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RESUMO
1 wanilson_navarro@hotmail.com
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profhenriquekohl@hotmail.com
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professor.edilson@gmail.com
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foster.denis@hotmail.com
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INTRODUÇÃO
Identificamos que ainda existem poucos estudos, que abordem esta temática da
capoeira dentro das escolas nas aulas de Educação Física Escolar e que nos mostrem seus
benefícios, quais fatores interferem ou podem interferir na sua entrada e permanência no
ambiente escolar e, em especial podemos abordar possíveis conflitos de ordem religiosa
mediante o trato da capoeira no conteúdo lutas nas aulas de educação física escolar.
Também podemos destacar, a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural,
pela ONU no ano de 2001; A Convenção da UNESCO sobre a Proteção e Promoção da
Diversidade de Expressões Culturais de 2005. No Brasil podemos observar a presença do
debate da diversidade cultural nas determinações legais, a exemplo da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) de nº 9.394, que em seu Art. 26 determina que
Observamos também que fatores que envolvam religião ou religiosidade, tem forte
implicação nestes dados. Se compararmos com outras linhas de pesquisa de diferentes
áreas de conhecimento que são trabalhadas em sala de aula, podemos constatar esta
carência. A falta de textos que mostrem a importância histórica, pedagógica e sociocultural
da capoeira na vida dos (as) educandos (as) dentro das escolas e nas aulas de Educação
Física escolar é um problema quando se buscam referências sobre o assunto.
Este trabalho tenta mostrar a interação que existe entre os (as) praticantes, entre os
(as) discentes e os (as) professores (as), os benefícios pedagógicos e os benefícios no
âmbito da qualidade de vida discente, ampliando os seus conhecimentos sobre o histórico e
a vivência do conteúdo, lhes dando a oportunidade de vivenciar a técnica do que lhes foi
apresentado em sala de aula, mostrando a diversidade cultural que a capoeira carrega
desde a sua criação, até os dias atuais, este estudo visa mostrar nas aulas seus benefícios
educacionais.
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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agreement. Quem espera uma bolacha de um (a) capoeirista, certamente ganhará uma
rasteira, uma meia-lua-de-compasso ou uma banda trançada, dessas de fazer voar
inapelavelmente o (a) contendor (a). Na capoeira dos (as) mestres valia tudo - cabeça,
braços, pernas - até mesmo correr do adversário. Segundo relatos de pessoas que foram
desta época e que conviveram com Mestre Bimba, relatam que Mestre Bimba diria várias
vezes, num meio-sorriso, a seus alunos: "Quem aguenta tempestade é rochedo”.
Arte, jogo, luta, dança, como podemos definir a capoeira em sua magnitude em sua
essência para que ela possa ter o seu valor reconhecido e assim garantir o seu acesso as
escolas de forma plena, sem alterar suas peculiaridades, sem perder sua historicidade e ao
mesmo tempo se manter atual para permanecer dentro do ambiente escolar. "[...]A
educação física brasileira precisa, assim, resgatar a capoeira como manifestação cultural,
ou seja, trabalhar com sua historicidade, não a desencarnar do movimento cultural e
político que a gerou[...]"(SOARES et al., 1992, p. 76).
Considerando a educação física, a partir dos pressupostos da metodologia crítico-
superadora, como uma disciplina escolar que trata pedagogicamente do que denominamos
de manifestações da cultura corporal (SOARES et al., 1992) nos leva a pensar que o
processo de ensino/aprendizagem vai além de apenas executar e repetir movimentos e
gestos sem nenhum fundamento. Neste caso busca-se estudar as manifestações da cultura
corporal procurando compreender seus aspectos históricos, técnicos, sociológicos,
antropológicos, biológicos, enfim, situando-os no contexto social no qual encontram-se
inseridos e instigando os alunos a realizarem uma leitura de sua realidade. (SILVA et al.
2011, p.891).
[...]A educação física brasileira precisa, assim, resgatar a capoeira como
manifestação cultural, ou seja, trabalhar com sua historicidade, não desencaná-la do seu
movimento cultural e político que a gerou[...] (SOARES et al., 1992, p. 76).
O tema pluralidade cultural é citado nos PCNs que que os alunos devem conhecer,
valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultura corporal
brasileiras e do mundo. Na atualidade a capoeira é reconhecida pela UNESCO como
“Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade” em 26 de novembro de 2014, e em 2015 é
aprovado pela comissão de educação um projeto de lei (PLS 17/2014) que reconhece o
caráter educacional da capoeira e permite que a modalidade seja praticada nas escolas
como manifestação cultural. Depois de séculos a capoeira se mostra capaz de fazer parte de
um contexto educacional, ainda há muito o que fazer, muito o que difundir e melhorar, mas
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podemos observar que estamos no caminho certo e que a capoeira tem sua importância
pedagógica na formação das pessoas, podendo a mesma auxiliar de perto nessa formação,
se fazendo parte integrante dentro de nossas escolas.
Falando um pouco sobre TRADIÇÃO, tem sua origem no latim traditio, que
significa "entregar" ou "passar adiante", é a transmissão de diversos aspectos como
costumes, comportamentos, memórias, rumores, crenças e lendas, que vão passando ao
longo do tempo para pessoas ou grupos de uma comunidade por exemplo, onde estes
conhecimentos vão sendo transmitidos de geração a geração, e passam a fazer parte da
cultura daquela comunidade ou grupo, levando um certo tempo para que tal fato seja
considerado tradição.
Segundo Falcão 2004, essa gama de saberes e fundamentos conseguiu chegar até
os dias atuais por causa da tradição oral, ou seja, do boca-a-boca, tradição esta ainda
mantida por grandes mestres que fazem questão da manutenção deste legado que hoje é
símbolo da cultura brasileira.
Cultura esta que veio de uma tradição que vem sendo repassada por seus
praticantes ao longo do tempo, em diferentes locais, que mesmo com tanto tempo
passado, suas raízes estão mantidas, sua tradição está mantida, e além de tudo isto,
ganhando novos praticantes, de diferentes locais do planeta, é a nossa cultura, é a nossa
tradição ganhando o mundo. Hoje a capoeira é o maior divulgador da língua portuguesa
no mundo, nossa cultura está sendo difundida e valorizada mundo a fora, sendo
praticada e aprendida por milhares de pessoas em mais de 160 países em todos os
continentes, logo podemos perceber a riqueza desta luta, desta dança, deste jogo.
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Então por que que nós aqui, diante de tantos fatos como este, diante desta
divulgação mundial não olhamos para a capoeira com outros olhos, esta cultura é nossa e
temos a obrigação de valorizá-la, e não deixar que a religiosidade presente nela seja um
fator limitante para que as pessoas sejam apresentadas e conheçam um pouco de nossa
história, um pouco de nossa cultura, um pouco de nossa arte, onde a - 9ª Sessão do
Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda aprovou, em novembro de 2014, em
Paris, a Roda de Capoeira, como um dos símbolos do Brasil mais reconhecidos
internacionalmente, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense, 1981.
SILVA, Paula Cristina da Costa. Capoeira e educação física-uma história que dá jogo:
Primeiros apontamentos sobre suas inter-relações. Revista Brasileira Ciência Esporte.
v. 23, n. l, p. 131-145, set. 2001.
SILVA, Paula Cristina da Costa. Capoeira nas aulas de educação física: Alguns
apontamentos do precesso ensino-apredizado de professores. Revista Brasileira Ciência
Esporte. Florianópolis, v. 33, n. 4, p. 889-903, out. /dez. 2011.
SOARES et al. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
SOARES, Everton Barbosa; JULIO, Marli das Graças. A inserção da capoeira no
currículo escolar. EFDeportes.com, Revista Digital, Buenos Aires. Ano 16, n. 156, may.
2011.
STOTZ, Marcelo Backes Navarro; FALCÃO, José Luiz Cirqueira. Ritmo & rebeldia em
jogo: Só na luta da capoeira se canta e dança?. Revista Brasileira Ciência Esporte.
Florianópolis, v. 34, n. 1, p. 95-110, jan./mar. 2012.