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O município de Eusébio

Euzébio de Queiroz, o estadista e anti –escravagista.

O senador Euzébio de Queiroz Coutinho Matoso da Câmara, nasceu a 27 de


dezembro de 1812 em São Paulo de Luanda, Angola, África e faleceu a 07 de maio de
1868, na cidade do Rio de Janeiro. Descendente de importante família originária da
África portuguesa, estabelecida no Rio de Janeiro. Filho de Catarina Adelaide
Mattoso de Andrade Câmara casada em Benguela no ano de 1803 com o seu primo
Desembargador Euzébio de Queiroz Coutinho da Silva.¹
Euzébio de Queiroz Coutinho Matoso da Câmara, bacharel em Direito pela
Faculdade de Olinda, Juiz, Desembargador, Chefe de Polícia da Corte do Rio de
Janeiro, Deputado, Senador e Ministro da Justiça (1848). Orador, parlamentar e
jurisconsulto. Conselheiro do Império, Cavaleiro da Ordem de Cristo.
A sua ligação com a então Província do Ceará, se deve as razões abolicionistas aqui
desenvolvidas e ao seu empenho em âmbito nacional por essa causa.
Sancionou a Lei nº 581 de 04 de setembro de 1850, que determinou a proibição do
tráfico de escravos com intensa repercussão, sendo o inicio do fim da escravatura no
Brasil, que iria terminar 37 anos depois com a chamada Lei Áurea, de 13 de maio de
1888. ²
O Município de Eusébio, oficialmente é uma homenagem à memória deste eminente
estadista. Situado na Meso 03 (Metropolitana de Fortaleza), MRG 016 (Fortaleza),
suas origens são recentes, com a denominação de Eusébio, e vinculadas ao Município
de Aquiraz, passando a Euzébio de Queiroz segundo Decreto nº 99, de 04 de setembro
de 1935 e novamente a Eusébio conforme Decreto Lei nº 448, de 20 de dezembro de
1938.
A evolução política se deu primeiramente com a categoria de Distrito, modificada a
denominação para Eusébio, segundo Lei nº 1275, de 20 de maio de 1943 e a Município
conforme Lei nº 11.333, de 19 de junho de 1987.
A padroeira do Município é a Senhora Santa Ana, cuja Capela é considerada como
Igreja Matriz, referência do citado padroado. ³
Interessante observar que o topônimo Eusébio, foi usado muito antes do Decreto nº
99, de 04 de setembro de 1935. Segundo Alencar³, 1903, o lugar já existia e era
conhecido como Eusébio não somente o povoado mas a sua lagoa, conforme se
transcreve da página 134 :
“Eusébio Arraial com 22 fogos, no Termo do Aquiraz – proximo á lagoa do Eusébio.
Eusebio – Lagoa piscosa no município do Aquiraz.
É uma localidade de futuro, à qual a Assembléia Estadual devia dar o nome de
Eusebio de Queiroz, o grande abolicionista brazileiro e notável estadista”. ³
Com uma análise cuidadosa do texto do Diccionario Geographico Historico e
Descriptivo do Estado do Ceará, ano de 1903, do citado Álvaro Gurgel de Alencar, se
pode inferir com segurança, que existiu um cidadão de nome Eusébio, morador na
região e que emprestou o seu nome ao povoado e a lagoa. Deste primeiro e hoje
conhecido Senhor Eusébio, partiu-se para a homenagem ao eminente Senador
Euzébio de Queiroz.
A pessoa de nome Eusébio que foi proprietária da área onde hoje se situa a sede do
município chamou-se Eusébio José Coelho, nasceu em Braga, Portugal, filho de
Antônio José Coelho da Fonseca e de Maria Joaquina Pires, naturais do Arcebispado
de Braga, Portugal, casado aos 14.11.1830 na Igreja Matriz de Mecejana, com Rita
Valeriana da Cunha Lage filha de João da Cunha Pereira e de Rosa Marcelina da
Silva Lage. (Cf. Livro de Casamentos de Mecejana, n°1 Fl. 127)

Eusébio, 16.04.2006
Fco.Augusto de Araújo Lima
Maria Zuíla de Morais

¹ Dicionário das Famílias Brasileiras. Vol. II. Pág. 1854. Carlos Eduardo de Almeida Barata e Antônio Henrique da Cunha.
Bueno. Ed. Ibero-America. Rio de Janeiro. 2000.
² A Abolição do Ceará. Pág. 14. Raimundo Girão. Ed. ªBatista Fontenele. Fortaleza. 1956. Os Municípios Cearenses e seus
Distritos. Raimundo Girão. Pág. 276. S UDEC. Fortaleza. 1983.
³Diccionario Geographico Histórico e Descriptivo do Estado do Ceará. Pág. 134. Álvaro Gurgel de Alencar. Editor Louis C.
Cholowieçki. Typographia Moderna a Vapor. Rua Formoza. Ceará. 1903.
Cronologia dos Municípios Cearenses. Pág. 78. R. Batista Aragão. S.|Ed. Fortaleza.1996.

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