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APOSTILA DO CURSO

ELABORAÇÃO:

PERITO CRIMINAL BARROS

PROFESSOR JOÃO BOSCO

REPRODUÇÃO PROIBIDA

Alan A de Almeida - alan_aalmeida@yahoo.com.br - IP: 45.180.148.22


Apostila do curso BALÍSTICA DE COMBATE

REPRODUÇÃO PROIBIDA

BALÍSTICA DE COMBATE
Balística de combate é o estudo das armas, munições e
efeitos dos tiros, direcionado para o cenário de combate,
com o objetivo de garantir a interrupção de uma ameaça,
entendendo as consequências dos tiros nos mais diversos
alvos, humanos e não humanos.

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Sumário
1 AULA 1 – INCAPACITAÇÃO BALÍSTICA ................................................................... 4
1.1 O QUE É INCAPACITAÇÃO? ......................................................................................4
1.2 TEORIAS DE INCAPACITAÇÃO ..................................................................................5
1.2.1 STOPPING POWER ........................................................................................... 5
1.2.2 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA ........................................................................... 7
1.2.3 CONCEITO DO FBI ............................................................................................ 9
1.3 OBTENDO A INCAPACITAÇÃO DO OPONENTE EM COMBATE ................................ 10

2 AULA 2 - BALÍSTICA DE CALIBRES DE BAIXA VELOCIDADE ................ 12


3 AULA 3 – BALÍSTICA DE CALIBRES DE ALTA VELOCIDADE .................................... 17
4 AULA 4 – BALÍSTICA VEICULAR ............................................................................ 22
5 Bibliografia .......................................................................................................... 24

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1 AULA 1 – INCAPACITAÇÃO BALÍSTICA

1.1 O QUE É INCAPACITAÇÃO?


Segundo a Agência Americana FBI, Incapacitação é a impossibilidade física
e/ou mental de uma pessoa oferecer qualquer risco de matar ou ferir outra
pessoa.

 Incapacitação mental: O indivíduo tem condições físicas de reagir, mas


não quer ou não consegue por algum bloqueio mental, como por
exemplo:

• Medo;

• Dor;

• Susto;

 Incapacitação Física ou Fisiológica: O indivíduo não tem condições


físicas de reagir, mesmo que queira muito ou esteja em estado mental
alterado.

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1.2 TEORIAS DE INCAPACITAÇÃO

Embora existam muitas outras, as principais teorias de incapacitação são as


seguintes:

Stopping power

Transferência de energia

FBI

1.2.1 STOPPING POWER


Definição: um único projetil ser capaz de neutralizar um agressor
imediatamente. A maioria dos autores consideram imediatamente sendo em
até 2 segundos ou, se o agressor estivesse em deslocamento e fosse atingido,
não poderia percorrer mais de 3 metros.

* Origem: 2ª Guerra do Ópio e a “bala” Dum Dum, colonização britânica


na China e na Índia, respectivamente. Hatcher´s Notebook (anotações
de Hatcher). Passando pelos studos de Thompson e LaGarde -1904, o
Fator de Nocaute de Taylor – 1ª metade do séc. XX, e o Teste de
Estrasburgo (FRA)-1993;

* Maior estudo desenvolvido até hoje: Handgun Stopping Power: The


Definitive Study. Evan P. Marshall & Edwin J. Sanow.;

* “O Poder de Parada é uma ilusão. É importante começar um livro sobre


o poder de parada de armas portáteis com isso em mente. Não existem
projéteis mágicos. Não existem calibres ‘paradores de homens’. Não
existe essa coisa de Poder de Parada com um tiro.” (MARSHALL E
SANOW, 1992)

* Metodologia errada, usando critérios muito subjetivos e nada científicos


para se chegar ao poder de parada de determinado projetil.

A manutenção do Mito: venda de munições e indústria cinematográfica são


as principais indústrias responsável pela manutenção do mito do impacto do
projetil, o qual se fundamenta na equivocada veneração à cavidade
temporária e na supervalorização da transferência de energia.

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1.2.2 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA


O conceito de transferência de energia foi proposto pelo Coronel
do Exército dos EUA, Townsend Whelen, em sua obra "Small Arms Design and
Ballistics", em 1945.

Baseia-se na quantidade de energia cinética do projétil transferida


para o alvo. Quanto maior é a energia transferida para o alvo, melhor é o
desempenho do projétil. Não considera a região de impacto do projétil nem a
penetração alcançada pelo projetil;

* Erros conceituais:

 Não existe transferência de energia mecânica entre corpos. A energia é


transformada ou dissipada de uma forma para outra;
 O impacto é uma COLISÃO. E as colisões são estudadas pela análise
da quantidade de movimento ou MOMENTO LINEAR;

* Teoria das Colisões;

Q = massa X velocidade;

Bicicleta (80kg a 120km/h) versus Caminhão (60 ton a 10 km/h);

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Impacto do Projétil;

 Impacto em Física é chamado de Impulso de uma força, o qual é


calculado pelo produto desta força pelo tempo que atua sobre o corpo;

Impulso = Força x Δtempo;

Em relação a projeteis propelidos por arma de fogo, não é o


impacto dele que incapacita. Para demostrarmos isso suponha a seguinte
situação: um homem de 80kg é atingido por um projetil singular no calibre 12,
não ocorrendo transfixação. Vamos aos cálculos de quanto seria o impacto, ou
melhor, o quanto o corpo do homem seria impulsionado para trás:

p -> projétil: 32g = 0,032kg

c -> Corpo: 80kg

Q=m.V

Qinicial = Qfinal

Qp + Qc = Qfinal

mp . Vp + mc . Vc = mc+p . Vc+p

0,032 . 420 + 0 = (80 + 0,032) . Vc+p

Vc+p = 0,17m/s

Deslocamento de aproximadamente 17 cm desconsiderando todas as forças


dissipativas atuando no sistema.

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De forma análoga, aplicando às demais, temos:

a) .38 SPL 158 gr EXPO: V = 3,1 cm/s

b) .357 Magnum 158 gr EXPO: V = 5,1 cm/s

c) 9mm Luger 115 gr ETOG: V=3,4 cm/s

d) 9mm Luger 115 gr EXPO +P+ Gold Hex: V = 4,0cm/s

e) .40 S&W 155 gr EXPO +P+ Gold Hex: V = 4,9 cm/s

f) .45 ACP 185 gr EXPO +P+ Gold Hex: V=5,6 cm/s

1.2.3 CONCEITO DO FBI

A incapacitação fisiológica pode ser:

 Imediata: Lesão no SNC (Sistema Nervoso Central) ou


Cervical alta (C1, C2, C3);

 Mediata ou tardia: grande perda de sangue;

A incapacitação imediata só ocorre com lesão no SNC ou Cervical Alta!!!

A incapacitação por perda de sangue, ou incapacitação tardia, não é imediata.

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1.3 OBTENDO A INCAPACITAÇÃO DO OPONENTE EM COMBATE

Localização: é mais importante o onde se acerta do que com que se acerta. O


tiro deve atingir o SNC ou medula cervical (incapacitação imediata) ou uma
região com grande concentração de vasos sanguíneos mais calibrosos;

Penetração: o projétil deve penetrar o suficiente para conseguir alcançar os


órgãos e vasos sanguíneos mais calibrosos. O FBI estabelece como requisito
mínimo para as suas munições de dotação oficial que os projéteis consigam
penetrar entre 12”e 18” (30 a 45 centímetros) na gelatina balística.

Lesões mais profundas atingem vasos sanguíneos mais calibrosos, causando


maior sangramento.

 Apesar de desejável, pois aumenta o tamanho do projétil, a expansão


não pode significar perda na penetração;

 A penetração depende mais da FORMA e da MASSA do projétil do que


da VELOCIDADE

 Lesão maior: projéteis maiores produzem lesões maiores;

Cavidades: Temporária x Permanente

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Tamanho da lesão

Cavidade temporária de armas curtas, armas de baixa velocidade, não produz


lesão;

Mais lesões:

 Precisão

 Capacidade

 Cadência

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2 AULA 2 - BALÍSTICA DE CALIBRES DE BAIXA VELOCIDADE

A discussão sobre qual é o melhor calibre para defesa é extensa


e encontra defensores e opositores para diversos calibres. A escolha do melhor
calibre para defesa depende de uma série de fatores.

O desempenho balístico é apenas um desses fatores. As


características das armas, o nível de treinamento dos policiais, as variedades
de opções de munição e armas são outros fatores que pesam nessa escolha. A
realidade de combate também não pode ser esquecida.

Vamos relembrar os fenômenos da formação das cavidades


temporária e permanente:

Conforme Di Maio, projéteis de velocidades inferiores a 610 m/s


(2000 fps) não são capazes de produzir lesão significativa pela cavidade
temporária.

Ocorre de forma mais lenta que as ocasionadas por calibres de


alta velocidade. A própria elasticidade dos tecidos consegue dissipar essa
energia. Não havendo rompimento de fibras por calibres de baixa velocidade.

Com isso, a velocidade dos projéteis de armas curtas não é um


elemento de grande importância. Entretanto, o formato e massa do projétil são
fatores muito mais importantes.

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Geralmente as discussões sobre calibres para defesa recaem


entre os seguintes:

• .380 Auto

• .38 SPL

• 9mmLuger

• .357Magnum

• .40S&W

• .45ACP

Ao se escolher um calibre para defesa são desejáveis as seguintes


características:

* Desempenho balístico: o calibre deve oferecer um bom desempenho


balístico, lembrando que:

* O fenômeno de cavidade temporária de armas curtas não resulta


em lesão;

* Projéteis maiores produzem lesões maiores;

* Penetração é fundamental.

* Menor recuo: como a localização é um fator extremamente importante,


um recuo menor proporciona uma melhor localização do tiro, permite
retomada mais rápida de engajamento, possibilitando atirar mais vezes
acertando mais e em menor tempo.

* Capacidade: o índice de acertos em combate é muito pequeno, com


isso a capacidade da arma é um fator importante. Assim como lesões
maiores possibilitam maior sangramento, o mesmo efeito se observa
com mais lesões, produzem incapacitação mais rápida. Ainda, armas
com maior capacidade demandam menos recargas.

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Com base nas premissas anteriores, vamos analisar os calibres


mencionados. Faça as suas anotações!!!

* Calibre .380 Auto

Desempenho balístico:

Recuo:

Capacidade:

* Calibre .38 SPL

Desempenho balístico:

Recuo:

Capacidade:

* Calibre 9mm Luger

Desempenho balístico:

Recuo:

Capacidade:

* Calibre .357 Magnum

Desempenho balístico:

Recuo:

Capacidade:

* Calibre .40 S&W

Desempenho balístico:

Recuo:

Capacidade:

* Calibre .45 ACP

Desempenho balístico:

Recuo:

Capacidade:

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Uma coisa importante a ser ressaltada é que a escolha do tipo de


projétil é tão ou mais importante que a escolha do calibre. Infelizmente não
dispomos de muitas opções confiáveis no mercado nacional.

É importante relembrar que a cavidade temporária de calibres de


baixa velocidade não resulta em lesão significativa. O mesmo não ocorre nos
calibres de alta velocidade. Neles, a dinâmica da formação da lesão é um
pouco diferente e merece ser estudada separadamente.

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3 AULA 3 – BALÍSTICA DE CALIBRES DE ALTA VELOCIDADE


Muitas pessoas empregam o termo ”alta energia”, ao invés de
”alta velocidade” para se referirem aos calibres de fuzil. Isso se deve ao fato de
não compreenderem a dinâmica da formação da lesão dos calibres de fuzil.
Nos calibres de baixa velocidade, as lesões se devem principalmente à ação
mecânica direta dos projéteis sobre os tecidos. Nos calibres de alta velocidade,
as lesões são causadas também na formação da cavidade temporária e pela
fragmentação do projétil.

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O tombamento do projétil é algo extremamente importante na


produção da lesão dos calibres de alta velocidade. A distância percorrida no
interior do corpo até que ocorra o tombamento é denominada ”NECK”, do
inglês, ”pescoço”.

As características do neck dependerão da combinação de características da


arma e da munição. Uma combinação com neck muito curto não é muito
interessante porque o ponto de maior dano pode não acontecer na região com
vasos sanguíneos mais calibrosos. Por outro lado, uma combinação com neck
muito longo não é muito interessante porque o projétil pode atravessar o corpo
sem tombar, resultando em uma lesão pequena e com menor sangramento.

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Vamos analisar agora as características dos diversos tipos de munições


no calibre 5.56x45mm.

M193

Projetil do tipo FMJ (Full Metal Jacket). Massa de 55 gr (3,56 g), velocidade de
saída de 995m/s e uma energia cinética de 1.763 J. É recomendada contra
alvos não blindados. Foi projetada para ser utilizada em armas com passo de
raiamento lento, 1:12. Neck longo de 6 a 8 polegadas.

SS109 ou M855

Projetil com 62gr (4,02g), para tentar resolver o problema de transpor barreiras
intermediárias da versão anterior, a M193. O projétil – base de chumbo e na
ponta uma parte cônica de aço, tudo isso revestido por cobre. A SS109 foi
projetada para um passo mais rápido, de 1:7. Velocidade de saída de 940m/s e
EC 1778J. Coeficiente de deformação do projétil mudou - menor letalidade em
alvos humanos. Neck longo, de 6 a 8 polegadas.

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M855A1 (SAT)

Projetil 62gr (4,02g), com mais velocidade e maior. Ponta de aço maior e mais
exposta - grande capacidade de penetração em barreiras – atravessa paredes
de alvenaria a mais de 40 metros. SAT (Spear Arrow Tip). Velocidade de
926m/s e energia cinética de 1716. Neck curto, cerca de 1 – 3 polegadas (entre
2,5 e 7,5cm).

MK262 (OTM)

MK262 (Sierra MatchKing) ou OTM (Open Tip Match). Ponta aberta (OT).
BTHP (Boat Tail Hollow Point). Projétil Sierra Match King Canelure - excelente
precisão. Massa de 77gr (5,0g), velocidade de 850 m/s e EC de 1.803J.Neck
curto, cerca de 1 – 3 polegadas;

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SOFT POINTS

Pontas macias (JHP – Jacket Hollow Point) - Foram idealizadas para o mundo
da caça e depois trazidas para o uso policial. As primeiras versões não
atingiam penetração mínima de 12” em gelatina balística. De tecnologia
Bonded/Cobre, expansão regular, mantêm massa, mais estável ao transpor
barreiras intermediárias, sem excesso de penetração no alvo.

POLYMER TIP

Inserto de polímero: promover a rápida expansão. BTHP (Boat Tail). Um projetil


de 55gr, velocidade 990m/s e 1.745J de energia cinética. Apresentam grande
deformação do projétil graças à ponta de polímero, atuando de maneira
semelhante aos projéteis soft point.

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4 AULA 4 – BALÍSTICA VEICULAR

É extremamente importante que o operador de arma de fogo


conheça a balística relacionada aos veículos. Ficar dentro do veículo oferece
uma falsa sensação de segurança e limita muito a movimentação para o
combate.

O automóvel apresenta poucos pontos de proteção balística


mínima e menos pontos ainda de proteção balística eficaz. Partes de lataria do
veículo são facilmente transfixadas por diversos calibres de projétil, não
oferecendo segurança ao operador. Partes com chapas dobradas como as
colunas centrais, dianteiras e traseiras, podem oferecer alguma proteção,
especialmente a calibres de armas curtas, que são retidos ou desviados nas
partes de chapas dobradas, entretanto tais estruturas não conseguem conter
tiros de fuzis.

O bloco do motor e conjuntos de suspensão/roda/freios dos


veículos são proteções balísticas eficientes mesmo contra tiros de fuzis.

É importante comentar sobre o risco dos tiros sob o veículo,


demonstrando que em hipótese alguma é recomendável optar por combater
por baixo do veículo, principalmente se o operador estiver deitado.

Já nas superfícies mais macias combinadas com projéteis ogivais


e encamisados (mais resistentes), é possível se obter ângulos de saída até
mesmo MAIORES que o ângulo de incidência, uma vez que o projétil, ao
danificar a superfície, o faz de maneira que se forma uma rampa na região de
saída da escalavradura, direcionando o projétil em ângulo mais aberto do que a
própria entrada do projétil.

Outro fator a ser levado em consideração é a deflexão da


trajetória dos projéteis quando atingem uma lâmina de vidro inclinada. Isso
ocorre porque quando o projétil atinge o vidro, a inclinação faz com que haja
uma variação do contato do projétil com o vidro, de maneira que no início do
impacto é gerado um ponto de fragmentação do vidro enquanto que a parte
ainda não atingida pelo projétil se mantém preservada, oferecendo maior
resistência e, com isso, alterando a trajetória do projétil.

Se o tiro é efetuado de dentro para fora do veículo, o projétil tende


a subir. Se o tiro é efetuado de fora para dentro do veículo, o projétil tende a
descer. O desvio de trajetória é tão maior quanto maior for a distância
percorrida pelo projétil após o impacto no vidro.

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E o tiro no tanque de combustível? É capaz de produzir a


explosão do veículo?

Esta é uma pergunta frequentemente feita quando o assunto trata


da balística veicular

O tiro no tanque NÃO é capaz de resultar na explosão do veículo.


Ao contrário do que acontece nos filmes, o impacto de projéteis contra pedra,
asfalto ou metal NÃO produz faíscas.

Além disso, o que pega fogo é o vapor de combustível e não o


líquido, portanto o projétil, mesmo aquecido, em contato com o líquido não é
capaz de gerar a combustão.

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5 Bibliografia
COMPANHIA BRASILEIRA DE CARTUCHOS. Companhia Brasileira de Cartuchos. Companhia
Brasileira de Cartuchos, 2018. Disponivel em: <http://www.cbc.com.br/>. Acesso em: 31
Março 2018.

CUNHA NETO, J. D. Balística para profissionais do Direito. 1ª Edição. ed. São Paulo: Clube de
Autores, 2020.

DIMAIO, V. J. M. Gunshot Wounds - Practical Aspects of Firearms, Ballistisc, and Forensic


Techniques. Boca Raton: CRC Press, v. 1, 2016.

FBI. Wound Ballistic Evaluation. Quantico: FBI Academy, 1987.

HATCHER, J. S. Hatcher`s Notebook. Harrisburg: The Telegraph Press, 1947.

MARIZ, L. G. R. Anotações sobre a doutrina policial: Balística. 1ª Edição. ed. Brasília: Do Autor,
v. 2, 2019.

MARSHALL, E. P.; SANOW, E. J. Handgun Stopping Power - The Definitive Study. 1ª Ed. ed.
Boulder: Paladin Press, v. 1, 1992.

NATIONAL INSTITUTE OF JUSTICE. Ballistic Resistance of Body Armor NIJ Standard-0101.06.


Washington DC: U.S. Department of Justice Office of Justice Programs, 2008.

POLÍCIA FEDERAL. Cartilha de Armamento e Tiro. Brasília: [s.n.].

SAAMI. American National Standard Voluntary Industry Performance Standards for Pressure
and Velocity of Centerfire Pistol and Revolver Ammunition for the Use of Commercial
Manufacturers. New York: Sports Arms and Ammunition Manufacturers Institute, 2015.

SILVINO JUNIOR, J. B. BALÍSTICA DE COMBATE - Anotações de instrução. Belo Horizonte: João


Bosco Silvino Júnior, 2020.

THOMPSON, J. T.; LA GARDE, L. A. The Thompson-LaGarde Report, Chicago, 18 março 1904.

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