Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Criação do Mundo
escrito por Reginaldo Prandi • ilustrado por Joana Lira
Neste livro, ficção e realidfade se
confundem. 0 cenário inicial é a viagem
de Adetutu, uma jovem mãe africana que
é aprisionada e transportada ao Brasil a
bordo de um navio negreiro. Em vez de
apenas lamentar a sua sina, Adetutu faz
da viagem um momento para sonhar com
a criação do mundo. Em seu sonho, os
orixás - deuses de seu povo - aparecem
descritos e transformam-se, eles próprios,
em coadjuvantes. Oxalá, Exu, Xangô,
lemanjá, todos participam dessa
aventura, narrada por meio de mitos
africanos, que aos poucos se tornam
também brasileiros. Enquanto o navio
busca a costa do Brasil, cada um dos
diferentes orixás cumpre seu papel na
tarefa da criação do mundo material, da
humanidade, da cultura e da sociedade.
Numa sacolinha de segredos que leva
pendurada no pescoço, Adetutu guarda
lembranças com que os orixás a
presenteiam. Esses mesmos segredos
serão recuperados por Adetutu trinta
anos depois, quando eles estarão
inseridos na própria cultura brasileira.
Adetutu é personagem de ficção,
mas somente ela. Os contos e lendas
mostrados em seus sonhos fazem parte
C ontos e L en d a s
A f r o - b r a s il e ir o s
A CRIAÇÃO DO MUNDO
^ s /o
i / i
Prezado leitor, prezada leitora,
Boa leitura!
O u tro s títu lo s d a C o le ç ã o C o n to s e L en d as:
C ontos e L end as
A f r o - b r a sil e ir o s
A CRIAÇÃO DO MUNDO
Ia reimpressão
C ia . D a s L e t r a s
9
Copyright do texto © 2007 by Reginaldo Prandi
Copyright das ilustrações © 2007 by Joana Lira
Capa
Eliana Kestenhaum
Fotos
Reginaldo P randi
Preparação
Denise Pessoa
Revisão
Elizete Mitestaines
Cláudia Cantarin
Andre.isa Bezerra da Silva
Prandi, R eginaldo
C ontos e lendas afro-brasileiros: a m a ç ã o do m undo •'
R eg in ald o P randi ; ilu straçõ e s d e J o an a l ira S ão P aulo
C om panhia das Letras, 2007.
is b n 978-85-359-1053-7
07-4459______________________________ CPP-398.23608996QKI
2009
Prólogo: N o n a v io n e g r e ir o ........................................................................................ 7
1. A T erra se e x p a n d e ...................................................................................................... 13
2 . T em in í c i o a m a io r c r ia ç ã o d a C r ia ç ã o .........................................................2 7
5. U m r io c o r t a a m o n t a n h a ........................................................................................ 5 5
6. C h ega d e c o m id a c r u a ..............................................................................................6 3
8. M u it o i n h a m e p a r a p r e p a r a r ................................................................................81
E p íl o g o : N a c id a d e d o S a l v a d o r , B a h ia , B r a s il .................................. 139
A p ê n d i c e : O s d e u s e s d a m i t o l o g i a a f r o - b r a s i l e i r a ............................... 1 5 3
N o t a d o a u t o r .....................................................................................................................2 1 9
A g ra d e c im e n to s ............................................................................................................... 2 2 1
tj
PROLOGO
NO NAVIO NEGREIRO
F e c h o u os olhos tentando dormir. Não
conseguia. O balanço do navio negreiro a en
joava, o corpo doía, o corte no pé latejava.
Adetutu não tinha forças para nada, a não ser
chorar. Onde estariam seus pequenos Taió e
Caiandê? Talvez nunca mais os visse, nun
ca mais os abraçasse nem lhes desse o leite
que agora escorria dos seios inchados e dolo
ridos.
Adetutu sentiu nos lábios ressequidos o
sal de suas lágrimas; soluçava. No escuro
do porão apertado e fétido do navio negrei
ro, que se arrastava pelo oceano na noite
sem estrelas, a mulher deitada ao lado fez
um esforço para vencer o peso das correntes
que as uniam e apertou o braço de Adetutu
8
NO NAVIO NEGREIRO
9
►r »
N O NAVIO NEGREIRO
11
I
I
I
i
I
I
I
1
A TERRA SE EXPANDE
I
14
A T erra se ex pa n d e
15
A CRIAÇÃO DO MUNDO
16
A T erra se ex pa n d e
17
A CRIAÇÃO DO MUNDO
18
A T erra se ex pa n d e
19
A T erra se ex pa n d e
21
A CRIAÇÃO DO MUNDO
22
A T erra se ex pa n d e
23
A CRIAÇÃO DO MUNDO
25
A CRIAÇÃO DO MUNDO
26
2
TEM INÍCIO A MAIOR
CRIAÇÃO DA CRIAÇÃO
A acordar, Oxalá não podia acreditar
no que seus olhos viam. Estava tudo muda
do. O mundo agora existia!
Onde antes não havia nada, viam-se cam
pos, rios, mares. Plantas de todas as formas
e tamanhos forravam o chão da Terra, peixes
enchiam os mares de formas e movimentos,
bandos de pássaros animavam os ares em
revoadas coloridas e sonoras. A luz estava
em todos os lugares. O Sol, no firmamento,
iluminava o dia. E depois do dia vinha a noi
te, e com ela o escuro, quebrado pelo cla
rão da Lua e pelo cintilar das estrelas. Oxalá
se comoveu com tanta beleza e se aqueceu
no calor do universo recém-nascido.
De repente se deu conta: quem era o
28
T e m in íc io a m a io r c r ia ç ã o d a C r ia ç ã o
29
T e m in íc io a m a io r c r ia ç ã o d a C r ia ç ã o
31
A CRIAÇÃO DO MUNDO
32
3
FAZENDO CABEÇAS
PARA QUEM VAI NASCER
cV / o m as próprias mãos, Oxalá amas
sou o barro e com ele modelou os bonecos
aos quais deu a vida com o sopro de Olorum,
transformando-os em seres humanos. Mas
isso também não foi nada fácil. O Criador
fracassou várias vezes antes de chegar à ma-
téria-prima mais adequada para a miodela-
gem dos humanos.
Primeiro os fez de ar, mas eles se desvane
ciam, sem consistência. Com água também
não funcionou: as criaturas lhe escorriam
por entre os dedos, caíam num jorro e se in
filtravam no solo.
Oxalá achou que tinha que dar mais soli
dez ao ser humano e tentou fazê-lo de pau.
Agora sim, os novos seres se mantinham
34
Fazendo c a b e ç a s pa r a q u e m vai n a s c e r
35
A CRIAÇÃO DO MUNDO
36
Fazendo c a b e ç a s pa r a q u e m vai n a s c e r
37
A CRIAÇÃO DO MUNDO
38
Fazendo c a b e ç a s pa r a q u e m vai n a sc e r
40
Fazendo c a b e ç a s pa r a q u e m vai n a sc e r
41
5
| I H
■1
M
■
i
- HH H M M
rv.v.v.v.v.v.t
Fa zen d o c a b e ç a s pa ra q u e m vai n a sc e r
43
A CRIAÇÃO DO MUNDO
44
O MAR SE MEXE E SE DEFENDE
( 3 sonho de Adetutu foi interrompido
por terríveis solavancos; o navio negreiro
enfrentava a fúria do mar. Na luta contra as
águas enraivecidas, o navio jogava sua car
ga humana de um lado para outro. Os negros
que atulhavam os porões do navio, acorren
tados uns aos outros, gritavam de medo e
de dor quando, num tranco mais forte, car
ne e ossos eram feridos pelos grilhões ata
dos a pulsos e tornozelos.
O mar, a força do mar, pensou Adetutu,
nenhum homem podia dominar. Um dia ela
contaria às crianças muitas histórias sobre
o mar, histórias de Iemanjá.
Contaria que, na criação do mundo, o
sopro de Olorum provocara uma grande
46
O M AR SE MEXE E SE DEFENDE
47
A CRIAÇÃO DO MUNDO
A Criação prosseguia.
No fundo da Terra o fogo foi dominado
e entregue ao poder de Aganju, o mestre dos
vulcões, por onde o fogo aprisionado ainda
respira.
Chamas ardiam na superfície não aquosa
da Terra, tornando-a inabitável. Oxumarê
transportou água para cima, criou as nuvens
48
O M AR SE MEXE E SE DEFENDE
49
A CRIAÇÃO DO MUNDO
50
O M AR SE M EXE E SE DEFENDE
51
4V /A
A t
▼ /y
O M AR SE MEXE E SE DEFENDE
53
A CRIAÇÃO DO MUNDO
56
U M RIO CORTA A MONTANHA
57
A CRIAÇÃO DO MUNDO
58
U m r io c o r t a a m o n t a n h a
59
U m r io c o r t a a m o n t a n h a
61
A ( UI M) 111) Ml MM)
62
CHEGA DE COMIDA CRUA
-fc/rn épocas remotas, havia um feiti
ceiro a quem Exu ensinara muitos segredos.
O feiticeiro poderia usá-los como bem en
tendesse. Com eles, poderia praticar o bem
e o mal, mas seria o único responsável por
seus atos. Exu não se comprometia.
Os segredos pertenciam, obviamente,
aos orixás, que exigiram do feiticeiro, co
mo compensação, uma grande festa. Mas
deveria ser uma festa com alguma novi
dade, com comidas diferentes daquelas a
que orixás e homens estavam habituados.
Eles estavam cansados de só comer frutas,
favas e sementes cruas, peixes tirados di-
retamente das águas, carnes ainda san
grando. Naquele tempo a cozinha não era
64
C h e g a d e c o m id a c r u a
65
C h e g a d e c o m id a c r u a
67
A CRIAÇÃO IK) Ml NIK)
68
C h e g a d e c o m id a c r u a
69
A CRIAÇÃO DO MUNDO
70
C h e g a d e c o m id a c r u a
71
7
AS SEMENTES E A ENXADA
O navio negreiro avançava através do
oceano, mas Adetutu teve a sensação de que
retomava a sua aldeia, na Africa. Era criança
ainda e ajudava a avó a descascar inhames.
“Aprenda desde menina a agradecer a
Ogum por nos ter dado a faca” , ensinou-
lhe a avó.
Adetutu tocou o solo com a ponta dos de
dos , que em seguida levou à fronte, num gesto
de reverência, como fazem os do seu povo.
y>
74
As SEMENTES E A ENXADA
75
A CRIAÇÃO DO MUNDO
76
A S SEM ENTES E A ENXADA
77
A CRIAÇÃO DO MUNDO
78
A CRIAÇÃO DO MUNDO
80
8
82
M u it o in h a m e p a r a p r e p a r a r
83
M u it o in h a m e p a r a p r e p a r a r
85
A CRIAÇÃO IX) M UNIK)
86
9
DO SOPRO, TEMPESTADE
A
iH Ldetutu caminhava pela estrada na
companhia da mãe e de outras mulheres e
crianças.
A mãe de Adetutu era uma vendedora de
mercado, e a cada dia da semana ela ia a
uma das diferentes aldeias e cidades em que
fazia suas vendas. Como outras mulheres
de seu povo, a mãe de Adetutu caminhava
diariamente muitos quilómetros carregando
a mercadoria na cabeça até a feira do dia.
Ela vendia noz-de-cola, que a família pro
duzia em suas roças. Desde pequena Ade
tutu acompanhava a mãe ao mercado. Tinha
de aprender a ser boa comerciante. Seria
seu trabalho, quando crescesse. Levavam
ao mercado cestos de noz-de-cola, que na
88
Do SO PRO , TEMPESTADE
89
A CRIAÇÃO DO MUNDO
90
Do SO PRO , TEMPESTADE
91
A CRIAÇÃO DO MUNDO
92
Do SO PRO , TEMPESTADE
93
Do SO PR O , TEMPESTADE
95
A CRIAÇÃO IX) MI NI »)
96
Do SO PRO , TEMPESTADE
97
PODERES PARA TODOS
Adetutu estava para se casar. Haveria
uma festa a que todos certamente compa
receriamcom suas roupas mais luxuosas.
Seus pais se preparavam para entregá-la
comtodoorequintedocerimonial aonoivo,
que morava do outro lado da cidade. Era
umagricultor de muitas posses, muitas es
posas e muitos filhos, umhomem impor
tante. Adetutu não o conhecia pessoalmen
te, mas estava honrada com o casamento,
seriafeliz. Jáeraquasemulher-feitae, como
amãe, tinha sua banca de obis nos merca
dos da vizinhança. Queria ter muitos filhos
e viver empaz como futuro marido e sua
grandefamília. Xangô, seuorixá,paraquem
ela fora iniciada sacerdotisa, a protegeria
100
Poderes pa ra t o d o s
101
A CRIAÇÃO DO M UNDO
102
P oderes pa ra t o d o s
103
A CRIAÇÃO DO MUNDO
104
P oderes pa r a t o d o s
105
A CRIAÇÃO DO MUNDO
106
P oderes pa ra t o d o s
107
A CRIAÇÃO DO MUNDO
108
P o d e r e s p a r a todos
109
A CRIAÇÃO DO MUNDO
110
A CRIAÇÃO DO M UNDO
112
A VEZ DA MORTE
( g u a n d o o mundo foi criado, coube a
Oxalá fazer o homem. O homem se repro
duziu e povoou a Terra. Cada natureza da
Terra, cada mistério e segredo, tudo foi go
vernado pelos orixás. Oxalá sempre se con
siderou o responsável por sua criatura, que
o ama e venera e o chama de Grande Ori
xá, que é exatamente o significado de Oxa
lá na língua do povo de Adetutu, como já
sabemos.
No início, os homens não conheciam a
própria morte e, com atenção e oferendas
aos orixás, conquistavam o que queriam.
Mas começaram a se imaginar com os po
deres que pertenciam aos orixás e deixaram
de alimentar as divindades. Imortais que
114
A vez da M orte
115
A CRIAÇÃO DO MUNDO
116
A vez da M orte
117
A CRIAÇÃO DO M UNDO
118
A vez da M orte
119
A CRIAÇÃO DO MUNDO
120
A vez da M orte
121
A CRÍAÇÃO DO MUNDO
122
A vez da M orte
123
A CRIAÇÃO DO MUNDO
124
A vez da M orte
125
A vez da M orte
127
A CRIAÇÃO DO MUNDO
128
A vez da M orte
129
í
i
12
CÉU E TERRA SE SEPARAM
C ^ u a n d o a Morte foi criada, o mundo
dos humanos e o dos espíritos já estavam
separados um do outro. Mas não foi sempre
assim.
No começo os homens habitavam a Terra,
que eles chamavam de Aiê, e os orixás e os
espíritos habitavam o Céu, o outro mundo,
que eles chamavam de Orum. Mas a fron
teira entre os dois mundos era aberta, de
modo que homens e divindades iam e vi
nham, passando de um mundo a outro, com
partilhando vidas e aventuras.
Adetutu ouviu dizer muitas vezes que,
quando a passagem entre o Orum e o Aiê
era livre, os homens invadiam o espaço sa
grado dos deuses e, sem o menor respeito,
132
C éu e T e r r a se se p aram
133
A CRIAÇÃO DO MUNDO
134
C éu e T e r r a se sepa ra m
135
C éu e T e r r a se se p a ra m
137
A CRIAÇÃO DO MUNDO
138
EPÍLOGO
NA CIDADE DO SALVADOR, BAHIA, BRASIL
O navio negreiro chegou finalmente
ao Brasil, e sua carga humana foi desem
barcada na cidade do Salvador, capital da
província da Bahia. Transcorrera um mês e
alguns dias desde que o navio deixara o por
to na costa africana.
Os prisioneiros que sobreviveram à tra
vessia foram levados a um armazém de es
cravos, onde foram lavados e depois ali
mentados durante alguns dias para que
engordassem. Um trapo amarrado em tor
no dos quadris cobria-lhes o sexo. No mer
cado de escravos foram vendidos aos que
fizeram melhor oferta em dinheiro.
Para satisfação do leiloeiro que a vendeu,
a ferida no pé de Adetutu cicatrizara: uma
140
N a c id a d e d o S alvador, B a h ia ,B r a s il
14J
A CRIAÇÃO DO M UNDO
142
N a c id a d e d o S alvador, B a h ia , B r a s ii
143
A CRIAÇÃO DO MUNDO
144
N a c id a d e d o S alvador, B a h ia ,B r a s il
145
A CRIAÇÃO DO MUNDO
146
N a c id a d e d o S alvador, B a h ia , B r a s il
147
A CRIAÇÃO DO MUNDO
148
N a c id a d e d o S alvador, B a h ia ,B r a s il
149
N a c id a d e d o S alvador, B a h ia ,B r a s il
151
APHND1CE
OS DEUSES DA MITOLOGIA AFRO-BRASILEIRA
DA ÁFRICA PARA A AMÉRICA
155
A CRIAÇÃO DO MUNDO
O gum
156
POLITEÍSMO
Oxóssi
158
O S DEUSES DA M ITOLOGIA A FRO-BRASÍLEÍRA
159
A CRIAÇÃO DO MUNDO
I n ic ia ç ã o
160
O S DEUSES DA M ITOLOGIA AFRO-BRASILEIRA
161
162
NATUREZA, SOCIEDADE E CULTURA
163
A CRIAÇÃO DO MUNDO
164
A CRIAÇÃO DO MUNDO
166
OS ORIXÁS
167
A CRIAÇÃO DO MUNDO
168
O S DEUSES DA M ITOLOGIA A FRO-BRASILEIRA
172
Ir o co
A CRIAÇÃO DO MUNDO
174
Q u a d r o 1 . S e x o e d o m ín io s d o s o r ix á s
NA NATUREZA, SOCIEDADE E CULTURA
O r ix á S exo* N atureza S o c ie d a d e e c u l t u r a
Exu M M O V IM E N T O , REPR O D U Ç Ã O C O M U N IC A Ç Ã O , CO M ER C IO
O m u lu ou O ba lu a ê; M PI S T K DOFNÇ A M í DJCINA
O u F RIO T R A B A L H O DO M ÉSTICO
Ian sã o u O iá F R A IO , I t M P l S IA D I. S E X U A L ID A D E , CU ID AD O DOS M O R IO S
O xum 1- Ag u a s d o c e s , o u r o , A M O R , V A ID A D E, R IQ U E Z A
F E R T IL ID A D E DA M U LH E R
N anã F LA M A S A B E D O R IA , SE N IO R ID A D B
E uá F TONTFS M A G IA
I k m a n jA F A G U A S S A LG A D A S M A T ER N ID A D E, E Q U IL ÍB R IO EM O C IO N A L
I u ijis M G ÉM E O S IN FÂ N C IA
l i \ o u O r u n m il á M FE N Ó M EN O S C ÍC LIC O S O R Á C U LO , M EM Ó R IA C O LET JV A , M IT O LO G IA
O n il k F A TERRA A N C E ST R A L ! DA DB
O X A G U IÃ M AR C U L T U R A M A T ER IA L
* m = m a s c u lin o : v=f e m i n i n o ; b = b i s s i í x u a l ; h = h e r m a f r o d i t a .
OS SACRIFÍCIOS
177
Os DEUSES DA M ITOLOGIA A FRO-BRASILEIRA
179
A CRIAÇÃO DO MUNDO
I n ic ia ç ã o
180
Q u a d r o 2 . A l im e n t o s p r e f e r id o s e in t e r d it o s
O r ix á A l im e n t o s p r ^ e r id o s T a b u s a l im e n t a r e s
O M U LU BO Dl , 1’ONI m <« \l o I II ( II » \ K W . l I I O. ( A R N t l R O , J A CA ,
H \ N \N \- P R A T \
I a n sã c m ik \ í .m i ii : 1 i ii O V E L H A ,C A G A D O ,A B Ó B O R A
N a NÃ C A B R A ,( \ I 'I \ M ^ «I M I S H V R A , M IN G AU O V E L H A , PIM EN T A
lE M A N J Á C A B R A, O V I I l\\ : ( i M IM I \ , PAI A, P E IX E D E P E L E , C A R A C O L, Q U IA B O
P L IX I Dl I St \M \ S ; \KI<o/, C A N JIC A
O x a g u iã caracoi , i n i i \m i h i \d o , c a n jic a A Z E IT E D E D EN D Ê , S A L , B E B ID A
A LC O Ó LIC A
O xa lá c abra . ( a h a í í )j . p o m b a , a r r o z , A Z E IT E D E D E N D Ê , S A L , B E B ID A
c a n jic a j n i i a m i p ii \D O , m f . l ã o A LC O Ó LIC A
TAREFAS E EMBLEMAS
182
A CRIAÇÃO DO MUNDO
184
Q u a d r o 3 . P a p e l s o c ia l , e m b l e m a e c o r e s d o s o r ix á s
O r ix á P a p e l s o c ia l E m b l e m a r it u a l * C ores
Lr o c o A N TEPASSAD O 1i il i H II II \ (11*1 l \) BR A N C O , V E R D E E C IN ZA
O bâ R A IN H A , E S P O S \ 1 i 1 1» 1 I \| \ lio ) V E R M E L H O b DOURADO
E l Á V IR G E M ( U IH U m o ) V E R M E L H O E A M A R ELO
lE M A N JÁ R A IN H A -M Â E ll^ l'M SP E LH O ( A B E B É ) A Z U L E BR A N C O ,
V ER D E-M A R
IF Á A D IV IN H O Dl / I SS E IS B Ú Z IO S (E R IN D IL O G U M ) A M A R ELO E V ER D E
O X A G U IÃ R E I, G U E R R E IR O , IN V I N 10K M AO Dfc P IL Ã O (O M Ô O DÔ ) BR A N C O
O x a l á ** P A I, C RIAD O R ( M A DO (O PA XO R Ô ) BR A N C O
E ntre p arênteses, o nom e do em blem a ou lerr.im enta na língua ritual de origem iorubá.
v N as cerim ónias públicas, os orixás fem ininos , assim com o Logum Edé e O xalá, são geralm ente representados com o rosto coheitn
por um a co rtin a d e contas.
186
O S DEUSES DA M ITOLOGIA A FRO-BRASILEIRA
187
SINCRETISMO AFRO-BRASILEIRO
188
O S DEUSES DA M ITOLOGIA AFRO -BRA SILEIRA
189
A CRIAÇÃO DO MUNDO
190
Q u a d r o 4 . S in c r e t is m o
O r ix á V O D U M (F O N ) I n q u ic e (b a n t o ) S in c r e t is m o c a t ó l ic o
Exu E L I iG B A R A % e u v iã , B o m b o g ir a D ia b o , S ã o G a b r ie i A r c a n jo
O xó ssi A / . a c á , AgOê G o n g o b ir a , S ã o S e b a s t iã o , S ã o J o r g e
T a u a m in , M utac a l o m u o ,
O s s a im A lo g u e, A gue C athndé S a n to O v o ir i
O x lM A K l " D a n g b è . B o s s í ( o . Hl SS! M X v .h ro S \ o B \ r to io m h
O m u lu A c ó s s i- S a p a t a , ( :M ! V , n ( \M v- l S M i K m jl I , S \ o I, \/ \ R ()
X a p a n ã , A ju n s u m
O bá S anta J o a n a d ' A rc
O xum N a v e o r u a l im . D i. i l M i \ . Q l ISS A M B O N. S r a . d a s , C a n d e i a s ,
N a v e z u a r i n a ,A / IK IM » I \ N . S r a . d a C o n c e í iç à o
E uá E uá M l , x , \ M , | . Q l ISS A M B E S a n t a L ú c ia , N. S r a . d o C arm o
IE M A N J Á A b ê , A z ir it o b ô s s i ( m S w i b \. C a l u n g a N . S r a . d a C o n c e iç ã o ,
N . S r a . dos N aveg an tes
O dudua M avu
O X A G U IÃ L is s á I I MH\ M e n in o J e s u s
O xa lá A r r o n o v is s a v a l i M in J e s u s C r is t o
O lo r u m ou A v ie v o d u m / \ MBI D eus
O lo d um ake*
* D tllS SUPREMO.
DEUSES AFRO-BRASILEIROS, GREGOS,
ROMANOS, EGÍPCIOS...
193
A CRIAÇÃO DO MUNDO
194
Q u a d r o 5 . C o r r e s p o n d ê n c ia c o m d e u s e s d e o u t r o s p a n t e õ e s
O gum H e f e s t o (F O R JA ) V u l c a n o ( f o r ja ), B a s t e i (g u f r r a )
A r e s (g u e r r a ) M a r t e (g u e r r a )
O xó ssi Á r t e m is D ia n a
O cô D e MFTI R 0 ri s
X angô Z eus li m i ií A v io n
I a nsà H a d es ( m o r io s ) O s ir is ( m o r t o s )
IE M A N J Á POSÊIDON (M \U ) N i ii no (m \r ) Ís i s ( g r a n d e m ã e )
IB E JIS C á sto r i P o n \
O N II.É G a ia o r (ii \ 1I RR \
O xa lá
P t á ( C r ia ç ã o )
A CRIAÇÃO DO MUNDO
196
I n ic ia ç ã o
OS HOMENS E AS MULHERES SE PARECEM
COM OS ORIXÁS DE QUE DESCENDEM
199
A CRIAÇÃO DO MUNDO
200
OS DEUSES DA M ITOLOGIA AFRO-BRASILE1RA
203
A CRIAÇÃO DO MUNDO
204
Q u a d r o 6 . E l e m e n t o s e p e r s o n a l id a d e d o s o r ix á s e s e u s d e s c e n d e n t e s
O r ix á E lem ento A t r ib u t o s d e p e r s o n a l id a d e
O gum TERRA D E T E R M IN A Ç Ã O , IN V E N T IV ID A D E , D EV O Ç Ã O AO T R A B A LH O
O S S A IM I (M ID I / , R FSFR V A. SA B E D O R IA
O há S U B S E R V IÊ N C IA , IN G E N U ID A D E , PR O PEN SÃ O A V ID A D O M EST IC A
OXUM V A ID A D E, SED U Ç Ã O , A M O R O S ID A D E , (, AN \ \ C I \
lE M A N J Á VI M I R M D N D I ( \R M 1 R S l P FR P R O T E T O R , IN D ISC R IÇ Ã O
O X A G U IÃ ( K IM IM D A IM , U T O N O M IA , L ID E R A N Ç A , O B ST IN A Ç Ã O
O xa lá I KII / \ . C \l M A , LE N T ID Ã O , PA C IÊ N C IA , T E IM O S IA ,
\ l I O - S I F!(.IÉNCJA
OS SACERDOTES DOS ORIXÁS
206
OS DEUSES DA M ITOLOGIA A FR O -BRASILEIRA
207
A CRIAÇÃO DO MUNDO
208
OS DEUSES DA M ITOLOGIA A FRO-BRASILEIRA
210
O s DEUSES DA M ITOLOGIA A FR O -BRASILEIRA
S audação
211
212
O MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO
213
214
O S DEUSES DA M ITOLOGIA AFRO -BRA SILEIRA
215
O S DEUSES DA M ITOLOGIA A FR O -BRASILEIRA
F esta no
T E R R E IR O
217
N ota d o au t or
219
e introduzir informações mínimas sobre a
escravidão e a instituição do culto dos orixás
no Brasil.
O templo de candomblé supostamente
fundado por mãe Conceição pertence, como
ela, ao reino da ficção. Sabe-se que aquele
que seria o mais antigo terreiro brasileiro
de culto aos orixás teria sido inaugurado
por volta do ano de 1830, na cidade de Sal
vador, Bahia, no dia em que se celebrava,
nas igrejas, a festa de São Pedro, com quem
o orixá daquele primeiro templo é sincre-
tizado. Nesse dia também se realizava a fes
ta do imperador d. Pedro i. Mas há outras
versões.
O terreiro de que fala este livro e a data
de sua inauguração devem ser vistos pelos
leitores como uma alegoria.
220
A g r a d e c im e n t o s
221
’ de Pai Armando Akintundê Vallado de Ogum,
babalorixá do Candomblé Casa das Aguas,
localizado em Itapevi; de Pai Pércio Ge
raldo da Silva de Xangô, babalorixá do ílê
Alaketu Axé Airá, de São Bernardo do Cam
po; de Pai Carlito Maciel de Oxumarê e
Mãe Carmen Corde de Oxum, dirigentes
do Ilê Olá Omin Axé Opô Araká, de São
Bernardo do Campo; e do falecido Pai Do-
da Braga de Ossaim, babalorixá do Ilê Axé
Ossaim Darê, de São Paulo. Seus filhos-de-
santo foram fotografados em momentos ri
tuais em que, em transe, incorporavam seus
orixás. Sinto-me muito honrado por ter me
recido sua confiança.
A todos, muito obrigado.
222
Meu nome é REGINALDO
PRANDI e nasci em Potiren-
daba, uma pequena cidade do
interior de São Paulo. Aos de
zoito anos, para estudar, mu
dei para a capital, onde moro
até hoje. Desde pequeno gos
tava de ler e, depois que me
formei e fui trabalhar como
professor na Universidade de
São Paulo, passei a escrever. Mas escrevia apenas livros
de sociologia e mitologia, por causa da minha profissão
de sociólògo. Em 2001 publiquei meu primeiro livro
infanto-juvenil, o Ifá, o A d ivin h o . Foi ótimo, pois ganhei
muitos novos leitores e alguns prémios. Depois vieram
O s p rín c ip e s d o destino; X a n ^ ô , o T rovão; O xu m a rê, o
Arco-Íris; C ontos e lendas afro brasileiros — A criação
d o m u n d o . Só sei que tomei gosto e não parei mais.
Escrevi também um livro baseado em histórias que ouvia
uma tia-avó contar. Pelo lílulo. M inha q u e rid a a sso m -
b ra ç ã o , dá para adivinhar que histórias eram essas. Quan
do tentei fazer a continuaçao desse livro, com os mesmos
personagens, acabei escrevendo um romance policial,
porque os personagens que eram crianças no primeiro
livro já tinham crescido e ficado adultos. E, sem querer,
foram envolvidos na investigação de um crime. Um des
ses livros logo, logo vai virar filme e passar nos cinemas.
Tente imaginar qual deles será...
Ao publicar meus livros infanto-juvenis, tive a par
ceria de artistas que os ilustraram e se tomaram grandes
amigos meus: Pedro Rafael, Paulo Monteiro, Rodrigo
Rosa e Joana Lira.
ESTA O B R A HOI COMPOSTA EM TIM ES E IMPRESSA PELA GEOGRÁFICA
EM OFSETE SO BRE PAPEL ALTA PRINT DA SUZANO PAPEL E CELU LO SE
ISBN 978-85-359-1053-7
9 788535 910537