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Grandezas limitantes
> Quando os efeitos das interações acontecem no
organismo humano e se as suas consequências
podem ser deletérias, podem-se definir grandezas
limitantes, para indicar o risco à saúde humana
devido à radiação ionizante.
> Como as radiações apresentam diferenças na
Grandezas estocásticas: ionização, penetração e, consequente dano
> Seguem uma distribuição de probabilidade. A biológico produzido, introduz-se fatores de peso
natureza da interação da radiação com a matéria associados às grandezas dosimétricas e, assim, se
não pode prever onde e quando uma certa partícula obtém a Dose Equivalente.
interagirá. > Como o conceito de dose equivalente não utiliza
> Variam descontinuamente no tempo e no somente as grandezas básicas na sua definição
espaço e não há sendo em tratá-las em termos de pode surgir uma variedade de grandezas limitantes
gradientes ou taxas de variação. dependendo do propósito de limitação do risco.
Contudo, para a maioria das aplicações, as
interações da radiação com a matéria podem ser Grandezas operacionais
aproximadas por descrições não-estocásticas, em > Leva em consideração as atividades de proteção
termos do seu valor médio ou esperado. radiológica, que define grandezas radiológicas mais
consistentes ou úteis nas práticas, por exemplo, de
monitoração de área e monitoração individual. Isto
by: Giu
porque as grandezas limitantes não são nucleares espontâneas deste estado de energia no
mensuráveis ou de fácil estimativa. intervalo de tempo dt.
> Desta maneira, aparecem grandezas muito > Sua unidade, o becquerel (Bq), corresponde a
específicas como: Equivalente de dose ambiente e uma transformação por segundo.
Equivalente de dose pessoal. > A unidade antiga, curie (Ci) corresponde ao
número de transformações nucleares por unidade de
Fatores de conversão e condições de medição tempo de 1 grama de 226Ra, sendo 1 Ci = 3,7 x 1010
> Você tem que ter em mente que nem sempre o Bq.
modo de operação dos detectores, o material de que
são constituídos e os parâmetros que medem Fluxo, Ṅ
correspondem às grandezas radiológicas > É o quociente de dN/dt, em que dN é o incremento
anteriormente mencionadas. do número de partículas no intervalo de tempo dt.
> Os fatores de conversão levam em conta as
diferenças de interação da radiação com um gás, o dN ˙
, [ Ṅ ] =s
−1
ar, um semicondutor, uma emulsão, o tecido humano N=
dt
ou um órgão.
> Existem as condições de medição: se foram
Fluxo de energia, Ṙ
realizadas no ar, num fantoma, em campos
> É o quociente de dR/dt, em que dR é o incremento
alinhados ou expandidos, nas condições de
da energia radiante no intervalo de tempo dt.
temperatura e pressão padronizadas.
dR
Ṙ= , [ Ṙ ] =W
dt
Fluência, Φ
> É o quociente dN/da em que dN é o número de
partículas incidentes numa esfera de área de seção
E QUAIS AS GRANDEZAS RADIOLÓGICAS? reta da, medida em unidades de m-2 .
dN −2
Φ= , [ Φ ]=m
Número de partículas da
> É o número de partículas (emitidas, transferidas O número de partículas N pode corresponder a
ou recebidas) na região de interesse. partículas emitidas, transferidas ou recebidas. Esta
> N será sempre muito grande e será tratada como grandeza é muito utilizada na medição de nêutrons.
variável contínua. A fluência, por exemplo, de uma fonte de nêutrons, é
medida de modo absoluto utilizando-se um sistema
Energia radiante, R conhecido como banho de sulfato de manganês.
> É a energia (excluindo a energia de repouso) das
partículas na região de interesse. Fluência de energia, Ψ
Assim, para N partículas com energia E (excluindo a > É o quociente dR/da, em que dR é o incremento
energia de repouso) da energia radiante que incide numa esfera de área
de seção reta da.
R=N . E dR −2
Ψ= , [ Ψ ] =J ∙ m
da
Atividade (Activity), A
> A atividade de um material radioativo é expressa
pelo quociente entre o número médio de
transformações nucleares espontâneas e o intervalo Esfera com seção de choque da: É
de tempo decorrido. a forma mais simples de se
caracterizar um campo de radiação
dN −1
A= Bq=s • Considera-se o ponto P como o
dt centro da esfera com secção da.
• da é ⊥ à direção de cada partícula
Segundo a definição da ICRU, a Atividade é o que atravessa a esfera
quociente dN/dt, de uma quantidade de núcleos
radioativos num estado de energia particular, onde
OBS: Esfera ICRU
dN é o valor esperado do número de transições
by: Giu
átomos ao mesmo tempo, e são denominadas A seção de choque σ , de um alvo para uma
radiações diretamente ionizantes. interação particular produzida por uma partícula
carregada/não carregada com dada energia, é a
# As radiações que não possuem carga, como as razão entre N e Φ:
radiações eletromagnéticas e os nêutrons, são
chamadas de radiações indiretamente ionizantes, N
σ= ; [ σ ] =m2
pois interagem individualmente transferindo sua Φ
energia para elétrons, que irão provocar novas
ionizações. Este tipo de radiação pode percorrer Em que N é o número médio de interações por alvo,
espessuras consideráveis dentro de um material, sob fluência de partículas Φ.
sem interagir.
Se as partículas incidentes de um certo tipo e
> No contexto das radiações indiretamente energia podem sofrer tipos de interação diferentes e
ionizantes (fótons e nêutrons), a palavra interação é independentes num alvo, a seção de choque
aplicada aos processos nos quais a energia e/ou a resultante (seção de choque total σ ) é expressa pela
direção da radiação é alterada. Tais processos são soma das seções de choque componentes σj ,
randômicos e, dessa forma, só é possível falar na sendo:
probabilidade de ocorrência das interações. 1
σ =∑ j σj= ∑ j Nj
Φ
> Transferência direta de energia
Em que Nj é o número médio de interações do tipo J
# partículas carregadas, que entregam suas
energias ao meio diretamente por meio de múltiplas por alvo sujeito à fluência de partículas Φ e σj é a
interações coulombianas ao longo de suas seção de choque da interação J.
trajetórias.
Coeficiente de atenuação mássico, C.A.M
O coeficiente de atenuação mássico μ/ ρ de um
> Transferência indireta de energia
# partículas não carregadas, ou seja, raios X, raios γ material para partículas não carregadas de um dado
e nêutrons, que primeiro transferem suas energias à tipo e energia é a ração entre dN/N e ρdl :
partículas carregadas no meio onde passam, em
algumas interações ‘principais’. As partículas
carregadas liberadas resultantes da interação inicial,
μ
=
1 dN μ
ρ ρdl N
;
ρ []
=m2 ∙ kg−1
depositam suas energias no meio.
Em que dN/N é a fração média das partículas que
Seção de choque, σ interagem ao percorrer uma distância dl num
> S.C. material de densidade ρ . O coeficiente de atenuação
> Secção de choque para uma radiação em relação linear μdepende da densidade do material. Essa
a um dado material é a probabilidade de interação dependência é removida utilizando-se o coeficiente
por unidade de fluência de partículas daquela de atenuação mássico μ/ ρ .
radiação por centro de interação do material, ou
seja, o conhecimento das distribuições de seções de > O coeficiente de atenuação mássico está
choque em termos da energia e da direção de todas relacionado com a seção de choque:
as partículas emergentes que resultam da interação.
μ NA n NA
> Secção de choque (σ) para uma radiação em =
ρ M
σ = t σ=
ρ M j
∑ σj
relação a um dado material pode ser representada
pela área aparente que um centro de interação Em que NA é o número de Avogadro e M é a massa
(núcleo, elétron, átomo) apresenta para que haja
molar do material. nt , é o número de entidades-alvo
uma interação com a radiação que o atinge. A
dimensão da secção de choque é [L2] e a unidade por unidade de volume. Se vários tipos de interação
no SI é o m2. Como é utilizada para dimensões da J são possíveis, então:
ordem do raio do núcleo, é adotada uma unidade
Coeficiente de transferência de energia mássico,
especial, o barn (b), que vale 10-28 m2.
C.T.E.M.
by: Giu
O coeficiente de transferência de energia mássico > Uma parte da energia transferida para partículas
μtr /ρ de um material para partículas não- carregadas é subsequentemente perdida em
carregadas de um dado tipo e energia, é a razão processos de emissão de fótons (bremsstrahlung,
entre dRtr /R e ρdl . aniquilação em voo do pósitron e raios X de
fluorescência), enquanto as partículas carregadas
μtr
ρ
=
1 dRtr μtr
ρdl R
;
ρ [ ]
=m2 ∙ kg−1
viajam no meio até chegarem ao repouso
ftr=f FE + f C +f PP + f PT S 1 dE 2 −1
= ; [ S / ρ ] =J . m . kg
ρ ρ dl
Como calcular?
f FE =
E FE
tr
=1−
∑ j Pj ∙ ωj ∙ h v j Em que dE é a perda de energia média pelas
par>culas carregadas ao percorrerem uma distância
hv hv
dl num material de densidade ρ .
C
E hv ' > pode ser expresso como a soma dos
f C = tr =1−
hv hv componentes independentes:
PP
Etr 2 mec ² S 1 1 1
f PP = =1− = Sel + Srad + Snuc
hv hv ρ ρ ρ ρ
E PT 2 mec ²
f PT = tr =1− Stopping power restrito e irrestrito
hv hv
> A grandeza Sel expressa a taxa média de perda de
Coeficiente de absorção de energia mássico, energia de uma partícula carregada em todas as
C.A.E.M colisões (fortes e suaves).
by: Giu
> Os elétrons secundários que resultam das colisões # Para entender o significado do LET é preciso
fortes podem ser energéticos o suficiente para observar como as partículas carregadas interagem
alcançarem pontos muito distantes da trajetória da com o meio material. Por exemplo, um elétron, quer
partícula primária; assim, a perda de energia gerado após interação de um fóton X ou gama com
correspondente não é igual à energia depositada a matéria, uma radiação beta ou uma partícula
próxima ao local de interação da partícula primária. proveniente de um acelerador linear, interage
basicamente com o campo elétrico de sua carga,
influenciado pela sua massa.
# Como consequência, dependendo das dimensões
do meio, o uso de Sel pode superestimar a absorção # Numa visão simples de uma colisão, parece se
de energia das partículas carregadas. comportar como o choque de duas esferas rígidas
num mero evento mecânico. Entretanto, sob o ponto
de vista físico, o elétron interage com vários elétrons
atômicos ao mesmo tempo e, na interação com o
elétron mais próximo, eles se afastam sem se tocar,
devido ao aumento da repulsão de seus campos
elétricos quando a distância entre eles é muito
pequena.
Z →número atômico do meio >> Como num material existem muitos elétrons,
A → número de massa atômica do meio quando um elétron nele incide, haverá uma série
( ∆ Emin ) → energia mínima perdida pela partícula de colisões sequenciais, com correspondentes
transferências de energia e mudanças de direção.
carregada
>> A energia inicial do elétron incidente vai sendo
Stopping power irrestrito
gradativamente transferida para o material, numa
∆ Emáx trajetória com a forma de linha quebrada.
dσ
Sel ( E , ∆ )=ρNA ∫ ∆E
d (∆ E)
d (∆ E )
>> Supondo, então, que uma certa quantidade
∆ Emin
média de energia dE foi transferida entre um ponto
A de referência e um ponto B de avaliação final,
Transferência linear de energia – LET após várias colisões, a relação entre a energia dE,
média, e a distância dx entre os pontos A e B é
> O conceito de transferência linear de energia, denominada de LET.
Linear Energy Transfer (LET), provém da
simplificação do Poder de Freamento de Colisão
Linear (Linear Collision Stopping Power)
d E∆ d E KE>∆
; [ L∆ ]=J . m
−1
O poder de freamento (stopping power) L∆ = =S el ( E )−
expressa o efeito do meio material na dl dl
partícula, enquanto que o LET expressa o
efeito da partícula no meio, normalmente o Em que Sel ( E ) é o Stopping power eletrônico e E KE>∆
tecido humano. é a soma da energia cinética dos elétrons
secundários liberados pela partícula carregada
> perda média de energia, por colisão, de uma incidente. Essa soma deve ser maior que Δ.
partícula carregada por unidade de comprimento.
Rendimento de ionização num gás
by: Giu
r
>> Ru é a energia radiante emitida (como perdas
Energia transferida ∈tr
radioativas) por qualquer partícula carregada
by: Giu
dE tr DOSE ABSORVIDA
K= [ J . kg¿¿−1=Gy]¿ >> grandeza não estocástica
dm
( μenρ )
tipos de campos de radiação direta ou indiretamente
de energia mássico E,Z ionizante, assim como qualquer fonte de radiação
distribuída dentro de um meio absorvedor
K =Ψ (
ρ )
μen
c E,Z
by: Giu
1Gy 100rad
dϵ J
D= [ =Gy]
dm kg Equivalente num tecido ou órgão, HT
J
A dimensão de D é a mesma para o kerma K. H T DT Q[ sievert Sv ]
# D representa a energia por unidade de massa que kg
permanece na matéria no ponto P para produzir
qualquer efeito que se possa atribuir à radiação. Dose Equivalente Efetiva, HE
J
Alguns efeitos são proporcionais à D e outros têm H E H WB =∑ W T H T [ sievert Sv]
uma relação mais complexa. kg
[ ]J
kg . s
=
Gy
s
t1
D ( t 0 , t 1 )=∫ Ḋ ( t ) dt
t0
Dose Equivalente, H
# Esta grandeza, definida no Brasil como Dose
Equivalente (Dose Equivalent) - ICRP 26.
# Esta grandeza, assim denominada, ficou
estabelecida nas normas da CNEN-NE-
3.01(1988) EXPOSIÇÃO, X
# A tradução correta: Equivalente de dose, pois >> Por convenção, a exposição é definida somente
o conceito definido foi de equivalência entre para raios X e γ
doses de diferentes radiações para produzir o dQ
mesmo efeito biológico. X=
dm
# A Dose Equivalente, H, é obtida multiplicando-
se a dose absorvida D pelo Fator de qualidade >> dQ é o valor absoluto da carga total de íons de
(Quality factor), Q um dado sinal, produzidos no ar, quando todos os
elétrons (negativos e positivos) liberados pelos
J fótons no ar, em uma massa dm, são
H DQ [ sievert Sv=100 rem ] completamente freados no ar
kg
>> a medição da Exposição só é factível numa
câmara de ionização a ar, a câmara de ar livre
(freeair).
# As radiações alfa não conseguem penetrar na Relação entre Kerma de colisão (Kc) e a Fluência
câmara para ionizar o ar, e as radiações beta não (Φ)
permitem condições de homogeneidade ou equilíbrio
eletrônico na coleta dos elétrons Quando um feixe monoenergético de fótons de
energia E interage com um material homogêneo,
# A unidade especial roentgen (R) está relacionada o coeficiente de absorção de energia em massa
com a unidade do SI, Coulomb/kilograma (C.kg-1 ), (μen /ρ) apresenta um valor único. Como a
por: fluência Φ é a relação entre o número de
partículas ou fótons incidentes dN sobre uma
1R= 2,58x10-4 C k-1 esfera de secção de área da, o produto dN*E
representa a energia total das partículas
Taxa de exposição incidentes.
dX C
Ẋ = [ ] Kc = E (μen/ ) (μen/ )
dt kg . s
t1 Relação entre Exposição e Fluência de energia
X ( t 0 , t 1 ) =∫ Ẋ ( t ) dt
t0 dQ dEtr 1
Energia absorvida X= = ( 1−g )
dm dm (W /e)
μtr 1
X =Ψ ( 1−g )
ρ (W /e )
( μtrρ ) E , ar
(( ))
1 ( kc ) ar
X =Ψ ar=
W 33,97
e
D=Kc
by: Giu
Quando ocorre?
• A composição atômica do meio é homogênea e
a densidade do meio é homogênea;
• Existe um campo uniforme de radiação
indiretamente ionizante;
• Não existem campos elétricos ou magné0cos
não-homogêneos.
• Nestas condições, o kerma de colisão kc é igual
à dose absorvida D.
∈=¿
by: Giu
non−r n
( R out ¿)u =0 e ∈=∈tr ¿
EPC para distribuição de fontes radioativas
Contudo, se hv 2 é absorvido em V,
produzindo um elétron secundário e’2 então:
( R¿ out)u=0 ¿
Rru =hv 1
(Rout ¿)non−r
u =0 ¿
n
∈≠ ∈tr
1 en
❑❑
4
∑ ( )Yi . Ei
ρ