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ABRAÃO: A MESMA FÉ QUE A MINHA?

ESTUDO 1/12
Material de preparação

Pergunta inicial:

Introdução:

EXPLICAÇÃO E APLICAÇÃO:
1. A FÉ DE ABRAÃO ESTAVA FUNDAMENTADA EM DEUS. (GÊNESIS 15.1–6; ROMANOS 4. 9-11)
EXPLICAÇÃO: Estes são dois bons textos para entender a razão pela qual Abraão é chamado de pai
na fé. Em Gênesis, o então “Abrão”, demonstra sua confiança no Deus que havia se revelado a ele. De
acordo com estudiosos, a melhor tradução para "creu" seria realmente "confiou". Isso é relevante
quando observamos o cenário religioso da família de Abraão e de sua cultura. Seu pai, Terá, é
associado na Bíblia como alguém que adorava outros deuses (Josué 24:2). Sua cultura, na antiga
Mesopotâmia, era fundamentada no politeísmo (crença em vários deuses). Nesse caso, Abraão tinha
a firme certeza naquilo que esperava, mesmo sem ter nenhum tipo de fundamento visível ao seu
redor (Hebreus 11:1). Não existia nenhuma referência familiar ou cultural para Abraão naquela época.
Já em Romanos, Paulo fortalece o ponto apresentado com o seguinte argumento: Abraão confiou em
Deus antes de receber qualquer sinal como garantia. A circuncisão, que foi um sinal da Aliança
ordenado pelo próprio Deus como forma de marcar o seu povo, apareceu posteriormente. Nesse
caso, o único fundamento/objeto para a fé de Abraão foi o próprio Deus. Não havia nenhum outro
sinal ou garantia além da voz do seu Senhor.
APLICAÇÃO: Em um cenário pós-moderno de espiritualidade acentuada, o exemplo de Abraão nos chama a
olhar para a nossa relação com Deus de forma mais profunda e autêntica, buscando um fundamento
verdadeiro e firme para nossa fé. Existem inúmeros movimentos espirituais, crenças e práticas religiosas
atualmente que se propõe a ser o “objeto” fundamental da fé de alguém.. No entanto, o exemplo de Abraão nos
ensina que a verdadeira fé está fundamentada em Deus, independentemente do cenário cultural e religioso ao
nosso redor. Assim como Abraão, precisamos confiar na voz de Deus e em suas promessas, mesmo que elas
não sejam patente aos nossos olhos e ouvidos. Precisamos ter a certeza de que o objeto da nossa fé é apenas
o nosso Deus. Ao invés de buscarmos respostas em diversas fontes, precisamos buscar a voz de Deus em
oração e estudo da sua palavra. É através da Escritura hoje que podemos ter essa convicção. A nossa fé deve
estar firmada em Deus e não em sinais ou garantias externas. Nenhum homem, igreja ou movimento
espiritualizado pode fundamentar a sua fé. Na verdade, se você tem a fé fundamentada apenas em Deus, por
meio de Jesus Cristo, você tem a fé que Abraão teve.

2. A FÉ DE ABRAÃO VAI ALÉM DAS CIRCUSTÂNCIAS. (HEBREUS 11.8–19)


EXPLICAÇÃO: A fé em Deus é capaz de se fortalecer diante de qualquer circunstância, como destacado pelo
teólogo Simon Kistemaker ao identificar que Abraão enfrentou e venceu três grandes desafios em sua vida.
Em primeiro lugar, Deus pediu a Abraão que partisse para uma terra que seria sua herança, mas Abraão
nunca se tornou dono de um pedaço sequer de terra em Canaã, exceto pelo terreno da sepultura de sua
esposa, Sara (Gn 23.3-20; Atos 7.5). Em segundo lugar, Deus prometeu que Abraão seria pai de uma grande
nação, e embora seus filhos e netos tenham nascido, Abraão nunca viu a promessa de Deus ser totalmente
cumprida (Hb 11.12). Em terceiro lugar, Deus chamou Abraão para sacrificar seu filho Isaque, e Abraão
obedeceu com fé, confiando que Deus cumpriria sua promessa, mesmo que isso significasse sacrificar o
único meio humano possível de fazê-lo (se Isaque morresse, quem seria a descendência para cumprir a
promessa?). A fé de Abraão não foi abalada pelas dificuldades, mas se fortaleceu através delas, provando-
se autêntica e verdadeira.
APLICAÇÃO: Muitas vezes, tribulações e dificuldades podem nos fazer questionar a fé em Deus e suas
promessas. No entanto, a história de Abraão nos ensina que a verdadeira fé em Deus é capaz de ir além das
circunstâncias e das dificuldades da vida. Quando enfrentamos momentos difíceis, é importante lembrar
que Deus está no controle e que Ele é fiel em cumprir suas promessas. Neste caso, a promessa que Deus se
comprometeu a cumprir em nossas vidas foi garantida por meio de Cristo. Ele é fiel para concluir a boa obra
que Ele começou (Filipenses 1:6). Se nossa fé está fundamentada em Deus, ela vai além das tribulações e
desafios que enfrentamos. Mesmo sem ver a "terra prometida", cremos que chegaremos lá. Mesmo sem
termos alguma forma de prosperidade abundante nesta vida, teremos prosperidade eterna na volta de
Cristo. Mesmo que nossos meios humanos sejam limitados e muitas vezes ausentes, nosso Senhor é o
provedor de tudo o que é necessário para nossa salvação (Romanos 8:32). Além disso, ao contrário de
Abraão, nós não entregamos nossos filhos, mas recebemos o filho que foi entregue por nós. É por isso que
podemos dizer que aquilo que foi prefigurado em Abraão se cumpre em Cristo. O descendente (Cristo) foi
entregue como sacrifício perfeito por seu povo.

3. A FÉ DE ABRAÃO VEM DA AÇÃO DO PRÓPRIO DEUS. (GÁLATAS 3.6–9; ROMANOS 4: 11-16; EFÉSIOS 2: 8)
EXPLICAÇÃO: Os textos bíblicos destacam que a fé de Abraão não foi gerada por suas próprias ações ou
méritos, mas sim pela graça e ação de Deus. Em Gálatas 3:6-9 e Efésios 2:8, Paulo enfatiza que a
justificação pela fé é concedida pela graça de Deus, e não por obras ou ações humanas. Abraão não obteve
a justificação pela sua obediência ou ações meritórias, mas sim porque creu em Deus. Já em Romanos
4:11-16, Paulo utiliza a circuncisão de Abraão como exemplo para mostrar que a justificação pela fé vem
antes da obediência e das ações meritórias. Abraão foi justificado pela fé antes mesmo de ser
circuncidado, o que mostra que sua obediência e ações foram uma consequência de sua fé, e não a causa
dela. Paulo aponta para algo interessante: os elementos da salvação (fé e graça), e ela em si, vêm de Deus
e não do homem.
APLICAÇÃO: Ser um cristão de fé não pode nos trazer nenhum tipo de autovalorização. Não podemos nos
sentir uma espécie de super-heróis da fé só porque a temos. Ao contrário, precisamos entender que a fé é
um dom de Deus, uma graça que recebemos sem merecer. Isso nos leva a uma postura de humildade diante
de Deus e dos outros, reconhecendo que não somos melhores do que ninguém por termos fé. Além disso,
essa compreensão nos livra da tentação de tentar conquistar a salvação por meio de nossas próprias obras
ou méritos, pois sabemos que a justificação pela fé é um presente de Deus e não algo que podemos
conquistar por nós mesmos. Portanto, devemos cultivar uma fé verdadeira, baseada no reconhecimento de
que ela vem de Deus e não de nós mesmos, e buscar viver uma vida coerente com essa fé, servindo a Deus
e ao próximo com humildade e amor.

Conclusão:
A fé de Abraão deve ser a nossa fé. Essa fé não veio a ele por obras, antes, foi uma ação de Deus diante de
um homem pecador. Por isso, a verdadeira fé está em Deus, não em qualquer outro objeto, por mais
próximo que esteja da religião. Abraão passou por inúmeras circunstâncias que testaram sua fé, mas ela
nunca foi abalada. Ele enfrentou desafios e dificuldades, mas sua fé se fortaleceu através delas, provando-
se autêntica e verdadeira. A história de Abraão nos ensina que a verdadeira fé em Deus é capaz de ir além
das circunstâncias e dificuldades da vida, mantendo-se inabalável. Por isso, é importante lembrar que a fé
em Deus não é algo superficial ou passageiro, mas uma convicção profunda e transformadora que nos
sustenta nas horas mais difíceis e nos dá esperança para o futuro.

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