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by: Giu

O objetivo da dosimetria é determinar a exposição de radiação recebida pelo usuário em um determinado


período de tempo. A sua utilização é exigida para operadores de equipamentos emissores de radiação em
clínicas radiológicas. A radiação ionizante absorvida fora dos limites admissíveis, poderá acarretar danos
biológicos e, portanto, deve ser precisamente monitorada. O dosímetro individual é a maneira mais
utilizada para detectar exposições em operadores, pois são compostas de pastilhas sensíveis a radiação
ionizante e permite avaliar se a dose de radiação está ou não abaixo dos níveis de restrição.

GRANDEZAS RADIOMÉTRICAS E INTERAÇÃO Isso é possível porque há um número enorme de


DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA partículas presentes no tempo e no espaço → um
número muito grande de interações.
> Utilização da radiação ionizante: realizar uma
medição de quantidades utilizando a própria Campo de radiação
radiação ou os efeitos e subprodutos de suas > São as chamadas grandezas radiométricas;
interações com a matéria. As dificuldades de > É uma grandeza física;
medição estão associadas às suas propriedades, > Contabilizam o número de radiações relacionado
pois elas são invisíveis, inodoras, insípidas, com alguma outra grandeza do sistema de medição
inaudíveis e indolores, além de que podem interagir tradicional, como tempo e área, ou seja, são
com os instrumentos de medição modificando suas utilizadas para a descrição geral do campo de
características. radiação e são relacionadas tanto ao número de
> Nem todas as grandezas radiológicas definidas partículas quanto à energia transportada por
são mensuráveis. elas. Com isso, podem-se definir grandezas do tipo
Atividade de um material radioativo, ou Fluência de
Grandezas partículas de um acelerador.
> Grandezas podem ser multiplicadas ou divididas
por outras, resultando em outras grandezas. Grandezas dosimétricas
> Quando usadas para uma descrição quantitativa > Avalia-se os efeitos da interação da radiação com
de um fenômeno básico ou de objetos, são um material, utilizando algum efeito ou subproduto.
chamadas de grandezas físicas. Utilizando relações com a massa ou volume, podem-
> Todas as grandezas podem ser derivadas de um se definir grandezas radiológicas como, Exposição,
conjunto de grandezas básicas ou grandezas Kerma e Dose Absorvida.
primárias. > Grandezas dosimétricas: estão associadas à
> As grandezas resultantes são chamadas de quantidade de radiação que um material foi
grandezas derivadas ou grandezas secundárias. submetido ou absorveu.

Grandezas limitantes
> Quando os efeitos das interações acontecem no
organismo humano e se as suas consequências
podem ser deletérias, podem-se definir grandezas
limitantes, para indicar o risco à saúde humana
devido à radiação ionizante.
> Como as radiações apresentam diferenças na
Grandezas estocásticas: ionização, penetração e, consequente dano
> Seguem uma distribuição de probabilidade. A biológico produzido, introduz-se fatores de peso
natureza da interação da radiação com a matéria associados às grandezas dosimétricas e, assim, se
não pode prever onde e quando uma certa partícula obtém a Dose Equivalente.
interagirá. > Como o conceito de dose equivalente não utiliza
> Variam descontinuamente no tempo e no somente as grandezas básicas na sua definição
espaço e não há sendo em tratá-las em termos de pode surgir uma variedade de grandezas limitantes
gradientes ou taxas de variação. dependendo do propósito de limitação do risco.
Contudo, para a maioria das aplicações, as
interações da radiação com a matéria podem ser Grandezas operacionais
aproximadas por descrições não-estocásticas, em > Leva em consideração as atividades de proteção
termos do seu valor médio ou esperado. radiológica, que define grandezas radiológicas mais
consistentes ou úteis nas práticas, por exemplo, de
monitoração de área e monitoração individual. Isto
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porque as grandezas limitantes não são nucleares espontâneas deste estado de energia no
mensuráveis ou de fácil estimativa. intervalo de tempo dt.
> Desta maneira, aparecem grandezas muito > Sua unidade, o becquerel (Bq), corresponde a
específicas como: Equivalente de dose ambiente e uma transformação por segundo.
Equivalente de dose pessoal. > A unidade antiga, curie (Ci) corresponde ao
número de transformações nucleares por unidade de
Fatores de conversão e condições de medição tempo de 1 grama de 226Ra, sendo 1 Ci = 3,7 x 1010
> Você tem que ter em mente que nem sempre o Bq.
modo de operação dos detectores, o material de que
são constituídos e os parâmetros que medem Fluxo, Ṅ
correspondem às grandezas radiológicas > É o quociente de dN/dt, em que dN é o incremento
anteriormente mencionadas. do número de partículas no intervalo de tempo dt.
> Os fatores de conversão levam em conta as
diferenças de interação da radiação com um gás, o dN ˙
, [ Ṅ ] =s
−1
ar, um semicondutor, uma emulsão, o tecido humano N=
dt
ou um órgão.
> Existem as condições de medição: se foram
Fluxo de energia, Ṙ
realizadas no ar, num fantoma, em campos
> É o quociente de dR/dt, em que dR é o incremento
alinhados ou expandidos, nas condições de
da energia radiante no intervalo de tempo dt.
temperatura e pressão padronizadas.
dR
Ṙ= , [ Ṙ ] =W
dt

Fluência, Φ
> É o quociente dN/da em que dN é o número de
partículas incidentes numa esfera de área de seção
E QUAIS AS GRANDEZAS RADIOLÓGICAS? reta da, medida em unidades de m-2 .
dN −2
Φ= , [ Φ ]=m
Número de partículas da
> É o número de partículas (emitidas, transferidas O número de partículas N pode corresponder a
ou recebidas) na região de interesse. partículas emitidas, transferidas ou recebidas. Esta
> N será sempre muito grande e será tratada como grandeza é muito utilizada na medição de nêutrons.
variável contínua. A fluência, por exemplo, de uma fonte de nêutrons, é
medida de modo absoluto utilizando-se um sistema
Energia radiante, R conhecido como banho de sulfato de manganês.
> É a energia (excluindo a energia de repouso) das
partículas na região de interesse. Fluência de energia, Ψ
Assim, para N partículas com energia E (excluindo a > É o quociente dR/da, em que dR é o incremento
energia de repouso) da energia radiante que incide numa esfera de área
de seção reta da.
R=N . E dR −2
Ψ= , [ Ψ ] =J ∙ m
da
Atividade (Activity), A
> A atividade de um material radioativo é expressa
pelo quociente entre o número médio de
transformações nucleares espontâneas e o intervalo Esfera com seção de choque da: É
de tempo decorrido. a forma mais simples de se
caracterizar um campo de radiação
dN −1
A= Bq=s • Considera-se o ponto P como o
dt centro da esfera com secção da.
• da é ⊥ à direção de cada partícula
Segundo a definição da ICRU, a Atividade é o que atravessa a esfera
quociente dN/dt, de uma quantidade de núcleos
radioativos num estado de energia particular, onde
OBS: Esfera ICRU
dN é o valor esperado do número de transições
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Em 1980, a ICRU, em sua publicação 33, propôs uma esfera de


30 cm de diâmetro, feita de material tecido-equivalente e
densidade de 1 g/cm3, como um simulador do tronco humano,
Ψ E=E . Φ E
baseado no fato de que quase todos os órgãos sensíveis à
radiação, poderiam ser nela englobados. (Tauhata, p. 173) As energias da partícula e do fóton são dadas em

Fluência média, Φ 1 MeV = 1.602 x 10-6 erg = 1.602 x 10-13 J


> Em dosimetria, pode-se expressar a fluência
média em termos da soma dos tamanhos das 1 erg = 10-7 J = 6.24 10 x 105 MeV
trajetórias dl das partículas no volume dV da esfera.
Σ dl
Φ= 1 J = 6.24 x 1012 MeV = 107 erg
dV
Taxa de fluência, Φ̇
MeV ou keV.
Φ̇=
d Φ d dNe
=
dt dt da
;¿ ( ) GRANDEZAS DE INTERAÇÃO DA
Taxa de fluência de energia, Ψ̇ RADIAÇÃO COM A MATÉRIA
dΨ −1 −2 −2
Ψ̇ = ; [ Ψ ]=J s m =W ∙ m > As radiações eletromagnéticas ionizantes de
dt
interesse são as radiações X e gama. Devido ao seu
caráter ondulatório, ausência de carga e massa de
PARA AJUDAR A LEMBRAR:
repouso, essas radiações podem penetrar em um
TAXA/FLUXO material, percorrendo grandes espessuras antes de
 ❑˙ sofrer a primeira interação.
 Em um intervalo de tempo dt.
> A penetrabilidade dos raios X e gama é muito
maior que a das partículas carregadas, e a
DISTRIBUIÇÕES EM ENERGIA probabilidade de interação depende muito do valor
de sua energia. Quando a energia dos fótons
ultrapassa o valor da energia de ligação dos
As distribuições N e R em termos de E nucleons, cerca de 8,5 MeV, pode ocorrer as
reações nucleares. Assim, para radiações
>NE (espectro de energia) e RE são: eletromagnéticas com energia de valor no intervalo
de 10 a 50 MeV podem ativar a maioria dos
elementos químicos com os quais interagir.
dN dR
N E= e R E=
dE dE > Na interação da radiação com a matéria:
# A energia ou a direção da partícula incidente pode
ser alterada
> Em que dN é o número de partículas com # A partícula é absorvida
energia entre E e E+dE
> dR é a sua energia radiante. > A interação pode ser seguida por uma ou mais
partículas secundárias.
R E=E . N E > A probabilidade de ocorrência das interações é
caracterizada por coeficientes de interação.
As distribuições Φ e Ψ em termos de E > Esses coeficientes são dependentes do processo
de interação, tipo e energia da radiação, alvo e
> ΦE (espectro de energia) e Ψ E (espectro de material do alvo.
fluência de energia) são:
dΦ dΨ
ΦE= e Ψ E= # No processo de transferência de energia de uma
dE dE radiação incidente para a matéria, as radiações que
> Em que dΦ é a fluência de partículas com têm carga, como elétrons, partículas α e fragmentos
energia entre E e E+dE de fissão, atuam principalmente por meio de seu
> dΨ é a fluência de energia campo elétrico e transferem sua energia para muitos
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átomos ao mesmo tempo, e são denominadas A seção de choque σ , de um alvo para uma
radiações diretamente ionizantes. interação particular produzida por uma partícula
carregada/não carregada com dada energia, é a
# As radiações que não possuem carga, como as razão entre N e Φ:
radiações eletromagnéticas e os nêutrons, são
chamadas de radiações indiretamente ionizantes, N
σ= ; [ σ ] =m2
pois interagem individualmente transferindo sua Φ
energia para elétrons, que irão provocar novas
ionizações. Este tipo de radiação pode percorrer Em que N é o número médio de interações por alvo,
espessuras consideráveis dentro de um material, sob fluência de partículas Φ.
sem interagir.
Se as partículas incidentes de um certo tipo e
> No contexto das radiações indiretamente energia podem sofrer tipos de interação diferentes e
ionizantes (fótons e nêutrons), a palavra interação é independentes num alvo, a seção de choque
aplicada aos processos nos quais a energia e/ou a resultante (seção de choque total σ ) é expressa pela
direção da radiação é alterada. Tais processos são soma das seções de choque componentes σj ,
randômicos e, dessa forma, só é possível falar na sendo:
probabilidade de ocorrência das interações. 1
σ =∑ j σj= ∑ j Nj
Φ
> Transferência direta de energia
Em que Nj é o número médio de interações do tipo J
# partículas carregadas, que entregam suas
energias ao meio diretamente por meio de múltiplas por alvo sujeito à fluência de partículas Φ e σj é a
interações coulombianas ao longo de suas seção de choque da interação J.
trajetórias.
Coeficiente de atenuação mássico, C.A.M
O coeficiente de atenuação mássico μ/ ρ de um
> Transferência indireta de energia
# partículas não carregadas, ou seja, raios X, raios γ material para partículas não carregadas de um dado
e nêutrons, que primeiro transferem suas energias à tipo e energia é a ração entre dN/N e ρdl :
partículas carregadas no meio onde passam, em
algumas interações ‘principais’. As partículas
carregadas liberadas resultantes da interação inicial,
μ
=
1 dN μ
ρ ρdl N
;
ρ []
=m2 ∙ kg−1
depositam suas energias no meio.
Em que dN/N é a fração média das partículas que
Seção de choque, σ interagem ao percorrer uma distância dl num
> S.C. material de densidade ρ . O coeficiente de atenuação
> Secção de choque para uma radiação em relação linear μdepende da densidade do material. Essa
a um dado material é a probabilidade de interação dependência é removida utilizando-se o coeficiente
por unidade de fluência de partículas daquela de atenuação mássico μ/ ρ .
radiação por centro de interação do material, ou
seja, o conhecimento das distribuições de seções de > O coeficiente de atenuação mássico está
choque em termos da energia e da direção de todas relacionado com a seção de choque:
as partículas emergentes que resultam da interação.
μ NA n NA
> Secção de choque (σ) para uma radiação em =
ρ M
σ = t σ=
ρ M j
∑ σj
relação a um dado material pode ser representada
pela área aparente que um centro de interação Em que NA é o número de Avogadro e M é a massa
(núcleo, elétron, átomo) apresenta para que haja
molar do material. nt , é o número de entidades-alvo
uma interação com a radiação que o atinge. A
dimensão da secção de choque é [L2] e a unidade por unidade de volume. Se vários tipos de interação
no SI é o m2. Como é utilizada para dimensões da J são possíveis, então:
ordem do raio do núcleo, é adotada uma unidade
Coeficiente de transferência de energia mássico,
especial, o barn (b), que vale 10-28 m2.
C.T.E.M.
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O coeficiente de transferência de energia mássico > Uma parte da energia transferida para partículas
μtr /ρ de um material para partículas não- carregadas é subsequentemente perdida em
carregadas de um dado tipo e energia, é a razão processos de emissão de fótons (bremsstrahlung,
entre dRtr /R e ρdl . aniquilação em voo do pósitron e raios X de
fluorescência), enquanto as partículas carregadas
μtr
ρ
=
1 dRtr μtr
ρdl R
;
ρ [ ]
=m2 ∙ kg−1
viajam no meio até chegarem ao repouso

# Isso é quantificado pela fração média de radiação,


g, e é específica do meio de interação.
Em que dRtr é a energia média transferida como
energia cinética das partículas carregadas pelas > o coeficiente de absorção de energia mássico de
interações das partículas não-carregadas como um material depende do seu poder de fretamento e
energia radiante R ao atravessar uma distância dl é definido como:
no material com densidade ρ . μab μtr
ρ
=
ρ
( 1−g ) ; [ ]
μab
ρ
2
=m . kg
−1

Se as partículas não-carregadas de um certo tipo e


energia podem produzir vários tipos de interações
independentes no alvo, μtr / ρ pode ser expresso em
Partículas carregadas
termos das seções de choque componentes σj
> Coeficientes de interação para partículas
carregadas
μtr NA
ρ
= ∑ fj∙ σj
M j
> Enquanto que a deposição da energia das
partículas não carregadas no meio é indireta (no
sentido da liberação/produção das partículas
Em que fj é a fração média de transferência de carregadas), as partículas carregadas per si
energia do tipo de interação j . interagem numa maneira direta.
> Devido à grande densidade de interações das
> O coeficiente de transferência de energia mássico partículas carregadas no meio, a descrição prática
também pode ser escrito como: se dá em termos da perda de energia por unidade
de caminho percorrido pela partícula no meio.
μtr μtr
= ftr
ρ ρ Stopping power mássico, S/ ρ

ftr=f FE + f C +f PP + f PT S 1 dE 2 −1
= ; [ S / ρ ] =J . m . kg
ρ ρ dl
Como calcular?

f FE =
E FE
tr
=1−
∑ j Pj ∙ ωj ∙ h v j Em que dE é a perda de energia média pelas
par>culas carregadas ao percorrerem uma distância
hv hv
dl num material de densidade ρ .
C
E hv ' > pode ser expresso como a soma dos
f C = tr =1−
hv hv componentes independentes:
PP
Etr 2 mec ² S 1 1 1
f PP = =1− = Sel + Srad + Snuc
hv hv ρ ρ ρ ρ

E PT 2 mec ²
f PT = tr =1− Stopping power restrito e irrestrito
hv hv
> A grandeza Sel expressa a taxa média de perda de
Coeficiente de absorção de energia mássico, energia de uma partícula carregada em todas as
C.A.E.M colisões (fortes e suaves).
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> Os elétrons secundários que resultam das colisões # Para entender o significado do LET é preciso
fortes podem ser energéticos o suficiente para observar como as partículas carregadas interagem
alcançarem pontos muito distantes da trajetória da com o meio material. Por exemplo, um elétron, quer
partícula primária; assim, a perda de energia gerado após interação de um fóton X ou gama com
correspondente não é igual à energia depositada a matéria, uma radiação beta ou uma partícula
próxima ao local de interação da partícula primária. proveniente de um acelerador linear, interage
basicamente com o campo elétrico de sua carga,
influenciado pela sua massa.
# Como consequência, dependendo das dimensões
do meio, o uso de Sel pode superestimar a absorção # Numa visão simples de uma colisão, parece se
de energia das partículas carregadas. comportar como o choque de duas esferas rígidas
num mero evento mecânico. Entretanto, sob o ponto
de vista físico, o elétron interage com vários elétrons
atômicos ao mesmo tempo e, na interação com o
elétron mais próximo, eles se afastam sem se tocar,
devido ao aumento da repulsão de seus campos
elétricos quando a distância entre eles é muito
pequena.

Stopping power restrito >> Neste evento, pode haver transferência ou


conversão de energia, resultando em excitação ou
Z

dσ ionização do átomo, emissão de radiação de
Sel ( E , ∆ )=ρNA ∫
A ∆ Emin
∆E
d (∆ E)
d (∆ E ) freamento (bremsstrahlung) e mudança de direção
da partícula.

Z →número atômico do meio >> Como num material existem muitos elétrons,
A → número de massa atômica do meio quando um elétron nele incide, haverá uma série
( ∆ Emin ) → energia mínima perdida pela partícula de colisões sequenciais, com correspondentes
transferências de energia e mudanças de direção.
carregada
>> A energia inicial do elétron incidente vai sendo
Stopping power irrestrito
gradativamente transferida para o material, numa
∆ Emáx trajetória com a forma de linha quebrada.

Sel ( E , ∆ )=ρNA ∫ ∆E
d (∆ E)
d (∆ E )
>> Supondo, então, que uma certa quantidade
∆ Emin
média de energia dE foi transferida entre um ponto
A de referência e um ponto B de avaliação final,
Transferência linear de energia – LET após várias colisões, a relação entre a energia dE,
média, e a distância dx entre os pontos A e B é
> O conceito de transferência linear de energia, denominada de LET.
Linear Energy Transfer (LET), provém da
simplificação do Poder de Freamento de Colisão
Linear (Linear Collision Stopping Power)
d E∆ d E KE>∆
; [ L∆ ]=J . m
−1
 O poder de freamento (stopping power) L∆ = =S el ( E )−
expressa o efeito do meio material na dl dl
partícula, enquanto que o LET expressa o
efeito da partícula no meio, normalmente o Em que Sel ( E ) é o Stopping power eletrônico e E KE>∆
tecido humano. é a soma da energia cinética dos elétrons
secundários liberados pela partícula carregada
> perda média de energia, por colisão, de uma incidente. Essa soma deve ser maior que Δ.
partícula carregada por unidade de comprimento.
Rendimento de ionização num gás
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> Ionization yield in a gas A grandeza estocástica energia transferida, ∈tr ,


pode ser definida em termos da energia radiante R.
N −1 A energia transferida num volume V é:
Y= ; [ Y ]=J
E
non−r
∈tr =( R¿ ) u−( R¿ ¿ out )u +∑ Q¿
N=q/e
>> ( R¿ ) u : é a energia radiante das partículas não
N = carga média total q de cada sinal liberada, carregadas que entram em V
dividida pela carga elementar e, quando a energia non−r
>>( R¿¿ out )u :¿ é a energia radiante das
da partícula carregada é completamente dissipada
no gás. parHculas não carregadas que deixam V, excluindo
a energia originada de perdas radioativas de energia
A energia média gasta num gás por par de íon cinética das partículas carregadas enquanto em V
formado W é o inverso de Y: >> ∑Q é o decréscimo total nas energias de repouso
dos núcleos e partículas elementares no volume V
E
W= O decréscimo na energia de repouso, ∑Q, inclui:
N
• Raios γ da desintegração radioativa (+ℎv)
• Energia de fótons convertida em massa de
Embora a grandeza se refere a pares de íons,
repouso dentro do volume de interesse, por
atualmente ela é considerada em termos da carga
exemplo, a produção de par, que neste caso
dividida por e.
contribuirá negativamente (−mec²)
>> Isto remove a ambiguidade relacionada à
• Aniquilação da matéria, por exemplo, a aniquilação
produção de íons com muita carga.
de um pósitron, que neste caso contribuirá
positivamente (+mec²)
W E
=
e q O termo (R¿¿ out )u
non−r
¿ pode ser considerado como
War=33,97 eV
a diferença entre a energia radiante total das
eV
33,97 total
partículas não carregadas( R¿¿ out )u ¿ e a energia
War elétrons
= x 1,60 x 10−19 J /eV =33,97 J /C cinéticas das partículas carregadas que sofrem
e −19
1,60 x 10 C KE
perdas radioativas (R¿¿ out )u ¿
elétrons
(R¿¿ out )non−r =( R¿ ¿ out)total KE
u −(R ¿¿ out)u ¿ ¿ ¿
Grandezas dosimétricas u

A perda radioativa é a conversão da energia cinética


>> A interação de um campo de radiação com a da partícula carregada em fótons por
matéria pode ser descrita em termos de grandezas bremsstrahlung, ou aniquilação de pósitrons. No
que são essencialmente produtos entre as caso da aniquilação, apenas a energia cinética do
grandezas radiométricas e coeficientes de interação. pósitron no momento da aniquilação é classificada
como perda radioativa.
>> Os processos pelos quais a energia é convertida
em energia dissipada na matéria pode ser # fótons de aniquilação carregam 2 mec
convenientemente dividida em dois estágios:
#A transferência de energia da partícula # qualquer energia cinética passada de uma
incidente à partícula secundária partícula carregada para outra em V não é
#A deposição dessa energia na matéria considerada no cálculo de ∈tr

>> A quantificação deste depósito de energia da Energia transferida líquida


radiação ionizante na matéria é chamada Dosimetria >> net energy transfered
das radiações ionizantes. n
>> ∈tr =∈ tr−R u
r

r
>> Ru é a energia radiante emitida (como perdas
Energia transferida ∈tr
radioativas) por qualquer partícula carregada
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liberada em V, independentemente de onde os O kerma radioativo, K rad , é a parte de dEtr que


eventos ou perdas radioativas ocorreram. resulta em radiação por bremsstruhlung ou
fluorescência, não se incluindo os fótons de
KERMA aniquilação do pósitron, pois a energia
correspondente já não está em dEtr
>> grandeza não estocástica Krad=K −Kel
>> Kinect energy released per unit mass
>> O kerma para raios x ou y consiste na energia
transferida para elétrons e pósitrons por unidade de 1 Gy = 1 J/kg = 100 rad = 104 erg/g
massa do meio. A energia cinética de um elétron
rápido pode ser gasta de duas maneiras:
Taxa de kerma
# Interações da força de Coulomb com elétrons
atômicos do material absorvedor, resultando na dK d d ∈tr
n

dissipação local da energia como ionização e K̇= = ( )


excitação dentro ou perto da trilha de elétrons dt dt dm
>> interações de colisão.

# Interações radiativas com o campo de força de [ ]J


kg . s
=
Gy
s
Coulomb de núcleos atômicos, em que Fótons de
raios X (bremsstrahlung, ou “radiação de frenagem”) t1

são emitidos quando o elétron desacelera. Esses K ( t 0 , t 1 )=∫ K̇ ( t ) dt


fótons de raios X são relativamente penetrantes em t0

comparação com os elétrons e carregam sua


energia quântica para longe da trilha de partículas
carregadas.

dE tr DOSE ABSORVIDA
K= [ J . kg¿¿−1=Gy]¿ >> grandeza não estocástica
dm

dE tr é o valor esperado da energia transferida no >> A transferência de energia nem sempre é


absorvida totalmente, devido à variedade de modos
volume V de interação e à natureza do material.

>> Uma quantidade da energia transferida pode ser


K= K c + K rad captada no processo de excitação dos átomos, ou
perdida por radiação de freamento (raios X), cujos
Kc = kerma eletrônico
fótons podem escapar do material.
# kerma colisional
# energia seja entregue próximo do caminho
>> A fração absorvida da energia transferida
eletrônico criando excitação ou ionização
Krad = kerma radioativo corresponde às ionizações dos átomos, quebra de
# energia é carregada para longe por fótons ligações químicas dos compostos e incremento da
energia cinética das partículas (correspondente à
conversão em calor).
d ∈trn
K c=
dm >> Dose absorvida: relação entre a energia
absorvida e a massa do volume de material atingido
Para fótons monoenergéticos, K c é relacionado à
fluência de energia Ψ com o coeficiente de absorção >> A dose absorvida é importante para todos os

( μenρ )
tipos de campos de radiação direta ou indiretamente
de energia mássico E,Z ionizante, assim como qualquer fonte de radiação
distribuída dentro de um meio absorvedor
K =Ψ (
ρ )
μen
c E,Z
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>> A unidade antiga de dose absorvida, o rad


(radiation absorved dose), em relação ao gray, vale,

1Gy 100rad

# A dose absorvida pode ser medida de modo


absoluto utilizando-se um calorímetro de grafite

dϵ J
D= [ =Gy]
dm kg Equivalente num tecido ou órgão, HT
J
A dimensão de D é a mesma para o kerma K. H T DT Q[ sievert Sv ]
# D representa a energia por unidade de massa que kg
permanece na matéria no ponto P para produzir
qualquer efeito que se possa atribuir à radiação. Dose Equivalente Efetiva, HE
J
Alguns efeitos são proporcionais à D e outros têm H E H WB =∑ W T H T [ sievert Sv]
uma relação mais complexa. kg

Taxa de Dose onde wT é o fator de peso do tecido ou órgão


(Tissue weighting fator) T relevante e H T é a
dD d d ∈ dose equivalente no órgão ou tecido T
Ḋ= = ( )
dt dt dm

[ ]J
kg . s
=
Gy
s
t1
D ( t 0 , t 1 )=∫ Ḋ ( t ) dt
t0

Dose Equivalente, H
# Esta grandeza, definida no Brasil como Dose
Equivalente (Dose Equivalent) - ICRP 26.
# Esta grandeza, assim denominada, ficou
estabelecida nas normas da CNEN-NE-
3.01(1988) EXPOSIÇÃO, X
# A tradução correta: Equivalente de dose, pois >> Por convenção, a exposição é definida somente
o conceito definido foi de equivalência entre para raios X e γ
doses de diferentes radiações para produzir o dQ
mesmo efeito biológico. X=
dm
# A Dose Equivalente, H, é obtida multiplicando-
se a dose absorvida D pelo Fator de qualidade >> dQ é o valor absoluto da carga total de íons de
(Quality factor), Q um dado sinal, produzidos no ar, quando todos os
elétrons (negativos e positivos) liberados pelos
J fótons no ar, em uma massa dm, são
H DQ [ sievert Sv=100 rem ] completamente freados no ar
kg
>> a medição da Exposição só é factível numa
câmara de ionização a ar, a câmara de ar livre
(freeair).

>>Isto significa que esta grandeza só pode ser


definida para o ar e para fótons X ou gama.
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# As radiações alfa não conseguem penetrar na Relação entre Kerma de colisão (Kc) e a Fluência
câmara para ionizar o ar, e as radiações beta não (Φ)
permitem condições de homogeneidade ou equilíbrio
eletrônico na coleta dos elétrons Quando um feixe monoenergético de fótons de
energia E interage com um material homogêneo,
# A unidade especial roentgen (R) está relacionada o coeficiente de absorção de energia em massa
com a unidade do SI, Coulomb/kilograma (C.kg-1 ), (μen /ρ) apresenta um valor único. Como a
por: fluência Φ é a relação entre o número de
partículas ou fótons incidentes dN sobre uma
1R= 2,58x10-4 C  k-1 esfera de secção de área da, o produto dN*E
representa a energia total das partículas
Taxa de exposição incidentes.
dX C
Ẋ = [ ] Kc = E (μen/ )   (μen/ )
dt kg . s
t1 Relação entre Exposição e Fluência de energia
X ( t 0 , t 1 ) =∫ Ẋ ( t ) dt
t0 dQ dEtr 1
Energia absorvida X= = ( 1−g )
dm dm (W /e)

μtr 1
X =Ψ ( 1−g )
ρ (W /e )

( μtrρ ) E , ar
(( ))
1 ( kc ) ar
X =Ψ ar=
W 33,97
e

Relação entre Kerma (K) e Dose Absorvida (D) W = 33.97eV


(W/e)=33.97J.C-1
>>A diferença entre kerma e dose absorvida, é que
esta depende da energia média absorvida na região >> Boa parte dos medidores portáteis de
de interação (local) e o kerma, depende da energia radiação em uso (maioria é do tipo Geiger −
total transferida ao material. I müller), ainda avaliam a exposição, ou taxa de
exposição em R ou R/ ℎ, respectivamente.
>> do valor transferido, uma parte é dissipada por Lembrete: g → fração de pares de íons gerados
radiação de freamento, outra sob forma de luz ou por fótons resultantes das interações de perdas
raios X característicos, quando da excitação e radiativsa
desexcitação dos átomos que interagiram com os #Assim, 1 − g é a fração de pares de íons que
elétrons de ionização. são produzidos por interações de colisão ao
longo da trajetória da partícula
Para se estabelecer uma relação entre kerma e
dose absorvida é preciso que haja equilíbrio de Equilíbrio de partículas
partículas carregadas ou equilíbrio eletrônico que
ocorre quando: carregadas (EPC)
a. A composição atômica do meio é homogênea;
b. A densidade do meio é homogênea; A diferença entre kerma e dose absorvida:
c. Existe um campo uniforme de radiação • Dose absorvida depende da energia média
indiretamente ionizante; absorvida na região de interação (local)
d. Não existem campos elétricos ou magnéticos • Kerma depende da energia total transferida
não homogêneos. ao material.

D=Kc
by: Giu

>> Isto significa que, uma parte do valor


transferido durante a excitação e desexcitação
dos átomos que interagiram com os elétrons de
ionização é dissipada por radiação de freamento,
outra sob forma de luz ou raios X característicos.

Para se estabelecer uma relação entre kerma e


dose absorvida é preciso que haja equilíbrio de
partículas carregadas ou equilíbrio eletrônico.

Quando ocorre?
• A composição atômica do meio é homogênea e
a densidade do meio é homogênea;
• Existe um campo uniforme de radiação
indiretamente ionizante;
• Não existem campos elétricos ou magné0cos
não-homogêneos.
• Nestas condições, o kerma de colisão kc é igual
à dose absorvida D.

No limite não-estocástico, para cada tipo de


partícula ou energia entrando em v , há uma
partícula idêntica saindo de v .

Vale para todos os


planos tangenciais a v ,
de maneira que:
¿
¿

O valor esperado da energia depositada no


meio é:

∈=¿
by: Giu

non−r n
( R out ¿)u =0 e ∈=∈tr ¿
EPC para distribuição de fontes radioativas
Contudo, se hv 2 é absorvido em V,
produzindo um elétron secundário e’2 então:

( R¿ out)u=0 ¿
Rru =hv 1
(Rout ¿)non−r
u =0 ¿
n
∈≠ ∈tr

As relações entre a dose absorvida D, o kerma K


e o kerma colisional Kcol como função da
profundidade num meio irradiado por um feixe de
fótons são de fundamentais.

# quando um feixe monoenergéticos de fótons de


250 keV incide na água.
# A profundidade considerada foi truncada em
0,04 g/cm² de água para se observar a região
estreita de crescimento da dose.
# Nessa faixa de energia, as perdas radioativas
pelas partículas carregadas secundárias (e-,
neste caso) são desprezíveis >>
Equilíbrio de partículas carregadas para
g ≈ 0,007 ≫ kcol≈ k
fontes externas
#Além disso, a atenuação dos fótons à distância
igual ao alcance máximo dos e- (≈ 0,02 g/cm²) é
>> existe EPC desprezível→ o feixe não é atenuado
pois e2 entra em # Desta forma, para profundidades maiores que
V com energia 0,02 g/cm², há EPC praticamente perfeito.
cinética E = Ee1
Com o aumento da energia das partículas não-
Se e1 emite um fóton hv 1, e2 também emitirá carregadas, a habilidade de se gerar partículas
um fóton idêntico hv 2 (em média). carregadas secundárias aumenta mais
rapidamente do que o poder de penetração da
Se hv 2' escapa de V: radiação primária.
Como resultado desse fenômeno, o EPC não é
aproximado corretamente para altas energias.
(R¿ out)u=hv 2=hv 1=Rru ¿
by: Giu

Esta falha no EPC é chamada Equilíbrio


Transiente de Partículas Carregadas

Relação entre Taxa de Exposição ( ̇) e Atividade


da fonte (A)
A
Ẋ =
d2
Ẋ = taxa de exposição (em R/h).
A = atividade da fonte (em curie).
d = distância entre fonte e ponto de medição (em
m).
Γ = constante de taxa de exposição em
(R.m²)/(h.Ci).

1 en
❑❑
4
∑ ( )Yi . Ei
ρ

Yi = intensidade relativa da emissão gama pelo nuclídeo i.


Ei = energia do fóton do nuclídeo i.
(µen/)i= coeficiente de absorção de energia em massa do
ar para a energia Ei.
 = energia de corte= menor valor de energia incluída no
cálculo=15 keV.

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