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FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

THAÍS IENTSEN FERREIRA

CUIDADO PALIATIVO: O ENFRENTAMENTO DA MORTE PELA


EQUIPE DE ENFERMAGEM

Santa Maria
2019
THAÍS IENTSEN FERREIRA

CUIDADO PALIATIVO: O ENFRENTAMENTO DA MORTE PELA


EQUIPE DE ENFERMAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso II – TCC II


apresentado ao Curso de Graduação em
Enfermagem da Faculdade Integrada de Santa
Maria – FISMA- como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Orientador (a): Enf.ª Prof.ª Dra. Simone dos


Santos Nunes

Santa Maria
2019
THAÍS IENTSEN FERREIRA

CUIDADO PALIATIVO: O ENFRENTAMENTO DA MORTE PELA


EQUIPE DE ENFERMAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso II, apresentado à


Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA, como
requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel
em Enfermagem.

Aprovado em ___/____/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________
Enf. Prof.ª Dra. Simone dos Santos Nunes - FISMA (Orientadora)

______________________________________________
Enf. Me. Elenir Terezinha Rizzetti Anversa - FISMA

______________________________________________
Enf. Me. Rosméri Elaine Essy Hoch – Doutoranda PUC -RS

Santa Maria
2019
EPÍGRAFE

“Houve um tempo em que nosso poder perante a morte era


muito pequeno, e de fato ela se apresentava elegantemente.
E, por isso, os homens e as mulheres dedicavam-se a ouvir
a sua voz e podiam tornar-se sábios na arte de viver. Hoje,
nosso poder aumentou, a morte foi definida como a inimiga
a ser derrotada, fomos possuídos pela fantasia onipotente
de nos livrarmos de seu toque. Com isso, nós nos tornamos
surdos às lições que ela pode nos ensinar. E nos
encontramos diante do perigo de que, quanto mais
poderosos formos perante ela (inutilmente, porque só
podemos adiar...), mais tolos nos tornaremos na arte de
viver. "

Rubem Alves
``Descobri que não há nada melhor
para o homem do que ser feliz
e praticar o bem enquanto vive.´´
Eclesiastes 3:12
AGRADECIMENTOS

À Deus, que no seu infinito amor, agraciou-me com a vida e acreditou em mim.
À minha mãe Carmem, que mesmo tendo partido tão cedo, foi o segredo para que
encontrasse meu caminho.
Ao meu pai Ibanes, que mesmo às vezes discordando das minhas decisões, sempre esteve
disponível com seu amor e auxílio. TE AMO!
Aos meus irmãos Fabiane, Cassiano e Thiago, que mesmo não participando diretamente da
minha jornada, ficam felizes pela minha conquista.
Aos anjos que Deus tão gentilmente colocou no meu caminho, sem a ajuda de cada um de
vocês, tudo isso não seria possível,
FAMÍLIAS FERREIRA, MACHADO, LISCANO, FARIAS E LENCINA, AMO MUITO VOCÊS!
Às minhas AMIGAS-IRMÃS, de longa e de curta data: Paola Cauduro, Dolores Assunção,
Geneci Liscano, Suzieli Costa, Jady Farias, Priscila Vaccari, Catuice Brito e Tais da Costa.
Nosso laço de amor jamais se desfará...ele só pode aumentar.
À Geni Burg, que deu-me oportunidade de crescimento profissional e pessoal, além de
agregar anjos na minha vida.
À equipe do CTCRIAC-HUSM, a qual no convívio durante o estágio, direcionou-me para esse
estudo.
À minha profª orientadora Drª Simone dos Santos Nunes, que deu-me aporte pedagógico,
científico e emocional, sempre transmitindo-me boas vibrações, sem a qual meu trabalho
não teria saído,
GRATIDÃO!
Aos meus queridos mestres, que são a razão de eu ter chegado até aqui, desde a minha
querida e inesquecível professora Fátima até a novata Bruna, meu respeito, carinho e
admiração.
À minha diva do cuidado humanizado, Sandra Barros, que emprestou-me seus ``óculos´´ para
hemato-oncologia, onde fui imensamente feliz.
À todos que fazem parte da minha vida, aos que passaram por um período, mas
principalmente, aos que permanecem,
MUITO OBRIGADA!
RESUMO

A Enfermagem se preocupa em cuidar do ser humano em todas as fases da vida, desde o


nascimento até a morte. A dificuldade está em descobrirmos se há a devida preparação
acadêmica e competência do cuidado de Enfermagem na etapa final da vida: a morte. O
artigo tem por objetivo conhecer como têm-se abordado o contexto da morte no cuidado
paliativo pela equipe de enfermagem. Para a realização deste trabalho foi utilizado como
metodologia a revisão de literatura do tipo narrativa, de forma a apresentar uma pergunta de
pesquisa ampla e contribuir para a fundamentação teórica dos trabalhos científicos publicados
anteriormente. Foi realizada uma busca no Portal da Biblioteca Virtual em Saúde, da qual,
após utilizar-se dos critérios de exclusão, sobraram 9 artigos para a realização deste estudo.
Após leitura dinâmica e exaustiva dos mesmos, foi possível classifica-los em 03 categorias
distintas. Categoria 01: A experiência dos enfermeiros frente a vivência dos cuidados
paliativos e processo de morrer dos pacientes, contendo 06 artigos; Categoria 02: A
representatividade da espiritualidade no processo de enfrentamento da morte, contendo 03
artigos; e Categoria 03: A importância do suporte familiar no processo de terminalidade,
contendo 05 artigos. Sugere-se que sejam realizadas novas pesquisas com o intuito de
averiguar como se dá o processo de morrer no cuidado paliativo perante a equipe de
enfermagem.

DESCRITORES

Morte, cuidado paliativo, enfermagem.


ABSTRACT

Nursing cares about caring for the human being at all stages of life, from birth to death. The
difficulty is in finding out if there is adequate academic preparation and competence of
Nursing care in the final stage of life: death. The article aims to know how the context of
death in palliative care by the nursing team has been approached. In order to carry out this
work, the literature review of the narrative type was used as a methodology, in order to
present a broad research question and to contribute to the theoretical basis of the previously
published scientific works. A search was performed on the Virtual Health Library Portal,
which, after using the exclusion criteria, left 9 articles for the study. After reading them
dynamically and exhaustively, it was possible to classify them into 03 different categories.
Category 01: Nurses 'experience regarding the experience of palliative care and patients'
dying process, containing 06 articles; Category 02: The representativeness of spirituality in
the process of coping with death, containing 03 articles; and Category 03: The importance of
family support in the termination process, containing 05 articles. It is suggested that new
research be carried out in order to investigate how the process of dying in palliative care
occurs before the nursing team.

DESCRIPTORS

Dearth, palliative care, nursing.


LISTA DE QUADROS

QUADRO 01: Busca no Portal da BVS.................................................................... 25


QUADRO 02: Quadro Sinóptico 1 – Artigos Selecionados...................................25
QUADRO 03: Artigos por Ano de Publicação..........................................................
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 10

QUESTÃO DE PESQUISA............................................................................................ 13

1.1. OBJETIVO................................................................................................................ 13

1.2. JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................... 15

2.1. Morte........................................................................................................................ 15

2.2. Cuidados paliativos.................................................................................................. 16

2.3. Enfermagem............................................................................................................... 19

3 METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................................. 23

3.1. Tipo de Estudo...................................................................................................................... 23

3.2. Coleta de Dados.................................................................................................................... 23

3.3. Análise e Tratamentos dos Dados......................................................................................... 23

3.4. Aspectos Éticos..................................................................................................................... 24

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................... 30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 38

REFERÊNCIAS................................................................................................................... 40
10

1 INTRODUÇÃO
A morte faz parte da vida. Ambas vinculam-se desde o momento da
nossa concepção. O fato de não estarmos preparados para o momento da partida
não nos abona da separação. Segundo Kübler-Ross (1992), um paciente em
estágio terminal e seus familiares podem passar por cinco fases no processo do
morrer: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação.
Segundo Vicensi et al. (2016), a OMS divulgou a primeira preliminar de
cuidados paliativos como os cuidados ativos e totais aos pacientes no qual a doença não
corresponde aos devidos tratamentos curativos. Sendo assim, a supervisão da dor e de
outros sintomas, sejam psicológicos, sociais ou espirituais, tornaram-se primazia do
objetivo de atingir o progresso da qualidade de vida do paciente e dos familiares.
Cuidar de pessoas em fim de vida foi uma prática corrente ao longo da
evolução do mundo, muito antes da existência do “cuidado paliativo”.
Para Waldow (2010), o cuidado é visto como um fenômeno existencial
porque faz parte do ser e, este ser se difere dos demais por ser humano e
relacional. Isto só se dá, porque ocorre na convivência com outras pessoas,
assumindo desta forma, inúmeras variações, com intensidades e diferenças que
fazem de cada cuidado, um “ser” único, justificando assim, as diversas maneiras
de cuidar.
Boff (2000, p 33), provoca a reflexão de que cuidado “é mais do que um
ato, é uma atitude. Atitude de ocupação, preocupação, responsabilidade e de
desenvolvimento afetivo com o outro”. Reforça tal pensamento, Leininger
(1991) em seus pressupostos sobre cuidados de Enfermagem ao afirmar que
pode haver cuidado sem ser para cura. Apesar das limitações de conhecimentos
científicos e técnicos relativos ao período histórico dos cuidados paliativos,
aliviar o sofrimento do outro e ajudá-lo a morrer em paz era essencial para
aqueles que prestavam assistência aos então chamados, moribundos.
Na cultura ocidental, a concepção específica da criação de espaços para
acolher um enfermo, cuidá-lo e dar-lhe dignidade (hospice), surgiu durante a
Idade Média, com a construção das "casas de hóspedes" nas margens das
estradas para cuidar dos peregrinos e viajantes, que adoeciam ao longo do
caminho, como o de Santiago de Compostela (MACIEL, 2008).
A palavra francesa “hospice” é tradução do vocábulo latino hospitium,
cujo significado é “hospedagem, hospitalidade” e traduz um sentimento de
11

acolhimento. Naquela época o hospitium significava tanto o local, como o


vínculo que se estabelecia entre as pessoas. Posteriormente o tema foi
relacionado aos hospitais, conventos e asilos. Hoje, hospice mais do que um
lugar, é uma filosofia de cuidado. É todo um conjunto de ações destinadas a
proporcionar conforto e assistência a um paciente com expectativa de vida de
semanas ou poucos meses (MATSUMOTO, 2012 e MACIEL, 2008).
No século IV, a romana Fabíola criou abrigos para acolher enfermos e
famintos,
colocando sua casa à disposição para os carentes, praticando a caridade cristã,
oferecendo alimentos, acolhendo os estrangeiros além de visitar os doentes e os
prisioneiros dando origem ao movimento “hospice”. Em 1842, Jeanne Garnier
fundou o primeiro hospice da Europa para receber pessoas no fim de vida, o
Hospice de Lyon(MATSUMOTO, 2012 e MACIEL, 2008).
Em 1905, na Grã-Bretanha, as Irmãs Irlandesas da Caridade (Irish Sister
of Charity) fundaram o St. Joseph. Sua fundadora, Madre Mary Aikenhead, era
contemporânea de Florence Nightingale e fundou em Dublin o “Our Lady’s
Hospice”. Neste período outros hospices foram abertos na Inglaterra, entre eles o
St. Luke´s Home (1893), fundado pelo médico Howard Barret (MATSUMOTO,
2012 e MACIEL, 2008).
Unindo os valores humanitários do passado somado aos conhecimentos
atuais da
medicina moderna, Cicely Saunders, assistente social, enfermeira e
posteriormente médica, resgata a prática dos cuidados paliativos ao fundar em
1967, na Inglaterra, o St. Christhoper’s Hospice, propagando a filosofia dos
cuidados paliativos para outros países da Europa e diferentes continentes
(MATSUMOTO, 2012 e MACIEL, 2008).
Considerada pioneira nos cuidados paliativos, dedicou a vida laboral em
prol da
assistência humanizada a doentes oncológicos em fase final de vida, com o
objetivo de lhes oferecer uma morte mais digna. O St. Christhoper’s Hospice
“transformou-se em modelo de assistência, ensino e pesquisa no cuidado dos
pacientes terminais e de suas famílias” (MENEZES, 2004, p. 53).
Essa nova filosofia de cuidado direcionado aos doentes fora de
possibilidades terapêuticas influenciou muito os cuidados em saúde em todo o
12

mundo, bem como gerou novas atitudes em relação à morte, ao morrer e ao


período de luto.
A história dos cuidados paliativos no Brasil é recente, tendo se iniciado
na década de 1980. O primeiro serviço de cuidados paliativos no Brasil surgiu
no Rio Grande do Sul em 1983, seguidos da Santa Casa de Misericórdia, de São
Paulo, em 1986, e logo após em Santa Catarina e Paraná. Um dos serviços que
merece destaque é o Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da
Saúde, que inaugurou em 1998 o hospital Unidade IV, exclusivamente dedicado
aos cuidados paliativos (PEIXOTO, 2004).
Em 1997, foi criada a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos
(ABCP), composta por um grupo de profissionais interessados no assunto, que
propunham prática de divulgação da filosofia dos cuidados paliativos no Brasil.
Em fevereiro de 2005, foi criada a Academia Nacional de Cuidados Paliativos
(ANCP) (PEIXOTO, 2004).
O Ministério da Saúde vem consolidando formalmente os cuidados
paliativos no
âmbito do Sistema Único de Saúde do país, por meio de portarias e documentos,
emitidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelo próprio
Ministério da Saúde. Ainda que de forma lenta, há um crescimento expressivo
dos cuidados paliativos no Brasil, entretanto, muitos profissionais, por
desconhecerem a filosofia de cuidados paliativos, sentem-se receosos, tendo em
vista que suas ações podem ser interpretadas como abreviar o tempo de vida ou
prolongar o tempo da morte (FIGUEIREDO, 2006).
Um marco importante para sua legitimação foi à conceituação pela
Organização
Mundial de Saúde (OMS), que ocorreu em 1990, mais de vinte anos após o
início do movimento paliativista moderno, neste ano, a OMS publicou a
primeira definição de cuidados paliativos como os cuidados ativos e totais aos
pacientes quando a doença não responde aos tratamentos curativos; o controle da
dor e de outros sintomas psicológicos, sociais e espirituais, torna-se prioridade e
o objetivo é alcançar a melhor qualidade de vida para pacientes e
familiares(WHO, 2006).
Em 2002, a OMS redefine cuidados paliativos como “um conjunto de
medidas que visam à melhoria da qualidade de vida de pacientes e familiares
13

que se deparam com questões relacionadas a uma doença ameaçadora da


continuidade existencial, através da prevenção e do alívio do sofrimento
possibilitados pela identificação precoce, pela eficiente avaliação e tratamento
da dor, bem como pela atenção a outros sintomas físicos, psíquicos e
espirituais(WHO, 2006).
A enfermagem, enquanto profissão que tem por instrumento a prescrição
de cuidados possui um papel fundamental na assistência paliativa, e por isto,
deve ter uma assistência que siga o modelo firmado na bioética dos Cuidados
Paliativos. Porém, a bioética enquanto ciência em desenvolvimento amplia cada
vez mais sua discussão em relação aos temas inerentes a vida humana. Então,
torna-se necessário cada vez mais estabelecer o papel do profissional diante
deste tipo de assistência, e muito mais ainda no que diz respeito ao processo de
morte e morrer, onde o paciente se depara com a finitude.
Em relação ao fornecimento de assistência aos familiares e pessoas
próximas ao paciente, a equipe de enfermagem deve promover a participação
familiar em toda a terapêutica, incluindo estas pessoas no âmbito hospitalar do
paciente, e também deve fazer com que o paciente se enxergue como
corresponsável, junto de seus entes, mas também como protagonistas, tendo
papel ativo em todas as decisões e atitudes da equipe de saúde.
A enfermagem deverá estar atenta também às necessidades psicológicas
da família, visto que a morte é um evento que traz sentimentos intensos como a
raiva, frustração, luto, que podem desencadear em danos maiores em longo
prazo. Deverá saber identificar sinais de comportamento alterado e oferecer
apoio e suporte da equipe multidisciplinar, ajudando a família a passar por esta
fase da vida.
Considerando a relevância deste tema nos dias atuais para a saúde de indivíduos
e grupos, elaborou-se a seguinte questão de pesquisa: Como acontece o cuidado
paliativo no enfrentamento da morte pela equipe de enfermagem?

1.1. OBJETIVO
14

Identificar o cuidado paliativo no enfrentamento da morte pela equipe de


enfermagem.

1.2. JUSTIFICATIVA
Ainda que a espécie humana tenha evoluído nos mais diversos aspectos
(científicos, tecnológicos e relacionais), transformado a forma como vive, aumentando a
expectativa de vida e expandido as possibilidades no espaço e no tempo, a finitude
humana permanece inalterada. A morte e o morrer são partes da vida e como define
Sêneca (2008), “deve-se aprender a viver por toda a vida e, por mais que te admires,
durante toda a vida, se deve aprender a morrer”. A morte é inevitável, independente de
quem somos ou em que acreditamos, o tempo de vida biológica tem, incondicionalmente,
o seu fim (ALVES; SELLI, 2007).
Na tela da vida, observa-se que ela se compõe de um jogo voraz que busca
adiar a morte, combatendo todos os tipos de situações que podem conduzir ao processo
de morrer. A luta é contínua, amarga e paradoxal: se de um lado se intervém de todas as
formas protocolais que a ciência oferece para adiar a morte, por outro lado, o adiamento
da morte por meio de técnicas e medicamentos sem, no entanto, impedir o sofrimento
do doente e dos familiares, instiga questionamentos e refl exões sobre a validade desses
processos diante da certeza da finitude (PESSINI; BARCHIFONTAINE, 2007).
Durante período de estágio curricular em um centro de tratamento à criança com
câncer, pude acompanhar a equipe da enfermagem no cuidado paliativo e no processo
da morte. No decorrer da graduação em enfermagem, tive a oportunidade de exercer
atividade como bolsista em uma Unidade de Tratamento Hemodialítico, e, a partir
destas vivências despertei o interesse pessoal em desenvolver um estudo voltado para a
temática, acompanho dia após dia, pacientes trabalhando em suas mentes a ideia de
terminalidade e finitude. O processo é lento e progressivo, visto que a a insuficiência
renal crônica é uma doença sem cura e o tratamento é paliativo.
Cada vez que se sabe que um colega de tratamento morreu, morre um pouco
de cada um. É como os pacientes pensam: o próximo pode ser eu. Cabe a equipe que os
acompanha durante o tratamento sanar dúvidas e ajudar a enfrentar seus medos e
receios.
Desse modo, o estudo busca disponibilizar subsídios que venham
implementar estratégias e enfrentamentos do processo morrer com
15

implementação dos Cuidados Paliativos, norteando para tomada de


decisões ,orientações e qualificação da equipe de enfermagem.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Morte
Ao nos aproximarmos da incógnita que é a morte, compreendemos que
há uma simbologia singular no processo de morrer. “O nó da complexidade
biológica é o nó górdio entre destruição interna permanente e autopoiese, entre o
vital e o mortal” (MORIN, 2003, p. 299). Muitos teóricos procuraram
esclarecimentos nas mais diversas ciências e religiões para a complexidade da
existência humana, sem ter chegado a uma conclusão definitiva. Hillman (1996,
p. 304-305) entende que “os humanos vivem tentando desvendar o código da
alma, descobrir os segredos de sua natureza”.
Nunca haverá uma fórmula mágica para compreendermos a morte dentro
de um contexto genérico, assim como não existe uma única resposta para o
enigma da essência vida. Desse modo, é possível direcionar um olhar para a
temática da morte através de uma perspectiva sócio-demográfico-cultural, na
qual se toma como princípio básico a concepção da morte, a partir do lugar de
seu evento. Para Holzer (1999, p. 69), “o lugar tem uma personalidade e um
sentido”. Existencialmente, a morte está associada a significados subjetivos da
relação entre o ser humano e seu mundo. A morte denota um sentido singular em
seu processo de interiorização, no qual quem morre se encontra diante do maior
desafio que é imposto pela natureza: nascemos e morremos sozinhos.
O lugar onde nascemos e as pessoas que nos acompanham são tão
importantes quanto o lugar onde morremos e as pessoas que nos acompanham
no processo de morte. O lugar da morte ultrapassa o espaço físico e assume uma
característica singular para cada ser humano. Antigamente, o lugar da morte era
o seio familiar, o ambiente social. Morríamos cercados de objetos e pessoas
familiarizadas conosco. Contudo, com passar do tempo, o lugar de escolha para
morrer adquiriu um endereço menos particular e mais padronizado: o hospital
(MEDEIROS, 2008, p. 153).
Morrer no hospital passou a ser um evento solitário e rodeado da
impessoalidade dos profissionais, de técnicas e tecnologias que, de certo modo,
desumanizaram o morrer. A desnaturalização da morte acarretou certa
incompreensão que levou muitos profissionais da saúde a combatê-la de todas as
maneiras, prolongando a vida(MEDEIROS, 2008, p. 153) .
17

Para alguns autores a morte deve ser concebida de forma natural e


progressiva, e procuram esclarecer as fases da boa morte, para que seja aceita de
forma menos traumática. Com isso, apresentam três momentos importantes
nessa etapa; a primeira é o momento de definir a hora final, dar o último
encaminhamento; o segundo são as pessoas envolvidas, o cenário do momento
da morte e o terceiro são os procedimentos pó-morte e como proceder com os
familiares presentes (KEINERT; KEINERT; DIAS, 2010).
Segundo Pessini (2009), devem-se tomar medidas que valorizem a morte
de pais, especialmente com os idosos, pois vivenciam uma finitude a partir do
momento que ficam mais velhos. Preparar-se para morrer deveria ser algo
natural, porem para a grande maioria a morte é vista como uma inimiga a ser
vencida. Muitos profissionais relatam como é desgastante estar diante do
sofrimento de seus pacientes no dia a dia na tentativa incessante de adiar a
morte.
Nas últimas décadas, no Brasil, a morte passou a readquirir um espaço
humanizado nos hospitais, onde quem morre tem o direito a não mais morrer
sozinho. Um fator consequente deste processo foi o surgimento do Cuidado
Paliativo de forma institucionalizada em alguns espaços hospitalares. Entretanto,
no que tange à formação acadêmica dos profissionais de saúde para as temáticas
da morte, salientamos que, “ao iniciar sua prática, este profissional quase nada
sabe acerca de como lidar com pacientes em processo de morrer, suas perdas e
de suas famílias” (FISCHER et al., 2007, p. 39).
A morte readquiriu seu lugar singular nos ambientes hospitalares,
despontando a necessidade de que os profissionais da saúde estejam aptos a esta
outra maneira de cuidar de quem morre: os Cuidados Paliativos.

2.2. Cuidados paliativos


Quando falamos desses cuidados no Brasil, muitas barreiras ainda precisam ser
quebradas, devido a fatores externos como: extensão territorial, falta de estrutura em
ambientes físicos, como hospitais para atender a maioria da população, alem da
formação pedagógica para os profissionais de saúde que apenas na última década se
voltou a aplicar na grade curricular assuntos voltados ao paciente sem possibilidade de
cura (ARAUJO, 2003).
18

A associação Brasileira de cuidados paliativos foi criada a pouco mais de


dez anos, em 1997 com a finalidade de interar através da iniciativa científica e
favorecer os profissionais no estudo das práticas de cuidado em forma de
disciplinas para melhor compreender o cuidado na fase terminal. Sendo assim a
ABCP vem promovendo eventos e pesquisas com subsídios técnico-científicos
(ARAUJO, 2003).
Os profissionais de saúde envolvidos com os pacientes terminais precisam
valorizar o conhecimento terapêutico e associá-lo a prática, pois a medicina tecnológica
tende a se desenvolver cada vez mais nos tratamentos e até mesmo na busca constante
da cura. Porém, não devemos esquecer que práticas humanizadas são de suma
importância em qualquer ação de cuidado, principalmente ao paciente terminal
(KOVÁCS, 2003).
No século XX, com o movimento dos cuidados paliativos destacou-se
como poderia ser vista a morte. Morrer tornou-se menos penoso, pois se iniciou
uma batalha contra os fatores que a favoreciam em relação às doenças.
Combater a morte é tentar compreende-la, e assim os enfermos terminais,
poderiam se preparar de forma consciente, pois minimizaria o sofrimento
(KOVÁCS, 2003).
O hospice é um programa interdisciplinar coordenado por cuidadores
profissionais e voluntários treinados no atendimento a pacientes com doenças graves e
16 progressivas, as quais não são responsivas à cura. O objetivo deste cuidado é
capacitar o paciente a permanecer em casa, cercado por pessoas e objetos que foram
importantes para ele durante a vida. Embora a maior parte dos cuidados de hospice seja
fornecida na própria casa do paciente, alguns programas têm residência ou instalações
de internação desenvolvidas, onde os pacientes em fase terminal sem o suporte familiar
ou aqueles que desejam o cuidado internado podem receber os serviços de hospice. Para
esse serviço os doentes devem apresentar doença progressiva irreversível e expectativa
de vida limitada tendo optado pelos cuidados paliativos sem a ideia de cura definitiva,
compreendendo seus limites (SMELTZER; et al.,2008).
Os cuidados paliativos são reconhecidos como um programa ideal que favoreça
um bem estar ao paciente e sua família, quanto à presença de doenças terminais, os
profissionais precisam se organizar em equipe para que as ações na assistência tenham
como objetivo o controle dos sintomas físicos, mentais e espirituais, pois estes aspectos
são os que mais afligem o homem em sua finitude (SILVA; KRUSE 2006).
19

Os cuidados paliativos necessitam de um conjunto de teorias e práticas


para que sua implantação seja aceita de forma efetiva. Apesar de muitos
estudiosos se esforçarem para que ocorram esta sistematização, muitos desafios
e barreiras são impostos, devido à falta de conscientização dos profissionais de
saúde e também pela sociedade. Na formação acadêmica, é preciso incluir esses
cuidados e capacitar os alunos para assistência ao paciente nas doenças
incuráveis, tendo em vista o paciente, alguém que precisa de alívio e conforto.
Um tratamento digno e com qualidade que promova bem estar deve ser bem
estudado (PIMENTA apud SOUZA 2010).
Muitos profissionais de saúde, só enxergam a morte como uma causa que
precisa ser combatida, pois o contrário disso, o profissional sente-se fracassado,
e até mesmo que seu esforço naquele atendimento, foi mal sucedido. Para o
enfermeiro cuidar até obter a cura é fundamenta, quebrar este paradigma ainda é
um desafio.
Mas a partir da conscientização acadêmica, a finitude humana deverá ser
tratada como parte do processo natural da fisiologia da morte (SOUZA et al.,
2009).
Diante da situação, podemos observar que os cuidados paliativos e o
morrer estão interligados e que precisamos compreender como profissionais
estas questões, para prestar assistência de qualidade evitando negligenciar a
bioética, pois o paciente já se encontra frágil. Devemos respeitar a vontade do
paciente, pois ela também é determinante para implementar o cuidado (SOUZA
et al., 2009).
Sobre as decisões da fase terminal e os princípios do cuidado é essencial
que o profissional possa estar presente e apoiando na tomada de decisões dos
pacientes no fechamento do término da vida, de forma que se identifiquem suas
respostas únicas à doença e que apóiem seus valores e metas. A educação, a
prática clínica e a pesquisa sobre o cuidado em fase terminal estão evoluindo,
com isso, a necessidade de preparar enfermeiros e outros profissionais de saúde
para o cuidado ao paciente em fase terminal, surgiu como uma prioridade. Hoje
em dia, a necessidade desse cuidado mobilizou os enfermeiros e outros
profissionais de saúde para uma atuação verdadeiramente concreta, e assim, fez
com que a pesquisa, a educação e a prática se voltassem unidas, ao pensamento
20

daqueles que não consideravam importante a fase terminal do indivíduo.


(SMETZER et al., 2008).
Em 2011, houve conhecimento pela mídia, da criação pelo Conselho
Federal de Medicina (CFM), de uma nova área de atuação: Cuidados Paliativos
com Especialidade Médica, conforme a Resolução do CFM 1973/2011,
publicada no Diário Oficial da União de 1º de agosto de 2011, Seção I, p. 144-
1471. Resta saber se, com esta regulamentação, os Cuidados Paliativos serão
incluídos nos currículos das diferentes áreas da saúde, como a Enfermagem, a
Medicina e a Psicologia, os maiores interessados na qualificação do cuidado
humanizado, além de previstos nos demais campos do conhecimento. É inegável
que a morte precisa ser estudada, sistematizada, qualificada sob o olhar das mais
diversas ciências. Compreender que a morte, na perspectiva dos Cuidados
Paliativos, deve ter um acréscimo nos currículos dos diversos cursos é uma
tarefa coexistente com o cuidado.
Os pacientes terminais precisam do contínuo cuidado da equipe de enfermagem,
pois são responsáveis por acolher e orientá-los sobre suas condições no momento que
iniciam o tratamento. Os profissionais também precisam ser valorizados e capacitados
para lidar com o paciente sem condições de cura, pois precisam desenvolver atitudes
que lhes transmitam confiança, para que assim possam aderir o tratamento. A dor
geralmente é o principal agravante, deve-se controlada, a fim de minimizar os fatores
estressantes. O ambiente é outro fator muito importante, o profissional precisa estar
atento envolvendo a família, a fim de promover um local agradável de acordo com o
estilo de vida do paciente, para que se sinta bem acolhido. O cuidado paliativo se bem
planejado promove bem-estar e segurança ao paciente (SANTANA; BARBOSA;
DUTRA, 2011).

2.3. Enfermagem
Em se tratando de profissionais da saúde, aprendemos a cuidar das dores
alheias, mas não aprendemos a cuidar de nossas próprias dores decorrentes do
sofrimento constante com que convivemos no ambiente profissional. De outro
modo, não há como cuidar de outra pessoa sem dar algo de si. O cuidado
estabelece que deixemos com o outro algo de nós mesmos, seja uma palavra,
seja um gesto, seja um simples olhar. Em alguns momentos, como o momento
que a morte se aproxima, nem sempre há o que fazer. Muitos de nós, aqueles que
21

têm alguma fé, ainda dispõem do argumento da oração; outros apenas


permanecem com a sensação de ter feito todo o possível por quem está
morrendo.
Para os profissionais de saúde, a morte é uma “companheira” de trabalho,
que ronda o ambiente hospitalar, num cenário em que “doenças com
prognósticos reservados trazem uma ameaça à vida e um aceno à morte”
(KOVÁCS, 2005, p. 494). Reconhecer que a morte nos atinge tanto como seres
humanos, como profissionais, é o primeiro passo para tomarmos consciência de
nossa responsabilidade diante de quem morre. Descobrir que a morte é uma
realidade humana requer que busquemos estar em harmonia com o desempenho
do cuidado, desprendendo-nos da onipotência curativa.
Educarmo-nos para compreender a morte em seu ciclo natural, requer que a
aceitemos como parte da vida. Para isso, “os profissionais de saúde, em sua formação,
deveriam ter a possibilidade de uma educação para a morte, preparar-se para lidar com a
morte daqueles que estão sob seus cuidados, Como pode ser esse preparo?” (KOVÁCS,
2005, p. 495). Porém, “a formação dos profissionais de saúde não lhes oferece respaldo
para lidar com os sentimentos que a morte pode despertar, pois é dada uma grande
ênfase à doença e aos procedimentos técnicos e nenhuma ao paciente como um todo”
(FISCHER et al., 2007, p. 39).
Nossa formação acadêmica não nos educou para a morte, nem nos preveniu da
proximidade com o processo de morrer, com o qual convivemos diariamente.
Aprendemos sobre o morrer quando entramos na vida profissional. Quando o paciente é
o “óbito”, aprendemos apenas estatísticas. Quando identificamos o ser que necessita de
cuidados através do nome de sua patologia, ainda não sabemos esta diferença. Criamos
o hábito de nos aproximar do contexto do ser humano que estamos cuidando e
reconhecemos a “pessoa” que necessita de nossos cuidados. Sabemos seu nome, sua
identidade como pessoa e deixamos de lado a formalidade que nos faz cada vez mais
técnicos, distantes da humanização do cuidado. Qualificamos o processo de morrer,
graças aos Cuidados Paliativos, re-humanizamos o cuidado de forma integral. Cuidando
de modo realmente humanizado, da pessoa que está morrendo, podemos ressignificar
nossas práticas e motivações profissionais, assim como descobrir que quem está
morrendo nem sempre passa por este processo tranquilamente (COVOLAN et al.,
2011).
22

No cenário de morte, o medo, a angústia, a tristeza e a dor acometem os


profissionais de saúde deste ambiente, em especial os enfermeiros e demais da equipe
de Enfermagem. Estes acompanham o paciente incondicionalmente durante o dia ou à
noite. Portanto, o profissional de Enfermagem deve manter em seus currículos de
formação, as questões éticas e legais envolvidas no exercício de sua profissão.
Necessita que seus conhecimentos acadêmicos e de capacitação acompanhem o
desenvolvimento técnico-científico e informacional da área da saúde (FISCHER et al.,
2007, p. 39).
Na formação da Enfermagem, há uma lacuna nas temáticas da morte e
dos Cuidados Paliativos. Os meios acadêmicos de formação da área da saúde
negligenciam as temáticas da morte. No desempenho da Enfermagem, há certo
descuido na capacitação acadêmica e profissional com as relações sociais que a
morte impõe, seja com a pessoa que está morrendo, seja com seus familiares.
Obviamente, há a concepção de que “tal como na medicina, a formação do
profissional de enfermagem está centrada na técnica, deixando de lado a
estrutura emocional dos profissionais” (FISCHER et al., 2007, p. 39).
A possibilidade de reflexão, na educação formal, pode contribuir para a
formação de profissionais mais aptos para lidar com este fenômeno,
humanizando a morte em toda sua dimensão (COVOLAN et al., 2011). Sob
todos os aspectos, o diálogo pautado pelo conhecimento científico e a
experiência empírica contemplam a devida abordagem humanizada. A
enfermagem deve estar apta a prestar o cuidado na assistência paliativa, na qual
não só o alívio da dor, mas um suporte multiprofissional, em que a pessoa que
está morrendo receba um cuidado humanizado.
Segundo Carvalho (2009) a enfermagem é centrada no cuidado, que por
sua vez não se restringe em uma ou outra fase da vida, mas está presente em
todo o ciclo vital, desde o nascimento até a morte do indivíduo. Podemos
destacar então, o crescente avanço tecnológico na área da saúde, as sofisticadas
tecnologias diagnósticas e terapêuticas culminaram com um significativo
aumento da expectativa de vida dos pacientes.
Ainda relatam: “Eu queria não desumanizar, saber cuidar dos meus
pacientes na doença e na morte. Como aprender? Sozinho no dia a dia?” Alunos
de Medicina e Enfermagem evidenciam suas angustias relacionadas a
desumanização que acontecem e enfrentam em suas atividades dentro da saúde e
23

onde pacientes e familiares se dizem insatisfeitos, descontentes ao serem


atendidos por profissionais sem preparo, que ignoram suas dores e males. E
alguns se questionam: Onde é que nos ensinam ou pretendem ensinar a sermos
humanos com nossos pacientes e seus problemas que os afligem? Que disciplina
aborda ou deveria abordar de forma clara e precisa tais questões (SILVA e
AYRES, 2010)?
Presume-se que a assistência de enfermagem está diretamente relacionada as
necessidades dos indivíduos, mas mesmo sendo complicado definir o que vem a ser
necessidade devido as diversas opiniões que as pessoas podem ter a respeito. E as
necessidades ainda podem ser divididas em quatro categorias: normativa, sentida,
expressa e comparativa (NASCIMENTO, 2016).
Desta forma, a categoria normativa é quem as define são peritos e
profissionais e estão mais relacionadas as normas e regras estabelecidas pelas
instituições, sendo mais formal; a sentida é a necessidade que a pessoa quer ou
necessita ser atendida, é algo mais fisiológico e biológico; a expressa é expressa
através de sentimentos e atitudes de ser atendido nas suas necessidades; e a
comparativa é demonstrada quando um grupo é atendido nos diversos serviços
(NASCIMENTO, 2016).
24

3 MÉTODO

3.1. Tipo de Estudo


É uma revisão de literatura do tipo narrativa. A pesquisa bibliográfica é
desenvolvida com base em material já elaborado, como livros e artigos
científicos (GIL, 2008).
As características das revisões narrativas ou revisões de literatura são: apresentar
uma pergunta de pesquisa ampla e contribuir para a fundamentação teórica dos
trabalhos científicos. Elas utilizam-se de resultados de pesquisas, possibilitando ao
pesquisador a abrangência quanto ao tema estudado. Além disso, as fontes de busca
geralmente são bases de dados, portais e bibliotecas virtuais. A análise dos estudos é
desenvolvida de forma qualitativa, auxiliando a evidenciar as lacunas sobre determinado
tema, o que permite a interpretação crítica e atualização sobre um tema em um curto
espaço temporal (BRUM, et. al., 2015).

3.2. Coleta de Dados


A revisão teve as seguintes fases: elaboração do objetivo, da pergunta de
pesquisa, critérios de inclusão e exclusão, seleção dos estudos, extração das
informações, análise e discussão dos resultados. A busca bibliográfica ocorreu em junho
de 2019, utilizando as referências bibliográficas disponíveis na base de dados da
Biblioteca Virtual em Saúde – BVS.
Foram utilizados os descritores “Morte”, “Cuidados paliativos” e “Enfermagem”
associados ao operador boleano “and”. Os critérios de inclusão foram artigos de
pesquisa, disponível na íntegra, online e gratuitos, resumos completos e no recorte
temporal de 2014 a 2018 , sendo que em janeiro de 2014, a Assembleia Mundial da
Saúde, abordou pela primeira vez cuidados paliativos na sua agenda. Os critérios de
exclusão foram: incompletude nos resumos ou ausência de resumos.

3.3. Análise e Tratamento dos Dados


Os artigos analisados foram catalogados em fichas para extração de
dados das variáveis com: objetivo, ano, procedência, periódico de publicação,
área do conhecimento, abordagem metodológica, sujeitos, cenário, resultados e
principais contribuições relacionadas com questão de pesquisa do estudo de
revisão.
25

Sendo empregada a análise de conteúdo temática (MINAYO, 2010), que é


dividida em três etapas: pré-análise, exploração do material e interpretação dos
resultados. Foi utilizada leitura flutuante e o fichamento por meio de uma ficha de
extração de dados, favorecendo uma visão e compreensão geral do conteúdo.
A leitura integral dos artigos proporcionou melhor identificação dos
resultados e a transcrição de trechos relevantes. Foi realizada leitura excessiva,
relendo os textos a fim de serem dadas resoluções dos resultados. Foram
elaboradas categorias temáticas pelo autor e busca de semelhanças existentes
para melhor interpretação dos resultados.

3.4. Aspectos Éticos


Os aspectos éticos foram respeitados, referenciando todos os autores dos artigos
analisados. Além disso, o conteúdo dos textos utilizados foi abordado de maneira a
manter a originalidade dos artigos, conforme os preceitos da Lei nº 9.610/98. A
pesquisa está fundamentada nos preceitos da Resolução Nº. 510/15 do Conselho
Nacional de Saúde que define que as revisões de literatura não necessitam de apreciação
ética, pois é realizada exclusivamente em textos científicos publicados (BRASIL, 2015).
26

QUADRO 01: Busca no Portal da BVS

Busca no Portal da “BVS”

“Morte”
AND “Cuidados Paliativos”
AND “Enfermagem”

1.071 Documentos

“País de Afiliação” “Português”

95 84

“Texto completo
disponível”
71artigos

“Recorte Temporal” “Assunto da Revista: Enfermagem”

33 26

Com os critérios de inclusão


e exclusão
Resultaram em
09 artigos

Fonte: Própria Autora


28

QUADRO 02: Quadro Sinóptico – Resultado da Busca no Portal da BVS

Numeração Periódico/ Base de Artigo Autores Profissão/ Objetivo Resultados


Ano Dados Autoria
A1 Anna Nery LILACS Conforto para Rudval Souza da 1
Enfermeiros Conhecer o significado do Cuidar para uma boa morte
Revista de uma boa morte: Silva1, cuidar em enfermagem para significa promover
Enfermagem perspectiva de Álvaro Pereira1, uma boa morte na conforto como um
2015 uma equipe de Fernanda Carneiro perspectiva de uma equipe resultado de intervenções
enfermagem Mussi1. de enfermagem intensivista. terapêuticas que conciliem
intensivista racionalidade e
sensibilidade nas
interações dos
profissionais de saúde com
o paciente e sua família
assegurando a sua
dignidade.
A2 Revista de LILACS Manifestações e Adriana Soares 1 Enfermeiras Conhecer manifestações e O câncer modifica a vida
Pesquisa necessidades Tomaszewski , 1 2
Acadêmica necessidades referentes ao dos pacientes e familiares
(Online): referentes ao Stefanie Griebeler de processo de morte e morrer exigindo dos profissionais
Cuidado é processo de Oliveira1, Enfermagem da pessoa com câncer no de saúde habilidade e olhar
Fundamental morte e morrer: Isabel Cristina final de vida. sensível para o
(Online) perspectiva da Oliveira Arrieira1, atendimento de sua
2017 pessoa com Daniela Habekost integralidade,
câncer Cardoso ,1
considerando suas
Silvia Francine dimensões físicas,
Sartor2. emocionais, sociais e
espirituais.
A3 Ciência & LILACS Percepção dos Maria Andréa 1
Enfermeiras Conhecer a percepção do O estudo possibilitou
Saúde enfermeiros Fernandes1, enfermeiro diante do evidenciar que os
Coletiva sobre o Carla Braz paciente com câncer sob enfermeiros envolvidos
29

2014 significado dos Evangelista1, cuidados paliativos. reconhecem a importância


cuidados Indiara Carvalho dos da equipe
paliativos em Santos Platel1, multiprofissional,
pacientes com Glenda Agra1, propiciando ao enfermeiro
câncer terminal Marineide de Souza reflexões acerca do uso da
Lopes1, comunicação como
Francileide de elemento essencial do
Araújo Rodrigues1. cuidar para paciente e
família sob cuidados
paliativos.
A4 Revista de LILACS, O universo Silvio Eder Dias da 1
Enfermeiros Analisar as representações A figura da morte é
Pesquisa BDENF consensual do Silva1, de familiares de pacientes caracterizada como um
(Online): cuidador- Joel Lobato da em cuidados paliativos. estágio final fisiológico,
Cuidado é familiar e sua Costa1, um processo tecnicamente
Fundamental ancoragem Jeferson Santos ordenado e natural da
(Online) dentro do Araújo ,1
natureza. De forma geral, é
2018 cuidado: um Adriana Alaíde a única certeza que
estudo de Alves Moura , 1
possuímos na vida. A
representações Natacha Mariana morte pode ser vista como
sociais Farias da Cunha1, um mistério
Arielle Lima dos incompreensível, como um
Santos1. absurdo inaceitável ou uma
representação social de um
universo próprio e pessoal.
30

A5 Revista de LILACS Cuidado Thamirez A. Vieira1, 1Acadêmicas Identificar o saber dos A boa prática deve ser
Pesquisa paliativo ao Marcia Oliveira1, de acadêmicos de enfermagem resultado de muita
(Online): cliente Elizabeth Rose Costa Enfermagem com relação aos cuidados dedicação, de busca por
Cuidado é oncológico: Martins2, 2
Enfermeiros paliativos e discutir o conhecimentos científicos,
Fundamental percepções do Cristiane Maria diferencial deste e principalmente, pelo
(Online) acadêmico de Amorim Costa2, profissional para a fortalecimento do ser
2017 enfermagem Rafaela Nunes qualidade do cuidar ao humano que existe em
Alves2, cliente oncológico em cada profissional. Essa
Cristiano Bertolossi estágio avançado. característica é de extrema
Marta2. relevância para aplicação
do sentimento no cuidar.

A6 Revista LILACS Criança com Sandra Alves do 1


Enfermeiras Descrever as Evidenciou-se que a morte
Brasileira de câncer em Carmo1, especificidades do cuidado é entendida como uma
cancerologia processo de Isabel Cristina dos de enfermagem à criança perda e por vezes um
2015 morrer e sua Santos Oliveira1. com câncer em processo de alívio. A equipe tem
família: morrer e sua família e dificuldade em vivenciar o
enfrentamento analisar a situação da processo de morrer da
da equipe de equipe de enfermagem criança e estabelece
enfermagem frente essa situação. estratégias do
enfrentamento como não
deixar a criança sozinha,
separar o profissional do
emocional, neutralizar os
sentimentos e nunca
demonstrar fraqueza.
A7 Cogitare LILACS Diretrizes para Vivian Maria ¹ Enfermeiras Estudo de abordagem A definição de diretrizes
Enfermagem cuidados Reksua¹, qualitativa com o objetivo pode facilitar e beneficiar a
2015 paliativos a Maria Cristina de propor diretrizes de prática do cuidado, junto
pacientes Paganini1. cuidados paliativos aos ao paciente, família e
submetidos a pacientes submetidos a equipe multiprofissional,
transplante de transplante de células tronco no final de vida e no
31

células tronco hemotopoéticas. enfrentamento da morte.


hematopoéticas
A8 Anna Nery LILACS O ser enfermeiroPatrícia Costa Lima1, 1
Enfermeiros Compreender o fenômeno O fenômeno apresenta-se
Revista de de uma central Isabel Comassetto1, experienciado pelos permeado pela dor e
Enfermagem de quimioterapiaAna Cristina enfermeiros que trabalham inconformidade, por
2014 frente à morte do
Mancussi e Faro1, em uma central de perceberem-se impotentes
paciente Ana Paula Nogueira quimioterapia, frente à diante da finitude da vida,
oncológico de Magalhães1, possibilidade de morte do necessitando de preparo e
Vera Grácia Neuman paciente deste serviço. apoio profissional para o
Monteiro1, convívio com a morte.
Paulo Sérgio Gomes
da Silva1.
A9 Anna Nery LILACS, O sentido da Isabel Cristina de 1
Enfermeiras Compreender o sentido da Para a integralidade da
Revista de BDENF espiritualidade Oliveira Arrieira1, espiritualidade para a atenção faz-se necessário a
Enfermagem na pessoa em cuidados inclusão da espiritualidade
2017 transitoriedade Maira Buss paliativos. na prática do cuidado em
da vida Thofehrn1, saúde. A espiritualidade
proporciona o encontro
Viviane Marten
existencial entre a pessoa
Milbrath1,
em cuidados paliativos e os
Camila Rose profissionais que a cuidam
Guadalupe Barcelos em sua integralidade.
Schwonke1,

Daniela Habekost
Cardoso1,

Julieta Carriconde
Fripp1.
Fonte: Própria Autora
32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Da busca realizada no Portal da BVS, após a utilização dos filtros previamente


determinados, resultaram 26 artigos do total, destes, 09 foram selecionados para análise
(QUADRO 01). Os nove (09) artigos selecionados, foram descritos no quadro sinóptico
anteriormente exposto (QUADRO 02).
Em relação ao ano de publicação, dos 09 artigos selecionados para compor o
presente estudo, 01 artigo (11,11%) foi publicado no ano de 2018, 03 artigos (33,33%)
foram publicados no ano de 2017, 03 artigos (33,33%) foram publicados no ano de
2015 e 02 artigos (22,22%) foram publicados no ano de 2014 (QUADRO 03).

QUADRO 03: Artigos por Ano de Publicação


Ano de Publicação Quantidade Percentagem (%)

2018 01 11,11

2017 03 33,33

2015 03 33,33

2014 02 22,23

Total 09 100%

Fonte: Própria Autora

Em relação à autoria das produções, participaram da construção dos artigos


selecionados na época de sua publicação 42 autores. Destes, 39 (92,85,%) são
enfermeiros e 03 (7,15%) são acadêmicos de enfermagem.
Quanto ao tipo de pesquisa realizada pelos autores dos artigos selecionados,
100% foram estudo de campo.
Após a leitura prévia dos artigos selecionados, tornou-se possível estabelecer
algumas características destes, sendo possível dividir esse estudo em 03 categorias
distintas. Categoria 01: A experiência dos enfermeiros frente a vivencia dos cuidados
paliativos e processo de morrer dos pacientes, contendo 06 artigos; Categoria 02: A
representatividade da espiritualidade no processo de enfrentamento da morte, contendo
33

03 artigos; e Categoria 03: A importância do suporte familiar no processo de


terminalidade, contendo 05 artigos.

Categoria 01 – A experiência dos enfermeiros frente a vivencia dos cuidados


paliativos e processo de morrer dos pacientes:
Nesta categoria foram selecionados 06 artigos para discussão, os artigos A1, A3,
A5, A6, A7 e A8, bem como outros autores que corroboram com os selecionados na
pesquisa.
Oportunizar um espaço de ajuda para que os profissionais entrem em contato
com seus sentimentos e possam trabalhá-los é essencial, evitando a utilização de
mecanismos de defesa, afastamento físico e emocional do paciente em situação de
terminalidade (PETERSON & CARVALHO, 2011).
De acordo com A1, o significado do cuidar em enfermagem para uma boa morte
na perspectiva de uma equipe de enfermagem intensivista foi associado à promoção do
conforto. Esse, consiste numa experiência positiva, subjetiva e multidimensional que é
vivenciada na interação dos indivíduos com eles mesmos, com as práticas de saúde e
racionalidade que as fundamentam.
Assim, o cuidar/cuidado para uma boa morte deve ser um cuidado baseado nos
princípios éticos da veracidade, visando propiciar a autonomia, a proporcionalidade
terapêutica e o duplo-efeito (relação custo/benefício da medida terapêutica), na
prevenção dos problemas potenciais e no não-abandono. Orientado para o alívio do
sofrimento, focalizando-se na pessoa doente e não na doença da pessoa, resgatando e
revalorizando as relações interpessoais no processo de morrer, utilizando como
princípios essenciais a compaixão, a empatia, a humildade e a honestidade (ARAÚJO e
SILVA, 2006).
O A3 relata que chegar ao destino final com dignidade é um processo que
envolve o respeito à condição e às opiniões do paciente como ser que vivencia uma fase
da vida com limitações, temores e angústias.
Somente pautando-se numa visão do ser humano para além do físico, poderá se
perceber que o cuidado é imprescindível em todas as situações de enfermidades,
incapacidades e durante o processo de morte e do morrer, considerando que a finalidade
do cuidar na enfermagem é, prioritariamente, aliviar o sofrimento humano, manter a
34

dignidade e propiciar meios para manejar com as crises e com as experiências do viver e
do morrer (WALDOW, 1999).
No A5, os cuidados paliativos são voltados para a qualidade de vida do paciente,
sempre buscando o melhor para que ele tenha uma morte digna e tranquila, sem
sofrimentos. A equipe de enfermagem desempenha um papel importantíssimo na
qualidade de vida desses pacientes, pois somos nós que estamos o assistindo e cuidando
24 horas. O Enfermeiro deve ter conhecimento técnico e científico para um melhor
cuidar.
Apesar da universalidade desta nova conceituação de saúde, as falas dos
entrevistados evidenciam que, quando se trata da esfera dos CP, ela torna-se ainda mais
nítida. Ao falarem das dificuldades, dos aprendizados e das recompensas do
atendimento aos pacientes em final de vida, os alunos expressam a grande importância
da visão humanizada. O lidar com estes pacientes mostrou o que é preciso para exercer
o paliativismo, transpondo-se para suas práticas em saúde no geral, ao mesmo tempo em
que demostra as falhas teóricas em suas formações. Corroborando com outros estudos,
os dados apontam a incipiência de conteúdo específico sobre CP nos currículos da
graduação, levando à falta de preparo para lidar com situações de final de vida
(FONSECA, GEOVANINI, 2013).
O A6 relata que o alívio e o conforto são partes importantes do cuidado à
criança e a sua família quando a morte é inevitável, pois os familiares ficam confortados
ao perceber que a criança não sofre.
O tratamento oncológico pediátrico demanda ações paliativas intensas e
contínuas em razão da necessidade premente de controle da dor e de outros sintomas
que acometem crianças e adolescentes com desdobramentos na dinâmica familiar, pois
implica uma reorganização da família que necessita conciliar a vida doméstica com as
frequentes idas ao hospital (SILVA, et al, 2010).
A7 considera que, independente ou não do cenário da doença incurável, o papel
assistencial do enfermeiro abrange cuidados integrais ao paciente, seus familiares e
responsabilidades frente a equipe multiprofissional.
A enfermagem em Cuidados Paliativos no processo de Morte e Morrer vê
diariamente o sofrimento destes pacientes e de seus familiares na espera da morte, até
que ela chegue. Tais eventos tornam-se cotidiano da profissão, porém na maioria das
vezes, os profissionais não sabem como lidar estas situações. Isto é um evento comum
nos profissionais, onde já não conseguem enxergar a morte como natural. Então é
35

necessário que a Enfermagem desenvolva estratégias para que isto não lhe afete tão
nocivamente em longo prazo (SILVA et al, 2015).
A8 refere que o profissional de enfermagem é a pessoa que está mais próxima ao
paciente nos momentos difíceis e é quem o paciente e a família procura quando
necessita de explicação ou cuidados imediatos. O enfermeiro precisa saber e entender
como lidar com os sentimentos que envolvem a doença oncológica.
É essencial a enfermagem entender o impacto causado pelo câncer nos pacientes,
pois isso lhe possibilitará estabelecer estratégias de cuidado. A enfermagem imprimi no
cuidado a capacidade de interagir com o paciente, exercitando o diálogo, colocando-se
disponível para escutar o que o aflige, contribuindo para minimizar a sensação de medo
e angústia manifestada pelo seu surgimento. Essa atitude poderá facilitar o processo de
aceitação do câncer pelo paciente e sua reabilitação, bem como o tratamento da doença.
Isso porque, quando o paciente desenvolve uma relação de confiança com a equipe que
lhe presta cuidados, tende a responder melhor ao tratamento (BONASSA; SANTANA,
2005).

Categoria 02 – A representatividade da espiritualidade no processo de enfrentamento


da morte:

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Na categoria 2 foram escolhidos 3 artigos para discussão, os artigos A2, A4 e A9,
e demais artigos que tratam da temática da pesquisa.
O artigo A2 ressalta que o profissional de saúde, com a perspectiva de que algo
pode ser feito pelo paciente diante dessa situação, precisa ter em mente os
conhecimentos produzidos pelas as duas grandes personalidades na arte de cuidado no
final de vida: Kübler-Ross sobre o processo de morte e morrer, e Cicely Saunders com a
visão dos cuidados paliativos e o conceito de dor total, a qual atinge as dimensões física,
psíquica, social e espiritual da pessoa humana.
Kubler-Ross identificou os estágios pelos quais as pessoas passam quando estão
no final de vida, sendo os seguintes: Negação (o paciente desconfia da troca de exames
ou competência da equipe de saúde, podendo ser uma defesa temporária ou, em alguns
casos, podendo sustentar-se até o fim); Raiva (fase que sentimentos de ira, revolta, e
ressentimento surgem); Barganha (momento em que o doente faz promessas por um
prolongamento da vida ou alguns dias sem dor ou males físicos, sendo tais barganhas na
maioria das vezes feitas com Deus. Pode, psicologicamente, estar associada a uma culpa
recôndita); Depressão (referente às dificuldades do tratamento e hospitalização
prolongadas, que aumentam a tristeza aliada a outros sentimentos); Aceitação
(relacionada à etapa em que o paciente passa a aceitar a sua situação e seu destino).
O artigo A4 relata que a figura da morte é caracterizada como um estágio final
fisiológico, ou seja, um processo tecnicamente ordenado e natural da natureza; dessa
50

forma, é a única certeza que possuímos na vida, já que é um ponto crucial de nossa
existência, segundo o caráter irrevogável da morte, que é revestida de mistérios,
sedução, curiosidade, ansiedade, medo e sofrimento, sendo com certeza uma das
maiores interrogações de nossa sociedade.
Ainda em A4 discursa que, dentro do processo de construção da representação
do familiar entre as palavras morte e morrer, a ancoragem é responsável pela atribuição
do significado pessoal, seja ele de maior, seja de menor intensidade; dessa forma, vemos
que o homem é um ser social inserido nas malhas das relações sociais, agindo, pensando
e sentindo como um ser humano que possui processo de viver e morrer bem definido
durante a sua história de vida.
Para Freitas, et al,(2015) dentro dos cuidados paliativos, a figura do cuidador-
familiar representa a construção de uma estratégia de enfrentamento que permite a
expressão universo consensual ou do senso comum, trazendo conforto e confiança ao
paciente frente à possibilidade de morte, em que a figura estimula a formalizar o
cuidado dentro das necessidades a modo de incorporá-los na tomada de decisões
clínicas, havendo, dessa forma, um fortalecimento no vínculo entre cuidador, familiar e
equipe e multiprofissional.
No artigo A9, descreve que as necessidades espirituais das pessoas com doenças
que ameaçam a vida, geralmente, não são atendidas pelos profissionais da saúde, em
virtude de sua falta de preparo. Em um estudo australiano, os enfermeiros foram
mencionados como os profissionais mais próximos para atender tais necessidades
quando, por algum motivo, não forem atendidas por assistentes espirituais.
Para Rezende, et al(2012) buscar na espiritualidade sentido para a morte é
comum à grande diversidade de religiões que existe em nosso país. Todas as religiões
pregam a continuidade da vida: para os cristãos a morte conduz a alma ou o espírito
para outra dimensão, ou ainda, junto de Deus; já a doutrina espírita, o budismo, o
hinduísmo e o taoísmo consideram a possibilidade de reencarnar, ou seja, de o espírito
retornar à terra a partir do nascimento de um novo ser. Independentemente da religião,
esta é uma forma de atribuir sentido à morte, vendo-a, então, como continuidade da vida
em outra dimensão.
Frankl considera que uma pessoa, mesmo na iminência da morte, pode encontrar
um sentido positivo para o sofrimento decorrente desta situação. Isso se caracteriza pelo
encontro de um objetivo ou explicação para a situação, podendo recorrer à atividade
laboral, a projetos de vida, a experiências vividas e a atitudes positivas frente a essa
51

realidade existencial, evitando que o sofrimento seja destrutivo, pois, segundo o autor, o
que destrói a pessoa não é o sofrimento por si só, mas o sofrimento sem sentido.
Por meio da espiritualidade, é atribuído sentido ao sofrimento, aliviando-o. Ao
considerar a fé, a oração e a meditação como suportes para o enfrentamento, percebe-se,
inclusive, melhora nos sintomas e observa-se que com a doença a fé foi intensificada.
A espiritualidade oferece preparo para o enfrentamento da morte com
naturalidade, sendo, então, importante manter ativa esta relação com um pensamento
que os remeta à espiritualidade. Ou seja, a partir do cultivo desse valor, compreende-se
que a terminalidade da vida é apenas a morte física de um indivíduo, sendo que existe
algo muito além do viver humano (FRANKL, 2009).

Categoria 03 – A importância do suporte familiar no processo de terminalidade:


Na categoria 3 foram escolhidos 5 artigos para discussão, os artigos A1, A2,
A4, A6 e A7, e demais artigos que tratam da temática da pesquisa.
Constata-se que um dos aspectos da filosofia paliativista é a assistência holística
tanto para o paciente, quanto para o familiar. Nesse sentido, o familiar também necessita
ser assistido de forma a contemplar os aspectos físicos, psicológicos e espirituais
garantindo conforto por meio de acomodações adequadas, apoio no enfrentamento de
seus medos e a permissão para expressar livremente seus credos e dogmas facilitando,
quando possível, a execução de rituais característicos da sua religião (CASWEL, et al,
2015).
Lembra-se que um dos aspectos importantes quanto à valorização da qualidade
das ações em cuidados paliativos é a assistência oferecida ao familiar, que deve estar
continuamente acompanhando o paciente, em que ambos devem receber tratamento
adequado e conforto (FERNANDES, et al, 2013).
Há mudança do papel social do sujeito que agora é paciente, mas, dentro do
contexto social-familiar, ele ainda é pai/mãe, esposo/esposa, filho/filha cabendo à
Enfermagem atuar de forma ativa e efetiva encorajando atitudes positivas.
Compreende-se que assistir a família que possui um parente enfermo fora de
possibilidades terapêuticas de cura requer, do enfermeiro, muita sensibilidade, visto que
ela possui inúmeras preocupações no que concerne ao cuidado e à atenção ao seu
parente. Cabe, ainda, ao enfermeiro, a capacitação dos familiares com o objetivo de
52

auxiliá-los a entender mais sobre as respostas futuras da doença e a diversidade e


possibilidade de cuidados (COELHO, YANKASKAS, 2017).
Segundo o artigo A1, conhecer essa questão permitirá identificar suas
concepções sobre o tema e suscitar a reflexão do cuidado em enfermagem à pessoa em
processo de morrer e na morte, a importância do cuidado sensível e humanístico,
pautado no respeito e na autonomia da pessoa e no apoio a sua família no processo de
luto.
O artigo A2 reitera que, além dos pacientes, são envolvidos os familiares e
amigos, sendo exigida uma atenção especial dos profissionais, uma prática de
comunicação aberta, clara e sensível junto a todos os envolvidos nesse contexto.
De acordo com A4, sendo a morte um fato temido e negado pela família, vemos
o papel das representações presente nos sentimentos dos cuidadores, como o cuidado
paliativo estar ancorado em estar prestes a perder alguém. A equipe, nessa situação,
pode criar um vínculo de ajuda ou de conflitos sem resoluções, em que o mecanismo de
fuga da realidade ou possibilidade é bastante presente, pois o significado da morte para
os familiares é algo inevitável, não construí durante idas e vindas ao hospital, ou mesmo
quando o cuidado é desempenhado em sua residência, em que o ato de criar mecanismo
de defesa os auxiliam a enfrentar tais situações.
Em A6 vemos que, para cuidar das crianças com câncer e sua família, a equipe
de enfermagem deve entender a morte e o morrer e identificar os estágios do processo
de morrer, pois o cuidado é muito diferenciado e difícil, tendo em vista os aspectos
operacionais e relacionais. Além disso, a equipe precisa saber lidar com a morte, pois o
câncer é uma doença crônica, com tratamentos severos que podem levar a criança
inesperadamente à morte, apesar de que, para a maioria das crianças, a morte é esperada
conforme a impossibilidade de cura atual. Os profissionais que atuam em oncologia
pediátrica também necessitam de apoio para lidar com a situação de perda no seu
cotidiano.
Em A7, independente ou não de cenário de doença incurável, o papel
assistencial do enfermeiro abrange cuidados integrais ao paciente, seus familiares e
responsabilidades frente à equipe multiprofissional. Neste estudo, particularmente, trata-
se das situações em que se esgotam as possibilidades terapêuticas e entram os cuidados
paliativos. A intenção passa a ser a de prestar cuidado e não de tratar a doença, o que
compõe a integralidade da assistência.
53

É importante sabermos que o enfermeiro é a ponte de ligação entre o paciente


terminal e a família, pois é o enfermeiro que está dia-a-dia cuidando do paciente, e é
preciso sempre estar conversando não só com o paciente mais principalmente com a
família, já que o enfermeiro não pode cuidar do paciente isoladamente, é preciso
envolver a família, ampará-los, pois a família também é uma alguém necessitado de
cuidados nesse momento e com isso precisa de apoio, diálogo, carinho, ou seja,
basicamente tudo o que o paciente necessita, afinal é um ente querido deles que está ali,
e com isso a família também sofre, e sofre muito.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
54

“Só podemos realmente viver e apreciar a vida se nos conscientizarmos de que somos
finitos. Aprendi tudo isso com meus pacientes moribundos que no seu sofrimento e
morte concluíram que temos apenas o agora, portanto, goze-o plenamente e descubra o
que o entusiasma, porque absolutamente ninguém pode fazê-lo por você”.
Elizabeth Kübler-Ross
Entendendo sobre a morte, percebemos que é algo natural da vida, mais um
estágio, ou até mesmo o último estágio da vida. É um clico natural de vida que assim
como nascemos e reproduzimos, também morremos.
Existe uma ligação efetiva entre paciente/família e a equipe de enfermagem,
portanto, deve a mesma, atuar de maneira harmoniosa na prestação dos cuidados ao
paciente em processo de morte e morrer, e considerar que somente através do cuidado
com vista à integralidade será possível instituir o cuidar/cuidado para uma boa morte em
sua plenitude.
Referente a dificuldade em lidar com a morte, percebo que a maioria dos
enfermeiros tem enfrentamentos com essa temática de modo que torne o processo mais
doloroso, já que mesmo sendo algo que faça parte do ciclo natural de vida, e mesmo
eles vivenciando sempre isso em seu trabalho e dia-a-dia, o fato de lidar com a morte é
sempre muito complicado, pois a perda é sempre muito difícil e o sofrimento inevitável.
Mas essa dificuldade não poderia existir de uma maneira tão drástica como temos visto,
pois isso afeta não só no cuidar do paciente terminal, como também em suas próprias
vidas, podendo desencadear problemas para os enfermeiros, seja eles de saúde como
tristeza e depressão.
.Conclui-se nesse estudo a experiência vivenciada por enfermeiros que atuam em
hospitais frente ao processo de morte e morrer do paciente terminal, sendo assim,
observar a visão do enfermeiro ao paciente terminal e identificar como o enfermeiro lida
com os pacientes e suas famílias. Portanto o ideal é que os enfermeiros tenham um bom
preparo já desde a graduação, para lidar com a morte, pois muitos passam pela
graduação sem de fato saber sobre a morte, já que é um assunto bastante complicado.
Este tema deveria ser algo muito bem abordado aos acadêmicos de enfermagem em sua
graduação.
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