
rio, no local mais $rofundo.

 - (ara resolJer uma situaRFo difScil.

=entro
=entro de uma bacia de "gata coloca-se
coloca-se um $ouco de "gua de rio. =entr
=entro
o desta "gua coloca-se
coloca-se U gemas de
ovos de galin!a. 1ega-se uma $anela de barro e dentro dela coloca-se "gua de rio e aeite de oliva. Coloca-se a
$anela dentro da bacia com as gemas6 acende-se uma mec!a e arreia-se diante de ogun, deixando $or Q dias.
=es$ac!a-se na cac!oeira.

,AM(A!I"A# (A!A O$+"

 - (ara oter roteRFo de Oxun.

;ma $anela de barro6 uma $edra im%6 "gua de flor de laran&eira6 vin!o seco6 "gua de colnia6 U $edacin!os de
ori-da-costa6 U col!eres de café de 7leo de am'ndoa doce6 aeite de oliva. Coloca-se o im% dentro da $anela e, $or 
cima, os demais ingredientes. Com$leta-se com o aeite de oliva, acende-se uma mec!a e deixa-se $or cinco dias
diante de Oxun. 1ode-se manter sem$re diante do Orix" ou des$ac!ar-se numa cac!oeira.

 - (ara Tue uma mulPer fiTue ráJida.

;m mel%o6 um bone#uin!o de $l"stico6 um $edacin!o de talo de abre-camin!o6 U ovos de codorna (somente se


utiliam as gemas)6 U col!eres de c!" de 7leo de am'ndoa doce6 U col!eres de creme de abacate6 U gotas de "gua
de colnia6 um $ouco de osun6 U col!eres de café de suco de salsa6 U $edacin!os de manteiga de cacau6 7leo de
girassol. Abre-se uma tam$a na $arte de cima do mel%o6 retira-se as sementes6 coloca-se o bone#uin!o com a
cabeça $ara cima6 coloca-se todos os demais ingredientes e com$leta-se com o 7leo de girassol. Acende-se uma
mec!a e deixa-se diante de Oxun $or cinco
cin co dias. =es$ac!a-se nas "guas de um rio.

 - (ara atrair uma essoa.

;ma cabaça bem grande6 o nome da $essoa #ue se $retende atrair escrito num lenço branco, novo e
$erfumado6 U gemas de ovos de galin!a d[Angola6 U ovos de codorna inteiros6 U $edacin!os de coco6 U col!erin!as
 

55

de aeite de am'ndoa-doce6 U col!eres de mel de abel!as6 um $ouco de efun6 um $ouco de osun6 U col!eres de
aç*car mascavo.

 Abre-se a cabaça, lim$a-se seu interior, coloca-se o $a$el e os demais ingredientes. Com$leta-se com aeite
de oliva e acende-se uma mec!a, deixando diante de Oxun durante cinco dias. =es$ac!a-se nas "guas de um rio.

 - (ara Tue alum retorne.

1re$ara-se, da mesma forma da receita anterior, uma cabaça, dentro da #ual se coloca/ U bolin!os feitos com
farin!a de mil!o misturada com mel de abel!as e fol!as de salsa bem $icadin!as6 mel de abel!as6 aeite de dend'6 U
favas de aber' e 7leo de girassol. =e$ois de tudo dentro da cabaça, com$leta-se até a borda com o 7leo de girassol,
acende-se uma mec!a e deixa-se, $or cinco dias, nos $és do Orix". =es$ac!a-se num rio.

,AM(A!I"A#
,AM(A!I"A# (A!A
(A!A OIU%

 - (ara roteRFo.

;ma $anela de barro6 Y $imentas-da-costa6 $7 de $eixe defumado6 $7 de $re" defumada6 aeite de dend'6
melado de cana6 Y $edacin!os de ori-da-costa6 Y agul!as6 Y $edacin!os de coco seco6 Y gemas de ovos de galin!a

d[Angola6 osun6 um $ou#uin!o de vin!o tinto6 um $ou#uin!o de genebra. Com$leta-se com aeite de oliva e acende-
se uma mec!a, deixando $or Y dias aos $és de O3". =es$ac!a-se num bambual.

 - (ara defender-se de inimios.

;ma $anela de barro6 Y gr%os de fei&%o fradin!o6 Y gr%os de mil!o vermel!o6 uma $itada de colorau6 aç*car 
mascavo6 aeite de dend'6 um $ouco de "gua de rosas. Com$leta-se com aeite de oliva e acende-se uma mec!a
$or nove dias aos $és de O3". =es$ac!a-se nos $és de um flamboa3ant.

 - (ara oter uma raRa.

;ma $anela de barro6 aç*car mascavo6 aç*car cndi6 Y gemas de ovos de codorna6 Y brasas de carv%o vegetal
acesas6 "gua de rosas. =e$ois de tudo arrumado na $anela, com$leta-se com aeite de oliva e acende-se uma

mec!a, deixando-se, $or Y dias, diante do Orix". =es$ac!a-se num bambual.


,AM(A!I"A# (A!A UE@%

 - (ara alcanRar uma raRa.

<uma $anela de barro coloca-se/ ;m $ouco de terra de formigueiro6 uma $itada de osun6 PP $imentas-da-
costa66 aç*car
costa aç*car cndi6 aç*car mascavo6
mascavo6 aç*car branco
branco refinado6
refinado6 aeite de dend'6 mel de abel!as6
abel!as6 umas gotin!as
gotin!as de
ess'ncia de rosas. Com$leta-se com aeite de oliva6 acende-se uma mec!a e deixa-se $or PP dias diante de Ke".
=es$ac!a-se aos $és de uma "rvore grande.

 - (ara roteRFo.

<a metade de uma cabaça bem lim$a


li m$a $or dentro, coloca-se/ PP gr%os de $imenta-da-costa6 $eixe defumado6 PP
$edacin!os de coco seco6 P anol6 um of"in!o de metal6 P ob6 um $ouco de osun6 mel de abel!a6 um $ou#uin!o de
 

56

baunil!a6 PP $edacin!os de canela em casca6 um $edacin!o de sab%o da costa. Com$leta-se com aeite de oliva,
acende-se uma mec!a e deixa-se $or PP dias aos $és de Ke".
Ke". =es$ac!a-se numa nascente dX"gua.

- (ara defender-se de inimios.

;ma $anela de barro6 PP gr%os


gr%os de fei&%o fradin!o6 PP g
gr%os
r%os de mil!o vermel!o6 aç*car
aç*car mascavo6 aeite
aeite de
dend'6 um $ouco de "gua de rosas. Com$leta-se com aeite de oliva e acende-se uma mec!a $or PP dias aos $és de
Ke
Ke".
". =es$ac!a-se nos $és de um flamboa3ant.
f lamboa3ant.

- (ara atrair uma essoa.

;ma cabaça bem grande6 o nome da $essoa


$essoa #ue se $retende
$retende atrair escrito
escrito num $a$el branco6
branco6 PP gemas de
ovos de galin!a d[Angola6 PP gemas de ovos de codorna 6 PP $edacin!os de coco6 PP col!erin!as de aeite de
am'ndoa doce6 PP col!eres de mel de abel!as6 um $ouco de efun6 um $ouco de osun6 PP col!eres de aç*car 
mascavo. Abre-se a cabaça, lim$a-se seu interior, coloca-se o $a$el e os demais ingredientes. Com$leta-se com
aeite de oliva e acende-se uma mec!a, deixando diante de Ke" durante PP dias. =es$ac!a-se nas "guas de um
rio.

,AM(A!I"A#
,AM(A!I"A# (A!A
(A!A OB%

 - (ara oter a roteRFo de Oá.

;ma $anela de barro6 uma $edra im%6 "gua de flor de laran&eira6 vin!o tinto6 PU $edacin!os de ori-da-costa6 PU
col!eres de café de 7leo de am'ndoa doce6 P fol!a de comigo-ninguém-$ode e aeite de oliva.

Coloca-se a fol!a com o im% dentro da $anela e $or cima, os demais ingredientes. Com$leta-se co
com
m o aeite
de oliva, acende-se uma mec!a e deixa-se $or
$ or PU dias diante de Ob". =es$ac!a-se no local determinado $elo &ogo.

 - (ara desfazer um malefScio.

<uma $anela de barro coloca-se/ PU sementes de ab7bora6 um $ouco de farin!a de mil!o vermel!o torrada6 PU
agul!as de costura6 PU $imentas-da-costa6 PU col!eres de vinagre6 PU col!eres de suco de lim%o6 osun6 u"&i6 PU

b*ios $e#ueninos e aeite de oliva. Acende-se uma mec!a e deixa-se, $or PU dias, nos $és de Ob". =es$ac!a-se
no cemitério.

 - (ara oter diJersas raRas simultaneamente.

;ma $anela de barro média6 PU col!eres de aeite de am'ndoas6 PU gr%os de mil!o torrado6 $7 de $re"
defumada6
defumada6 PU col!eres
col!eres de aeite de dend'6
dend'6 PU $edacin!os de ori-da-costa
ori-da-costa66 osun6 um $edaço de $a$el branco
contendo, escrito, o #ue se dese&a do Orix"6 aeite de oliva. Coloca-se o $a$el com os $edidos no fundo da $anela e,
sobre ele, coloca-se os ingredientes. Com$leta-se com o aeite de oliva e acende-se uma mec!a, deixando $or PU
dias nos $és de Ob". =es$ac!a-se numa mata.

,AM(A!I"A# (A!A "A"1

 - (ara sorte e roteRFo de "anF.


 

57

;ma $anela de barro média6 PG gemas de ovos de gansa6 PG $imentas-da-costa6 PG b*ios6 osun6 efun6 u"&i6
um $ouco de lama de $ntano6 um $ouco de mil!o torrado6 $eixe defumado6 aeite de dend'6 PG col!eres de aeite
de am'ndoas6 os $edidos #ue se dese&a obter escritos em $a$el de embrul!o. Coloca-se o $a$el dentro da $anela e
todos os ingredientes $or cima6 com$leta-se com 7leo de girassol. Acende-se uma mec!a e deixa-se diante de <an%
$or PG dias. =es$ac!a-se num $ntano.

 - (ara conseuir uma raRa.


2etade
2etade de uma cabaça bem lim$a $or dentro6 PG moedas $e#ueninas6
$e#ueninas6 PG gr%os de mil!o de $i$oca #ue n%o
ten!am estourado ao se faer $i$ocas $ara Omol*6 PG $edacin!os de coco seco6 PG sementes de anis estrelado6
aeite de dend'6 um $ouco de melado de cana6 um $ouco de lama do fundo de um rio6 aeite de oliva.

screve-se, num $a$el #ual#uer, o #ue se dese&a de <an%. Coloca-se o $a$el dentro da cabaça e coloca-se
todos os ingredientes $or cima. Com$leta-se com aeite de oliva, acende-se uma mec!a e deixa-se nos $és de <an%
$or PG dias. =es$ac!a-se nas "guas de um rio.

 - (ara desfazer um malefScio.

<uma $anela de barro coloca-se/ PG sementes de mel%o6 um $ouco de farin!a grossa de mil!o vermel!o
torrada6 PG agul!as de costura6 PG $imentas-da-costa6
$ imentas-da-costa6 PG col!eres de vinagre6 PG col!eres de suco de lim%o6 PG gotas
de amonaco6 osun6 efun6 u"&i6 um b*io grande e aeite de oliva. Acende-se uma mec!a e deixa-se, $or tree dias,
nos $és de <an%. =es$ac!a-se no cemitério.

,AM(A!I"A#
,AM(A!I"A# (A!A
(A!A IUEMA"V%
IUEMA"V %

 - (ara atrair oa sorte.

;ma $anela de barro de taman!o médio6 um $ou#uin!o de "gua de flor de laran&eira6 um c"lice de licor de
menta6 um co$o de "gua do mar6 um $ouco de aeite de dend'6 um $ouco de mel de abel!as6 um $ouco de melado6
Z agul!as
agul!as de costura6
costura6 aeite de girassol.
girassol. Coloca-se
Coloca-se tudo dentro da $anela,
$anela, com$leta-se
com$leta-se com o aeite de girassol
girassol e
acende-se uma mec!a $or sete dias. =es$ac!a-se no mar.

 - (ara oter uma raRa.

;m mel%o6 sete gemas de ovos de galin!a d[Angola6 $7 de $eixe defumado6 um co$o de "gua de rio6 um co$o
de "gua do mar6 Q gr%os de ataré6
ataré6 melado6 mel de abel!as6 Q moedas de $e#ueno
$e#ueno valor6 aeite de oliva. Abre-se
Abre-se o
mel%o, retira-se a $ol$a, coloca-se os ingredientes relacionados, com$leta-se com o aeite de oliva e acende-se uma
mec!a $or sete dias. =es$ac!a-se no mar ou nas
n as "guas de um rio.

 - (ara reNudicar um inimio.

;ma cabaça6 um $a$el de embrul!o com o nome do inimigo escrito sete vees6 Z agul!as6 Z col!eres de
vinagre6 sete $edras de sal grosso6 uma $itada de osun6 $7 de bambu6 um $ouco de amnia6 um $edaço de $edra de
cnfora6 Z col!erin!as de c!" de 7leo de rcino6 a mesma #uantidade de 7leo de castor6 Z col!eres de aeite de
dend'6 Z gr%os de $imenta-da-costa6 Z $edrin!as $e#uenas de carv%o mineral6 $7 de $eixe e de $re" defumados6
 

58

7leo de so&a. Abre-se a cabaça $elo $escoço6 tira-se as sementes6 coloca-se o $a$el com o nome6 cobre-se com os
ingredientes relacionados6 com$leta-se com o 7leo de so&a6 acende-se uma mec!a e deixa-se diante de ?3eman&" $or 
#uatro dias. =e$ois, fec!a-se a cabaça com a $r7$ria tam$a, amarra-se com $al!a da costa e enterra-se na beira de
um rio.

,AM(A!I"A#
,AM(A!I"A# (A!A
(A!A $A"GY
$ A"GY

 - (ara eJoluRFo na Jida.

;ma melancia6 "gua de rio6 ] $imentas-da-costa6 aeite de oliva6 ] col!eres de aeite de dend'6 ] col!eres de
aeite de am'ndoas6 ] col!eres de aeite
a eite de coco6 ] $avios ou mec!as de algod%o.

 Abre-se a melancia ao meio, no sentido vertical, retira-se a $ol$a de seu interior e se introdu os ingredientes
acima relacionados, começando $ela "gua e deixando o aeite de oliva $or *ltimo, de forma #ue fi#ue c!eia até em
cima. Coloca-se os $avios ou mec!as e deixa-se aos $és de 8ang até #ue se #ueime todo o 7leo. A $ol$a retirada
da melancia, é esfregada no cor$o da $essoa #ue, de$ois, disto toma ban!o de "gua lim$a e s7 ent%o acende a
lam$arina.

 - (ara oter uma raRa.

screve-se num $a$el o #ue se dese&a obter. Coloca-se o $a$el numa $anela de barro e &unta-se + ele, os
seguintes ingredientes/ 17 de $eixe defumado6 $7 de $re" defumado6 um co$o de vin!o tinto6 um co$o de
aguardente6 ] $imentas-da-costa6 ] moedas de cobre6 v"rios $edacin!os de coco seco6 aeite de dend'6 ori-da-costa6
] col!eres de mel de abel!as6 um $ouco de $7 de osun6 um $edaço de gal!o de abre-camin!o6 um $edaço de casca
de ir@o6 ] agul!as6 ] col!erin!as de 7leo de am'ndoa doce. Com$leta-se com aeite de oliva e acende-se uma
mec!a, deixando-se $or seis dias diante de 8ang. =es$ac!a-se aos $és de uma $almeira im$erial.

 - (ara Tue $anQ dX roteRFo ermanente.

im$a-se uma cabaça grande e, numa de suas $artes arruma-se/ PW bolas de in!ame enfeitadas com um gr%o
de mil!o vermel!o6 PW gr%os de $imenta-da-costa6 PW orogbs6 PW favas de alibé6 PW favas de ari6 osun6 efun6 um
$ouco de l% de carneiro6 PW $edacin!os de ori-da-costa6 aeite de dend'6 PW #uiabos cortados em rodelin!as6 um
c"lice de vin!o tinto. Arruma-se tudo dentro da cabaça #ue é, $or sua ve, colocada dentro de uma gamela de
madeira6 com$leta-se com aeite de oliva, acende-se uma mec!a e deixa-se PW dias diante de igb" de 8ang.
=es$ac!a-se nos $és de uma $almeira.

,AM(A!I"A#
,AM(A!I"A# (A!A
(A!A OMO,Ú
OMO, Ú

 - (ara resolJer rolemas de saúde.

m meia cabaça devidamente lim$a coloca-se/ Aeite de dend'6 mel de abel!as6 vin!o tinto seco6 aeite de
am'ndoa6 mil!o torrado e mil!o de $i$oca. Com$leta-se com aeite de oliva, acende-se uma mec!a #ue deve ser 
renovada até #ue a $essoa mel!ore. =e$ois de obtida a graça, enterra-se a cabaça dentro de cemitério.

 - Outra ara a saúde.


 

59

Colocar numa $anela de barro/ um co$o de "gua de coco verde6 um co$o de vin!o branco6 uma $itada de
gengibre ralado6 alguns gr%os de tremoços e um c"lice de genebra. =e$ois de tudo arrumado, com$leta-se com
aeite de oliva, acende-se a mec!a e deixa-se diante do Orix" $or sete dias. =es$ac!a-se numa mata.

- (ara oter uma raRa imossSJel.

1ode-se usar, indiferentemente, uma cabaça ou uma $anela de barro. m seu interior coloca-se/ Q gr%os de
mil!o torrados6 Q bolin!as de ori-da-costa6 Q gr%os de ataré6 uma taça de vin!o tinto rascante6 canela em $76 aeite de
dend' e P orogb. Com$leta-se com aeite de oliva, acende-se a mec!a e deixa-se $or Q dias diante de Omol*.
=es$ac!a-se em cima de um formigueiro.

,AM(A!I"A# (A!A OBA*A,%

 - (ara rolemas de saúde.

1ega-se um mel%o, corta-se uma tam$a em cima, retira-se as sementes e a $ol$a. =entro do mel%o coloca-se/
T gemas de ovos de $omba branca6 T gr%os de can&ica crus6 T moedas brancas6 T b*ios6 um $ouco de "gua de flor 
de laran&a6 T $edacin!os de ori-da-costa6 $7 de efun6 o sumo de T fol!as-da-fortuna. Com$leta-se até em cima com
aeite de oliva6 acende-se uma mec!a e deixa-se $or oito dias nos $és de Obatal". =es$ac!a-se aos $és de um
algodoeiro.

 - (ara oter-se uma raRa.

;ma $anelin!a de barro $e#uena na #ual se coloca um $a$el com o $edido do #ue se dese&a. 4obre o $a$el
coloca-se PR $edacin!os de ori-da-costa e uma fava de baunil!a. Com$leta-se com aeite de oliva e acende-se uma
mec!a. =urante PR dias com$leta-se o aeite e renova-se a mec!a sem$re #ue for necess"rio. =es$ac!a-se num
local alto e arboriado.

 - (ara aradar Oatalá.

<um co$o de cristal grosso, coloca-se #uatro dedos de "gua de flor de laran&eira6 PR gotas de baunil!a e aeite
de oliva. Acende-se um $avio de lam$arina e deixa-se #ue se #ueime todo o aeite do co$o. 4e for $reciso, $ode
renovar o $avio. <%o se des$ac!a o co$o, a$enas a "gua do fundo é des$e&ada num gramado lim$o.

BIB,IOG!AIA
 

60

 Abra!am, 9.C. - =ictionar3 of 2odern K


Koruba
oruba - ondres -PYUT.

 Adim*, Ofrenda a los Orixas - 9egla de Oxundei - Caderno de anotações de uma 4anteria de Cuba - Autor 
descon!ecido .

 Angarica, <icolas 0alentim


0alentim - 2anual de Oriate
Oriate 9eligion ucumi - Savana - Cuba.

 Antologia do <egro Brasileiro


 Aolalu, :. Omosade - Ko
Koruba
ruba Beliefs and 4acrificial 9ites - ong
ongman
man Souse - ondon - PYQY

Blavats@3, S.1.
S.1. - A =outrina 4ecreta. 4intese de Ci'ncia, Nilosofia e 9eligi%o. - ditora 1ensamento.

Cabrera, 3dia - l 2onte ?gbo Ninda - 9ema 1ress - 2iami - PY]T

=icion"rio de Ci'ncias 4ociais - Nundaç%o Jet*lio 0argas - 9io - PYTQ

=u$ont, Albert
Albert - os Or"culos de Biague 3 =iloggun - Savana - PYUY

. Balo&i ?dou - Olodumare, Jod in Ko


Koruba
ruba Belief - ongmans - PY]W

liondo, Carlos - 2anual del ?talero


?talero de la 9eligion ucumi - Savana.

Nonseca :r., duardo - =icion"rio Koruba (<ag)-1ortugu's. - PYTG.

. 0. 5!omas et 9. uneau - es religions dXAfri#ue noire - . Art!eme Na3ard - Nrance - PY]Y

é$ine, C. - 5ese de =outorado - ;41 -PYQT

2au$oil, B. - a Jeomancie + lXancienne


l Xancienne Cte des sclaves - ?nstitut dXt!nologie - 1
1aris
aris - PYTP

1ereira, <unes - A Casa das 2inas-Culto dos 0oduns :e&e no 2aran!%o - 0oes - 1etr7$olis - PYQY

9ibeiro, 9ene - Cultos Afro Brasileiros do 9ecife - .

4antos, :. . - Os <ag e a 2orte. 1+de, Asese e o Culto gun na Ba!ia.- 0o


0oes
es - 1etr7$olis - PYT] .

0erger, 1. N. - Os Orix"s - d. Corru$io - PYTP .


0erger,, 1ierre N.
0erger N. - =ieux dXAfri#ue. - Culte des Orix"s
Orix"s et 0odouns...
0odouns... - 1aul Sartmann diteur - 1aris.

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