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Ficha de trabalho orientada de matemática

Tratamento de dados 8º Ano

1 . Censos e sondagens. População e amostra.

1.1- Censos e sondagens

Um recenseamento ou censo é um estudo científico sobre pessoas, instituições ou objetos


físicos com o propósito de adquirir conhecimentos, observando todos os seus elementos, e tirar
conclusões, de natureza quantitativa, acerca de características importantes do universo em estudo.

O INE (Instituto Nacional de Estatística) realizou o último censo da população portuguesa em 2011 e
normalmente, em todos os países, tal como em Portugal, fazem – se censos de 10 em 10 anos.
No ano 2011, o INE tirou conclusões acerca da população portuguesa no que diz respeito a muitos
aspetos, tais como: habitação, estado civil, emprego, educação, férias, entre outros.
A maior parte dos estudos estatísticos são sondagens, porque um censo é muito difícil de implemen-
tar e, por vezes, pressupõe gastos muito elevados, uma vez que implica o envolvimento de toda a população
em estudo.

Uma sondagem é um estudo científico de uma parte de uma população com o objetivo de
estudar atitudes, hábitos e preferências dessa população relativamente a acontecimentos, circuns-
tâncias e assuntos de interesse comum.

1.2- População e amostra

Quando se faz um recenseamento ou censo é observada toda a população. Quando se faz uma son-
dagem é observada uma amostra.

População é um conjunto de unidades individuais, que podem ser pessoas, animais, resulta-
dos experimentais, com uma ou mais características em comum que se pretende analisar.

Amostra é um subconjunto da população, que se estuda com o objetivo de tirar conclusões


sobre a população de onde foi recolhida.

Dimensão da amostra é o número de elementos da amostra.

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2. Variáveis e dados estatísticos

Variável estatística quantitativa é uma variável que é susceptível de medição.

Exemplo:
Número de irmãos, a altura de uma pessoa, a massa de um corpo, o rendimento familiar,…

Variável estatística qualitativa é uma variável que assume diversas modalidades, categorias
ou outras características, não susceptíveis de medição, mas sim de classificação.

Exemplo:
A cor da pele, a cor do cabelo, o estado cível, o sexo, …

Dado estatístico é qualquer observação feita sobre um elemento da população de uma vari-
ável estatística.

Dado quantitativo é qualquer observação, feita sobre um elemento da população, de uma


variável quantitativa.

Dado qualitativo é qualquer observação, feita sobre um elemento da população, de uma


variável qualitativa.

Exemplos:

Variáveis Quantitativas Dados Quantitativos

Custo de uma televisão 1000€; 800€

Altura de uma pessoa 1,60m; 1,75m

Número de irmãos 0; 2; 3

Variáveis Qualitativas Dados Qualitativos

Sexo Masculino; Feminino

Estado civil Casado; solteiro; viúvo; divorciado

Cor do cabelo Castanho; preto; loiro

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3. Tabelas de frequências

O Nuno é aluno do 7º C e tinha como trabalho de casa fazer um estudo estatístico.


Então, resolveu perguntar a cada um dos 25 alunos da sua turma quantos irmãos tinham e ob-
teve as seguintes respostas:

2 2 1 0 1 4 3 0 1 2 1 1 1
1 1 3 3 2 0 1 0 2 1 2 2

Em primeiro lugar, o Nuno construiu uma tabela de frequências:

Número de irmãos dos alunos do 7º C

Tabela de frequências é uma tabela onde se apresentam os dados distintos que surgem na
amostra em estudo, bem como os valores das respectivas frequências.

A frequência absoluta de um dado estatístico é o número de vezes que o mesmo surge na


amostra.

Simbologia:
A frequência absoluta de uma observação xi representa-se por ni . No exemplo anterior, tem-
se que:
n0  n1  n2  n3  n4 

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A frequência relativa de um dado estatístico é igual ao quociente entre a frequência absolu-
ta e o número total de dados da amostra em estudo.

Simbologia:
ni
A frequência relativa de uma observação xi representa-se por f i , sendo fi 
, onde n é a
n
dimensão (número total de elementos) da amostra em estudo. No exemplo apresentado, tem-se que:

f0  f1  f2  f3  f4 

Gráfico de barras

Os gráficos de barras são muito utilizados para representar graficamente dados qualitativos ou
dados quantitativos discretos.
Na construção de um gráfico de barras deve ter-se em conta que:
 O gráfico deve ter um título;
 Os retângulos que os constituem variam apenas numa das dimensões de acordo com a fre-
quência absoluta ou relativa;
 As barras devem ser separadas por espaços iguais;
 Os eixos devem ter uma legenda.

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4. Tabelas de frequências para dados agrupados em classes

Perante uma amostra de dados contínuos não é tão simples construir uma tabela de frequências.

Numa amostra de 20 alunos do 7º ano medimos, em centímetros, a sua altura. Os dados obti-
dos foram os seguintes:

Altura dos alunos


156 157 161 162 163 166 171 164 170 169
168 158 159 165 166 165 170 168 169 174

Regra de Sturges: para organizar uma amostra, de dados contínuos, de dimensão n , pode considerar-se
para número de classes o valor de k, onde k é o menor inteiro tal que 2k  n .

Assim, 24  16 e 25  32 . Como n  20 e 32  20 , k  5 é o menor inteiro tal que 2k  n .


Deste modo vamos formar 5 classes.

Valor mínimo da amostra:

Valor máximo da amostra:

Diferença entre o valor máximo e o valor mínimo:

5 classes, então:

Para facilitar, a amplitude das classes será um número inteiro.

Então as cinco classes são:

Altura, em cm, de 20 alunos do 7º ano

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Histograma

Os histogramas são gráficos de barras especiais.

Eles constroem-se sempre que os dados estão agrupados em classes.

Histograma é um gráfico formado por um conjunto de retângulos adjacentes, tendo por


base cada um deles um intervalo de classe e a área proporcional á respetiva frequência.

Na construção de um histograma deve ter-se em atenção o seguinte:


 O gráfico deve ter um título;
 Os dados devem ser agrupados em classes;
 No eixo horizontal representam-se os intervalos das classes;
 No eixo vertical representam-se as frequências absolutas ou relativas das classes;
 As barras são desenhadas verticalmente e sem qualquer espaço entre elas.

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5. Diagrama de caule-e-folhas

Exemplo:

Numa garagem foi feito um estudo estatístico para conhecer o tempo, em minutos, necessá-
rio para mudar um pneu.
Com os dados recolhidos construiu-se a tabela que se segue:

Tempo gasto, em minutos, para mudar um pneu


10 33 20 10 15 15 12 25 35 20
24 16 8 10 15 10 5 20 7 8

1º Escrevemos, para cada dado, o algarismo das dezenas do lado esquerdo da coluna do dia-
grama, a que chamamos caule.

2º Escrevemos os vários algarismos das unidades que aparecem, no lado direito da coluna, a
que chamamos folhas

3º Reescrevemos o diagrama de modo que os dígitos das “folhas” apareçam ordenados por
ordem crescente.

0
1
2
3

Nota:
Se os dados tiverem três dígitos, por exemplo, 107, 110, 115, 186 e 193, escrevemos:

10 7
11 0 5
18 6
19 3

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6. Média, moda e mediana

Chama-se média de um conjunto de dados numéricos ao número que se obtém dividindo a


soma do valor de todos os dados pelo número total de dados.
A média, normalmente, representa-se por .

Exemplo:
A professora Luísa pediu a cinco alunos para dizerem quantos livros traziam na mochila e ob-
teve os seguintes resultados:

Nome Nº de livros
Ana 4
António 3
Rui 3
Joana 5
Inês 4

Em seguida, pediu ao Rui para ir ao quadro e calcular a média do número de livros por mochila.

x  

Chama-se moda de um conjunto de dados estatísticos ao dado que ocorre com maior fre-
quência.
A moda, normalmente, representa-se por .

Exemplo:

Dados Moda
4 3 3 5 4
2 2 1 3 4
5 1 4 2 0 3
2 2 3 5 5 6 6
Azul, Azul, Verde, Castanho

 A mediana, normalmente, representa-se por 𝑥 .


 Pelo menos 50% dos dados são menores ou iguais que a mediana e pelo menos 50%
são maiores ou iguais que a mediana.
 Depois de escritos por ordem crescente ou decrescente e se o número de da-
dos é:
 Ímpar, a mediana é igual ao valor central;
 Par, a mediana é igual á média dos dois valores centrais.

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Exemplo:

A mediana de cada um dos seguintes conjuntos é:

 8, 3, 2, 5, 0

 5, 4, 3, 2, 6, 5

7. Quartis

Como obter os quartis?

1º. Ordenar os dados e calcular a mediana;


À mediana também se chama segundo quartil ( ).

2º. O 1º quartil, Q1 , é a mediana dos dados que ficam para a esquerda da mediana.

3º. O 3º quartil, Q3 , é a mediana dos dados que ficam para a direita da mediana.

Exemplo:
Determinar os quartis dos seguintes conjuntos:

 21 23 27 30 41 42 50 51 60 60

 21 23 27 36 41 42 50 51 60 60 60 61

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8. Amplitude de um conjunto de dados

Chama-se amplitude de um conjunto de dados á diferença entre o máximo e o mínimo dos


valores que constituem a amostra.

A amplitude interquartil de um conjunto de dados á diferença entre o 3º e o 1º quartis.

Exemplo:

Determinar a amplitude e a amplitude interquartil do seguinte conjunto:

0,5 1 1,5 1,8 2 3 3,8

9. Diagrama de extremos e quartis

Exemplo:

A DECO fez um estudo sobre a durabilidade, em anos, de lâmpadas economizadoras usando várias
marcas e modelos. Os resultados obtidos nesse estudo encontram-se na seguinte tabela:

Durabilidade, em anos, de lâmpadas economizadoras


3 6 6 6 6 6 6 6 6 8
8 8 10 10 10 10 10 10 10 12

Para construirmos o diagrama de extremos e quartis precisamos conhecer:

 O dado de valor mínimo:


 O dado de valor máximo:
 O 1º quartil:
 O 3º quartil:
 A mediana:

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1º Desenhamos um eixo graduado do valor mínimo ao valor máximo;

2º Desenhamos, por baixo, um retângulo cujo comprimento é a diferença entro o 3º e o 1º


quartis, ou seja, a amplitude interquartil;

3º Dividimos o retângulo por uma linha correspondente à mediana. Completamos o gráfico


unindo o retângulo aos extremos.

10. Comparação da posição relativa da mediana e da média

Exemplo:

Numa escola há três clubes: o Clube do Ambiente, o clube da Leitura e o Clube de Matemática.
Cada clube integra 15 alunos. As distribuições das idades dos alunos dos três clubes são apresentadas
a seguir.

Calcula a média e a mediana.

Clube do Ambiente
Média:

Mediana:

Clube de Leitura
Média:

Mediana:
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Clube de Matemática
Média:

Mediana:

Repara que:

Se a distribuição dos dados é simétrica, ou quase simétrica, em relação a um valor


(ou a uma classe), a média e a mediana tomam valores muito próximos.

Se a distribuição tem uma maior concentração de dados junto ao valor mínimo, diz-se
enviesada à direita (a cauda direita é mais longa), a mediana está à esquerda da média.

Se a distribuição tem uma maior concentração de dados junto ao valor máximo, diz-se
enviesada à esquerda (a cauda esquerda é mais longa), a mediana está à direita da mé-
dia.

Posição relativa da mediana e média


Em distribuições simétricas

Em distribuições enviesadas

Enviesamento à direita – maior concentração de dados junto ao valor mínimo.

Enviesamento à esquerda – maior concentração de dados junto ao valor máximo.

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