Você está na página 1de 9

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA
FACULDADE DE LETRAS DALCÍDIO JURANDIR

ENSINO RELIGIOSO EM ESCOLAS PUBLICAS

Adriely Viana Merces

Altamira-Pa
2022
ADRIELY VIANA MERCES
ENSINO RELIGIOSO EM ESCOLAS PÚBLICAS

Modelo de Pré-projeto de Trabalho de Conclusão de


Curso apresentado na Faculdade de Letras da UFPA
como requisito parcial de nota para a disciplina
Metodologia do Trabalho Científico, orientado pela
profª. Me. Kátia Barros Santos.

Altamira-Pa
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO............................................................

2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................

3 OBJETIVOS ..........................................................................................................................

3.1 GERAL .............................................................................................................................

3.2 ESPECÍFICOS...................................................................................................................

4. METODOLOGIA DA PESQUISA.......................................................................................

5. REFERNECIAL TEÓRICO....................................................................................................

REFERÊNCIAS ....................................
1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO
O ensino religioso nas escolas é um assunto cada vez mais polêmico, principalmente
por famílias que tem outros segmentos religiosos e não se sentem representados dentro do
ambiente escolar mesmo havendo uma matéria curricular exclusiva para falar sobre as
religiões que estão presentes dentro da sociedade, e se fosse aplicada corretamente, as
crianças poderiam se tornar adultos compreensivos e não cobrar doutrinação de quem não tem
os mesmos ideais.
Além disso, a grande maioria dos professores que lecionam nesta área são católicos ou
protestantes, tornando o problema longe de acabar pois está enraizado nestas doutrinas a
demonização de religiões afros, e ainda que seja proibido a “catequização” dentro das salas de
aulas, esses docentes não veem problemas em expor suas opções religiosas pois o ideal cristão
sendo predominante torna a situação imperceptível para os que observam de fora.

Em contrapartida, se professores que seguissem religiões de matrizes africanas


ensinassem sobre suas doutrinas e seus costumes para crianças, ou talvez incluíssem trabalhos
com representações de entidades, orixás ou voduns publicamente, certamente os pais ou a
escola iriam intervir, pois o “normal” é crianças cantarem e dançarem hinos e louvores
cristãos em coros durante programações escolares; presenciando de perto a didática deste
ensino, surge o questionamento: o Ensino Religioso está esclarecendo o estado laico ou
propagando o cristianismo?
2. JUSTIFICATIVA

A BNCC (Base Nacional Comum Curricular), inclui o Ensino Religioso entre uma das
áreas obrigatórias a serem trabalhadas no Ensino Fundamental, desde 1990. Mas ainda que a
intenção da disciplina vise incentivar os alunos a entender a laicidade do país e conviver em
sociedade com diferentes religiões, a realidade é completamente diferente, e mesmo que a
sociedade seja majoritariamente cristã a porcentagem de pessoas que não seguem o
cristianismo é afetada diretamente.
Presenciando durante o ensino fundamental, observava trabalhos e atividades como:
desenhe a igreja mais próxima da sua casa; assim surgia o questionamento, onde se encaixa as
crianças que não frequentavam igrejas? Seria confortável que algum aluno de outro segmento
religioso se manifestasse contra uma questão assim? Desta forma, para crianças se torna mais
viável esconder sua religião e costumes para se adequar, do que questionar e correr o risco de
ser taxado como algo ruim em meio aos colegas. Com a falta de tolerância sendo o problema
geral, assim se refere John Locke na obra “A Carta sobre a tolerância”:

“não é a diversidade de crenças, o que não se pode evitar, mas a tolerância negada aos
que têm crenças diferentes, o que poderia ser concedido, que produziu a maior parte das
guerras e disputas sobre religião que nasceram no mundo cristão” (LOCKE, p. 103).
Com o crescimento das igrejas protestantes, o aumento da intolerância religiosa está
cada vez mais visível e violento, e isto seria um motivo para a abordagem mais minuciosa em
busca de estimular as crianças a verem a importância da tolerância, pois esta é a única
maneira de mudar a realidade de nosso tempo, trabalhar para que nossas crianças sejam
adultos pensantes, como afirmou Pitágoras, que para não castigar o adulto temos que educar
as crianças.

O Estado deve buscar caminhar lado a lado com a laicidade e com a liberdade
religiosa e não se opor a elas, e para isso ele não pode pender para uma religião
específica. Exprimindo a crença de seus agentes em espaços públicos, o Estado
acaba ferindo a liberdade religiosa do indivíduo que busca os poderes estatais para
solucionar seus problemas com isonomia e impessoalidade total entre as partes,
independente de religião. (BENTO, 2021, p.26)

3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

Apresentar o problema que o Ensino Religioso causa dentro da sala de aula.

3.2 ESPECÍFICOS

Manifestar o quanto o processo de propagação da religião na escola pode influenciar


no desenvolvimento de cidadãos tolerantes;
Identificar que os métodos expostos na matéria curricular não estão sendo usados de
forma laica;
Debater que não pode haver exposição de alunos como forma de doutrinação em
ambientes de educação;
4. METODOLOGIA DA PESQUISA

Foi utilizado a natureza de pesquisa cientifica básica, com a observação de uma


realidade pessoal dentro da escola pública, tanto no ensino fundamental como médio; com
abordagem qualitativa, como forma de avaliar a qualidade que deveria ser disponibilizada
para um conteúdo tão importante; com método exploratório para expor a convivência e a
aplicação duvidosa de métodos que deveriam ser utilizados como ferramenta para evolução da
sociedade em prol da redução da intolerância religiosa nas gerações futuras, inicialmente
dentro do ambiente escolar.
Logo a pesquisa bibliográfica salientando que o tema já é um problema em vista de
estudiosos, por meio de obras como de John Locke (1689), e a monografia de Gabriela de
Oliveira Bento (2021). Em síntese, fica a reflexão sobre o Ensino Religioso que está sendo
uma arma para a “catequização” na idade contemporânea.
5 REFERNECIAL TEÓRICO

Nesta pesquisa, com base nos trabalhos e obras relacionados ao tema chega-se à conclusão de
que o ensino brasileiro ainda está longe de ser um exemplo da separação de estado e religião,
da mesma forma que no período de colonização houve a catequização esta continua
acontecendo ainda que de forma velada e ainda está afetando na diversidade dentro do nosso
país.

Assim diz, Gabriela de Oliveira, em sua monografia:

A presença de crucifixos e outros elementos cristãos em instituição estatais é


notória. Temos como maior exemplo o Supremo Tribunal Federal dado o crucifixo
existente no plenário. É justificado pelo estado que esses elementos são obras de arte
advindas da tradição brasileira, mas não deixa de ser uma expressão ligada a
tradição cristã da Constituição de 1824, mais especificamente da tradição católica.
(BENTO,2021, p 25)

Percebe-se neste trecho, a hegemonia do cristianismo no país, revelando-o como não apenas
uma religião, mas algo com caráter enraizado até mesmo nas mais altas esferas que deviam
ser imparciais. Por ser a religião predominante, mesmo com a chegada de outros cultos o
cristianismo consegue perdurar por questões estruturais justamente por se ater a política,
através de lideranças que tem essa religião de berço e inclusive utilizam em discursos para se
autopromover.

Desta forma, para abordar o tema minuciosamente chegamos às ideias de John Locke, um
filósofo britânico que é mundialmente conhecido por suas obras relacionadas à tolerância
religiosa, Locke era um filósofo empirista, movimento que afirmava que o conhecimento era
adquirido da experiência; justamente por isto constatou que a maioria dos conflitos de um
mundo cristão advinham da luta para a eliminação de outras formas de culto, e concluiu que o
próprio Estado devia governar para o povo com uma visão imparcial dada a variedade de
cultura de um mesmo povo, funcionando como uma representação dos anseios de todos, com
uma mínima interferência, por isso mesmo ficou conhecido como o pai do liberalismo.

REFERÊNCIAS

BENTO, Gabriela de Oliveira. O estado laico, a intolerância e o fanatismo religioso.


Goiânia, 2021. 44 p. Monografia (Direito)-Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

LOCKE, John. A Carta sobre a tolerância. Inglaterra: Editora Hedra, 1689.

Você também pode gostar