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Turma: “A”
Conclusão.....................................................................................................................12
Referências Bibliográficas...........................................................................................13
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Introdução
A profissionalização aumenta quando, na profissão, a implementação de regras
preestabelecidas cede lugar a estratégias orientadas por objectivos e por uma ética.
Perrenoud
Refletindo sobre o que significa ser um educador neste final de século, surge a
necessidade de repensar as questões radicais da área da educação e de detectar os
principais temas emergentes.
Esses fatos revelam, segundo Montoro (1997), tanto no campo da produção intelectual
como do comportamento social, um incontestável retorno às exigências de ética.
Neste contexto, é interessante observar que nos inúmeros trabalhos sobre formação de
professores, o comportamento ético do professor raramente é objeto de discussão.
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O Professor e a Ética Profissional
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solidariedade garantem uma participação efetiva do profissional para uma convivência
social mais humana. Outros valores enriquecem a atuação do profissional:
Na docência, não é preciso muito esforço para perceber o papel fundamental que deve
ter o diálogo para possibilitar um clima de compreensão e respeito pelos pontos de vista
dos alunos. O diálogo deve fazer parte da prática docente, como afirma Paulo Freire:
Viver a abertura respeitosa aos outros e, de quando em vez, de acordo com o momento,
tomar a própria prática de abertura ao outro como objeto de reflexão crítica deveria
fazer parte da aventura docente. A razão ética da abertura, seu fundamento político,
sua referência pedagógica; a boniteza que há nela como viabilidade do diálogo (Freire,
1998, p.153).
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Nesse particular aspecto, a própria concepção de educação, entendida como uma
atividade que visa a promoção do homem, individual e coletivamente, coloca nas mãos
do profissional de educação, uma grande responsabilidade social da qual não se pode
esquivar. O professor, com sua atuação, pode contribuir de maneira significativa na
formação do cidadão consciente, ético e capaz de interferir nos destinos da sociedade.
De modo muito especial, o professor é um co-responsável pela promoção do homem e
precisa possuir, ao lado de sua capacitação técnica, um rico conteúdo humano e ético.
A Ética profissional pode ser ainda abordada do ponto de vista das relações específicas
inerentes às próprias profissões.
Jimenez (1997) refere-se à relação do profissional com o usuário, entendendo este como
o que recebe direta e imediatamente os serviços ofertados pelo profissional. Muitas
vezes essa relação implica um equilíbrio de poder, pois o usuário pode aparecer como
um necessitado, um carente e desprovido daquilo que o profissional proporciona, sendo
ainda impotente para tomar decisões eficazes sobre o serviço recebido. O profissional,
ao contrário, apresenta-se revestido de poder, porque todo aquele que proporciona um
serviço possui algum poder sobre quem necessita dessa prestação.
Um desempenho inoperante, além de ser uma cruel condenação para todo aquele que
possui um mínimo de respeito por si mesmo, prejudica os interesses legítimos dos
usuários (Jimenez, 1997). Quando o professor é negligente ou incompetente, tanto a sua
dignidade pessoal é afetada como o aluno é prejudicado em seus interesses legítimos.
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Exige que o profissional se esforce para chegar onde o usuário o requer, criando um
clima de confiança para interpretar corretamente as necessidades particulares do
usuário. Sem essas condições, corre-se o risco de não alcançar a quem se tem que
satisfazer através do trabalho desenvolvido. O serviço é prestado, nesse caso, sem
ajustá-lo às condições próprias de seu destinatário preciso.
Para aplicar esse valor profissional a nosso caso particular de professores, basta
trocarmos a palavra usuário pela de aluno. Da mesma forma, o professor deve procurar
ajustar seu trabalho aos interesses e necessidades dos alunos que possui, criando um
clima de confiança que possibilite a maior individualização possível de seu serviço.
Sem ajustar seu trabalho às condições próprias de cada situação de ensino, o professor
corre o risco de não alcançar seus objetivos além de não atingir todos os seus alunos.
O respeito significa tratar o usuário como pessoa. O usuário tem seus próprios fins em
função dos quais vive e é merecedor, em princípio, de todos os cuidados e
considerações dos quais o profissional se julga também merecedor.
O professor deve tratar seus alunos como pessoas e respeitar a autonomia destes,
prestar-lhes ajuda sem pretender manipulá-los e oferecer-lhes toda atenção que quereria
para si mesmo. Isto significa renunciar aos jogos de poder, pelos quais alguns
professores se comprazem em sentir o aluno sob seu controle.
Além dos valores éticos básicos em todas as profissões, devem ser levadas em conta as
qualidades pessoais inatas ou adquiridas que concorrem para o enriquecimento da
atuação profissional, apresentadas por Mota (1984):
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Prudência – a prudência faz com que o profissional analise situações complexas e
difíceis de forma profunda e minuciosa para tomar decisões com maior segurança. A
prudência é indispensável nos casos de decisões sérias e graves, porque evita
julgamentos apressados.
Para o professor essa qualidade é fundamental, já que suas decisões podem ter
conseqüências sérias na vida acadêmica do aluno. Especialmente no caso da avaliação,
os julgamentos devem ser minuciosamente criteriosos para evitar atitudes injustas.
Segundo Paviani (1991), uma grande dificuldade que põe em risco a conduta ética do
professor é a perda do juízo prudencial, uma vez que muitas funções do professor,
especialmente aquelas que exigem decisões pessoais, foram deslocadas para a área
burocrática da escola. Mesmo assim, o professor não deve abdicar de sua consciência
moral ao tomar decisões.
Coragem – Todo profissional precisa ter coragem para: reagir às críticas quando
injustas; para não ter medo de defender a verdade e a justiça e para tomar decisões
indispensáveis e importantes.
Esta qualidade deveria ser muito cultivada pelo professor, já que pela experiência, pode-
se observar a tendência à acomodação que assola a classe. O risco de acomodação é
lembrado por Paulo Freire, na seguinte afirmação:
Um dos piores males que o poder público vem fazendo a nós, no Brasil, historicamente,
desde que a sociedade brasileira foi criada, é o de fazer muitos de nós correr o risco
de, a custa de tanto descaso pela educação pública, existencialmente cansados, cair no
indiferentismo fatalistamente cínico que leva ao cruzamento dos braços. ‘Não há o que
fazer’ é o discurso acomodado que não podemos aceitar (1998, p74).
É necessário reconhecer que a luta não é fácil, representa muitas vezes enfrentar
diversas instâncias, senão o próprio sistema educacional. Por isso mesmo, essa
qualidade talvez seja ainda mais requerida ao profissional de educação.
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A perseverança é fundamental para nós professores, pois enfrentamos toda a sorte de
dificuldades em nosso caminho, incluídas as dificuldades estruturais de todo o sistema
educacional brasileiro e o descaso governamental com a Educação. Nossas dificuldades
vão desde a falta de condições físicas para o exercício de nosso trabalho até, muitas
vezes, a impossibilidade de aperfeiçoamento e capacitação profissional.
O professor não lida com resultados prontos, mas, ao contrário, tem de construí-los.
Compreender seu papel, a condição de seus alunos, assumindo uma atitude aberta e
inclusiva, com certeza possibilita a assunção de atitudes construtivas da parte tanto do
professor quanto do aluno.
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Essa qualidade é essencial para o professor, pois o ensino que pressupõe uma relação
humana entre alunos e professores pode gerar situações em que preconceitos, simpatias
e antipatias podem influir sobre o julgamento e as decisões que o professor deve
realizar, especialmente no caso da avaliação da aprendizagem. É fundamental que o
profissional de educação saiba agir com a máxima imparcialidade possível, tendo
sempre em vista o aprendizado e o crescimento intelectual e moral de seus alunos.
Otimismo – Diante das perspectivas das sociedades modernas, todo profissional deve e
precisa ser otimista, para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no
poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom humor.
Para uma melhor atuação, além dos valores e qualidades pessoais, é muito importante
que os direitos e deveres profissionais sejam observados. É sobre o que trataremos em
seguida.
A deontologia ligada ao magistério, segundo Veiga (1999), tem raízes no sec. XIII com
o nascimento de uma consciência deontológica manifestada nos escritos de Santo
Domingo de Gusmán e São Tomás de Aquino. Muito pouco se acrescentou através dos
séculos nesse sentido.
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moralmente íntegra com relação a seus alunos, assumindo com responsabilidade e
competência profissional o exercício do ensino; que a honestidade acadêmica deve-se
refletir particularmente na justa avaliação dos méritos dos alunos; que deve haver a
prevenção contra a exploração dos estudantes em benefício dos professores; e que o
profissional da educação não deverá esquecer que seu trabalho se realiza num contexto
social (Veiga, 1999).
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Conclusão
O fato de a profissão de professor não possuir um Código de Ética específico não
desestimula a reflexão a respeito do tema. Ao contrário, essa reflexão demonstra a
relevância e a pertinência do assunto. Com certeza, é necessário ampliar o debate em
torno das questões aqui abordadas e, a nosso ver, a discussão sobre a inclusão de uma
disciplina de ética profissional nos cursos de formação de professores devesse ser
desencadeada.
O Professor relaciona-se com a questão ética duas vezes: como educador, na função de
conduzir, influenciar e decidir sobre a conduta dos outros; e como profissional que tem
a tarefa de ensinar, treinar e habilitar outros a serem profissionais. Por isso o professor
como profissional da educação não apenas acrescenta às suas atividades técnicas e
científicas uma dimensão ética, mas realiza uma atividade essencialmente ética
(Paviani,1991, p.108).
O estudo dos valores éticos, das qualidades éticas e dos direitos e deveres profissionais,
não esgotam a análise do comportamento ético do professor. As situações concretas que
exigem uma abordagem ética implicam uma tarefa delicada que deve ser realizada com
cautela.
Buscar uma atuação ética, tanto no plano pessoal como no profissional, é caminhar
rumo a uma realidade melhor do que a atual, numa busca contínua de melhoria da
condição humana.
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Referências Bibliográficas
CALDERA, Alejandro Serrano. Ética e mundializacion. Ponenciaal II
EncuentroMesoamericano de Filosofia.
Http://www.uca.ni.ellacuria/etica.htm.12/04/2023.
MONTORO, André Franco. Retorno à ética na virada do século. In: MARCILIO, Maria
Luiza ; RAMOS, Ernesto Lopes (1997). Ética: na virada do século. São Paulo: LTr, -
(Coleção Jacques Maritain) p.13-26
MOTTA, Nair de Souza (1984). Ética e vida profissional. Rio de Janeiro: Âmbito
Cultural,.
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