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teologia sistemática
soterologia:
enfim, a salvação
Vídeo#118
Por Moisés Brasil Maciel

CONCEITO

Primeiramente vamos ver o significado da palavra soterologia. No


Antigo Testamento, em hebraico, a palavra salvação mais utilizada é ‫ישע‬
yasha, “ser liberado”, “ser salvo”, “ser vitorioso”, também tem o sentido
de “amplo” ou “aberto” fazendo um contraste com “estreitamento” e
“opressão”. Esta salvação não era somente a libertação de alguns
problemas, mas o livramento proporcionado pelo senhor com um
propósito especial. Já no Novo Testamento, a palavra grega é σωζω sozo
“manter salvo”, “resgatar do perigo”, e as derivaçãoes: oσωτηρια soteria
“livramento”, “segurança”, “preservação” e σωτηρ soter “salvador”.
Assim a palavra soterologia faz uso de duas palavras gregas: soter
“salvação” e logia do grego λογος logos “palavra, estudo, ciência”. Quem
nasce na cidade de Salvador, a capital do estado da Bahia, é denominado
soteropolitano. Assim, a disciplina da teologia sistemática que discorre
sobre a doutrina da salvação é denominada soterologia.

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No sentido teológico a salvação é o livramento do poder e da


maldição do pecado para aquele que crê no senhor Jesus Cristo, levando
o homem novamente à plena comunhão com Deus. Isto é, a separação
proporcionada pelo pecado é removida, e o crente em Jesus passar ter
comunhão com Deus.

A ORIGEM E O MOTIVO DA SALVAÇÃO

Observado um conceito bem breve sobre salvação, agora vamos


entender a origem e o motivo da salvação. Primeiramente temos a
humanidade, criada perfeita e livre por Deus, no entanto, como visto na
aula de hamartiologia, o homem desobedeceu a Deus, e por isso, criou um
obstáculo entre ele e Deus. Além disso, o pecado que sempre traz
consequências, trouxe a morte e afastou o homem de Deus. O homem
tornou-se mal, sua natureza tornou-se depravada. Logo, seus atos e
pensamentos estão repletos de maldade e pecaminosidade. A Bíblia
afirma que todos pecaram, assim, nesta situação, que também é chamada
biblicamente de: estar morto no pecado, o homem por si mesmo não teria
condições de se reaproximar de Deus. Embora dentro de cada ser humano
haja uma necessidade de prestar culto a Deus, contudo, toda a tentativa
de cultuar a Deus é sempre misturada com aquilo que o homem se tornou.
Uma tentativa nas obras, na vontade, na razão e no desejo, e esta tentativa
de cultuar a Deus nunca supriu a necessidade humana de prestar um culto
verdadeiro a Deus. Aquilo que Jesus chama de adorar em espírito e em
verdade.

Além de não conseguir suprir a necessidade de adorar a Deus, a


humanidade contraiu uma dívida com Deus. P pecado ofendeu o ser
Deus, pois pecado é uma ofensa a Deus. E, por isso, a humanidade deveria

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pagar esta dívida, no entanto, como visto, em virtude do estado de


depravação que a humanidade vivia, ela não teria condições de apresentar
algo santo a Deus, um sacrifício que satisfizesse a lei de Deus quanto ao
pecado. Em segundo lugar temos Deus. Pois é ele que toma a iniciativa da
salvação. A salvação é obra de Deus, ela se originou em Deus. Aí, surge
uma questão, por que Deus resolveu salvar a humanidade pecadora? Por
que precisaria entregar seu Filho Unigênito para morrer por pessoas que
se rebelaram contra ele? Podemos encontrar alguns motivos na salvação
proporcionada por Deus:

1. A salvação é a maior demonstração do amor de Deus


pela humanidade. Não houve, não há e nunca haverá
maior demonstração de amor de Deus do que ter
enviado o seu Filho para morrer pelos pecadores.
2. A salvação é uma demonstração da graça de Deus. Aí
entendemos o conceito de graça: um favor não merecido.
a humanidade merecia a morte eterna em virtude de sua
rebelião para com Deus. Mas deus, mesmo não
encontrando motivos em nós para merecermos a
salvação, ele decide salvar a humanidade, isso é graça.
3. A salvação também expõe o desejo de Deus em separar
para si (santificar) um povo para cumprir o seu
propósito. um povo que ame a Deus e obedeça de
maneira amorosa e voluntária os seus mandamentos.

Desta maneira temos Deus e a humanidade. Um Deus santo e uma


humanidade pecadora. Além da graça encontramos outro elemento: a
justiça de Deus. O ser de Deus que exige que a dívida do pecado seja paga
pelo homem, pois quem deve é o homem. Assim, na salvação temos dois
elementos: a graça e a justiça de Deus. A justiça que exige que a lei se

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cumpra, pois há um delito, o pecado. E a graça de Deus, que vê que o


devedor não tem condições alguma de pagar a dívida. Então, a graça, o
favor a quem não merece favor, junto com a justiça entram
simultaneamente no processo de salvação

A DINÂMICA DA SALVAÇÃO

Observado a origem e o motivo da salvação, agora veremos alguma


coisa sobre a dinâmica da salvação, a parte prática da justiça e da graça de
Deus. Foi observado que a justiça de Deus exigia que o homem pagasse a
dívida contraída pelo pecado, no entanto, homem algum teria esta
condição de pagar a dívida. A graça reconhece que o homem não tem
condição de pagar a dívida, assim, Deus se fez homem, Jesus Cristo (Deus
feito ser humano) é o único homem que tem a condição de satisfazer a
justiça de Deus agindo graciosamente em favor da humanidade. O termo
teológico para a satisfação da lei de Deus por meio do sacrifício de Cristo
é justificação. Assim, o significado da morte de cristo foi:

1. Para morrer no lugar dos pecadores


2. Trazer redenção, isto é, pagar a dívida da humanidade
para com Deus
3. E reconciliar a humanidade com Deus

O ACESSO A ESTA TÃO GRANDE SALVAÇÃO

Já vimos sobre a origem e o motivo da salvação, a dinâmica da


salvação, isto é, como ela se deu, agora vamos ver sobre o acesso a esta tão
grande salvação. Sem entrar nos detalhes de que se a salvação é para todos

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os homens ou somente para aqueles que foram eleitos, mas é importante


falar somente o que é necessário para alcançar a salvação.

Observamos que a salvação é totalmente pela graça de Deus, não


havia na humanidade merecimento algum para ser salva, o entanto, Deus
agiu primeiro, ele deu o primeiro passo em direção à salvação. Nenhuma
obra praticada pela humanidade a faria merecedora da salvação, pois toda
a humanidade, em virtude do pecado, tornou-se corrompida e depravada,
assim suas obras eram más.

Dito isto, que a salvação é obra da graça de Deus, ela é concedida


por Deus, mas é alcançada pela fé em Jesus Cristo. O elemento de resposta
à salvação oferecida por Deus é a fé. A expressão “salvação oferecida” é o
termo usado para a salvação, pois também é “a oferta da salvação”, a
salvação foi oferecida por Deus à humanidade. Desta maneira temos duas
coisas singulares, ou seja, são únicas no processo da salvação: temos a
graça e a fé, apenas estes dois elementos. A graça de Deus e a fé em Jesus
Cristo para alcançarmos os benefícios da salvação.

OS BENEFÍCIOS DA SALVAÇÃO

Observado a graça e a fé, agora vamos ver os benefícios da salvação.


Ou seja, o que a salvação proporcionou aqueles que pela fé creram em
Jesus Cristo. O primeiro benefício aos que creram em Jesus foi que a estes
foi reestabelecida a comunhão com Deus. Antes de crerem em Jesus não
havia como ter acesso a Deus, agora, sendo alcançados pela salvação
possuem livre acesso a Deus por meio de Jesus. O Evangelho de João logo
no seu primeiro capítulo no diz:

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“12mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos


filhos de Deus: aos que creem no seu nome, 13os quais não nasceram do
sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de
Deus” (Jo 1.12,13)

Logo, também se tornaram filhos de Deus. Antes eram criaturas de


Deus, agora que creram em Jesus, passaram a ser filhos Deus. O texto de
João afirma que estes que creram em Jesus não nasceram do sangue nem
da vontade da carne, mas nasceram de Deus. Este processo de nascer de
deus é chamado na teologia de regeneração, o novo nascimento. Além da
regeneração aquele que creu em Jesus torna-se templo do Espírito Santo,
isto é, a pessoa do Espírito Santo começa habitar no crente.

O crente em Jesus passa ter direito à vida eterna. Viver em outra


dimensão onde o tempo não tem efeito e, além disso, o pecado, a morte e
todo sofrimento humano não terá lugar. Alguns teólogos acrescentam
como um dos benefícios salvação além da regeneração a santificação e a
glorificação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico: nova edição revista
e ampliada. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
RYRIE, Charles C. Teologia básica: ao alcance de todos. São Paulo: Mundo
Cristão, 2004.

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