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30/03/2021

Instrumentação
Nuclear

Medição das Radiações Ionizantes

• Necessidade de se quantificar e identificar fontes


– Fonte: equipamento ou material que emite ou é capaz de emitir
radiação ionizante ou de liberar substâncias ou material radioativo
(Norma CNEN-NN-3.01).

• Medição – conjunto de operações que tem por objetivo


determinar o valor de uma grandeza
– Grandeza: atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode
ser qualitativamente distinguido e quantitativamente determinado
(VIM, 2007)

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Medição das Radiações Ionizantes

• Exatidão – grau de concordância entre o resultado de uma medição e


o valor verdadeiro do mensurando (objeto da medição).
• Repetitividade – grau de concordância entre os resultados de
medições sucessivas de um mesmo mensurando, efetuada sobre as
mesmas condições de medição.
• Reprodutibilidade – grau de concordância entre os resultados de
medições sucessivas de um mesmo mensurando, efetuada sob
condições variadas de medição.

Medição das Radiações Ionizantes

• Resultado de uma medição – valor atribuído (mais provável) do


mensurando com sua incerteza associada (para um determinado nível
de confiança).
– O resultado da medição para ser confiável deve ser acompanhado da incerteza
de medição.

• O processo de medição inclui:


– A instrumentação de medição;
– O procedimento de medição;
– O operador; e
– Grandezas de influência externa.

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Definições de Metrologia

• Padrão – Medida materializada, instrumento de medição, material de


referência ou sistema de medição destinado a definir, realizar,
conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma
grandeza para servir como referência.

• Padrões radioativos: fontes radioativas certificadas com rastreabilidade


fornecidas por serviços de metrologia de radionuclídeos;
• Rastreabilidade de medição: Propriedade do resultado de um valor de
padrão ou relacionado a referências estabelecidas, geralmente a padrões
nacionais ou internacionais através de uma cadeia contínua de
comparações, todas tendo incertezas estabelecidas.

Calibração de um instrumento de Medição

• Calibração – Conjunto de operações que estabelece, sob condições


especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento
de medição ou sistema de medição ou valores representados por uma
medida materializada ou um material de referência, e os valores
correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões.
• O resultado de uma calibração permite:
– Estabelecimento dos valores de um mensurando;
– Determinação das correções a serem aplicadas;
– Outras propriedades metrológicas, como o efeito das grandezas de
influência;
– Emissão de certificado de calibração.

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Propriedades de um detetor

Propriedades de um detetor

• Repetitividade, reprodutibilidade e exatidão;


• Estabilidade – condição em que o instrumento conserva constantes
suas características de medição ao longo do tempo;
• Precisão – grau de concordância dos resultados entre si;
• Sensibilidade – variação da resposta de um instrumento de medição
dividida pela correspondente variação do estímulo;
• Eficiência – capacidade de converter em sinais de medição os
estímulos recebidos.
• O peso de cada grupo destas propriedades, depende muito do tipo de
grandeza ou medição proposta na atividade. Muitas das deficiências
são contornadas com a padroniza ç ã o do uso e do processamento
dos dados

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Escolha de um detetor

• Fatores que definem a escolha de detetores


– Tipo de radiação: as radiações interagem de forma diferente com a
matéria, dependendo de seu tipo (radiação eletromagnética, partículas
carregadas leves, partículas carregadas pesadas, nêutrons), a escolha do
detetor depende do tipo de radiaç ão que se quer medir.
– Intervalo de tempo de interesse: o objetivo pode ser a medição
"instantânea" da radiação, isto é, o número médio de radiações em um
intervalo de tempo muito curto (detetores de leitura direta, ou ativos) ou
desejar registrar a radiação acumulada durante um período de tempo
(detetores passivos).
Tauhata, 2003

Escolha de um detetor

• Fatores que definem a escolha de detetores


– Precisão, exatidão e resolução: Isto está ligado às diversas incertezas
envolvidas no processo de medição e nas atividades relacionadas. Em
medições ambientais 20% de incerteza são aceitáveis, mas a produção de
padrões radioativos exige rigor metrológico e 0,5% pode ser alto.

– Condições de trabalho do detetor: O detetor utilizado em trabalho de


campo tem que ter condições de robustez, portabilidade e autonomia
diferentes das necessárias aos detetores operados em ambientes
controlados de laboratório.

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Escolha de um detetor

A segurança nas ações e trabalhos realizados com fontes emissoras


de radiação ionizante, dependem essencialmente de nossa capacidade
de medição destas radiações.
•Os detetores de radiação são sensores que colocados em um meio
onde há um campo de radiação ionizantes são capazes de indicar sua
presença.
•Normalmente temos os detetores de radiação associados a um
sistema que transforma as interações ocorridas no interior do mesmo
em um valor relacionado a uma grandeza de medição dessa radiação.

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Resolução e Eficiência de Deteção

• Resolução e eficiência de deteção


– Resolução (R):

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Resolução e Eficiência de Deteção

• Resolução e eficiência de deteção


– Resolução (R):
• Relaciona-se com a capacidade de um detetor em discriminar 2 picos de energias
diferentes e próximas em seu volume útil. É definida como a razão entre a largura à
meia altura do pico (FWHM) e o valor do canal central da distribuição do pico (H0).
• Quanto menor é o valor de FWHM, melhor é a resolução do sistema de deteção. Esta
largura reflete a flutuação registrada de um pulso elétrico para outro, embora o mesmo
valor de energia tenha sido depositado no detetor para cada evento na região do
fotopico.

=
Tauhata, 2003

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Resolução e Eficiência de Deteção

• Resolução e eficiência de deteção


– Eficiência intrínseca (εin):
• Dada pela razão entre o número de partículas ou fótons detectados e o número de
partículas ou fótons incidentes no detetor. Diferente da eficiência absoluta, não sofre
influência da geometria de medição utilizada, mas da dimensão da face do detetor em
que a radiação incide.

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Resolução e Eficiência de Deteção

• Resolução e eficiência de deteção


– Eficiência(ε):
• Caracteriza a capacidade do detetor em registrar os fótons ou partículas emitidas por
uma fonte de radiação ou que incidem na superfície de um detetor.

– Eficiência absoluta (εab):


• Dada pela razão entre o número de partículas ou fótons detectados e o número de
partículas ou fótons emitidos pela fonte de radiação. Esta eficiência sofre influência da
geometria de medição utilizada.

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Dependência Energética

Todo detector de radiação apresenta uma dependência energética em sua


resposta.
Em geral, a resposta relativa em energias baixas é maior.
É preciso conhecer a resposta em energia do detector para realizar as correções
na medida do sistema.

Medidores de Radiação Ionizante

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Compensação em Energia

Alguns detectores, como GM, possuem uma alta sensibilidade, porém, são
muito dependentes da energia da radiação.
Camadas delgadas de metais podem ser colocadas ao redor do detector para
atenuar os fótons de baixa energia, compensando a sua reposta.
A resposta do detector compensado pode ser independente da energia da
ordem de ± 25% num intervalo entre 50 keV e 3 MeV.

Medidores de Radiação Ionizante

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Dependência Direcional
Todo sistema detector de radiação apresenta uma dependência direcional em
sua resposta à um campo de radiação.

Medidores de Radiação Ionizante

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Dependência Direcional
A norma IEC 395 recomenda que a variação máxima na leitura seja de ±50%,
para uma variação de 90o na direção da radiação; e ±20% para uma variação de
45o.
É preciso conhecer a resposta direcional para corrigir eventuais desvios na
medida indicada pelo sistema.

Medidores de Radiação Ionizante

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Geotropismo

A norma IEC 395 recomenda que a variação


máxima na leitura seja de ±10% para qualquer
variação na direção do monitor com relação ao solo.

Medidores de Radiação Ionizante

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Propriedades Gerais dos Detectores de Radiação

MECANISMOS USADOS PARA DETECÇÃO DA RADIAÇÃO

Os detectores de radiação têm como principio de operação a detecção de uma


alteração observada no meio absorvedor que foi causada pela transferência de
energia da radiação ionizante para este meio.

Existem vários efeitos que são causados pela radiação ionizante que podem ser
utilizados na detecção e medida da radiação, e estes são os seguintes:

Ionização; Cintilação; Termoluminescência; Mecanismos Químicos;


Aquecimento e Mecanismos Biológicos.

Medidores da Radiação Ionizante

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Ionização Direta e Indireta

- Ionização Direta
 Radiação por si só produz íons
 partículas alfa
 partículas beta
- Ionização Indireta
 Radiação interage com a parede do
detetor para produzir elétron de alta
energia
 radiação X
 radiação gama

Medidores da Radiação Ionizante

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Cintilação

É a produção de luz provocada pelo movimento de elétrons de um orbital


com nível de energia mais elevado para um orbital com nível de energia
inferior dentro do material absorvedor.

A cintilação é um mecanismo de detecção muito importante no processo


de monitoração da radiação e os detectores que utilizam este mecanismo
são conhecidos como detectores cintiladores.

Medidores da Radiação Ionizante

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Excitações que ocorrem dentro do volume sensível do detector.

Medidores da Radiação Ionizante

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Termoluminescência

Quando os elétrons presentes em um certo material absorvem energia


podem ser movidos para níveis de energia maiores ou para ‘bandas
proibidas’.
Estes elétrons permanecem aprisionados nestas bandas até que o material
seja aquecido a uma certa temperatura.
A energia em forma de calor libera os elétrons e o material emite luz
quando os elétrons são movidos de volta para o seu nível original.
A luz é convertida para um sinal elétrico que pode ser relacionado com a
quantidade de radiação incidente.
Os materiais termoluminescentes são utilizados para a monitoração das
doses individuais.

Medidores da Radiação Ionizante

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Mecanismos Químicos

A radiação ionizante pode causar alterações químicas.

Este efeito é observado no uso de filme fotográfico para dosimetria


individual, radiografia médica e industrial.

Em alguns casos, a radiação ionizante aumenta a taxa em que a reação


química ocorre e este mecanismo pode ser usado para medir altas doses
durante o processo de irradiação.

Medidores da Radiação Ionizante

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Aquecimento

A radiação ionizante pode aumentar a temperatura do meio absorvedor e a


medida deste aumento de temperatura pode fornecer uma avaliação da
dose de radiação.
Esta técnica conhecida como calorimetria não é adequada para
equipamentos de medida rotineira em proteção radiológica já que é
necessária uma dose muito elevada para causar uma pequena variação de
temperatura.
Portanto, é utilizada como padrão primário para instrumento de calibração.

Medidores da Radiação Ionizante

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Calorimetria

 Como medir a dose


absorvida?

 A melhor maneira seria


calorimetria... Mas não é muito
prático.

Medidores da Radiação Ionizante

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Mecanismos Biológicos

As altas doses de radiação podem causar alterações biológicas em células


vivas.

As alterações biológicas serão utilizadas somente para estimativa da dose


em circunstâncias extremas onde existe a suspeita de irradiação acidental
de pessoas conduzindo a uma dose bastante elevada.

Medidores da Radiação Ionizante

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Dosimetria Biológica

Uma análise do número de aberrações cromossômicas permite avaliar a dose


de uma pessoa que tenha sofrido um acidente radioativo e não portava um
dosímetro pessoal.

Medidores da Radiação Ionizante

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Detetores à Gás

• Detectores à gás:

– A interação das radiações com os gases provoca principalmente excitação


e ionização dos seus átomos.
Na ionização, são formados pares elétron-íon que dependem de
características dos gases utilizados e da radiação ionizante.

– A coleta dos elétrons e dos íons positivos formados no volume sensível do


detector, é feita por meio de campos elétricos e dispositivos apropriados, e
serve como uma medida da radiação incidente no detector.

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Detetores à Gás

• Detectores à gás:

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Detetores à Gás

• Detectores à gás:
– São aqueles constituídos de um volume gasoso, geralmente encerrado em
recipientes cilíndricos. Essas câmaras de gás têm uma parede interna condutora de
corrente el é trica que é o eletrodo negativo, enquanto que um filamento, geralmente
de tungstênio, em seu eixo isolado do resto constitui o eletrodo positivo.
– Uma mistura conveniente de gases (metano, isopropano, butano, hélio, argônio, ar
atmosférico, por exemplo) fica encerrada na câmara a baixa pressão e é aplicada uma
diferença de potencial (V) entre os eletrodos.
– Fixando-se a pressão e a geometria do detector, e variando-se apenas a diferença de
potencial entre os eletrodos, pode-se obter a curva do slide a seguir.

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Detetores à Gás

• Os detectores a gás possuem eficiência dependente da tensão aplicada no volume


detector.
VI

IV

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Detetores à Gás

I. Os pares de íons recombinam-se e não há registro de pulso.


II. Região das Câmaras de Ionização: Cessa a recombinação, todos os pares de íons
são coletados. Ocorre a produção de pulsos independentes da tensão aplicada, mas
proporcional a energia da radiação incidente.
III. Região proporcional: Ocorre uma multiplicação de pares de íons, que é linearmente
proporcional ao número de pares gerados pela radiação primária.
IV. Região pouco utilizada, pois a carga depende da tensã o de forma não linear.
V. Região do Geiger-Muller: o número de íons é grande e sempre da mesma ordem,
independentemente do número de pares criados originalmente e portanto o sinal será
independente da energia da radiação.
VI. Região de descarga elétrica contínua (avalanche). Nessa região não operam os
detectores.

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Detetores tipo Câmara de Ionização

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Detetores tipo Câmara de Ionização

• As câmaras de ionização operam na região de mesmo nome (slide 24) e sua


característica principal é que o aumento da tensão aplicada não acarreta um
aumento da corrente (ou amplitude de pulso), de modo que se obtêm um
patamar correspondente a um valor de corrente I, denominada de corrente
de saturação.

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Detetores tipo Câmara de Ionização

• Uma câmara de ionização com uma tensão V0 que não sofre irradiação, manterá
esta tensão constante indefinidamente;
• Ao sofrer irradiação, os íons formados descarregarão, parcialmente, o capacitor e,
consequentemente, a tensão será reduzida;
• ∆Q: número de íons (ou elétrons) formados;
• ∆V: corrente de ionização integrada no período de medida.

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Detetores tipo Câmara de Ionização

• Exposição:

• É o quociente entre dQ por dm, onde dQ é o valor absoluto da carga total de


íons de um dado sinal, produzidos no ar, quando todos os elétrons
(negativos e positivos) liberados pelos fótons no ar, em uma massa dm, são
completamente freados no ar.
• A exposição é expressa em C/kg no Sistema Internacional, por é m a unidade
especial para esta grandeza é o Roentgen (R), 1 R = 2,58x10-4 C/kg.
• Equilíbrio de partículas carregadas (CPE) – quando o número de partículas
carregadas, de cada tipo, deixando um volume é igual ao de número de
partículas entrando.
=

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Detetores tipo Câmara de Ionização

• Medida de Exposição:

• Sob CPE a determinação da


carga neste volume fornece a
medida da exposição e a medida
da corrente de ionização seria a
taxa de exposição.

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Detetores tipo Câmara de Ionização

• Tipos de detectores câmaras de ionização


– Caneta dosimétrica:
• Muito utilizada em monitora ç ã o pessoal, consiste em uma c â mara de ioniza ç
ã o onde um fio de quartzo serve como cursor para indicar a exposição (ou
dose) acumulada. Utilizando um carregador, insere-se, sob press ã o, a caneta
para ser “zerada”.
• Na prática significa que lhe foi fornecida uma carga elétrica máxima, que vai se
esvaindo com o surgimento dos elétrons e í ons formados pela radia ç ã o,
dentro do volume da câmara.
• Assim, o fio de quartzo vai se aproximando do eletrodo de carga de mesmo
sinal e, pela lente, observa-se a leitura da exposição ou dose absorvida,
conforme mostra a figura no slide a seguir.

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Detetores tipo Câmara de Ionização

• Tipos de detectores câmaras de ionização


– Caneta dosimétrica:

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Detetores tipo Câmara de Ionização

• Tipos de detectores câmaras de ionização


– Câmara de ionização portátil:
• É uma câmara de ionização a ar ou gás sob pressão, destinada a
medições de taxas de exposição, taxa de dose e dose acumulada, para
radiações X e gama e, às vezes, beta. É construída de material de baixo
Z ou tecido-equivalente.

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Detetores tipo Câmara de Ionização

• Tipos de detectores câmaras de ionização


– Câmara de ionização portátil.

• Câmara de ionização, portátil, tipo “babyline” ,


com faixa de medição de 0,1mR/h a 50R/h (1 μ
Sv/h a 500 mSv/h), para detecção de radiações X,
gama e beta, em instalações nucleares, clínicas de
medicina nuclear, radiodiagnóstico e radioterapia.

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Detetores Proporcionais

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Detetores Proporcionais

• Os detectores proporcionais foram introduzidos no início


dos anos 40.
• Eles operam na região proporcional, onde se dá a ionização
secundária (Avalanche de Townsend), mantendo a proporcionalidade
entre o número total de íons produzidos e a ionização primária.
• Os pulsos originados são muitas vezes maiores que aqueles das
câmaras de ionização e, por esse motivo, os detectores proporcionais
são muito convenientes para as medições de radiação onde o número
de pares de íons é muito pequeno para permitir uma operação
satisfatória de uma câmara de ionização.

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Detetores Proporcionais

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Detetores Proporcionais

• A dependência entre amplitude do pulso e a ionização primária torna


os detectores proporcionais muito úteis quando se deseja discriminar
as radiações.
• Por exemplo: num feixe de radiação alfa e beta podem ser contadas
apenas as partículas alfa, pois as partículas beta produzem pulsos
elétricos menores que podem ser facilmente rejeitados no circuito de
contagem.

• Também são aplicados na deteção de nêutrons, utilizando reações


nucleares tipo (α, n), (γ, n). O material que reage com os nêutrons é
colocado dentro do detector, podendo ser o próprio gás de
preenchimento.

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Detetores Proporcionais

• Os detectores proporcionais são construídos na maior parte das vezes


de forma cilíndrica.
• O motivo é que para uma mesma tensão, o uso de fios finos como
anodos pode criar campos elétricos muito maiores que se forem
utilizados anodos em forma de placas.
• No slide a seguir a figura A mostra o esquema de um detector
proporcional cil í ndrico e a figura B mostra um detector proporcional
portátil para medi ç ão de contaminação superficial.

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Detetores Proporcionais

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Detetores Geiger-Müller

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Detetores Geiger-Müller

• Os detectores Geiger-Müller (GM) foram introduzidos em 1928 e em


função de sua simplicidade, baixo custo, facilidade de operação e
manutenção, são utilizados até hoje.
• Em função de sua característica de um pulso de saída de igual
amplitude, independentemente do número de íons iniciais, o detector
GM funciona como um contador, não sendo capaz de discriminar
energias.
• Para cada partícula que interage com o volume sensível do detector, é
criado um número da ordem de 109 a 1010 pares de íons. Assim, a
amplitude do pulso de sa ída formado no detector é da ordem de volt.

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Detetores Geiger-Müller

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Detetores Geiger-Müller

• Para a contagem de partículas carregadas possui grande eficiência e a


maior dificuldade existente é a causada pela sua absorção nas
paredes do detector. Por esse motivo, são feitas janelas de material
leve e fino, que permitam que elétrons e partículas α penetrem no
volume sensível do detector.

• Para radiação γ, que possui baixa eficiência a resposta do detector,


ocorre de forma mais indireta atrav é s das interações da radiação
incidente com as paredes do detector, gerando radiação secundária
(normalmente elétrons) que vai interagir com o volume sensível do
detector.

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Detetores Geiger-Müller

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Detetores Geiger-Müller

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Detetores Geiger-Müller

• Devido ao baixo custo desse detector, grande sensibilidade às


partículas eletricamente carregadas, versatilidade nas formas,
dimensões e janelas, pulsos elétricos altos são utilizados como
monitores de área , de contaminação e até monitores portáteis ou de
bolso para controle individual das radiações

• A sonda pancake (panqueca) é utilizada para medição de contaminação


superficial;

• O resultado dessas diversas características interessantes ainda


tornam o detetor GM muito utilizado.

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Detetores Cintiladores

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Detetores Cintiladores

• A deteção de radiações ionizantes pela cintilação produzida em


determinados materiais é uma das técnicas mais antigas registradas.
• Detectores baseados nestes materiais possuem elevada eficiência de
cintilação, conversão linear da quantidade de energia em luz, tempo de
decaimento da luminescência curto para a geração rápida de pulsos,
meio transparente e índice de refração próximo ao do vidro permitindo
o acoplamento do cristal com o tubo fotomultiplicador.
• Os tubos fotomultiplicadores são um passo essencial no
desenvolvimento dos detectores cintiladores. Com a sua utiliza ç ã o,
tornou-se possível a detecçã o de sinais luminosos de baixa
intensidade e a sua conversão em sinais elétricos.

Oliveira, 2011 51

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Mecanismo de Cintilação

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Detetores Cintiladores

• Nos detectores cintiladores, a cintilção produzida pela passagem de


radiação ionizante precisa ser convertida em sinais elétricos para que
se possa medir a energia depositada. Para tal, há a necessidade da
presença do tubo fotomultiplicador.

• O processo de multiplicação se inicia com a transferência da energia


dos fó tons de cintila ç ã o para el é trons no fotocatodo que, através
de uma óptica de focalização, os direcionam at é o primeiro de um
sequencia de dinodos, que acabam por liberar um n ú mero de el é
trons maior que o incidente e que são recolhidos no anodo.

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Tubo Fotomultiplicador

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Detetores Cintiladores
• Espectrometria de fótons com cintilador
– Os fótons não possuem carga ou massa sendo, portanto, radiação
indiretamente ionizante e capaz de transferir toda ou parte de sua
energia para os elétrons orbitais dos átomos do material. Esses
elétrons têm energia máxima igual à energia do fóton incidente
subtraída da sua energia de ligação e que depositarão essa
energia por meio de ionizações e excitações no meio de interação.
– Para que um material possa ser utilizado como detector e servir
para a realiza ç ã o de espectrometria de energia para fótons, ele
deve ser capaz de realizar a transferência de energia desses
fótons para elétrons orbitais dos átomos da estrutura e funcionar
como elemento de detecção dos elétrons secundários produzidos
pelos fótons incidentes por meio da coleta dos elétrons liberados
na ionização dos átomos do meio.

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Resposta dos cintiladores para as energias dos fótons


– O espectro de energia de fótons de radiação gama ou raios X irá
depender do tamanho, da forma, da composição do detector e
também da geometria de irradiação. Para espectros de fótons com
baixa energia, a função resposta do detector será influenciada pelo
espalhamento Compton (componente contínuo) e pela interação por
efeito fotoelétrico (componente discreto).
– A função resposta do detector para o espectro de energia dos
fótons incidentes, também pode ser afetada, tanto em seu
componente contínuo quanto no componente discreto da função
resposta do espectro de energia dos fótons incidentes em virtude
de mecanismos de interação no cristal e interações secundárias
pelo material envoltório ao cintilador.

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Resposta dos cintiladores para as energias dos fótons

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Resposta dos cintiladores para as energias dos fótons

Detectores NaI(Tl) LaBr3(Ce)

Resolução (662 keV) 7% 2,7%


Resolução (122 keV) 13% 5,7%
92(1)
Volume (cm3) 174(2) 44
347(3)
Refrigeração Não Não
(Z) médio 32 41
Eficiência intrínseca 0,25
(662 keV) 1 0,4
0,6

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Identificadores Radiológicos

• Para a identificação inequívoca é importante utilizar um detector que


exiba boa sensibilidade, boa eficiência de deteção e boa resolução
numa faixa de energia até 3,0MeV.
• Uma boa eficiência de detecção permitirá, através da aquisição do
espectro gama, uma identificação mais célere do(s) radionuclídeo(s) e
a quantificação de valores mais baixos de atividade (quantificável
através da Atividade Mínima Detectável, AMD).
• Uma boa resolução permitirá resolver dois picos de energia próximos,
correspondentes a radionuclídeos diferentes, permitindo a
identificação dos mesmos. Uma resolução insuficiente impedirá a
identificação dos radionuclídeos ou dará origem a uma falsa
identificação.

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Identificadores Radiológicos

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Identificadores Radiológicos

SPIR-ID: NaI (Tl) Características

• Spir-ID Tamanho e volume do


cristal
3” x 1,5”
174 cm3
Sensibilidade (γ) 3000 cps por µSv/h para 137Cs

Resolução 7,5%

SPIR-ID: LaBr3(Ce) Características


Tamanho e volume do cristal 1,5 “x 1,5”
44 cm3
Sensibilidade (γ) 1200 cps por µSv/h para
137Cs

Resolução 2,9%

• Características comuns: Detector de nêutron [LiI(Eu)]; tubo GM para alta taxa


de gama; faixa de energia (γ) 25keV a 3MeV e nêutrons 0,025eV a 15MeV; faixa
de taxa de dose [H*(10)]: 0,01 µSv/h - 10mSv/h; faixa de dose: 1µSv – 1Sv 61

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Aferição de Detetores
É o controle realizado pelo “usuário”, para
certificar-se que o detetor matêm-se com
as mesmas características
que possuía à época de
sua última calibração.

Obs.: Para se aferir um instrumento, normalmente


utiliza-se fontes padrões de controle, às quais devem
possuir: meia-vida longa (Cs-137) e baixa ordem de 9,9
µCi.
Medidores de Radiação Ionizante

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Calibração de Detetores

É um fator (multiplicativo) dado por um “Laboratório Padrão” que, quando


aplicada a leitura do instrumento, obtem-se o valor real da exposição.

Atualmente, realiza-se um ajuste no equipamento de modo que o fator de


calibração seja igual a 1.

Normalmente tem-se um fator de calibração para cada escala do instrumento.

Obs.: Se por algum motivo for necessário uma manutenção no instrumento, o


fator de calibração deixa de ter vaidade.

Medidores de Radiação Ionizante

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Instruções Gerais para Uso


de Monitores Individuais
1. Os monitores deverão ser utilizados exclusivamente durante o período de
trabalho, na Instituição/setor para a qual foram cadastrados. Não utilizar o
monitor, sob hipótese alguma, quando for submetido a exame médico ou
terapia com radiação;
2. Ao término do expediente ou da tarefa, os monitores deverão ser devolvidos
ao Supervisor ou guardados em local apropriado, junto com os demais
monitores e o monitor de controle, em ambiente pouco úmido, de temperatura
amena e o mais afastado possível de fontes emissoras de radiação;
3. O monitor deve ser usado de maneira visível, com a identificação voltada
para frente. Outros objetos não devem ficar na frente do monitor, ou entre o
monitor e o corpo;
4. Evitar maus tratos ao monitor.

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Instruções Gerais para Uso


de Monitores Individuais (Cont.)

5. Sob hipótese alguma utilizar o monitor de outro trabalhador ou de controle;


6. Qualquer perda do monitor ou problema deve ser comunicado imediatamente
ao Serviço de Proteção Radiológica da instalação. Na eventualidade de
acidente radiológico (ou suspeita), encaminhar o(s) monitor(es) do(s)
usuário(s) envolvido(s), solicitando avaliação urgente;
7. Tomar conhecimento dos relatórios mensais de dose;
8. Os monitores e o monitor de controle deverão ser devolvidos imediatamente
após o período de utilização, após o recebimento dos novos monitores.

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Instruções Espefcíficas para Uso


de Monitores

1. O posicionamento do anel no dedo depende da prática de trabalho e da


geometria de irradiação das mãos do usuário.

2. Quando o trabalhador fizer uso de luvas, o monitor deverá ser usado no seu
interior; para evitar risco de contaminação, que impossibilite a sua avaliação.

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Erros em Monitoração

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Tipos de Monitoração

LEVANTAMENTO RADIOMÉTRICO

O levantamento radiométrico é bastante eficaz para


se encontrar fontes perdidas ou pontos de
contaminação, no campo ou instalações.

Este método consiste em varrer toda a área que se


supõe estar contaminada ou exposta a uma fonte
radioativa.

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Tipos de Monitoração

LEVANTAMENTO RADIOMÉTRICO (cont.)

• Escolher um monitor bastante sensível;


• Dividir a área mentalmente em quadrantes;
• Medir a radiação de fundo em um local fora da área isolada, e assumir este
valor como sendo zero;
• Iniciar o levantamento com a parte sensível do detector elevado a 45º do solo;
• Ir passando pelos quadrantes lentamente até que toda área tenha sido
monitorada.

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Tipos de Monitoração

MONITORAÇÃO DE SUPERFÍCIES

• Escolher um monitor que possua sonda para contaminação de superfície;


• Dividir a superfície mentalmente em quadrantes;
• Medir a radiação de fundo em um local afastado da superfície contaminada, e
assumir este valor como sendo zero;
• Iniciar o levantamento com a sonda detectora à 5 cm da superfície;
• Ir passando pelos quadrantes lentamente até que seja completada a
monitoração de toda a superfície.

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Referência Bibliográfica

• Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM). 5a


edição – Editora SENAI, 2007;

• Princípios de Radioproteção e Dosimetria . Dra. Cláudia L. P. Mauricio, 2009;

• Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos. Luiz Tauhataetal. IRD/CNEN,


Agosto/2003;

• Avaliação da Resposta de Detectores Cintiladores de NaI(Tl) em Medições de Kerma


no Ar em Feixes de Raios X Diagnóstico. Luciano Santa Rita Oliveira – Disserta ç ã o
de Mestrado. Rio de Janeiro, 2011;

• Detectores de Radia ç ã o Ionizante. Kellen Ariana Curci Daros. UFSP, 2002;

• Instrumentação Nuclear. Dr. Cláudio de Carvalho Conti.


http://www.ccconti.com/Instnuc/, 2011.
Instrumentação Nuclear

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Referência Bibliográfica

• Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM) .


5ª edição – Editora SENAI, 2007;

• Princípios de Radioproteção e Dosimetria . Dra. Cláudia L. P. Mauricio, 2009;

• Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos. Luiz Tauhata et al. IRD/CNEN,


Agosto/2003;

• Avaliação da Resposta de Detectores Cintiladores de NaI(Tl) em Medi ç õ es de


Kerma no Ar em Feixes de Raios X Diagn óstico. Luciano Santa Rita Oliveira –
Disserta ç ã o de Mestrado. Rio de Janeiro, 2011;

• Detectores de Radiação Ionizante. Kellen Ariana Curci Daros. UFSP, 2002;

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