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Matemática Discreta

Cláudio N. Meneses1
1 Centro de Matemática, Computação e Cognição
Universidade Federal do ABC

18 de Fevereiro de 2020

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 1 / 89


“Discrete mathematics, the study of finite systems, has become
increasingly important as the computer age has advanced. The digital
computer is basically a finite structure, and many of its properties can be
understood and interpreted within the framework of finite mathematical
systems.”
Symour Lipschutz,
Marc Lars Lison

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Conjuntos, Relações e Funções

Um conjunto será representado geralmente por uma letra maiúscula


A, B, X , ..., Γ, ∆ reservando-se as letras minúsculas para os seus
elementos. A expressão simbólica

x ∈A

significa que “x é elemento de A” e lê-se ”x pertence a A. A negação de


x ∈ A é representada simbolicamente por

x∈
/ A.

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Conjuntos, Relações e Funções

Um conjunto será representado geralmente por uma letra maiúscula


A, B, X , ..., Γ, ∆ reservando-se as letras minúsculas para os seus
elementos. A expressão simbólica

x ∈A

significa que “x é elemento de A” e lê-se ”x pertence a A. A negação de


x ∈ A é representada simbolicamente por

x∈
/ A.

Exemplo
Seja A o conjunto das vogais, temos que u ∈ A e h ∈
/ A.

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Descrição de Conjuntos

Existem essencialmente duas maneiras de se especificar um conjunto:


Explı́cita: Exibindo todos os elementos que pertencem ao conjunto

A = {8, 12, 13, 21, 40, 47}.

Implı́cita: Indicando uma propriedade que caracteriza os elementos do


conjunto

B = {x|3 < x < 16 e x é par}.

O conjunto que não possui elementos é chamado de conjunto vazio e é


denotado por ∅ ou {}.

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Descrição de Conjuntos

Existem essencialmente duas maneiras de se especificar um conjunto:


Explı́cita: Exibindo todos os elementos que pertencem ao conjunto

A = {8, 12, 13, 21, 40, 47}.

Implı́cita: Indicando uma propriedade que caracteriza os elementos do


conjunto

B = {x|3 < x < 16 e x é par}.

O conjunto que não possui elementos é chamado de conjunto vazio e é


denotado por ∅ ou {}.

Exemplo
Γ = {x|x é inteiro e x 2 = 7} = ∅.

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Sı́mbolos Lógicos e Quantificadores

=⇒ Implicação
⇐⇒ Implicação Recı́proca
∧ Substitui a conjunção ”e”
∨ Substitui a conjunção ”ou”
∀ ”Para todo”ou ”qualquer que seja”
∃ Existe
∃! Existe um único
@ Não existe

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Subconjuntos

Se todo elemento de um conjunto A for também elemento de um conjunto


B, dizemos que o conjunto A está contido no conjunto B, o que se
denota por A ⊆ B; neste caso também dizemos que A é subconjunto de
B ou ainda que B contém A (B ⊇ A).

Dois conjuntos, A e B, são iguais se eles tiverem os mesmos elementos.


Equivalentemente, se A = B, então A ⊆ B e B ⊆ A. Reciprocamente, se
A ⊆ B e B ⊆ A se verificarem simultaneamente então A = B. Se A ⊆ B e
A 6= B dizemos que A é um subconjunto próprio de B e denotamos por
A ⊂ B.

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Exemplo
Considere A = {x|x é primo e 2 < x ≤ 23}, B = {x|x é ı́mpar} e
C = {3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23}. Então
(a) A ⊂ B;
(b) B ⊃ C ;
(c) A = C .

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Operações entre Conjuntos
A união de A e B, que representamos por A ∪ B, é o conjunto dos
elementos que pertencem a pelo menos um dos conjuntos
A ∪ B = {x|x ∈ A ou x ∈ B} .
De modo geral, dados n conjuntos A1 , A2 , ...An sua união é representada
por:
[n
Ai = {x|x ∈ A1 ou x ∈ A2 ou ... ou x ∈ An } .
i=1
A intersecção de A e B, que representamos por A ∩ B, é o conjunto dos
elementos que pertencem a ambos os conjuntos
A ∩ B = {x|x ∈ A e x ∈ B} .
A interseção de A1 , A2 , ...An é representada por:
n
\
Ai = {x|x ∈ A1 e x ∈ A2 e ... e x ∈ An } .
i=1

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Quando A ∩ B = ∅, dizemos que os conjuntos são disjuntos.
A diferença entre A e B, que representamos por A \ B (ou A − B), é o
conjunto dos elementos que pertencem a A mas não pertencem a B:
A \ B = {x|x ∈ A e x ∈
/ B} .
Quando está implı́cito um dado universo U, chama-se complementar de
A em U, que representamos por AC , a diferença U \ A:
AC = U \ A.

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Quando A ∩ B = ∅, dizemos que os conjuntos são disjuntos.
A diferença entre A e B, que representamos por A \ B (ou A − B), é o
conjunto dos elementos que pertencem a A mas não pertencem a B:
A \ B = {x|x ∈ A e x ∈
/ B} .
Quando está implı́cito um dado universo U, chama-se complementar de
A em U, que representamos por AC , a diferença U \ A:
AC = U \ A.

Exemplo
Se A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4, 5, 6, 7} então

A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}
A ∩ B = {3, 4}
A \ B = {1, 2}
B \ A = {5, 6, 7}.
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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C .

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.Suponha que x ∈ (A ∪ B)C .

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.Suponha que x ∈ (A ∪ B)C .Então
x ∈ U \ (A ∪ B).

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.Suponha que x ∈ (A ∪ B)C .Então
x ∈ U \ (A ∪ B).Isto implica que x ∈
/Aex∈ / B.

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.Suponha que x ∈ (A ∪ B)C .Então
x ∈ U \ (A ∪ B).Isto implica que x ∈
/Aex∈ / B.Assim x ∈ AC e
x ∈B .C

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.Suponha que x ∈ (A ∪ B)C .Então
x ∈ U \ (A ∪ B).Isto implica que x ∈
/Aex∈ / B.Assim x ∈ AC e
C C
x ∈ B .Portanto x ∈ A ∩ B . C

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.Suponha que x ∈ (A ∪ B)C .Então
x ∈ U \ (A ∪ B).Isto implica que x ∈
/Aex∈ / B.Assim x ∈ AC e
C C
x ∈ B .Portanto x ∈ A ∩ B . C

Suponha que x ∈ (AC ∩ B C ).

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.Suponha que x ∈ (A ∪ B)C .Então
x ∈ U \ (A ∪ B).Isto implica que x ∈
/Aex∈ / B.Assim x ∈ AC e
C C
x ∈ B .Portanto x ∈ A ∩ B . C

Suponha que x ∈ (AC ∩ B C ).Então x ∈ AC e x ∈ B C .

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.Suponha que x ∈ (A ∪ B)C .Então
x ∈ U \ (A ∪ B).Isto implica que x ∈
/Aex∈ / B.Assim x ∈ AC e
C C
x ∈ B .Portanto x ∈ A ∩ B . C

Suponha que x ∈ (AC ∩ B C ).Então x ∈ AC e x ∈ B C .Assim x ∈


/Ae
x∈/ B.

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Teorema 1
Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer, então
(a) A ∪ B = B ∪ A, A ∩ B = B ∩ A;
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ), (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C );
C
(c) (A ∪ B) = AC ∩ BC .

Demonstração.
Uma prova para o item (c) é a seguinte.Precisamos mostrar que
(A ∪ B)C ⊆ (AC ∩ B C ) e (AC ∩ B C ) ⊆ (A ∪ B)C . Seja U o conjunto
universo tal que A ⊆ U e B ⊆ U.Suponha que x ∈ (A ∪ B)C .Então
x ∈ U \ (A ∪ B).Isto implica que x ∈
/Aex∈ / B.Assim x ∈ AC e
C C
x ∈ B .Portanto x ∈ A ∩ B . C

Suponha que x ∈ (AC ∩ B C ).Então x ∈ AC e x ∈ B C .Assim x ∈


/Ae
x∈/ B.Portanto, x ∈ (A ∪ B)C . Q.E.D

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Conjuntos Finitos e Infinitos

Dizemos que um conjunto é finito se for possı́vel contar os seus


elementos, caso contrário dizemos que o conjunto é infinito. Se A for um
conjunto finito, denotamos por n (A) o número de elementos de A.
Se A e B são conjuntos finitos, então A ∪ B e A ∩ B são finitos e

n (A ∪ B) = n (A) + n (B) − n (A ∩ B) .

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Conjuntos Finitos e Infinitos

Dizemos que um conjunto é finito se for possı́vel contar os seus


elementos, caso contrário dizemos que o conjunto é infinito. Se A for um
conjunto finito, denotamos por n (A) o número de elementos de A.
Se A e B são conjuntos finitos, então A ∪ B e A ∩ B são finitos e

n (A ∪ B) = n (A) + n (B) − n (A ∩ B) .

Podemos estender esse resultado para um número finito qualquer de


conjuntos. No caso de três conjuntos finitos A, B e C temos

n (A ∪ B ∪ C ) = n (A) + n (B) + n (C ) − n (A ∩ B) − n (A ∩ C )
− n (B ∩ C ) + n (A ∩ B ∩ C ) .

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Exemplo
Em uma pesquisa com 60 pessoas, verificou-se que:

25 lêem Veja
26 lêem Isto é
26 lêem Carta Capital
9 lêem Veja e Carta Capital
11 lêem Veja e Isto é
8 lêem Isto é e Carta Capital
3 lêem as três revistas

a) Quantas pessoas lêem pelo menos uma das revistas?


b) Quantas pessoas lêem exatamente uma revista?

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Conjunto das Partes

Dado um conjunto arbitrário, é possı́vel construir novos conjuntos cujos


elementos são partes do conjunto inicial. Em particular, sendo A um
conjunto qualquer, denota-se por P(A) o conjunto constituı́do por todos
os subconjuntos de A, isto é,

P(A) = {X |X ⊆ A}

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Conjunto das Partes

Dado um conjunto arbitrário, é possı́vel construir novos conjuntos cujos


elementos são partes do conjunto inicial. Em particular, sendo A um
conjunto qualquer, denota-se por P(A) o conjunto constituı́do por todos
os subconjuntos de A, isto é,

P(A) = {X |X ⊆ A}

Exemplo
Seja A = {a, b, c}. Então
P(A) = {∅, {a}, {b}, {c}, {a, b}, {a, c}, {b, c}, {a, b, c}} é o conjunto
das partes de A, com |P(A)| = 2|A| elementos.

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Partições

Seja A um conjunto não-vazio. Uma partição de A é uma famı́lia de


subconjuntos não-vazios A1 , A2 , ..., An , tais que:
[n
1 Ai = A;
i=1
2 Ai ∩ Aj = ∅, se i 6= j.

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Partições

Seja A um conjunto não-vazio. Uma partição de A é uma famı́lia de


subconjuntos não-vazios A1 , A2 , ..., An , tais que:
[n
1 Ai = A;
i=1
2 Ai ∩ Aj = ∅, se i 6= j.

Exemplo
Os conjuntos {1}, {2, 3} e {4, 5, 6} formam uma partição para o conjunto
{1, 2, 3, 4, 5, 6}.

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Conjuntos Numéricos
Números Naturais
Qualquer número que resulte de uma contagem de unidades é chamado de
número natural. Indica-se por N o conjunto dos números naturais e por
N∗ o conjunto dos números naturais não nulos:

N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}
N∗ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}

Números Inteiros
O conjunto dos números inteiros é o conjunto:

Z = {... − 3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, ...}


Z∗ = {... − 3, −2, −1, 1, 2, 3, ...}
Z+ = {0, 1, 2, 3, ...}
Z− = {... − 3, −2, −1, 0}

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Se n é um número inteiro, então n + 1 é um número inteiro tal que:
n e n + 1 são chamados números inteiros consecutivos;
n é o antecessor de n + 1;
n + 1 é o sucessor de n.

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Número Racional
Número racional é todo aquele que pode ser representado por uma razão
entre dois números inteiros, sendo o segundo não nulo, ou seja:
 
p ∗
Q = x|x = ; p ∈ Z e q ∈ Z
q

Número Irracional
Número irracional é toda dı́zima não-periódica, ou seja, é todo número
com infinitas casas decimais e não-periódico. Um número irracional não
pode ser representado como uma razão entre dois inteiros. Indicamos o
conjunto de todos os números irracionais por:

R \ Q = {x|x é dı́zima não-periódica} .

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Número Real
Qualquer número racional ou irracional é chamado de número real.
Podemos dizer, portanto, que um número real é todo número decimal,
com um número finito ou infinito de casas decimais. Indica-se por R o
conjunto dos números reais:

R = {x|x é racional ou irracional}

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Número Complexo
Um número complexo é um número que pode ser expresso na forma a + bi,
onde a e b são números reais, e i é uma solução da equação x 2 = −1.
Nenhum número real x satisfaz x 2 = −1. Devido a isto, i é chamado
número imaginário. No número complexo a + bi, a é a parte real enquanto
b é a parte imaginária. Indica-se por C o conjunto dos números complexos:
n √ o
C = a + bi|a, b ∈ R e i = −1

Podemos relacionar os conjuntos numéricos pela relação de inclusão como


segue:
N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R ⊂ C.

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Produto Cartesiano

Considere dois conjuntos A e B, não-vazios. Chamamos produto


cartesiano de A por B o conjunto formado por todos os pares ordenados
(a, b) tais que a ∈ A e b ∈ B.

A × B = {(a, b) |a ∈ A e b ∈ B}

No caso particular em que A = B obtém-se o conjunto

A2 = A × A.

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Exemplo
Considere A = {2, 3} e B = {0, 1}. O produto cartesiano de A por B é o
conjunto formado pelos seguintes pares ordenados:

A × B = {(2, 0) , (2, 1) , (3, 0) , (3, 1)} .

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Exemplo
Considere A = {2, 3} e B = {0, 1}. O produto cartesiano de A por B é o
conjunto formado pelos seguintes pares ordenados:

A × B = {(2, 0) , (2, 1) , (3, 0) , (3, 1)} .

Já o produto cartesiano de B por A é dado por

B × A = {(0, 2) , (0, 3) , (1, 2) , (1, 3)} .

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Em geral temos que A × B 6= B × A, ocorrendo igualdade apenas quando
A = B.
n
Y
O produto cartesiano de n conjuntos A1 , A2 , ..., An , denotado por Ai
i=1
(ou A1 × A2 × ... × An ) é definido por:
n
Y
Ai = {(x1 , x2 , ..., xn ) |x1 ∈ A1 e x2 ∈ A2 e ... e xn ∈ An } .
i=1

Se, em particular, tivermos A1 = A2 = ... = An = A, escrevemos

An = {(x1 , x2 , ..., xn ) |xi ∈ Ai } .

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Relações Binárias

Considere dois conjuntos A e B. Denominamos relação de A em B todo


subconjunto de A × B. Uma relação de um conjunto A em si mesmo é
dita apenas uma relação em A.

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Relações Binárias

Considere dois conjuntos A e B. Denominamos relação de A em B todo


subconjunto de A × B. Uma relação de um conjunto A em si mesmo é
dita apenas uma relação em A.
Exemplo
Sejam A = {1, 2, 3} e B = {−1, 1}, então

A × B = {(1, −1) , (1, 1) , (2, −1) , (2, 1) , (3, −1) , (3, 1)}

A partir de A × B podemos escrever alguns de seus subconjuntos:


R1 = {(1, 1)} R2 = {(1, −1) , (3, 1)} R3 = {(1, −1) , (2, −1) , (3, −1)}.
Esses subconjuntos de A × B são exemplos de relações de A em B.

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Exemplo
Seja A = {1, 2, 3, 4, 5}. Definindo a relação R (menor que) em A:

aRb ⇐⇒ a < b

então
R = {(1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 3), (2, 4), (2, 5), (3, 4), (3, 5), (4, 5)}.

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Exemplo
Seja A = {1, 2, 3, 4, 5}. Definindo a relação R (menor que) em A:

aRb ⇐⇒ a < b

então
R = {(1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 3), (2, 4), (2, 5), (3, 4), (3, 5), (4, 5)}.

Em uma relação R : A → B, o domı́nio de R é o conjunto dos primeiros


elementos dos pares que definem R, e a imagem de R é o conjunto
formado pelos segundos elementos dos pares.

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Relação Inversa

Seja R uma relação qualquer de A em B. A inversa de R, denotada por


R−1 , é a relação de B para A definida por

R−1 = {(b, a) | (a, b) ∈ R} .

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Relação Inversa

Seja R uma relação qualquer de A em B. A inversa de R, denotada por


R−1 , é a relação de B para A definida por

R−1 = {(b, a) | (a, b) ∈ R} .

Exemplo
A inversa da relação R = {(1, y ) , (1, z) , (3, y )} é
R−1 = {(y , 1) , (z, 1) , (y , 3)}.

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Relação Inversa

Seja R uma relação qualquer de A em B. A inversa de R, denotada por


R−1 , é a relação de B para A definida por

R−1 = {(b, a) | (a, b) ∈ R} .

Exemplo
A inversa da relação R = {(1, y ) , (1, z) , (3, y )} é
R−1 = {(y , 1) , (z, 1) , (y , 3)}.
−1
Se R é uma relação, então R−1 = R. Além disso, o domı́nio e a
imagem de R−1 são, respectivamente, iguais à imagem e ao domı́nio de R.

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Composição de Relações

Dadas duas relações R ⊆ A × B e S ⊆ B × C , podemos definir a relação


composta de R e S, denotada por S ◦ R , de A em C por

S ◦ R = {(a, c) |∃b ∈ B tal que (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ S} .

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Composição de Relações

Dadas duas relações R ⊆ A × B e S ⊆ B × C , podemos definir a relação


composta de R e S, denotada por S ◦ R , de A em C por

S ◦ R = {(a, c) |∃b ∈ B tal que (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ S} .

Exemplo
Sejam A = {1, 2, 3, 4} , B = {a, b, c} , C = {α, β} , R =
{(1, a) , (1, b) , (3, c) , (4, c)} e S = {(a, α) , (a, β) , (b, β)}. Então
S ◦ R = {(1, α) , (1, β)} .

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Matriz da Relação

Sejam A e B conjuntos finitos e não vazios, tais que n (A) = n e


n (B) = m. Podemos identificar A com {ai |1 ≤ i ≤ n} e B com
{bj |1 ≤ j ≤ m}. Qualquer relação R de A em B pode ser representada
por uma tabela, matriz da relação, do seguinte modo: O elemento que
está na linha i e coluna j é 1 se (ai , bj ) ∈ R, e é 0 se (ai , bj ) ∈
/ R. Ou
seja, se MR for tal matriz, e MR [i, j] representar o elemento na linha i e
coluna j então

MR [i, j] = 1 ⇐⇒ (ai , bj ) ∈ R
MR [i, j] = 0 ⇐⇒ (ai , bj ) ∈
/R

com 1 ≤ i ≤ n e 1 ≤ j ≤ m.

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Exemplo
Seja A = {1, 2, 3} , B = {1, 2, 3, 4, 5} e R ⊆ A × B,

R = {(1, 2), (1, 3), (2, 2), (3, 4), (3, 5)}

Então,  
0 1 1 0 0
MR =  0 1 0 0 0  .
0 0 0 1 1

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Seja R uma relação. A matriz da relação inversa R−1 é a transposta da
matriz de R.

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Seja R uma relação. A matriz da relação inversa R−1 é a transposta da
matriz de R.
Exemplo
Para a relação R do exemplo anterior, temos que
R−1 = {(2, 1) , (3, 1) , (2, 2) , (4, 3) , (5, 3)}. Então
 
0 0 0  t
 1 1 0  0 1 1 0 0
t
 
MR−1 =   1 0 0 = 0 1 0 0 0
   = MR .
 0 0 1  0 0 0 1 1
0 0 1

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Grafo da Relação

As relações em A podem ser representadas por grafos orientados os quais


são constituı́dos por um conjunto de vértices (que representam os
elementos de A) e um conjunto de arcos (que correspondem aos pares
ordenados que pertencem à relação).

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Exemplo
Seja R a seguinte relação definida em N∗ ,

R = {(x, y ) |y ≤ 9, y é múltiplo de x e x 6= y } ∪ {(1, 1)} .

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Exemplo
Seja R a seguinte relação definida em N∗ ,

R = {(x, y ) |y ≤ 9, y é múltiplo de x e x 6= y } ∪ {(1, 1)} .

Então o grafo orientado de R é

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.
Equivalentemente, se (a, b) ∈ R e (b, a) ∈ R então a = b;
Transitiva: se (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ R então (a, c) ∈ R.

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.
Equivalentemente, se (a, b) ∈ R e (b, a) ∈ R então a = b;
Transitiva: se (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ R então (a, c) ∈ R.

Exemplo
Considere as seguintes relações no conjunto A = {1, 2, 3, 4},

R1 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 1) , (2, 2) , (3, 3) , (4, 4)} ,


R2 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 3) , (1, 3) , (4, 4)} ,
R3 = {(1, 3) , (2, 1)} .

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.
Equivalentemente, se (a, b) ∈ R e (b, a) ∈ R então a = b;
Transitiva: se (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ R então (a, c) ∈ R.

Exemplo
Considere as seguintes relações no conjunto A = {1, 2, 3, 4},

R1 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 1) , (2, 2) , (3, 3) , (4, 4)} ,


R2 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 3) , (1, 3) , (4, 4)} ,
R3 = {(1, 3) , (2, 1)} .

R1 é

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.
Equivalentemente, se (a, b) ∈ R e (b, a) ∈ R então a = b;
Transitiva: se (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ R então (a, c) ∈ R.

Exemplo
Considere as seguintes relações no conjunto A = {1, 2, 3, 4},

R1 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 1) , (2, 2) , (3, 3) , (4, 4)} ,


R2 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 3) , (1, 3) , (4, 4)} ,
R3 = {(1, 3) , (2, 1)} .

R1 é reflexiva,

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.
Equivalentemente, se (a, b) ∈ R e (b, a) ∈ R então a = b;
Transitiva: se (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ R então (a, c) ∈ R.

Exemplo
Considere as seguintes relações no conjunto A = {1, 2, 3, 4},

R1 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 1) , (2, 2) , (3, 3) , (4, 4)} ,


R2 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 3) , (1, 3) , (4, 4)} ,
R3 = {(1, 3) , (2, 1)} .

R1 é reflexiva, simétrica

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.
Equivalentemente, se (a, b) ∈ R e (b, a) ∈ R então a = b;
Transitiva: se (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ R então (a, c) ∈ R.

Exemplo
Considere as seguintes relações no conjunto A = {1, 2, 3, 4},

R1 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 1) , (2, 2) , (3, 3) , (4, 4)} ,


R2 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 3) , (1, 3) , (4, 4)} ,
R3 = {(1, 3) , (2, 1)} .

R1 é reflexiva, simétrica e transitiva; R2 é

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.
Equivalentemente, se (a, b) ∈ R e (b, a) ∈ R então a = b;
Transitiva: se (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ R então (a, c) ∈ R.

Exemplo
Considere as seguintes relações no conjunto A = {1, 2, 3, 4},

R1 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 1) , (2, 2) , (3, 3) , (4, 4)} ,


R2 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 3) , (1, 3) , (4, 4)} ,
R3 = {(1, 3) , (2, 1)} .

R1 é reflexiva, simétrica e transitiva; R2 é anti-simétrica

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.
Equivalentemente, se (a, b) ∈ R e (b, a) ∈ R então a = b;
Transitiva: se (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ R então (a, c) ∈ R.

Exemplo
Considere as seguintes relações no conjunto A = {1, 2, 3, 4},

R1 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 1) , (2, 2) , (3, 3) , (4, 4)} ,


R2 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 3) , (1, 3) , (4, 4)} ,
R3 = {(1, 3) , (2, 1)} .

R1 é reflexiva, simétrica e transitiva; R2 é anti-simétrica e transitiva; R3 é

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Propriedades das Relações
Qualquer relação R em um conjunto A pode ou não satisfazer as
seguintes propriedades:
Reflexiva: (a, a) ∈ R ∀a ∈ A;
Simétrica: se (a, b) ∈ R então (b, a) ∈ R;
Anti-simétrica: se (a, b) ∈ R com a 6= b então (b, a) ∈
/ R.
Equivalentemente, se (a, b) ∈ R e (b, a) ∈ R então a = b;
Transitiva: se (a, b) ∈ R e (b, c) ∈ R então (a, c) ∈ R.

Exemplo
Considere as seguintes relações no conjunto A = {1, 2, 3, 4},

R1 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 1) , (2, 2) , (3, 3) , (4, 4)} ,


R2 = {(1, 1) , (1, 2) , (2, 3) , (1, 3) , (4, 4)} ,
R3 = {(1, 3) , (2, 1)} .

R1 é reflexiva, simétrica e transitiva; R2 é anti-simétrica e transitiva; R3 é


anti-simétrica.
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Relação de Equivalência

Uma relação R em A é chamada de relação de equivalência em A, se


satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Simétrica;
iii) Transitiva.

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Relação de Equivalência

Uma relação R em A é chamada de relação de equivalência em A, se


satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Simétrica;
iii) Transitiva.

Exemplo
Seja A = {1, 2, 3}.

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Relação de Equivalência

Uma relação R em A é chamada de relação de equivalência em A, se


satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Simétrica;
iii) Transitiva.

Exemplo
Seja A = {1, 2, 3}. A relação

R = {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (2, 3), (3, 2)}.

em A é

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Relação de Equivalência

Uma relação R em A é chamada de relação de equivalência em A, se


satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Simétrica;
iii) Transitiva.

Exemplo
Seja A = {1, 2, 3}. A relação

R = {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (2, 3), (3, 2)}.

em A é reflexiva,

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Relação de Equivalência

Uma relação R em A é chamada de relação de equivalência em A, se


satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Simétrica;
iii) Transitiva.

Exemplo
Seja A = {1, 2, 3}. A relação

R = {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (2, 3), (3, 2)}.

em A é reflexiva, simétrica e

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Relação de Equivalência

Uma relação R em A é chamada de relação de equivalência em A, se


satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Simétrica;
iii) Transitiva.

Exemplo
Seja A = {1, 2, 3}. A relação

R = {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (2, 3), (3, 2)}.

em A é reflexiva, simétrica e transitiva.

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Relação de Equivalência

Uma relação R em A é chamada de relação de equivalência em A, se


satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Simétrica;
iii) Transitiva.

Exemplo
Seja A = {1, 2, 3}. A relação

R = {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (2, 3), (3, 2)}.

em A é reflexiva, simétrica e transitiva. Portanto, R é uma relação de


equivalência.

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Classe de Equivalência

Suponha que R seja uma relação de equivalência em um conjunto A.

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Classe de Equivalência

Suponha que R seja uma relação de equivalência em um conjunto A. Para


cada a ∈ A, seja
[a] = {x| (a, x) ∈ R} .

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Classe de Equivalência

Suponha que R seja uma relação de equivalência em um conjunto A. Para


cada a ∈ A, seja
[a] = {x| (a, x) ∈ R} .
Em outras palavras, [a] é o conjunto dos elementos de A com os quais a
está relacionado.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 34 / 89


Classe de Equivalência

Suponha que R seja uma relação de equivalência em um conjunto A. Para


cada a ∈ A, seja
[a] = {x| (a, x) ∈ R} .
Em outras palavras, [a] é o conjunto dos elementos de A com os quais a
está relacionado. Chamamos de [a] a classe de equivalência de a em A.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 34 / 89


Classe de Equivalência

Suponha que R seja uma relação de equivalência em um conjunto A. Para


cada a ∈ A, seja
[a] = {x| (a, x) ∈ R} .
Em outras palavras, [a] é o conjunto dos elementos de A com os quais a
está relacionado. Chamamos de [a] a classe de equivalência de a em A.
Qualquer b ∈ [a] é um representante da classe de equivalência.

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Conjunto Quociente

Seja A um conjunto e R uma relação de equivalência em A. Chama-se


conjunto quociente de A por R, e denota-se por A/R, o conjunto de
todas as classes de equivalência determinadas em A por R,

A/R = {[a] |a ∈ A}

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Uma relação de equivalência em um conjunto não vazio A origina uma
partição desse conjunto em classes de equivalência que são os blocos da
partição obtida.

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Uma relação de equivalência em um conjunto não vazio A origina uma
partição desse conjunto em classes de equivalência que são os blocos da
partição obtida.
Exemplo
Seja P uma partição de um conjunto não vazio A e R a relação definida
em A por

aRb ⇐⇒ a e b pertencem ao mesmo bloco de P.

Mostre que R é uma relação de equivalência.

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Relação de Ordem
Seja A um conjunto não-vazio.

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Relação de Ordem
Seja A um conjunto não-vazio. Uma relação R em A é chamada de
ordem parcial em A, se satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Anti-simétrica;
iii) Transitiva.

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Relação de Ordem
Seja A um conjunto não-vazio. Uma relação R em A é chamada de
ordem parcial em A, se satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Anti-simétrica;
iii) Transitiva.
Um conjunto A, juntamente com uma ordem parcial, é dito parcialmente
ordenado, e é denotado geralmente por (A, ).

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Relação de Ordem
Seja A um conjunto não-vazio. Uma relação R em A é chamada de
ordem parcial em A, se satisfizer as seguintes propriedades:
i) Reflexiva;
ii) Anti-simétrica;
iii) Transitiva.
Um conjunto A, juntamente com uma ordem parcial, é dito parcialmente
ordenado, e é denotado geralmente por (A, ).

Exemplo
A relação ⊆ de inclusão de conjuntos é uma ordem parcial em qualquer coleção
de conjuntos, uma vez que satisfaz as três propriedades desejadas. Isto é,
i) A ⊆ A para todo conjunto A.
ii) Se A ⊆ B e B ⊆ A então A = B.
iii) Se A ⊆ B e B ⊆ C então A ⊆ C .

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Diagrama de Hasse

Podemos representar um conjunto parcialmente ordenado por meio de um


diagrama de Hasse.

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Diagrama de Hasse

Podemos representar um conjunto parcialmente ordenado por meio de um


diagrama de Hasse. Isto é, um grafo não-orientado obtido a partir do
grafo da relação ao remover todos os “laços” e todas as arestas que
podem ser deduzidas pela transitividade da relação.

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Diagrama de Hasse

Podemos representar um conjunto parcialmente ordenado por meio de um


diagrama de Hasse. Isto é, um grafo não-orientado obtido a partir do
grafo da relação ao remover todos os “laços” e todas as arestas que
podem ser deduzidas pela transitividade da relação.
Convenciona-se que se um elemento precede (na relação  definida) um
outro elemento, então o vértice do primeiro ficará situado mais abaixo na
figura, e por isso pode-se substituir as “setas” (arcos) por “segmentos”
(arestas).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 38 / 89


Diagrama de Hasse
Exemplo
O conjunto parcialmente ordenado (A, ⊆) para
A = {∅, {1}, {2}, {3}, {4}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {2, 4}, {3, 4}, {2, 3, 4}} pode ser
representado pelo grafo

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Diagrama de Hasse
Exemplo
O conjunto parcialmente ordenado (A, ⊆) para
A = {∅, {1}, {2}, {3}, {4}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {2, 4}, {3, 4}, {2, 3, 4}} pode ser
representado pelo grafo

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 39 / 89


Diagrama de Hasse
Exemplo
O conjunto parcialmente ordenado (A, ⊆) para
A = {∅, {1}, {2}, {3}, {4}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {2, 4}, {3, 4}, {2, 3, 4}} pode ser
representado pelo grafo

Este grafo é chamado diagrama de Hasse em homenagem a Helmut Hasse


(1898–1979).
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Extremos de um Conjunto

Sejam A um conjunto não-vazio, (A, ) um conjunto parcialmente


ordenado e S um subconjunto de A. Então

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Extremos de um Conjunto

Sejam A um conjunto não-vazio, (A, ) um conjunto parcialmente


ordenado e S um subconjunto de A. Então
m ∈ A é majorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos s  m;

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 40 / 89


Extremos de um Conjunto

Sejam A um conjunto não-vazio, (A, ) um conjunto parcialmente


ordenado e S um subconjunto de A. Então
m ∈ A é majorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos s  m;
m ∈ A é minorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos m  s;

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 40 / 89


Extremos de um Conjunto

Sejam A um conjunto não-vazio, (A, ) um conjunto parcialmente


ordenado e S um subconjunto de A. Então
m ∈ A é majorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos s  m;
m ∈ A é minorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos m  s;
s ∈ A é supremo de S ⇐⇒ s é majorante de S e para qualquer s 0
majorante de S temos s  s 0 . Se s ∈ S, então s é chamado máximo
de S;

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 40 / 89


Extremos de um Conjunto

Sejam A um conjunto não-vazio, (A, ) um conjunto parcialmente


ordenado e S um subconjunto de A. Então
m ∈ A é majorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos s  m;
m ∈ A é minorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos m  s;
s ∈ A é supremo de S ⇐⇒ s é majorante de S e para qualquer s 0
majorante de S temos s  s 0 . Se s ∈ S, então s é chamado máximo
de S;
s ∈ A é ı́nfimo de S ⇐⇒ s é minorante de S e para qualquer s 0
minorante de S temos s 0  s. Se s ∈ S, então s é chamado mı́nimo
de S;

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 40 / 89


Extremos de um Conjunto

Sejam A um conjunto não-vazio, (A, ) um conjunto parcialmente


ordenado e S um subconjunto de A. Então
m ∈ A é majorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos s  m;
m ∈ A é minorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos m  s;
s ∈ A é supremo de S ⇐⇒ s é majorante de S e para qualquer s 0
majorante de S temos s  s 0 . Se s ∈ S, então s é chamado máximo
de S;
s ∈ A é ı́nfimo de S ⇐⇒ s é minorante de S e para qualquer s 0
minorante de S temos s 0  s. Se s ∈ S, então s é chamado mı́nimo
de S;
m ∈ S é elemento maximal de S se não existe s 0 ∈ S tal que s 0 6= s
e s  s 0;

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 40 / 89


Extremos de um Conjunto

Sejam A um conjunto não-vazio, (A, ) um conjunto parcialmente


ordenado e S um subconjunto de A. Então
m ∈ A é majorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos s  m;
m ∈ A é minorante de S ⇐⇒ ∀s ∈ S temos m  s;
s ∈ A é supremo de S ⇐⇒ s é majorante de S e para qualquer s 0
majorante de S temos s  s 0 . Se s ∈ S, então s é chamado máximo
de S;
s ∈ A é ı́nfimo de S ⇐⇒ s é minorante de S e para qualquer s 0
minorante de S temos s 0  s. Se s ∈ S, então s é chamado mı́nimo
de S;
m ∈ S é elemento maximal de S se não existe s 0 ∈ S tal que s 0 6= s
e s  s 0;
m ∈ S é elemento minimal de S se não existe s 0 ∈ S tal que s 0 6= s
e s 0  s.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 40 / 89


Exemplo
Considere o diagrama de Hasse do exemplo anterior. Os subconjuntos
{1, 2}, {1, 3}, {2, 3, 4} são elementos maximais enquanto ∅ é mı́nimo.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 41 / 89


Exemplo
Considere o diagrama de Hasse do exemplo anterior. Os subconjuntos
{1, 2}, {1, 3}, {2, 3, 4} são elementos maximais enquanto ∅ é mı́nimo.

Exercı́cio: Seja (A, ) um conjunto parcialmente ordenado. Mostre que


o máximo (mı́nimo), caso exista, é único.

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Aplicações

Uma aplicação f : A −→ B é uma relação de A em B tal que para todo


a ∈ A existe um único b ∈ B com (a, b) ∈ f .

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Aplicações

Uma aplicação f : A −→ B é uma relação de A em B tal que para todo


a ∈ A existe um único b ∈ B com (a, b) ∈ f . O conjunto A é chamado
domı́nio de f , Df , e B de contra-domı́nio de f , CDf .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 42 / 89


Aplicações

Uma aplicação f : A −→ B é uma relação de A em B tal que para todo


a ∈ A existe um único b ∈ B com (a, b) ∈ f . O conjunto A é chamado
domı́nio de f , Df , e B de contra-domı́nio de f , CDf . O conjunto
formado pelos correspondentes de A em B é a imagem de A pela
aplicação f , Imf .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 42 / 89


Aplicações

Uma aplicação f : A −→ B é uma relação de A em B tal que para todo


a ∈ A existe um único b ∈ B com (a, b) ∈ f . O conjunto A é chamado
domı́nio de f , Df , e B de contra-domı́nio de f , CDf . O conjunto
formado pelos correspondentes de A em B é a imagem de A pela
aplicação f , Imf .
Exemplo
 A = {−2, −1, 0, 1, 2} , B
Sejam = N e f : A → B definida por
f = (x, y ) ∈ A × B | y = x 2 .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 42 / 89


Aplicações

Uma aplicação f : A −→ B é uma relação de A em B tal que para todo


a ∈ A existe um único b ∈ B com (a, b) ∈ f . O conjunto A é chamado
domı́nio de f , Df , e B de contra-domı́nio de f , CDf . O conjunto
formado pelos correspondentes de A em B é a imagem de A pela
aplicação f , Imf .
Exemplo
 A = {−2, −1, 0, 1, 2} , B
Sejam = N e f : A → B definida por
f = (x, y ) ∈ A × B | y = x 2 . Os pares da aplicação f são dados por

f = {(−2, 4) , (−1, 1) , (0, 0) , (1, 1) , (2, 4)}.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 42 / 89


Aplicações

Uma aplicação f : A −→ B é uma relação de A em B tal que para todo


a ∈ A existe um único b ∈ B com (a, b) ∈ f . O conjunto A é chamado
domı́nio de f , Df , e B de contra-domı́nio de f , CDf . O conjunto
formado pelos correspondentes de A em B é a imagem de A pela
aplicação f , Imf .
Exemplo
 A = {−2, −1, 0, 1, 2} , B
Sejam = N e f : A → B definida por
f = (x, y ) ∈ A × B | y = x 2 . Os pares da aplicação f são dados por

f = {(−2, 4) , (−1, 1) , (0, 0) , (1, 1) , (2, 4)}.

Observe que Imf = {0, 1, 4}.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 42 / 89


Geralmente usamos a notação f (a) = b para denotar o par (a, b) de uma
aplicação.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 43 / 89


Geralmente usamos a notação f (a) = b para denotar o par (a, b) de uma
aplicação.
Seja f : A −→ B uma aplicação.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 43 / 89


Geralmente usamos a notação f (a) = b para denotar o par (a, b) de uma
aplicação.
Seja f : A −→ B uma aplicação. Dizemos que:
f é injetora ⇐⇒ elementos diferentes do domı́nio A têm imagens
distintas;

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 43 / 89


Geralmente usamos a notação f (a) = b para denotar o par (a, b) de uma
aplicação.
Seja f : A −→ B uma aplicação. Dizemos que:
f é injetora ⇐⇒ elementos diferentes do domı́nio A têm imagens
distintas;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = 2x.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 43 / 89


Geralmente usamos a notação f (a) = b para denotar o par (a, b) de uma
aplicação.
Seja f : A −→ B uma aplicação. Dizemos que:
f é injetora ⇐⇒ elementos diferentes do domı́nio A têm imagens
distintas;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = 2x. Esta aplicação é
injetora,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 43 / 89


Geralmente usamos a notação f (a) = b para denotar o par (a, b) de uma
aplicação.
Seja f : A −→ B uma aplicação. Dizemos que:
f é injetora ⇐⇒ elementos diferentes do domı́nio A têm imagens
distintas;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = 2x. Esta aplicação é
injetora, pois para quaisquer x1 , x2 ∈ R, com x1 6= x2 , implica que
2x1 6= 2x2 e portanto f (x1 ) 6= f (x2 ).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 43 / 89


Geralmente usamos a notação f (a) = b para denotar o par (a, b) de uma
aplicação.
Seja f : A −→ B uma aplicação. Dizemos que:
f é injetora ⇐⇒ elementos diferentes do domı́nio A têm imagens
distintas;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = 2x. Esta aplicação é
injetora, pois para quaisquer x1 , x2 ∈ R, com x1 6= x2 , implica que
2x1 6= 2x2 e portanto f (x1 ) 6= f (x2 ).

Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x 2 − 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 43 / 89


Geralmente usamos a notação f (a) = b para denotar o par (a, b) de uma
aplicação.
Seja f : A −→ B uma aplicação. Dizemos que:
f é injetora ⇐⇒ elementos diferentes do domı́nio A têm imagens
distintas;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = 2x. Esta aplicação é
injetora, pois para quaisquer x1 , x2 ∈ R, com x1 6= x2 , implica que
2x1 6= 2x2 e portanto f (x1 ) 6= f (x2 ).

Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x 2 − 1. Esta aplicação
não é injetora,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 43 / 89


Geralmente usamos a notação f (a) = b para denotar o par (a, b) de uma
aplicação.
Seja f : A −→ B uma aplicação. Dizemos que:
f é injetora ⇐⇒ elementos diferentes do domı́nio A têm imagens
distintas;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = 2x. Esta aplicação é
injetora, pois para quaisquer x1 , x2 ∈ R, com x1 6= x2 , implica que
2x1 6= 2x2 e portanto f (x1 ) 6= f (x2 ).

Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x 2 − 1. Esta aplicação
não é injetora, pois para x1 = 1 e x2 = −1, temos f (1) = 0 = f (−1).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 43 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y ,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x. Esta aplicação é
sobrejetora,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x. Esta aplicação é
sobrejetora, pois para todo f (x) ∈ R, ∃x ∈ R tal que f (x) = x.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x. Esta aplicação é
sobrejetora, pois para todo f (x) ∈ R, ∃x ∈ R tal que f (x) = x.

Exemplo
Seja f : Z → {0, 1} uma aplicação dada por f (x) = x mod 2.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x. Esta aplicação é
sobrejetora, pois para todo f (x) ∈ R, ∃x ∈ R tal que f (x) = x.

Exemplo
Seja f : Z → {0, 1} uma aplicação dada por f (x) = x mod 2. Esta
aplicação é sobrejetora,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x. Esta aplicação é
sobrejetora, pois para todo f (x) ∈ R, ∃x ∈ R tal que f (x) = x.

Exemplo
Seja f : Z → {0, 1} uma aplicação dada por f (x) = x mod 2. Esta
aplicação é sobrejetora, pois os números pares serão mapeados para o 0 e
os números ı́mpares para o 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x. Esta aplicação é
sobrejetora, pois para todo f (x) ∈ R, ∃x ∈ R tal que f (x) = x.

Exemplo
Seja f : Z → {0, 1} uma aplicação dada por f (x) = x mod 2. Esta
aplicação é sobrejetora, pois os números pares serão mapeados para o 0 e
os números ı́mpares para o 1.

Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x 2 .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x. Esta aplicação é
sobrejetora, pois para todo f (x) ∈ R, ∃x ∈ R tal que f (x) = x.

Exemplo
Seja f : Z → {0, 1} uma aplicação dada por f (x) = x mod 2. Esta
aplicação é sobrejetora, pois os números pares serão mapeados para o 0 e
os números ı́mpares para o 1.

Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x 2 . Esta aplicação não é
sobrejetora,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é sobrejetora ⇐⇒ cada elemento de B é a imagem de algum
elemento de A. Ou seja, ∀y ∈ B, ∃x ∈ A | f (x) = y , ou ainda
CDf = Imf ;
Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x. Esta aplicação é
sobrejetora, pois para todo f (x) ∈ R, ∃x ∈ R tal que f (x) = x.

Exemplo
Seja f : Z → {0, 1} uma aplicação dada por f (x) = x mod 2. Esta
aplicação é sobrejetora, pois os números pares serão mapeados para o 0 e
os números ı́mpares para o 1.

Exemplo
Seja f : R → R uma aplicação dada por f (x) = x 2 . Esta aplicação não é
sobrejetora, pois não existe x ∈ R tal que x 2 = −1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 44 / 89


f é bijetora ⇐⇒ f for injetora e sobrejetora.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 45 / 89


f é bijetora ⇐⇒ f for injetora e sobrejetora.
Exemplo
Seja f : (0, +∞) → R uma aplicação dada por f (x) = ln x.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 45 / 89


f é bijetora ⇐⇒ f for injetora e sobrejetora.
Exemplo
Seja f : (0, +∞) → R uma aplicação dada por f (x) = ln x. Note que f (x)
é o logaritmo natural (também conhecido como logaritmo neperiano) de x.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 45 / 89


f é bijetora ⇐⇒ f for injetora e sobrejetora.
Exemplo
Seja f : (0, +∞) → R uma aplicação dada por f (x) = ln x. Note que f (x)
é o logaritmo natural (também conhecido como logaritmo neperiano) de x.
Esta aplicação é bijetora,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 45 / 89


f é bijetora ⇐⇒ f for injetora e sobrejetora.
Exemplo
Seja f : (0, +∞) → R uma aplicação dada por f (x) = ln x. Note que f (x)
é o logaritmo natural (também conhecido como logaritmo neperiano) de x.
Esta aplicação é bijetora, pois para quaisquer x1 , x2 ∈ (0, +∞), com
x1 6= x2 , ln(x1 ) 6= ln(x2 ),

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 45 / 89


f é bijetora ⇐⇒ f for injetora e sobrejetora.
Exemplo
Seja f : (0, +∞) → R uma aplicação dada por f (x) = ln x. Note que f (x)
é o logaritmo natural (também conhecido como logaritmo neperiano) de x.
Esta aplicação é bijetora, pois para quaisquer x1 , x2 ∈ (0, +∞), com
x1 6= x2 , ln(x1 ) 6= ln(x2 ), e para todo y ∈ R, existe x ∈ (0, +∞) tal que
y = ln(x), isto é existe x ∈ (0, +∞) tal que e x = y .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 45 / 89


f é bijetora ⇐⇒ f for injetora e sobrejetora.
Exemplo
Seja f : (0, +∞) → R uma aplicação dada por f (x) = ln x. Note que f (x)
é o logaritmo natural (também conhecido como logaritmo neperiano) de x.
Esta aplicação é bijetora, pois para quaisquer x1 , x2 ∈ (0, +∞), com
x1 6= x2 , ln(x1 ) 6= ln(x2 ), e para todo y ∈ R, existe x ∈ (0, +∞) tal que
y = ln(x), isto é existe x ∈ (0, +∞) tal que e x = y .

Uma aplicação f : A −→ B é inversı́vel se a relação inversa é uma


aplicação de B em A. Em geral, a relação inversa f −1 pode não ser uma
aplicação.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 45 / 89


f é bijetora ⇐⇒ f for injetora e sobrejetora.
Exemplo
Seja f : (0, +∞) → R uma aplicação dada por f (x) = ln x. Note que f (x)
é o logaritmo natural (também conhecido como logaritmo neperiano) de x.
Esta aplicação é bijetora, pois para quaisquer x1 , x2 ∈ (0, +∞), com
x1 6= x2 , ln(x1 ) 6= ln(x2 ), e para todo y ∈ R, existe x ∈ (0, +∞) tal que
y = ln(x), isto é existe x ∈ (0, +∞) tal que e x = y .

Uma aplicação f : A −→ B é inversı́vel se a relação inversa é uma


aplicação de B em A. Em geral, a relação inversa f −1 pode não ser uma
aplicação.
Uma aplicação é inversı́vel se e somente se ela é bijetora.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 45 / 89


Exercı́cio: Mostre que se as aplicações f : A −→ B e g : B −→ C são
injetoras, então a composta g ◦ f também é injetora.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 46 / 89


Sequências

Uma sequência é uma aplicação injetora do conjunto N (ou N∗ ) em um


conjunto A.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 47 / 89


Sequências

Uma sequência é uma aplicação injetora do conjunto N (ou N∗ ) em um


conjunto A. A notação an é usada para denotar a imagem do natural n.
Denotamos uma sequência por

{an ; n ∈ N} ou simplesmente {an } .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 47 / 89


Sequências

Uma sequência é uma aplicação injetora do conjunto N (ou N∗ ) em um


conjunto A. A notação an é usada para denotar a imagem do natural n.
Denotamos uma sequência por

{an ; n ∈ N} ou simplesmente {an } .

Uma sequência finita sobre um conjunto A é uma aplicação de


{1, 2, 3, ..., m} em A e é usualmente denotada por

a1 , a2 , ..., am .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 47 / 89


Exemplo
As sequências 1, 21 , 13 , 14 , ... e 1, 21 , 41 , 18 , ... podem ser formalmente definidas
por
1
an = e bn = 2−n
n
onde a primeira é uma aplicação de N∗ e a segunda de N.

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Somatório e Produtório
Considere a sequência {an }. Então as somas

a0 + a1 + ... + an e am + am+1 + ... + an

serão denotadas, respectivamente, por


n
X n
X
ai e ai ,
i=0 i=m

e os produtos

a0  a1  ...  an e am  am+1  ...  an

serão denotados, respectivamente, por


n
Y n
Y
aj e aj .
j=0 j=m

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Classes Indexadas de Conjuntos
Sejam I um conjunto qualquer não vazio e S uma coleção de conjuntos.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 50 / 89


Classes Indexadas de Conjuntos
Sejam I um conjunto qualquer não vazio e S uma coleção de conjuntos.
Uma aplicação indexadora de I para S é uma aplicação f : I −→ S.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 50 / 89


Classes Indexadas de Conjuntos
Sejam I um conjunto qualquer não vazio e S uma coleção de conjuntos.
Uma aplicação indexadora de I para S é uma aplicação f : I −→ S.
Para cada i ∈ I , denotamos a imagem f (i) por Ai . Assim, a aplicação
indexadora f é denotada por
{Ai |i ∈ I } ou {Ai }i∈I ou simplesmente {Ai } .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 50 / 89


Classes Indexadas de Conjuntos
Sejam I um conjunto qualquer não vazio e S uma coleção de conjuntos.
Uma aplicação indexadora de I para S é uma aplicação f : I −→ S.
Para cada i ∈ I , denotamos a imagem f (i) por Ai . Assim, a aplicação
indexadora f é denotada por
{Ai |i ∈ I } ou {Ai }i∈I ou simplesmente {Ai } .

O conjunto I é chamado conjunto indexador e os elementos de I são


chamados ı́ndices.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 50 / 89


Classes Indexadas de Conjuntos
Sejam I um conjunto qualquer não vazio e S uma coleção de conjuntos.
Uma aplicação indexadora de I para S é uma aplicação f : I −→ S.
Para cada i ∈ I , denotamos a imagem f (i) por Ai . Assim, a aplicação
indexadora f é denotada por
{Ai |i ∈ I } ou {Ai }i∈I ou simplesmente {Ai } .

O conjunto I é chamado conjunto indexador e os elementos de I são


chamados ı́ndices.
Os conceitos de união e interseção de conjuntos são definidos para classes
indexadas de conjuntos por
[
Ai = {x|x ∈ Ai para algum i ∈ I } ,
i∈I
\
Ai = {x|x ∈ Ai para todo i ∈ I } .
i∈I

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 50 / 89


Aplicações Definidas Recursivamente

Uma aplicação é dita recursivamente definida se a definição da aplicação


se referir à própria aplicação.
Exemplo
A célebre sequência de Fibonacci, normalmente denotada por
F0 , F1 , F2 , ..., é:
0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, ...

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 51 / 89


Aplicações Definidas Recursivamente

Uma aplicação é dita recursivamente definida se a definição da aplicação


se referir à própria aplicação.
Exemplo
A célebre sequência de Fibonacci, normalmente denotada por
F0 , F1 , F2 , ..., é:
0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, ...
Isto é, F0 = 0, F1 = 1 e cada termo, na sequência, é a soma dos dois
termos precedentes.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 51 / 89


Aplicações Definidas Recursivamente

Uma aplicação é dita recursivamente definida se a definição da aplicação


se referir à própria aplicação.
Exemplo
A célebre sequência de Fibonacci, normalmente denotada por
F0 , F1 , F2 , ..., é:
0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, ...
Isto é, F0 = 0, F1 = 1 e cada termo, na sequência, é a soma dos dois
termos precedentes. Uma definição formal desta aplicação é dada por

Fn = n se n = 0 ou n = 1;
Fn = Fn−2 + Fn−1 se n ≥ 2.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 51 / 89


Aplicações Definidas Recursivamente

Uma aplicação é dita recursivamente definida se a definição da aplicação


se referir à própria aplicação.
Exemplo
A célebre sequência de Fibonacci, normalmente denotada por
F0 , F1 , F2 , ..., é:
0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, ...
Isto é, F0 = 0, F1 = 1 e cada termo, na sequência, é a soma dos dois
termos precedentes. Uma definição formal desta aplicação é dada por

Fn = n se n = 0 ou n = 1;
Fn = Fn−2 + Fn−1 se n ≥ 2.

Observe que a aplicação Fn é definida, para n ≥ 2, a partir da própria


aplicação, ou seja, é uma aplicação recursivamente definida.

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Cardinalidade de Conjuntos

Sejam A e B dois conjuntos.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 52 / 89


Cardinalidade de Conjuntos

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que a cardinalidade de A é a


mesma que a cardinalidade de B, que denotamos por card (A) = card (B) ,
se existir uma bijeção de A em B.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 52 / 89


Cardinalidade de Conjuntos

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que a cardinalidade de A é a


mesma que a cardinalidade de B, que denotamos por card (A) = card (B) ,
se existir uma bijeção de A em B.
Um conjunto A é finito se A é vazio ou se A tem a mesma cardinalidade
que o conjunto {1, 2, ..., n} para algum número natural n.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 52 / 89


Cardinalidade de Conjuntos

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que a cardinalidade de A é a


mesma que a cardinalidade de B, que denotamos por card (A) = card (B) ,
se existir uma bijeção de A em B.
Um conjunto A é finito se A é vazio ou se A tem a mesma cardinalidade
que o conjunto {1, 2, ..., n} para algum número natural n. Um conjunto é
infinito se não é finito.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 52 / 89


Cardinalidade de Conjuntos

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que a cardinalidade de A é a


mesma que a cardinalidade de B, que denotamos por card (A) = card (B) ,
se existir uma bijeção de A em B.
Um conjunto A é finito se A é vazio ou se A tem a mesma cardinalidade
que o conjunto {1, 2, ..., n} para algum número natural n. Um conjunto é
infinito se não é finito.
A cardinalidade do conjunto infinito N é representada pelo sı́mbolo ℵ0
(lê-se: álefe-zero).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 52 / 89


Cardinalidade de Conjuntos

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que a cardinalidade de A é a


mesma que a cardinalidade de B, que denotamos por card (A) = card (B) ,
se existir uma bijeção de A em B.
Um conjunto A é finito se A é vazio ou se A tem a mesma cardinalidade
que o conjunto {1, 2, ..., n} para algum número natural n. Um conjunto é
infinito se não é finito.
A cardinalidade do conjunto infinito N é representada pelo sı́mbolo ℵ0
(lê-se: álefe-zero). Logo, card (A) = ℵ0 se e somente se A tem a mesma
cardinalidade de N.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 52 / 89


Cardinalidade de Conjuntos

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que a cardinalidade de A é a


mesma que a cardinalidade de B, que denotamos por card (A) = card (B) ,
se existir uma bijeção de A em B.
Um conjunto A é finito se A é vazio ou se A tem a mesma cardinalidade
que o conjunto {1, 2, ..., n} para algum número natural n. Um conjunto é
infinito se não é finito.
A cardinalidade do conjunto infinito N é representada pelo sı́mbolo ℵ0
(lê-se: álefe-zero). Logo, card (A) = ℵ0 se e somente se A tem a mesma
cardinalidade de N.
Para qualquer conjunto A, card (A) < card (P (A)).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 52 / 89


Cronograma


Teoria intuitiva dos conjuntos, operações com conjuntos, álgebra de
conjuntos, relações, relações de equivalência, relações de ordem,
funções, coleções de conjuntos, conjuntos numéricos, cardinalidade;
Técnicas de demonstração: prova direta, prova por contradição, prova
pela contrapositiva e prova por indução finita;
Introdução à análise combinatória: princı́pio multiplicativo, princı́pio
aditivo, permutação, arranjo, combinação, princı́pio de inclusão e
exclusão, princı́pio da casa dos pombos, funções geradoras, partição
de um inteiro, relações de recorrência.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 53 / 89


Técnicas de Demonstração

O objetivo de quem escreve uma prova é mostrar, sem deixar dúvidas, que
determinada afirmação é verdadeira.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 54 / 89


Técnicas de Demonstração

O objetivo de quem escreve uma prova é mostrar, sem deixar dúvidas, que
determinada afirmação é verdadeira.

Geralmente, a prova é expressa utilizando uma lı́ngua natural, intercalada


com algum formalismo matemático.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 54 / 89


Técnicas de Demonstração

O objetivo de quem escreve uma prova é mostrar, sem deixar dúvidas, que
determinada afirmação é verdadeira.

Geralmente, a prova é expressa utilizando uma lı́ngua natural, intercalada


com algum formalismo matemático.

Estudaremos quatro técnicas de demonstração:


prova direta;
prova por contradição;
prova pela contrapositiva;
prova por indução finita.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 54 / 89


Notações

N conjunto dos números naturais;


N∗ conjunto dos números naturais não nulos;
Z conjunto dos números inteiros;
Z+ conjunto dos números inteiros não-negativos;
Z− conjunto dos números inteiros não-positivos;
Q conjunto dos números racionais;
R conjunto dos números reais.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 55 / 89


Definições Básicas

Definição
Números pares são definidos como números inteiros que podem ser
divididos por dois de maneira exata. Em outras palavras, um número
expresso na forma 2k, onde k ∈ Z, é chamado número par.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 56 / 89


Definições Básicas

Definição
Números pares são definidos como números inteiros que podem ser
divididos por dois de maneira exata. Em outras palavras, um número
expresso na forma 2k, onde k ∈ Z, é chamado número par.

Definição
Números ı́mpares são definidos como números inteiros que não podem ser
divididos por dois de maneira exata. Em outras palavras, um número
expresso na forma 2k + 1, onde k ∈ Z, é chamado número ı́mpar.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 56 / 89


Prova Direta

A prova direta consiste em uma sequênca de afirmações cuja verdade nos


leva de alguma afirmação inicial, chamada Hipótese (H), a uma
afirmação de conclusão, chamada de Tese (T). Cada etapa da prova deve
seguir algum princı́pio lógico.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 57 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Demonstração.
Temos como hipótese “n é um inteiro ı́mpar” e tese “n2 é um inteiro
ı́mpar”.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Demonstração.
Temos como hipótese “n é um inteiro ı́mpar” e tese “n2 é um inteiro
ı́mpar”. Seja n um número inteiro ı́mpar.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Demonstração.
Temos como hipótese “n é um inteiro ı́mpar” e tese “n2 é um inteiro
ı́mpar”. Seja n um número inteiro ı́mpar. Então existe um número inteiro
k tal que n = 2k + 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Demonstração.
Temos como hipótese “n é um inteiro ı́mpar” e tese “n2 é um inteiro
ı́mpar”. Seja n um número inteiro ı́mpar. Então existe um número inteiro
k tal que n = 2k + 1. Assim,

n2 = (2k + 1)2

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Demonstração.
Temos como hipótese “n é um inteiro ı́mpar” e tese “n2 é um inteiro
ı́mpar”. Seja n um número inteiro ı́mpar. Então existe um número inteiro
k tal que n = 2k + 1. Assim,

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Demonstração.
Temos como hipótese “n é um inteiro ı́mpar” e tese “n2 é um inteiro
ı́mpar”. Seja n um número inteiro ı́mpar. Então existe um número inteiro
k tal que n = 2k + 1. Assim,

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Demonstração.
Temos como hipótese “n é um inteiro ı́mpar” e tese “n2 é um inteiro
ı́mpar”. Seja n um número inteiro ı́mpar. Então existe um número inteiro
k tal que n = 2k + 1. Assim,

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1 = 2k1 + 1

onde k1 = 2k 2 + 2k.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Demonstração.
Temos como hipótese “n é um inteiro ı́mpar” e tese “n2 é um inteiro
ı́mpar”. Seja n um número inteiro ı́mpar. Então existe um número inteiro
k tal que n = 2k + 1. Assim,

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1 = 2k1 + 1

onde k1 = 2k 2 + 2k. Como k ∈ Z, segue que k1 ∈ Z.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Teorema 2
Se n é um inteiro ı́mpar, então n2 é um inteiro ı́mpar.

Demonstração.
Temos como hipótese “n é um inteiro ı́mpar” e tese “n2 é um inteiro
ı́mpar”. Seja n um número inteiro ı́mpar. Então existe um número inteiro
k tal que n = 2k + 1. Assim,

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1 = 2k1 + 1

onde k1 = 2k 2 + 2k. Como k ∈ Z, segue que k1 ∈ Z. Portanto, n2 é um


número inteiro ı́mpar. Q.E.D

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 58 / 89


Curiosidades:
Q.E.D. é a abreviatura para quod erat demonstrandum, uma expressão em
latim que significa ”como se queria demonstrar”. A sua versão em
português é C.Q.D.

Há vários sı́mbolos comumente usados para indicar o final de uma prova
matemática, por exemplo: t, , .

Estes sı́mbolos são normalmente chamados halmos, em homenagem ao


matemático húngaro-americano Paul Halmos (1916-2006) que foi o
primeiro a usar esses sı́mbolos em um contexto matemático. O próprio
Halmos afirmou em suas memórias “I Want to Be a Mathematician” que
ele costumava encontrar aqueles sı́mbolos nos finais de artigos publicados
em revistas populares (não matemáticas).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 59 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Demonstração.
Seja n um número inteiro par.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Demonstração.
Seja n um número inteiro par. Então existe um número inteiro k tal que
n = 2k.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Demonstração.
Seja n um número inteiro par. Então existe um número inteiro k tal que
n = 2k. Assim,

n2 = (n)(n)

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Demonstração.
Seja n um número inteiro par. Então existe um número inteiro k tal que
n = 2k. Assim,

n2 = (n)(n) = (2k)(2k)

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Demonstração.
Seja n um número inteiro par. Então existe um número inteiro k tal que
n = 2k. Assim,

n2 = (n)(n) = (2k)(2k) = 4k 2

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Demonstração.
Seja n um número inteiro par. Então existe um número inteiro k tal que
n = 2k. Assim,

n2 = (n)(n) = (2k)(2k) = 4k 2 = 2(2k 2 )

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Demonstração.
Seja n um número inteiro par. Então existe um número inteiro k tal que
n = 2k. Assim,

n2 = (n)(n) = (2k)(2k) = 4k 2 = 2(2k 2 ) = 2k1

onde k1 = 2k 2 .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Demonstração.
Seja n um número inteiro par. Então existe um número inteiro k tal que
n = 2k. Assim,

n2 = (n)(n) = (2k)(2k) = 4k 2 = 2(2k 2 ) = 2k1

onde k1 = 2k 2 . Como k ∈ Z, segue que k1 ∈ Z.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 3
Se n é um número inteiro par, então n2 é um número inteiro par.

Demonstração.
Seja n um número inteiro par. Então existe um número inteiro k tal que
n = 2k. Assim,

n2 = (n)(n) = (2k)(2k) = 4k 2 = 2(2k 2 ) = 2k1

onde k1 = 2k 2 . Como k ∈ Z, segue que k1 ∈ Z. Portanto, n2 é um


número inteiro par. Q.E.D

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 60 / 89


Prova Direta

Teorema 4
Se o triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z tem uma área de z 2 /4, então o triângulo
XYZ é isósceles.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 61 / 89


Prova Direta

Teorema 4
Se o triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z tem uma área de z 2 /4, então o triângulo
XYZ é isósceles.

Demonstração.
Um triângulo é isósceles quando dois de seus lados têm comprimentos
iguais.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 61 / 89


Prova Direta

Teorema 4
Se o triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z tem uma área de z 2 /4, então o triângulo
XYZ é isósceles.

Demonstração.
Um triângulo é isósceles quando dois de seus lados têm comprimentos
iguais. Assim, precisamos mostrar que x = y no triângulo XYZ .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 61 / 89


Prova Direta

Teorema 4
Se o triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z tem uma área de z 2 /4, então o triângulo
XYZ é isósceles.

Demonstração.
Um triângulo é isósceles quando dois de seus lados têm comprimentos
iguais. Assim, precisamos mostrar que x = y no triângulo XYZ .Da
hipótese e da fórmula da área de um triângulo retângulo, segue que a área
do triângulo XYZ é xy /2 = z 2 /4.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 61 / 89


Prova Direta

Teorema 4
Se o triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z tem uma área de z 2 /4, então o triângulo
XYZ é isósceles.

Demonstração.
Um triângulo é isósceles quando dois de seus lados têm comprimentos
iguais. Assim, precisamos mostrar que x = y no triângulo XYZ .Da
hipótese e da fórmula da área de um triângulo retângulo, segue que a área
do triângulo XYZ é xy /2 = z 2 /4. Pelo teorema de Pitágoras,
x 2 + y 2 = z 2 , obtemos xy /2 = (x 2 + y 2 )/4.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 61 / 89


Prova Direta

Teorema 4
Se o triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z tem uma área de z 2 /4, então o triângulo
XYZ é isósceles.

Demonstração.
Um triângulo é isósceles quando dois de seus lados têm comprimentos
iguais. Assim, precisamos mostrar que x = y no triângulo XYZ .Da
hipótese e da fórmula da área de um triângulo retângulo, segue que a área
do triângulo XYZ é xy /2 = z 2 /4. Pelo teorema de Pitágoras,
x 2 + y 2 = z 2 , obtemos xy /2 = (x 2 + y 2 )/4. De onde concluimos que
x 2 − 2xy + y 2 = 0.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 61 / 89


Prova Direta

Teorema 4
Se o triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z tem uma área de z 2 /4, então o triângulo
XYZ é isósceles.

Demonstração.
Um triângulo é isósceles quando dois de seus lados têm comprimentos
iguais. Assim, precisamos mostrar que x = y no triângulo XYZ .Da
hipótese e da fórmula da área de um triângulo retângulo, segue que a área
do triângulo XYZ é xy /2 = z 2 /4. Pelo teorema de Pitágoras,
x 2 + y 2 = z 2 , obtemos xy /2 = (x 2 + y 2 )/4. De onde concluimos que
x 2 − 2xy + y 2 = 0. Fatorando esta equação obtemos (x − y )2 = 0 e
portanto x = y . Q.E.D

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 61 / 89


Prova Direta

Teorema 5
Se um triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z é isósceles, então a área do triângulo é z 2 /4.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 62 / 89


Prova Direta

Teorema 5
Se um triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z é isósceles, então a área do triângulo é z 2 /4.

Demonstração.
Da hipótese, x = y , ou equivalentemente, x − y = 0.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 62 / 89


Prova Direta

Teorema 5
Se um triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z é isósceles, então a área do triângulo é z 2 /4.

Demonstração.
Da hipótese, x = y , ou equivalentemente, x − y = 0. Elevando ambos os
lados da equação x − y = 0 ao quadrado, obtemos x 2 + y 2 = 2xy .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 62 / 89


Prova Direta

Teorema 5
Se um triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z é isósceles, então a área do triângulo é z 2 /4.

Demonstração.
Da hipótese, x = y , ou equivalentemente, x − y = 0. Elevando ambos os
lados da equação x − y = 0 ao quadrado, obtemos x 2 + y 2 = 2xy . Pelo
teorema de Pitágoras, z 2 = x 2 + y 2 e substituindo x 2 + y 2 por z 2 , obtemos
z 2 = 2xy , ou z 2 /4 = xy /2.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 62 / 89


Prova Direta

Teorema 5
Se um triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z é isósceles, então a área do triângulo é z 2 /4.

Demonstração.
Da hipótese, x = y , ou equivalentemente, x − y = 0. Elevando ambos os
lados da equação x − y = 0 ao quadrado, obtemos x 2 + y 2 = 2xy . Pelo
teorema de Pitágoras, z 2 = x 2 + y 2 e substituindo x 2 + y 2 por z 2 , obtemos
z 2 = 2xy , ou z 2 /4 = xy /2. Da fórmula da área de um triângulo retângulo,
a área de XYZ é xy /2.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 62 / 89


Prova Direta

Teorema 5
Se um triângulo retângulo XYZ com lados de comprimentos x e y e
hipotenuza de comprimento z é isósceles, então a área do triângulo é z 2 /4.

Demonstração.
Da hipótese, x = y , ou equivalentemente, x − y = 0. Elevando ambos os
lados da equação x − y = 0 ao quadrado, obtemos x 2 + y 2 = 2xy . Pelo
teorema de Pitágoras, z 2 = x 2 + y 2 e substituindo x 2 + y 2 por z 2 , obtemos
z 2 = 2xy , ou z 2 /4 = xy /2. Da fórmula da área de um triângulo retângulo,
a área de XYZ é xy /2. Portanto, z 2 /4 é a área do triângulo. Q.E.D

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Prova Direta

Teorema 6
Se x e y são números reais não-negativos tal que x + y = 0, então x = 0 e
y = 0.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 63 / 89


Prova Direta

Teorema 6
Se x e y são números reais não-negativos tal que x + y = 0, então x = 0 e
y = 0.

Demonstração.
Pela hipótese y ≥ 0 e x + y = 0,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 63 / 89


Prova Direta

Teorema 6
Se x e y são números reais não-negativos tal que x + y = 0, então x = 0 e
y = 0.

Demonstração.
Pela hipótese y ≥ 0 e x + y = 0, e assim x = −y ≤ 0.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 63 / 89


Prova Direta

Teorema 6
Se x e y são números reais não-negativos tal que x + y = 0, então x = 0 e
y = 0.

Demonstração.
Pela hipótese y ≥ 0 e x + y = 0, e assim x = −y ≤ 0. Pela hipótese
x ≥ 0. Assim, pondo junto x = −y ≤ 0 e x ≥ 0 obtemos x = 0.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 63 / 89


Prova Direta

Teorema 6
Se x e y são números reais não-negativos tal que x + y = 0, então x = 0 e
y = 0.

Demonstração.
Pela hipótese y ≥ 0 e x + y = 0, e assim x = −y ≤ 0. Pela hipótese
x ≥ 0. Assim, pondo junto x = −y ≤ 0 e x ≥ 0 obtemos x = 0. Como
x = 0 e x + y = 0,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 63 / 89


Prova Direta

Teorema 6
Se x e y são números reais não-negativos tal que x + y = 0, então x = 0 e
y = 0.

Demonstração.
Pela hipótese y ≥ 0 e x + y = 0, e assim x = −y ≤ 0. Pela hipótese
x ≥ 0. Assim, pondo junto x = −y ≤ 0 e x ≥ 0 obtemos x = 0. Como
x = 0 e x + y = 0, concluı́mos que 0 = x + y = 0 + y = y .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 63 / 89


Prova Direta

Teorema 6
Se x e y são números reais não-negativos tal que x + y = 0, então x = 0 e
y = 0.

Demonstração.
Pela hipótese y ≥ 0 e x + y = 0, e assim x = −y ≤ 0. Pela hipótese
x ≥ 0. Assim, pondo junto x = −y ≤ 0 e x ≥ 0 obtemos x = 0. Como
x = 0 e x + y = 0, concluı́mos que 0 = x + y = 0 + y = y . Portanto,
x = 0 e y = 0. Q.E.D

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Prova Direta
Teorema 7
Se a e b são os comprimentos dos lados de um triângulo retângulo, c é o
comprimento da hipotenuza e n é um número inteiro maior do que 2,
então c n > an + b n .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 64 / 89


Prova Direta
Teorema 7
Se a e b são os comprimentos dos lados de um triângulo retângulo, c é o
comprimento da hipotenuza e n é um número inteiro maior do que 2,
então c n > an + b n .

Demonstração.
Temos que c n = c 2 c n−2 = (a2 + b 2 )c n−2 .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 64 / 89


Prova Direta
Teorema 7
Se a e b são os comprimentos dos lados de um triângulo retângulo, c é o
comprimento da hipotenuza e n é um número inteiro maior do que 2,
então c n > an + b n .

Demonstração.
Temos que c n = c 2 c n−2 = (a2 + b 2 )c n−2 . Como c é o comprimento da
hipotenuza do triângulo retângulo, segue que c > a e c > b.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 64 / 89


Prova Direta
Teorema 7
Se a e b são os comprimentos dos lados de um triângulo retângulo, c é o
comprimento da hipotenuza e n é um número inteiro maior do que 2,
então c n > an + b n .

Demonstração.
Temos que c n = c 2 c n−2 = (a2 + b 2 )c n−2 . Como c é o comprimento da
hipotenuza do triângulo retângulo, segue que c > a e c > b. Como n > 2, segue
que c n−2 > an−2 e c n−2 > b n−2 .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 64 / 89


Prova Direta
Teorema 7
Se a e b são os comprimentos dos lados de um triângulo retângulo, c é o
comprimento da hipotenuza e n é um número inteiro maior do que 2,
então c n > an + b n .

Demonstração.
Temos que c n = c 2 c n−2 = (a2 + b 2 )c n−2 . Como c é o comprimento da
hipotenuza do triângulo retângulo, segue que c > a e c > b. Como n > 2, segue
que c n−2 > an−2 e c n−2 > b n−2 . Então
c n = c 2 c n−2
= (a2 + b 2 )c n−2
= a2 c n−2 + b 2 c n−2
> a2 (an−2 ) + b 2 (b n−2 )
= an + b n .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 64 / 89


Prova Direta
Teorema 7
Se a e b são os comprimentos dos lados de um triângulo retângulo, c é o
comprimento da hipotenuza e n é um número inteiro maior do que 2,
então c n > an + b n .

Demonstração.
Temos que c n = c 2 c n−2 = (a2 + b 2 )c n−2 . Como c é o comprimento da
hipotenuza do triângulo retângulo, segue que c > a e c > b. Como n > 2, segue
que c n−2 > an−2 e c n−2 > b n−2 . Então
c n = c 2 c n−2
= (a2 + b 2 )c n−2
= a2 c n−2 + b 2 c n−2
> a2 (an−2 ) + b 2 (b n−2 )
= an + b n .

Assim, c n > an + b n . Q.E.D


Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 64 / 89
Prova por Contradição

Quando usada para provar uma declaração condicional do tipo “Se


Hipótese então Tese”,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 65 / 89


Prova por Contradição

Quando usada para provar uma declaração condicional do tipo “Se


Hipótese então Tese”, a técnica de prova por contradição

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 65 / 89


Prova por Contradição

Quando usada para provar uma declaração condicional do tipo “Se


Hipótese então Tese”, a técnica de prova por contradição (também
conhecida como prova por absurdo)

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 65 / 89


Prova por Contradição

Quando usada para provar uma declaração condicional do tipo “Se


Hipótese então Tese”, a técnica de prova por contradição (também
conhecida como prova por absurdo) consiste em demonstrar que a
declaração “Hipótese e não Tese” implica em uma falsidade.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 65 / 89


Prova por Contradição

Quando usada para provar uma declaração condicional do tipo “Se


Hipótese então Tese”, a técnica de prova por contradição (também
conhecida como prova por absurdo) consiste em demonstrar que a
declaração “Hipótese e não Tese” implica em uma falsidade.

Começamos supondo como verdadeiras a Hipótese e a negação da Tese.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 65 / 89


Prova por Contradição

Quando usada para provar uma declaração condicional do tipo “Se


Hipótese então Tese”, a técnica de prova por contradição (também
conhecida como prova por absurdo) consiste em demonstrar que a
declaração “Hipótese e não Tese” implica em uma falsidade.

Começamos supondo como verdadeiras a Hipótese e a negação da Tese.


Completamos a prova mostrando que algo que sabemos ser falso decorre
desta suposição conjunta.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 65 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar. Sendo n ı́mpar, então existe um inteiro k para o qual
n = 2k + 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar. Sendo n ı́mpar, então existe um inteiro k para o qual
n = 2k + 1. Assim

n2

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar. Sendo n ı́mpar, então existe um inteiro k para o qual
n = 2k + 1. Assim

n2 = (2k + 1)2

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar. Sendo n ı́mpar, então existe um inteiro k para o qual
n = 2k + 1. Assim

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar. Sendo n ı́mpar, então existe um inteiro k para o qual
n = 2k + 1. Assim

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar. Sendo n ı́mpar, então existe um inteiro k para o qual
n = 2k + 1. Assim

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1 = 2k1 + 1,

onde k1 = 2k 2 + 2k é inteiro.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar. Sendo n ı́mpar, então existe um inteiro k para o qual
n = 2k + 1. Assim

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1 = 2k1 + 1,

onde k1 = 2k 2 + 2k é inteiro. Portanto n2 é ı́mpar, que é uma


contradição pois n2 foi assumido ser par.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar. Sendo n ı́mpar, então existe um inteiro k para o qual
n = 2k + 1. Assim

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1 = 2k1 + 1,

onde k1 = 2k 2 + 2k é inteiro. Portanto n2 é ı́mpar, que é uma


contradição pois n2 foi assumido ser par. Portanto, se n é um número
inteiro e n2 é par, então n é par. Q.E.D

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89


Prova por Contradição
Teorema 8
Se n é um número inteiro e n2 é par então n é par.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha que n é um número inteiro, n2 é par
e n é ı́mpar. Sendo n ı́mpar, então existe um inteiro k para o qual
n = 2k + 1. Assim

n2 = (2k + 1)2 = 4k 2 + 4k + 1 = 2(2k 2 + 2k) + 1 = 2k1 + 1,

onde k1 = 2k 2 + 2k é inteiro. Portanto n2 é ı́mpar, que é uma


contradição pois n2 foi assumido ser par. Portanto, se n é um número
inteiro e n2 é par, então n é par. Q.E.D

Observação: Tente provar o resultado acima por meio da técnica de


prova direta.
Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 66 / 89
Prova por Contradição

A técnica de prova por contradição não é limitada a demonstrar


declarações condicionais (i.e., do tipo Se Hipótese então Tese).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 67 / 89


Prova por Contradição

A técnica de prova por contradição não é limitada a demonstrar


declarações condicionais (i.e., do tipo Se Hipótese então Tese). Ela pode
ser usada para provar qualquer tipo de declaração.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 67 / 89


Prova por Contradição

A técnica de prova por contradição não é limitada a demonstrar


declarações condicionais (i.e., do tipo Se Hipótese então Tese). Ela pode
ser usada para provar qualquer tipo de declaração.

A ideia básica é assumir que a declaração que desejamos provar é falsa e


então mostrar que esta suposição nos leva a uma contradição.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 67 / 89


Prova por Contradição

A técnica de prova por contradição não é limitada a demonstrar


declarações condicionais (i.e., do tipo Se Hipótese então Tese). Ela pode
ser usada para provar qualquer tipo de declaração.

A ideia básica é assumir que a declaração que desejamos provar é falsa e


então mostrar que esta suposição nos leva a uma contradição. Assim,
podemos concluir que estávamos errados em assumir a declaração como
falsa, e portanto ela precisa ser verdadeira.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 67 / 89


Prova por Contradição

A técnica de prova por contradição não é limitada a demonstrar


declarações condicionais (i.e., do tipo Se Hipótese então Tese). Ela pode
ser usada para provar qualquer tipo de declaração.

A ideia básica é assumir que a declaração que desejamos provar é falsa e


então mostrar que esta suposição nos leva a uma contradição. Assim,
podemos concluir que estávamos errados em assumir a declaração como
falsa, e portanto ela precisa ser verdadeira.

Vejamos mais alguns exemplos de provas por contradição.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 67 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par. Assim, a = 2c para algum inteiro c.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par. Assim, a = 2c para algum inteiro c. Substituindo a = 2c
na equação a2 − 4b = 2, obtemos (2c)2 − 4b = 2,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par. Assim, a = 2c para algum inteiro c. Substituindo a = 2c
na equação a2 − 4b = 2, obtemos (2c)2 − 4b = 2, ou seja 4c 2 − 4b = 2.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par. Assim, a = 2c para algum inteiro c. Substituindo a = 2c
na equação a2 − 4b = 2, obtemos (2c)2 − 4b = 2, ou seja 4c 2 − 4b = 2.
Dividindo esta equação por 2 obtemos 2c 2 − 2b = 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par. Assim, a = 2c para algum inteiro c. Substituindo a = 2c
na equação a2 − 4b = 2, obtemos (2c)2 − 4b = 2, ou seja 4c 2 − 4b = 2.
Dividindo esta equação por 2 obtemos 2c 2 − 2b = 1. Portanto 1 = 2(c 2 − b), e
como c 2 − b ∈ Z, segue que 1 é par.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par. Assim, a = 2c para algum inteiro c. Substituindo a = 2c
na equação a2 − 4b = 2, obtemos (2c)2 − 4b = 2, ou seja 4c 2 − 4b = 2.
Dividindo esta equação por 2 obtemos 2c 2 − 2b = 1. Portanto 1 = 2(c 2 − b), e
como c 2 − b ∈ Z, segue que 1 é par. Como sabemos que 1 não é par, algo errado
ocorreu.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par. Assim, a = 2c para algum inteiro c. Substituindo a = 2c
na equação a2 − 4b = 2, obtemos (2c)2 − 4b = 2, ou seja 4c 2 − 4b = 2.
Dividindo esta equação por 2 obtemos 2c 2 − 2b = 1. Portanto 1 = 2(c 2 − b), e
como c 2 − b ∈ Z, segue que 1 é par. Como sabemos que 1 não é par, algo errado
ocorreu. Mas todos os passos realizados após a primeira linha da prova estão
corretos, assim a primeira linha precisa estar errada.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par. Assim, a = 2c para algum inteiro c. Substituindo a = 2c
na equação a2 − 4b = 2, obtemos (2c)2 − 4b = 2, ou seja 4c 2 − 4b = 2.
Dividindo esta equação por 2 obtemos 2c 2 − 2b = 1. Portanto 1 = 2(c 2 − b), e
como c 2 − b ∈ Z, segue que 1 é par. Como sabemos que 1 não é par, algo errado
ocorreu. Mas todos os passos realizados após a primeira linha da prova estão
corretos, assim a primeira linha precisa estar errada. Em outras palavras,
estávamos errados em assumir que a declaração era falsa.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 9
Se a, b ∈ Z então a2 − 4b 6= 2.

Demonstração.
Suponha que a declaração é falsa.
Isto é, suponha que existem a, b ∈ Z para os quais a2 − 4b = 2. Desta equação
obtemos a2 = 4b + 2 = 2(2b + 1), e portanto a2 é par. Sendo a2 par, segue do
Teorema 8 que a é par. Assim, a = 2c para algum inteiro c. Substituindo a = 2c
na equação a2 − 4b = 2, obtemos (2c)2 − 4b = 2, ou seja 4c 2 − 4b = 2.
Dividindo esta equação por 2 obtemos 2c 2 − 2b = 1. Portanto 1 = 2(c 2 − b), e
como c 2 − b ∈ Z, segue que 1 é par. Como sabemos que 1 não é par, algo errado
ocorreu. Mas todos os passos realizados após a primeira linha da prova estão
corretos, assim a primeira linha precisa estar errada. Em outras palavras,
estávamos errados em assumir que a declaração era falsa. Portanto, a declaração
é verdadeira. Q.E.D

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 68 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2. Assuma
também que o mdc(p, q) = 1, onde mdc significa máximo divisor comum.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2. Assuma
também que o mdc(p, q) = 1, onde mdc significa máximo divisor comum.
Como r 2 = 2 e r = p/q,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2. Assuma
também que o mdc(p, q) = 1, onde mdc significa máximo divisor comum.
Como r 2 = 2 e r = p/q, segue que 2 = p 2 /q 2 , ou equivalentemente
p 2 = 2q 2 .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2. Assuma
também que o mdc(p, q) = 1, onde mdc significa máximo divisor comum.
Como r 2 = 2 e r = p/q, segue que 2 = p 2 /q 2 , ou equivalentemente
p 2 = 2q 2 . Como p 2 é duas vezes algum inteiro (neste caso q 2 ), temos que
p é par (Ver Teorema 8).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2. Assuma
também que o mdc(p, q) = 1, onde mdc significa máximo divisor comum.
Como r 2 = 2 e r = p/q, segue que 2 = p 2 /q 2 , ou equivalentemente
p 2 = 2q 2 . Como p 2 é duas vezes algum inteiro (neste caso q 2 ), temos que
p é par (Ver Teorema 8). Assim, existe um inteiro k tal que p = 2k.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2. Assuma
também que o mdc(p, q) = 1, onde mdc significa máximo divisor comum.
Como r 2 = 2 e r = p/q, segue que 2 = p 2 /q 2 , ou equivalentemente
p 2 = 2q 2 . Como p 2 é duas vezes algum inteiro (neste caso q 2 ), temos que
p é par (Ver Teorema 8). Assim, existe um inteiro k tal que p = 2k.
Então 2q 2 = p 2 = (2k)2 = 4k 2 , que implica q 2 = 2k 2 . Portanto q 2 é par
e assim q é par.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2. Assuma
também que o mdc(p, q) = 1, onde mdc significa máximo divisor comum.
Como r 2 = 2 e r = p/q, segue que 2 = p 2 /q 2 , ou equivalentemente
p 2 = 2q 2 . Como p 2 é duas vezes algum inteiro (neste caso q 2 ), temos que
p é par (Ver Teorema 8). Assim, existe um inteiro k tal que p = 2k.
Então 2q 2 = p 2 = (2k)2 = 4k 2 , que implica q 2 = 2k 2 . Portanto q 2 é par
e assim q é par. Isto mostra que p e q são números pares e têm o inteiro 2
como divisor comum.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2. Assuma
também que o mdc(p, q) = 1, onde mdc significa máximo divisor comum.
Como r 2 = 2 e r = p/q, segue que 2 = p 2 /q 2 , ou equivalentemente
p 2 = 2q 2 . Como p 2 é duas vezes algum inteiro (neste caso q 2 ), temos que
p é par (Ver Teorema 8). Assim, existe um inteiro k tal que p = 2k.
Então 2q 2 = p 2 = (2k)2 = 4k 2 , que implica q 2 = 2k 2 . Portanto q 2 é par
e assim q é par. Isto mostra que p e q são números pares e têm o inteiro 2
como divisor comum. Portanto temos uma contradição.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89


Prova por Contradição

Teorema 10

O número 2 é irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição. Assuma que r é um número racional da forma
p/q, onde p e q são números inteiros com q 6= 0, e que r 2 = 2. Assuma
também que o mdc(p, q) = 1, onde mdc significa máximo divisor comum.
Como r 2 = 2 e r = p/q, segue que 2 = p 2 /q 2 , ou equivalentemente
p 2 = 2q 2 . Como p 2 é duas vezes algum inteiro (neste caso q 2 ), temos que
p é par (Ver Teorema 8). Assim, existe um inteiro k tal que p = 2k.
Então 2q 2 = p 2 = (2k)2 = 4k 2 , que implica q 2 = 2k 2 . Portanto q 2 é par
e assim q é par. Isto mostra que p e q são números pares e têm o inteiro 2
como divisor comum. Portanto temos uma contradição. Assim, √ se r é um
número real tal que r 2 = 2, então r não é racional. Ou seja, 2 é
irracional. Q.E.D
Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 69 / 89
Prova por Contradição

Teorema 11
Se x 2 + 2y = 17 e y 6= 4, então x 6= 3.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 70 / 89


Prova por Contradição

Teorema 11
Se x 2 + 2y = 17 e y 6= 4, então x 6= 3.

Demonstração.
A prova é por contradição.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 70 / 89


Prova por Contradição

Teorema 11
Se x 2 + 2y = 17 e y 6= 4, então x 6= 3.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x 2 + 2y = 17 e y 6= 4.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 70 / 89


Prova por Contradição

Teorema 11
Se x 2 + 2y = 17 e y 6= 4, então x 6= 3.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x 2 + 2y = 17 e y 6= 4. Suponha
x = 3.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 70 / 89


Prova por Contradição

Teorema 11
Se x 2 + 2y = 17 e y 6= 4, então x 6= 3.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x 2 + 2y = 17 e y 6= 4. Suponha
x = 3. Fazendo a substituição na equação x 2 + 2y = 17, obtemos
9 + 2y = 17, e assim y = 4.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 70 / 89


Prova por Contradição

Teorema 11
Se x 2 + 2y = 17 e y 6= 4, então x 6= 3.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x 2 + 2y = 17 e y 6= 4. Suponha
x = 3. Fazendo a substituição na equação x 2 + 2y = 17, obtemos
9 + 2y = 17, e assim y = 4. Mas isto contradiz o fato de que y 6= 4.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 70 / 89


Prova por Contradição

Teorema 11
Se x 2 + 2y = 17 e y 6= 4, então x 6= 3.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x 2 + 2y = 17 e y 6= 4. Suponha
x = 3. Fazendo a substituição na equação x 2 + 2y = 17, obtemos
9 + 2y = 17, e assim y = 4. Mas isto contradiz o fato de que y 6= 4.
Assim, se x 2 + 2y = 17 e y 6= 4, então x 6= 3. Q.E.D

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 70 / 89


Prova por Contradição

Teorema 12
Suponha que A, B e C são conjuntos, A \ B ⊆ C , e x é um elemento
arbitrário. Se x ∈ A \ C , então x ∈ B.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 71 / 89


Prova por Contradição

Teorema 12
Suponha que A, B e C são conjuntos, A \ B ⊆ C , e x é um elemento
arbitrário. Se x ∈ A \ C , então x ∈ B.

Demonstração.
A prova é por contradição.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 71 / 89


Prova por Contradição

Teorema 12
Suponha que A, B e C são conjuntos, A \ B ⊆ C , e x é um elemento
arbitrário. Se x ∈ A \ C , então x ∈ B.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x ∈ A \ C .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 71 / 89


Prova por Contradição

Teorema 12
Suponha que A, B e C são conjuntos, A \ B ⊆ C , e x é um elemento
arbitrário. Se x ∈ A \ C , então x ∈ B.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x ∈ A \ C . Isto significa que x ∈ A e
x 6∈ C .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 71 / 89


Prova por Contradição

Teorema 12
Suponha que A, B e C são conjuntos, A \ B ⊆ C , e x é um elemento
arbitrário. Se x ∈ A \ C , então x ∈ B.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x ∈ A \ C . Isto significa que x ∈ A e
x 6∈ C . Suponha x 6∈ B.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 71 / 89


Prova por Contradição

Teorema 12
Suponha que A, B e C são conjuntos, A \ B ⊆ C , e x é um elemento
arbitrário. Se x ∈ A \ C , então x ∈ B.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x ∈ A \ C . Isto significa que x ∈ A e
x 6∈ C . Suponha x 6∈ B. Então x ∈ A \ B, e como A \ B ⊆ C , segue que
x ∈ C.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 71 / 89


Prova por Contradição

Teorema 12
Suponha que A, B e C são conjuntos, A \ B ⊆ C , e x é um elemento
arbitrário. Se x ∈ A \ C , então x ∈ B.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x ∈ A \ C . Isto significa que x ∈ A e
x 6∈ C . Suponha x 6∈ B. Então x ∈ A \ B, e como A \ B ⊆ C , segue que
x ∈ C . Mas isto contradiz o fato que x 6∈ C .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 71 / 89


Prova por Contradição

Teorema 12
Suponha que A, B e C são conjuntos, A \ B ⊆ C , e x é um elemento
arbitrário. Se x ∈ A \ C , então x ∈ B.

Demonstração.
A prova é por contradição. Suponha x ∈ A \ C . Isto significa que x ∈ A e
x 6∈ C . Suponha x 6∈ B. Então x ∈ A \ B, e como A \ B ⊆ C , segue que
x ∈ C . Mas isto contradiz o fato que x 6∈ C . Portanto, x ∈ B. Q.E.D

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 71 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Princı́pio da Boa Ordenação (ou Princı́pio da Boa Ordem):

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 72 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Princı́pio da Boa Ordenação (ou Princı́pio da Boa Ordem):


Todo subconjunto não-vazio do conjunto dos números inteiros
não-negativos tem um elemento mı́nimo.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 72 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Princı́pio da Boa Ordenação (ou Princı́pio da Boa Ordem):


Todo subconjunto não-vazio do conjunto dos números inteiros
não-negativos tem um elemento mı́nimo.

Note que este princı́pio não é válido para subconjuntos dos inteiros

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 72 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Princı́pio da Boa Ordenação (ou Princı́pio da Boa Ordem):


Todo subconjunto não-vazio do conjunto dos números inteiros
não-negativos tem um elemento mı́nimo.

Note que este princı́pio não é válido para subconjuntos dos inteiros (no
qual existem números negativos arbitrariamente pequenos)

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 72 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Princı́pio da Boa Ordenação (ou Princı́pio da Boa Ordem):


Todo subconjunto não-vazio do conjunto dos números inteiros
não-negativos tem um elemento mı́nimo.

Note que este princı́pio não é válido para subconjuntos dos inteiros (no
qual existem números negativos arbitrariamente pequenos) ou dos números
reais positivos

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 72 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Princı́pio da Boa Ordenação (ou Princı́pio da Boa Ordem):


Todo subconjunto não-vazio do conjunto dos números inteiros
não-negativos tem um elemento mı́nimo.

Note que este princı́pio não é válido para subconjuntos dos inteiros (no
qual existem números negativos arbitrariamente pequenos) ou dos números
reais positivos (no qual existem elementos arbitrariamente próximos do
zero).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 72 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Princı́pio da Boa Ordenação (ou Princı́pio da Boa Ordem):


Todo subconjunto não-vazio do conjunto dos números inteiros
não-negativos tem um elemento mı́nimo.

Note que este princı́pio não é válido para subconjuntos dos inteiros (no
qual existem números negativos arbitrariamente pequenos) ou dos números
reais positivos (no qual existem elementos arbitrariamente próximos do
zero). Ele também não é válido para alguns conjuntos de racionais
não-negativos, por exemplo o conjunto dos racionais positivos (Por quê?)

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 72 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Teorema 13
Não existem inteiros positivos estritamente entre 0 e 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 73 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Teorema 13
Não existem inteiros positivos estritamente entre 0 e 1.

Demonstração.
A prova é por contradição. Seja S o conjunto de números inteiros x tal
que 0 < x < 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 73 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Teorema 13
Não existem inteiros positivos estritamente entre 0 e 1.

Demonstração.
A prova é por contradição. Seja S o conjunto de números inteiros x tal
que 0 < x < 1. Suponha que S é não-vazio;

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 73 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Teorema 13
Não existem inteiros positivos estritamente entre 0 e 1.

Demonstração.
A prova é por contradição. Seja S o conjunto de números inteiros x tal
que 0 < x < 1. Suponha que S é não-vazio; seja n seu menor elemento.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 73 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Teorema 13
Não existem inteiros positivos estritamente entre 0 e 1.

Demonstração.
A prova é por contradição. Seja S o conjunto de números inteiros x tal
que 0 < x < 1. Suponha que S é não-vazio; seja n seu menor elemento.
Multiplicando ambos os lados de n < 1 por n obtemos n2 < n.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 73 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Teorema 13
Não existem inteiros positivos estritamente entre 0 e 1.

Demonstração.
A prova é por contradição. Seja S o conjunto de números inteiros x tal
que 0 < x < 1. Suponha que S é não-vazio; seja n seu menor elemento.
Multiplicando ambos os lados de n < 1 por n obtemos n2 < n. O
quadrado de um inteiro positivo é um inteiro positivo,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 73 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Teorema 13
Não existem inteiros positivos estritamente entre 0 e 1.

Demonstração.
A prova é por contradição. Seja S o conjunto de números inteiros x tal
que 0 < x < 1. Suponha que S é não-vazio; seja n seu menor elemento.
Multiplicando ambos os lados de n < 1 por n obtemos n2 < n. O
quadrado de um inteiro positivo é um inteiro positivo, assim n2 é um
inteiro tal que 0 < n2 < n < 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 73 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Teorema 13
Não existem inteiros positivos estritamente entre 0 e 1.

Demonstração.
A prova é por contradição. Seja S o conjunto de números inteiros x tal
que 0 < x < 1. Suponha que S é não-vazio; seja n seu menor elemento.
Multiplicando ambos os lados de n < 1 por n obtemos n2 < n. O
quadrado de um inteiro positivo é um inteiro positivo, assim n2 é um
inteiro tal que 0 < n2 < n < 1. Isto é uma contradição com relação à
minimalidade de n.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 73 / 89


Princı́pio da Boa Ordenação

Teorema 13
Não existem inteiros positivos estritamente entre 0 e 1.

Demonstração.
A prova é por contradição. Seja S o conjunto de números inteiros x tal
que 0 < x < 1. Suponha que S é não-vazio; seja n seu menor elemento.
Multiplicando ambos os lados de n < 1 por n obtemos n2 < n. O
quadrado de um inteiro positivo é um inteiro positivo, assim n2 é um
inteiro tal que 0 < n2 < n < 1. Isto é uma contradição com relação à
minimalidade de n. Portanto, S é vazio. Q.E.D

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 73 / 89


Prova por Indução Finita

O Princı́pio da Indução Matemática é uma ferramenta valiosa para


provarmos resultados envolvendo números inteiros.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 74 / 89


Prova por Indução Finita

O Princı́pio da Indução Matemática é uma ferramenta valiosa para


provarmos resultados envolvendo números inteiros.

De maneira diferente do que acontece com outros métodos de


demonstração, a indução matemática segue alguns passos bem definidos
para provar alguma afirmação.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 74 / 89


Prova por Indução Finita

O Princı́pio da Indução Matemática é uma ferramenta valiosa para


provarmos resultados envolvendo números inteiros.

De maneira diferente do que acontece com outros métodos de


demonstração, a indução matemática segue alguns passos bem definidos
para provar alguma afirmação.

Antes de formalizarmos os passos da indução matemática, vamos observar


um exemplo.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 74 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 14
Pn
Prove que i=1 (2i − 1) = 1 + 3 + 5 + · · · + (2n − 1) = n2 .

Demonstração:

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 75 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 14
Pn
Prove que i=1 (2i − 1) = 1 + 3 + 5 + · · · + (2n − 1) = n2 .

Demonstração: Queremos descobrir uma fórmula que nos dê o valor


deste somatório, para qualquer inteiro n ≥ 1, sem que para isso somemos
todos os inteiros ı́mpares menores ou iguais a 2n − 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 75 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 14
Pn
Prove que i=1 (2i − 1) = 1 + 3 + 5 + · · · + (2n − 1) = n2 .

Demonstração: Queremos descobrir uma fórmula que nos dê o valor


deste somatório, para qualquer inteiro n ≥ 1, sem que para isso somemos
todos os inteiros ı́mpares menores ou iguais a 2n − 1.

Podemos usar nossa intuição para tentar descobrir essa fórmula.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 75 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 14
Pn
Prove que i=1 (2i − 1) = 1 + 3 + 5 + · · · + (2n − 1) = n2 .

Demonstração: Queremos descobrir uma fórmula que nos dê o valor


deste somatório, para qualquer inteiro n ≥ 1, sem que para isso somemos
todos os inteiros ı́mpares menores ou iguais a 2n − 1.

Podemos usar nossa intuição para tentar descobrir essa fórmula.

Vamos analisar alguns casos particulares na tentativa de encontrar alguma


lei de formação dessa soma.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 75 / 89


Prova por Indução Finita

Pn
Seja Sn a soma i=1 (2i − 1).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 76 / 89


Prova por Indução Finita

Pn
Seja Sn a soma i=1 (2i − 1). Vamos construir uma tabela para Sn com
n = 1, 2, 3, 4, 5:
n Sn
1 1 = 1
2 1+3 = 4
3 1+3+5 = 9
4 1+3+5+7 = 16
5 1+3+5+7+9 = 25

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 76 / 89


Prova por Indução Finita

Pn
Seja Sn a soma i=1 (2i − 1). Vamos construir uma tabela para Sn com
n = 1, 2, 3, 4, 5:
n Sn
1 1 = 1
2 1+3 = 4
3 1+3+5 = 9
4 1+3+5+7 = 16
5 1+3+5+7+9 = 25

Da tabela podemos observar que:


a) Sn = Sn−1 + (2n − 1);
b) Sn = n2 ,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 76 / 89


Prova por Indução Finita

são afirmações verdadeiras para n = 1, 2, 3, 4, 5.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 77 / 89


Prova por Indução Finita

são afirmações verdadeiras para n = 1, 2, 3, 4, 5. Entretanto, não é possı́vel


garantir que Sn = n2 seja verdadeira para valores de n superiores a 5.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 77 / 89


Prova por Indução Finita

são afirmações verdadeiras para n = 1, 2, 3, 4, 5. Entretanto, não é possı́vel


garantir que Sn = n2 seja verdadeira para valores de n superiores a 5.

A igualdade Sn = Sn−1 + (2n − 1) é verdadeira para qualquer valor de n,


pois a soma dos n primeiros inteiros ı́mpares é igual à soma dos n − 1
primeiros inteiros ı́mpares adicionada ao n-ésimo inteiro ı́mpar, 2n − 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 77 / 89


Prova por Indução Finita

são afirmações verdadeiras para n = 1, 2, 3, 4, 5. Entretanto, não é possı́vel


garantir que Sn = n2 seja verdadeira para valores de n superiores a 5.

A igualdade Sn = Sn−1 + (2n − 1) é verdadeira para qualquer valor de n,


pois a soma dos n primeiros inteiros ı́mpares é igual à soma dos n − 1
primeiros inteiros ı́mpares adicionada ao n-ésimo inteiro ı́mpar, 2n − 1.

Esta igualdade nos sugere uma maneira de provar que a conjectura


Sn = n2 seja verdadeira para qualquer valor positivo de n.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 77 / 89


Prova por Indução Finita

Suponha que para n = k, sendo k um inteiro positivo, a conjectura é


verdadeira, isto é, Sk = k 2 .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 78 / 89


Prova por Indução Finita

Suponha que para n = k, sendo k um inteiro positivo, a conjectura é


verdadeira, isto é, Sk = k 2 . Tendo como base a primeira afirmação que
fizemos, Sn = Sn−1 + (2n − 1), temos que:

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 78 / 89


Prova por Indução Finita

Suponha que para n = k, sendo k um inteiro positivo, a conjectura é


verdadeira, isto é, Sk = k 2 . Tendo como base a primeira afirmação que
fizemos, Sn = Sn−1 + (2n − 1), temos que:

Sk+1 = Sk + (2 (k + 1) − 1)
= k 2 + 2k + 1
= (k + 1)2 ,

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 78 / 89


Prova por Indução Finita

Suponha que para n = k, sendo k um inteiro positivo, a conjectura é


verdadeira, isto é, Sk = k 2 . Tendo como base a primeira afirmação que
fizemos, Sn = Sn−1 + (2n − 1), temos que:

Sk+1 = Sk + (2 (k + 1) − 1)
= k 2 + 2k + 1
= (k + 1)2 ,

que é a mesma fórmula da nossa conjectura, se substituirmos n por k + 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 78 / 89


Prova por Indução Finita

Analisemos o que foi feito até agora:


(i) Verificamos que a fórmula é verdadeira para alguns valores numéricos
e em particular para n = 1;

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 79 / 89


Prova por Indução Finita

Analisemos o que foi feito até agora:


(i) Verificamos que a fórmula é verdadeira para alguns valores numéricos
e em particular para n = 1;
(ii) Provamos que se a equação Sn = n2 é verdadeira para n = k, ela é
também verdadeira para n = k + 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 79 / 89


Prova por Indução Finita

Como sabemos que a conjectura é verdadeira para n = 1, 2, 3, 4, 5, pelo


exposto em (ii), podemos concluir que ela é verdadeira para n = 6, isto é,
S6 = 62 = 36 = (52 + (2 · 6) − 1).

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 80 / 89


Prova por Indução Finita

Como sabemos que a conjectura é verdadeira para n = 1, 2, 3, 4, 5, pelo


exposto em (ii), podemos concluir que ela é verdadeira para n = 6, isto é,
S6 = 62 = 36 = (52 + (2 · 6) − 1).

Então, visto que ela vale para n ≤ 6, pelo exposto em (ii), podemos
concluir que a conjectura é verdadeira para n = 7, isto é,
S7 = 72 = 49 = (62 + (2 · 7) − 1), e assim por diante.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 80 / 89


Prova por Indução Finita

Como sabemos que a conjectura é verdadeira para n = 1, 2, 3, 4, 5, pelo


exposto em (ii), podemos concluir que ela é verdadeira para n = 6, isto é,
S6 = 62 = 36 = (52 + (2 · 6) − 1).

Então, visto que ela vale para n ≤ 6, pelo exposto em (ii), podemos
concluir que a conjectura é verdadeira para n = 7, isto é,
S7 = 72 = 49 = (62 + (2 · 7) − 1), e assim por diante.

Logo, para qualquer inteiro n ≥ 1 a seguinte equação é válida


n
X
(2i − 1) = n2 .
i=1

Q.E.D.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 80 / 89


Prova por Indução Finita

O procedimento discutido pode ser formalizado da seguinte maneira.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 81 / 89


Prova por Indução Finita

O procedimento discutido pode ser formalizado da seguinte maneira.

Teorema 15 (Primeiro Princı́pio da Indução Matemática)


Seja P(n) uma proposição (declaração, afirmação) relativa aos números
inteiros positivos, e assuma o seguinte:

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 81 / 89


Prova por Indução Finita

O procedimento discutido pode ser formalizado da seguinte maneira.

Teorema 15 (Primeiro Princı́pio da Indução Matemática)


Seja P(n) uma proposição (declaração, afirmação) relativa aos números
inteiros positivos, e assuma o seguinte:
(i) P(1) é uma proposição verdadeira.
(ii) Para qualquer inteiro k ≥ 1, se P(k) é verdadeira então P(k + 1) é
verdadeira.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 81 / 89


Prova por Indução Finita

Para aplicarmos o Princı́pio da Indução Matemática devemos seguir os


seguintes passos:

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 82 / 89


Prova por Indução Finita

Para aplicarmos o Princı́pio da Indução Matemática devemos seguir os


seguintes passos:

(I) Passo Inicial (PI): verificar se P(n) é verdadeira para n = 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 82 / 89


Prova por Indução Finita

Para aplicarmos o Princı́pio da Indução Matemática devemos seguir os


seguintes passos:

(I) Passo Inicial (PI): verificar se P(n) é verdadeira para n = 1.


(II) Assumir que P(n) é verdadeira para n = k, Hipótese de Indução (HI),
e provar que P(n) é verdadeira para n = k + 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 82 / 89


Prova por Indução Finita

Para aplicarmos o Princı́pio da Indução Matemática devemos seguir os


seguintes passos:

(I) Passo Inicial (PI): verificar se P(n) é verdadeira para n = 1.


(II) Assumir que P(n) é verdadeira para n = k, Hipótese de Indução (HI),
e provar que P(n) é verdadeira para n = k + 1.
(III) Sendo verificados os itens (I) e (II), concluir que P(n) é verdadeira
para qualquer valor de n ≥ 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 82 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 16
Mostre que a soma dos cubos de três números inteiros consecutivos é um
múltiplo de 9.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 83 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 16
Mostre que a soma dos cubos de três números inteiros consecutivos é um
múltiplo de 9.

Demonstração: Devemos provar que a expressão


n3 + (n + 1)3 + (n + 2)3 é um múltiplo de 9 para qualquer inteiro n.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 83 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 16
Mostre que a soma dos cubos de três números inteiros consecutivos é um
múltiplo de 9.

Demonstração: Devemos provar que a expressão


n3 + (n + 1)3 + (n + 2)3 é um múltiplo de 9 para qualquer inteiro n.
Provemos para n = 1 :

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 83 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 16
Mostre que a soma dos cubos de três números inteiros consecutivos é um
múltiplo de 9.

Demonstração: Devemos provar que a expressão


n3 + (n + 1)3 + (n + 2)3 é um múltiplo de 9 para qualquer inteiro n.
Provemos para n = 1 :

13 + (1 + 1)3 + (1 + 2)3 = 1 + 8 + 27 = 36

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 83 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 16
Mostre que a soma dos cubos de três números inteiros consecutivos é um
múltiplo de 9.

Demonstração: Devemos provar que a expressão


n3 + (n + 1)3 + (n + 2)3 é um múltiplo de 9 para qualquer inteiro n.
Provemos para n = 1 :

13 + (1 + 1)3 + (1 + 2)3 = 1 + 8 + 27 = 36

que é múltiplo de 9.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 83 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 16
Mostre que a soma dos cubos de três números inteiros consecutivos é um
múltiplo de 9.

Demonstração: Devemos provar que a expressão


n3 + (n + 1)3 + (n + 2)3 é um múltiplo de 9 para qualquer inteiro n.
Provemos para n = 1 :

13 + (1 + 1)3 + (1 + 2)3 = 1 + 8 + 27 = 36

que é múltiplo de 9.

Assumimos que a expressão é válida para n = k, isto é


k 3 + (k + 1)3 + (k + 2)3 = 9L, onde L é um inteiro.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 83 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 16
Mostre que a soma dos cubos de três números inteiros consecutivos é um
múltiplo de 9.

Demonstração: Devemos provar que a expressão


n3 + (n + 1)3 + (n + 2)3 é um múltiplo de 9 para qualquer inteiro n.
Provemos para n = 1 :

13 + (1 + 1)3 + (1 + 2)3 = 1 + 8 + 27 = 36

que é múltiplo de 9.

Assumimos que a expressão é válida para n = k, isto é


k 3 + (k + 1)3 + (k + 2)3 = 9L, onde L é um inteiro. Devemos mostrar que

(k + 1)3 + [(k + 1) + 1]3 + [(k + 1) + 2]3 = 9M

para algum inteiro M.


Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 83 / 89
Prova por Indução Finita

Temos
(k + 1)3 + [(k + 1) + 1]3 + [(k + 1) + 2]3 = (k + 1)3 + (k + 2)3 + (k + 3)3
= (k + 1)3 + (k + 2)3 + k 3 +9k 2 + 27k + 27
| {z }
= 9L + 9k 2 + 9 · 3k + 9 · 3
= 9(L + k 2 + 3k + 3)
= 9M,

onde M = L + k 2 + 3k + 3.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 84 / 89


Prova por Indução Finita

Temos
(k + 1)3 + [(k + 1) + 1]3 + [(k + 1) + 2]3 = (k + 1)3 + (k + 2)3 + (k + 3)3
= (k + 1)3 + (k + 2)3 + k 3 +9k 2 + 27k + 27
| {z }
= 9L + 9k 2 + 9 · 3k + 9 · 3
= 9(L + k 2 + 3k + 3)
= 9M,

onde M = L + k 2 + 3k + 3.

Logo, a soma dos cubos de três números inteiros consecutivos é um


múltiplo de 9. Q.E.D.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 84 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 17
Pn n(n+1)
Prove que i=1 i = 2 .
P1 1(1+1)
Demonstração: Para n = 1, temos que i=1 i =1= 2 .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 85 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 17
Pn n(n+1)
Prove que i=1 i = 2 .
P1 1(1+1)
Demonstração: Para n = 1, temos que i=1 i =1= 2 . Portanto,
a fórmula é válida para n = 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 85 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 17
Pn n(n+1)
Prove que i=1 i = 2 .

Demonstração: Para n = 1, temos que 1i=1 i = 1 = 1(1+1)


P
2 . Portanto,
a fórmula é válida para n = 1.
Assuma que a fórmula é válida para n = k. Isto é, ki=1 i = k(k+1)
P
2 .

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 85 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 17
Pn n(n+1)
Prove que i=1 i = 2 .

Demonstração: Para n = 1, temos que 1i=1 i = 1 = 1(1+1)


P
2 . Portanto,
a fórmula é válida para n = 1.
Assuma que a fórmula é válida para n = k. Isto é, ki=1 i = k(k+1)
P
2 .
Devemos mostrar que a fórmula é válida para n = k + 1. Isto é,
k+1
X (k + 1)(k + 2)
i= .
2
i=1

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 85 / 89


Prova por Indução Finita

Temos que
k+1
X k i
hX
i= i + (k + 1)
i=1 i=1
k(k + 1)
= + (k + 1)
2
k(k + 1) + 2(k + 1)
=
2
(k + 1)(k + 2)
= .
2
Q.E.D.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 86 / 89


Prova por Indução Finita

Existe uma forma do princı́pio da indução matemática que por vezes é


mais conveniente de ser usada do que a anteriormente apresentada.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 87 / 89


Prova por Indução Finita

Existe uma forma do princı́pio da indução matemática que por vezes é


mais conveniente de ser usada do que a anteriormente apresentada.
Embora pareçam diferentes, na verdade, elas são equivalentes.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 87 / 89


Prova por Indução Finita

Existe uma forma do princı́pio da indução matemática que por vezes é


mais conveniente de ser usada do que a anteriormente apresentada.
Embora pareçam diferentes, na verdade, elas são equivalentes.

Teorema 18 (Segundo Princı́pio da Indução Matemática)

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 87 / 89


Prova por Indução Finita

Existe uma forma do princı́pio da indução matemática que por vezes é


mais conveniente de ser usada do que a anteriormente apresentada.
Embora pareçam diferentes, na verdade, elas são equivalentes.

Teorema 18 (Segundo Princı́pio da Indução Matemática)


Seja P (n) uma propriedade relativa aos inteiros.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 87 / 89


Prova por Indução Finita

Existe uma forma do princı́pio da indução matemática que por vezes é


mais conveniente de ser usada do que a anteriormente apresentada.
Embora pareçam diferentes, na verdade, elas são equivalentes.

Teorema 18 (Segundo Princı́pio da Indução Matemática)


Seja P (n) uma propriedade relativa aos inteiros.
Se
(i) P (n) é verdadeira para n = 1 e,
(ii) P (n) verdadeira para 1 < n ≤ k implica que P (k + 1) é verdadeira,
então P (n) é verdadeira para todo inteiro n ≥ 1.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 87 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 19
Prove, usando o princı́pio da indução matemática, que todo número
inteiro maior do que 1 é primo ou produto de primos.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 88 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 19
Prove, usando o princı́pio da indução matemática, que todo número
inteiro maior do que 1 é primo ou produto de primos.

Demonstração: Vamos considerar como P(n) a sentença: n é primo ou


produto de primos.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 88 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 19
Prove, usando o princı́pio da indução matemática, que todo número
inteiro maior do que 1 é primo ou produto de primos.

Demonstração: Vamos considerar como P(n) a sentença: n é primo ou


produto de primos.

Para n = 2, vemos que P(2) é verdadeira, pois 2 é primo.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 88 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 19
Prove, usando o princı́pio da indução matemática, que todo número
inteiro maior do que 1 é primo ou produto de primos.

Demonstração: Vamos considerar como P(n) a sentença: n é primo ou


produto de primos.

Para n = 2, vemos que P(2) é verdadeira, pois 2 é primo.

Vamos considerar que a sentença é válida para n = k, isto é, k é primo ou


produto de primos.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 88 / 89


Prova por Indução Finita

Teorema 19
Prove, usando o princı́pio da indução matemática, que todo número
inteiro maior do que 1 é primo ou produto de primos.

Demonstração: Vamos considerar como P(n) a sentença: n é primo ou


produto de primos.

Para n = 2, vemos que P(2) é verdadeira, pois 2 é primo.

Vamos considerar que a sentença é válida para n = k, isto é, k é primo ou


produto de primos. Precisamos provar que isto implica que P(k + 1) é
verdadeira, isto é, que k + 1 é primo ou produto de primos.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 88 / 89


Prova por Indução Finita

Ora, temos duas possibilidades mutuamente exclusivas para k + 1:


k + 1 é primo. Então P(k + 1) é verificada.
k + 1 não é primo. Então k + 1 = a · b, onde 1 < a < k + 1 e
1 < b < k + 1. Fazendo a suposição que P(2), P(3), · · · , P(n) são
verdadeiras para n ≤ k, então P(a) e P(b) são verdadeiras. Neste
caso, a e b são primos ou produtos de primos e, portanto,
k + 1 = a · b é produto de primos.
Q.E.D.

Cláudio N. Meneses (UFABC) Matemática Discreta 18 de Fevereiro de 2020 89 / 89

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