É de todos sabido que o tabaco constitui a causa de
muitos males físicos, mas o que nem todos sabem é da sua acção perniciosa no campo espiritual. Alguns médicos estudiosos apontaram o uso do tabaco como causa de cancro nos pulmões, de tremendos desarranjos gástricos, provocador de úlceras e ainda diversas perturbações mentais e nervosas. Os tabagistas vão pouco a pouco, contraindo o vício, habituando o organismo à droga da nicotina de que depois de viciados jamais se poderão desligar. Dir-se-ia que o homem, rei da criação, com o seu poder intelectual extraordinário, perdeu o raciocínio quando se deixa dominar pela influência de um pigmeu chamado cigarro. É caso para perguntar: como é que uma ínfima porção de tabaco enrolado artisticamente, por vezes até com componentes dourados para melhor satisfação da vaidade ao qual se junta algo aromático para melhor inebriar a vítima, pode subjugar um ser inteligente, perspicaz, e de grande poder de discernir a ponto de se deixar submeter à sua funesta influência…? Certamente que essa substância não vem do tabaco, substância que, se deixa manusear e rotular com títulos estonteantes ao sabor de determinados calculistas, criminosos de uma falsa civilização, que procuram enriquecer à custa da vaidade humana. Só para satisfação da sua vaidade o homem se deixa acorrentar e seduzir pela publicidade de essências aromáticas que lhe dão prazer quando já não pode eximir-se ao tremendo vício do tabaco que pouca a pouco lhe vai destruindo a vida como qualquer outra droga a que se vicie. Não será isto um lento suicídio…? E o que é o suicídio perante as leis naturais da vida senão um crime do qual o indivíduo se torna conscientemente responsável…? O homem tem necessidade de alimentar o corpo físico; é uma necessidade natural, embora nem sempre seja natural o processo de alimentar. Porém o que é absolutamente anti-natural é que o homem, ser inteligente, ou que assim se considera, se transforme numa chaminé, engolir o fumo até carbonizar os pulmões, afectar o cérebro e o sistema nervoso com a influência perniciosa do tabaco. Isto não representa uma crítica para fumadores que tem o livre arbítrio para se suicidarem pelos processos que melhor entendam, mas uma simples advertência que a maioria dos fumadores reconhecem ser justa mas que não possuem a vontade própria de vencer o vício tão arreigado ele se encontra. Também o de chamar a atenção para o facto de viciar o ar que os outros respiram pelas baforadas do fumo do tabaco tanto nos seus lares como em qualquer outro lugar. No precioso livro Fisiologia da Alma, psicografado por Hercílo Maes, o espírito benfeitor afirma que, tanto fumadores como bebedores atraem sobre si terríveis influências negativas de entidades espirituais que morreram viciados por não terem força de vontade suficiente para dominar o vício, continuando sofrendo dos males que o vitimaram e, para satisfazerem a sua necessidade de fumo e álcool são atraídos aos viciados terrenos que lhes transmitem os sintomas da morte que tiveram, além de os obrigarem a satisfazer o vício em aumento considerável. Assim o viciado não só satisfaz o seu vício como o dos mortos que a si atraem. Muitos indivíduos recorrem aos meios espíritas quando se encontram influenciados por personalidades intrusas que a si se juntam, mas devemos informar, em abono da verdade, que nenhum médium poderá afastar-lhe essa influência enquanto a pessoa obsidiada não tiver força de vontade suficiente para por si só se libertar do vício.