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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

ANE MAYRA MELO SILVA


BIANCA DE ALBUQUERQUE LIMA
ISABELLY VICTORIA PERES PEDROSA

RESENHA CRÍTICA DOS FILMES: "DESCARTES" DE ROBERTO ROSSELLINI


(1974) E "O PONTO DE MUTAÇÃO" DE BERNT AMADEUS CAPRA (1990)

MACEIÓ - AL
2022
ANE MAYRA MELO SILVA
BIANCA DE ALBUQUERQUE LIMA
ISABELLY VICTORIA PERES PEDROSA

RESENHA CRÍTICA DOS FILMES: "DESCARTES" DE ROBERTO ROSSELLINI


(1974) E "O PONTO DE MUTAÇÃO" DE BERNT AMADEUS CAPRA (1990)

Resenha crítica solicitada pela disciplina de


Metodologia Científica do Curso de
Graduação em Psicologia da Universidade
Federal de Alagoas, como requisito parcial
avaliativo.

Orientador: Rodrigo Barros Gewehr

MACEIÓ - AL
2022
“MINDWALK E O PONTO DE MUTAÇÃO” E “DESCARTES”
O filme “Mindwalk e o ponto de mutação” aborda na totalidade de sua duração
um diálogo acerca, principalmente, das relações entre o homem e a natureza,
incluindo três figuras principais, sendo eles a Sônia Hoffmann, uma cientista, Thomas
Harrimann, um poeta, e Jack Edwards, um político, que se encontram em um castelo
medieval na França, onde as discussões dão início. Os três possuem visões e
contextos de vida diferentes, entretanto, se apresentam dispostos a absorver as
divergências de opiniões e pensamentos apresentadas, enriquecendo os próprios
conhecimentos.
O primeiro ponto de divergência de opiniões pode ser observado entre o político
e a cientista no momento em que ela é introduzida na conversa dos dois amigos que
estavam discutindo acerca do relógio mecânico que se localizava dentro do castelo.
Ela traz uma crítica interessante ao método cartesiano assim que é incluída, que
considera ultrapassado, o qual os políticos ainda utilizam ao se relacionarem com a
natureza e o mundo: acham que é possível entender o todo a partir da redução do
objeto estudado em pequenas partes, assim como o relógio em questão,
representando uma pauta abordada no filme “Descartes”, sendo um preceito de seu
método o qual é igualmente abordado na segunda parte do “Discurso do Método”,
evidenciando uma forma de análise extremamente limitada por não considerar as
relações exteriores que também influenciam no objeto estudado.
No filme “Descartes”, podemos acompanhar a jornada da vida do filósofo, em
que as suas principais obras são destacadas, e, assim como o que foi abordado no
livro “Discurso do Método”, ele encontra as viagens como uma solução e alternativa
para encontrar a verdade que não se via alcançando nos limites que se situava, além
de expor, também, o seu modo de pensar racionalista. Ele julga que a Filosofia, a
Lógica e as Matemáticas foram as que mais se aproximaram da verdade, entretanto,
elas possuem alguns conceitos supérfluos, abstratos, limitados e falhos, os quais
visava retirar, mantendo e formulando quatro premissas para as suas cadeias de
razões, absorvendo, então, as partes vantajosas e contributivas que acrescentaram
ao seu desígnio. Dessa forma, as quatro premissas consistem em nunca considerar
algo verdade se não tiver conhecimento a fim de evitar a precipitação; dividir o objeto
de estudo o máximo possível com o objetivo de que o torne mais simples de ser
estudado; começar das mais simples às mais complexas ao formular suas linhas de
pensamento; e fazer revisões gerais. Ele considera que a natureza, assim como as
máquinas, incluindo o relógio em questão, deveria ser “desmontada” em partes
menores para ser melhor compreendida, o que vai contra o que a cientista acredita.
A Sônia reconhece que a forma de pensar do filósofo foi importante para a época
em que viveu, entretanto, assim como a sociedade foi modificada ao longo do tempo,
assim também deve ser seu método, realçando diversas vezes que essa ideia
mecanicista deve ser substituída por outra que abranja as relações entre o todo, de
um ponto de vista macro, e não micro, mudando a perspectiva de análise, pois, ao
encarar os problemas globais, o enfoque deve ser dado às relações, e não apenas à
esfera individual.
Com essa forma de pensar, ela constrói seus princípios visando alcançar um
futuro mais ético e ecológico para o mundo, pensando também nas futuras gerações,
e, caso as nações assim também pensassem, o futuro seria como ela almeja, pois, a
partir do momento em que os países derem importância para os efeitos e
consequências que causam no todo, no mundo, devido às decisões egoístas tomadas
pensando nas suas próprias partes, seus próprios territórios, diversos problemas,
como os socioambientais, seriam bruscamente atenuados. Afinal, o homem não é
uma ilha, assim Sônia responde ao poeta, ele precisa se relacionar, e, para que isso
seja possível, é preciso uma ordem, uma instauração de leis gerais, a fim de que se
estabeleça uma convivência harmoniosa entre as sociedades, visando uma realidade,
assim proposta pela cientista, mais sustentável e menos competitiva.
REFERÊNCIAS

DESCARTES, R. Discurso do Método. 1ª ed. São Paulo: Lafonte, 1637.

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