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Matemática

2.2.Propriedades e observações importantes


TEORIA DOS CONJUNTOS 1) ∀ A, temos A⊂ A ( inclusive ∅ ⊂ ∅ !!! ) propriedade
reflexiva;
1. Considerações iniciais
O capítulo que se inicia trata de um assunto que, via-de-via 2) ∀ A, temos ⊂ A;
regra,, é abordado em um plano secundário dentro dos 3) Se A tem n elementos, então o número de subconjuntos
n
temas que norteiam o ensino médio. Entretanto, para os de A é 2 . Esse é um exercício de Análise Combinatória
concursos é necessário o conhecimento do tema, elementar, tente fazê-lo!
principalmente no que tange às propriedades em breve 4) A⊂ B e A B⇔A = B propriedade anti-simétrica;
anti
indicadas e aos conceitos de complementar e diferença . 5) Atentar para a diferença entre pertinência e inclusão:
Embora seja possível resolver todos os exercícios relativos à enquanto um elemento pertence a um conjunto, um
Teoria dos Conjuntos apenas com noções intuitivas, um dos subconjunto está contido em um conjunto (mesmo que a
objetivos desse material é iniciar o aluno em uma linguagem esse subconjunto pertença apenas um elemento!).
matemática mais elaborada e elegante.
Com isso, é possível estabelecer uma a base sólida para o 3. UNIÃO ou REUNIÃO
melhor entendimento dos capítulos subseqüentes e para a 3.1.Def: Denomina-se União de A com B ao conjunto dos
resolução dos exercícios. elementos que pertencem a pelo menos um dos conjuntos A
Feito o parêntese inicial, o ponto de partida da Teoria dos ou B. Assim, escrevemos A∪B = { x є U : x є A v x є B }.
Conjuntos é admitir que “conjunto” e “elemento de um Essa simples definição traz consigo algumas propriedades
conjunto” são conceitos primitivos(acei (aceitamos como
interessantes:
conhecidos sem definição), e não conceitos definidos.definidos
Para esclarecer a diferença entre os dois: na geometria 1) A∪B = B∪A (propriedades comutativa da União)
euclidiana, os conceitos “ponto , reta e plano” são primitivos; 2) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C) (propriedade associativa da
a partir deles, são definidos os demais conceitos União)
(circunferência, segmento
ento de reta, polígono, etc...). 3) A ∪∅ = A
Observações:
1) o conceito primitivo elemento de um conjunto deve ser 4) A⊂ B ⇔A∪ B = B
levado ao pé da letra, ou seja, não se discute se x é 5) A ∪ A = A
elemento ou não, mas sim se x é elemento de determinado 6) A ⊂ B e A’ ⊂ B’ ⇒ A ∪ A’ ⊂ B ∪ B’
conjunto ou não.
2)) Um conjunto pode ser representado por uma letra 4. INTERSECÇÃO
maiúscula de nosso alfabeto; ou por uma lista ordenada de 4.1.Def: Chamamos intersecção de A com B ao conjunto
todos os elementos desse conjunto (com ou sem repetição) dos elementos comuns aos conjuntos A e B. Isso equivale a
entre chaves;ou pela forma: { x є U : A(x) }, em que A(x) é dizer que
uma propriedade cuja finalidade é selecionar elementos de A∩B = { xє U : xє A ∧xє B }.
U; ou ainda pela representação gráfica proposta pelo
matemático John Venn(1834-1923) 1923) , conforme expresso
abaixo:

Verde
Vermelho 4.2. Propriedades
Violeta 1) A∩ B = B∩ A (Propriedade comutativa)
2) (A∩ B) ∩ C = A ∩ (B∩ C) (Propriedade associativa)

= { Verde, Vermelho, Violeta } = conjunto das cores cujos 3) A∩ (B∪ C) = (A ∩B) ∪ (A∩ C)
nomes se iniciam pela letra “V” .
4) A∪ (B∩C) = (A∪B) ∩ (A∪C) (Propriedades
3) Existe um conjunto sem elementos denominado
distributivas)
CONJUNTO VAZIO, indicado por { } ou Essa observação
consiste em um postulado( = axioma;; é uma proposição 5) A⊂B⇔ A∩ B = A
aceita como verdadeira sem demonstração, ao contrário dos 6) A ∩∅=∅
chamados teoremas). 7) A∩ B∩ C⊂ (A∩ B) ⊂ (A∪B)
2. SUBCONJUNTOS 8) A∩ A = A
2.1.Def.: dizemos que A é subconjunto de B se, e somente
se, todo elemento de A é elemento de B,, isto é: ∀ x є U, x є 5. DIFERENÇA
A ⇒ x є B. Neste caso, diz-se
se que A está contido em B ou B
contém A ( B A ). O conjunto U, denominado CONJUNTO
UNIVERSO, é fixo e contém todos os conjuntos que possam
ser envolvidos.

5.1.Def.:Dados
Dados dois conjuntos A e B, chamamos diferença
entre A e B ao conjunto dos elementos de A que não são
elementos de B (veja figura acima), isto é: A-B = { xєU : xє
A∧ x∉ B }.
Convém atentar que, se existir ao menos um elemento de A
que não pertença a B, ter-se-áá A ¢ B. Em outras palavras, 5.2.Propriedades
temos que A ¢ B⇔ ∃ є x U : xє A ∧ x ∉ B. 1) (A-B) ⊂A

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2) (A-B) ∩ (B-A) =∅ Matemáticos expressam o facto de que todas as leis usuais


3) A - ∅= A e ∅- A =∅ da aritmética são válidas nos inteiros dizendo que (Z,
( +, *) é
4) A-(A∩ B) = A-B um anel comutativo.
A ordem de Z é dada por ... < -22 < -1 < 0 < 1 < 2 < ... e faz
6.COMPLEMENTARIDADE de Z uma ordenação total sem limite superior ou inferior.
Chama-se de inteiro positivo os inteiros maiores que zero ; o
6.1.Def.: Dados dois conjuntos A e X com A⊂X (atenção!!), próprio zero não é considerado um positivo. A ordem é
denomina-se complementar de A em relação a X ao compatível com as operações algébricas no seguinte
conjunto: sentido:
CXA = { xєX : x∉A }.Verificar as diferenças entre
complementaridade e diferença! 1. se a < b e c < d, então a + c < b + d
2. se a < b e 0 < c, então ac < bc

Como os números naturais, os inteiros formam um conjunto


infinito contável.
Os inteiros não formam um corpo já que, por exemplo, não
existe um inteiro x tal que 2x = 1. O menor corpo que contém
Obs.: se o conjunto X não for especificado, infere-se
infere que X =
- os inteiros são os números racionais.
racionais
U e neste caso é usual indicar o complemento de A por A Uma importante propriedade dos inteiros é a divisão com
C
ou A . resto: dados dois inteiros a e b com b≠0, podemos sempre
achar inteiros q e r tais que:a = b q + r e tal que 0 <= r < |b|
6.2.Propriedades importantíssimas! (veja módulo ou valor absoluto). ). q é chamado o quociente e
c
1) A∩A =∅ r o resto da divisão de a por b. Os números q e r são
C
2) AUA = U unicamente determinados por a e b. Esta divisão torna
C C
3) (A ) = A possível o Algoritmo Euclidiano para calcular o máximo
C
4) A∩ B = A - B divisor comum,, que também mostra que o máximo divisor
C C C
5) (AUB) = A ∩B (relações de Morgan prove!) comum de dois inteiros pode ser escrito como a soma de
C C C
6) (A∩B) = A UB múltiplos destes dois inteiros.
7) B⊂A⇔A - B = CAB Tudo isto pode ser resumido dizendo que Z é um domínio
C euclidiano. Isto implica que Z é um domínio de ideal principal
8) (∅) = U
C e que todo número inteiro podem ser escrito como produto
9) A∩B = A⇔A∩B=∅
de números primos de forma única (desde que o 1 não seja
considerado primo).
7.PRODUTO CARTESIANO E RELAÇÃO
Este é o Teorema Fundamental da Aritmética.
Aritmética
7.1.Def.: Dados os conjuntos A e B, chamamos produto
O ramo da matemática que estuda os inteiros é chamado de
cartesiano de A por B ao conjunto de todos os pares
teoria dos números.
ordenados (x;y) em que x e y pertencem, respectivamente, a
A e B: A X B = { (x;y) : x є A ∧ y є B }. Aplicação
Inteiro é frequentemente um tipo primitivo em linguagem de
7.2.Observações e propriedades programação normalmente com 1, 2, 4, ou 8 bytes de
1) Se A =∅ ou B = ∅, por convenção tem-se
se A X B =∅
= comprimento (8, 16, 32, ou 64 bits).
bits Observe, porem que um
2) para o produto cartesiano não existe comutação, ou computador pode apenas representar um subconjunto dos
seja, A X B pode não ser igual a B X A. Entretanto, esta inteiros com estes tipos, já que os inteiros são infinitos e
operação possui propriedades distributivas : uma quantidade de bits fixa limita a representação a um
8
i) A X (BUC) = (A X B)U(A X C) máximomo de 2 à potência do número de bits (2 ( para bytes,
32
ii) A X (B∩C) = (A X B) ∩ (A X C) 2 para 32-bit bit arquitecturas, etc). No entanto, o uso de
iii) (A - B) X C = (A X C) - (B X C) técnicas de Inteligência Artificial permitem que
7.3.Def.: Dados os conjuntos A e B, denomina-se
denomina relação de computadores representem e raciocinem sobre o conjunto
A em B a qualquer subconjunto de A X B. As mais dos inteiros.
importantes relações são as chamadas FUNÇÕES.
Pertencem ao conjunto dos números inteiros, os números
negativos e também o Conjunto dos Números Naturais.
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS Os números positivos são opostos aos números negativos e
os negativos opostos stos aos positivos.
(Z) Sua representação é feita pela letra Z maiúscula.
Z = {..., -4, -3, -2, -1,
1, 0, +1, +2, +3,...}
Os números inteiros são constituídos dos números naturais Observações: os números negativos são sempre
{0, 1, 2, ...} e dos seus simétricos {0, -1, -2, ...}. Dois acompanhados pelo sinal de negativo
números são opostos se, e somente se, sua soma é zero. (-)) (à sua frente) e os positivos são acompanhados pelo sinal
Por vezes, no ensino pré-universitário,
universitário, chamam-se
chamam a estes positivo (+) ou sem sinal nenhum. O zero não é positivo e
números inteiros relativos. nem negativo.
O conjunto de todos os inteiros é denominado por Z (Mais ♦ Inteiros não – nulos
apropriadamente, um Z em blackboard bold, bold ), que vem São os números inteiros, menos o zero.
do alemão Zahlen,, que significa números, algarismos. Na sua representação devemos colocar * ao lado do Z.
Os resultados das operações de soma, subtração e Z* = {..., -3, -2, -1, 1, 2, 3,...}
multiplicação entre dois Inteiros são inteiros. Dois inteiros ♦Inteiros não positivos
admitem relações binárias como =, > e <. São os números negativos incluindo o zero.
Na sua representação deve ser colocado - ao lado do Z.

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Z_ = {..., -3, -2, -1, 0} Exemplo: |-3| = 3 e |3| = 3


♦Inteiros não positivos e não – nulos
São os números inteiros do conjunto do Z_ excluindo o zero. Operações com números inteiros (Z)
Na sua representação devemos colocar o _ e o * ao lado do Qualquer adição, subtração ou multiplicação de dois
Z. números inteiros sempre resulta também um número inteiro.
Z*_ = {..., -3, -2, -1} Dizemos então que estas três operações estão bem
♦Inteiros não negativos definidas em Z ou, equivalentemente, que o conjunto Z é
São os números positivos incluindo o zero. fechado para qualquer uma destas três operações.
Na sua representação devemos colocar o + ao lado do Z. As divisõs, as potenciações e as radiciações entre dois
Z + = { 0,1 ,2 ,3, 4,...} números inteiros nem sempre têm resultado inteiro. Assim,
O Conjunto Z + é igual ao Conjunto dos N dizemos que estas três operações não estão bem definidas
♦Inteiros não negativos e não - nulos no conjunto Z ou, equivalentemente, que Z não é fechado
São os números do conjunto Z+, excluindo o zero. para qualquer uma destas três operações.
Na sua representação devemos colocar o + e o * ao lado do
Z. Adições e subtrações com números inteiros
Z* + = {1, 2, 3, 4,...} Existe um processo que simplifica o cálculo de adições e
O Conjunto Z* + é igual ao Conjunto N* subtrações com números inteiros. Observe os exemplos
seguintes:
Operações e Propriedades Exemplo1:
Calcular o valor da seguinte expressão:
Neste material será feita uma revisão dos aspectos mais 10 - 7 - 9 + 15 - 3 + 4
importantes sobre as operações de adição, subtração, Solução:
multiplicação e divisão com números inteiros. Faremos duas somas separadas
• uma só com os números positivos: 10 + 15 + 4 =
Adição +29
Os termos da adição são chamadas parcelas e o resultado • outra só com os números negativos: (-7) + (-9) + (-
da operação de adição é denominado soma ou total. 3) = -19
1º parcela + 2º parcela = soma ou total
A ordem das parcelas nunca altera o resultado de uma Agora calcularemos a diferença entre os dois totais
adição: a + b = b + a encontrados: +29 - 19 = +10
O zero é elemento neutro da adição: 0 + a = a + 0 Atenção: É preciso dar sermpre ao resultado o sinal do
número que tiver o maior valor absoluto!
Subtração
O primeiro termo de uma subtração é chamado minuendo, Exemplo2:
o segundo, subtraendo e o resultado da operação de Calcular o valor da seguinte expressão: -10 + 4 - 7 - 8 + 3 - 2
subtração é denominado resto ou diferença. 1º passo: Achar os totais (+) e (-):
minuendo - subtraendo = resto ou diferença (+): +4 + 3 = +7
A ordem dos termos pode alterar o resultado de uma (-): -10 - 7 - 8 - 2 = -27
subtração: a - b ≠ b - a (sempre que a ≠ b) 2º passo: Calcular a diferença dando a ela o sinal do total
Se adicionarmos uma constante k ao minuendo, o resto que tiver o maior módulo:
será adicionado de k. -27 + 7 = - 20
Se adicionarmos uma constante k ao subtraendo, o resto
será subtraído de k. Multiplicação
A subtração é a operação inversa da adição: Os termos de uma multiplicação são chamados fatores e o
M-S=R↔R+S=M resultado da operação de multiplicação é donominado
A soma do minuendo com o subtraendo e o resto é produto.
sempre igual ao dobro do minuendo. 1º fator x 2º fator = produto
M+S+R=2×M
• O primeiro fator também pode ser chamado
multiplicando enquanto o segundo fator pode ser chamado
Valor absoluto
multiplicador.
O Valor absoluto de um número inteiro indica a distância
deste número até o zero quando consideramos a • A ordem dos fatores nunca altera o resultado de
representação dele na reta numérica. uma multiplicação: a x b = b x a
Atenção: O valor absoluto de um número nunca é negativo, • O número 1 é o elemento neutro da multiplicação:
pois representa uma distância. 1xa=ax1=a
A representação do valor absoluto de um número n é | n |. • Se adicionarmos uma constante k a um dos
Lê-se "valor absoluto de n" ou "módulo de n".) fatores, o produto será adicionado de k vezes o outro fator:
a x b = c ↔ (a + k) x b = c + (k x b)
Números simétricos • Se multiplicarmos um dos fatores por uma
Dois números a e b são ditos simétricos ou opostos quando: constante k, o produto será multiplicado por k: a × b = c ↔
a+b=0 (a × k) × b = k × c
Exemplos: • Podemos distribuir um fator pelos termos de uma
-3 e 3 são simétricos (ou opostos) pois (-3) + (3) = 0. adição ou subtração qualquer: a × (b ± c) = (a × b) ± (a × c)
4 e -4 são simétricos (ou opostos) pois (4) + (-4) = 0.
O oposto de 5 é -5. Divisão inteira
O simétrico de 6 é -6. Na divisão inteira de N por D ≠ 0, existirá um único par de
O oposto de zero é o próprio zero. inteiros, Q e R, tais que:
Dois números simétricos sempres têm o mesmo módulo.

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Q × D + R = N e 0 ≤ R < R < |D| (onde |D| é o valor absoluto


de D)
A segunda condição significa que R (o resto)
resto nunca pode
ser negativo.
Os quatro números envolvidos na divisão inteira são assim
denominados:
N é o dividendo; D é o divisor (sempre diferente de zero);
Q é o quociente; R é o resto (nunca negativo).

Exemplos: Os números racionais opõem-se se aos números irracionais (


1) Na divisão inteira de 60 por 7 o dividendo é 60, 60 o divisor ).
é 7, o quociente é 8 e o resto é 4. Para representar o conjunto dos racionais positivos podemos
8 × 7 + 4 = 60 e 0 ≤ 4 < |7| usar Q + e para representar o conjunto dos números
2) Na divisão inteira de -60 por 7 o dividendo é -60, o racionais negativos podemos utilizar Q-. O número zero
divisor é 7, o quociente é -9 e o resto é 3.. também faz parte do conjunto dos racionais.
-9 × 7 + 3 = -60 e 0 ≤ 3 < |7| Há quatro formas de se apresentarem os números racionais:
• Quando ocorrer R = 0 na divisão de N por D, Frações (próprias ou impróprias), números mistos (que é
teremos Q × D = N e diremos que a divisão é exata uma variação das frações impróprias), números decimais de
indicando-a como N ÷ D = Q. escrita finita e, por fim, as dízimas, que são números
• Quando a divisão de N por D for exata diremos que decimais em cuja escrita aparecem períodos numéricos
N é divisível por D e D é divisor de N ou, equivalentemente, infinitos. Eis alguns exemplos:
que N é múltiplo de D e D é fator de N.
• Fração: ;
• O zero é divisível por qualquer número não nulo:
D ≠ 0 → 0 ÷ D = 0. • Número misto: 5 ;
• Todo número inteiro
nteiro é divisível por 1: N ÷ 1 = N. • Números decimais de escrita finita: 8,35;
• Se multiplicarmos o dividendo (N)) e o divisor (D)( de • Dízimas: 8,(23); 1,23(5); 7,23(965);
uma divisão por uma constante k ≠ 0,, o quociente (Q) ( não nesta notação os números entre parênteses repetem-se
repetem ao
será alterado mas o resto (R)) ficará multiplicado por k, se infinito.
R × k < D,, ou será igual ao resto da divisão de R × k por D,
se R × k ≥ D. Operações com números racionais
Multiplicação e divisões com números inteiros Adição e Subtração
Nas multiplicações e divisões de dois números inteiros é Para simplificar a escrita, transformamos a adição e
preciso observar os sinais dos dois termos da operação: subtração em somas algébricas. Eliminamos os parenteses
e escrevemos os números um ao lado do outro, da mesma
Exemplos: forma como fazemos com os números inteiros.
Sinais iguais (+) Sinais opostos (-)
( Exemplo 1: Qual é a soma:
(+) × (+) = + (+) × (-) = -
(-) × (-) = + (-) × (+) = -
(+) - (+) = + (+) - (-) = - Exemplo 2:: Calcule o valor da expressão
(-) - (-) = + (-) - (+) = -

CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS


(Q)
Conjunto dos números racionais (representado por , o
uso da letra é derivada da palavra inglesa quotient, cujo
significado é quociente, já que a forma de escrever um
número racional é o quociente de dois números inteiros, com
o denominador diferente de 0) é definido por: Multiplicação e divisão
Na multiplicação de números racionais, devemos
multiplicar numerador por numerador, e denominador por
Onde é o conjunto dos números inteiros e o conjunto denominador, assim como é mostrado nos exemplos abaixo:
dos números inteiros excluindo o 0.

Exemplos de números racionais: ; ; ; ; ;

Na divisão de números racionais, devemos multiplicar a


primeira fração pelo inverso da segunda, como é mostrado
m
no exemplo abaixo:

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na diferença, alinhada com as demais.


Exemplos:
3,97 - 2,013 17,2 - 5,146 9 - 0,987

Potenciação e radiciação
Na potenciação,, quando elevamos um número racional a
um determinado expoente, estamos elevando o numerador e
o denominador a esse expoente, conforme os exemplos Multiplicação
abaixo: Considere a seguinte multiplicação: 3,49 · 2,5
Transformando em fração decimais, temos:

Método prático
Multiplicamos os dois números decimais como
se fossem naturais. Colocamos a vírgula no
Na radiciação,, quando aplicamos a raiz quadrada a um resultado de modo que o número de casas decimais
número racional, estamos aplicando essa raiz ao numerador do produto seja igual à soma dos números de casas
e ao denominador, conforme o exemplo abaixo: decimais do fatores.
Exemplos:
3,49 · 2,5

Operações com números racionais decimais


Adição
Considere a seguinte adição:
1,28 + 2,6 + 0,038 1,842 · 0,013
Transformando em frações decimais, temos:

Método prático
1º) Igualamos o números de casas decimais, com o
acréscimo de zeros;
2º) Colocamos vírgula debaixo de vírgula; Observação:
3º) Efetuamos a adição, colocando a vírgula na 1. Na multiplicação de um número natural por um
soma alinhada com as demais. número decimal,, utilizamos o método prático da
Exemplos: multiplicação.. Nesse caso o número de casas decimais do
1,28 + 2,6 + 0,038 35,4 + 0,75 + 47 6,14 + 1,8 + 0,007 produto é igual ao número de casas decimais do fator
decimal. Exemplo:
5 · 0,423 = 2,115
2. Para se multiplicar um número decimal por 10, 100,
1.000, ..., basta deslocar a vírgula para a direita uma, duas,
três, ..., casas decimais. Exemplos:

Subtração
Considere a seguinte subtração:
3,97 - 2,013
Transformando em fração decimais, temos:

Método prático
1º) Igualamos o números de casas decimais,
com o acréscimo de zeros;
2º) Colocamos vírgula debaixo de vírgula;
3º) Efetuamos a subtração, colocando a vírgula

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3. Os números decimais podem ser transformados em


porcentagens. Exemplos

0,05 = = 5% 1,17 = = 117% 5,80 = = 580%

Divisão O quociente 2,56 é exato, pois o resto é nulo.


1º: Divisão exata Logo, o quociente de 4,096 por 1,6 é 2,56.
Considere a seguinte divisão: 1,4 : 0,05
Transformando em frações decimais, temos:
• 0,73 : 5

Igualamos as casas 0,73 : 5,00


decimais
Método prático
73 : 500
1º) Igualamos o números de casas decimais, Suprimindo as vírgulas
com o acréscimo de zeros;
2º) Suprimimos as vírgulas; Efetuando a divisão
3º) Efetuamos a divisão.
Exemplos:
• 1,4 : 0,05
Igualamos Efetuado a divisão
1,40 : 0,05
as casa decimais: Podemos prosseguir a divisão, colocando uma vírgula no
Suprimindo quociente e acrescentamos um zero à direita do três. Assim:
140 : 5
as vírgulas:
Logo, o quociente de 1,4
por 0,05 é 28.

• 6 : 0,015 Continuamos a divisão, obtemos:


Igualamos
as casas 6,000 : 0,015 Efetuando a divisão
decimais

Suprimindo as 6.000 : 15
vírgulas
Logo, o quociente de 6
por 0,015 é 400.

Efetuando a divisão Logo, o quociente de 0,73 por 5 é 0,146.


• 4,096 : 1,6
Em algumas divisões, o acréscimo de um zero ao resto
Igualamos as 4,096 : 1,600 ainda não torna possível a divisão. Nesse caso, devemos
casas decimais colocar um zero no quociente e acrescentar
acrescenta mais um zero ao
resto. Exemplos:
Suprimindo as 4.096 : 1.600 Verifique 460 (décimos) é
vírgulas • 2,346 : 2,3
inferior ao divisor (2.300).
Colocamos, então, um zero
Observe que na divisão acima o quociente inteiro é 2 e o
no quociente e
resto corresponde a 896 unidades. Podemos prosseguir a
acrescentamos mais um zero
divisão determinando a parte decimal do quociente. Para a
ao resto.
determinação dos décimos, colocamos uma vírgula no
quociente e acrescentamos um zero resto, uma vez que 896
unidades corresponde a 8.960 décimos.

Logo, o quociente de 2,346 por 2,3 é 1,02.


Continuamos a divisão para determinar os centésimos
acrescentando outro zero ao novo resto, uma vez que 960 Observação:
décimos correspondem a 9600 centésimos. Para se dividir um número decimal por 10, 100, 1.000, ...,
basta deslocar a vírgula para a esquerda uma, duas, três, ...,
casas decimais. Exemplos:

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13 : 7 = 1,8 (aproximação de décimos)


13 : 7 = 1,85 (aproximação de centésimos)
13 : 7 = 1,857 (aproximação
(aproxim de milésimo)
Cuidado!
No caso de ser pedido um quociente com aproximação de
uma divisão exata, devemos completar com zero(s), se
preciso, a(s) casa(s) do quociente necessária(s) para atingir
tal aproximação. Exemplo:
O quociente com aproximação de milésimos de 8 de 3,2
é

2º : Divisão não-exata
No caso de uma divisão não-exata exata determinamos o Representação Decimal de uma Fração Ordinária
quociente aproximado por falta ou por excesso. Podemos transformar qualquer fração ordinária em
Seja, por exemplo, a divisão de 66 por 21: número decimal, devendo para isso dividir o numerador pelo
denominador da mesma. Exemplos:

• Converta em número decimal.

Tomando o quociente 3 (por falta), ou 4 (por excesso),


estamos cometendo um erro que uma unidade, pois o
quociente real encontra-se
se entre 3 e 4.
Logo:
Logo, é igual a 0,75 que é um decimal exato.

isão de 66 por 21, temos: afirmar que:


Assim, na divisão • Converta em número decimal.
3 é o quociente aproximado por falta, a menos de
uma unidade.
4 é o quociente aproximado por excesso, a menos de
uma unidade.
Prosseguindo a divisão de 66 por 21, temos:

Logo, é igual a 0,333... que é uma dízima periódica


simples.
Podemos afirmar que:
3,1 é o quociente aproximado por falta, a menos de
um décimo. • Converta em número decimal.
3,2 é o quociente aproximado por excesso, a menos
de um décimo.
Dando mais um passo, nessa mesma divisão, temos:

Podemos afirmar que:


3,14 é o quociente aproximado por falta, a menos de
um centésimo.
3,15 é o quociente aproximado por excesso, a menos
de um centésimo.
Observação: Logo, é igual a 0,8333... que é uma dízima periódica
1. As expressões têm o mesmo significado: composta.
- Aproximação por falta com erro menor que 0,1 ou Dízima Periódicas
aproximação
roximação de décimos. Há frações que não possuem representação decimal
- Aproximação por falta com erro menor que 0,01 ou exata. Por exemplo:
aproximação de centésimos e, assim, sucessivamente.
2. Determinar um quociente com aproximação de
décimos, centésimos ou milésimos significa interromper a
= 0,333... = 0,8333...
divisãoo ao atingir a primeira, segunda ou terceira casa
decimal do quociente, respectivamente. Exemplos: Aos numerais decimais em que há repetição periódica e
infinita de um ou mais algarismos, dá-se
dá o nome de

Expressão Cultural Página 55


Matemática

numerais decimais periódicos ou dízimas periódicas. Em


uma dízima periódica, o algarismo ou algarismo que se
repetem infinitamente, constituem o período
íodo dessa dízima.
As dízimas classificam-se
se em dízimas periódicas simples e
dízimas periódicas compostas. Exemplos:

=0,555... =2,333... =0,1212...


(Período: 5) (Período: 3) (Período: 12)
São dízimas periódicas simples, uma vez que o período
apresenta-se logo após a vírgula.
12,53262626... = 12 + 0,53262626... =

=0,0222... =,15444... =,1232323...


Período:2 Período:4 Período:23
Parte não Partenão periódica: Parte não
Potenciação
periódica: 0 15 periódica: 1
As potências nas quais a base é um número decimal e o
São dízima periódicas compostas, uma vez que entre o expoente um número natural seguem as mesma regras
período e a vírgula existe uma parte não periódica. desta operação, já definidas. Assim:
Observações 2
(3,5) = 3,5 · 3,5 = 1
1. Consideramos parte não periódica de uma dízima o (0,64) = 0,64
12,25
termo situado entre a vírgula e o período. Excluímos 3
portanto da parte não periódica o inteiro. (0,4) = 0,4 · 0,4 · 0
(0,18) = 1
2. Podemos representar uma dízima periódica das 0,4 = 0,064
seguintes maneiras: Raiz Quadrada
A raiz quadrada de um número decimal pode ser
0,555... ou ou 0,0222... ou ou determinada com facilidade, transformando o mesmo numa
fração decimal. Assim:
1,15444... ou ou
2,333... ou ou

0,121212... ou 0,1232323... ou

Geratriz de uma Dízima Periódica


É possível determinar a fração (número racional) que deu
origem a uma dízima periódica. Denominamos esta fração
de geratriz da dízima periódica. Expressões Numéricas
Procedimentos para determinação de uma dízima: No cálculo de expressões numérico envolvendo números
Dízima simples decimais seguimos as mesmas regras aplicadas às
expressões com números fracionários.
A geratriz de uma dízima simples é uma fração
Em expressões contendo frações e números decimais,
que tem para numerador o período e para
devemos trabalhar transformando todos os termos em um só
denominador tantos noves quantos forem os
tipo de número racional. Exemplo:
algarismos do período.
Exemplos:

= 0,05 + 0,2 · 0,16 : 0,4 + 0,25


Dízima composto = 0,05 + 0,032 : 0,4 + 0,25
A geratriz de uma dízima composta é uma fração = 0,05 + 0,08 + 0,25 = 0,38
Em expressões contendo dízimas, devemos determinar
imediatamente suas geratrizes. Exemplos:
da forma , onde:

n parte não-periódica
periódica seguida do
período, menos a parte não
não-periódica.
d tantos noves quantos forem os
algarismos do período seguidos de tantos zeros
quantos forem os algarismos da parte não- não
periódica.
Exemplo:

Expressão Cultural Página 56


Matemática

Construção rigorosa
Existem várias formas rigorosas de construir a partir de
, as mais tradicionais são através dos cortes de Dedekind
e de sucessões de Cauchy.
Extensões
• O corpo dos números complexos é a única
extensão algébrica do corpo .
• Não existe nenhuma extensão própria de que
seja um corpo Arquimediano.
• Uma extensão transcendente de pode ser
construída tomando-se o corpo de frações gerado pelo anel
de polinômios reais. Neste corpo pode ser definida uma
relação de ordem,, de forma que q a inclusão de neste
corpo seja um isomorfismo de corpos ordenados entre e
NÚMEROS REAIS sua imagem. Obviamente, neste corpo existem elementos
maiores que qualquer racional, cujos inversos são números
positivos menores que qualquer racional positivo
O conjunto dos números reais é uma expansão do (infinitésimos).
conjunto dos números racionais que engloba não só os • O corpo ordenado dos números hiperreais estende
inteiros e os fracionários,, positivos e negativos, mas também
, incluindo números infinitesimais.
infinitesimais
todos os números irracionais.
Os números reais eais são números usados para representar • Pode-se
se acrescentar os dois elementos
uma quantidade contínua (incluindo o zero e os negativos). , obtendo-se
obtendo os números reais
Pode-sese pensar num número real como uma fracção decimal estendidos.. Este conjunto, porém, não é um corpo, porque a
possivelmente infinita, como 3,141592(...).. Os números reais soma e a multiplicação não são operações binárias (por
têm uma correspondência biunívoca com os pontos de uma exemplo, não existe uma definição satisfatória de
reta.
Denomina-se corpo dos números reais a colecção dos ).
elementos pertencentes à conclusão dos racionais, formado
pelo corpo de fracções associado aos inteiros (números
racionais) e a norma associada ao infinito.
NÚMEROS FRACIONÁRIOS
Existem também outras conclusões dos racionais, uma para
cada número primo p, chamadas números p-ádicos.p O corpo Seria possível substituir a letra X por um número natural que
dos números p-ádicos
ádicos é formado pelos racionais e a norma torne a sentença abaixo verdadeira?
5.X=1
associada a p!
Substituindo X, temos:
Propriedades
X por 0 temos: 5.0 = 0
O conjunto dos números reais com as operações binárias de X por 1 temos: 5.1 = 5.
soma e produto e com a relação natural de ordem formam Portanto, substituindo X por qualquer número natural jamais
um corpo ordenado.. Além das propriedades de um corpo encontraremos o produto 1. Para resolver esse problema temos
ordenado, tem a seguinte propriedade: que criar novos números. Assim, surgem os números
• Se for dividido em dois conjuntos (uma partição) fracionários.
A e B, de modo que todo elemento de A é menor que todo Toda fração equivalente representa o mesmo número
elemento de B,, então existe um elemento x que separa os fracionário.
dois conjuntos, ou seja, x é maior ou igual a todo elemento
de A e menor ou igual a todo elemento de B
Portanto, uma fração (n
n diferente de zero) e todas
frações equivalentes a ela representam o mesmo número
Construção Intuitiva
fracionário .

Resolvendo agora o problema inicial, concluímos que X = ,

pois
Intuitivamente, podemos construir o conjuntos dos números Adição e subtração de números fracionários
reais a partir dos racionais da seguinte forma: uma recta Temos que analisar dois casos:
formada por números racionais tem buracos (por exemplo, 1º) denominadores iguais
existe um buraco onde deveria estar a raiz quadrada de 2).2 Para somar frações com denominadores iguais, basta
O conjunto dos números reais completa essa recta, tapando somar os numeradores e conservar o denominador.
todos os buracos, de forma que se a recta real está dividida Para subtrair frações com denominadores iguais, basta
em duas semi-rectas,
rectas, então existe um ponto separando as subtrair os numeradores e conservar o denominador.
duas semi-rectas. Observe os exemplos:

Expressão Cultural Página 57


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2º) denominadores diferentes


Para somar frações com denominadores diferentes, uma
solução é obter frações equivalentes, de denominadores iguais
ao mmc dos denominadores das frações. Exemplo: somar as PROBLEMAS DE CONTAGEM
“Contar nem sempre é fácil”
frações .
Princípio Fundamental de Contagem
Obtendo o mmc dos denominadores temos mmc(5,2) = 10.
“Se um certo acontecimento pode ocorrer de n1 maneiras
diferentes e se, após este acontecimento, um segundo pode
ocorrer de n2 maneiras diferentes e, após este segundo
(10:2).5 =
(10:5).4 = 8 acontecimento, um terceiro pode ocorrer de n3 maneiras
25
diferentes …, então o número de modos diferentes em que os
acontecimentos podem m ocorrer na ordem indicada é n1 x n2 x
n3…”
Resumindo: utilizamos o mmc para obter as frações Exemplo 1
equivalentes e depois somamos normalmente as frações, que já No lançamento de dois dados, quantas possibilidades
terão o mesmo denominador, ou seja, utilizamos o caso 1. podem acontecer?
Se contarmos todas as possibilidades verificamos que são 36, o
Multiplicação e divisão de números fracionários mesmo número que obtemos se aplicarmos o
Na multiplicação de números fracionários, devemos “Princípio Fundamental de Contagem”:
ntagem”: 6 x 6 = 36.
multiplicar numerador por numerador, e denominador por Exemplo 2
denominador,
nominador, assim como é mostrado nos exemplos abaixo: Considerando a ementa de um restaurante, quantas refeições
diferentes é possível fazer neste restaurante, incluindo uma
entrada, um prato e uma sobremesa?

Na divisão de números fracionários, devemos multiplicar a


primeira fração pelo inverso da segunda, como é mostrado no
exemplo abaixo:

Com base no diagrama de árvore podemos verificar que é


possível fazer 24 refeições diferentes. Aplicando o “Princípio
Fundamental de Contagem”: 2 x 4 x 3 = 24.
Anotações
Potenciação e radiciação de números fracionários ________________________________________
Na potenciação,, quando elevamos um número fracionário a ________________________________________
um determinado expoente, estamos elevando o numerador e o
denominador a esse expoente, conforme os exemplos abaixo: ________________________________________
___________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
Na radiciação,, quando aplicamos a raiz quadrada a um número ________________________________________
fracionário, estamos aplicando essa raiz ao numerador e ao
denominador, conforme o exemplo abaixo: ________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
___________________________
________________________________________

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