Você está na página 1de 3

SOARES

Constatações
Figura em 34º lugar na lista de sobrenomes sefaradis mais citados, criada por professores
da USP, onde foram consultadas 334 diferentes fontes. São variações deste sobrenome:
Suares, Suarez, Soarez. (Fonte: FAIGUENBOIM, Guilherme; VALADARES, Paulo;
CAMPAGNANO, Anna Rosa. Dicionário sefaradi de sobrenomes: dictionary of sephardic
surnames, 2004). Sobrenome de formação patronímica - o filho de Soeiro (v.s.). Da baixa
latinidade Suarici [documentado no ano de 1073], Suarizi [no ano de 1097], Suariz [no ano
de 946], Suarez e Soares [em obras de 1554]. Soaires, com um i epentético como Saigres,
quaise (século XV) [Antenor Nascentes, II, 285]. Patronímicos são apelidos que consistem
numa derivação do prenome paterno. No latim ibérico constituiu-se esse tipo de apelido
com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”. É quase certo que se trata de um sufixo
ibérico “-ko”, indicativo de descendência, com as desinências latinas da 2ª declinação.
Assim, por evolução fonética temos no português medieval -ez (escrito -es, porque átono) -
iz, -az (escrito -as, quando átono). Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho
de Fernando) e Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro). Assim
como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, Soares, etc. - este
sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu
vasto território. Em São Paulo, entre as mais antigas, registra-se a família de João Soares,
residente em São Paulo, em 1579, que deixou geração de seu cas., em S. Paulo, com
Messia Rodrigues (AM, Piratininga, 176). Família de origem portuguesa estabelecida em
Pernambuco, para onde passaram dois irmãos, que foram os patriarcas das famílias
Soares de Albuquerque (v.s.) e Soares da Cunha. Família originária das ilhas portuguesas
estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passou Manuel Inácio Soares [c.1750, Freg.
De São Salvador da Ilha do Faial -], filho do licenciado André Machado Soares, da Ilha
terceira, e de Teresa de Jesus, da Ilha de São Jorge. Deixou geração, por volta de 1775,
com Antônia Maria de Jesus [Rio Grande - 12.10.1809, Porto Alegre, RS], filha de Antônio
Vieira Cardoso e de Maria Inácia de Jesus - patriarcas de uma das famílias Vieira (v.s.), do
Rio Grande do Sul. Ainda no Rio Grande do Sul, registram-se: I - vinda das ilhas
portuguesas, em 1838, a família de João Antônio Soares, natural da Ilha do Cabo Verde,
Portugal, que assinou termo de declaração, a 04.11.1858, onde informa ter 47 anos de
idade e ser casado com uma brasileira e Ter com ela seis filhos: Manuel, Tomás, Amaro,
Júlia, Manuela e João (Spalding, naturalizações, 110); II - a de José Joaquim Soares, que
deixou um filho no Rio de Janeiro, do seu cas., por volta de 1792, com Maria Angélica de
Faria, e que tornou-se o patriarca de uma numerosa família Soares, no Rio Grande do Sul;
III - Joaquim Rasgado [c.1795, Rio, RJ - a.1897, Rio Grande, RS], de quem descendem os
Rasgados e os Soares, por seu cas. com Constança Maria de Mesquita [25.04.1798, Rio
Grande, RS - 24.02, 1897, Pelotas, RJ], filha de Manuel Luiz de Mesquita e de Bernarda
Maria de Santana. Seus descendentes foram aparentados, entre outras, com as famílias
Borges da Costa, Jansen do Paço, Dias de Castro, Sodré, Casado, Alterach, Rosa, Viriato de
Medeiros, Rodrigues Pereira, Schlegell, Fernandes Braga, Lang e Miranda Ribeiro. Para a
Paraíba, ver família Eugênio Soares. Importante família de origem portuguesa estabelecida
no Pará, para onde passou Antônio José Soares, nascido a 20 de Outubro de 1842, em
Barreiros, no Minho, Portugal. Deixou numerosa descendência do seu cas. com Luiza
Augusta Fernandes, nascida a 26 de maio de 1848 e falecida em São Luiz do Maranhão.
Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, Domingos Antônio Soares,
nascido a 6 de Maio de 1872, residente em Belém, Pará. Deixou geração do seu cas. com
Sophia Morris, nascida a 9 de novembro de 1870. Filha de James Morris e de Mary Ellen
Morris; II - a filha, Leonor Soares, nascida a 8 de Maio de 1886, em Belém, Pará. Casada a
18 de Janeiro de 1908, em Belém, Pará, com seu parente Adriano José Soares, nascido a
30 de Setembro de 1880, em Navarra (Minho). Filho de Alexandre José Soares, nascido a 7
de Fevereiro de 1835, em Barreiros, Minho, Portugal, e de Maria Rosa Vieira, nascida a 16
de Julho de 1836, em Navarra (Minho). Com geração; III - o neto, Alberto Domingos Soares,
nascido na Inglaterra, a 26 de setembro de 1896. A 22 de maio de 1914 seus pais
registraram o seu nascimento em Belém, no 1º Cartório do Registro Civil, Livro 120, fls.39.
Auxiliar do Comércio em Belém, Pará. Em 1925, residia à Rua Quintino Bocayuva, n.º 116,
Belém. Deixou geração do seu casamento, em Belém, a 24 de Setembro de 1925, com
Maria José Diniz, nascida a 5 de Outubro de 1897, no Pará - da importante família Picanço
Diniz, ramo da antiga família Picanço (v.s.), do Pará; IV - o neto, Aloisio Alexandre Soares,
nascido a 28 de Outubro de 1915, em Belém, Pará. Teatrólogo e cronista p araense.
Membro da Academia Paraense de Letras. Linha Indígena: Consideramos nesta linha, a
família de Manuel Pereira da Silva Soares, um sólido lusitano no Rio Madeira, que
pertenceu à Guarda Nacional, e que se estabeleceu no Pará, deixando geração da sua
união com uma índia da tribo dos Tapuiussu, chamada Raimunda Bonita. Foram pais de
Silvino Júlio Soares, casado com Elvira Picanço Diniz, de antiga e tradicional família do
Pará, estabelecida em tempos passados no Macapá - Picanço (v.s.); e foram avós de
Evandro Diniz Soares, nascido a 25 de Fevereiro de 1930, na Fazenda Santa Cruz, Lagoa
Grande da Franca, no Município de Santarém. Advogado. Funcionário do Banco da
Amazônia S/A - BASA. Autor de uma Monografia sobre Joaquim Marques Lisboa, marquês
de Tamandaré, com o qual foi agraciado com a Medalha de Ouro da Semana da Marinha
em 1953. Sobrenome de inúmeras famílias estabelecidas no Rio de Janeiro. Entre outras,
registra-se a de Custódio José Soares Albuquerque, Cavaleiro Professo na Ordem de
Cristo. Capitão de um dos regimentos de linha da cidade do Rio de Janeiro. Entre os seus
descendentes, registram-se: I - o filho, José Francisco Soares, coronel do regimento de
infantaria do terço de S. José do Rio de Janeiro; e II - o neto, Antonio José Soares, capitão
do segundo regimento do arraial de Trejano, comarca de Serro Frio, Minas Gerais.
Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo. Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Teve mercê da
Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Linha Africana: Sobrenome também adotado
por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra -se a de Antônia
Soares, «parda forra» [da casa do padre Manuel Soares da Rocha], que deixou geração, em
1693, com Domingos Fernandes, «pardo forro» (Rheingantz, I, 83). Linha de Degred o:
Registra-se o Alvará de D. João IV, datado de 02.06.1645, permitindo a Miguel Soares,
preso no aljube de Coimbra, por ter morto, «atrosmente a traisão e aleviosamente», Diogo
Lobo, capitão-mor de Abrantes, a ser levado para o Brasil e cumprir a pena de seis (6) anos
de degredo a que o condenara o juiz eclesiástico, da mesma cidade de Coimbra, E pelo
crime que praticara, visto depois de ter sido mandado enforcar em «estátua» se ter ido
ordenar em Castela, «com reverendas falsas», considerava-o o Rei, desnaturado dos seus
reinos, onde não deveria voltar, sendo privado das temporalidades que neles tinha».
Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 15.12.1658, a
condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de André Soares, cristão novo,
médico, natural da vila da Fronteira, morador em Lisboa, preso duas vezes «por culpa de
relaxia». Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 04.04.1666,
a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Branca Soares, «cristã-nova»,
natural de Montalvão e moradora em Lisboa. Esposa de Henrique Lopes, alfaiate; e a
condenação de seis (6) anos de degredo para o Brasil, de Maria Soares, «cristã -nova»,
natural de Lisboa. Esposa de Fernão Guterres, mercador. Registra-se, no Auto-de-fé
celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 02.03.1668, a condenação de cinco (5) anos de
degredo para o Brasil, de Duarte Rodrigues Soares, «cristão-novo», mercador, natural da
vila de Trancoso e morador na vila de Celorico. Cristãos Novos: Sobrenome também
adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Ver a
família Soares Pereira (Wolff, Dic., I, 188). Família de origem judaico-sefardita, expulsa da
Península Ibérica, em fins do século XV, migrada para o Marrocos, norte da África, de onde
passou, no século XIX, para a Amazônia [Brasil], estabelecendo-se no Município de Faro,
Estado do Pará. A esta família pertence Jacob Soares [- 06.01.1947, Óbidos, PA]. No
Município de Belém, Estado do Pará, registra-se Isaac S. Soares [- 08.08.1917, Belém,
Pará], que deixou geração do seu cas., antes de 1890, com Luna Benjó [ - 05.02.1943].
Tiveram, pelo menos dois filhos, entre eles Samuel Soares [20.05.1890 - 11.10.1956, PA],
que deixou viúva e sobrinhos, quando do seu falecimento (Samuel Benchimol, Eretz
Amazônia, 52, 145; Wolff, Sepulturas, III, 63). Heráldica: I - um escudo em campo azul, com
uma ponte de 3 arcos, ameiada, de prata, sobre um rio do mesmo aguado do campo,
sustendo duas torres também de prata, uma a cada flanco, e, ao centro um leão de ouro
com uma espada de prata guarnecida de ouro na mão direita, cada torre rematada por uma
águia de negro, coroada do mesmo, suas cabeças afrontadas. Timbre: o leão do escudo; II
- Outros: um escudo em campo vermelho, com uma torre de prata. Timbre: a torre do
escudo; III - Soares de Toledo - detalhes adiante (Armando de Mattos - Brasonário de
Portugal, II, 131). Século XVI: I - Diogo Soares - dos Soares de Toledo, do reino de Castela,
morador na cidade de Goa. Brasão de Armas, datado de 23.02.1556. Registrado no Livro V,
de Privilégios, fl. 262v: um escudo em campo vermelho, com 2 albarradas de ouro de duas
asas cada uma, cheias de cebolas cecem [açucenas] de sua cor, entre uma banda que
retém pelos cabos duas cabeças de serpes, também de ouro, armadas de azul. Elmo: de
prata aberto, guarnecido de ouro. Paquife: ouro, vermelho e prata. Timbre: uma das
albarradas do escudo. Neto de Gomes Soares de Toledo (Sanches de Baena, Archivo
Heráldico, I, 146). Brasil Heráldico: I - Antonio José Soares, citado acima, ramo do Rio de
Janeiro. Carta de Brasão de Armas de 10.01.1804. Registrada no Cartório da Nobreza,
Livro VII, fl. 59 - um escudo com as armas da família Soares. (Fonte: BARATA, Carlos
Eduardo de Almeida BUENO, Antonio Henrique da Cunha. Dicionário das famílias
brasileiras, 2001).

Assinado de forma digital por


RICARDO SOARES DA RICARDO SOARES DA
SILVA:14438295874 SILVA:14438295874
Dados: 2022.01.02 14:42:07 -03'00'

Você também pode gostar