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Conjuntos

André Rodrigues da Cruz


andre@decom.cefetmg.br

Departamento de Computação
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Matemática Discreta

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Conjuntos

Definição
Um conjunto é uma coleção não ordenada de objetos. Os objetos do
conjunto são os elementos (membros) pertencentes a ele.
a ∈ A: a pertence ao conjunto A;
A 3 a: o conjunto A contém o elemento a.

Exemplos
O = {a, Carlos, 2, São João} é um conjunto com 4 elementos;
T = {10, {4, 7, 1}, 2} é um conjunto com 3 elementos;
Z∗ = {. . . , −2, −1, 1, 2, . . .} é o conjunto dos inteiros sem o zero.

0 ∈ N, −5 ∈ Z, 8/3 ∈ Q, 2 ∈ I, π ∈ R e 2i ∈ C;
−1 6∈ N, −5,1 6∈ Z, π 6∈ Q, 2 6∈ I, −i 6∈ R e João 6∈ C.

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Conjuntos
Notação de construção: Estabelecimento de propriedades.
Conjuntos Especiais:
I Universo U: contém todos objetos em consideração;
I Vazio ou Nulo ∅: contém nenhum elemento;
I Unitário: Possui exatamente um elemento.
Exemplos
O = {x ∈ Z+ | x é ı́mpar e x < 10};
Q = {p/q | p ∈ Z e q ∈ Z∗ };
∅ = {}, ∅=
6 {∅};
{a}, {1}, {∅} e {{a, b, c}} são conjuntos unitários;
Diagrama de Venn para o conjunto das vogais:
U
a
e u
V
i o

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Subconjuntos
Definição
Um conjunto A é um subconjunto de B, A ⊆ B, se e somente se todo
elemento de A for também um elemento de B. Ou seja, A ⊆ B se
somente se a quantificação ∀x(x ∈ A → x ∈ B) for verdadeira.

Subconjunto estrito, A ⊂ B:
I Enfatiza que existe pelo menos um elemento de B que não é de A;
I ∀x(x ∈ A → x ∈ B) ∧ ∃x(x ∈ B ∧ x 6∈ A)

Exemplo
U

A B

A ⊆ B e B ⊆ U.
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Subconjuntos

Teorema
Para todo conjunto S,
(i) ∅ ⊆ S; e
(ii) S ⊆ S.

Demonstração
Demonstraremos (i) e (ii) fica como exercı́cio.
Seja S um conjunto. Para demonstrar que ∅ ⊆ S, devemos mostrar que ∀x(x ∈ ∅ → x ∈ S).
Como não existe elemento no conjunto ∅, temos que x ∈ ∅ é sempre falsa. Isto implica que
x ∈ ∅ → x ∈ S é sempre verdadeira para todo x do domı́nio. Portanto, ∅ ⊆ S.
Note que esta demonstração é por vacuidade.

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Igualdade entre Conjuntos

Definição
Dois conjuntos são iguais se e somente se eles possuem os mesmos
elementos. Ou seja, A e B são conjuntos iguais se e somente se
∀x(x ∈ A ↔ x ∈ B). Escrevemos A = B se A e B forem conjuntos iguais.

Exemplos
{1, 3, 5} = {5, 1, 3} = {1, 3, 3, 3, 5, 5};
{1, 2, 3, 5} =
6 {1, 3, 5}.

Para mostrar a igualdade de dois conjuntos, A = B, deve-se:


I Mostrar que A ⊆ B e que B ⊆ A;
I Ou seja, ∀x(x ∈ A → x ∈ B) e ∀x(x ∈ B → x ∈ A).
Equivalência:
∀x(x ∈ A ↔ x ∈ B) ≡ ∀x(x ∈ A → x ∈ B) ∧ ∀x(x ∈ B → x ∈ A).

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Conjunto Finito e Infinito

Definição
Seja S um conjunto. Se há exatamente n elementos distintos em S, em
que n é um número inteiro não negativo, dizemos que S é um conjunto
finito com cardinalidade n, |S| = n.

Definição
Um conjunto é dito ser infinito se não for finito.

Exemplos
O conjunto dos naturais ı́mpares menores que 10 possui cardinalidade 5;
|∅| = 0, |{∅}| = 1, |{1, 8, 6}| = 3, |{{1, 2}, 3}| = 2;
Se A = {a, b, c, d, c, e, e, e}, então |A| = 5;
N, Z e R são conjuntos infinitos.

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Conjunto Potência

Definição
Dado um conjunto S, o conjunto das partes ou conjunto potência de S
é o conjunto de todos os subconjuntos do conjunto S. O conjunto das
partes de S é indicado por P(S).

Exemplos
P({0, 1, 2}) = {∅, {0}, {1}, {2}, {0, 1}, {0, 2}, {1, 2}, {0, 1, 2}};
P(∅) = {∅} e P({∅}) = {∅, {∅}};
P(A) = {∅, {a}, {b}, {a, b}}, em que A = {a, b}.

O conjunto vazio e o próprio conjunto sempre são elementos do


conjunto potência;
O conjunto potência possui 2n elementos, em que n é a cardinalidade
do conjunto.
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n-upla Ordenada

Definição
A n-upla ordenada (a1 , a2 , . . . , an ) é a coleção ordenada com os
elementos a1 em primeiro, a2 em segundo, . . . , e an em n-ésimo.

Uma 2-upla é chamado de par ordenado;


Duas n-uplas (a1 , a2 , . . . , an ) e (b1 , b2 , . . . , bn ) são iguais se somente
se ai = bi para todo i = 1, 2, . . . , n.

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Produto Cartesiano

Definição
Considere A e B como conjuntos. O produto cartesiano de A e B,
indicado por A × B, é o conjunto de todos os pares ordenados (a, b), em
que a ∈ A e b ∈ B. Assim, A × B = {(a, b) | a ∈ A ∧ b ∈ B}.

Exemplo
Dado A = {1, 2} e B = {a, b}, temos A × B = {(1, a), (1, b), (2, a), (2, b)}
e B × A = {(a, 1), (b, 1), (a, 2), (b, 2)}. Observa-se que A × B 6= B × A.

A × B = B × A se somente se A = ∅ ou B = ∅ ou A = B;
Quando A = ∅ ou B = ∅ tem-se A × B = ∅;
Um subconjunto de um produto cartesiano é chamado de relação.

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Notação de Conjuntos com Quantificadores

∀x ∈ S(P(x)) ou ∀x(x ∈ S → P(x)):


I Quantificação universal de P(x) de todos os elementos do conjunto S.
∃x ∈ S(P(x)) ou ∃x(x ∈ S ∧ P(x)):
I Quantificação existencial de P(x) sobre algum elemento em S.

Exemplo
Qual o significado das proposições ∀x ∈ R(x 2 ≥ 0) e ∃x ∈ Z(x 2 = 1)?
A primeira proposição diz que o quadrado de todo número real é não negativo. Esta proposição
é sempre verdadeira.
A segunda proposição diz que existe um inteiro x tal que x 2 = 1. Esta proposição também é
verdadeira, pois para x = 1 ou x = −1, tem-se x 2 = 1.

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Conjuntos-Verdade de Quantificadores
Definição
Dados um predicado P e um domı́nio D, definimos o conjunto-verdade
de P como o conjunto de elementos x em D para que P(x) seja
verdadeira. O conjunto-verdade de P(x) é indicado por {x ∈ D|P(x)}.

∀xP(x) é verdadeira sobre U ↔ o conjunto verdade de P for o conjunto U;


∃xP(x) é verdadeira sobre U ↔ o conjunto verdade de P não é o ∅.

Exemplos
Forneça os conjuntos-verdade dos predicados P(x), “|x| = 1”, Q(x), “x 2 = 2”, e
R(x), “|x| = x”, em que o domı́nio é o conjunto dos números inteiros.
O conjunto-verdade de P, {x ∈ Z | |x| = 1}, é o conjunto dos números inteiros com |x| = 1. A proposição somente é
verdadeira para x = −1 ou x = 1. Portanto, o conjunto-verdade de P é {−1, 1}.

O conjunto-verdade de Q, {x ∈ Z | x 2 = 2}, é o conjunto dos números inteiros com x 2 = 2. Não existe elementos no
domı́nio para o qual a proposição seja verdadeira. Portanto, o conjunto-verdade de Q é o conjunto vazio ∅.

O conjunto-verdade de R, {x ∈ Z | |x| = x}, é o conjunto dos números inteiros com |x| = x. A proposição somente
será verdadeira se x ≥ 0. Portanto, o conjunto-verdade de R é o conjunto dos números naturais N, ou o conjunto dos
inteiros não negativos.

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Operações com Conjuntos

Definição
Sejam A e B conjuntos. A união dos conjuntos A e B, indicada por
A ∪ B, é o conjunto que contém aqueles elementos que estão em A ou em
B, ou em ambos. Assim tem-se A ∪ B = {x|x ∈ A ∨ x ∈ B}.

Um elemento x pertence a união dos conjuntos A e B se somente se


x pertencer a A ou x pertencer a B.

Exemplo
U

A B

A ∪ B está sombreada.

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Operações com Conjuntos
Definição
Sejam A e B conjuntos. A interseção dos conjuntos A e B, indicada por
A ∩ B, é o conjunto que contém aqueles elementos que estão em A e em
B, simultaneamente. Assim tem-se A ∩ B = {x|x ∈ A ∧ x ∈ B}.

Um elemento x pertence a interseção dos conjuntos A e B se somente se x


pertencer a A e x pertencer a B.
Dois conjuntos são chamados de disjuntos se a interseção dos mesmos é o
conjunto vazio.

Exemplo
U

A B

A ∩ B está sombreada.
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Operações com Conjuntos

Exemplo
Dados os conjuntos A = {1, 3, 5}, B = {1, 2, 3} e C = {4, 6, 7}, podemos
concluir que:
A ∪ B = {1, 2, 3, 5};
A ∩ B = {1, 3};
A ∩ C = ∅, o que implica A e C serem conjuntos disjuntos.

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Princı́pio da Inclusão-Exclusão

|A ∪ B| = |A| + |B|:
I Quando A e B são disjuntos (A ∩ B = ∅).
|A ∪ B| = |A| + |B| − |A ∩ B|:
I |A ∩ B| é contado duas vezes em |A| + |B|.
|A ∪ B ∪ C | = |A| + |B| + |C | − |A ∩ B| − |A ∩ C | − |B ∩ C | + |A ∩ B ∩ C |:
I |A ∩ B| é contado duas vezes em |A| + |B|;
I |A ∩ C | é contado duas vezes em |A| + |C |;
I |B ∩ C | é contado duas vezes em |B| + |C |;
I Soma-se novamente a interseção |A ∩ B ∩ C |, removida nos passos
anteriores.
|A1 X
∪ A2 ∪ . . . ∪ A
X n| = X
= |Ai |− |Ai ∩Aj |+ |Ai ∩Aj ∩Ak |−. . .+(−1)n+1 |A1 ∩A2 ∩. . .∩An |
1≤i≤n 1≤i<j≤n 1≤i<j<k≤n

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Princı́pio da Inclusão-Exclusão

Exemplo
Foram entrevistados 120 estudantes, dos quais obteve-se os seguintes dados sobre
os idiomas estudados: 65 estudam francês; 45 estudam alemão; 42 estudam
russo; 20 estudam francês e alemão; 25 estudam francês e russo; 15 estudam
alemão e russo; e 8 estudam os três idiomas. Determine o número de alunos que
estudam pelo menos um dos três idiomas e preencha o diagrama de Venn.
Seja F , A e R os conjuntos dos alunos que falam francês, alemão e russo, respectivamente. Assim, tem-se |F | = 65, |A| = 45,
|R| = 42, |F ∩ A| = 20, |F ∩ R| = 25, |A ∩ R| = 15 e |F ∩ A ∩ R| = 8.
Pelo princı́pio da inclusão-exclusão, tem-se

|F ∪ A ∪ R| = |F | + |A| + |R| − |F ∩ A| − |F ∩ R| − |A ∩ R| + |F ∩ A ∩ R|
= 65 + 45 + 42 − 20 − 25 − 15 + 8
= 100 alunos matriculados nos três idiomas.

8 estudam os três idiomas; U


20 − 8 = 12 estudam francês e alemão (não russo);
25 − 8 = 17 estudam francês e russo (não alemão); 28 12 18
F A
15 − 8 = 7 estudam alemão e russo (não francês);
65 − 12 − 8 − 17 = 28 estudam apenas francês; 8
17 7
45 − 12 − 8 − 7 = 18 estudam apenas alemão;
10
42 − 17 − 8 − 7 = 10 estudam apenas russo;
120 − 100 = 20 não estudam idioma algum; R
20
28 + 18 + 10 = 56 estudam um idioma somente.

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Partição
Definição
Seja S um conjunto não vazio. Uma partição de S é uma subdivisão de S
em n > 0 subconjuntos não vazios disjuntos. É uma coleção de
subconjuntos Ai , 1 ≤ i ≤ n, não vazios tais que:
i) Cada a ∈ S pertence a um único Ai ;
ii) Os subconjuntos são disjuntos dois a dois, ou seja, Ai ∩ Aj = ∅ para
i 6= j.

Exemplo
S
A1 A3
A2

A5

A4 A6

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Partição

Exemplo
Seja o conjunto S = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}. Um exemplo de partição de S é
A1 = {1, 4, 5}, A2 = {2, 3} e A3 = {6, 7}.

Exemplo
Os conjuntos P = {2, 4, 6, 8} e I = {1, 3, 5, 7, 9} formam uma partição do
conjunto dos números inteiros positivos menores que 10.

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Operações com Conjuntos
Definição
Sejam A e B conjuntos. A diferença entre A e B, indicada por A − B, é o
conjunto que contém aqueles elementos que estão em A, mas não em B.
Assim tem-se A − B = {x|x ∈ A ∧ x 6∈ B}. A diferença entre A e B
também é chamada de complemento de B em relação a A.

Um elemento x pertence a diferença de A e B se somente se x


pertencer a A e x não pertencer a B.

Exemplo
U

A B

A − B está sombreada.
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Operações com Conjuntos
Definição
Considere U como o conjunto universo. O complemento do conjunto A,
indicado por A, é o complemento de A em relação à U. Em outras
palavras, o complemento do conjunto A é U − A. Assim tem-se
A = {x|x 6∈ A}.

Um elemento x pertence ao complemento de A se somente se x não


pertencer a A.

Exemplo
U

A está sombreada.
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Operações com Conjuntos

Exemplos
Dados os conjuntos A = {1, 3, 5} e B = {1, 2, 3}, temos que:
A − B = {5};
B − A = {2}.

Exemplos
Considere V = {a, e, i, o, u}, sendo o conjunto universo o conjunto de
todas as letras do alfabeto português, temos que
V = {b, c, d, f , g , h, j, k, l, m, n, p, q, r , s, t, v , w , x, y , z};
Considere A como sendo o conjunto dos números inteiros positivos
maiores que 10 (sendo o conjunto universo os inteiros positivos).
Então A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}.

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Identidade dos Conjuntos

Identidade Nome
A∪∅=A Propriedade dos elementos neutros
A∩U =A
A∪U =U Propriedade de dominação
A∩∅=∅
A∪A=A Propriedades idempotentes
A∩A=A
(A) = A Propriedade da complementação
A∪B =B ∪A Propriedades comutativas
A∩B =B ∩A
A ∪ (B ∪ C ) = (A ∪ B) ∪ C Propriedades associativas
A ∩ (B ∩ C ) = (A ∩ B) ∩ C
A ∩ (B ∪ C ) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C ) Propriedades distributivas
A ∪ (B ∩ C ) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C )
A∪B =A∩B Leis de Morgan
A∩B =A∪B
A ∪ (A ∩ B) = A Propriedades da absorção
A ∩ (A ∪ B) = A
A∪A=U Propriedades dos complementares
A∩A=∅

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Identidade dos Conjuntos

Exemplo
Demonstre que A ∩ B = A ∪ B.
Mostraremos que A ∩ B ⊆ A ∪ B e que A ∪ B ⊆ A ∩ B.
Primeiro mostremos que A ∩ B ⊆ A ∪ B. Então, suponha que x ∈ A ∩ B. Pela definição de
complemento, x 6∈ A ∩ B. Pela definição de interseção, ¬((x ∈ A) ∧ (x ∈ B)) é verdadeira.
Aplicando a lei de Morgan (da lógica), vemos que é verdade que ¬(x ∈ A) ∨ ¬(x ∈ B). Assim,
pela definição de negação, x 6∈ A ∨ x 6∈ B. Pela definição de complemento, x ∈ A ∨ x ∈ B.
Temos que pela definição de união, x ∈ A ∪ B. Isto mostra que A ∩ B ⊆ A ∪ B.
Agora mostremos que A ∪ B ⊆ A ∩ B. Suponha agora que x ∈ A ∪ B. Pela definição de união,
x ∈ A ∨ x ∈ B. Usando a definição de complemento, temos que x 6∈ A ∨ x 6∈ B.
Consequentemente, ¬(x ∈ A) ∨ ¬(x ∈ B) é verdadeira. Pela lei de Morgan (da lógica),
concluı́mos que ¬((x ∈ A) ∧ (x ∈ B)) é verdadeira. Pela definição de interseção, temos que
¬(x ∈ A ∩ B) mantém-se. Usando a definição de complemento, conclui-se que x ∈ A ∩ B. Isto
mostra que A ∪ B ⊆ A ∩ B.
Como foi mostrado que cada conjunto é subconjunto do outro, então os dois conjuntos são
iguais e a identidade está demonstrada.

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Identidade dos Conjuntos

Exemplo
Demonstre que A ∩ B = A ∪ B usando a notação de construção de
conjunto e equivalências lógicas.

A∩B = {x|x 6∈ A ∩ B} pela definição de complemento


= {x|¬(x ∈ A ∩ B)} pela definição de não pertencer
= {x|¬(x ∈ A ∧ x ∈ B)} pela definição de interseção
= {x|¬(x ∈ A) ∨ ¬(x ∈ B)} pela primeira lei de Morgan (equivalências lógicas)
= {x|x 6∈ A ∨ x 6∈ B} pela definição de não pertencer
= {x|x ∈ A ∨ x ∈ B} pela definição de complemento
= {x|x ∈ A ∪ B} pela definição de união
= A∪B pelo significado de notação de conjunto

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Uniões e Interseções Generalizadas
Definição
A união de uma coleção de conjuntos é o conjunto que contém aqueles
elementos que são membros de, pelo menos, um dos conjuntos da coleção.
Indica-se o unitório de A1 , A2 , . . . , An pela notação:
n
[
Ai = A1 ∪ A2 ∪ . . . ∪ An .
i=1

Definição
A interseção de uma coleção de conjuntos é o conjunto que contém
aqueles elementos que são membros de todos os conjuntos da coleção.
Indica-se o interseptório de A1 , A2 , . . . , An pela notação:
n
\
Ai = A1 ∩ A2 ∩ . . . ∩ An .
i=1

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Uniões e Interseções Generalizadas

Exemplo
Considere Ai = {i, i + 1, i + 2, . . .}. Então,
n
[ n
[
Ai = {i, i + 1, i + 2, . . .} = {1, 2, 3, . . .},
i=1 i=1

n
\ n
\
Ai = {i, i + 1, i + 2, . . .} = {n, n + 1, n + 2, . . .}.
i=1 i=1

Suponha que Ai = {1, 2, 3, . . . , i} para i = 1, 2, 3, . . .. Então,



[ ∞
[
Ai = {1, 2, 3, . . . , i} = {1, 2, 3, . . .} = Z∗+ ,
i=1 i=1


\ ∞
\
Ai = {1, 2, 3, . . . , i} = {1}.
i=1 i=1

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