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3º Estudo

Tema: Salvação
Introdução

3.a – Pecado
3.b – Condenação
3.c – Graça
3.d – Justificação
3.e – Santificação

3.a - Pecado
3.a.1- Origem do Pecado
3.a.2 - Origem do Pecado na raça humana
3.a.3 - O Pecado e os Pecados
3.a.4 - O Pecado e o Cristão
3.a.5 - O Pecado imperdoável

3.b - Condenação
3.b.1 - Quem foi condenado?
3.b.2 - A sentença da condenação

3.c - Graça
3.c.1 – Graça: definição
3.c.2 – Graça: conseqüências
- Humildade
- Perdão
- Desejo de santificação
- Não se sentir proprietário

3.d - Justificação
3.d.1 - Justificação - Conversão
3.d.2 - Justificação – Arrependimento
3.d.3 - Justificação - Fé
3.d.4 - Justificação - Benefícios
3.d.5 - Justificação - Novo Nascimento
3.d.6 - Justificação – A adoção

3.e - Santificação
3.e.1 - Santificação - Definição
3.e.2 - Santificação - É pessoal
3.e.3 - Santificação - Fruto
3.e.4 - Santificação - Depende de consagração
- Revelação gera consagração
- Consagração e dependência de Deus
- A verdadeira santificação
3.e.5 - Jó, Paulo e a santificação
3.e.6 - O preço da santificação
3.e.7 - O pecado e a santificação
3.e.8 - O choro pela falta de santificação
INTRODUÇÃO

Quando se fala em salvação, surge urna pergunta: Salvação


de quê? A resposta é: da condenação eterna determinada por Deus a todo
aquele que rejeita a obra redentora da cruz, não crendo em Jesus Cristo, que
morreu em nosso lugar - (I Pedro 3: 18; Ap. 20: 11-13; At. 17: 31; Jo 3:
18).

A condenação se manifestará no fim dos tempos com os


juízos de Deus na Grande Tribulação, culminando com a volta de Jesus e o
estabelecimento do seu reino aqui na Terra (Ap. 11: 15-18).

A Escatologia (estudo das coisas que deverão acontecer no


fim do mundo) há alguns anos atrás era de difícil compreensão. Hoje,
porém, algumas profecias dos livros de Daniel e Apocalipse, quando
analisadas com os acontecimentos mundiais tomam-se mais
compreensivas. Muitas profecias tomam forma e as interpretações outrora
difíceis e variadas, hoje já se esclarecem.

Embora eu goste de Escatologia e tenha lido vários livros


de autores renomados sobre o assunto, sinto-me ainda muito inexperiente
para fazer um estudo mais apurado sobre este tema.

Sinto, porém, a necessidade de expor, ainda que muito


resumidamente alguns pontos importantes que revelam que os últimos dias
chegaram e o Anticristo prepara o mundo para sua manifestação.

Apocalipse, cap. 13 e Daniel, cap. 7, revelam-nos que da


união de 10 países se levantará um dentre eles e terá o domínio mundial.

Há algumas décadas era difícil imaginar essa união


mundial e um só líder em toda a Terra. A população era enorme e não
havia meio de transporte rápido, os meios de comunicação eram lentos, os
países fechados, os homens mais patriotas, etc.

Hoje a situação é outra: a globalização aí está. Foram


criados o rádio, a televisão, os computadores, os aviões...

A telecomunicação cresceu espantosamente e ainda


crescerá. A união de países cresce como, por exemplo, a União Européia, o
Mercosul, entre outros. A fusão de grandes empresas também é um sinal
revelando que o poder e a riqueza se concentram nas mãos de poucos. Tudo
isso é, com certeza, o espírito do Anticristo preparando o curto reinado
mundial do Anticristo na Terra.

O mundo está interligado através da Internet e em breve


todos terão acesso a essa rede. Em breve o Anticristo assumirá o poder, e
com o Anticristo virá o período da Grande Tribulação (Dn 7:25; 9:27), que
serão sete anos, divididos em dois períodos de três anos e meio.

No primeiro período o Anticristo se tornará o grande


salvador, trazendo soluções para os problemas mundiais. E, com a ajuda do
Falso Profeta (falso líder religioso - Ap 13: 11) se consagrará como o
grande salvador (Ap 13: 4).

No segundo período ele revelará sua identidade e exigirá


adoração (Ap. 13: 15), nessa época terão lugar os grandes e terríveis juízos
de Deus (Ap. 6:4 em diante) que assolará toda a Terra e culminará com a
vinda de Jesus para inaugurar seu Reino Milenar. (Ap 19: 11-21; 20: 1-6)

O resumo acima embora simples nos dá uma ideia do


futuro. Por isso é necessário reflexão na brevidade desse mundo. O fim dos
tempos é uma realidade que Satanás tenta esconder da humanidade. Ele
envolve os homens com trabalhos, dificuldades, busca de riquezas ou bens
materiais, festas, programações variadas, distraindo o homem da realidade
que o aguarda.

Queridos, Deus é um Deus de amor (I João 4: 8), mas


também um Deus de justiça (Atos 17: 31). No seu amor, apesar do homem
ter pecado e desobedecido, Deus criou oportunidade para que o homem se
arrependa e se converta (Atos 3: 19) e assim receba remissão dos seus
pecados através de Jesus Cristo (Atos 2: 38; Hb 9: 12; Ap 1: 5) que é o
único caminho (João 14: 6).

Na sua justiça trará juízo sobre todos os homens. Todos


sem exceção se dobrarão diante Dele e serão julgados.

Deus não é aquilo que eu ou você imaginamos. Alguns


criam em sua mente, influenciados por tradições, ou vãs filosofias, um
Deus bonzinho que não castiga, ou um Deus como papai Noel que dá
presentes a qualquer um indistintamente. Outros, um Deus que satisfaça a
si mesmo ou seus anseios e pensamentos, e daí por diante.
Preste atenção no que vou escrever agora: Deus não é o
que você criou em sua mente. Não pensa, não age, nem julga como
você!

Deus é o criador soberano e justo que age segundo o que


Ele mesmo determina, não pede opinião, nem dá satisfação. As nossas
justiças diante Dele são trapos de imundícia (ls 64: 6) e os caminhos e
pensamentos de Deus são mais altos que os nossos (Is 55: 8-9).

Portanto, diante Dele cale-se toda Terra e todo homem se


humilhe.

Diante de tal situação, meu amado leitor, arrependa-se


enquanto há tempo, confesse a Ele seus pecados e receba a salvação.

Hoje, você pode estar lendo esta apostila e ser o último dia
da sua vida, ou quem sabe as últimas horas. Jesus pode voltar enquanto
você lê essa apostila. Quando Jesus voltar ninguém saberá o dia nem a
hora. (Mt 24: 36).

Muitos morreram e onde estão lamentam-se por ter


rejeitado a oportunidade.

Querido, não existe reencarnação. A Bíblia diz: "Aos


homens está ordenado morrerem uma só vez e depois disso o juízo" Hb 9:
27.

Lembro-me de um irmão por parte de pai que tive e


faleceu. No dia em que ia morrer recebeu a Jesus como Senhor e Salvador
de sua vida.

Eu estava trabalhando, Jesus falou comigo que fosse vê-lo


no hospital, pois seria a última vez que o veria. Fui, preguei mais uma vez a
Palavra para ele. Ele não falava, mas ouvia. Pedi a ele que se tivesse
ouvido, entendido e decidido, que apertasse a minha mão. Ele levemente
apertou e partiu. Fiquei feliz, mas o que quero destacar é o seguinte: meu
irmão esteve enfermo durante meses e teve tempo para ouvir a Palavra
várias vezes e pensar na eternidade. A enfermidade era grave e não havia
como não pensar na morte e no que seria depois.

Talvez você não tenha tanto tempo assim, por isso Deus lhe
dá agora essa oportunidade.
Em Lucas 17: 26 diz: "Como foi nos dias de Noé, assim
será também nos dias do Filho do homem: comiam, bebiam, casavam e
davam-se em casamento. Até o dia em que Noé entrou na arca e veio o
dilúvio e destruiu a todos".

Hoje o homem vive em função do trabalho e de


divertimentos. Não há nada de errado com trabalho ou um passeio, mas
viver em função disso é o que o afasta de Deus. Jesus diz: "Buscai em
primeiro lugar o reino dos céus e as demais coisas vos serão
acrescentadas".

Vou transcrever agora parte de uma das apostilas do pastor


Érico Rodolpho Bussinger, meu pastor e com quem aprendi muito do que
sei. Bem como muito do que já havia em meu coração foi por ele
esclarecido.

Por ser um estudo de coisas que Deus me deu, outras que li


em vários livros e como disse aprendi com o pastor Érico Bussinger, talvez
se mesclem o meu entendimento com o que aprendi e li.

“Essa tão grande salvação só” será completa no futuro,


como resultado de uma ação de Deus juntamente com a
participação do interessado, expressa pela sua vigilância
contra o pecado e no seu interesse pela aproximação de
Deus, aperfeiçoamento de sua vida, o que é santificação.
A única certeza incondicional que se pode ter a respeito do
futuro glorioso da salvação eterna é porque depende
completamente da fidelidade de Deus, na qual podemos
repousar mansamente. “Com respeito aos pecados passados
e presentes tudo é condicional (I Jo 1:9) dependendo da
correta atitude do interessado”.

3.a – Pecado

3.a.l - Origem do Pecado

Evidentemente Deus na sua onisciência sabia que o pecado


entraria no mundo bem antes da criação do homem, porém deve-se saber
que Deus não é o autor do pecado. No livro de Jó 34: 10 diz: "Longe de
Deus o praticar ele a perversidade e do Todo Poderoso conceber injustiça".
Deus é Santo (I Pedro 1: 16). Em Tiago 1: 13-14 diz:
"Ninguém ao ser tentado diga: sou tentado por Deus; porque Deus não
pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada
um é tentado pela sua própria cobiça, quando essa o atrai e seduz.”

A origem do pecado está além da queda do homem, se


encontra em Lúcifer, que foi criado em perfeição até que um dia foi
encontrada iniquidade no seu coração (soberba - I Timóteo 3:6).

Em Ezequiel 28: 11 temos uma lamentação que nos parece


referente a Lúcifer (que significa Anjo de Luz) que passou a ser Satanás
(adversário) ou Diabo (acusador).

3.a.2 - Origem do Pecado na raça humana

Isto aconteceu no jardim do Éden (jardim que Deus


plantara). Em Gênesis 2:9 diz: "E fez o Senhor Deus brotar toda sorte de
árvores agradáveis à vista e boa para alimento, e também a árvore da vida,
no meio do jardim. E a árvore do conhecimento do bem e do mal. E disse
Deus: "De toda árvore comereis livremente. Mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal não comereis”... Mas a mulher foi
enganada pela serpente, comeu, deu ao seu marido que também comeu. Daí
entrou o pecado no ser humano. E por conseqüência os juízos (Gn 3:14).

Adão tinha o livre arbítrio, poderia obedecer ou


desobedecer. Estava em jogo o continuar a depender de Deus ou a
independência. Ele escolheu desobedecer (independência de Deus).

3.a.3 - O Pecado e os Pecados

Sobre esse assunto, gostaria de colocar o que li em um livro


de Wachtman Nee (não me recordo qual).

Ao tratarmos desse assunto tenhamos em mente o seguinte:


Pecado (significa nossa natureza corrompida); Pecados (significam os atos
que praticamos). Tínhamos um duplo problema: Pecado e Pecados. Mas
Deus providenciou um duplo remédio: a Cruz e o Sangue.

O Sangue: purifica-nos de todos os pecados (Hb 9:1l-28;


10: 1-19), quebrando a barreira que nos separava de Deus (Is 59: 1-2),
livrando-nos assim do sentimento de culpa que nos faz desanimar,
reivindicando que o sangue de Jesus tem poder para nos purificar de todo
pecado.

A Cruz: mesmo purificados dos pecados, vemos que em


nós há algo ruim que nos fará pecar novamente (o velho homem). Como a
árvore que você corta os frutos, mas eles crescem novamente, pois a árvore
é má.

A cruz é o remédio: "Sabendo nós que o nosso velho


homem foi crucificado com Cristo, para que o corpo do pecado seja
destruído, e não sirvamos o pecado como escravos. É necessário, dia-a-dia,
tomar essa cruz (Lc. 9:23).

3.a.4 - O Pecado e o Cristão

Sobre esse assunto, eu gostaria de destacar que o cristão


pode pecar depois de estar em Cristo. Porém não é mais escravo do pecado
como era o velho homem, e se andarmos na luz, o sangue de Jesus nos
purifica de todo o pecado (I Jo·1: 9).

As principais causas do pecado na vida do cristão:

1ª. Relaxamento na leitura da Bíblia. Ficando assim o


Cristão fraco, pois a Palavra de Deus é poder para nós (I
Co 1: 18).
2ª. Relaxamento na oração: além de ser fonte de poder, é
também de quebrantamento, revelando-nos pecados ocultos
e fazendo com que compreendamos a vontade do Senhor.
3ª. Falta de vigilância: é necessário estar sempre atento,
pensando e buscando as coisas lá de cima (Mc 13: 37; Cl 3:
1-2).

Consequências do pecado na vida do cristão:

 A perda da comunhão com Deus - I João 1: 5-6 e, também,


Salmos 51: 11;
 Oportunidade dos inimigos blasfemarem - II Samue112:12;
 Perda do galardão - Ezequiel 33: 12;
 Possível morte - Atos 5: 1-11;
 Mau exemplo - I Coríntios 8: 9-10;
 Morte espiritual - Romanos 6: 16; I João 5: 16
O que porém vos digo, digo a todos: VIGIAI!!!

Como se deve tratar o pecado:

 Reconhecê-lo – Sl. 51: 3; Pv. 28: 13


 Evitá-lo - I Tm. 5: 12; Jó 1: 1
 Detestá-lo - Judas 23
 Confessá-lo - I Jo 1 :9; Pv. 28: 13 (Após o arrependimento)
 Abandoná-lo - Pv. 28:13 (Mesmo que os versículos se
repitam, leia-os)

Quanto à prática do pecado, o cristão sabe que não vale a


pena pecar e que o pecado só lhe trará consequências ruins, e ainda, que o
salário do pecado é a morte (Rm. 6:23).

Há pecados na vida do cristão difíceis de vencer. É


necessário reconhecer a fraqueza, pedir ajuda ao Senhor, o pastor ou
mesmo um irmão mais experiente e que seja um homem de oração.

Deve-se tomar cuidado com a soberba. Alguns não bebem,


não fumam, vão à igreja e se acham santos. Terrível erro! Há seguidores de
"Buda" e de outros espíritos que fazem isso e muito mais.

O Espírito Santo é que deve nos convencer dos pecados e,


para isso é necessário oração. Gastar tempo na presença de Deus, a sós.
Não devemos deixar de fazer certas coisas porque o irmão está vendo, nem
mesmo pela moral. Devemos abandonar certas práticas por reconhecermos
que desagrada a Deus e atrapalha nossa comunhão com Ele. Sendo assim,
por amor a Deus, opto por abandonar o pecado.

3.a.5 - O Pecado imperdoável

Esse assunto para mim é de difícil compreensão, porém


tentarei e1ucidar segundo a compreensão que tenho.

Para analisarmos este assunto, vamos ler os seguintes


textos: Marcos 3: 20-30; Hebreus 6: 4-6 e Hebreus 10:26.

Entendo que esse tipo de pecado consiste na rejeição


consciente, maliciosa e voluntária da ação do Espírito Santo. Não apenas
negar, mas rejeitá-lo conscientemente, reclamando que o Espírito Santo é
um espírito maligno e que Cristo é Satanás.
Esse pecado é imperdoável, não porque supera a obra da
cruz, mas porque nega e contradiz a obra do Espírito Santo que leva o
homem ao arrependimento. A esse pecado não segue arrependimento.

Li o seguinte texto, abaixo, não me recordo onde:


Pecando o homem contra Deus, veio Jesus para conduzi-lo
de volta a Deus. Havendo pecado o homem contra Jesus,
veio o Espírito Santo para reconciliá-lo, levando ao
arrependimento e a reconhecer Jesus como Senhor. Mas o
homem pecando contra o Espírito Santo, quem o há de
salvar?

3.b - Condenação

3.b.l - Quem foi condenado?

A Bíblia nos ensina que todos os homens pecaram (Rm. 3:


23). Não há um justo sequer (Rm. 3: 10), pois já nascemos pecadores de
uma semente corrompida - Adão (Rm. 5: 18). E somo filhos da ira (Ef. 2:
3).

Muitos se acham bonzinhos e justos, mas a Palavra de


Deus afirma que nossas justiças são trapos de imundícia (Is. 64: 6) e
ninguém pode ser justo ou justificado por obras (Rm. 3: 28), por isso todos
estão debaixo da condenação.

3.b.2 - A sentença da condenação

Em Rm. 6: 23 lemos a sentença dada aos homens pela reta


justiça: a morte.

Desde o Éden, Deus havia avisado o homem que se


desobedecesse, morreria ( Gn. 2: 17), assim todos estão mortos nos seus
delitos (Ef. 2: 1) aguardando a segunda morte (Ap. 21: 2).

3.c - Graça

3.c.l - Graça - definição


A palavra graça significa "favor imerecido". Esta Graça nos
concede a salvação pela fé.

Por não haver solução para o homem que pecou e estava


debaixo de condenação, Deus, onde abundava o pecado e
conseqüentemente a morte, fez que superabundasse a graça e a vida através
de Jesus Cristo (Rm. 5: 20).

A graça de Deus é um dos mais belos aspectos da fé cristã,


e um dos mais incompreendidos:
a) Erradamente compreendida como se fosse uma
segurança eterna. Garantem alguns que, uma vez salvo, salvo para sempre,
independentemente do que se faz. Se assim o fosse, "a graça" seria uma
simples licença para pecar;
b) Erradamente compreendida, alguns temem a graça de
Deus e suspeitam da bondade divina. E achando que devem colaborar com
Deus, criam doutrinas e regulamentos que não tem vida (Cl. 2: 16-23);
c) A graça não dá direito de pecar, pois pela graça temos a
santificação, e não é motivo para nos gloriarmos, pois é um favor
imerecido.

3.c.2 - Graça - consequências:

- Humildade: Leia Rm. 3: 27. Um dos grandes resultados


da aplicação da graça em uma vida é que jamais ela terá motivos para se
vangloriar (Tiago 4: 6; Fp.2: 3).

Enquanto o cristão olhar para si e para a cruz verá o imenso


abismo que é coberto pela Graça e isso o fará andar continuamente em
humildade.

Quando começar a se sentir muito seguro de si, é mau sinal


e está na hora de ser quebrantado.

- Perdão: se alguém reconhece que deve favor de sua


condição de filho, não pode se vangloriar disso. A mesma atitude que Deus
teve com ele, ele terá para com o seu devedor (Mt. 6: 14-15). Se isso não
ocorrer, não só o Senhor não poderá mantê-lo na condição de perdoado
como também ele se desqualifica como não tendo atitude necessária para
continuar, para perseverar na graça de Deus (At. 13: 43).
- Desejo de santificação: quando o cristão tem a revelação
do Espírito se reconhece fraco e não olha para os erros alheios. Quem olha
para si não olha para os outros (Lc. 18: 13).

Olhando para si verá tantos defeitos que não conseguirá


parar de pensar em se aperfeiçoar o resultado é um contínuo esforço de
aperfeiçoamento.

- Não se sentir proprietário: a pessoa que se reconhece toda


devedora, inclusive de si mesma, não terá motivos para ser proprietário de
nada.

O coração posto nas coisas passageiras dessa vida


demonstram (testificam) claramente a incompreensão da graça (Lc. 12: 15;
At. 4: 32; I Co. 7: 30-31).

O que foi atingido pela Graça considera-se um peregrino na


Terra (Hb. 11: 13).

Um servo não é proprietário. Ele usa o que Deus lhe


concede e procura satisfazer o seu senhor que lhe deu tudo, até a própria
vida.

Em meio a esse estudo pode surgir em sua mente uma


pergunta: a salvação é complexa? Resposta: Não. Quando se crê de todo
coração você está salvo, mas o Espírito Santo que levou você a se
arrepender, crer e confessar (Rm 10: 9), esse mesmo Espírito trará a você
sede de conhecer mais a Deus e a respeito dessa tão grande salvação. Bem
como você necessitará de conhecer a Palavra para responder àqueles que
lhe indagarem (I Pe. 3: 15).

Quando se deseja um corpo físico bonito e saudável, é


necessário conhecer coisas básicas sobre alimentação, como o que é
proteína, o que é carboidrato, quais as vitaminas e em que alimentos se
encontram as tais e qual a função delas no organismo, bem como sobre
exercícios físicos. Qual tipo de exercício, quais as séries de exercícios etc.
Assim é também com a vida espiritual, é necessário conhecer nossos
alimentos (a Palavra, a oração e como usá-los) e praticar. Por essa razão
procuro esclarecer esses princípios básicos e essenciais ao crescimento
espiritual.
3.d - Justificação

Justificação: entende-se que é o ato pelo qual Deus declara


justa uma pessoa que a Ele se chega através de Jesus Cristo. Estar
justificado envolve dois atos:

1°. Cancelamento da dívida do pecado;


2°. Lançar a justiça de Jesus em seu lugar.

Justificação não é aquilo que o homem é, faz ou tem em si


mesmo, mas aquilo que o próprio Cristo é e faz na vida do cristão (Rm. 3
:24-26).

3.d.l - Justificação - Conversão:

Significa "mudança". É o ato pelo qual o pecador se volta


do pecado para Jesus, tanto para obter o perdão dos pecados como para
libertar-se dele (I Ts. 1: 9).

A conversão vem nos dar alegria pelo livramento da pena


do pecado (morte = condenação eterna) e livrar-nos da "tristeza do pecado,
trazendo paz.

3.d.2 - Justificação - Arrependimento:

O arrependimento envolve uma completa mudança de


pensamento sobre o pecado e a percepção da necessidade de um salvador.
O arrependimento faz o homem ficar tão contristado por causa do pecado,
que ele aceita com alegria tudo o que Deus requer de uma vida de retidão
(At. 20: 21).

O arrependimento para com Deus, e a fé em nosso Senhor


Jesus Cristo necessariamente caminham juntos (II Co. 7: 10). O
arrependimento não é a mesma coisa que remorso. O remorso é um beco
sem saída, o arrependimento é uma estrada transitória. O remorso é a
tristeza segundo o mundo que produz morte. O arrependimento é a tristeza
segundo Deus e conduz a salvação (lI Co. 7:10).
3.d.3 – Justificação - Fé:

O arrependimento é dizer não para o pecado, enquanto que


a fé é dizer sim para Deus. A fé fixa os nossos olhos no Senhor. A fé não é
uma emoção que passa de uma pessoa para outra, mas uma conclusão
interior da pessoa (II Tm. 1: 12). A fé não se dirige a um credo ou crença
doutrinária, mas a uma pessoa (Hb. 12: 2). A fé não é um ato isolado na
vida, mas uma maneira de viver (Rm. 1: 17).

A palavra fé aparece cerca de 240 vezes no Novo


Testamento, sempre se referindo a fé para a salvação. Pela impossibilidade
do pecado autogerar a fé para a salvação em benefício próprio, a Bíblia a
apresenta – a fé – como um dom de Deus (Hb. 12: 2; Rm 12: 3).

3.d.4 - Justificação - Benefícios:

Um novo relacionamento com Deus: Mediante a


justificação, a separação entre Deus e o homem por causa do pecado (Is.
59:2) é abolida através de Jesus Cristo, transformando em paz com Deus
(Rom 5:1).

"Justificados, pois, mediante a fé temos paz com Deus por


meio de nosso Senhor Jesus Cristo... Logo, muito mais agora sendo, pois
justificados pelo seu sangue seremos salvos por Ele da ira (Rm. 5: 1-9).

Uma nova concepção da culpa pessoal: mediante a


justificação, o cristão é uma pessoa livre do peso da culpa pessoal (Rm 5:
1) no que pesem as lembranças dos pecados de outrora, e as acusações por
parte do Diabo, o cristão permanece confiante na provisão justificadora de
Deus em seu favor na pessoa de Jesus Cristão. Deste modo, a Bíblia nos
diz: "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os
justifica, quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou antes quem
ressuscitou, o qual está à direita de Jesus e também intercede por nós (Rm
8:33-35)
Uma nova concepção do futuro: A justificação nos liberta
tanto da culpa do passado, quanto dos temores do futuro. Uma vez
justificado por Deus, o Cristão pode saber, neste exato momento que é
salvo, ele não precisa esperar até a consumação dos séculos para ver se foi
suficientemente bom para merecer a salvação. Ele a tem e a desenvolve
(Fp. 2: 12).
O cristão encara com confiança o futuro, sabendo que a
qualquer momento poderá entrar na presença de Deus, purificando de todos
os pecados e vestido com vestes de justiça.
"A fim de que, justificados por graça, nos tomemos seus
herdeiros, segundo a esperança de vida eterna" (Tt. 3 :7). "Porque me
cobriu de vestes de salvação, e me envolveu com um manto de justiça" (Is.
61:10).

3.d.5 - Justificação - Novo Nascimento:

É uma obra sobrenatural e instantânea de Deus que outorga nova


vida ao pecador que recebe o plano da salvação de Deus. Através desse
milagre, o pecador ressuscitou da morte para a vida.

Esta nova vida, é a natureza divina que passa a habitar no cristão,


mediante o poder do Espírito Santo (Tt. 3:5). Sem esta miraculosa
transformação espiritual o pecador arrependido permanece morto na sua
natureza pecaminosa (Ef. 2: 1), e incapaz de conhecer a Deus num
relacionamento pessoal (Rm. 8:7). É necessário o novo nascimento para
entrar no céu (10. 3:3) "Se alguém não nascer de novo não pode entrar no
reino dos céus". E também é necessário o novo nascimento para resistir o
pecado (I Jo. 3:9) "Ora aquele que é nascido de Deus não vive na prática do
pecado",

A Bíblia ensina que, como o etíope não pode mudar a cor da sua
pele, nem o leopardo mudar as suas manchas, tampouco pode o homem
mudar sua natureza pecaminosa (Jr. 13:23). Qualquer esforço humano neste
sentido resultará em fracasso, O ato de o homem, por seu próprio esforço,
poder refrear a prática de determinados pecados mais grosseiros e de se dar
à prática de boas obras, não o faz nova criatura diante de Deus.

Só Deus pode operar o milagre do novo nascimento, transformando o


homem a partir do seu interior. De outra maneira é exterior e não atinge a
Arvore (raiz) e é movida por interesses escusos. Para o novo nascimento é
necessário duas coisas:

1°. Ouvir a Palavra de Deus: o Evangelho não é uma mensagem


morta, mas sim uma semente viva. "Pois fostes regenerados não de semente
corruptível, mas de incorruptível, mediante a Palavra de Deus, a qual vive e
é permanente" (I Pe. I :23). Pois segundo o seu querer Ele nos gerou pela
Palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas
criaturas.
2°. Crer na Palavra de Deus: a mensagem do amor de Deus pode
produzir grande anseio no coração do homem, mas somente quando o
homem responde positivamente. A esta mensagem pela fé, é que terá lugar
a transformação divina (Leia 1 Jo.5:11-13; II Co. 5:17).
O ato de batismo por imersão em águas é um símbolo em que o
cristão manifesta publicamente (testemunhando) que "morreu" para si e
para o mundo, e a vida que agora tem vive para Deus (Gl. 2:20; leia
também Rm. 6:4).

3.d.6 - Justificação - Adoção:

Adoção é o processo pelo qual uma criança é trazida e aceita numa


família. Quando por natureza não tinha direito de pertencer àquela família,
esta transação legal trás como resultado a criança tomar-se um filho e novo
membro da família, com plenos direitos sobre o patrimônio da família que
o adotou.

A adoção espiritual é baseada neste mesmo princípio, se bem que a


adoção divina é infinitamente mais abrangente no seu alcance e finalidades,
depois que o homem é filho da ira (Ef. 2:3). Crê em Cristo, é feito Filho de
Deus, e passa a ter diretos e privilégios inerentes aquela posição (Rm. 8:
15-17).

A partir daí tem um Pai (Rm. 8: 15) com quem pode contar em todas
as circunstâncias. Como filho deve obedecer ao Pai (Fp. 2:15), sujeitar-se à
orientação e disciplina desse Pai (Rm. 8:14-15; Hb. 12:5-6; 12-13), indo a
presença do Pai, livre e desimpedidamente (Hb.10:19-22), sem
intermediários e tantas vezes quanto desejar (Ef. 2:8).

Neste momento que escrevo, sinto-me movido pelo Espírito Santo a


dirigir uma palavra a determinadas pessoas em particular. Você que tem
medo do futuro, da violência, do passado, do presente. Medo do que será a
vida de seus filhos, medo da morte, medo de perder o emprego, medo de
enfermidades, medo de homens violentos e maus, medo de se decepcionar
e tantos outros temores da vida, quero que saiba que a seus filhos Deus dá o
seu Santo Espírito que nos liberta desses temores, e nos dá paz. À medida
que você aumenta a comunhão com Deus esses temores desaparecerão.
Creia nisso. O Pai garante o futuro do Filho.

3.e - Santificação
3.e.1 - Santificação - Definição
3.e.2 - Santificação - É pessoal
3.e.3 - Santificação - Fruto
3.e.4 - Santificação - Depende de consagração
- Revelação trás consagração
- Consagração e dependência de Deus
- A verdadeira santificação
3.e.5 - Jó, Paulo e a Santificação
3.e.6 - O preço da Santificação
3.e.7 - O pecado e a Santificação
3.e.8 - O choro pela falta de santificação

"Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o


Senhor" (Hb. 12: 14).

"Pois essa é a vontade de Deus: a Vossa Santificação" (I Ts. 4:3).

3.e.l - Santificação - Definição:

O termo "santo" significa "separado" (para Deus). A santificação é


um processo de identificação do homem com Deus, e a separação do
mundo (mundo: sistema político, social e científico). Esse sistema busca
poder, fama. Valorizando muito o dinheiro, beleza, posição social,
sabedoria humana, entronizando o "eu" para que todas essas coisas tomem
o homem "grande" e independente de Deus. Leia I Jo. 2:15-17; Tg. 1:27.

Deve-se entender bem a separação agindo em termos de princípios e


nas esferas do espírito e da alma. Não é uma questão apenas de atos ou
coisas, como deixar de ir a bares, praias, deixar uma religião, etc. Essas
coisas tem aparência de sabedoria e santidade, mas não têm valor algum
contra a sensualidade (pecado). Leia Cl. 2:16-23).

Jamais alguém conseguirá a santidade pela imposição de leis,


doutrinas de homens (proibição), pois quando alguém está sendo
santificado, ele mesmo tem a consciência de se separar do "mundo" pois
ama a Deus e o amor é a inspiração maior para se santificar. Santificando-
se, amará mais, amando mais desejará mais santidade, é um ciclo
maravilhoso.

Compete ao novo convertido (e não só a ele) buscar as coisas de


cima (leia Cl. 3: 1), vigiar contra as ciladas do inimigo e as tentações do
pecado, bem como resistir aos desejos da antiga natureza, permanecendo
firme e afinal alcançar vitória que lhe traga galardão e louvor (leia I Pe. 1
:7).
O velho homem está morto (leia Rm. 6: 11), e sabendo isto devemos
assim, considerá-lo dia após dia (Leia Rm 6:11).

A obra do Espírito Santo começa no interior do homem. Nós somos:


espírito = intuição; alma = pensamentos, sentimentos, vontades e corpo =
nossos sentidos naturais.

No passado havia o templo para adorar a Deus. Agora nós somos


esse templo e como no templo antigo havia três partes = Santo dos Santos,
Santo Lugar e Átrio Exterior. Assim somos nós. Nosso espírito se compara
ao Santo dos Santos, onde Deus se manifestava e falava com o homem;
nossa alma se compara ao Santo Lugar, onde a Palavra recebida era
transmitida aos sacerdotes (as ordens de Deus). Nesse lugar (Santo Lugar -
alma) deveria haver submissão e obediência aos mandamentos de Deus e o
átrio exterior, nosso corpo, que todos veem. Há lugares que com muita
sabedoria e detalhadamente discorrem sobre esse assunto.

Vimos que Deus hoje, como no templo antigo, se manifesta do


interior para o exterior e isso com o homem voluntariamente se
submetendo e obedecendo.

De nada adianta deixar de praticar certos atos, mudar as vestes e


colocar uma Bíblia debaixo do braço, ou coisas como essas, se não houver
uma obra interior (pelo Espírito) gerando nova vida espiritual.

3.e.2 - Santificação - É pessoal:

Jamais alguém poderá se santificar pelos outros.


Cada um dará conta de si mesmo a Deus (leia Rm. 14: 12).

A santificação, portanto consiste no desembaraçar-se das coisas do


mundo (Hb. 12: 1), ou seja, separar-se para Deus.

Quem se santifica verdadeiramente tolera e não julga os outros, pois


sabe que embora ele esteja sendo santificado é o Espírito Santo que faz a
obra.

Há quem se ache muito santo e quando vê alguém que faz aquilo que
ele julga ser errado, se ira e acusa, até mesmo usando versículos isolados
para sustentar sua doutrina que muitas vezes é doutrina de homens (Cl
2:16-23).
Quando você e eu lemos a Palavra devemos sempre ter em mente
que é para praticarmos e não medirmos as pessoas através de nosso
entendimento (Tg. 4:11-12). Julgamento manifesta descrença no juízo de
Deus. A atitude de um servo que se santifica é vista por todos, pois não
julga nem condena os demais, e muito menos fica comentando erros
alheios, pelo contrário, ele ora e clama a Deus pela santificação dos demais
(leia II Tm 2:21; Tg. 4:11-12).

3.e.3 - Santificação - Fruto:

É a tolerância para com os mais fracos.

O "eu" chama a atenção para si. A falsa santidade sempre acha que é
a certa. Por consequência os que não estiverem de acordo com as suas
regras serão os errados. Isso trás divisão, julgamento, crítica. A verdadeira
santidade se esconde atrás da cruz e deixa que o Senhor seja glorificado.
Na Bíblia não encontramos maior indignação de Jesus do que contra os
fariseus; o farisaísmo (leia Mt. 23). Uma falsa santidade que trazia práticas
externas e um coração corrompido, nada rendido ao Senhor.

3.e.4 - Santificação - Depende de consagração:

A santificação como um processo contínuo depende de dois


componentes: a consagração pessoal e a operação sobrenatural do Espírito
Santo.

A Consagração pessoal é uma entrega que deve ser total por ocasião
da conversão, mas que deve ser renovada, passo a passo, à medida que
novas decisões se fazem necessária (leia Rm. 12:12; At. 8:12; 8:26).

A cada dia a pessoa que ama a Deus, reconsidera a sua vida e suas
atitudes (para isso é necessário tempo a sós com Deus) e toma decisão de
entregar mais uma área da sua vida que descobre ainda não ter sido
totalmente entregue. Isso é consagração.

No início quando promete entregar a Deus tudo, a pessoa não


percebe exatamente o que vem a ser esse tudo, mas com o passar do tempo,
esse tudo vem adquirir aspectos reais e nomes definidos. Sendo assim,
quem se consagra a Deus vai lhe entregar tudo àquilo que tinha sido
entregue.
A operação sobrenatural do Espírito é o que falta para a santificação
ser completa.

O Senhor escolhe e santifica aquele que de antemão conhece (leia


Rm. 15: 15). Essa atitude equivale a Deus receber e aceitar a oferta de
consagração que lhe é feita.

Revelação trás consagração - na santificação existe· um fator


imprescindível para que o homem se consagre a Jesus espontaneamente e
por amor: é a revelação do Espírito Santo daquilo que Jesus é, fez e faz por
nós. Não falo de um conhecimento na esfera da mente apenas, mas uma
revelação espiritual.
Hudson Taylor, fundador da missão no interior da China, buscava
ansiosamente ter a vida de Cristo nele, mas quanto mais tentava, mais se
decepcionava. Um dia teve a revelação na Palavra, crendo que estava em
Cristo e que consequentemente a vida de Cristo fluía nele, e disse: '"Eu era
cego e agora vejo". É esse tipo de revelação de que falo. Você pode ler a
Bíblia e conhecer versículos, mas é necessário que tenha a revelação
espiritual da Palavra. (I Jo. 2:27; I Co. 2:10).

Cientistas, filósofos, estudiosos leem a Bíblia, conhecem passagens


bíblicas, mas não têm no coração uma atitude de humildade, de busca à
verdade, por isso não recebem de Deus revelação, e embora o Espírito
queira lhes falar, fecham o seu coração com a soberba e embora ouçam
(leiam) não entendem (Mt. 13:14-15).

Quando tivermos a revelação da obra e glória de Jesus, seu senhorio,


majestade, beleza, caráter, etc., nós o amaremos mais.
Revelação gera em nós consagração e quanto mais consagrarmos nossa
vida, mais revelação teremos (na tua luz, vemos a luz).

Quando o Espírito nos trás revelação, os valores mudam, começamos


a reconhecer o valor das coisas espirituais e a nulidade das coisas do
mundo. Essas coisas vão se tomando como que nada diante da glória de
nosso Senhor Jesus Cristo.

O apostólo Paulo teve essa experiência e descreve assim: "mas o que


era para mim lucro, isso considerei como perda por causa da sublimidade
do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por amor do qual perdi
todas as coisas e as considero como refugo para ganhar a Cristo” (Fp. 3:3-
11). Leia novamente e medite nessa passagem.
Obs.: Refugo = posto de lado, sem valor.
Esta passagem é maravilhosa, é a expressão de um coração rendido a
Cristo com base espiritual, firme, que não se abala. Essa base é a revelação
do Espírito Santo.

Essa revelação só permanece ou se desenvolve à medida que


vivemos em Jesus, nas regiões celestes (leia Ef I :20). Buscando as coisas
do alto (leia Cl. 3: I), vivendo pela fé (Rm. 1: 1 7), com os nossos
pensamentos, sentimentos e vontade consagrados a Jesus, sob o domínio do
Espírito Santo.
Consagração e Dependência de Deus:

A consagração e a dependência de que falo é a continuidade da


consagração. A confiança está em Deus, não dependendo mais de amigos,
parentes, empregos, situação do país, nem de si mesmo, agora depende e
confia no Senhor Jesus.

Uma senhora certa vez veio pedir oração por seu filho que havia
engolido algo (bolinha de gude, se não me engano). Embora ela fosse cristã
e seu filho consagrado a Deus, ficou apavorada, deu remédios e levou a
médicos que resolveram operá-lo. Veio após tudo isso para que orássemos.
Oramos e ao terminarmos, ele pediu para ir ao banheiro e expeliu o que
engolira.

Respeitamos médicos e a medicina (particularmente admiro muito), e


dela devemos usufruir em certos casos, mas nós que confiamos nossa vida
a Deus, devemos em tudo primeiro buscar solução em Deus.

Não criticamos essa senhora, mas espero que ela tenha aprendido a
lição: ir primeiro a Deus. Você é consagrado a Deus? Tem confiado Nele?
Ou procura soluções em amigos, pessoas influentes, etc.

Tenho várias experiências sobre o assunto e confiar em Deus é


maravilhoso. Na dependência e confiança em Deus, vemos que os
caminhos do Senhor são mais altos que os nossos, aprendemos a confiar
Nele sem olhar circunstâncias e vemos as maravilhas de Deus.

Sempre que for tomar decisões em situação de risco, primeiro ore a


Deus.

A verdadeira Santificação:

A Bíblia nos fala de uma "falsa santificação", contra a qual Jesus


muito se indignou (leia Mt. 23). Essa "falsa santificação" também é
chamada de sectarismo ou farisaísmo, vinda dos fariseus, que fazia muito
exteriormente para que outros vissem, mas seu interior era podre.

A verdadeira santificação começa no interior do homem e é uma


obra do Espírito Santo, e não doutrinas de homens. Essa obra é baseada em
princípios espirituais que homens vivem por amor a Deus (Leia Cl. 2:16-23
- medite).
Logo no início da vida cristã começamos a tentar agradar a Deus,
mas pouco a pouco veremos que não conseguimos, pois somos ainda
carnais. Esforçando-nos para agradar a Deus, mudamos nossas vestes,
colocamos uma Bíblia na mão, mudamos a maneira de falar, vamos à Igreja
as quintas e domingos entre outras coisas, mas na verdade isso não tem
valor contra aquilo que nos faz pecar (Cl. 2:23).

O que fazer então? A resposta é: Consagração, dependência,


confiança e paciência. A consagração é a entrega diária de certas áreas da
nossa vida, embora tenhamos entregado toda nossa vida a Jesus, o tempo
nos mostrará que na vida diária há necessidade de entrega contínua.

Além da consagração (entrega) devemos depender de Deus para que


Ele nos fortaleça pelo Espírito para vencermos as fraquezas. Essa
dependência é demonstrada através da oração. Confiança é o terceiro passo.
É necessário confiar em Jesus (e não em nós mesmos), ainda que as
circunstâncias sejam adversas. O quarto passo é a paciência. Essencial à
santificação. Haverá áreas em nossa vida que nos farão desanimar,
tentaremos vencer e não conseguiremos, é necessário paciência para que
vejamos nosso eu morrer na prática e a vida de Deus fluir em nós.

Gostaria de destacar que é necessário tempo a sós com Deus,


consagrando diariamente nossa vida a Deus, em certas áreas, como a
financeira, será demonstrada se já crescemos espiritualmente, quando uma
pessoa demonstra desapego material, e é fiel nos dízimos e nas ofertas, não
confia em emprego, cheque, cartão de crédito, amigos, parentes, etc., mas
pelo contrário confia à Deus suas necessidades e Nele crê, isso demonstra
crescimento espiritual e santificação.

3.e.5 - Jó, Paulo e a Santificação:

A santificação é uma obra do Espírito Santo, baseada na


consagração, renúncia, entrega e separação para Deus, que por sua vez não
quer dizer que, para eu ser santificado não posso receber de Deus suas
bênçãos e permanecer com elas.

Deus prepara o nosso coração para receber suas dádivas, de modo


que o nosso coração não se iluda com as coisas passageiras como bens
materiais, e isso venha estar acima de Deus e atrapalhar nossa dedicação a
Ele.
Talvez você ache um absurdo alguém amar mais as bênçãos de Deus
que o próprio Deus, mas isso não é declarado com os lábios, porém na vida
cotidiana pode tornar-se uma realidade.

Um exemplo hoje em dia que "rouba" o tempo para dedicação ao


Senhor é a televisão. Facilmente uma pessoa fica uma a duas horas
assistindo novelas, filmes, etc., mas não dedica trinta minutos diários a
Deus.

A ênfase aqui não é ter ou não bens materiais como televisão por
acaso. A ênfase é que o coração não esteja nessas coisas "porque onde está
o teu tesouro, aí está também o teu coração".

Devemos amar a Deus acima de tudo, santificando (separando) nossa


vida a Deus, separando tempo a sós com Deus.

Agora veremos dois exemplos: um homem com muitos bens, outros


que até fome passou, os dois, porém, amaram a Deus.

Jó era um homem muito rico, tinha sete mil ovelhas, três mil
camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas, muitos
empregados, além de sete filhos, era homem íntegro e reto, temente a Deus
e se desviava do mal (leia Jó cap.l).

Certo dia Satanás disse a Deus que Já o servia porque tinha muitos
bens. Deus permitiu que Satanás tirasse tudo de Jó, inclusive filhos (Jó 1:
13-14). Após receber as notícias uma após outra, que tudo perdera que será
que fez Jó? Desesperou-se e se suicidou? Embriagou-se? Descreu em
Deus? Murmurou? Não. A Bíblia afirma que Jó se lançou em terra e adorou
a Deus, e disse: "Nu saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei; o Senhor o
deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor". Ao meditar
sobre esse versículo estremeço e fico maravilhado. O coração de Jó
decididamente não estava em nada das coisas passageiras e terrenas dessa
vida, mas no Senhor.

Meditemos: se Deus tomar seu carro, você ficará desapontado com


Deus? Se Deus tirar seu emprego, como você reagirá? Se Deus tirar seu
filho ou filha, você tentará descobrir o porque ou aceitará? Querido irmão
será que o Senhor é mesmo nosso Único bem? Nosso tesouro?

Conheço a história de um homem que conheci pessoalmente e tinha


uma boa situação financeira e que perdeu tudo. Literalmente tudo. Então
quando não tinha mais nada, orou e chorou muito dizendo para Deus: Deus,
não tenho nada, nada, mais nada! Deus o arrebatou até o céu e respondeu:
Até no nada estou contigo.

Voltemos a história de Jó. Se não bastasse Deus permitiu que o


inimigo tocasse no corpo de Jó que teve tumores em todo corpo, cheirava
mal e raspava-se com um caco de telha. Jó permaneceu firme com o
coração no Senhor, e após tudo isso recebeu o dobro do que tinha.

Jó tinha tudo, mas o tudo de Jó era Deus. Então mesmo perdendo o


que Deus colocara em suas mãos para administrar, ele continuou a amar a
Deus acima de tudo. Deus havia lhe ensinado que: "O mundo passa, mas o
que faz a vontade de Deus permanece eternamente" (I Jo. 2:15-17).

O apóstolo Paulo aprendeu que o que importava era estar com seu
Senhor, quer na riqueza, quer na pobreza, na fartura ou na fome. Leia com
atenção; "Digo isto não por causa da pobreza. porque aprendi a viver
contente em toda· e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como
também ser honrado: de tudo em todas as circunstâncias lá tenho
experiência. tanto de fartura. como de fome: assim de abundância. como de
escassez: tudo posso naquele que me fortalece".

Quer tenhamos muitos bens, como Jó, ou passemos necessidades


como Paulo, tenhamos nosso coração no Senhor. Santidade é isso: um
coração separado de tudo para estar mais perto do Senhor.

3.e.6 - O preço da Santificação:

Como já vimos a consagração das nossas vidas ao Senhor custa-nos


um preço, como a perseguição, a incompreensão e o ódio do mundo (Jo.
17:14). Não nos esqueçamos do sofrimento de nosso Senhor por causa da
santificação (leia Hb. 5:8), e também o sofrimento de nossos fiéis irmãos e
apóstolos do passado (e também do presente), que nos legaram exemplo de
paciência nas aflições, como modelo de que a santificação que Deus exige
não é irreal ou impraticável. Ela é, pelo contrário, prática e alcançável. O
que a santificação exige de nós e que consagremos todo nosso ser em toda
sinceridade que somos capazes.

3.e.7 - O pecado e a Santificação:

A vitória sobre o pecado começa em reconhecê-lo. Uma das táticas


que primeiro o inimigo utiliza contra nós é a distração. Ele deseja
convencer-nos de que o pecado não é mal, e assim, seu desejo é enlaçar-
nos.
O pecado deve ser confessado quantas vezes for cometido, para
propiciar o seu apagamento (I 10. 1 :9; Tg. 5:16). A cada vez que há
arrependimento e confissão, a graça é acionada para perdoar o pecado
confessado. Toda a consciência é purificada e o caminho se toma claro
novamente, permitindo haver mais consagração. Se o cristão ama ao
Senhor e a sua consciência é sensível, pode até ser que depois da
experiência de um pecado perdoado haja maior desejo de se consagrar a
Deus como uma "compensação" de amor para com aquele que foi ferido
pelo pecado.

Não se deve permitir que o pecado seja acumulado por muito tempo,
devido aos seus efeitos maléficos (SI. 32:3). Não se deve permitir também
que, pelo pecado, Satanás se aproveite da sua qualidade de acusador e fira a
consciência do desavisado cristão, trazendo-lhe frustração, complexos e
culpas bem como prostração espiritual.

A obra de santificação não necessita parar por causa do pecado,


pode-se e deve-se confessar o pecado cometido e prosseguir se
consagrando a Deus.
Deus não quer homens certinhos, El.e quer homens sinceros e que confiem
no sacrifício de Deus, arrependendo-se e confessando seus pecados.

3.e.8 - o choro pela falta de santificação:

O grau, talvez mais elevado, de identificação com o coração de Deus


é o sofrimento do servo obediente por causa dos pecados e da mistura de
seus irmãos.

Tiago 4:5 afirma que o Espírito sofre por aqueles que não se
santificam. Em Isaías 22:4-12, o profeta trás o convite de Deus: "O Senhor
convida a todos para chorar e prantear por causa do pecado". Em Esdras,
Neemias e Daniel, no capítulo 9. Em todos os três livros vemos orações
sinceras e chorosas de confissão de pecado nacional.

Deus espera, portanto, que eu e você tenhamos mais sensibilidade, e


quanto mais sejamos santificados, tenhamos mais amor e paciência para
com os mais fracos. Sem julgamento, critica ou comentários que são
movidos pelo inimigo.

Em I Tessalonicenses 5:14 está escrito: "Exorto-vos também irmãos,


a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os
fracos e sejais longânimos para com todos".
Que o amor de Deus nos faça uma "Igreja" e não pessoas individuais
ou grupos separados, mas um em Cristo, sentindo as dores de nossos
irmãos. Estendendo a mão uns aos outros e clamando e chorando pela
santificação de todos. (Leia Rm. 12:9-15).

A seguir temos uma série de versículos com respeito a salvação, são


muitos os versículos, mas leia com calma, gaste tempo meditando nas
Escrituras.

1. Deus é santo, puro e justo, na sua presença não entra pecado, defeito,
nada contaminado, e nenhum rebelde: Lv. 21:21; Nm. 19:13-20; Dt. 4:29-
31; Ez. 20:38; Is. 59:1-2; Mt. 6:15; I Co. 6:8-11; Ap. 21:27.

2. A ira de Deus se manifesta contra o pecado e contra os desobedientes:


Mq. 5:15; Sf. 3:11; Os. 13:6; Am. 9:10; Mt. 7:19; 8:12; 22:13; 25:30; Lc.
13:28-29; Rm. 1:19-32; 2:5; 1 Tm. 5:24; Tt. 3:10-11; 110.1:5-10; 2:9-11.

3. Deus, porém usa de misericórdia e dá oportunidades, pela graça, para


que haja salvação: II Sm. 14:14; Lc. 13:6-9; At. 15:11; Rm. 3:22; 5:1; Ef.
2:8-9.

4. Deus exige arrependimento, confissão e conserto da parte dos que


querem seguí-Io: Lv. 5:14 até 6:7; Zc. 12:10-14; Os. 14:1-3; Mt. 3:28;
4:17; Lc. 3:3-8; Mt. 5:23-24; 11:21; 12:41; Me. 6:12; Lc. 5:32; Aí. 3:10;
11:18; 17:30; 26:20; Rm. 6:6.

5. Converter-se a Cristo significa mudar de vida, deixar de dirigir sua vida:


Aí. 11:17; Rm. 6:16;1 Co. 1:2; II Co. 4:5; 1 Pe. 3:15; At. 16:3031; Rm.
10:9-10.

6. Ter a Jesus como seu Senhor e obedecer-Lhe incondicionalmente, sem


obediência não há salvação: Ml. 2: 1-2; Mí. 7:21; Lc. 6:46; Me. 10:17; Lc.
11:28; Jo. 3:36; 5:24; 16:9; At. 11:21; Rm. 1:5; 6:16; Ef. 5:3; 5:7-11; II Ts.
1:8; Hb. 5:9; I Pe. 1:2-3; 1:22; I Jo. 5:3.

7. Salvação não é um ato apenas, é um processo que exige perseverança:


Mí. 10:22; Jo. 15:4-6; At. 11:23; Rm. 2:7; 6:1; 6:11-14; 11:22; I Co. 15:1-
2; II Co. 5:3-4; 13:5; Ef 4:l7; Fil. 2:12; Cl.1:23; Hb. 3:12-14; 2:1; 4:11;
6:11; 10:36; I Pe. 4:18; II Pe. 1:10-11; I Jo. 2:24-26; 3:6-9; Ap.2:10.
8. A santificação não é opcional, é parte integrante da salvação, sem ela
não há salvação: Am. 3:1-2; II Co. 6:17-18; Cl. 1:22-23; Tg. 4:4; I Pe.
1:15-16; Hb. 12:14.

9. As obras fazem parte da salvação. Elas não fazem merecê-la, porém


provam que a fé é verdadeira. Sem obras a fé é morta: Rm. 2:6; Gl. 5:19-
21; Tg. 1:26; 2:14-26.

10. Da parte de Deus, entretanto, desde que o homem queira, a garantia é


completa para se ter a salvação: Lc. 10:20; I Co. 1:8; Hb. 13:5; Rm. 8:38-
39.

11. Quando se peca ou se afasta de Deus, a situação é de perigo: Mt. 13:20-


21; Mc. 4:14; Lc. 8:13; Mt. 15:24; 18:12; Lc. 8:6-13; 15:24-32; Jo. 10:28;
Rm. 11:11; Gl. 4:6-9; I Tm. 5:6-8; 6:9-10; 6:20-21; Tg. 5:19-20.

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