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Capítulo 3

Reconstrução de novas perspectivas na formação do administrador: a racionalidade


comunicativa e o papel da filosofia.

Há uma discussão sobre o papel da filosofia no reducionismo da racionalidade que


limita a compreensão e a discussão sobre o próprio ser humano num contexto social, logo,
esse capitulo busca entender a racionalidade instrumental como uma possível articuladora a
racionalidade comunicativa que, propõem envolver todos os participantes de um discurso
motivados ao entendimento no processo formativo de administração. 
O novo conceito de racionalidade para Habermas, está ligado a racionalidade
comunicativa sem eliminar a racionalidade instrumental, como fonte de pesquisa no curso de
administração, mas, sim superá-la de uma forma reflexiva ligada a uma formação de carácter
moral, intelectual e comunicativa. Contudo a racionalidade comunicativa é capaz de superar
as ações estratégicas com a possibilidade de reconhecimento das pretensões de validade
presentes no mundo. A educação assume uma função dupla com a formação intelectual e
moral dos indivíduos voltada para a emancipação e a formação técnica voltada ao
atendimento das necessidades do mercado, e é nesse sentido que é possível acreditar no
potencial de formação do administrador dotado de conhecimentos técnicos e também de
formação moral intelectual. 
Prestes (1996), entende como racionalidade a capacidade dos indivíduos de
estabelecer relações com o mundo físico, com objetos desejos e emoções. Ao refletir sobre o
ensino da administração tem-se também um reflexo de uma crise da modernidade e das
racionalidades predominantes apontadas por Habermas.  A formação deve permanecer
atualizada e contínua, desenvolvendo o conhecimento científico e tecnológico em benefício
do ser humano e de uma sociedade justa assim de garantir uma vida social justa.
Consequentemente a racionalidade presente no agir comunicativo e o papel da filosofia
ganham um espaço privilegiado, é interessante reconhecer sua capacidade de produzir
abordagens produtivas que permite compreender e ainda oferecer novas perspectivas de
formação do futuro administrador. 
A racionalidade comunicativa proposta por Habermas e suas possíveis contribuições à
formação do administrador, fundamenta-se sobre uma teoria crítica da sociedade com base na
teoria da ação comunicativa. O conceito de ação comunicativa permite o acesso, segundo
Habermas, a 3 complexos temáticos: a teoria da racionalidade teoria da sociedade e a teoria da
modernidade. Assim, Habermas busca desenvolver uma nova teoria de racionalidade tendo
como o tema fundamental a razão, pois acredita que esta seja o tema principal da filosofia. 
A relação e contribuição da filosofia para Habermas está ligado há um tipo de
racionalidade comunicativa maior que a instrumental, capaz de ser uma base ética com
pretensões universais, enfatizando a relevância da comunicação na humanidade.  O Presente
capítulo traz reflexões sobre 2 tipos de ações humanas, a ação estratégica e ação
comunicativa. Na ação comunicativa o sujeito reconhece o outro como um ser que possui os
mesmos direitos reconhecendo a autonomia e a Liberdade os membros da comunidade
inserida e a ação estratégica se orienta para o êxito de uma moral do tipo individualista
enquanto o processo decisório. 
Diante do exposto a contribuição da filosofia na formação do administrador deve-se ao
fato do homem ser considerado um ser incompleto em permanente transformação que
necessita de um processo formativo-educacional capaz de prepará-lo para a vida em sociedade
não a uma mera adaptação. Nesse sentido a contribuição da filosofia para a formação do
administrador está voltada a preparação da vida em sociedade, tornando-o apto para atender
suas demandas técnicas e científicas e reconhecendo o próprio valor como pessoa capaz de
estabelecer vínculos sociais de respeito aos semelhantes e ao meio ambiente na construção de
uma visão de mundo coerente e crítica. 
A filosofia contribui no sentido de inserção social do profissional, onde o mesmo deve
ser preparado para dar conta da função social de sua profissão, sendo fundamental que o
processo de formação do administrador englobe elementos variados não somente técnico
científico, mas um profissional com postura ética, responsável e comprometido com sua
profissão e sua relação com a sociedade em que vive e atua colocando o de frente em
situações que exigem tal postura.
Assim, a formação do administrador não deve apenas possuir conteúdos gerais e
específicos, mas deve traduzir uma postura de vida colocando o aluno diante de situações que
exigem uma interação com o ambiente e as pessoas exigindo postura ética e responsável,
colocando a comunicação num espaço privilegiado de construção do conhecimento envolvido
no processo de responsabilidade e reprodução social.  A filosofia procura inserir no currículo
elementos morais e sociais, e reflexões que atenuem uma formação condizente com o
mercado de trabalho e também com sua relação e papel diante de uma formação de carácter
ético, autônomo e livre.
O curso de administração possui um desafio que consiste em construir uma abordagem
do conhecimento administrativo que não esteja norteado somente pela racionalidade
instrumental, mas por outras capacidades que envolvam a emoção a sensibilidade, senso de
justiça, ética, solidariedade, responsabilidade, a capacidade argumentativa sobre pretensões de
validade e verdade etc. 

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