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Leandro Lima
A salvação do Senhor
1. A Escritura ensina a universalidade do pecado.
2. Paulo diz que “o salário do pecado é a morte” (Rm 5.12; 6.23), e Lorraine Boettner
interpreta: A sentença que foi imposta como resultado do pecado de Adão, inclui
mais do que a decomposição do corpo. A palavra ‘morte’, usada nas Escrituras
com referência às consequências do pecado, inclui toda espécie de mal que é
infligido como castigo desse pecado (...) significa, pois, a miséria eterna do
Inferno e, ainda, o antegozo dessas misérias já nos males sofridos nesta vida.
3. Cometer um pecado ou um milhão não faz diferença quanto à condenação do
Inferno, pois quem quebra um mandamento da lei, quebrou todos (Tg 2.10).
4. Antes mesmo do Éden, Deus já havia decidido sobre a forma como salvaria os
homens. Na eleição, ainda na eternidade, Deus visualizou a obra da salvação. O
próximo passo para a salvação, depois da eleição, foi a Encarnação.
5. O ponto central da salvação que Deus conquistou para nós consiste na morte de
Jesus, muito embora a morte do Senhor não seja o único evento redentivo.
Precisamos entender que Jesus viveu, morreu e ressuscitou para nossa salvação.
Sua vida nos salva, porque ele obedeceu inteiramente a Deus fazendo aquilo que
Adão não tinha feito. Através de sua vida de obediência ele conquistou a justiça
que derrama sobre nós. Sua morte nos salva, porque é a punição que nós
deveríamos receber pelos pecados, mas que ele recebeu em nosso lugar, quando
assumiu a nossa culpa e pagou a nossa dívida. Sua ressurreição nos salva, porque
através dela podemos também viver em novidade de vida. Além disso, a
ressurreição é base para nossa transformação e para a ressurreição futura de nosso
corpo. E a subida de Cristo ao céu garante que ele continue aplicando sua obra
salvadora, tendo agora o governo dos céus e da terra (Mt 28.18, Ef 1.20-22).
Esforços inúteis
1. O sistema de Indulgências, bem como todos os sistemas antigos ou modernos que
tentam encontrar atalhos para o céu somente existem por causa da falta de
entendimento de como funciona a salvação, e de qual é a natureza do Evangelho.
2. A igreja da Idade Média não entendia ou não queria entender que a salvação é
pela graça. Em meio às trevas daqueles tempos, Lutero encontrou na carta aos
Romanos a resposta para todas as suas angústias. Ele redescobriu a salvação pela
graça, e teve início a Reforma Protestante. Em Romanos, Paulo diz que o
Evangelho é a manifestação da Justiça de Deus: “A justiça de Deus se revela no
Evangelho”(Rm 1.17). Justiça essa que Lutero, antes da conversão, tanto temia,
pois apesar de tentar cumprir rigorosamente todos os rituais prescritos pela igreja,
jamais se sentia perdoado, e nunca conseguia encontrar paz de espírito.
3. Quando Lutero entendeu que essa justiça, Deus não exige de nós, ao contrário, ele
exige de si mesmo, a paz inundou o coração do monge, pois compreendeu que “o
justo viverá por fé” (Rm 1.17). Em Romanos 3.21 Paulo diz: “Mas agora, sem lei,
se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas”. Há um
imenso contraste nessa declaração, é o contraste entre a total depravação do ser
humano que é incapaz de agradar a Deus, e a provisão que o próprio Deus tem
preparado para o homem e que tem se manifestado no Evangelho.
4. Aqueles que desejam conquistar sua salvação através das boas obras deveriam
desistir enquanto é tempo, pois Paulo diz que “ninguém será justificado diante
dele por obras da lei” (Rm 3.20; Ver Gl 2.16).
5. A salvação é um presente de Deus. Ao contrário do que pensavam as pessoas da
Idade Média, e muitas ainda hoje, justiça não se compra, nem se conquista, justiça
se ganha.
6. Paulo diz que a Justiça que se manifestou não é qualquer justiça, algo como uma
auto-justificação humana, mas é a “Justiça de Deus”, que é concedida “mediante
a fé”. Aqui está o único requisito exigido do homem para que seja salvo. Quando
o carcereiro desesperado jogou-se aos pés de Paulo e Silas suplicando como
poderia ser salvo, eles lhe responderam de forma simples: “Crê no Senhor Jesus,
e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.29-31). Na mais famosa declaração sobre a
salvação mediante a fé, Paulo diz “porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e
isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).
7. Alguém poderia dizer: “Mas a fé sou eu quem sente, logo isso é um mérito meu,
algo como uma obra minha”. Essa declaração está errada, não fazemos uma troca
com Deus. Não oferecemos a ele nossa fé, e em troca ele nos dá a Salvação. Tudo
o que acontece com relação a nossa salvação é regido pela palavra “graça”, que é
um sinônimo de “gratuito”. Alguém pode me oferecer algo valiosíssimo e me
dizer que não preciso pagar nada, mas se eu lhe oferecer um centavo e ele aceitar,
já não é mais de graça. Pode ser muito barato, mas não é de graça.
8. Para ser de graça, não se pode dar nada em troca. Paulo deixa bem claro que a
salvação é totalmente pela graça na expressão: “Isso não vem de vós, é dom de
Deus”. Ele está se referindo a todo o conjunto da salvação que inclui a fé.
Diríamos então que a fé faz parte do “pacote” da salvação que recebemos como
um presente de Deus.
O significado da salvação
1. Ter vida verdadeira já nesse mundo.
2. Receber perdão completo.
3. Ser livre da ira vindoura.
4. Vitória completa sobre os inimigos.
5. A vida eterna.