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ESTADO Do tuo GRANDE Do SUL


MINISTÉRIO PÚBLICO

§ E›‹rno(a). Sr(a). Dr(a). Juiz(a) da Vara Cível Comarca de Vacaria:


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O MINISTÉRIO PÚBLICO, por seu agente signatário. Curador


de Defesa Comunitária, com base no Inquérito Civil n,° 51/98, promove AQÃO
CIVIL PÚBLICA, COM PEDIDO DE LIMINARLcontra:

70° Bata/não de Engenhana de Construção - Bata/não


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Ben/am/'n Constant- /Ministério do Evérc/'t0, com sede na
\0 Ftua Marecna/ Rondon, Lages- 86) com representação

nesta cidade no Bairro São Luiz Gonzaga, /unto a Rede


_

.- Ferrowária Federal, representado pe/a UNLÃO /-'EDE/%4L,

Pessoa Ju/io'/'ca de Dire/to Público /ntemo, tendo em vista

os seguintes ii/ndamentos de /ato e de oireito;

|-OFato

No mês de maio de 1998, expressivo número de moradores


residentes nas cercanias do Clube Serrano, proximo à Rede Ferroviária

Federai S/A, enviaram abaixo-assinado à Promotoria de Justiça, notioiando

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VÊRQ 103 SEGUNDH VHRH CIVEL
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HCHU CIVIL PUBLICQWHCHU CIVIL PUHLICQ


DIÉTRIHUIDD PUR SORTEIO
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ESTADO DO RIO GRAINDE DO SUL


MINISTERIO PUBLICO Y

poluição atmosférica derivada da operaçao de usina de asfalto pelo

requerido. V
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instaurou-se, entao, o inquérito Civil n.° 51/98, em anexo,

obietivemdo investigar a poluiçao gerada pela referida usina de asfalto, situada

iunto a. Flede Ferroviária, em Vacaria, sob a responsabilidade do Batalhão


de Lages
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Ferroviário (Exército Brasileiro).

«
Dos autos do procedimento administrativo, constam
levantamentos fotográficos (fls. 10/12, 14/18, 40, 78-80), bem como
informaçoes da Prefeitura Municipal de Vacaria (fls. 20/22 e 36); Batalhao
Ferroviário de Lages-SC (fls. 23/35, 84); DNER (fl. 37), PATRAM (88/42, 77-81)

e, finalmente, da FEPAM (fls. 45/55, 67/8, 71/2, 75/6).


.
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A usina de asfalto, como se infere das inúmeras fotografias

iuntadas, da manifestaçao do Sr. Jose Schlora (fl. O3), dos abaixo assinados.
e vistoria da PATRAM (fls. 38/42), emite grande quantidade de fumaça e
fuligem, que se espalha sobre os bairros próximos, causando significativos

danos a saúde da população. ,


_

Em 25 de agosto de 1998, a FEPAM realizou vistoria na usina


- que estava paralisada para manutenção - na qual foram detectados
problemas operacionais, mas que, segundo o Órgão ambiental, poderiam ser

sanados com o respectivo controle, esclarecendo, também, que a


providência mais adequada seria a instalação da usina em zona rural (fls.

45/53). ç

Naquela ocasião, o Órgão ambiental lavrou auto de infração,

em razao da inexistência de licença prévia.

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ESTADO Do tuo GRANDE Do sur.
Mmxsrúmo Púnuco _

Posteriormente, a FEPAM oficiou a Promotoria de Justiça,


informando a obtenção, pelo Batalhão Ferroviário, da Licença de Operação (fl.

55). _

Diante da postura adotada pelo Órgao ambiental, a quem


cabe licenciar e controlar o empreendimento potencialmente danoso ao meio
ambiente, no sentido de sersatisfatória a obtenção da Licença de Operação,

o Ministério Público arquivou o Inquérito Civil.


`

Em que pese o arquivamento do expediente administrativo,

inúmeras reclamações continuaram a aportar na Promotoria de Justiça, dando


conta de problemas respiratórios com moradores das imediações da usina,

bem como informes de que particulados se agregam aos telhados das

casas, entre outras queixas.

Nova vistoria foi solicitada, sendo que o relatório de inspeção


constatou que a usina atendia ao padrão de emissões atmosféricas (fl. 76).

Não obstante, oficiado o Batalhão, solicitando-se copia da


licença, este informou que a renovação da licença encontra-se em estudo,

nao dispondo aquela unidade do documento (fl. 85).

O licenciamento ambiental e um instrumento que decorre do


exercício do poder de policia do Estado e está previsto nos artigos 9°, IV e 10°
da Lei 6.938/81, nos artigos 17 e 19 do Decreto n° 99.274/90 e também no
`

artigo 192, §' 1°,


da Constituição Estadual.

Atualmente, conforme informaçao prestada pela própria


demandada, a usina está funcionando irregularmente, porquanto como
geradora de degradação ambiental, esta obrigada a ostentar a licença de

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Esmbo Do mo GRANDE Do sur. *

MINISTÉRIO Púnuco

operação da FEPAM, documento este que não possui.

Em 15 de janeiro do corrente foi publicada no Correio

Vacariense materia entitulada 'Nuvem de fumaça polui a c/dade"(fl. 82).

O informe iomalistico noticia a poluiçao gerada pela usina de


asfalto, que "/arga uma fumaça p/ela ao esquentar 0 p/che (..)'í e os
problemas enfrentados pelos moradores das cercanias.

O artigo traz, ainda, a manifestação do Tenete-Coronel Nelson


Silva Gomes, comandante do 10° Batalhao de Engenharia de Construçao
Lages/SC, que diz:

,go/ec/sozque os moradores [enhameumplpuco de


pac/ênc/'a 'para oonwvef, '¿7ue›,ij'ssQ., ,oreçbifafo
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1,0'/.09f5.'$50›/Í; zr ; Z: _

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A publicação é prova inoonteste de que a atividade exercida
pela re significa verdadeiro atentado à Constituição e legislação ambiental

especifica.

Primeiro, porque, à evidência, as reclamações - que persitem


já na mais de dois anos - não podem ser entendidas como uma perseguição
ou implicância de alguns cidadãos, mas um problema real que vem
assolando parcela significativa de moradores desta cidade e suas famílias.

Em segundo lugar, o Tenente-Coronel Nelson Silva Gomes,


ao pedir “paciênoia" admite lisamente a existência do problema.

Nao há dúvida em relaçao a existência da po uiçao. É um


problema real e concreto, que a população não esta obrigada, de modo

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ESTADO DO RIO GRAINDE DO SUL


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MINISTÉRIO PUBLICO _
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algum, a conviver e tolerar.

Potulç/xo NAO É PROGRESSO, É ATRASO.

No mês de maio do corrente, moradores dos Bairros Jardim

America, Kennedy e Petrópolis entregaram na Promotoria de Justiça dois

abaixoassinados, requerendo providências, em razao dos transtornos

causados pela usina de asfalto.

Em resumo:

1) a causadora do dano ambiental nao teve, segundo ela

propria admite, renovada a licença de operação pela FEPAM. Disso resulta a


ilegalidade de suas operações, porquanto o artigo 10 da Lei 6.938/81 ordena
que toda a atividade com potencialidade de causar degradação ao meio
ambiente obtenha do Órgao público estadual o licenciamento ambiental.

Aliás, durante algum tempo, o réu Iaborou na mais completa

clandestinidade, sem qualquer permissao da autoridade administrativa

competente.

2) Ao mesmo tempo, as sucessivas reclamações demonstram


que a operação da usina de asfalto em meio a zona urbana, nao tem o menor
cabimento. _

A atividade, por si sÓ, é potencialmente poluidora, e a sua

instalaçao no local onde se encontra sÓ ocorreu pela inércia do Poder Público


Municipal e inexistência de Plano Diretor.

Não resta a menor dúvida de que a conduta do demandado


significadegradaçâo ambiental, atividade que afeta desfavoravelmente a

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ESTADO Do 11,10 GRANDE Do SUL
Mmtsrnmo PÚBLICO

biota, significando risco a segurança da população em geral.

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- DO DIREITO
Da Legitimidade do Ministério Público:

A legitimação ativa "ad causamfi na hipótese presente,

decorre, em primeiro lugar, de manifesta configuração de ato atentatório,

praticado por agentes públicos ao meio ambiente e à ordem jurídica alusiva ã


matéria, situação esta intimamente vinculada à tipificação dos interesses
difusos, sociais e indisponíveis cuja defesa vêm incumbida ao Ministério

Público pelo constituinte no artigo 127, "caput", da Constituição da República.

bem assim com a função institucional estabelecida no artigo 129, inciso lll, da
mesma Carta:
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ÊÚI?//áfvšíifzâ:

1//-z, brëlvá;1'@äfâ,iá

cørëfêêáfitieâo ecez›âf'~f›êõ,~ifõt,z›zfzâ/×'c‹› êtj¢1sc,ss@õ›êr; 1


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›ar`nbÍeníèf`úe deíou{ros;)hrere$ses íefgco/ez'/voš,',"

De outra sorte, também a legislaçao infraconstitucional comete


ao Ministério Público o direitddever de agir em hipóteses como a presente.

Nesse sentido, assim estabelece o artigo 14, parágrafo 1°, da


Lei Federal n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe "sobre a Política

Nacional do Meio Ambiente...".

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EsTADo Do R1o GRANDE Do sur.
1v11N1sTÉRIo PÚBLICO

*ieg/'iirniidade para propor açäo_de.re$ponsab/lidade ciwi -e


fcr/'rn/rv,aipor;danos oa`Usados.ao_me/'o'ambiental Ê,

Do mesmo modo, prescreve a Lei que disciplina o


instrumento de defesa dos interesses ambientais, do consumidor, de bens e
direitosde valor artístico, estético, histórico turístico e paisagístico Lei n°

7.347, de 24 de julho de 1985:

"_Arzigo 1° Hegem-se pe/as disposições desia¿Le/L .Sem


.‹_

pre/uizo da ação popu/ar;-as-ações de resporrsabri/'ofade


*
bor'Ç'12/ioscausados.' . .
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/_//- ao meio ambienia ~

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,Ari/'got 5° -
/i__ ação princwa/ se a cauteiar poderäofser
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proposiaspe/o M/histéflo Púb/ico../'-_ V-
'

Finalmente, impõe referir disposição constante na Lei

Orgânica do Ministério Público (


Lei n° 8.625, de 12 de fevereiro de 1993):
/
Artigo 25 - Além das funções prevrlsras rias Constituições
Fedora/ na Lei Orgânica e_ errrfoijƒras ,La/Ls,

/rnçurrrbeaon/flhisténoPúb0co.' L-_ ._
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znquérzzq'-*Czwi aàçâo çz^iè¿i§-púrâ/faq, .¡`,¿ ;rq¡f¡zà


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ESTADO DO R'IO GRAINDE DO SUL
MINISTERIO PUBLICO

A A

aja para p/Qƒeção, pret/e/rçäo


'e
V/eparaçao dosfda/705
causados ao me/0, amb/`e`n1e,rao consumido/," aos bens e
d/'re/'ras de va/of 'a/1/ls!/'c_0, `e$lét/`c'o,› h/Ls'rÓfl'cf0V a ,ba/sag/Ist¡c§¬o,-
'e a'
.outros interesses _difus_0s,, “Aco/efivošl' ef /nd/wdua/š

zncúSponzvezsehom0gên¢Õâ_‹f -

Da Atividade Poluidora:

No enfrentamento da questao ora submetida a exame judicial,


plena pertinência tem, em primeiro lugar, comando incerto no artigo 225,

"caput", da Carta Republicana (todos têm direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, e essencial à

sadia qualidade de vida, impondose ao Poder público e a coletividade o

dever de defende-Io e preserva-lo para as presentes e futuras gerações),


princípio esse, diga-se de passagem, recepcionado expressamente pelo
Constituinte Estadual (artigos 250 e 251).

A Lei n° 6.938, de 31.08.81, que dispõe sobre a Política

Nacional do Meio Ambiente, em seu art. 3°, define o que se entende por:

_"(- dmè/Ó Ó fQf0_(7/ifnlqdef '/é/S

/rir/uénczas ej,/'nte/ações ~d_e› ordem~',ƒzš/t;~‹2`,"-ÍqU_¿717/ca ré

-D/0/óg/ca, A
qU^_5'.,0e/m/'1'e,_ abn'ga e, rege at/ida`er17,ƒoda9 as
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'suasfo/mas; 1 ..
A

//-.., ,

/_//-QQÓ/u/'ção ia degradaçáQ}“_da_* qua//dadçƒ àambíenta/

/esu/rante Ç/evaflwzjadeâzque /hr_1ire1amente."° . z

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MINISTÉRIO PÚBLICO

'ëliørfzzurffquemtá 'Saúde ia' íS@QU§fãr?<=‹-fee»0,.bemf@$fafi- da


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Íb), c_n'emÍ Vconcfiçofesl adversas =

aivrdafdes. Asoc/a/sv e

c) afetemidesríavoravernenre.axlgiota-[., ¡
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O) .`a`feiemras 'oúgjsanrirár/as do

e)` /ancem marénaspu enefigra em _f


desacordo com os
padrõesambiente/s_estabe/ec/dosf z ii

/I/- Qo/u/dor, a pessoa //s/ea jurídica, de d/'feito ,oúb//co


'ou' privada fesponsável Í direta lou /'nd/re!amein`fe,' Í por
at/w_o'ade causadora de degradação amb/errra/¡ _' já .

W af atmosfera a$`ágUáS‹/hfer/0/65,
superiores e sUbterrâneas,' os iestuá/r`_0s, 0 ma/ ter//'to//a/,Í __o

so/0, 0 subso/0, os elementos da biosfera- 'a fa`una` ea


"
_//ora”(g/rfo_ac(esc)'d›o)., _ V

Anote-se, também, que o Decretolei n° 1.413/75, dispondo


sobre o controle da poluiçao do meio ambiente provocada por atividades

industriais, estabelece no art. 1°:

/ndús/r/`as~i/7Asta/adas_ ouda 'z'erfiíÓAr_/o

nacrona/ são ob/rgadasr..'a›__zz.`prb/nove). as'_'¿meoifdas

.a 'prevenir cor//g/_'r~ os _/nconven/enƒes_ .e


pre/'uíz_os ida» po/uiçaov ejda. contam/naçao. do .me/'o

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ESTADO Do iuo GRANDE Do SUL -

MINISTÉRIQ PÚBLICO

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amb/'ente'/'

Da Ação Civil Pública:

A Lei da Açao Civil Pública (Lei n° 7.347/85), quanto às


medidas cabiveis, estabelece:

Hegemèse pe/as; disposições desta Le/Â sem


pre*/`ui.f_7'o da açaopopu/ar as açoes de responsab/`//dade
por danos causados:
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/V-_ao_zme¡o amb/ente; _
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A ação c/wi poderá ter por objeto e condenação
em d/nn_e/'ro ou o cumpr/'men/o de obr/'gaçao de fazer ou
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_naof/_'azer.¿ f
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[7-z. _¬i›._{x/a.açáo quetenha por ob/eto, _o iournpnrrzenro


de obngado' de fazer ou não fazer, voju/2 deíerm/naráo
zcumpnmenlo da prestaçao da 'at/'wdade dei//da 'ou -na

cessação da' af/wdade 'noc/va, sob pena de execução


espec/rica, ou de com/nação de niu/ta' oiár/'a',. se esta /or

su_/7ç/e'r_i1e* ou .compatível .independentemente de


requen'men(odoaurof._” ¿ Â ‹;.1_-
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Informada a poluição atmosférica, que causa danos ao meio

ambiente alem de colocar em risco a saúde da populaçao, justifica-se

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M1NlsTÉmo Púnuco

plenamente a propositura de ação civil pública, em resguardo dos interesses

sociais indisponíveis.

Da Comgtênciaz

O foro competente para processar e julgar a presente ação

civil pública e o de Vacaria, a teor da súmula n.° 183 do Superior Tribunal de

Justiça, in verb/st

'Compare ao Ju/z Estadual, nas .coma'(ca_sfque..fzá0


gséyam sedeí de- vara da Just/Ça federa/,›Âgpr0ces$ar___e
_/u/gar "aça0'_"c[w7 pública que a yr)/ão.

proc_esso..,, .

A respeito do tema, elucidativos são os seguintes julgados do


STJ: CC 12.361-RS (ia S 04.04.95 - DJ 08.05.95), CC 16.075~SP (ta S
22.03.96 - DJ 22.04.96).

Ill -A LIMINAR
Em sendo mantido o funcionamento da usina de asfalto, no
local e nas condições atuais, nâo na dúvidas de que se agravarâo os efeitos

maléficos em relaçao ao melo ambiente e à saúde das pessoas -


especialmente no inverno que se aproxima - recomendancldse, portanto, a
concessão de ordem liminar, como forma de evitar maiores danos, que

seriam de difícil e incerta reparação.

Como é possivel perceber, nao resta qualquer dúvida de que

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ESTADO Do Rio GRANDE Do SUL
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se encontram presentes na espécie o "fumus boni Juris" e o "periculum in

mora", requisitos obrigatórios e autorizadores da concessão do mandado


liminar a que alude o artigo 12 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985.

O primeiro apresenta-se evidenciando pelas queixas

reiteradas da populaçao que mora nas imediaçoes da usina (documentos das


fls. O3, 5/9, 82 ), fotografias (fls. 10/12, 14/18, 40, 78/80), conclusões da
PATRAM (38/42, 77-81) e abaixo-assinados.

O segundo requisito, do mesmo modo, vem amparado nos


argumentos lógicojuridicos já deduzidos, indicando a certeza de que a

continuação da atividade implicará grande risco à população circundante.

indispensável, pois, para evitar o agravamento da situação,

constatada a lesividade ã natureza e aos interesses ambientais e,

notadamente, prejuízo e/ou lesao à saúde, seja concedido mandado liminar,

para o fim de impedir que continue ou recomece a ilegal atividade da usina de

asfalto operada pelo demandado. '

Diante do exposto, requer o Ministerio Público, seja concedido


mandado liminar (artigo 12 da Lei 7.347/85), para o fim de determinar
abstenha-se o requerido de qualquer atividade no local, até a solução da
demanda, excetuadas as providências ou obras de manutençao, sob pena
de aplicação de multa diária, fixada para a hipótese de inadimplemento, a ser
recolhida para o fundo de que trata o artigo da Lei 7.347/85. sem prejuizo da
suspensão das atividades e de outras cominaçoes, inclusive de natureza
ao descumprimento da ordem
' '

penal, relativas judicial.

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ESTADO DO 11,10 GRA_NDE DOSUL


IVHNISTERIO PUBLICO
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IV - O PEDIDO
Promove o Ministério Púbico a presente ação civil pública,

requerendo, finalmente, a sua procedência, para o fim de condenar o réu:

a) ao cumprimento de obrigação de nãdfazer, abstendo-se


de causar poluição atmosférica, adequando as instalações

da usina de' asfalto, com observância das normas

técnicas;

b) condenar a ré_ ao cumprimento de obrigação de fazer.

consistente na remoçao da usina de asfalto para zona rural

e despovoada.

V - Requerimentos Finais
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Por tim, o Ministério Público requer o que segue:

A) a citação do demandado para, querendo, contestar a

presente ação, sob pena de revelia;

B) a produção de todos os meios de prova, em direito

admitidos, especialmente a oitiva de testemunhas e a


realizaçao de perícia. _
*

C) a nomeação da Patrulha Ambiental da Brigada Militar para

acompanhar e fiscalizar o cumprimento do mandado


liminar, caso seja concedido.

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ESTADO DO RIO GRA'NDE DO SUL
MINISTERIO PUBLICO

Valor da causa: inestimável. De alçada para efeitos legais.

Vacaria, 19 de Maio de 2000.

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Pro stiça

1 ji Sérgio Costa, Médico, General l_ima, n.° 137, Sala 01, Vacaria.

2) Antônio Duarte, Mal. Floriano, n.° 509, ou Rua Nilton, n.° 44, B. Petrópolis

3) Luis Carlos Longo, Av. Júlio de Castilhos, n.° 2101, Vacaria.

4) Rosane dos santos Giordani, Júlio de Castilhos, n.° 2540, Vacaria.

51 › Maria Rita Nunes Vieira Ceron, Rua Itararé, n.°82, B. Petrópolis, Vacaria.

6) Denise Silva da Silva, Rua Artur Costa e Silva, n.° 276, B. Jardim América

7) José António Souza da Silva, Rua Silvério da Silva ,


n.° 99, Vacaria

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