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No ano de 2400, o planeta Terra foi devastado por guerras e catástrofes naturais, a

humanidade veio a sucumbir sua própria existência. Fome, guerras travadas e


intermináveis em busca de sobrevivência.

A solução? Bem… a solução estava fora deste planeta, uma nave criada para levar os
sortudos escolhidos para colonizarem um sistema solar repleto de vida, pronto para
ser explorado, essa nave era a COLOSSOS I, a primeira nave feita com esfera de Higgs.

Vários planetas foram descobertos graças a esta nave e suas sondas, sistemas solares
imensos e inimagináveis que antes o homem só poderia sonhar. A humanidade
encontrou a luz para a sua salvação. Com a criação de novos exércitos criamos uma
única para cuidar deste assunto. A T.E.C, (Serviço Tático Especializado em
Colonização).

Com as descobertas muitas pessoas gananciosas queriam tomar para si os recursos


descobertos. Quando chegamos nestes novos planetas descobrimos que este tinha
vida extraterrestre tão evoluídos quanto nós.

Este planeta tinha recursos semelhantes ao da Terra, poderíamos tomá-lo para nós. E
como sempre a ganância de alguns homens acaba sempre falando mais alto, o
resultado disso, foi a eliminação dos habitantes encontrados. Colonizávamos seu
planeta, consumíamos seus recursos até não sobrar mais nada, verdadeiros
nômades. E logo que não havia mais nada a se fazer, partíamos em busca de para
outro e planeta.

O que a T.E.C faz, é desumano, tudo o que aprendemos com nossas famílias e amigos
em ser boas pessoas fosse esquecido, nos tornamos egoístas.

Quem voltava da guerra, acabava enlouquecendo e entendendo que a guerra era a


única forma de sobrevivência.

Durante 300 anos a humanidade invadiu e conquistou milhares planetas, muitas vidas
foram perdidas, famílias dizimadas, mas isso ainda não era o suficiente, estavam
procurando um planeta com condições iguais ao da Terra. Sim, existia um planeta em
algum lugar do universo igual à Terra, onde poderíamos viver tranquilamente. Mas
para isso, a T.E.C deveria ser derrotada.

As forças especiais criaram a Primeira Esquadra Intergalática (P.E.I). A principal


missão dessa esquadra era encontrar este planeta antes da T.E.C e também preservar
planetas habitáveis com  consciência e vida, para que consigamos viver em paz
superando todas as diferenças e de forma igualitária.

Meu nome é Jonh Burn.

Capítulo 1

A vida de Jonh Burn

Tudo o que me lembro da minha infância é de minha irmã Cloe Burn e de outras
crianças órfãs que também perderam seus pais para a guerra. A vida de crianças como
nós era fugir da T.E.C. Ser um colonizador só significava uma coisa, morte!

Era mais um dia comum, um dia comum fugindo da T.E.C.

-Venha Jonh, corra… segure minha mão! - Disse Cloe a mim:

-Rápido, peguem eles, entrem aqui. Atirem! -Um disparo se ouviu perto de nós
dizimando caixas empilhadas no corredor que entramos.

Minha irmã e eu estávamos fugindo, sabíamos que se fossemos pegos iriamos ser
separados e enviado para a T.E.C.

Minha irmã dizia pra mim enquanto fugia, Tudo vai ficar bem Jonh, não vou deixar que
te levem. Confie em mim!

Eu podia ter apenas só 7 anos, mas lembro de cada detalhe do que aconteceu
naquele dia. A T.E.C era muito bem preparada, difícil despistá-los, havia drones
cobrindo o céu guiados por controle remoto, para localizar e prender órfãos:

-Continue correndo! -No corredor que entramos, não havia saída, tinha um muro de
uns dez metros, tudo o que podíamos fazer é nos esconder nas caixas empilhadas, mas
Cloe não se escondeu:

-Eles entraram no beco. Cubram as saídas! -O soldados passaram pelo general para
nos cercar, apontando suas armas de raio para Cloe. Ela me escondeu antes que me
vissem. Quando derre pente:
-Hora, hora, hora, quem eu vejo aqui, se não é Clóe, ainda não me esqueci do nosso
último encontro! -Ele se referia ao corte no rosto na última luta onde minha irma tinha
cortado ele com canivete suíço e roubado sua arma:

– Estou cansado de ser feito de palhaço e ficar correndo atrás de você e de seu irmão.
Você vem comigo!

-Só por cima do meu cadáver!

-Como quiser…

A luta começa, ela corre, pula e dá três socos na cara do imbecil, mas ele por ser
grandalhão, com apenas um tapa a derruba. Ela cai no chão e tenta se afastar para
trás, saca uma pistola PT 380, a arma era da coleção de Bullet.

-É corajosa apontando uma arma para mim!

-Sou como você Bullet, tiro proveito de onde posso. E aí? Vai nos deixar em paz?

Olhou para minha irmã, deu um sorriso de lado, olhou de novo fixamente para ela
como se soubesse que ela não atiraria:

-Acha que pode fugir de mim, me enganar? Eu sou a T.E.C, sou eu que comando todo
este pessoal, sou eu que dou ordens aqui, tá entendendo? E sou eu que digo que você
vem comigo! 

Ele avançou e Cloe mirou e acertou o joelho de Bullet que cambaleou para o lado
gritando de dor:

-Desgraçada, vai pagar por isso...

Ele podia estar ferido, mas era durão. Se levantou aproximou de Cloe dando um único
chute no estômago. Ela cuspiu sangue na hora. Bullet avisou pelo seu microfone
acoplado em seu rosto que um drone viesse para leva-lá. Minha irmã foi capturada.

Minha irmã Cloe olhou pra mim e com um gesto pediu para fazer silêncio. Bullet foi
até ela, arrastando a perna machucada. Gostaria de fazer alguma coisa, mas ficar
quieto e assistir era tudo que podia fazer. Bullet deu dois chutes na cabeça. Chutes
tão forte que fez com que ela desmaiasse.
Em questão de minutos o drone e os soldados de Bullet chegam ao alvo pra levá-la:

-Muito bem rapazes, levem ela daqui, para o confinamento…!

Quando os homens de Bullet vão embora, saio do meu esconderijo e vou até o local
onde a vi pela última vez, e olhando a nave levando-a:

-Cloe...!

Com tristeza em meu coração. Fico me lembrando de como ela é para que não me
esqueça, cabelos lisos, loiros, até na altura do ombro. Estatura média, porém forte,
muito valente e que me protegeu sempre.

Quando olho para baixo e vejo o pingente em forma de coração que ela usava com a
foto dos nossos pais. Pego o cordão que ainda estava no chão e coloco em mim. Sem
saber para onde ir, começo a vagar pelas ruas com frio, medo e fome. Vejo uma lata
de lixo e procuro algo pra me alimentar, encontro um pedaço de maça apodrecida e
também um resto de sanduíche. Olho para os lados e procuro algum lugar para me
abrigar, encontro um prédio abandonado. Estava todo trancado. Encosto em uma
parte da parede e me deito, começo a pensar em minha irmã, lembrando em como
era nossas vidas, antes de nossos pais irem pra guerra. E me pego chorando com
saudades.

Aos poucos o sono me toma por completo.

Capítulo 2

Onde estou?

Sou acordado com um estouro ao meu lado e jogado a dez metros de distância,
inconsciente sem saber o que originou a explosão:

-Acorde pequeno, você está bem? Como está se sentindo essa manha? Você dormiu
por nove horas seguidas, pensei que não tivesse sobrevivido a explosão!

-Hum… Onde estou? Quem é você?

-Eu me chamo Júlia. Cuido de pessoas como você!


Júlia tinha cabelos lisos bem curto como as de um homem, era muito bonita, tinha
corpo atlético e uma cicatriz na mão esquerda:

-Essa é a T.E.C?

-Não. Você está nos esgotos, no subsolo! Vivemos aqui para nos proteger da T.E.C!

Olho para os lados e vejo crianças e adultos feridos recebendo cuidados assim como
eu.

Júlia traz a mim uma bandeja com comida, biscoitos e leite fresco.

Eu estava com tanta fome, que acabei comendo tudo em minutos:

-Meu Deus como come, parece até que veio da MXK385!

-Não me alimento bem assim há dias!

-Certo… Mas coma de boca fechada está bem? Quando terminar, vou lhe apresentar a
uma pessoa. Ele ira te conduzir a sua classe de treinamento!

-Treinamento de que?

-Sempre faz tantas perguntas?

-Mas só fiz três perguntas…

Júlia sorri para mim e quase como um gesto recíproco sorri para ela. Depois de ter me
alimentado, Júlia me levou até a pessoa que queria me apresentar, chegando na sala.
Tinha um homem alto e forte sentado na cadeira, era moreno cabelo raspado, usava
fardas de soldado de guerrilha, seu nome era Maik:

-Olá, me chamo Maik, qual seu nome garoto? - Ele se levanta e se inclina estendendo
sua mão para me cumprimentar:

-Jonh! - Respondo a ele, olhando para seu rosto, ele pede pra Julia deixar-nos a sós:

-Interessante… sabe, estamos aqui a bastante tempo, nos somos a resistência contra
a T.E.C, e estamos montando um batalhão para enfrentá-los!
-Enfrentá-los? - Pergunto eu a Maik.

-Sim, um dia! - Responde Maik – trouxe você aqui, porque quando estava desmaiado
sussurrava o nome de uma pessoa, Cloe eu acho. Ela é sua mãe ou algo do gênero?

-Ela é minha irmã! – respondo a ele com tristeza nos olhos.

-O que foi Jonh? Parece triste…! - diz Maik com ar de preocupação:

-É que ontem a T.E.C levou a minha irmã, e não sei se irei vê-la de novo. A única coisa
que sobrou dela, foi este pingente! - Mostro a ele o pingente em forma de coração
com a foto dos nossos pais.

-Jonh, muitas das pessoas que estão aqui, perderam parentes e pessoas que amam
para a T.E.C. Sabe de uma coisa? Eu trabalhei para a T.E.C. Depois de ter ficado
perdido em um planeta com os nativos, percebi que toda essa guerra por poder é
desnecessário. E quando eu me rebelei contra eles. Quiseram me matar, mas consegui
fugir. Mas esse preço foi alto demais para mim. Minha filha e mulher foram mortas em
uma explosão, era para ter sido eu. Por isso quero acabar de vez com essa guerra. E
preciso de muita gente, muita gente mesmo. Posso contar com você Jonh? Eu não
prometo que posso trazer sua irmã de volta, mas posso prometer que acabaremos de
vez com esses desgraçados. E então, o que me diz?

Estava disposto a tudo para ver minha irmã outra vez. E decidi que ajudaria no que
fosse necessário, olho para Maik e digo a ele:

-Sim, pode contar comigo! O senhor não pode prometer que vai trazer minha irmã de
volta, mas eu posso, isso é uma promessa!

Depois que conheci Maik, ele me levou para conhecer o  subsolo, me levou ao
vestiário, tomei banho e vesti roupas limpas, conheci meu quarto, onde descansei um
pouco antes de conhecer a sala onde começaria a treinar, logo o sono tomou conta de
mim mais uma vez.

Sonhei com pequenos flashs dos meus pais sendo a levados pela T.E.C e com minha
irmã sendo raptada, depois estávamos na cozinha, comemorando o aniversário de
Cloe. Era um sonho tão real, Onde minha família toda reunida, todos muito felizes.
Olhamos para a janela da cozinha onde vimos papai chegar com o primeiro presente,
era o pingente que minha irmã tinha deixado cair, continha as fotos de nossos pais,
esse pingente era especial, e só podia ser aberto pela Cloe:
-Jonh? Você está ai? Jonh... é o Maik.

Acordo assustado com o Maik chamando meu nome na  porta, me levanto da cama
pressiono o polegar contra a parede. A minha digital abre a porta instantaneamente, e
Maik diz a mim:

-Vamos, quero que conheça os outros recrutas!

Acenei a cabeça e fui com ele, passando pelos corredores até levar a uma outra porta,
enquanto passava pelos corredores, notei que o subterrâneo era maior do que
imaginava, tinha várias salas com várias portas, olhei em uma das janelas e vi outras
crianças sendo treinadas. Parecia que estávamos sendo preparados para algum tipo
de guerra:

-É aqui! - paramos em frente uma porta amarela que se abriu quando Maik
pressionou o polegar contra a parede.

Passamos pela porta e tinha vários alunos em pé, quando Maik entrou, todos ficaram
em posição de sentido:

-A vontade! Este é Jonh, ele ira treinar conosco. Porque não nos conta um pouco de
você Jonh? - Pergunta ele se inclinando a mim para que eu me apresentasse aos
demais. Olhei para toda aquela gente, todos prestando atenção em mim esperando
que eu dissesse algo interessante, mas não vinha nada a minha mente, então eu
disse:

-Olá, meu nome é Jonh, Jonh Burn, não sei muito bem como cheguei até aqui, mas as
últimas horas, eu comi uma bandeja com comida, alimento que não via a dias,
diferente do que eu procurava no lixo, a última coisa que me lembro foi que eu
adormeci noite passada e acordei aqui, é isso… - Todos olharam abismado para mim
e alguns riam do meu jeito de falar:

—Muito bem Jonh, junte-se aos outros cadetes! - Me dirijo a fila do grupo e Maik
começou a falar para o grupo:

-Muitos de vocês estão aqui por que acreditam em algo melhor, procuram um futuro
melhor. Um futuro onde a T.EC não exista, já se passaram mais de 1000 anos de
guerra, escravizados pela T.E.C e hoje eles contem as melhores armas, o melhor
poderio do exército. Uma frota intergalática imensurável. Estamos cansados dessa
guerra, de pessoas sofrendo, de ver nossos familiares e entes querido sendo mortos,
meu tataravô lutou nessa guerra, uma geração de famílias inteiras na guerra, chega de
guerra é o que eu digo a vocês. Mas meus caros, infelizmente para acabar com a
guerra precisamos lutar, lutar por um futuro onde todos possam viver com dignidade.
Queremos um pouco de paz, a realidade do mundo lá fora é dura. Todos aqui querem
ter sua vida como era antes. Alguns de vocês que estão aqui podem não acreditar,
mas esse planeta já foi um bom lugar para se morar.

Temos uma coisa que a T.E.C não tem. Temos esperança, temos vontade, temos
sabedoria e o mais importante de tudo, o amor. O amor move montanhas caros
cadetes, o amor pode transformar uma vida. E é por isso que eu digo que faremos a
diferença, acredito em cada um de vocês. Podemos ter armas rudimentares, mas nós
temos algo maior, coragem! -Quando Maik terminou de falar os cadetes soltaram um
grito de guerra:

-Ahu, ahu, ahu... -Maik acena com a mão, e volta a dizer:

-Vocês conhecerão táticas de guerra, aprenderão tudo o que precisam saber, vamos
deixar vocês rápidos, inteligentes, um soldado diferente. Hoje vocês conheceram seus
professores. Pode mandar entrar... Estes são, Rau, Sintia e Jones. Alguns amiguinhos
que também como eu, fugiram da T.E.C, porque vocês não contam para eles o que me
disseram? -Os três professores olharam um para outro e então, Jones começou a
falar.:

-Olá garotos, vejo que tem muitas crianças e jovens aqui. Assim como vocês fui
capturado quando ainda era criança, minha infância foi toda criada na T.E.C, e tenho
informações que deixariam muito de vocês com medo. A T.E.C planeja fazer uma
varredura no planeta Terra, pois existe um portal, que pode acabar com a T.E.C, mas
ninguém sabe onde esta este portal. Se cair nas mãos da T.E.C, estamos todos
perdidos, pois assim que a T.E.C encontrar eles destruirão o planeta Terra. Esse portal
contem a chave para um sistema solar com condições idênticas da terra. Pode-se
dizer que se trata de um pulo para uma outra realidade alternativa!

Todos ficaram impressionados com o que Jones havia falando, um portal? Que tipo
de portal era este? Era tudo o que me perguntava. E por que a T.E.C procurava este
portal, queria ela destruir o portal? Eram perguntas que eu fazia naquele momento, e
logo a Sintia começou a dizer também:

-Olá a Todos, como Jones acabou de dizer a T.E.C esta atrás deste portal a muito
tempo. E descobrimos que ele está no planeta Terra. Tem um motivo para que a T.E.C
sempre leva crianças e adolescentes, além de treiná-los para o seu próprio bem, eles
procuram o portal!

Um dos cadetes grita no meio da multidão:

-Quer dizer que a criança é a chave para o portal?

E a Sintia começa a dizer novamente:

-Não sabemos exatamente se uma criança é a chave para o portal, mas sabemos que
ela procura uma em específico que contem um objeto, esse objeto contem a
passagem para o portal.

Todos ficaram impressionados com que Sintia disse. Pois além de procurar essa
pessoa em específico não sabíamos onde ela estava. Era como procurar uma agulha
no palheiro. Até onde eu sei, ela poderia já não existir mais. Pois se passaram mais de
dois mil anos, que a T.E.C procurava por eles, sem êxito algum, olho para frente e vejo
Maik tomando a palavra:

-Cadetes, vou lhe apresentar as funções e suas salas, obrigado, Sintia, Jones e Rau,
podem voltar a sala de aula que mandarei os cadastes para vocês assim que possível!

-Bem meus caros cadetes, cada professor tem uma especialidade, eu fui chefe da
esquadra da T.E.C presenciei muitas das atrocidades que me levaram a acreditar que
as pessoas não merecem isso. Eu coordenei vários ataques a planetas contra as
criaturas habitantes, até que um dia, no meio da guerra, fiquei preso sozinho no
planeta, no qual uma criatura apareceu e cuidou de mim, foi a primeira vez que senti
o amor fraterno por alguém. E logo me arrependi de tudo que fiz. Passei uma semana
neste planeta convivendo com essas criaturas que dei o nome de Morfin, até que a
T.E.C apareceu destruindo tudo, mesmo eu dizendo para não atacarem. E me
pegaram de volta. Foi ai que eu percebi que devia fazer a diferença, viramos uma
praga e quero mudar isso!

-Sargento Jones é fuzileiro naval, especialista em armas, ele ira ensinar a vocês tudo o
que sabe sobre armas brancas, de fogo e nuclear!

-Rau, mestre em combate corpo a corpo, ira ensinar a vocês tudo o que sabe de
defesa pessoal e a imobilizar seu oponente!
-Sintia, é o cérebro da operação, ela sabe tudo, sobre a T.E.C, desde quando surgiu até
os membros que pertencem a T.E.C. Vai ensinar vocês a história dessa batalha travada
há anos.

-Muito bem, esses são os horários. Nove horas, aula com o Raul, meio dia almoço.
Quatorze horas, aula com Sintia. Dezessete até as vinte, aula com Jones. Vinte e uma
horas, janta. Agora, todos para sala, Raul deve estar esperando por vocês!

Seguimos até a sala de treinamento onde Raul nos aguardava, ele era um asiático de
porte físico médio. Não parecia ser muita coisa até começar a dar aula:

-Muito bem cadetes, vou ensinar a vocês e logo perceberão que a melhor defesa é
sempre o bom ataque.

Logo Raul começou ensinando o básico, mostrou como uma pessoa pequena como
eu poderia derrubar um adversário mais forte.

O primeiro golpe que ele nos ensinou se chama Ma Pu Ou, todos os cadetes repetiram
o golpe, e em seguida ele nos mostrou outros como o Fok Tey Ma, Tem Ti Ma, Kei Long
Ma, Til Key Ma e Kun Ma. Golpes que poderiam salvar a vida em combate, levaria um
tempo até aprender as técnicas.

E assim foi o dia todo.

No dia seguinte fomos para aula de armas. Sintia era muito bonita e inteligente, sabia
tudo sobre armas, é uma especialista em combate de curto e longo alcance. Ela era
morena, seus cabelos iam até na altura do rosto, tinha um corpo atlético que deixava
qualquer marmanjo com vontade de a convidar para sair. Bonita, porém mortal. Ela
tem tudo para invadir o território inimigo e acabar com ele.

-Olá a todos. Hoje vocês iram aprender a não confiar em ninguém, nem mesmo em
mim!

Um cadete no meio do grupo fala em voz alta:

-Não me leve a mal, mas o que a senhora poderia nos ensinar, na boa você é muito
bonita não acredito que saiba alguma  defesa pessoal! -E ela pergunta a ele:

-Qual o seu nome? -E ele responde:


-Douglas senhora… -E ela continua a perguntar:

-Douglas, pode vir aqui um instante? - E todos na sala fez um som de uh:

-Tem uma coisa que nós mulheres temos que vocês não tem, sabe o que é? - e ele
responde com sarcasmo:

-O que? Peitos grandes? - e ele riu perto dela, e estranhamente ela também sorriu,
mas subitamente ela deu uma chave de braço e uma gravata apontando uma faca no
pescoço dele, e então mais uma vez ela sorriu e disse a ele:

-Não tolinho, nós temos charme, podemos conquistar qualquer homem que
quisermos e facilmente matá-lo! - E todos ficaram assustados olhando para ela
apontando aquela faca na garganta de Douglas:

-Espero que todos tenham visto muito bem o que eu fiz aqui, jamais subestimem seu
adversário, mesmo se for uma mulher... ouviu querido? - E ele fez um gesto com a
cabeça:

-Sim, sim, sim…! - E então ela solta Douglas:

-Volte para seu grupo!

-Mais alguém quer tentar? - Estranhamente todos levantam a mão dizendo, “Eu


quero, eu quero”:

E o dia foi passando até chegar a hora do almoço. Sempre me sentava sozinho até que
um dia um estranho menino senta comigo e me pergunta:

-Posso me sentar aqui? -Pergunta o menino a mim:

-Sim, claro. Prazer Jonh Burn, qual seu nome? - Pergunto ao menino:

-Wenger, você é novo aqui não é? Te observei que sempre almoça sozinho, eu
também sempre almoço sozinho. Então pensei e almoçar com você! - Fiquei feliz de
ter feito amizade com Wenger, ele era muito bom com armas e computadores, tinha a
mesma idade que eu e já hackeava mais que hackers famosos que passaram na terra.
Ele também era bom para montar armas com o que ele encontrava nas sucatas onde
este criou uma arma de controle de multidão, esta arma podia dar enjoo e causa
vômitos além de paralisar o alvo por alguns instantes. Estranhamente ele a batizou de
Mariah.

A tarde continuamos com as aulas com a professora Sintia, e assim foi até o encerrar
do dia até chegar no dia seguinte com as aulas com o professor Jones.

Jones tinha um ar misterioso, parecia mais um autista, ficava nos olhando


desconfiado e suspeitando de todo mundo, dizem que fizeram várias atrocidades
com ele, e ele escapou graças a uma invenção que ele fez, no qual ele não fala muito.
Meio tímido ele começou a dizer:

-Olá, eu sou Jones, e minha especialidade é inventar coisas! - E com algumas


bugigangas dispostas na mesa, ele fez um raio, mirou no alvo que tinha na sala e o
desintegrou, todos nós ficamos impressionados olhando para aquela arma, pois não
sobrou nada do alvo disposto na sala. Ele olhou para nós, tirou os óculos e a barba
ruiva que ele tinha ficou chamuscada de preto, disse a nós:

-Faltou um pouco de energia. Alguém quer tentar? - Fiquei pensando, "Se faltou um
pouco de energia, imagina o que ele faria se tivesse muita energia, desintegraria o
planeta?"!

Nos dias que não estava estudando estava com Maik meu tutor, ele me ensinou tudo
o que os outros professores não ensinavam, jogávamos xadrez e outros jogos de
computador como o "Counter-Strike, Battlefield", e outros jogos de ação, jogos que
foram um sucesso na década de dois mil.

Durante muito tempo ficamos nos subterrâneos escondidos treinando e treinando,


saímos de vez em quando para algumas missões de resgate de reféns da T.E.C. E
assim foi durante toda minha infância e adolescência até o dia que completei dezoito
anos e comecei por minha conta a buscar pela minha irmã. Eu e Wenger nos
tornamos bons amigos e ele tinha o sonho de encontrar os pais que eram obrigados a
trabalhar para a T.E.C.

Meu tutor Maik, serviu no exército e era da resistência mudou de lado pois acreditava
em algo melhor, acreditava em um futuro melhor. Durante os anos que vivi no esgoto
ele me ensinava todo o tipo de tática, artes marciais e manuseio com armas de fogo.
Ele era o melhor mestre que alguém poderia ter, ele era o mais próximo de um pai que
eu já tive.
Quando completei 18 anos comecei a minha busca por informações que levassem a
minha irmã. Com todo meu aprendizado que tive, virei um espião, invadia o sistema
da T.E.C buscando informações em sites, buscando dados, tudo o que levasse a Cloe
ou a Bullet.

Quando precisava de informações do QG da T.E.C, que não era possível invadir de um


local seguro, ia a base da T.E.C quando ninguém estava olhando, uma varredura era
feita e logo na tela apareceu as coordenadas de um Q.G da T.E.C em Ohio – Virgínia.
Bolei um plano de ataque para invadir e conseguir informações de Cloe. Fomos até lá
com um jipe Knight XV, chegando na base perto do alambrado, peguei as ferramentas
que precisava, Wenger que estava comigo trouxe o resto das ferramentas. Cortei o
arame e passamos por dentro. Vimos uma escada e começamos a subir, chegando ao
teto, procuramos o lugar do nosso alvo onde ficava os servidores, logo Wenger acena
dizendo que tinha encontrado a sala dos servidores, vou até ele, olho para baixo e
bolo um plano para descer até lá. Começo a cortar o vidro com todo cuidado para não
alertar os soldados, amarro a corda em mim e começo a descer, logo Wenger também
desce ao servidor:

-Certo, tem um soldado no próximo corredor, tenha cuidado Jonh!

-OK, já o vi, rápido me passe a arma tranquilizante!

-Soldado imobilizado!

-Vou conectar o computador!

Enquanto o computador fazia busca, olhava o relógio cronometrando o tempo dos


turnos dos guardas que protegiam o servidor. Eles faziam duas pausas de 15 minutos
e se revezavam entre si para não morrerem de tédio.

-Consegui!

-Ótimo, vamos sair daqui rápido!

No momento que estávamos saindo, o alarme soa. Vários soldados são alertados que
alguém estava no servidor.

– Maldição, como que esse alarme disparou? Eu desativei tudo!

– Não temos tempo para pensar nisso agora Jonh, vamos embora daqui, rápido!
E como um raio saímos o mais depressa que conseguimos, voltamos pelo buraco que
tínhamos feitos no teto, chegando ao teto, vimos vários desses soldados nos
procurando. Mais do que rápido descemos e atravessamos o portão de segurança,
entramos no carro e aceleramos como se não houvesse amanha:

-Wenger, eles estão atrás de nós, pisa fundo!

-Já estou pisando o máximo que dá Jonh!

-Eles estão na nossa cola!

-No banco de traz tem uma bazuca que sempre trago para situações como essa,
pegue ela!

-Você ficou louco? Uma bazuca, sério? Você quer nos matar?

-É nossa única chance, se você quer viver faça o que eu te mando!

-Meu Deus, Meu Deus. Você é louco!

Mais do que de pressa, fui para o banco de traz, abri a maleta contendo 3 RPGs,
peguei a bazuca, armei, mirei e atirei. Com o coice da bazuca, me desequilibrei e fui
para trás, mas a explosão foi linda. Neste instante que estávamos fugindo tinha
passado perto de um cemitério.

-Ei Jonh, acho que acordamos alguns mortos!

-Você tá achando engraçado? Sério?

-Confessa que você tá gostando!

-Eu não to gostando de nada... vou atirar de novo!

Então com firmeza, mirei no meu próximo alvo, e cara. A caminhonete que eles
estavam deu um salto para frente arremessando os soldados da T.E.C para fora. Foi
lindo.

-Agora sei porque gosta dessas coisas, é divertido!

-Sabia que ia gostar, vamos voltar para a nossa base!


Ao chegar a base, com os dados que consegui analisei informação por informação até
chegar ao meu alvo, Bullet!

Capítulo 3

O traidor

Em meu alojamento estou descriptografando alguns códigos de mensagens enviadas


da T.E.C para sua base na terra Virginia Estados Unidos. Estava quase conseguindo
decodificar, mas uma mensagem de erro aparece na tela fico frustrado e bato na mesa
soltando um palavrão:

-Mas que porra... horas de trabalho perdido!

-Toc toc... –Era Maik- está tudo bem Jonh? Vejo que você está bastante estressado!

Olho para Maik e digo para ele com um ar de indiferença:

-Estou há dias tentando descriptografar esta mensagem codificada e quando chego


bem perto de conseguir aparece esta mensagem dizendo sem permissão. Já tentei de
tudo, até o método de Turing mas nada adianta. Você sabe ou tem ideia do que eu
possa fazer?

Maik em um tom seco e sarcástico diz:

-Não… –E solta um sorriso e volta a dizer- as vezes temos que parar de tentar e deixar
eles chegarem até nós, sei o quanto você espera por este momento, mas vá com
calma!

Viro para Maik e esbravejo com ele:

-Você quer calma? Como eu posso me acabar, minha única família foi tirada de mim
quando eu era só um garoto e eu nem sei se ela está viva ou morta se ela está bem. E
você quer que eu tenha calma? Não venha me pedir calma!

Maik se abaixa e diz:


-Eu gostaria mesmo de te ajudar, desde quando você cresceu aqui notei grande
potencial em você. Muito determinado sei que vai fazer coisas grandiosas ainda, mas
ter raiva e se estressar à toa não vai resolver. Vamos, venha comigo. Vamos dar uma
volta!

Respiro fundo, me levanto e vou com Maik pelos corredores do subsolo da resistência.
Desde quando eu estava crescendo o número de cadetes tinha aumentado
exponencialmente e novas instalações foram feitas para comportar os novos
membros. Quando estou passando pelos corredores noto alguns cadetes praticando
suas táticas de guerrilha e isso me fez lembrar no passado quando ainda tinha nove
anos, lembrei de um garoto ele praticava bullying com o resto da turma inclusive
comigo. E em um episódio em especial no qual ele pega um urso de uma garota e
tenta fazer ela pegar, eu apareci e disse a ele –devolva para ela Henrique-  ele virou e
olhou para mim como se me analisasse de cima abaixo, ele era muito grande para um
garoto de treze anos parecia ser bem mais velho do que aparentava. Ele tinha um
sotaque estranho parecia meio inglês misturado com alemão. Ele disse a mim –mas
olha só, o defensor dos fracos e pequeninos – ele solta o urso a menina pega e sai
correndo, nisso ele me emburra e me derruba no chão começa a me chutar e xingar,
acabo desmaiando até que sou acordado por Maik, ele me leva para enfermaria e
cuida de mim.

Caminhando com Maik percebo que ele sempre esteve por perto e foi com um pai
para mim e digo a ele:

-Me desculpe... –Digo arrependido!

Ele olha para mim e pergunta com um ar de surpreso:

-Porquê das desculpas?

-Por todas as vezes que descontei minha raiva no senhor, sempre esteve ao meu lado
e sempre me ajudou quando precisei. Obrigado, você foi o mais perto de um pai que
tive! – Quase que impulsionado por uma felicidade dou um braço a ele- Maik me diz:

-Sabe de uma coisa, você poderia me pedir desculpas mais vezes! –Ele sorri.

Noto as rugas e o cabelo já grisalho, ele já não era o mesmo homem que costumava
ser, mas ainda sim conseguia chutar muitas bundas por aí.
-Mas são duas bichonas mesmo, se abraçando em público! –Eu me viro e vejo
Henrique!

Digo a ele:

-Já cansou de fazer bullying com as menininhas da sua equipe e veio babar nosso
ovo? –Digo em um tom sarcástico a ele:

-Te vejo por aí Jonh... e você velho, cuidado com as costas! –Se referiu a Maik:

-Porque ele é tão idiota assim Maik? –E ele responde:

-Desde que eu bani da liderança por ser mal ele está assim, isso já faz 10 anos e ele
guardou essa mágoa.

Começa a apitar um som alto de alarme e todos começam a ficar em alerta, digo a
Maik:

-O que está acontecendo? –Maik se vira para mim e olha com um ar de tristeza nos
olhos quase que chorando e sai correndo-  Maik, Maik, Maik onde você vai?

Por causa das cadetes em alerta e passando por mim perco Maik de vista até que
Wenger aparece:

-Ei Jonh o que está fazendo aí parado? 

-Maik saiu correndo do nada! –E Wenger responde:

-Esquece ele. Temos que sair daqui a base foi comprometida a T.E.C cercou o local,
vamos Jonh, temos que ir embora e rápido!

Entro no meu alojamento pego o computador coloco na mochila e saio com Wenger.

-Vamos Jonh a T.E.C deve entrar a qualquer momento!

Saio com ele por uma passagem secreta que levava aos esgotos do lado de fora,
quando finalmente saímos do esgoto, subimos um morro bem alto dando para ver a
base rodeada de agente da T.E.C.
Os que conseguiram fugir estava a nossa frente, mas eu fiquei lá parado tentando
entender a reação de Maik, peguei um dos binóculos e também um amplificador de
sinal para tentar ouvir o que eles estavam falando e eles traziam alguns cadetes
colocavam o de joelho e começam a atirar, foi a primeira vez que eu vi alguém ser
morto a sangue frio. Fico chocado com aquilo.

-O que eles querem Wenger!

-Eu não sei Jonh, a julgar parece procurar por alguém ou alguma coisa… veja, eles
pegaram Maik.

Começo a observar o que está acontecendo até conseguir capitar toda a conversa.

-Maik, Maik, Maik, você me decepcionou várias vezes, você é mesmo um insolente –
Diz o soldado a ele - você nunca deveria ter se rebelado contra nós. Você disse que ele
estava aqui e não encontramos e eu quero saber, onde está o garoto.

Maik diz a ele com um ar de apavoro.

-Você disse que ninguém ia se machucar Jeremias, deixem eles… não tem nada a ver
com nosso acordo –disse ao soldado-  me leve com você que eu ajudo o encontrar!

-Acho que você não está entendendo a situação Maik, o chefe não gosta de joguinhos
e você já jogou muito conosco, hora de dar o xeque-mate.

Maik começa a falar desesperadamente:

-O que vão fazer? Não, não, não, por favor não... –Os soldados da T.E.C trazem um
cadente e colocam na frente de Maik e em um tom melancólico Maik lamentou – Me
desculpe.

O garoto olha para Maik com lágrimas nos olhos, o soldado aponta a arma na cabeça
do rapaz e ele diz:

-Maik... –O soldado atira fazendo com que pedaços da cabeça e sangue espalhe no
rosto de Maik.

-Tragam o próximo...-E novamente aponta a arma para cabeça do soldado, só que


dessa vez ele diz:
-Pela última vez Maik, cada vez que você disser que não sabe onde ele está eu vou
matar seus preciosos cadetes, e cada vez de uma forma pior -ele olha para o soldado
mais a frente– tragam a espada!

Maik olhou para ele e disse chorando:

-Eu juro que não sei onde ele está!

O soldado diz ao Maik novamente com impaciência:

-Você só pode estar me testando... me dê a espada!

O soldado faz uma pontaria como se fosse rebater uma bola de golfe só que com a
lâmina voltada ao pescoço do cadete. O cadete começa a gritar desesperado olhando
para Maik tentando se soltar dos outros soldados que o seguravam. E em movimento
único certeiro e preciso ele decepa a cabeça do cadete que rola nos pés de Maik e eu
olhando tudo aquilo não me contive.

-Temos que fazer alguma coisa, não podemos ficar aqui parados! Temos que os salvá-
los!

Escutamos um engatilhar de arma atrás de nós:

-Virem-se!

Quando nos viramos havia alguns soldados fortemente armados era em um total de
seis homens que nos amarraram e amordaçaram... com medo do pior não reagimos,
pegaram eu e Wenger e nos jogaram em uma caminhonete do exercício onde levaria
até o chefe deles onde também mantinham Maik como refém. Chegando até o local,
Maik estava amarrado, bateram tanto nele que escorria sangue de sua cabeça, notei
também que as costas estavam em carne viva. Um dos soldados pega outro cadete e
leva amarrado dentro de um grande galpão. O soldado estaciona a caminhonete e
desce depressa, vai na parte traseira me pega sem muito esforço e me coloca em cima
de seu ombro onde me carrega até o grande galpão com os demais cadetes, atrás de
mim vinha Wenger também sendo carregado por um dos soldados, passamos perto
do local onde estava Maik pude ver que ele estava bem machucado. Entrando no
galpão o soldado que me carregava me joga com violência no chão assim como
Wenger, em torno de nós havia mais ou menos vinte soldados todos ficando de vigia
dentro do galpão até que chega um soldado trazendo Maik amarrado e o empurra
fazendo bater com a cara no chão.
-Maik, Maik, você está bem? O que aconteceu? –Maik tenta olhar para mim, mas
estava muito machucado e ele diz:

-Me desculpe Jonh, eu estraguei tudo! –O que será que ele deveria ter feito de tão
terrível? Então continuou a dizer-  Fui eu que sabotei sua operação quando tentava
obter dados sobre sua irmã, fui eu que avisei eles que estavam na central de
comando, fui eu também que não deixei você descriptografar a mensagem da T.E.C,
eles disseram que minha família estava viva, por favor me perdoe!

Naquele momento eu não podia acreditar no que eu tinha ouvido, a pessoa em que
mais confiava me traiu, traiu a todos colocando nossa vida em perigo e então eu disse
a ele:

-Você é muito egoísta, arriscou nossas vidas para salvar a sua própria, nunca foi por
nós, sempre foi você mesmo, você nos sabotou... espero que consiga o que busca.
Para mim você está morto!

Maik ainda deitado no chão começa a chorar até que entra o líder do exército e
começa a dizer:

-Vejam só, este é o menino que invadiu nossa base e estava tentando descriptografar
mensagens da T.E.C? Não parece ser grande coisa. Maik, como você é ingênuo.
Sacrificou anos de treinamento e dedicação da sua equipe para acabar assim, você
traiu a todos por causa da sua família? A sua família que está morta? Quer saber o que
aconteceu come eles?

Neste momento Maik começa a chorar de desespero e arrependimento até que o


soldado diz:

-Levantem ele, eu quero que você veja isso!

Alguns soldados trazem o que seria uma caixa que reproduz arquivos de vídeo, nele
tem uma garota que aparenta ter dezesseis  anos e uma mulher com seus trinta anos
e é claro um homem, era Maik, ele estava brincando no jardim com sua filha, na cena
ele a empurrava no balanço, isso me fez me arrepender das coisas que eu disse a ele e
também a me colocar no lugar dele e a questionar o que eu faria no lugar dele se
soubesse que minha família estava viva? Então continuei a assistir junto com Maik e
Wenger, até que um certo ponto do filme, tem uma imagem cortada onde filmaram a
garota e o soldado dizendo a ela, -Mande uma mensagem para seu pai, ele estava
vendo você por aquela câmera- e ela diz:
-Oi papai estou com saudade de você!

Ela tinha cabelos lisos e longos, era loira, estava acompanhado de uma boneca que
tinha ganhado do seu pai quando ele estava em missão, era muito comum soldados
fazerem vídeos quando sua família estava viajando para longe em outro planeta.

E o filme continua onde quem aparece é a mulher dele chorando e gritando alguns
homens entram e pegam a mulher de Maik, a estrupam, colocando objetos em seu
útero até que acabam a matando. E garota aparece gritando e chorando por sua mãe,
eles a pegam a amarram também em cima de uma mesa e uma voz inconfundível
aparece no vídeo, a voz que jamais esqueceria, a voz de Bullet.

-Está gravando? –Uma voz ao fundo diz que estava gravando então ele começa a dizer-
Olá Maik, sei que você está por aí recrutando uma equipe para nos derrubar sei que
tem salvado várias crianças de nós, mas não conseguiu salvar a sua própria, que
peninha. Sabe... sua filha embora criança, está se tornando uma mocinha muito
bonita, e se bem me lembro nos livros de história garotas na idade que sua filha estar
perdiam sua virgindade para casar-se em casamentos arranjados e se chegasse perto
dos seus dezoito anos eram considerados tias. Pois bem, não queremos que isso
aconteça com sua filha e para mostrar que vou cuidar bem dela, resolvi filmar tudinho
para você.

Ele volta e diz aos soldados:

-Segurem ela!

A garota começa a gritar e se debater, mas os soldados a seguram com muita força.

Bullet caminha até ela olhando para câmera, começa a tocá-la, passar a mão em sua
cabeça e também no seu rosto, começa a acariciar os seios da garota, ele tira a blusa
dela e começa a chupá-los, desce uma das mãos até perto da virilha e começa a sentir
sua vagina, ele olha para câmera e diz:

-Isso é muito bom, incrível que você tenha conseguido fazer uma filha tão bonita. Ela
é tão bonita que me deixou excitado… não é rapazes? – Ele começa a sorrir- tirem a
roupa dela!

De uma só vez abaixou as calças com seu pênis ereto e começa a fazer sexo com ela,
enquanto a garota gritava de dor, alguns soldados começam a revezar com Bullet,
uma cena difícil de assistir e então ele volta para câmera e diz:
-Está gostando Maik? Em? Sua filha é muito gostosa, vai me fazer goz...ar. Que delícia.

Então Maik anda em direção a câmera diz enquanto o os outros soldados revezam
entre si ao fundo da sala:

-Ainda não acabou Maik, eu odeio garotas que choram e berram, então eu vou calar
ela para sempre, tragam ela aqui –Disse aos soldados.

Bullet coloca a garota de joelho, ele aponta sua arma e com um sorriso desagradável
ele atira na cabeça dela. –Neste momento Maik grita:

-Não! Minha filha, seu maldito, faça o que quiser comigo, já me tirou tudo!

Eu com lágrimas nos olhos pude sentir a dor de Maik e então o soldado diz:

-É Maik, a coisa está feia para você, sabe, eu não ia te contar, mas ela estava viva até
agora. Essa transmissão era ao vivo, como pode ver não mentimos quando dissemos
que eles estavam vivos, mas como você não colaborou tivemos que tomar
providências.

Percebo que Maik ficou em silêncio, e começou a rir, a rir tanto que ecoava pelo
galpão onde o soldado que apontava uma arma na cabeça de Maik começa a rir
também e pergunta:

-O que é tão engraçado que você está rindo?

Maik olha para ele com sua cabeça baixa com um sorriso de canto de boca.

-Eu vou matar você, vou matar seu amigo e todos que estão aqui antes de atirarem
em mim!

O soldado sorriu novamente e disse a ele com tom de ironia.

-E como pretende fazer isso Maik?

-Eu tirei minha algemas!

Ele parte para cima, dá um soco em dos soldados que estava perto, eles tentam atirar
mas Maik faz de escudo um dos soldados que ele deu o soco, pega uma das armas e
atira contra o soldado que fez o disparo acertando na cabeça. Maik pega outro
soldado para se proteger. Acerta 3 outros capangas. Enquanto Maik recarrega sua
arma um dos soldados o acerta, ele cambaleia mas continua até matar todos os vinte
soldados que estavam cercando o local. Até que parte para cima do soldado que o
mantinha refém, Maik dá uma chave de gravata com seu próprio braço, e então ele
diz:

-Você sempre me subestimou quando trabalhamos juntos Jeremias e agora vai


morrer!

Jeremias saca sua arma e dá um tiro no pé de Maik, que grita de dor na hora, mas
parte para cima dando um soco em Jeremias que cai no chão. Jeremias se levanta e
sai correndo. Maik solta eu e Wenger e então diz a nós:

-Vão atrás do Jeremias, não deixe ele fugir, leve com você –Deu a mim sua arma-

Maik começa a libertar os cadetes que estavam amarrados e estes começam a ajudar
o restante destes cadetes a se soltar. Eu e Wenger partimos em busca do Jeremias.
Procuramos por Jeremias, quando notamos ele tentando pular cerca, eu tento atirar,
mas erro o tiro, Jeremias atravessa a cerca e tenta entrar no carro quando eu o
alcanço e digo a ele:

-Parado, não se meche seu filho da puta! Quero saber onde está Bullet, me diga agora!
–Ele se vira para nós e com tom sarcástico:

-Está comendo sua irmã –Isso me choca, dou um soco na boca que faz ele cuspir
sangue e então ele continua – ah é, “Fez uma pequena pausa” eu conheço sua irmã
Cloe Burn aquela putinha miserável, eu sei tudo sobre ela sobre você, achou que eu
não te reconheceria garoto? O garoto órfão que fugiu da T.E.C e foi parar com essas
merdinhas, sabe o que vai acontecer garoto? Todos eles vão morrer, e sabe porquê?
Porque enquanto estávamos fazendo nosso cineminha, deu tempo da T.E.C rastrear
sua base e preparar para carregar o canhão de íons!

Avistamos no céu estrelado uma forte luz longe, percebemos que era o canhão se
energizando que em um só disparo com um risco no céu negro atinge a base que
desencadeia fortes explosões fazendo com o que chão tremesse. A base que pouco
antes estavam libertando os cadetes agora era uma pilha de destroços. A explosão foi
tanta que dificilmente alguém teria sobrevivido a ela. Todas minhas lembranças
agora eram cinzas, assistindo aquele horror, congelado pelo medo um surto dentro
de mim repentino faz com que eu me vire para Jeremias dando dois outros socos em
seu rosto quebrando seu nariz. Ele cai no chão e fica de joelhos.
-Todo mundo que conheço dizimado de uma só vez, você é um cretino filho da puta,
você é a escória da T.E.C –Jeremias olha para mim com as mãos para o alto:

-Não me compare com aqueles filhos da puta da T.E.C, sou um mercenário, mas tenho
honra. Nós não fazemos o que a T.E.C faz. Ficamos com quem paga melhor –Então
Wenger diz:

-Mercenário filho da puta ou não, você morre hoje! –E ele atira bem na cabeça de
jeremias.

-Vamos Jonh, vamos sair daqui, entramos na caminhoneta de Jeremias reviro a


caminhonete e vejo algumas de suas armas do ano dois mil, quando eu presto um
pouco mais de atenção, digo a Wenger:

-Estes mercenários fazem o trabalho sujo da T.E.C, por isso suas armas eram tão
rudimentares em comparação da T.E.C. Imagine os gastos que eles teriam para
deslocar seus homens até aqui. Temos que descobrir o porquê a T.E.C me queria, não
deve ser só porque consegui invadir a base deles, tem algo a mais. Precisamos voltar
na base e pegar alguns registros do que sobrou e analisar, tentar decodificar as
mensagens para saber mais.

-Concordo, temos que saber o porquê, agora somos nós amigo, temos que saber o
que a T.E.C quer e pegar antes deles. Para que não aconteça com mais ninguém o que
aconteceu conosco. A T.E.C deve ser detida, precisamos de ajuda!

Começamos a nos dirigir até perto de onde era base e agora só era uma pilha de
cadáver. Perto de onde vimos Maik pela última vez, vejo um cadáver carbonizado da
mesma estatura de Maik, agachado apoiando em uma das pernas tentando resgatar
um dos cadetes. Tirei ele daquele local e levamos para perto de onde enterrávamos
nossos mortos, Wenger e eu o enterramos e começamos a dizer algumas palavras de
despedida. Olho para o alojamento ainda em chamas e volto a olhar para o corpo
carbonizado de Maik.

-Maik, você foi mais que um líder para nós, você foi um pai. Em sua memória juro a
você vingança!

Terminamos de enterrar Maik. Relembro de todos os seus ensinamentos. Indo em


direção aos cadetes mortos todos que eu conheci, minhas memórias daquele local,
todas destruídas. Neste dia tive a demonstração real do poder da T.E.C e do jeito que
estava, eles poderiam acabar com o planeta a hora que quisessem.
—Precisamos impedir eles de toda forma Wenger!

—De fato Jonh, Jeremias disse que conhecia Cloe Burn, e que Bullet está com ela,
porque ele teria interesse em você e sua irmã?

—Lembrasse a um bom tempo atrás quando disseram que a T.E.C estava atrás de um
portal? Que havia uma forma de viajar no tempo? Eu andei minha vida inteira
hackeando e pesquisando sobre esse portal andando em sites da Deep Web  e tudo o
que eu encontrei foi rumores, o último artigo que eu li, foi da Cicada 3301, há muito
tempo nos anos 2000 eles surgiram no site 4Chan onde recrutaram algumas das
mentes mais brilhantes pelo mundo para resolver seus enigmas, e estas pessoas que
eram espertas suficientes passavam para o próximo desafio, dizem que no ano de
2000 recrutaram uma cientista que construiu um portal, e estava localizado em base
militar aqui mesmo na terra, mas nunca ninguém encontrou, só sei que precisamos
de respostas e de ajuda. Vamos montar acampamento por aqui e de manhã fazemos
uma varredura no local, tentamos pegar o que sobrou e ir para um lugar seguro onde
possamos respirar e tomar um folego de tudo o que aconteceu.

—Eu devia ter nascido em uma época diferente, esse futuro é uma bosta com b
maiúsculo. - “Wenger disse isso olhando para os destroços enquanto o fogo
continuava queimando”!

—Juro a você Wenger, que vou encontrar minha irmã e vou matar Bullet por tudo o
que ele fez em honra a Maik e a todos que morreram para que não tenham morrido
em vão!

Wenger olha para mim com tristeza nos olhos:

—Prometo a você também o mesmo amigo!


Capítulo 4

Blood Seeker

—Ei Wenger, acorde! - Wenger despertou de um chute que dei em sua perna, ele olhou
para mim desorientado ainda por ter acabado de acordar:

—Fome da porra o que tem para o café?

—Infelizmente temos que caçar nosso café!

—Dormiu bem?

—Não muito, toda vez que fechava os olhos via a mesma imagem da filha do Maik ser
assassinada, e você conseguiu dormir? - Wenger pegou sua mochila:

—Também não consegui… vamos olhar os destroços da base!

Enquanto descíamos o morro para chegar no local da explosão começamos a


procurar qualquer coisa que se parecesse com comida e água. Chegamos perto do
que era antes uma base, agora só pilhas de ferro retorcido. Decidimos voltar pelo
local que eu e Weger fugimos. Quando adentramos ao subsolo da base, começamos a
andar por um corredor que não tinha luz, pegamos uma de nossas lanternas e
começamos olhar o local. Andamos alguns metros e um cheiro começou a pairar no
ar, era um cheiro podre, quando deparamos com um de nossos colegas cadetes com
as vísceras pra fora, infelizmente não conseguíamos identificar quem era, o rosto já
estava mastigado com o que chamávamos de ruínos, era uma nova espécie de rato,
uma evolução genética para tentar aprimorar o corpo para que não sentisse fome, dor
ou tivesse que fazer necessidades fisiológicas. Este tipo de experimentos eram
conduzidos desde o ano 2000, porém não conseguiram ter êxito e essas criaturas
acabaram fugindo e se alimentando tudo que era podre.

Se aprofundando um pouco mais pelo corredor encontramos mais corpos e pedaços


mutilados, seguimos um canal de luz que deu até uma porta:

—Você já viu essa porta Jonh? - perguntou espantado coçando sua longa barba.

—Não, é estranho. Isso não estava aqui antes. O que será que tem dentro?
Wenger empurrou a porta que estava emperrada, mas ela nem se mexeu, era uma
porta de ferro maciço:

—Quem quer que tivesse colocado isso ai, não queria que entrasse! - Wenger olhou
para porta com frustração:

—Essa porta não tem maçaneta nem nada do tipo, é uma porta eletrônica, o painel
que abre ela está danificado. Teremos que explodir!

Olhei para Wenger, e rapidamente começamos pegar as bananas de dinamite que


tinha em um dos carros perto da base e colocar por toda porta. Tomamos uma boa
distância que fosse segura. Detonamos os explosivos. Fez um barulho que ecoou pelo
corredor começou a ceder o que nos fez correr como loucos na direção da porta.

—Corre Wenger! - Ele vinha atrás de mim correndo mais que o vento até avistarmos a
porta.

—Vai, vai, vai, vai… estamos chegando! - quando finalmente passamos pela porta que
agora só era uma pilha de ferro retorcido bem atrás de nós terminara de cair as
pedras bloqueando o caminho que vinhemos:

—Droga, estamos presos aqui. Que merda e agora? Ei Wenger? - Tento chamar a
atenção de Wenger mas ele está perplexo com algo, quando caminho na direção a ele,
do outro lado da sala havia um enorme sala.

—O que é isso? - Wenger olhou por todo local, tinha alguns tubos, macas de hospital
experimentos dentro dos vidros com algum tipo de criatura que não havíamos visto
antes.

—Parece um laboratório! - Digo a Wenger olhando toda a sala – porque será que eles
mantinham isso em segredo?

Analisando um pouco mais encontro uma porta que tem duas janelas, olho para
dentro de uma sala. Dentro dessa havia uma jaula arrebentada. Abrimos a porta com
janelas, quando entramos um sistema automático começou a operar e um dos
computadores ligou e uma tela no alto de uma parede começou a exibir um cientista
conduzindo um experimento.

“Olá, meu nome é Dr. Renan, é manha de um sábado 23 de Outubro de 2015. Este é o
experimento 6076 e 6077, da galáxia Andrômeda planeta natal G-307. Ambos macho e
fêmea, como podem ver eles respondem corretamente nosso comando, embora
pareçam dóceis. Ficam extremamente agressivos quando sentem o cheiro de sangue,
seus braços que mais parecem duas navalhas aparecem para retalhar o oponente,
além de consumir todo o plasma da vítima. Como ele se parece com um dos
personagens do jogo Dota de meados de 2000 batizamos a espécie de Blood Seeker”.

Outro vídeo do mesmo dr começa a tocar, mostrando a sala toda destruída.

“Atenção, se tiverem assistindo esse vídeo, quero dizer que a T.E.C nos encontrou,
matando a todos que encontrava no caminho os experimentos 6076 e 6077 batizados
de Blood Seeker, começaram a ficar muito agitados por sentirem o forte cheiro de
sangue, parece que essas criaturas ganham mais força quando o cheiro fica mais forte.
A força foi tanta que eles arrebentaram a jaula em que estavam”.

O vídeo que o dr fez mostra a jaula arrebentada e um dos soldados da T.E.C sendo
desviscerado:

—Pausa aí! - Wenger aproxima o zoom do vídeo mirando na jaula, imediatamente ele
olha a jaula da sala que estávamos, faz uma comparação – é a mesma jaula.

—Essas criaturas nem deve estar mais viva Wenger.

—É, você pode ter razão. Vamos achar uma maneira de sair daqui.

Começamos a procurar pelas salas algo que nos ajudasse a sair dali, olhamos alguns
quartos e encontramos o que procurávamos desde o começo, comida.

—Ei Wenger, olha só o que eu encontrei, vamos comer, precisamos de energia para
sair daqui.

Enquanto nos alimentava. Foi se passando o dia e escurecendo e ouvimos um


grunhido do lado de fora como se um bicho raivoso estivesse por ali.

—O que é isso? - Perguntei a Wenger enquanto ele devorava o filé enlatado, ele olha
para mim solta um arroto.

—Você sabe que isso é nojento né?

—Arroto mesmo, quem engole gás é judeu! Além do mais, pode ser os Blood Seeker
que o dr estava falando.
—Impossível que essas criaturas tenha sobrevivido nessas condições deve ser outra
coisa. - Respondi a Wenger com um tom de cansaço – vamos dormir!

Wenger se deitou também, e começamos a pegar no sono, quando ouvimos um grito


desesperado de uma mulher.

—Socorro, socorro, por favor alguém me ajuda, tem alguém aí?

Wenger e eu levantamos bruscamente assustados com o grito que vinha de fora.

—Da onde veio isso? - Perguntou Wenger com uma cara de quem viu um fantasma –
olhe o som fica mais forte daquela direção

—Socorro, socorro. Por favor, eu não quero morrer. - A voz ficou mais forte quado
vimos um tubo de ventilação.

—Wenger o tudo de ventilação.

—Socorro por favor, estou ferida.

Comecei a gritar pela mulher.

—Ei, aqui você ouve minha voz?

-Sim, estou aqui. Me ajude por favor!

-Wenger, temos que entrar e tirar ela de lá. Rápido me dê um pé, vou subir pelo tubo
de ventilação.

Wenger fez um pezinho para que eu alcançasse o tubo de ventilação localizado no


teto. Tento de todas formas arrebentar a grade que separar o tubo de mim, até que
consigo arrancar totalmente fora e ficar pendurado com as pernas balançando.
Continuo a subir e a chamar pela voz para que ela me guiasse até ela.

-Ei, eu estou chegando, fale comigo estou indo até você.

-Aqui por favor!

Começo a seguir a voz até chegar em direção a uma sala coberta de escombros. Digo
para a mulher continuar falando. Só que cada vez ficava mais fraca.
-Estou aqui, por favor me ajudem!

Quando eu noto que a voz veio embaixo de mim, tento novamente chamar por ela,
mas não obteve resposta. Só conseguia pensar o quão ferida ela estava. Começo a
socar a grade protetora, até arrebentá-la e cair pelo buraco.

Desço pelos escombros e começo a gritar pela mulher, mas tudo fica um silêncio total.
Pego minha lanterna e começo a iluminar o local dominado pela escuridão. Começo a
andar em passos lentos olhando eu pisava. Caminho alguns metros e vejo uma mão
debaixo de uma porta onde estava uma viga de concreto.

Procurei pela sala algo que eu pudesse fazer de calço e fazer presso para poder tirar a
viga em cima da mulher. Acho um pedaço de madeira que poderia funcionar. Passo
por baixo da viga e começo a fazer pressão até tirar a viga de cima da mulher. O que
separava ela de mim era apenas a porta que deve ter protegido da enorme viga.

Quando retiro a porta, percebo que ela bastante ferida. Com a cabeça
ensanguentada. Meço sua pulsação para ver se ela está viva. Por alguns segundos
percebo sua pulsação bem fraca. Rasgo parte da minha roupa para proteger sua
cabeça e estancar o sangue que estava em sua perna.

Volto em direção ao tubo de ventilação e começo a gritar pelo Wenger.

-Wenger, achei a garota, ela está bastante machucada, aqui está bem escuro. Vou
precisar da sua ajuda para resgatar ela. Preciso de uma corda para retirar ela daqui.

-Ok, vou procurar alguma coisa aqui. Aguenta um momento.

-Certo, vá rápido.

Volto em direção a garota. Coloco com cuidado em cima da porta que estava em cima
dela. E começo a arrastar para perto do tudo de ventilação esperando pelo Wenger.

Pouco depois percebo que uma corda começa a descer. Começo a fazer algumas
amarrações de forma que a garota fique suspensa até chegar perto do tubo de
ventilação onde Wenger a aguardava.

-Ei Wenger, como que você conseguiu subir no tubo de ventilação?


—Arrastei aquela jaula q estava arrebentada para poder subir.

—Entendi.

A moça chegou perto do tubo de ventilação. Wenger a pegou e começou ir em direção


a sala onde estávamos presos. Depois de algum tempo Wenger voltou para poder me
ajudar.

—Ei amigo, agora é sua vez, pegue minha mão.

—Beleza, - mas antes que eu pudesse tocar sua mãe ouço um choro de uma outra
mulher-, ei você ouviu isso?

-Sim, ouvi. Parece que tem mais alguém nos escombros. Parecia a voz da Vitória.

—Sim, essa voz de taquara rachada reconheceria em qualquer lugar. É sem dúvida a
voz da Vitória. Vou procurar. Aguenta aí.

—Beleza!

Começo a procurar por Vitória, chamando pelo seu nome, até que sua voz vai ficando
cada vez mais longe. Até sumir de vez.

Quando passo pelo local onde eu ouvi a voz pela última vez, começo a procurar por
Vitória. Olho para perto da parede e vejo uma cabeça de mulher caída com a boca
ensanguentada. Tomo um susto quando ela olha diretamente para mim.

—Me ajude por favor.

Fico paralisado pelo medo mas tento me aproximar devagar até que começo a
enxergar alguma coisa no pescoço, como se fosse um evólvulo. A cabeça começa a se
levantar. E ficar próximo ao teto. Quando ilumino o local com a lanterna. Vejo uma
criatura gigante horrenda usando a cabeça de uma pessoa como isca para atrair suas
vítimas.

—Wenger – começo a gritar pelo Wenger instantaneamente – socorro!

Quando olho para a criatura percebo que a criatura é o Blood Seeker. Ela cai no chão
na minha direção com a cabeça da Vitória olhando para mim.
—Não tenha medo. Vai ser rápido Jhon, eu prometo!

Aquela cabeça falando isso e quando percebo vejo um dos braço saindo uma navalha.
Caminho para traz devagar, olhando para a criatura com muito cuidado. Noto que ela
não possui olhos. Mas fareja sangue. Noto que minhas roupas estão ensanguentadas
por causa da moça que acabei de salvar.

—É um caralho mesmo, a gente salva a vida das pessoas e assim que a vida nos
retribui? Ser devorado por essa criatura! - neste ponto começo a me desesperar.

—Seja parte de nós Jhon, você vai gostar, logo sua mente será nossa mente. -Nisto
aparece mais 4 evolvo diferentes com 4 cabeças diferentes e um quinto evolvo sem
cabeça.

Percebo que as 4 cabeças eram de soldados que cresceram comigo.

A criatura me ataca e consigo desviar, me viro e tento correr e percebo que a criatura
também começa a correr atrás de mim. Começo ouvir as 4 cabeças falarem em coro
comigo.

—Seja parte de nós Jhon, seja nós Jhon, seja nós!

Noto que a criatura começou correr pelas paredes, dando um salto e ficando na
minha frente impedindo minha fuga. Fico cara a cara com a criatura.

—Seja parte de nós Jhon, seja nós Jhon, se nós. Não resista Jhon, não há como se
livrar disto. Este é seu destino!

Ouço um barulho de algo carregando algo como uma bazuca fazendo um zunido.

—Se livra desta! - Wenger apareceu carregando uma espécie de bazuca, onde
começou a energizar e a queimar a criatura de dentro para fora fazendo com que ela
explodisse, o barulho ecoou por toda sala espalhando entranhas para todo o lado
inclusive em mim.

—E ai amigo, porque demorou tanto? Achei que tinha virado papinha de Blood
Seeker.

Olho para Wenger ainda atônico com que me aconteceu.


—É por isso que eu não saiu de casa sem meus brinquedos. Eu te disse que essas
coisas deveriam estar por aqui. Mas você disse que não, porque fazia muito tempo.

—Isso é praga tua - Wenger gargalhou - espero não ver uma coisa dessas nunca mais
na minha vida. Ou enquanto estiver vivo!

—Vamos, temos que cuidar da moça, tomará que não tenha virado comida de Blood
Seeker.

—Eu quero um banho. Tem tripa de Blood Seeker para todo lado.

Disse enojado de toda aquele sangue em cima de mim e pedaços de pessoas que a
criatura comeu todas em cima de mim.

—Sinto lhe dizer, mas vai demorar um pouco para você tomar um banho Jhon – disse
com um sorriso sarcástico.

Voltando pelo tubo de ventilação, começamos a cuidar da moça que estava


inconsciente e que não reconhecemos de forma alguma.
Capítulo 5

A estranha da sala ao lado

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