Você está na página 1de 26

UX,A,XH\

Š 
Primeiros Passos na Fé

INTRODUÇÃO 4.3.1 - O Alvo


4.3.2 - Santificação Final
1 - CONHECENDO A DEUS
1.1 - O propósito original de Deus 5 - DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
1.2 - O livre arbítrio
5.1 - A Vida Devocional
1.3 - O Pecado
5.2 - Leitura e meditação bíblica
1.4 - Deus retorna ao Plano Original
5.3 - Vida de Oração
5.4 - Jejum
2 - ENTENDENDO A SALVAÇÃO 6 - DÍZIMOS E CONTRIBUIÇÕES
2.1 - A Obra de Jesus na Cruz 6.1 - Dízimos
2.2 - A Graça 6.2 - Contribuições
2.3 - Graça e Fé 6.2.1 - Primícias
2.4 - O poder da confissão 6.2.2 - Ofertas
2.5 - A Ceia do Senhor 6.2.2 - Esmolas

3 - BATISMO 7 – O PODER DO VOLUNTARIADO


3.1 - O batismo nas águas 7.1 - Servindo de Coração
3.2 - O Batismo me salva? 7.2 - Formas de Servir
3.3 - A maneira correta de batizar 7.2.1 - O voluntariado na igreja
3.4 - Quem pode se batizar? 7.2.2 - O voluntariado na comunidade
7.2.3 - O serviço ministerial
4 - SANTIFICAÇÃO
4.1 - A Experiência da Porta / 8 - PASTOREIO E DISCIPULADO
Santificação inicial 8.1 - Pastoreio
4.1.1 - A Porta
8.1.1 - A responsabilidade dos pastores
4.1.2 - A Santificação inicial
8.1.2 - O governo pastoral
4.2 - O Caminho/Santificação Progressiva
8.1.3 - A distribuição da função pastoral
4.2.1 - O Caminho
8.2 - Discipulado
4.2.2 - A santificação progressiva
8.2.1 - Células e discipulado
4.3 - O Alvo / Santificação Final
8.2.2 - A qualificação do discípulo
INTRODUÇÃO
O propósito dessa apostila é apresentar um trilho básico e cronológico dos primeiros passos na fé,
com uma visão doutrinária baseada nos fundamentos da fé cristã.

Nosso desejo é de que cada um vocês entendam os propósitos e valores bíblicos, morais e eternos,
sendo reverentes à Deus e relevantes na Sociedade.

1 - Conhecendo a Deus
1.1 - O propósito original de Deus
No princípio, criou Deus os céus e a terra (Gn 1:1) e o auge de sua criação foi o homem à sua
imagem e semelhança (Gn 1:27). Deus tem um propósito específico para o homem que é
desenvolver um relacionamento íntimo, profundo e eterno com Ele.

Deus desenvolveu um relacionamento íntimo com Adão e Eva (Gn 3:8a, ARC) – “E ouviram a voz do
Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; ...”

Deus criou o homem para que se multiplicasse (Gn 1:28a) e Seu desejo é fazer dele o Seu povo e
habitar no meio dele.
“E Deus os abençoou e lhes disse: — Sejam fecundos, multipliquem-se, encham a terra e sujeitem-na.
(Gênesis 1:28a)
“Agora, pois, se ouvirem atentamente a minha voz e guardarem a minha aliança, vocês serão a minha
propriedade peculiar dentre todos os povos. Porque toda a terra é minha, e vocês serão para mim um
reino de sacerdotes e uma nação santa." São estas as palavras que você falará aos filhos de Israel.”
(Êxodo 19:5,6);
“Andarei entre vós e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo.” (Lv 26:12)
“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a
fim de proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Antes, vocês
nem eram povo, mas agora são povo de Deus; antes, não tinham alcançado misericórdia, mas agora
alcançaram misericórdia.” (1Pe2:9-10);

1.2 - O livre arbítrio


Uma das coisas mais maravilhosas da criação de Deus é o que chamamos de livre arbítrio (liberdade de
escolha). Deus poderia simplesmente nos criar como seres desprovidos da capacidade de escolha,
obrigando-nos a obedecê-Lo, adorá-Lo, servi-Lo. Mas ao contrário disso, Deus não nos fez como
robozinhos programados para um comportamento pré-determinado. Deus nos deu a liberdade de
escolhê-Lo ou rejeitá-Lo. Deus nos deu a capacidade de discernir o bem e o mal, e escolher. É por isso
que Ele, desde o começo, colocou duas árvores especiais no Jardim do Éden, e não apenas uma (Gn
2:9b). O livre-arbítrio tornou possível para Adão e Eva escolher desobedecer a Deus. (Gn 3:1-3)
“... e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. (Gn 2:9b)
“Mas a serpente, mais astuta que todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher:
— É verdade que Deus disse: "Não comam do fruto de nenhuma árvore do jardim"? A mulher respondeu
à serpente: — Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do
jardim, Deus disse: "Vocês não devem comer dele, nem tocar nele, para que não venham a morrer." (Gn
3:1-3)
O livre arbítrio é o que tornou possível a desobediência de Adão e Eva, mas também foi exatamente
o livre arbítrio que tornou possível escolhermos retornar para Deus, amando-o e obedecendo (Jo
14:21; Dt 28:1).
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será
amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.” (Jo 14:21)
“— Se vocês ouvirem atentamente a voz do Senhor, seu Deus, tendo o cuidado de guardar todos os seus
mandamentos que hoje lhes ordeno, o Senhor, seu Deus, exaltará vocês sobre todas as nações da terra.”
(Dt 28:1)

1.3 - O Pecado
Adão, diferente de nós, nasceu sem pecado, mas com a capacidade de escolher o pecado, ou a
obediência (Livre arbítrio).

Quando Adão e Eva escolheram desobedecer a Deus, sua natureza foi corrompida pelo pecado e
sua intimidade com Deus foi quebrada (Gn 3:6-13).

Por causa da queda de Adão, toda a humanidade e sua descendência, nascem com uma natureza
pecaminosa, consequentemente todos pecamos e destituídos estamos da Glória de Deus (Sl 51:5,
Rm 5:12, Rm3:23).
“Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu a minha mãe.” (Sl 51:5)
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim
também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram.” (Rm 5:12)
“... pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, ...” (Rm 3:23 NVI)

1.4 - Deus retorna ao Plano Original


Deus, através de Jesus, retorna ao Seu plano original de trazer o homem para perto de Si, e
relacionar-se intimamente com Ele, pois Adão pecou ao desobedecer a Deus comendo do fruto da
árvore do bem e do mal (Gn 2:16-17).
“E o Senhor Deus ordenou ao homem: — De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da
árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você
certamente morrerá.” (Gn 2:16,17)

E assim Adão pecou contra Deus (Rm 5:12 – Texto transcrito acima):

Como Deus fez isso?


No momento em que o homem peca, Deus já traz a solução, sentenciando a serpente (Satanás),
dizendo que a descendência da mulher esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3:15); promessa essa
cumprida na vitória de Cristo sobre Satanás na Cruz do calvário, a qual todos os crentes tem
participação (Rm 16:20).
“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela. Este lhe ferirá a
cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar." (Gn 3:15)
Em breve o Deus da paz esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês. A graça de nosso Senhor Jesus seja
com vocês.” (Rm 16:20)

Jesus é chamado de o “Último Adão” (1Co 15:45). Por que?


“Pois assim está escrito: "O primeiro homem, Adão, se tornou um ser vivente." Mas o último Adão é
espírito vivificante.” (1Co 15:45)

Jesus, nasceu de maneira sobrenatural através de uma moça virgem chamada Maria (Lc 1: 26-35).
Jesus nasceu sem a natureza pecaminosa de Adão, eis que sem pecado, através do Espírito Santo
(Lc 1:35). Mas, semelhantemente a Adão, Jesus veio como homem, tinha a capacidade de escolher
obedecer, ou desobedecer a Deus. Qual é a Boa Nova? Diferente de Adão, Jesus obedeceu até a
morte! (Fp 2:7-8)
“Portanto, assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os seres humanos para condenação,
assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos para a justificação que dá vida.”
(Romanos 5:18)
“Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos.
E, reconhecido em figura humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.”
(Fp 2:7,8)

Ele foi tentado, mas permaneceu fiel e obediente até a morte (Lc 4:1-11; Hb 4:15; 5:7-10; Fp 2:7,8)
2 - Salvação em Cristo Jesus
2.1 - A Obra de Jesus na Cruz
Já aprendemos que Jesus não pecou, e que foi fiel até a morte. Mas não foi só isso. O fato de Jesus
não ter pecado, tornou possível que Ele se tornasse nosso salvador. O pecado leva à morte, logo o
pecador está afastado de Seu Criador e merece morrer (Rm 6:23)
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso
Senhor.” (Romanos 6:23)

Havia uma sentença de morte sobre toda a humanidade. Uma dívida que não poderia ser paga, uma
pena de morte e separação eterna de Deus. O que Jesus faz, como o único homem sem pecado, é
assumir nosso lugar na cruz (sentença de morte) e pagar nossa dívida (Is 53: 4-6; Cl 2:14).
“Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era
prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz.” (Cl 2:14)
“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o
considerávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado por causa das nossas
transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele,
e pelas suas feridas fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava
pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.” (Is 53:4-6)

2.2 - A Graça
Ninguém nunca será bom o suficiente para ser salvo. Somos todos pecadores, nascemos no pecado
e nossa natureza sempre penderá para o mal. Mesmo que nos esforcemos, mesmo que procuremos
fazer o bem, todos pecamos e estamos separados de Deus (Rm 3:23). Mesmo assim, Deus nos
escolheu, sendo nós ainda pecadores, para nos alcançar com Sua Graça (Rm 5:8).
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda
éramos pecadores.” (Rm 5:8)

A palavra “Graça” fala de um favor imerecido, ou seja, nunca vai existir o que possamos fazer para
nos tornarmos merecedores deste favor (Ef 2:5;8).
“...e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês
são salvos — “ (Efésios 2:5)
“Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus;“ (Ef 2:8)

A Graça é expressão da essência de Deus. Deus é Amor.


“Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” (1 Jo 4:8)”

Deus expressa Seu amor gracioso, oferecendo Seu único Filho (Jo 3:16) para morrer em nosso
lugar. Deus não fez isso nem pelos anjos, mas fez por mim e por você. Isso é Graça, nunca
mereceremos o que Ele fez por nós.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16)

2.3 - Graça e Fé
Existe um caminho para acessar essa maravilhosa Graça que Deus nos proporcionou. Jesus disse:
“Jesus respondeu: — Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo
14:6)

Através de Jesus nós temos livre acesso ao Pai, pois não há outro mediador entre Deus e os homens
(1Tm 2:5).
“Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus, homem,...” (1 Tm 2:5)

O caminho para acessar a Graça de Deus, é crer em Jesus, em Seu sacrifício por nós na cruz (Rm
10:9). É crer que Ele morreu na cruz por nossos pecados, e que Ele ressuscitou para que tivéssemos
uma nova vida com Ele.

A condição para acessar a Graça é crer!


“Se com a boca você confessar Jesus como Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dentre
os mortos, você será salvo.” (Rm 10:9)

Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16:16).


“Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Mc 16:16)

Somos salvos pela Graça mediante a fé (Ef 2:8).


“Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus;” (Ef 2:8)

2.4 - O poder da confissão


O primeiro passo em direção à salvação, é confessar com sua boca aquilo que você crê no coração:
(Rm 10:9-10)
“Se com a boca você confessar Jesus como Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dentre
os mortos, você será salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa para a
salvação.” (Rm 10:9-10).

É por isso que fazemos apelo para salvação nos cultos. Precisamos declarar publicamente aquilo
que passamos a crer. Jesus disse:
“— Portanto, todo aquele que me confessar diante dos outros, também eu o confessarei diante de meu
Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante das pessoas, também eu o negarei diante de meu
Pai, que está nos céus.” (Mt 10:32-33).

A salvação é o milagre de um momento. Quando reconhecemos que somos pecadores;


reconhecemos que precisamos que Jesus nos purifique, e nos salve através de Seu sacrifício na cruz
e confessando isso publicamente, a salvação nos alcança. Mas a salvação é só o início de um
processo de conversão que Deus quer operar em nossas vidas (Fp 2:12).
“Assim, meus amados, como vocês sempre obedeceram, não só na minha presença, porém, muito mais
agora, na minha ausência, desenvolvam a sua salvação com temor e tremor,...” (Fp 2:12)

Uma vez salvos, precisamos desenvolver, crescer em nossa salvação.

2.5 - A Ceia do Senhor


A Ceia é uma ordenança de Jesus. Toda vez em que ceamos, estamos relembrando Seu sacrifício por
nós na Cruz, o qual nos trouxe a salvação e nos reconciliou com Deus (Ef 2:11-22; 1Co
5:18-21). Quando ceamos estamos também celebrando a convicção de Sua volta “até que Ele
venha”, e a certeza de que passaremos a eternidade com Ele (1Co 11:23-26).
“Porque eu recebi do Senhor o que também lhes entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído,
pegou um pão e, tendo dado graças, o partiu e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado por vocês; façam isto
em memória de mim." Do mesmo modo, depois da ceia, pegou também o cálice, dizendo: "Este cálice é a
nova aliança no meu sangue; façam isto, todas as vezes que o beberem, em memória de mim." Porque,
todas as vezes que comerem este pão e beberem o cálice, vocês anunciam a morte do Senhor, até que ele
venha.” (1 Co 11:23-26)

A bíblia nos ensina que antes da ceia devemos fazer um autoexame e se necessário nos
arrependermos (1Co 11:28-29).
“Que cada um examine a si mesmo e, assim, coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem
discernir o corpo, come e bebe juízo para si.” (1Co 11:28-29)

Na Ceia, cada um deve examinar a si mesmo. O objetivo deste autoexame é tentar avaliar a forma
como tem correspondido à Graça de Deus e à Sua salvação, e verificar se existe a necessidade de
arrependimento e confissão de pecados (1Jo 1:9).
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça.” (1Jo 1:9)

A Bíblia diz: “avalie o homem a si mesmo, então coma do pão e beba do cálice”. O objetivo não é
deixar de cear porque a vida não está como deveria, mas de se arrepender e confessar, para poder
cear. Até porque, se você estiver andando em pecado, a condenação virá independentemente de se
tomar a ceia, ou não.
3 - BATISMO
3.1 - O Batismo nas águas
A primeira coisa que precisamos entender sobre o batismo, é que ele é uma ordenança de Jesus (Mt
28:19). O batismo acompanha a salvação e é parte do processo para todos que querem se tornar
discípulos de Jesus.
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo,” (Mt 28:19)

O próprio Senhor Jesus é o nosso exemplo, uma vez que mesmo Ele não tendo pecado e não
precisando de arrependimento, nos mostra essa necessidade, sendo Ele batizado por João Batista.
“Por esse tempo, Jesus foi da Galileia para o rio Jordão, a fim de que João o batizasse.” (Mt 3:13)

João Batista pregava o arrependimento e aqueles que se arrependiam eram batizados. Esse mesmo
conceito entendemos em Jesus quando o conhecemos e entregamos a vida a Ele nos arrependemos
de nossos pecados então desejamos ser batizados.

O Batismo também é um selo da nossa fé, uma declaração não só de que eu tenho fé, mas qual tipo
de fé que eu tenho. Aqueles que recebem o Evangelho de Jesus, e creem nele, devem declarar
publicamente sua fé através do Batismo.

“E disse-lhes: — Vão por todo o mundo e preguem o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado
será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Mc 16:15-16)

O batismo simboliza uma ação purificadora representada pela água, num sentido figurado
imergimos a velha natureza sepultando-a, e levantamos ressuscitando uma nova natureza.
“Ou será que vocês ignoram que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua
morte? Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os
mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida.” (Rm 6:3-4)
“Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados
mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.” (Cl 2:12)

Se a pessoa realmente crê em Jesus e em Seus mandamentos, ela vai querer obedecer a Sua
ordenança e se batizar. É uma forma de selar aquilo que se crê.

Quando falamos sobre a fé em Jesus, não nos referimos a crer que Jesus existe; é mais do que isto!
A maioria das pessoas creem que Ele existe, mas não entendem o que Ele fez. E isso são duas
coisas completamente distintas; o que nos salva da perdição eterna e da condenação dos pecados é a
obra de Cristo na cruz em nosso lugar (Atos 8:37-38).

“Disse Filipe: "Você pode, se crê de todo o coração". O eunuco respondeu: "Creio que Jesus Cristo é o
Filho de Deus". Assim, deu ordem para parar a carruagem. Então Filipe e o eunuco desceram à água, e
Filipe o batizou.” (Atos 8:37-38)

***Por isso não batizamos, e nem validamos o batismo de crianças. Antes de se batizar, é
necessário crer. O batismo sem o “crer” é apenas um banho.
Logo, quando as crianças nascem, não as batizamos, mas obedecemos a outro princípio bíblico, o
princípio de consagrar os filhos ao Senhor (Lc 2:21-23) e só os batizamos depois que puderem crer
e professar sua fé.
“Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de Jesus, como lhe chamara o
anjo, antes de ser concebido. Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, levaram-no a
Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor: Todo
primogênito ao Senhor será consagrado;” (Lucas 2:21-23)

3.2 - O Batismo me salva?


Não, o batismo não nos salva. O que nos salva é nossa fé no sacrifício de Jesus Cristo. Nos batizamos
porque já recebemos a salvação através de Jesus, e não para sermos salvos. Jesus disse: “Quem crer e
for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Mc 16:16)

Ele não diz “quem não for batizado será condenado”, mas “quem não crer será condenado”.

O Batismo segue a salvação, eu me batizo porque creio, e o que me salva é a fé e não o batismo.
Mas nem por isso, o Batismo deixa de ser importante.
Exemplo disso é o texto de Lc 23:39-43 (Jesus e os dois ladrões na cruz), veja que um dos ladrões
na cruz creu em Jesus (que Ele era o filho de Deus), mas não teve tempo de ser batizado, nem por
isso ele (o ladrão) deixou de ser salvo. Note que Jesus diz: “Ainda hoje estará comigo no paraíso.”
“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo
e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus,
estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos
merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.
Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lucas 23:39-43)

O Batismo é uma ordenança, uma ordem de Jesus para todo aquele que deseja tornar-se Seu
discípulo. Se a pessoa crê e quer ser um discípulo de Jesus, ela vai querer obedecer e se batizar. Se
eu rejeito uma ordenança direta de Jesus como o Batismo, isso pode comprometer minha salvação.
Não porque o Batismo deixou de me salvar, mas porque estou deliberadamente desobedecendo a
ordem de Jesus e me rebelando contra ela.

3.3 - A maneira correta de batizar


Muitas são as crenças na forma em que deve se batizar, mas para elucidar esse conceito precisamos
entender a origem e a essência da palavra batismo
A palavra batismo vem do grego “baptismos” que significa “Imersão, submersão”, e esta é a única
forma de batismo que aparece na Bíblia, a imersão (Mc 1:9; Jo 3:23; At 8:36-38).

“Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no rio Jordão.” (Mc 1:9)
“João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas, e o povo vinha
para ser batizado.” (João 3:23)
3.4 - Quem pode se batizar?
a) Quem prova o arrependimento - At 2:38

“Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para
remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.”

b) Quem crê em Cristo de todo coração - At 8:36-38

“Prosseguindo pela estrada, chegaram a um lugar onde havia água. O eunuco disse: "Olhe, aqui há água.
Que me impede de ser batizado? "Disse Filipe: "Você pode, se crê de todo o coração". O eunuco respondeu:
"Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus". Assim, deu ordem para parar a carruagem. Então Filipe e o
eunuco desceram à água, e Filipe o batizou.” (Atos 8:37-38)

Batizar é uma ordenança, sendo assim proferimos nossa fé em Jesus crendo e sendo batizado.
4 - A SANTIFICAÇÃO
A santificação é um processo gradativo e crescente para nos tornar santos. O apóstolo Pedro
escreve em sua carta dizendo:
“Pelo contrário, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que
fizerem, porque está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo."” (1Pe 1:15,16)
“Portanto, santifiquem-se e sejam santos, pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês.” (Lv 20:7)

Existem três etapas e/ou três níveis distintos de santificação, e precisamos compreender cada uma
delas, o texto de Mateus nos dá uma direção sobre isso.
“— Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a
perdição, e são muitos os que entram por ela.
Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram.” (Mt
7:13,14)

- O início é a porta de entrada ao evangelho;


- O caminho é a vida Cristã;
- O Alvo é o fim da caminhada;

ETAPAS NÍVEIS
A Experiência da Porta Santificação Inicial
A Experiência do Caminho Santificação Progressiva
A Experiência do Alvo (vida) Santificação Final

4.1 - A Experiência da Porta / Santificação inicial


Na primeira etapa temos a experiência da porta pela qual figuradamente entramos e que nos leva ao
primeiro nível de santificação (inicial).

4.1.1 - A Porta
“Então Jesus disse mais uma vez: — Em verdade, em verdade lhes digo que eu sou a porta das ovelhas.
Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes deram ouvidos. Eu
sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, sairá e achará pastagem.” (Jo 10:7-9)
“Jesus respondeu: — Em verdade, em verdade lhe digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não
fique admirado por eu dizer: "Vocês precisam nascer de novo."” (Jo 3:5-7)

Jesus deixa claro aqui que há uma entrada para o Reino de Deus: o novo nascimento, onde tudo
começa.

Ninguém entra no Reino de Deus sem passar pela porta – e ela é Cristo, ou seja, a experiência de
conversão a Ele é a única entrada e que podemos chamá-la de santificação inicial.

4.1.2 - A Santificação inicial


Muitos textos nos mostram que ao nos rendermos ao Senhorio de Jesus e nascermos de novo,
somos santificados:
“... para abrir os olhos deles e convertê-los das trevas para a luz e do poder de Satanás para Deus, a fim de que
eles recebam remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim.” (At 26:18)

Quando Jesus aparece para Saulo (Paulo), Ele (Jesus) o comissiona a pregar o Evangelho aos
gentios, e explica o objetivo:
“... a fim de que eles recebam remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em
mim.” (At 26:18b)

O Senhor está dizendo que, quando os gentios cressem, teriam os pecados perdoados e seriam
santificados. Ou seja, há um ato inicial de santificação que se dá pela fé em Cristo. É algo que se
crê, que se recebe por fé.
Essa santificação inicial é proveniente da obra de Cristo Jesus na cruz. No momento em que
recebemos Jesus como nosso salvador, nos tornamos novas criaturas, as coisas velhas já passaram e
se fez uma nova realidade.
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram
novas.” (2Co 5:17)

No momento em que nascemos de novo, em que o recebemos com uma fé genuína; crendo que Ele
morreu por nossos pecados, pagando nossa dívida, entendemos que somos instantaneamente
santificados.
Isso significa que tudo está concluído? De forma alguma; a santificação inicial não é o fim do
processo santificação, mas apenas seu início.

4.2 - O Caminho/Santificação Progressiva


4.2.1 - O Caminho
O caminho é a vida cristã. Engloba a jornada que tem início quando alguém entrou pela porta e se
estende até a chegada ao alvo. As experiências da porta e do alvo são instantâneas. Já o caminho é
um processo, uma verdadeira jornada que, é claro, só pode ser trilhada após passarmos pela porta.

Podemos dizer que essa caminhada é crescente e só é possível quando estamos caminhando com
Jesus, pois Ele mesmo se denominou como “O Caminho”.
“Jesus respondeu: — Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo
14:6)
“E ali haverá uma estrada, um caminho que será chamado de Caminho Santo. Os impuros não passarão
por ele, pois será somente para o povo de Deus. Quem passar por esse caminho, mesmo que seja um tolo,
não se perderá.” (Is 35:8)
O caminho é a jornada da qual prosseguimos e podemos chamá-lo de santificação progressiva.

4.2.2 - A santificação progressiva


A santificação progressiva é o aperfeiçoamento daquilo que já recebemos anteriormente, no
momento da nossa conversão (santificação inicial), o apóstolo Paulo se referiu a isso como o
aperfeiçoamento da santidade.
O fato de ter acontecido uma santificação inicial não dispensa o que vem depois. Por outro lado, a
necessidade de continuar o que se começou não diminui a qualidade da santificação inicial, apenas
leva a um outro nível. Ele é verdadeiro quanto à santificação final. Estamos falando de etapas
distintas, porém complementares.
“Portanto, meus amados, tendo tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como
do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” (2Co 7:1)

A palavra traduzida como “aperfeiçoando”, no original grego, é “epiteleo”. Que significa


“completar, realizar, aperfeiçoar, executar, concluir”. As palavras executar e concluir, juntamente
com aperfeiçoar, apontam para algo mais, além do que a santificação inicial. Vamos observar outro
texto que enfoca a mesma verdade:
“Procurem viver em paz com todos e busquem a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Cuidem
para que ninguém fique afastado da graça de Deus, e que nenhuma raiz de amargura, brotando, cause
perturbação, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.” (Hb 12:14-15)

Quando se fala sobre não ser faltoso e não se separar da graça de Deus, fica evidente que o escritor
se dirige a pessoas que já tiveram uma experiência com Cristo, que já experimentaram a ação da
graça divina e devem agora progredir na santificação (além do fato de que a própria carta é dirigida
a cristãos). Essa santificação a ser seguida, é a santificação dos que já foram santificados. É a
continuação ou aperfeiçoamento daquilo que já foi iniciado.

Uma das formas de diferenciar os primeiros dois níveis de santificação é reconhecer que a
santificação inicial é o resultado de termos nos encontrado com Cristo, enquanto a santificação
progressiva é a preparação para a vinda d’Ele. Observe duas afirmações de Paulo aos irmãos da
igreja em Tessalônica, que respaldam esse entendimento:
“... a fim de que o coração de vocês seja fortalecido em santidade, isento de culpa, na presença de nosso
Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos.” (1Ts 3:13)
“O mesmo Deus da paz os santifique em tudo. E que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1Ts 5:23)

A santificação progressiva é o processo que começa depois de nascermos de novo. É o processo em


que o caráter de cristo é formado em nós, enquanto vamos sendo transformados pelas escrituras.
Paulo diz aos irmãos da Galácia que sentia dores de parto até ver Cristo sendo formado neles:
“... meus filhos, por quem, de novo, estou sofrendo as dores de parto, até que Cristo seja formado em
vocês.” (Gl 4:19)
“Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo
e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês. E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas
deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12:1-2)

4.3 - O Alvo / Santificação Final


4.3.1 - O Alvo
Paulo enfatizou que avança na vida cristã focado em um alvo. Trata-se da meta a ser alcançada, do
destino que nos aguarda.
“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que
ficam para trás e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3:13-14)
O apóstolo ainda cita um prêmio para quem chega lá. Mas que prêmio é esse? Uma coroa,
reservada para aqueles que completarem o caminho.

“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Desde agora me está guardada a coroa da
justiça, que o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que
amam a sua vinda.” (2Tm 4:7-8)

Sabemos então que há um alvo. Também já entendemos que quem o alcança recebe um prêmio. No
entanto, falta determinar o que é o alvo. Afinal, qual é o propósito final da nossa fé? O apóstolo
Pedro responde:

“... obtendo o alvo dessa fé: a salvação da alma.” (1Pe 1:9)

Podermos chamar o alvo de santificação final, m prêmio, uma coroa, uma alegria que faz valer a
pena ter perseverado e nos desembaraçando de todo pecado – isso e muito mais do que imaginamos
nos reserva o Grande Dia, o ato final de salvação da nossa alma.

4.3.2 - Santificação Final


Falamos do começo (“A porta”), do meio (“O caminho”), e agora chegamos ao fim (“O alvo”). A
importância de reconhecer bem essas três etapas antes de falar dos níveis de santificação está no
fato de que, simplesmente, o processo santificador acontece nelas. Além disso, o desenvolvimento
da santidade ocorre em cada uma dessas fases distinta e complementar.
Para situar cronologicamente, podemos dizer que a santificação inicial é o resultado de nosso
encontro com Cristo. A santificação progressiva é a preparação para a vinda de Jesus. Já a
santificação final é alcançada na própria vinda de Cristo.

“Irmãos, não queremos que vocês ignorem a verdade a respeito dos que dormem, para que não fiquem
tristes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim
também Deus, mediante Jesus, trará, na companhia dele, os que dormem. E, pela palavra do Senhor,
ainda lhes declaramos o seguinte: nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de modo nenhum
precederemos os que dormem. Porque o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do
arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;
depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o
encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolem uns
aos outros com estas palavras.” (1Ts 4:13-18)
“Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora. E não somente
ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo,
aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.” (Rm 8:22-23)

O gemido da criação - e também o nosso - é pela redenção completa. Em nosso caso, o anseio é pela
redenção do corpo - experiência que a Palavra de Deus deixa claro ainda não ter sido concluída.
“Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual
transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do
poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.” (Fl 3:20,21)
A santificação final só ocorrerá quando acontecer a redenção do nosso corpo. Enquanto estivermos
presos a esse corpo carnal, nosso papel é resistirmos à carnalidade, dando lugar ao Espírito de Deus
e à santificação que Ele opera em nós.
“Com isto quero dizer, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção
herdar a incorrupção. Eis que vou lhes revelar um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará,
os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo
corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este
corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade e o que é mortal se revestir de imortalidade, então se
cumprirá a palavra que está escrita: "Tragada foi a morte pela vitória."" (1Co 15:50-54)

“O Espírito e a noiva dizem: — Vem! Aquele que ouve, diga: — Vem! Aquele que tem sede venha, e
quem quiser receba de graça a água da vida.” (Ap 22:17)
“Aquele que dá testemunho destas coisas diz: — Certamente venho sem demora. Amém! Vem, Senhor
Jesus!” (Ap 22:20)

Sendo assim, conheçamos a Deus e prossigamos em conhecer até que ele venha. Maranata ora vem
senhor Jesus.
5 - Disciplinas Espirituais
Existem algumas disciplinas que devem fazer parte da vida de todo crente. Elas nos fortalecem e
são a chave para um relacionamento íntimo e profundo com Deus para nosso processo de
crescimento, desenvolvimento espiritual, e santificação progressiva.

5.1 - A Vida Devocional


A vida devocional é o exercício destas práticas espirituais. É ter o hábito de ler e meditar a Bíblia,
jejuar com frequência, e de separar um tempo diariamente para orar, meditar nela, adorar, buscar
Deus. (A leitura de livros cristãos também pode fazer parte do seu devocional).

Normalmente as pessoas que conseguem ter uma constância em sua vida devocional, são pessoas
que separam uma hora específica do dia para isso.

Não existe vida cristã verdadeira sem vida devocional. Ser cristão é viver o modelo de vida que
Jesus nos deixou: Jesus orou, Jesus conhecia as Escrituras e Jesus jejuou.

5.2 - Leitura e meditação bíblica


A Bíblia é nossa única regra de fé e prática, nela Deus se revela a nós. Na Bíblia Deus se revela que
Ele É, Seu caráter, Sua vontade, Sua santidade, Seu amor, Sua justiça, Seu plano para nós. Não
existe como ser um verdadeiro cristão sem se alimentar da Palavra de Deus. É a Bíblia que nos
mostra o que agrada ou desagrada a Deus, o que Ele aprova ou desaprova, como se aproximar ou se
afastar d’Ele.

A leitura bíblica pode ser aplicada de forma cronológica ou através de planos de leituras pessoais, já
a meditação é refletir, entender, compreender e desfrutar do conhecimento ali contido.

“Não cesse de falar deste Livro da Lei; pelo contrário, medite nele dia e noite, para que você tenha o cuidado
de fazer segundo tudo o que nele está escrito; então você prosperará e será bem-sucedido.” (Js 1:8)
“Pelo contrário, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Sl 1:2)

5.3 - Vida de Oração


Nossa vida de oração fala de nosso relacionamento pessoal com Deus. Orar é conversar com Deus,
é parte essencial de nosso relacionamento com Ele. Devemos orar em todo tempo e também termos
um tempo em “secreto” para falar com Deus.

“Orem em todo tempo no Espírito, com todo tipo de oração e súplica, e para isto vigiem com toda
perseverança e súplica por todos os santos.” (Ef 6:18)

Jesus na chamada oração do “Pai nosso” nos ensina como devemos orar!
“Mas, ao orar, entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao seu Pai, que está em secreto. E o seu Pai,
que vê em secreto, lhe dará a recompensa. E, orando, não usem vãs repetições, como os gentios; porque
eles pensam que por muito falar serão ouvidos.” (Mt 6:6-7)

Nesse texto, em primeiro lugar, Jesus nos mostra a importância na vida pessoal de oração. A oração
coletiva é muito importante, mas ela não substitui nosso tempo individual no secreto. Por isso Ele
diz: “entra no seu quarto (lugar da sua intimidade), feche a porta, fique em secreto”. Depois Jesus
nos garante duas coisas:
A) Deus nos verá no secreto, Ele nos acompanhará em nossas orações, Ele nos ouvirá.
B) O Pai que nos vê no secreto nos recompensará.

Nossas orações não devem ser apenas repetições. (Mateus 6:7), elas não devem ser falas decoradas e
repetidas. Orar é conversar com Deus, é falar com Ele sobre o que se passa em nosso coração, é pedir
à Ele ajuda em nossas necessidades e agradecer por quem Ele é e pelo que fez e continua a fazer por
nós. Orar é se relacionar com Deus.

Quando oramos concluímos nossa oração dizendo em nome de Jesus, porque ele é o único mediador
entre nós e Deus e nos afirmou que tudo quanto pedirmos em seu nome crendo, o Pai nos dará.

“Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus, homem, ...” (1 Tm
2:5)
“E tudo o que pedirem em oração, crendo, vocês receberão.” (Mt 21:22)

Por isso oramos e falamos com Jesus, falamos com Deus em nome de Jesus, e o Espírito Santo de
Deus nos auxilia em nossas orações (Romanos 8:26-27), e os três são um!

“Da mesma maneira, também o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza. Porque não sabemos orar como
convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os
corações sabe qual é a mente do Espírito, porque intercede pelos santos de acordo com a vontade de
Deus.” (Rm 8:26,27)

5.4 - Jejum
O jejum também é uma prática espiritual essencial à vida cristã, ele nos traz benefícios tanto físicos
como espirituais. No intuito medicinal o jejum gera uma desintoxicação, ao mesmo tempo que
mortificamos nossa carne e ficamos mais sensíveis a voz do Espírito Santo.
Da mesma forma que a oração, Jesus nos promete que ao jejuarmos Deus nos vê, e que tem uma
recompensa para nós. Davi chama jejuar de “castigar a alma” (Salmo 69:10), assim nos
esforçamos e sofremos no jejum, não para mostrar a Deus que estamos sofrendo ou para que tenha
pena de nós, Deus já nos ama e está interessado em nos abençoar, então, o jejum não muda Deus. O
jejum muda a nós. Quando jejuamos ficamos quebrantados e ficamos mais sensíveis
espiritualmente para ouvir o Espírito de Deus e percebermos o que precisamos mudar.

O jejum não é um mandamento, porém podemos observar o que Jesus nos ensina.

“— Quando vocês jejuarem, não fiquem com uma aparência triste, como os hipócritas; porque
desfiguram o rosto a fim de parecer aos outros que estão jejuando. Em verdade lhes digo que eles já
receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, unja a cabeça e lave o rosto, a fim de não parecer
aos outros que você está jejuando, e sim ao seu Pai, em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a
recompensa.” (Mt 6:16-18)

Em primeiro lugar, Jesus não diz “se jejuarem”, mas “quando jejuarem, ao jejuarem”,
entendemos então que devemos jejuar.
Encontramos na bíblia algumas formas e propósitos de Jejum, conseguimos ver que homens de
Deus no Antigo Testamento jejuaram, João Batista jejuou, Jesus jejuou, os discípulos e os apóstolos
jejuaram.

Alguns propósitos que encontramos na palavra de Deus são: Consagração (Números 6:3-4),
Arrependimento (1Samuel 7:6 / Neemias 9:11), Luto (2Samuel 1:12 e 3:35), Aflições (2Samuel 12:16-
23 / (2Crônicas 20:3), Buscando proteção (Esdras 8:21-23 / Ester 4:16), Enfermidades (Salmos
35:13), Intercessão (Daniel 9:3 e 10:2-3), Preparação para batalhas espirituais (Mateus 17:21),
Estar com o Senhor (Lucas 2:37), Preparação para o ministério (Lucas 4:1-2), Ministrar ao Senhor
(Atos 13:2), Enviar ministérios (Atos 13:3), Estabelecer presbíteros (Atos 13:23).

O jejum pode ser parcial, normal ou total.

a) PARCIAL - Abster-se de parcialmente de alguns alimentos por não ter condições de abster-
se totalmente, por restrições médicas ou de trabalho por exemplo.
b) NORMAL - é abster-se de alimentos, porém com ingestão de água.
c) TOTAL - Abster-se totalmente de alimentos e, também de água.

É importante observarmos que os períodos devem ser de acordo com cada pessoa.
6 - DÍZIMOS E CONTRIBUIÇÕES
Os dízimos e as contribuições são um princípio bíblico fundamental para todo aquele que
compreende a sua importância e é algo tão espiritual quanto nossas orações (Atos 10.4).

6.1 - Dízimos
A palavra dízimo significa: tomar ou entregar a décima parte, entregar o dízimo.
No antigo testamento homens de Deus entregaram voluntariamente seu dízimo, consagrando a
décima parte ao senhor, portanto não foram obrigados a fazê-lo.

“E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os adversários de você nas suas mãos." E Abrão deu a
Melquisedeque o dízimo de tudo.” (Gn 14:20)
“e a pedra, que pus como coluna, será a casa de Deus; e, de tudo o que me concederes, certamente te
darei o dízimo.” (Gn 28:22)

Posteriormente o dízimo foi instituído na lei de Moisés, o que se tornou uma prática para os judeus.

“— Também todos os dízimos da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do
Senhor; são santos ao Senhor. Se alguém quiser resgatar alguma coisa dos seus dízimos, acrescentará a
isso a quinta parte. — Quanto aos dízimos do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão
do pastor, o dízimo será santo ao Senhor.” (Lv 27:30-32)

O principal propósito dos dízimos era para sustento dos levitas que trabalhavam em tempo integral
no serviço ao Senhor, hoje podemos entender que os dízimos são para o investimento na obra do
Senhor, auxiliando os necessitados, para sustento dos obreiros missionários e tudo que envolve o
desenvolvimento da obra local também.

Em Malaquias também podemos observar o quanto dizimar é espiritual, e o quanto “entregar o


dízimo” pode nos abençoar ou amaldiçoar.
“Será que alguém pode roubar a Deus? Mas vocês estão me roubando e ainda perguntam: "Em que te
roubamos?" Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição vocês são amaldiçoados, porque estão me
roubando, vocês, a nação toda. Tragam todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na
minha casa. Ponham-me à prova nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não lhes abrir as janelas do céu
e não derramar sobre vocês bênção sem medida. Por causa de vocês, repreenderei o devorador, para que
não consuma os produtos da terra, e não deixarei que as suas videiras nos campos fiquem sem frutos, diz
o Senhor dos Exércitos.” (Ml 3:8-11)

6.2 - Contribuições
As contribuições são princípios de generosidade, não são um mandamento, mas trazem consigo as
colheitas daquilo que semeamos.
“Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá.” (Gl 6:7)
A bíblia nos mostra e ensina através de exemplos, o quão importante são esses “memoriais” que são
as primícias, dízimos, ofertas e esmolas.

6.2.1 - Primícias: significa o “primeiro”, e Deus precisa estar em primeiro lugar em nosso coração.
“Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão
acrescentadas.” (Mt 6:33)

Quando buscamos em primeiro lugar a Deus estamos de certa forma entregando a primeira parte a
Ele que já nos deu tudo. Honramos a Deus também entregando a primeira parte de nossas rendas.
“Honre o Senhor com os seus bens e com as primícias de toda a sua renda;” (Pv 3:9)

Abel entregou a Deus as primícias do seu rebanho.


“Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. O Senhor se agradou de Abel
e de sua oferta,...” (Gn 4:4)
“Tragam as primícias dos frutos de sua terra à casa do Senhor, seu Deus. Não cozinhem o cabrito no leite
da sua própria mãe.” (Ex 23:19)

6.2.2 - Ofertas: são bem específicas, não há regras de quando ou quanto devem ser dadas. Paulo
nos dá uma orientação sobre como devemos ofertar, ou seja, a oferta deve ser entregue segundo
propomos no nosso coração para crédito nosso.
“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque
Deus ama quem dá com alegria.” (2Co 9:7)
“Não que eu esteja pedindo ajuda, pois o que realmente me interessa é o fruto que aumente o crédito na
conta de vocês.” (Fp 4:17)

6.2.3 - Esmolas: fazem parte da vida cristã e atrai o favor de Deus para nós. É uma expressão de
compaixão e misericórdia para os mais necessitados.
“— Cornélio! Este, fixando nele os olhos e possuído de temor, perguntou: — O que é, Senhor? E o anjo
lhe disse: — As suas orações e as suas esmolas subiram para memória diante de Deus.” (At 10:4)
“Quem se compadece do pobre empresta ao Senhor, e este lhe retribuirá o benefício.” (Pv 19:17)

Precisamos colocar nosso coração em Deus que nos recompensará segundo suas riquezas sendo
mansos, piedosos, justos perseverando no amor e na fé.
“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e
atormentaram a si mesmos com muitas dores. Mas você, homem de Deus, fuja de tudo isso. Siga a justiça,
a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a mansidão.” (1Tm 6:10,11).
7 – O PODER DO VOLUNTARIADO
Toda instituição necessita de pessoas que façam os serviços que envolvem seu desenvolvimento. A
igreja também é uma instituição, porém sem fins lucrativos.
Quando entendemos o que Jesus fez por nós, demonstramos nossa fé também através das obras,
sejam elas na igreja local ou servindo a comunidade de alguma forma.
“Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.” (Tg 2:17)

É importante entendermos que não somos salvos por nossas obras, mas somos salvos para elas.
“Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras,
para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais
Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2:8-10)

Servir é uma das bases do Evangelho e do exemplo que Jesus nos deixou.

“Mas entre vocês não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vocês, que se coloque a
serviço dos outros; e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que seja servo de todos. Pois o próprio Filho
do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos." (Mc 10:43-
45)

7.1 - Servindo de Coração


A exemplo do nosso Senhor Jesus, devemos servir com amor e alegria. O apóstolo Paulo nos ensina
como devemos servir e para quem servimos.

“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para as pessoas, sabendo que
receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.” (Cl 3:23-
24)
“... não servindo apenas quando estão sendo vigiados, somente para agradar pessoas, mas como servos de
Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. Sirvam de boa vontade, como se estivessem trabalhando
para o Senhor e não para pessoas,...” (Ef 6:6-7)

7.2 - Formas de servir


Existem várias formas de servir. Podemos servir como voluntários na igreja local, servir à
comunidade ou ainda no ministério eclesiástico.

7.2.1 - O voluntariado na igreja


A Igreja é feita de pessoas, mas apesar disso, os templos são lugares de serviço aos santos. Seria
impossível uma igreja servir, se não houvesse voluntários para isso. Esse tipo de trabalho além de
glorificar a Deus, serve as pessoas e edifica a igreja.
A Igreja possui muitas frentes de voluntariado: serviço social, recepção, departamento infantil,
música, escola bíblica, estacionamento etc.
Para o serviço dentro da estrutura da igreja, é necessário um mínimo de conhecimento cristão e
compromisso com o acompanhamento pessoal através das células, uma vez que todo voluntário é
um representante da igreja.

Somos membros de um só corpo (Cristo) por isso servimos uns aos outros em amor.
“Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma
função, assim também nós, embora sejamos muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos
outros.” (Rm 12:4-5)

7.2.2 - O voluntariado na comunidade


O serviço voluntário não ocorre somente dentro das “quatro paredes da igreja”, ele se estende à
comunidade onde realmente podemos demonstrar o amor de Jesus.
Podemos servir através de ações sociais ou ministrando o evangelho, auxiliando os necessitados,
moradores de rua, visitando enfermos, suprindo as necessidades das viúvas e dos órfãos.

“E quem der de beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu
discípulo, em verdade lhes digo que de modo nenhum perderá a sua recompensa.” (Mt 10:42)
“A religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas
aflições e guardar-se incontaminado do mundo.” (Tg 1:27)
“Assim brilhe também a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as boas obras que vocês fazem e
glorifiquem o Pai de vocês, que está nos céus.” (Mt 5:16)

7.2.3 - O serviço ministerial


Todo o tipo de serviço voluntário na igreja é extremamente importante. Mas existem funções
diferentes. O que chamamos de funções ministeriais, são aquelas que vão além do serviço
operacional, mas envolvem questões predominantemente espirituais, como: liderar célula,
discipular, ensinar as Escrituras, pregar, ministrar louvor.
Este é um nível de serviço que envolve um nível ainda maior não só de compromisso com a vida da
igreja, mas de maturidade espiritual.

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo,...” (Ef 4:11-12)
“E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o
mesmo Deus é quem opera tudo em todos.” (1Co 12:5-6)
8 - Pastoreio e Discipulado
8.1 - Pastoreio
Em Apocalipse, capítulos 2 e 3, vemos os pastores sendo chamados de anjos das igrejas, e
atribuindo a eles a responsabilidade sobre a igreja. Quando a Bíblia chama essa liderança, esse
governo da igreja de pastor, está fazendo uma referência clara aos pastores de ovelhas, que são
responsáveis por apascentar, proteger, alimentar e conduzir as ovelhas. Os pastores são os
responsáveis pelo rebanho. A figura do pastor e das ovelhas revelam um belo relacionamento, onde
cuidado, carinho e proteção se revelam. Jesus é o Sumo-Pastor das ovelhas (1Pedro 5:4), e Ele
levanta homens para exercer a função pastoral, auxiliando no cuidado de Suas ovelhas, e para Ele
todos os pastores prestarão contas de como conduziram o rebanho. Jesus disse:
“— Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem
não pertencem as ovelhas, vê o lobo chegando, abandona as ovelhas e foge; então o lobo as arrebata e
dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor.
Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai; e
dou a minha vida pelas ovelhas.” (Jo 10:11-15)

8.1.1 - A responsabilidade dos pastores

- É um guarda das ovelhas - 1 Samuel 17:34-36


- É o guardião da porta - João 10:2-9
- É o responsável por alimentar o rebanho - Salmo 23:2-3
- É médico para as ovelhas - Ezequiel 34:2-4
- É quem dirige as ovelhas com respeito - Gênesis 33:14

8.1.2 - O governo pastoral


Além de serem os responsáveis pelo rebanho, os pastores são o governo da igreja, a autoridade
maior dentro da estrutura da igreja. Não apenas em uma função administrativa, mas como
responsáveis por trazer a visão, a direção espiritual, doutrinária e profética para a igreja.

Podemos entender que o governo da igreja deve ser plural, onde pastores com habilidades, dons e
chamados diferentes servem a igreja.
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho
de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais
sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de
doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro.” (Ef 4:11-14)

Mesmo havendo um governo plural na igreja, uma equipe de pastores (presbitério), existe também
um pastor com autoridade maior, aquele que dá a palavra final à sua equipe de conselheiros. Este é
o pastor a quem Apocalipse 2 e 3, chama de “O Anjo da Igreja”. Dentro de nossa estrutura o
reconhecemos como “Pastor Sênior”.

“Não havendo direção sábia, o povo fracassa; com muitos conselheiros, há segurança.” (Pv 11:14)
8.1.3 - A distribuição da função pastoral
Mesmo havendo uma equipe pastoral (presbitério), seria impossível cuidar de forma pessoal de
cada membro da igreja. Dentro de nossa estrutura esse cuidado é distribuído não só entre os
pastores, mas também entre os líderes de célula e discipuladores, os quais são auxiliadores do
presbitério, ajudando a cumprir com o ministério pastoral.

8.2 - Discipulado
O discipulado é um dos princípios elementares dos ensinos de Jesus. Jesus fez discípulos e os
comissionou a fazer o mesmo.

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: — Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês
todos os dias até o fim dos tempos.” (Mt 28:18-20)

A grande comissão de Jesus para a Igreja, é a de que façamos discípulos. Ser um discípulo é mais
do que ser um aprendiz. É mais do que somente aprender, ou saber o que seu discipulador sabe, mas
é dar continuidade à missão. Ser um discípulo, é estar se preparando para um dia poder discipular
também. Não é apenas receber cuidado, mas entender que este cuidado é também uma preparação
para um dia poder cuidar.

8.2.1 - Células e discipulado


As reuniões tanto no templo, como nas casas, são um princípio Bíblico (Atos 2:46, 5:42). Mas as
reuniões nas casas, os pequenos grupos (células), são o que possibilitam o cuidado pessoal, próximo
e o discipulado. Tornar-se um discípulo é o passo após a conversão.

8.2.2 - A qualificação do discípulo

“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, conforme a promessa da vida em Cristo Jesus, ao
amado filho Timóteo. Que a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso
Senhor, estejam com você.” (2Tm 2:1-2)

x Intimidade
Paulo chama Timóteo de “filho meu”. Isso mostra uma relação de cuidado, respeito e intimidade. O
discipulador exerce uma função de paternidade espiritual, mas para isso é necessário que quem recebe o
cuidado tenha um coração de filho: Reconhecendo que necessita de cuidado, orientação, repreensão
e ensino.

x Disposição para dar continuidade à missão


Paulo diz: “o que de minha parte ouviste, transmite a outros”. Como foi dito anteriormente, ser um
discípulo é mais do que só saber o que seu discipulador sabe, mas é reproduzir a conduta e serviço,
é estar disposto a dar continuidade à missão e também discipular.

x Fidelidade e idoneidade
Paulo deixa claro para Timóteo, que ele não deveria discipular aleatoriamente, mas procurar
“homens fiéis e, também, idôneos para instruir a outros”. Isso deixa claro que o discipulado
envolve um compromisso profundo das duas partes – discípulo e discipulador.

Paulo fala de fidelidade, do ser capaz de cumprir compromisso e responsabilidades, e mais uma
vez, da disposição de dar continuidade à missão (para instruir a outros).

Discipuladores só conseguirão discipular pessoas que estejam dispostas assumir compromissos, a


andar em transparência, dispostas à repreensão, ensino, dispostas a serem fiéis e servir.

Você também pode gostar