Você está na página 1de 55

Matemática Discreta

Aula 2 – 2016

e-mail: engenharia102114@gmail.com

Matemática Discreta Aula 4 - 1


Teoria de Conjuntos

Tudo em matemática pode ser escrito em


termos de conjuntos
A Teoria de Conjuntos é adequada para
descrever e explicar todas as estruturas
matemáticas.

2
Matemática Discreta Aula 4 - 2
O que é um conjunto?
Um conjunto é uma coleção de objetos, ou
qualquer outro elemento.
Cada objeto da coleção é dito um elemento do
conjunto.
Exemplos:
𝐍 = {0,1,2,3,…} números naturais
𝐙 = {…,-3,-2,-1,0,1,2,3,…} números inteiros
𝐐 = {n/m | n,m ∈ 𝐙, m≠0 } números racionais
𝐑 ={…,-3,-2,-1,0,1,2,3,…} números reais
A ={Daniel,Bruno, Brunno, Raphael, Anna, Luiz
Henrique e Glauber} : bolsistas do Roque
3
Matemática Discreta Aula 4 - 3
Mais exemplos de conjuntos
𝐁 = {T,F} conjunto Booleano
C = {a,e,I,o,u} conjunto das vogais
D = {(0,0),(1,5),(3,2)} conjunto de pares de
números
E = {{1,2},{10},{3,3,3}} conjunto de conjuntos

F = {3,{2,5},{5,8,2}}
- elementos não precisam ser do mesmo tipo
- 3∈F
- {2,5} ∈ F
- 2∉F

4
Matemática Discreta Aula 4 - 4
Cardinalidade

Se A é um conjunto finito, a cardinalidade de A é o


número de elementos de A

Notação: |A|
Exemplos:
- A = {a,b,c,d} |A| = 4
- B = {{1,2}, {1,2,3}} |B| = 2

5
Matemática Discreta Aula 4 - 5
Conjunto Vazio

{ } conjunto vazio: não possui elementos


3{}
x  { } — não importa o que seja x
 = { } — a letra Grega phi denota o conjunto
vazio
Observação:  ≠ {} , pois esta não é a representação
do conjunto vazio
- || = 0
- |{}| = 1 : Porque o conjunto principal tem um
conjunto, e o elemento vazio faze parte apenas
do subconjunto. Assim, a cardinalidade 1
refere-se ao subconjunto do principal

6
Matemática Discreta Aula 4 - 6
Exercício

F = {,{},{{}}}

1.Qual é a cardinalidade de F?
2. ∈ F ?
3. ∈ {{}} ?

7
Matemática Discreta Aula 4 - 7
Notação para conjuntos
 { x | x  {2, 3, 5, 7, 11} , x  4}
 X pertence a {2, 3, 5, 7, 11} tal que x  4:

 { x + x | x  {2, 3, 5, 7, 11} , x  3 , x  11}

 {f x | x  A, p x}
Denota o conjunto cujos elementos têm a forma (f x),
onde x vem de A e é tal que (p x) é verdadeira (True)

 Para evitar contradições:


O predicado deve especificar o universo de discurso
Exemplos inválidos:
 {X | X é um conjunto}
 {X | X  X}
 Nestes exemplos, o universo de discurso não é especificado
8
Matemática Discreta Aula 4 - 8
Notação para conjuntos
 { x | x  {2, 3, 5, 7, 11} , x  4}
 X pertence a {2, 3, 5, 7, 11} tal que x  4:
{5, 7, 11}
 { x + x | x  {2, 3, 5, 7, 11} , x  3 , x  11}
{6, 10, 14}

 {f x | x  A, p x}
Denota o conjunto cujos elementos têm a forma (f x),
onde x vem de A e é tal que (p x) é verdadeira (True)

 Para evitar contradições:


O predicado deve especificar o universo de discurso
Exemplos inválidos:
 {X | X é um conjunto}
 {X | X  X}
 Nestes exemplos, o universo de discurso não é especificado

9
Matemática Discreta Aula 4 - 9
Exercícios

Listar os elementos dos seguintes conjuntos:


1.{n ∈ 𝐍 | n é primo}
2.{n2 | n ∈ 𝐙 }
3.{x ∈ 𝐑 | x2 – 2 = 0}
4.{x ∈ 𝐙 | x2 – 2 = 0}
5.{x ∈ 𝐙 | |x| < 4}
6.{2x ∈ 𝐙 | |x| < 4}
7.{x ∈ 𝐙 | |2x| < 4}
8.{X | X ∈ {{1,2},{3,4,5,6},{7}}, |X|<3 }

10
Matemática Discreta Aula 4 - 10
Subconjuntos, Igualdade
 A é um subconjunto de B
Definição: A  B  x. (x  A  x  B)
Exemplos
{2, 3, 5, 7}  {2, 3, 5, 7, 11}
  A — independentemente do que seja A

 Igualdade entre conjuntos


Definição: A = B  (A  B) e (B  A)

 A é um subconjunto próprio de B
Definição: A  B  (A  B) e (A  B)

Matemática Discreta Aula 4 - 11


Exercícios

Quais afirmações são verdadeiras?


1. 1 ∈ {1,{1}} 11. 𝐍 ∈ {𝐍}
2. 1  {1,{1}} 12. 𝐍  {𝐍}
3. {1} ∈ {1,{1}} 13.  ∈ {𝐍}
4. {1}  {1,{1}} 14.   {𝐍}
5. {{1}} ∈ {1,{1}} 15.  ∈ {,𝐍}
6. {{1}}  {1,{1}} 16.   {,𝐍}
7. 𝐍∈𝐍 17. {𝐍}  {,𝐍}
8. 𝐍𝐍 18. {𝐍}  {,{𝐍}}
9. ∈𝐍 19. {𝐍} ∈ {,{𝐍}}
10.   𝐍 20.  ∈ 
12
Matemática Discreta Aula 4 - 12
Operações Conjunto Potência
 Cojunto Potência de A
Definição: P(A) = {S | S  A}
Exemplos
P({2, 3, 5}) = {, {2}, {3}, {5}, {2,3}, {2,5}, {3,5}, {2,3,5}} => 23=8
P() = {}
|P(A)| = 2|A|
– Isso será provado mais tarde, usando indução
Quantos elementos tem P(P())? 21=2 => 2 bits para o próximo P(A)
P(P()) = { , {} }
Quantos elementos tem P(P(P()))? 22=4 => 4 bits para próximo P(A)
P(P(P())) = { , {}, {{}}, {, {}} }
Quantos elementos tem P(P(P(P())))?
– 24 = 16 => 16 bits para o próximo P(A)
Quantos elementos tem P(P(P(P(P()))))?
– 216 — um bocado! em torno de 65.536
– 65.536 bits para o próximo P(A) 13
Matemática Discreta Aula 4 - 13
Exercícios

Liste todos elementos de cada conjunto:


1.P({0,1,3})
2.P({1})
3.P()
4.P({1,{1,2}})
5.P({𝐙,𝐍})

14
Matemática Discreta Aula 4 - 14
Operações: Produto Cartesiano
 Produto Cartesiano de A e B
Definição: A  B = {(a, b) | a  A e b  B}
|A x B| = |A| x |B|
Exemplos
{2, 3}  {3, 5, 7} = {(2,3), (2,5), (2,7), (3,3), (3,5), (3,7)}
{0, 1, 2, …}  {1, 2, 3, …conjunto de todos os pares de números
naturais em que o segundo componente ≠ 0
}=

 Exercício:
- Quantos elementos tem A  P(A)?
(Suponha que A tem n elementos)

15
Matemática Discreta Aula 4 - 15
Operações: União e Interseção
 União de A e B
Definição: A  B = {x | x  A ou x  B}
Outra maneira: x. (x  A  B)  (x  A ∨ x  B)
Exemplos
{2, 3, 5}  {5, 7, 11} = {2, 3, 5, 7, 11}
  A = A — independentemente do que seja A
{, {}}  { {{}}, {, {}} } = {, {}, {{}}, {, {}} }
 Interseção de A e B
Definição: A  B = {x | x  A e x  B}
Exemplos
{2, 3, 5, 7}  {2, 7, 11} = {2, 7}
  A =  — independentemente do que seja A

 Conjuntos disjuntos
Definição: A e B são disjuntos  A  B = 
16
Matemática Discreta Aula 4 - 16
Operações: Diferença e Complemento
 Diferença A menos B
Definição: A – B = {x | x  A e x  B}
Exemplos
{2, 3, 5, 7} – {2, 7, 11} = {3, 5}
A –  = A — independentemente do que seja A
 – A =  — independentemente do que seja A
Complemento de A
Definição: A’ = U – A onde U é o universo de discurso
Exemplos - universo de discurso = {0, 1, 2, …}=N
{2, 3, 4, 5}’ = {0, 1}  {6, 7, 8, …}
{2x | x  {0, 1, 2, …}}’ = {2x+1 | x  {0, 1, 2, …}}
A=2x => o que tem em U e não tem em A é o conjunto dos
números ímpares

17
Matemática Discreta Aula 4 - 17
Exercícios

Sejam A = {a,b,c,d,e} B={d,e,f} C={1,2,3}

1. A  B 6. A  C
2. A  B 7. A  C
3. A – B 8. A – C
4. B – A 9. (A  C)  (A – C)
5. (A-B)  (B-A)
10. (A  B) x B
11. (AxC)  (BxC)
Matemática Discreta Aula 4 - 18
Famílias de conjuntos
 União de uma família de conjuntos S
Definição: S = {x | x  A para algum AS. }
Outra maneira: x. (x  S)  (A. AS  x  A)
Exemplos

{ {2, 3, 5}, {5, 7, 11}, {2, 5, 13, 17} } = {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17}
 Interseção de uma família de conjuntos S
Definição: S = {x | x  A, para todo AS}
Exemplos

{ {2, 3, 5, 11}, {5, 7, 11}, {2, 5, 7, 11, 13, 17} } = {5, 11}
{ {xn | x  {1, 2, …}} | n  {0, 1, 2, …} } = {1}

19
Matemática Discreta Aula 4 - 19
Famílias indexadas de conjuntos
Sejam A1, A2, … , An tais que Ai = {-i, …,0….,i}
União =?

 Interseção =?

Exercício: Determine a união e a interseção


acima.

20
Matemática Discreta Aula 4 - 20
Famílias indexadas de conjuntos
Sejam A1, A2, … , An tais que Ai = {-i, …,0….,i}
União

 Interseção

Exemplo: Interseção de Ai={-1,0,1}


Se 0<i<infinito, Interseção de Ai={0}
A1={-1,0,1} A2={-2,-1,0,1,2} An={-n,…,-1,0,1,…,n}

 A   A  {0}
i 0
i
i
i

21
Matemática Discreta Aula 4 - 21
Exercícios

Determine os seguintes conjuntos

1. 3.

1. 3.

Matemática Discreta Aula 4 - 22


Princípio da Boa Ordenação

Todo subconjunto não vazio de números naturais


tem um menor elemento:

A ⊆ 𝐍 e A≠ → existe x0∈A tal que


x0 ≤ x,
para todo x∈A

É uma propriedade fundamental de 𝐍


Não vale para números reais:
A = {1/n | n∈𝐍} não tem um menor elemento

23
Matemática Discreta Aula 4 - 23
Princípio da Boa Ordenação- consequência
Algoritmo de Divisão: Dados dois números
naturais a e b, com b>0, existem números
naturais q e r tais que a = qb + r e 0 ≤ r < b
Prova: Dados a e b, com b>0, construa o conjunto
A = {a – xb | x∈𝐙, 0 ≤ a – xb}
Por exemplo, se a=17 e b=3, determine A.

24
Matemática Discreta Aula 4 - 24
Princípio da Boa Ordenação- consequência
Algoritmo de Divisão: Dados dois números
naturais a e b, com b>0, existem números
naturais q e r tais que a = qb + r e 0 ≤ r < b
Prova: Dados a e b, com b>0, construa o conjunto
A = {a – xb | x∈𝐙, 0 ≤ a – xb}
Por exemplo, se a=17 e b=3, A ={2,5,8,11,14,17,…}
A é não vazio. Seja r o menor elemento de A.
Então r=a–qb, p/ algum q∈𝐙 e, portanto, a=qb+r.
Além disso, r<b: se r≥b, então um número não
negativo r-b=(a-qb)-b=a-(q+1)b, da forma a–xb
seria o menor elemento de A, ao invés de ser r.
25
Matemática Discreta Aula 4 - 25
Paradoxo de Russel
Bertrand Russell (1872-1970)

 Uma teoria ingênua de conjuntos pode levar a


paradoxos. Considere:
A = {X | X é um conjunto e X ∉ X}

- {1,2} ∈ A
- 𝐍∈A
- Seja X = {X}. X∉A

Paradoxo: A∈A ?

26
Matemática Discreta Aula 4 - 26
Teoria Axiomática de Conjuntos

Para evitar os paradoxos que podem ocorrer em


uma teoria ingênua de conjuntos, foi proposta,
por Zermelo e Frankel, uma teoria axiomática,
que inclui como axiomas:
 Princípio da Boa Ordem
 Nenhum conjunto não vazio C pode ter a
propriedade de que C ∩ x ≠ , para todos os
elementos seus elementos x que sejam conjuntos.
Isso exclui conjuntos tais como X = {X}.

27
Matemática Discreta Aula 4 - 27
Teoria dos Conjuntos
Conjunto

Uma coleção não-ordenada de objetos.


Ex.:
A = {Ana, Paulo, Maria, Jorge}
B = {5, 7, 3}
C = {buchada, anjinho, tapioca}
Z = {..., -3, -2, -1 , 0, 1, 2, 3, 4, 5, ... }
Notação:
letras maiúsculas para denotar conjuntos: A, B, Z
letras minúsculas para denotar elementos de conjuntos:
Ana  A, x  B, 5  B e 5 Z, 4 B.

Matemática Discreta Aula 4 - 28


Como descrever conjuntos?
1. Listando (total ou parcialmente) os elementos:
B = {5, 7, 3} Z = {..., -3, -2, -1 , 0, 1, 2, 3, 4, 5, ... }
2. Usando indução (recursão) para descrever como gerar os elementos do
conjunto:
1. 2  P
2. se n  P, então n+2  P2. se n  N, então n+1  N

3. Descrevendo uma propriedade P que caracterize seus elementos:


C = {x : x é uma sequência de duas letras do alfabeto}
P = {x : x é inteiro e divisível por 2}
A = {x : x é aluno de Matemática Discreta no período corrente}
T = {x : x é um nome de mês com exatamente 30 dias}
E = {x: x  N e x < 0}
F = {x : x ≠ x}

Matemática Discreta Aula 4 - 29


Um conjunto singular

• Os conjuntos E e F abaixo têm uma característica


comum interessante:
E = {x: x  N e x < 0}
F = {x : x ≠ x}
• Não têm elementos.

• E = F = {} =  (o conjunto vazio)

Matemática Discreta Aula 4 - 30


Um paradoxo e suas consequências
• Existem coleções que não são conjuntos?
• Cantor/Frege: C = {x / P(x)}
• Paradoxo de Russel (1901): C = {x / x x)}
• Paradoxo do barbeiro: Um barbeiro que faz a barba de todos de
seu bairro que não se barbeiam a si mesmo

Consequências:
• Russel & Whitehead Principia Mathematica
• Teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel: “Nenhum conjunto contém a si
mesmo”
• Gödel: Incompletude da matemática “Não existe uma teoria completa e
consistente da aritmética elementar”
• Turing: Indecidabilidade do problema da parada
• Church/Turing: Decidabilidade (Entscheidungsproblem): “Não existe um
algoritmo para decidir se uma expressão lógica qualquer é verdadeira ou falsa”
Matemática Discreta Aula 4 - 31
Cardinalidade
• Os conjuntos abaixo diferem radicalmente com relação à
“quantidade” de seus elementos:
T = {x : x é um nome de mês com exatamente 30 dias}
P = {x : x é par}
• T é finito e P é infinito.
→ A cardinalidade de um conjunto A, denotada por |A|, expressa
o número de elementos do conjunto (se ele é finito) ou sua
“ordem de grandeza” (se ele é infinito).
Ex.: |T| = 4 || = 0
|P| = |Z| = |Q| = 0
|R| = 2 0 = c

Matemática Discreta Aula 4 - 32


Relações entre conjuntos
• Que relação existe entre os seguintes conjuntos:
A = {2, 3, 5} e B = {1, 2, 3, 4, 5, 7} ?
• R.: todo elemento de A é elemento de B.

• Um conjunto A é dito ser subconjunto de um conjunto B, denotado


por A B, se, e somente se, todo elemento de A também é elemento
de B. Diz-se que A está contido em B

• Se A  B e |A| < |B| então A é um subconjunto próprio de B (AB)

• Qual a relação entre o número 2, o conjunto {2} e o conjunto A acima?


• Pertinência: 2  A (2 pertence a A) e 2  {2} (2 pertence a {2})
• Continência: {2}  A ({2} está contido em a A)

Matemática Discreta Aula 4 - 33


Relações entre conjuntos

• DISTINÇÃO ENTRE pertinência E continência


• Em um ambiente de classes e instâncias.

• Uma classe A é uma subclasse de B, (A  B)

• Um objeto o é uma instância de uma classe A (o  A)

• EXERCÍCIO: quais as relações entre

- ‘Brunna’, Alunos de MD, Alunos do CCC e


Frequentadores da sala CAA304.

Matemática Discreta Aula 4 - 34


Exercício –Marque verdadeiro ou falso, e prove

Sejam A, B e C os seguintes conjuntos:


A = {1, 7, 9, 15}
B = {7, 9}
C = {7, 9, 15, 20, {9}, B}
Verifique se as afirmações abaixo são V ou F:
a) B C
b) B A
c) A C
d) {9,{9}} C
e)  A  A

Matemática Discreta Aula 4 - 35


Exercício

Sejam A, B e C os seguintes conjuntos:


A = {1, 7, 9, 15}
B = {7, 9}
C = {7, 9, 15, 20, {9}, B}
Verifique que:
B C
B A
A C
{9,{9}} C
 A  A

Matemática Discreta Aula 4 - 36


Igualdade de Conjuntos

→ Dois conjuntos A e B são iguais, A = B, se, e


somente se, A  B e B  A.

Matemática Discreta Aula 4 - 37


Conjunto das partes
Conjunto das partes (potência)

→ Seja S um conjunto qualquer. Então, o conjunto das partes de S,


denotado por P(S) ou 2S, é o conjunto formado por todos os
subconjuntos de S.
Ex.: Seja S = {1, 2}. Então, P(S) = {{1}, {2}, {1,2}, }

→ Seja S um conjunto qualquer com cardinalidade |S| = n. Então, |P(S)| =


2n .

Ex.: S = {1, 2} P(S) = {{1}, {2}, {1,2}, }


|S| = 2 |P(S)| = 4 = 22.
S= P(S) = P() = {}
|S| = 0 |P(S)| = 1 = 20.
OBSERVAÇÃO: Para todo conjunto C, |P(C)| > |C| (diagonalização de Cantor)
Logo |P(Z)| > |Z| e 0 < 2 0 = c = |R|
Matemática Discreta Aula 4 - 38
Operações sobre Conjuntos
• Seja S o conjunto de todos os alunos do IFF.
• Então, qualquer conjunto de alunos do IFF é um
elemento de P(S).
• Seja A = {alunos do curso de computação} e
• seja B = {alunos do curso de engenharia elétrica}
• Seja MD = {alunos do curso de Matemática Discreta}
• Então, A, B e MD pertencem a P(S),
• Temos MD  A, A S e B  S e
• MD  P(S), A  P(S) e B  P(S).
• O conjunto S é chamado de conjunto universo
Matemática Discreta Aula 4 - 39
Operações sobre Conjuntos

→ O conjunto formado por todos os alunos que fazem


computação (A) mais os que fazem elétrica (B) também
pertence à P(S) e é dito ser o conjunto união de A com B,
denotado por AB.

AB = {x: x A ou x B}

→ O conjunto formado por todos os alunos que fazem computação


(A) e elétrica (B) também pertence a P(S) e é dito ser o
conjunto interseção de A com B, denotado por AB.

A  B = {x: x A e x B}.

→ O conjunto de todos alunos que não fazem computação (A), é o


complemento de A, denotado por A’:

A’ = {x: x S e x  A}

Matemática Discreta Aula 4 - 40


Operações sobre Conjuntos
→ Sejam A e B conjuntos quaisquer. A diferença de A com relação
a B, denotada por A-B, é o conjunto formado por todos os
elementos que pertencem a A e não pertencem a B (pertencem
a B’).
A-B = {x: x A e x B}
→ Se A e B são conjuntos e AB = , então, A e B são ditos
serem disjuntos.

→ Sejam A e B conjuntos. O produto cartesiano de A com B,


denotado por A x B, é definido como:
A x B = {(x, y): x  A e y  B}
Obs. (x,y) é um par ordenado. Nota: (x,y)  (y,x)

Definições de par ordenado: (x,y) = {x, {x,y}} ou (x,y) = {{x,1}, {y,2}}

Existe {x,x} ? e (x,x)? Como seria o par (2,1) na segunda notação?

Matemática Discreta Aula 4 - 41


Produto Cartesiano

A x A = A2 = {(x,y): x A e y A}
A x A x A = A3 = {(x,y,z): x A, y A e z A}

A x A x...x A = {(x1,x2,...,xn): xiA, 1 i n}

Ex.: Sejam A = {1,2} e B = {2,4}

A2 = {(1,1), (1,2), (2,1), (2,2)}

A x B = {(1,2), (1.4), (2,2), (2,4)}

Matemática Discreta Aula 4 - 42


Identidades Básicas

• AB = BA AB = BA

• (AB)C = A(BC) (AB )C = A(BC

• A(BC) = (AB)(AC) A(BC) = (AB)(AC)

• A = A AU = A

• AA’ = U AA’ = 

Matemática Discreta Aula 4 - 43


Exercício

Matemática Discreta Aula 4 - 44


Exercício

Sejam A e B conjuntos quaisquer. Mostre que:


(AB’)  (A’B) =  se, e somente se, A = B.

Matemática Discreta Aula 4 - 45


Classes de Objetos  Conjuntos
 as instâncias de uma
Classe C, |C| • Um conjunto CI

 Uma classe C • Um conjunto universal C


 Uma generalização
CG de C1 e C2
 • CG = C1 C2, e Ci  C

• A  A1 x A2x...xAn
 Uma agregação
A de A1, A2,..., An
• AG P(AE)
 Um agrupamento
AG de AE

Matemática Discreta Aula 4 - 46


Conjuntos  Classes de Objetos
 Uma Classe C com • C  A1 x A2x...xAn
os atributos A1,..,An

Uma associação

• rel  C1 x C2
rel entre C1 e C2

 Um método m de C • Uma função


m: UC  UC, tal que
m(C) = C’

Matemática Discreta Aula 4 - 47


Conjuntos Contáveis e Incontáveis
• Um conjunto contável é um conjunto em que
podemos associar a cada elemento um inteiro
• 1,2,3,...

• Todo conjunto finito é contável.


• ou seja, podemos sempre designar um elemento
como o primeiro, s1, outro elemento como o segundo,
s2, e assim por diante.

• ou seja, podemos listar seus elementos na ordem


escolhida:

s1, s2, s3, ..., sn

• Esta lista representa todo


Matemática Discreta
o conjunto.
Aula 4 - 48
Conjuntos Contáveis e Incontáveis

• Um conjunto infinito, também pode ser contável:


s1, s2, s3, ...
• representa todo o conjunto.
• Ex.: o conjunto dos naturais, N. Podemos indicar o
primeiro elemento, o segundo elemento, o terceiro
elemento, etc. :
0, 1, 2, 3,...
• A operação sucessor(x) = x+1

Matemática Discreta Aula 4 - 49


Conjuntos Contáveis e Incontáveis

→Um conjunto infinito contável chama-se enumerável


(ou denumerável).

• Assim, para se mostrar que um conjunto é


enumerável precisamos exibir um esquema de
listagem ou enumeração de todos os seus
elementos.

• Ex.: o conjunto Q+ dos números racionais positivos é


enumerável.

Matemática Discreta Aula 4 - 50


Q+ é enumerável
• Sabemos que todo racional positivo pode ser escrito como uma
fração de inteiros positivos.
• Podemos listar todas essas frações da seguinte forma:
• as que têm numerador 1 na primeira linha, as que têm
numerador 2 na segunda linha, e assim por diante:

1/1 1/2 1/3 1/4 ...


2/1 2/2 2/3 2/4 ...
3/1 3/2 3/3 3/4 ...
4/1 4/2 4/3 4/4...
. . . . ...
. . . . ...
• Podemos traçar uma linha que passe por toda a matriz,
começando no 1/1; e em seguida fornecer uma enumeração de
todo o conjunto. Ex.: 1/3 seria o 4o. elemento da enumeração.

Matemática Discreta Aula 4 - 51


Conjuntos Contáveis e Incontáveis

• Existem conjuntos infinitos que não podem ser


enumerados : são incontáveis/não-contáveis.

• Exemplo: o conjunto de todos os reais entre 0 e 1.

Matemática Discreta Aula 4 - 52


Prova: Os reais entre 0 e 1 não é contável

• Qualquer número real entre 0 e 1 pode ser escrito


como um número decimal: 0.d1d2d3...
onde di  {0,...9}.
• Vamos assumir que o conjunto é contável. Então,
existe uma enumeração do conjunto e tal que
podemos descrevê-la da seguinte forma:
• dij é a j-ésima casa decimal do í-ésimo número da
enumeração:
0.d11d12d13... = n1
0.d21d22d23... = n2
0.d31d32d33... = n3

Matemática Discreta Aula 4 - 53


Reais entre 0 e 1 não é contável
• 0.di1di2di3... dij .. = ni
• Agora, construamos um número real p da seguinte forma:
p = 0.p1p2p3...
• pi = 5 se dii  5 e pi = 6 se dii = 5
• Portanto, p é um número real entre 0 e 1.

No entanto, p não está na enumeração!!!,


pois p  ni, para todo i já que pois pi  dii

• Método da diagonalização de Cantor.

• P.ex. para i=3

- se d33 = 5, p3 = 6

- Se d33  5, p3 = 5, logo, em ambos os casos: p  n3


Matemática Discreta Aula 4 - 54
Problemas de Contagem
- Quantos usuários um servidor pode suportar?
- Quantas operações um determinado algoritmo envolve? =>
COMPLEXIDADE DE ALGORITMOS (n2)
for (x=1; x<=100; x++) {
for (y=x; y<=100; y++) {
if v(y) < v(x) aux=v(x) {
v(x)=v(y);
v(y)=v(x);}
}
}
Se resumem em determinar quantos elementos existem em
um conjunto finito.
Parece fácil mas nem sempre se pode determinar com
facilidade uma resposta:
Matemática Discreta Aula 4 - 55

Você também pode gostar