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ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA

PUBLICIDADE MÉDICA

Prof. Horácio Fittipaldi


ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA
PUBLICIDADE MÉDICA
ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS
DA PUBLICIDADE MÉDICA
PUBLICIDADE MÉDICA
O CFM reconhece o direito do
médico de divulgar a prestação
de serviços, sua qualificação
técnica, titulação e endereço de
trabalho.
A propaganda deve ser sóbria,
discreta e elegante.
A medicina não pode ser
exercida como comércio. Os
valores cobrados não podem
ser expostos como forma de
atrair clientela.
O médico tem direito a fazer
propaganda epistolar (por
carta) desde que tenha um
destinatário definido.
DECRETO LEI Nº 4.113 (1942)
É proibido ao médico
anunciar:
a) Cura de doenças
para as quais não haja
tratamento específico.
b) Exercício simultâneo
de mais de duas
especialidades.
c) Consultas por meio
de correspondência,
impressa, rádio ou
processos análogos.
DECRETO LEI Nº 4.113 (1942)
d) Exercício de
especialidade não
reconhecida.
e) Prestação de serviços
gratuitos em clínica privada.
f) Sistematicamente,
agradecimentos
manifestados pelos clientes.
g) Métodos de tratamento
não consagrados pela
prática corrente ou que não
tenham tido a sanção das
sociedades médicas.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
É vedado ao médico:
Art. 111: Permitir que sua
participação na divulgação de
assuntos médicos, em qualquer
meio de comunicação de
massa, deixe de ter caráter
exclusivamente de
esclarecimento e educação da
coletividade.
Art. 112: Divulgar informação
sobre assunto médico de forma
sensacionalista, promocional
ou de conteúdo inverídico.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Art. 113: Divulgar, fora do
meio científico, processo de
tratamento ou descoberta
cujo valor ainda não esteja
expressamente reconhecido
cientificamente por órgão
competente.
Art. 114: Consultar,
diagnosticar ou prescrever
por qualquer meio de
comunicação de massa.
Art. 115: Anunciar títulos
científicos que não possa
comprovar e especialidade
ou área de atuação para a
qual não esteja qualificado e
registrado no CRM.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Art. 116: Participar de
anúncios de empresas
comerciais qualquer que
seja a sua natureza, valendo-
se de sua profissão.
Art. 117: Apresentar como
originais quaisquer ideias,
descobertas ou ilustrações
que na realidade não o
sejam.
Art.118: Deixar de incluir em
anúncios profissionais de
qualquer ordem, o seu
número de inscrição no
CRM.
RESOLUÇÃO DO CFM Nº1.974/2011.
Anúncio é a comunicação ao
público, por qualquer meio
de divulgação de atividade
profissional de iniciativa,
participação e/ou anuência
do médico.
Os anúncios médicos devem
conter: o nome do
profissional, sua
especialidade e área de
atuação (com registro no
CRM) e seu número de
inscrição no CRM.
RESOLUÇÃO DO CFM Nº1.974/2011.
É vedado ao médico:
Anunciar que trata de sistemas
orgânicos, órgãos e doenças
específicas (confusão com
divulgação de especialidade).
Anunciar a utilização de
técnicas exclusivas.
Anunciar aparelhos de forma
que atribua capacidade
privilegiada.
Participar de anúncios de
empresas ou produtos ligados
à medicina.
RESOLUÇÃO DO CFM Nº1.974/2011.
Permitir que seu nome circule
em qualquer mídia, inclusive na
internet, em matérias
desprovidas de rigor científico.
Fazer propaganda de método
ou técnica não aprovados pela
comunidade científica.
Expor a figura de seu paciente
como forma de divulgar técnica,
método ou resultado de
tratamento, mesmo com sua
autorização, exceto na
apresentação de trabalho em
evento científico.
Apresentar nome, imagem e/ou
voz de celebridade, afirmando
ou sugerindo que utiliza o
serviço ou recomenda o seu
uso.
RESOLUÇÃO DO CFM Nº1.974/2011.
Oferecer seus serviços através de
consórcio, sorteios ou similares.
Oferecer consultoria à pacientes em
substituição da consulta médica
presencial.
Garantir, prometer ou insinuar bons
resultados do tratamento.
Permitir que seu nome seja incluído
em concursos ou similares
(“médico do ano”, “destaque na
medicina”).
Incluir imagens de pessoas em uso
do serviço ou apresentando
eventuais resultados.
Usar linguagem direta ou indireta
relacionando o uso do serviço ao
desempenho físico, intelectual,
emocional, sexual ou à beleza de
uma pessoa.
RESOLUÇÃO DO CFM Nº1.974/2011.
Nos anúncios de hospitais,
clínicas, casas de saúde e
de outras entidades de
prestação de serviços
médicos deverá constar o
nome do diretor técnico e
seu número de inscrição no
CRM.
Nas placas externas e
internas devem constar o
nome do médico, sua
especialidade e o número de
registro no CRM.
RESOLUÇÃO DO CFM Nº1.974/2011.

O médico poderá utilizar meios


de divulgação leiga para prestar
informações sobre assuntos
médicos com finalidade
estritamente educativa.
Durante a prestação dessas
informações, o médico deve
evitar a autopromoção e o
sensacionalismo.
Caso o médico não concorde
com o teor de matéria
jornalística a ele atribuída,
deverá enviar ofício retificador
ao órgão de imprensa e ao
CRM.
RESOLUÇÃO DO CFM Nº1.974/2011.
Entende-se como
autopromoção declarações
que procurem atrair
clientela, fazer concorrência
desleal, pleitear
exclusividade de métodos
diagnósticos e terapêuticos,
auferir lucros e divulgar o
endereço e telefone do
consultório ou clínica
privada.
RESOLUÇÃO DO CFM Nº1.974/2011
Entende-se por sensacionalismo a
divulgação publicitária de
procedimentos, mesmo
consagrados, de forma exagerada,
fugindo de conceitos técnicos para
individualizar e priorizar a sua
atuação, divulgar métodos e
técnicas que não tenham
reconhecimento científico, adulterar
dados estatísticos para se
beneficiar ou a instituição que
representa, apresentar em público
procedimentos que devem limitar-
se ao ambiente médico, veicular
publicamente informações que
tragam intranqüilidade à população,
usar de forma abusiva, enganosa
ou sedutora representações visuais
e informações que possam induzir
a promessas de resultados.
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO DE
ASSUNTOS MÉDICOS (CODAME)
Comissão criada pelo CRM,
com pelo menos 3 membros.
Emitir pareceres sobre
consultas formuladas a respeito
de publicidade médica.
Convocar médicos e empresas
para prestar esclarecimentos,
quando do descumprimento
das normas que regulamentam
a matéria.
Propor instauração de
sindicâncias (A diretoria do
CRM pode acatar ou não essa
proposição. É um órgão
consultivo e não, deliberativo).
Fiscalizar anúncios de assuntos
médicos divulgados pela
imprensa leiga.
RESOLUÇÃO DO CFM Nº2.126/2015
Proibição aos médicos, inclusive lideranças de entidades da categoria, de participarem de
anúncios de empresas comerciais ou de seus produtos, qualquer que seja sua natureza.
Antes esta limitação contemplava produtos como medicamentos, equipamentos e serviços
de saúde. Com o ajuste, se estende a outros, como gêneros alimentícios e artigos de
higiene e limpeza, entre outros.
Veda aos profissionais de fazerem propaganda de métodos ou técnicas não reconhecidas
como válidos pelo Conselho Federal de Medicina, conforme prevê a Lei nº 12.842/13, em
seu artigo 7º, que atribui à autarquia o papel de definir o que é experimental e o que é
aceito para a prática médica. É o caso de práticas, como a carboxiterapia ou a
ozonioterapia, que ainda não possuem reconhecimento científico.
Os médicos estão proibidos de divulgar auto-retratos (selfies), bem como imagens e/ou
áudios que caracterizem sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal.
Nas mídias sociais (sites, blogs e canais no facebook, twitter, instagram, youtube,
whatsapp e similares), como já havia sido determinado pela Resolução CFM nº 1974/2011,
continua sendo vedado ao médico anunciar especialidade/área de atuação não
reconhecida ou especialidade/área de atuação para a qual não esteja qualificado e
registrado junto aos Conselhos de Medicina.
ÉTICA NAS MÍDIAS SOCIAIS
O QUE PODE
1 – Publicar foto com seus professores/preceptores;
2 – Publicar foto com seus grupos de trabalho/equipe médica;
3 – Publicar, de forma comedida, que participou de cursos/congressos, desde que possa
comprovar;
4 – Publicar que é médico, seu número de CRM, sua especialidade e seu RQE (Registro de
qualificação de Especialista), desde que registrados no Conselho de sua jurisdição;
5 – Publicar seu endereço de consultório/clínica, desde que não em matérias científicas e
de esclarecimentos da coletividade;
6 – Publicar que realiza procedimentos, desde que reconhecidos cientificamente e ligados
à sua especialidade;
7 – Orientar seu paciente, desde que tenha conhecimento de causa, preservando sempre o
sigilo (sem participação em grupo) e, se necessário for, assim que puder, examinar o
paciente, presencialmente, ou encaminhá-lo para um serviço médico;
8 – Divulgar os convênios que atende;
9 – Participar de discussão de casos clínicos em grupos exclusivos de médicos;
10 – Fazer orientações gerais sobre doenças, sem no entanto prescrever ou direcionar
suas informações a casos detectáveis.
ÉTICA NAS MÍDIAS SOCIAIS
O QUE NÃO PODE
1 – Publicar foto de seu paciente ou em conjunto com o mesmo, fazendo referência a esse
vínculo (quebra de sigilo);
2 – Publicar foto de “antes e depois”. (promessa de resultado);
3 – Publicar foto de paciente na sala cirúrgica, relatando o que vai realizar ou o que acabou
de realizar (quebra de sigilo/autopromoção/concorrência desleal);
4 – Publicar que não existem complicações em seus procedimentos ou que todos os seus
pacientes estão satisfeitos (promessa de
resultado/sensacionalismo/autopromoção/concorrência desleal);
5 – Publicar figuras de modelos ou artistas, vinculando-os ao nome do médico ou à sua
clínica (autopromoção/sensacionalismo/quebra de sigilo);
6 – Publicar ou insinuar vínculos com empresas, equipamentos e medicamentos
(comércio/interação);
7 – Publicar elogios e agradecimentos, reiterados, por parte de terceiros
(autopromoção/concorrência desleal/quebra de sigilo);
8 – Publicar preços de procedimentos e formas de pagamento, assim como oferecer
prêmios, consultas ou avaliações gratuitas (comércio/concorrência desleal);
9 – Publicar prêmio que não tenha valor científico, como: “o melhor médico”, “o médico
em destaque” e similares (autopromoção/concorrência desleal);
10 – Publicar fotos com o recém-nascido e seus familiares (autopromoção/quebra de
sigilo).

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