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ETOLOGIA

SD-FN BANDEIRA
SD-FN CORRENTE
SD-FN FERNANDES
O QUE É ETOLOGIA?

• Basicamente é o campo que estuda o comportamento animal.

• Tem relação com a psicologia, pelo fato de também estudar as bases comportamentais.

• Estudo subordinado a biologia, embora mantenha uma relação com a psicologia.


POR QUE ESTUDAR PSICOLOGIA CANINA?

POR QUE ESTUDAR PSICOLOGIA CANINA?


“Na verdade, a vida de um cão pode ser arruinada por uma simples e facilmente
corrigível má compreensão de sua inteligência emocional.” – John Bradshaw
FASES DA PSICOLOGIA CANINA
Vegetativa ou Nascimento a 14 dias Dorme 90% do tempo, rasteja, mama, procura contato
Neonatal corpóreo, endireitamento, estimulação anal necessária.
nas duas primeiras semanas de vida obedece apenas aos
seus instintos inatos. Apenas os sentidos do tato e olfato
se desenvolveram nesta fase, com olhos fechados, é
guiado pelo calor da mãe e pelo faro.

Formação de 3 a 7 semanas O que se perde aqui jamais poderá vir a ser recuperado.
Caráter Se as três primeiras semanas representam uma espécie
de continuação da vida vivida no útero da mãe, nesta
fase começa para o cachorro o confronto ativo com o
mundo que o rodeia. Na Quarta semana aparece a
atitude de submissão do cãozinho: deitado de lado, a
barriga para cima, muitas vezes com emissão de urina.
Com quatro a cinco semanas de idade, o filhote é capaz
de transportar objetos com a boca e, com seis semanas,
praticamente domina todo o comportamento próprio da
espécie. Os cães que não tiveram qualquer contato com
o homem durante estas primeiras seis semanas
amansam-se com dificuldade.
A janela social do cão compreende a idade entre os 21
até os 90 dias.
FASES DA PSICOLOGIA CANINA
Socialização 8 a 12 semanas A vida em comunidade torna-se o interesse
principal e baseia-se sobretudo em experiências
adquiridas e não apenas em instintos.
Desenvolve-se o jogo de ligação ao grupo e a
disposição para a subordinação. Ambos podem
ser incentivados através de atividades frequentes
com o cão de modo que mais tarde ele obedeça
alegremente e não seja apenas submisso.
O impulso de caça já poderá ser observado nesta
fase, apresenta-se a partir dos 45 dias de vida.

Hierarquização 13 a 16 semanas O comportamento social amadurece. É


importante que o cão reconheça a superioridade
física e psíquica do homem, devendo ser
transmitida de forma totalmente natural. A
posição do homem como guia não está definitiva
e totalmente assegurada. Numa ninhada pode-se
já observar sinais de hierarquização. Alguns
cachorros são mais enérgicos que os outros e
dominam os seus irmãos. Esses cães nasceram
para liderar.
FASES DA PSICOLOGIA CANINA
Inserção na matilha 5 a 6 meses As brincadeiras são substituídas por algo mais
sério. Apresenta uma disciplina incondicional,
uma estreita cooperação e o reconhecimento de
um chefe experimentado. O cão apresenta uma
predisposição para aprender e deve ser
aproveitada.

Puberdade 7 a 11 meses Nada de novo na sua relação com as pessoas


acontece nesta fase do desenvolvimento.

Adulto A partir dos 12 meses Aos doze meses de idade o cão é de fato adulto,
embora a formação da cinolidade não esteja
ainda concluída. As raças de maior porte
precisam de muito mais tempo para
amadurecer, especialmente o nível psicológico.
Em nenhum cão antes do final do segundo ano
de vida, a personalidade está totalmente
amadurecida. O amadurecimento da cinolidade
não é claramente reconhecível em todos os
cães. Impulso de agressão se apresenta a partir
dos 18 meses de idade.
KONRAD LORENZ

Biografia
Nascimento: 7 de novembro de 1903
Morte: 27 de fevereiro 1989
Nacionalidade: Austríaco
• Renomado médico austríaco que dedicou sua vida ao estudo do
comportamento animal.
• Premio Nobel em 1973 (compartilhado com Karl Vom Frischer e
Nikolaas Timbergem), se destacaram pelos estudos em
comportamento animal. A mesma pesquisa ajudou a entender
elementos de psiquiatria.
• Desenvolveu o imprinting.
IMPRINTING

• Marca ou impressão fixado em alguns animais desde o


momento do nascimento;
• Notou o comportamento observando os filhotes de
gansos e patos. Observou que ao sair do ovo perseguiam
o primeiro objeto em movimento, sendo a mãe ou não;
• Estímulos visuais e auditivos que os jovens herdam dos
pais determinam seu comportamento quando adulto;
• Percebeu que não terminava após o nascimento, mas
poderia se estender por outro período; e
• Houve casos de algumas espécies de pássaros que
tentaram se acasalar com humanos: isso fez com que
Lorenz pensasse que o imprinting fosse irreversível.
IMPRINTING
COMPORTAMENTO CANINO

1 - Comportamentos apresentados naturalmente - que podem ser adquiridos e ou


aprendidos.

a) Manutenção – base da saúde animal (conjunto de ações);


b) Responsividade – reflexo para escapar de situações potencialmente perigosas (ex: cão
entrando no lago);
c) Agonístico – demonstrado por defesa ou disputa de território, parceiro ou alimento;
d) Alimentar – escolha do cão pelo alimento ou pela forma de se alimentar (ex: hóspede
que deixa de comer a ração);
COMPORTAMENTO CANINO

e) Agressividade – recurso para defender aquilo que lhe pertence;


I) Lúdico – apresentado por filhotes;
II) Social – dominância e subordinação (determina a hierarquia entre pares);
III) Territorial – estabelecimento de espaço (inclusive o próprio condutor);
IV) Alimentar – para obtenção de alimento (agressividade é fundamental para o
sucesso);
V) Defesa individual – garantir espaço pessoal, alimento ou objeto;
Observação – Agressividade das fêmeas
Tendem a ser menos agressivas que os machos;
Fêmeas lactantes normalmente possuem uma “agressão maternal”;
COMPORTAMENTO CANINO

f) Curiosidade – conhecer o ambiente que o rodeia;


g) Movimentação – necessidade comportamental básica (músculos, tendões e articulações);
h) Brincadeiras – liberação de impulsos necessários para o adestramento (melhor maneira de
aprender);
i) Epimelético (cuidar de si mesmo) – adaptação do cão ao local onde habita (ex: cão sabe que
não deve defecar onde se alimenta);
j) Eliminativo (territorialidade) – demarcação de área (ex: quando os cães saem do box urinam
na mesma árvore);
k) Repouso e sono – recuperação metabólica e conservação da energia (alinham a curvatura da
espinha dorsal);
l) Imitativo – repete aquilo que acha conveniente;
m) Et-epimeletico – atenção para si (precisamos compreender bem para conseguir adestrar);
COMPORTAMENTO CANINO

n) Sexual – os machos disputam entre si a monta da fêmea que está no cio (deixam a fêmea
escolher);
o) Comunicação – fala por meio do corpo e vocalização (nem sempre são compreendidas);
p) Vocalização – o cão emite “vozes” com significados diversos:
I) Latir – o tipo depende da raça e do indivíduo;
II) Ganir – pedido de ajuda;
III) Rosnar – por brincadeira (mordente) ou ameaça (aproximação);
IV) Ladrar – latir demoradamente e com ritmo;
V) Gemer – mal-estar, desgosto, impaciência e tédio (quando estão prestes a sair do
box);
VI) Uivar – comunicação em matilha (em massa) (desejo de uma companhia);
VII) Bufar – advertência, indicação de aproximação de estranhos (latido com boca
fechada);
COMPORTAMENTO CANINO

q) Ânus-genital – região mais expressiva (glândulas cutâneas mostram a identidade do


cão);
r) Urinação e defecação – limitar território, deixar uma mensagem (uniformemente –
paulatinamente; jamais defeca sobre as fezes antigas); e
s) Cauda – espontânea e sincera, assume várias formas e tipos.
PADRÕES DE POSTURA DOS CÃES

- NEUTRA
- ALERTA
- AMEAÇA OFENSIVA (COMBATIVA)
- AMEAÇA DEFENSIVA
- SUBMISSÃO ATIVA
- SUBMISSÃO PASSIVA
- SOLICITAÇÃO BRINCADEIRAS
PADRÕES DE POSTURA DOS CÃES

POSTURA NEUTRA
PADRÕES DE POSTURA DOS CÃES

POSTURA ALERTA
PADRÕES DE POSTURA DOS CÃES

POSTURA OFENSIVA
PADRÕES DE POSTURA DOS CÃES

POSTURA DEFENSIVA
PADRÕES DE POSTURA DOS CÃES

CUMPRIMENTO (SUBMISSÃO ATIVA)


PADRÕES DE POSTURA DOS CÃES

SUBMISSÃO (PASSIVA)
PADRÕES DE POSTURA DOS CÃES

SOLICITANDO BRINCADEIRAS
CAPACIDADES SENSORIAIS

VISÃO
• De dia é muito parecida com a do ser humano
e de noite é ligeiramente melhor;
• Camada de células refletoras, situadas atrás
da retina, chamada: tapetum lucidum – que
dobra a sensibilidade quando há pouca luz;
CAPACIDADES SENSORIAIS

PALADAR
• O cão come com rapidez, sem degustar; e
• São sensíveis ao gosto amargo.
CAPACIDADES SENSORIAIS

TATO
• Representada por sensações de contato ou de
pressão, que no cão ocorrem no pelo, na pele e
na mucosa; e
• O tato é estimulado por correntes elétricas,
condições térmicas e talvez pelo magnetismo
terrestre.
CAPACIDADES SENSORIAIS

OLFATO
• Principal sentido canino;
• O mero fato de que as coisas sejam invisíveis para
os seres humanos, não quer dizer que não existam;
• Detectam em concentrações de uma parte por
trilhão (1/1.000.000.000.000);
• A parte do cérebro do cão que analisa os odores é
quase 40x maior que a do ser humano; e
• A máxima excitação olfativa de um cão macho é o
cheiro de uma cadela no cio.
CAPACIDADES SENSORIAIS

AUDIÇÃO

• A dos cães é mais ou menos 4x mais sensível


que a do ser humano, pode danificar por conta
de barulhos no próprio canil; e
• Avalia a origem e a distância muito bem.
CAPACIDADES SENSORIAIS

PERCEPÇÃO EXTRASSENSORIAL
• Através desse sentido, os cães conseguem se
antecipar as situações, por exemplo:
conseguem percebem uma gravidez, sentem a
chegada do seu condutor, ajudar a diagnosticar
doenças, etc; e
• Existe uma inexplicável conexão entre homem
e cão, durante um trabalho conjunto, como se
houvesse relação direta entre pensamentos e
sentimentos de ambos (binômio).
DRIVES
DRIVES

• Para que fique mais fácil entender, podemos usar o termo impulso;
• É importante compreender que o comportamento de um cão oscila de acordo com
diferentes estímulos, por exemplo, a maneira que o cão age em caça ou em defesa;
• Transmitido geneticamente, fazendo com que se torne uma reação espontânea;
• Não há aprendizado, pois é um comportamento que não precisa ser aprendido, apenas
modelado; e
• É preciso ter cautela com a abordagem dos drives, deve-se saber canalizar para não
inibi-lo.
DRIVES

Food Drive
• Interesse pronunciado pela comida e altamente
potencializado, de grande importância para adquirir
concentração no aprendizado.
DRIVES

Play Drive
• Brincando com os cães e humanos,
aprendem a lidar com situações
reais.
DRIVES

Caça
• Instinto predatório claramente focado na
sobrevivência, visando atender a alimentação; e
• Conseguimos modelar a mordida através da
caça.
DRIVES

Defesa
• Evitar ou prevenir o desagradável/ameaça.
DRIVES

Hunting
• Perseguir o que não está vendo.
TIPOS DE MEMÓRIA
TIPOS DE MEMÓRIA
Como será que os cães armazenam tudo que aprendem?
TIPOS DE MEMÓRIA

O cão se lembra de odores e sons, tal como fazemos com imagens


e palavras.
Mecânica – armazenar a experiência de movimentos realizados e depois
reproduzi-los mecanicamente.

Afetiva – reproduzir estados psíquicos anteriores relacionados a certas


situações específicas.

Associativa – entender gesto ou palavra do adestrador e executar o que foi


aprendido.
CONDICIONAMENTO DE COMPORTAMENTO
O QUE É COMPORTAMENTO ANIMAL?

É qualquer movimento observável ou mensurável feito por um


organismo incluindo movimentos externos e seus resultados, bem
como as secreções glandulares e seus efeitos.
IVAN PAVLOV

Biografia
Nascimento: 26 de setembro de 1849
Morte: 27 de fevereiro 1936
Nacionalidade: Russo, soviético
• Químico, médico, fisiólogo e neurologista
• Premio Nobel em 1904 de Fisiologia ou Medicina por suas
descobertas sobre os processos digestivos de animais
• Entrou para a história por sua pesquisa em um campo que se
apresentou a ele quase que por acaso: o papel do condicionamento
na psicologia do comportamento (reflexo condicionado)
• Conhecido pelo seu trabalho no condicionamento clássico
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO (RESPONDENTE)

CONCEITOS
Estímulo
qualquer ato, influência ou agente que gera uma resposta
Estímulo Incondicionado
que aciona automaticamente alguma resposta
Exemplo: explosão e pessoa coloca mãos no ouvido, a explosão é o
estímulo incondicionado.
Resposta Incondicionada
acionada automaticamente em função do estímulo incondicionado
Cão de Pavlov
Exemplo: explosão e pessoa coloca mãos no ouvido, colocar mãos no
ouvido é a resposta incondicionada.
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO (RESPONDENTE)

CONCEITOS
Estímulo Neutro
estímulo que não está relacionado com a resposta

Estímulo Condicionado
estímulo neutro fica associado a um estímulo incondicionado,
desencadeando, uma resposta condicionada

Resposta Condicionada
Cão de Pavlov
resposta aprendida a partir de um estímulo anteriormente neutro
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO (RESPONDENTE)
ANTES DO CONDICIONAMENTO
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO (RESPONDENTE)
DURANTE O CONDICIONAMENTO
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO (RESPONDENTE)
APÓS O CONDICIONAMENTO
BURRHUS FREDERIC SKINNER

Biografia
Nascimento: 20 de março de 1904
Morte: 18 de agosto de 1990
Nacionalidade: Norte Americano
• psicólogo, filósofo, inventor, etólogo, autobiógrafo, professor
universitário, escritor
• Desenvolveu a análise de comportamento
• Skinner Box
• Conhecido pelo seu trabalho no condicionamento operante
CONDICIONAMENTO OPERANTE

CONCEITOS
O comportamento operante é aquele emitido pelo organismo com
fins de interação com o meio externo e é controlado por sua
consequência.
O adestrador estabelece a ocasião para a resposta.
FREE SHAPING

Tipo de treinamento em que você ensina os comportamentos em etapas graduais


usando um marcador, modelando de maneira operante uma ação a ser executada
através de recompensas.
EDWARD LEE THORNDIKE

Biografia
Nascimento: 31 de agosto de 1874
Morte: 9 de agosto de 1949
Nacionalidade: Espanhol
• Psicólogo
• Pai da moderna psicologia educacional
• Formulador da primeira teoria de aprendizagem na Psicologia
• Conhecido pelo seu trabalho de aprendizagem de ensaio e erro
LEIS DE APRENDIZAGEM

Lei da Prontidão – Aquele que aprende, tende a ficar satisfeito ou irritado, a


aceitar ou rejeitar;

Lei do Exercício – Um hábito é fortalecido ou enfraquecido se é ou não


repetido; e

Lei do Efeito – As recompensas (reforços) favorecem a aprendizagem, os


insucessos (punições) reduzem a tendência a repetir o comportamento.
REFORÇADORES

Reforçadores: São todos aqueles artifícios apresentados, propositalmente


ou não, que aumentam um comportamento de um animal (racional ou
irracional);

Os reforçadores podem se apresentar de maneira positiva ou negativa.


REFORÇADORES

Classificação dos reforçadores

Reforçadores Primários – os reforçadores como alimento e água.

Reforçadores Secundários – adquiridos através da história da vida do


indivíduo, da convivência e afinidade entre o homem e o cão (binômio).
RECOMPENSAS E PUNIÇÃO

Recompensa – fundamental para o comportamento desejável;

Punição (aversão) – diminuição ou extinção de um comportamento


apresentado; e

Tempo – os cães possuem tempo próprio para entendimento, a média de


tempo para o cão entender que a recompensa ou punição foi para seu
comportamento anterior é de 1.8s.
RECOMPENSAS E PUNIÇÃO
CONDICIONAMENTO DE COMPORTAMENTO

RESPONDENTE
X
OPERANTE
CONDICIONAMENTO DE COMPORTAMENTO

RESPONDENTE

E » R → Involuntário (reflexo)

ESTÍMULO RESPOSTA
fogo próximo a mão contração do braço
alimento salivação
CONDICIONAMENTO DE COMPORTAMENTO
RESPONDENTE
CONDICIONAMENTO DE COMPORTAMENTO

OPERANTE

E » R » C → Voluntário (reflexo)

COMPORTAMENTO CONSEQUÊNCIA
girar torneira sair água
fazer pergunta receber resposta
falar “senta” cão sentar
QUAL É O PERFIL DE UM CÃO DE GUERRA?

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