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PORTARIA UNESP Nº 90, DE 24 DE JUNHO DE 2021

Dispõe sobre os procedimentos para submissão


e avaliação dos Projetos de Extensão
Universitária na Unesp.

O REITOR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”,


tendo em vista o deliberado pela Câmara Central de Extensão Universitária - CCEC, em
sessão de 17-6-2021 – Despacho 30-2021, e considerando:
- a Resolução CNE/CES 7, de 18-12-2018, que estabelece as Diretrizes para a Extensão
na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei 13.005-2014,
que aprova o Plano Nacional de Educação - PNE 2014-2024 e dá outras providências para
curricularização da Extensão na graduação;
- que a Unesp é signatária da Política Nacional de Extensão Universitária do Fórum de Pró-
reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras
(FORPROEX) e adota em seus Projetos de Extensão Universitária o conceito, as
definições, os princípios e as diretrizes dessa política, expede a seguinte PORTARIA:

Artigo 1º Projeto de Extensão Universitária é um conjunto de atividades de caráter


educativo, cultural, artístico, científico e tecnológico, que se caracteriza por:
I - buscar atender às questões prioritárias da sociedade no enfrentamento de problemas
sociais para o desenvolvimento da cidadania plena, gerando impacto e transformação
social;
II - ser desenvolvido pela comunidade acadêmica em conjunto a outros setores da
sociedade, visando à interação dialógica e transformadora;
III - envolver a participação efetiva da população externa como sujeitos ativos no processo
(sem excluir a participação da comunidade interna);
IV - contemplar, obrigatoriamente, a participação ativa de estudantes da graduação na
integração com o público, visando à formação integral;
V - ter objetivos específicos e prazos determinados para seu alcance, podendo, mediante
justificativa circunstanciada, ser renovado;
VI - integrar o ensino e a pesquisa com as demandas da sociedade e com as ações
propostas;
VII - situar-se na(s) área(s) de atuação acadêmica dos componentes da equipe, articulando
ensino, pesquisa e extensão;
VIII - diferenciar-se de outros formatos de ações extensionistas, como cursos e oficinas,
eventos e prestação de serviços, as quais podem, como ações episódicas, ser incorporadas
a projetos, mas que por si só não os constituem;
IX - ser desenvolvido preferencialmente de forma interdisciplinar.
Parágrafo único. O projeto de extensão poderá ser realizado de forma isolada ou vinculado
a um programa de extensão.

Artigo 2º A equipe do Projeto de Extensão Universitária poderá ser formada por docente(s),
pesquisador(es), discente(s) de graduação ou de pós-graduação, servidor(es) técnico-
administrativo(s) e parceiro(s) externo(s) à Universidade.
§1º O Projeto de Extensão Universitária deverá ser coordenado, em prol da promoção da
interdisciplinaridade e do fortalecimento de ações integradas que possam elevar os
impactos positivos na sociedade, por:
1. docente(s), em RDIDP ou RTC, valorizando a diversidade de atuação de professores de
diferentes áreas e unidades;
2. docente(s) Senior(es) ou Voluntário(s) conforme a legislação em vigor.
3. servidor(es) técnico-administrativo(s) com nível mínimo de doutorado vinculado(s) aos
Departamentos de Ensino.
§2º O Projeto de Extensão Universitária, por seu caráter formativo, deverá obrigatoriamente
ter a participação efetiva de estudante(s) de graduação.
§3º A participação de servidor(es) técnico-administrativo(s), durante seu expediente normal
de trabalho, em atividade de extensão universitária, dependerá de aprovação prévia de sua
chefia imediata,
§4º No Sistema de Extensão Universitária e Cultura deverão ser identificadas as diferentes
funções dos participantes, além da coordenação conjunta do projeto, caso houver, visando
à valorização das atividades desenvolvidas pela equipe.

Artigo 3º A participação de estudante de graduação no Projeto de Extensão Universitária


deverá ser:
I - vinculada a um Plano Individual de Atividades, seja durante toda a vigência do projeto
ou em períodos específicos;
II - como bolsista de extensão universitária ou como colaborador em ações específicas do
projeto;
III - registrada no Sistema de Extensão Universitária e Cultura para fins de sua creditação
em seu histórico escolar, conforme curricularização da extensão prevista no respectivo
curso de graduação.
§1º Poderá ser solicitada Bolsa de Extensão Universitária para o estudante de graduação.
§2º A outorga de Bolsas de Extensão Universitária e de recursos para os Projetos de
Extensão Universitária aprovados dependerá de disponibilidade orçamentária da Pró-
Reitoria de Extensão Universitária e Cultura.

Artigo 4º A submissão de proposta de Projeto de Extensão Universitária será feita pelo


coordenador geral ou por um dos coordenadores, via Sistema de Extensão Universitária e
Cultura.
§1º As propostas COM solicitação de bolsas e recursos serão submetidas por meio de
editais que indicarão os períodos de abertura do Sistema de Extensão Universitária e
Cultura, as instruções e normas vigentes.
§2º A submissão de propostas de projetos de extensão SEM solicitação de bolsas e
recursos poderá ser realizada em fluxo contínuo no Sistema de Extensão Universitária e
Cultura.

Artigo 5º As propostas de Projetos de Extensão Universitária (COM ou SEM solicitação de


bolsas e recursos) serão avaliadas pela Comissão de Avaliação de Programas e Projetos
de Extensão Universitária (CAPPE), com a anuência das instâncias, conforme segue:
I - na Unidade Universitária - do Conselho do Departamento ou do Conselho Deliberativo
da Unidade Auxiliar, da Comissão Permanente de Extensão Universitária e Cultura –
CPEUC e da Congregação, onde a CPEUC não for deliberativa;
II - no Câmpus Experimental - do Conselho de Curso, da Comissão Permanente de
Extensão Universitária e Cultura - CPEUC, quando houver, e do Conselho Diretor, onde a
CPEUC não for deliberativa;
III - na Unidade Complementar - do Conselho Deliberativo.

Artigo 6º A avaliação das propostas de Projetos de Extensão Universitária consistirá em:


I - avaliação quanto ao atendimento aos princípios extensionistas, considerando:
a) a promoção da interação dialógica entre a Universidade e outros setores da sociedade;
b) a participação ativa do público (população externa) na oportunidade de contribuir com
seus próprios saberes na experiência produzida pela ação;
c) a relevância e interação sociais e sua contribuição para a alteração da realidade social,
a popularização da ciência e da tecnologia, a diversidade cultural e a democratização dos
saberes;
d) a articulação da proposta às prioridades locais e/ou municipais, regionais, nacional e
internacional e sua formulação a partir de consulta e interlocução junto ao público externo;
e) a organização de um conjunto de ações sistematizadas de caráter educativo, cultural,
político, científico ou tecnológico, desenvolvidas junto a outros setores da sociedade;
f) a apropriação, utilização e reprodução do conhecimento envolvido nas atividades;
g) o impacto da relação externa na contribuição para reformulações de concepções e
práticas curriculares da Universidade;
h) a existência de indicadores claros do alcance dos objetivos;
i) a indissociabilidade ao ensino e/ou à pesquisa.
II - avaliação do(s) plano(s) individual(is) de atividades do(s) aluno(s) e da contribuição do
projeto para a formação de estudantes, considerando:
a) a contribuição para a formação integral do estudante, por meio da imprescindível
interação efetiva e ativa com a sociedade, vivenciando aspectos sociais, econômicos e
humanísticos;
b) a adequação do plano individual de atividades aos princípios extensionistas;
c) a coerência entre a efetiva participação do estudante junto ao público e a carga horária
dedicada ao projeto.
III - avaliação dos elementos textuais do projeto, sua coerência e exequibilidade,
considerando:
a) a caracterização do problema e sua vinculação às demandas da sociedade;
b) a coerência entre objetivos e a fundamentação teórica e metodológica;
c) o nível de exequibilidade;
d) as formas de avaliação e acompanhamento da execução das ações;
e) a adequação do cronograma;
f) a clareza e apresentação do texto;
g) a proposição de objetivos compatíveis com o prazo de execução;
h) a adequação/pertinência da justificativa, em caso de renovação.
IV - avaliação da equipe, considerando:
a) a inserção e vinculação do projeto na área do fazer acadêmico da equipe,
preferencialmente com articulação entre ensino, pesquisa e extensão, em especial do(s)
coordenador(es) do projeto;
b) a preferência em ser uma equipe interdisciplinar e multiprofissional, bem como possuir
diversidade na sua constituição (graduando(s), pós-graduando(s), servidor(es) técnico-
administrativo(s)), e parceiro(s) externo(s) à Universidade, levando em consideração as
características do projeto e da Unidade/Câmpus;
c) a clareza e a explicitação das atribuições de ações efetivas aos membros da equipe.
V - avaliação do orçamento (somente quando houver solicitação de bolsas e recursos),
considerando:
a) a coerência das solicitações no uso eficaz e exclusivo para desenvolvimento do projeto;
b) a dimensão das atividades programadas e número de bolsas solicitadas;
c) a exequibilidade do projeto diante do orçamento apresentado.
Parágrafo único. Quando se tratar de proposta de renovação, os resultados alcançados e
a justificativa para continuidade também serão considerados na avaliação.

Artigo 7º As ações episódicas, quando incorporadas aos Projetos de Extensão


Universitária aprovados, como cursos e oficinas, eventos e prestação de serviços, deverão
ser submetidas à aprovação no Sistema de Extensão Universitária e Cultura, conforme
legislação específica de cada caso.

Artigo 8º Um dos coordenadores do Projeto de Extensão Universitária deverá enviar


Relatório Final e, no caso de movimentação financeira, a respectiva Prestação de Contas,
via Sistema de Extensão Universitária e Cultura, conforme prazos estabelecidos pela Pró-
Reitoria de Extensão Universitária e Cultura.

Artigo 9º Caso o Relatório Final e a Prestação de Contas não sejam enviados no prazo
estabelecido, ou esses não forem aprovados, o(s) coordenador(es) estará(ão) impedido(a)s
de submeter quaisquer propostas à Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura, até a
regularização dos referidos documentos.
§1º Os documentos citados no caput deste artigo serão avaliados pela CAPPE, com a
anuência das unidades, conforme as instâncias previstas no artigo 5º desta Portaria.
§2º Caberá à Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura o acompanhamento do
processo de avaliação, visando às orientações e ao alinhamento dos critérios em toda a
Universidade.

Artigo 10. A certificação referente à execução do Projeto de Extensão Universitária, a todos


os envolvidos, será de responsabilidade da presidência da Comissão Permanente de
Extensão Universitária e Cultura - CPEUC ou do Conselho Deliberativo da Unidade
Complementar.
§1º A certificação somente ocorrerá após a aprovação do Relatório Final e da Prestação de
Contas pelas instâncias competentes.
§2º A Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura orientará a certificação por meio de
modelos e normativas.

Artigo 11. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
Portarias 461-2016 e 363-2017.

FIM DO DOCUMENTO

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