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COMO DECLARAR BITCOIN E OUTROS CRIPTOATIVOS NO IMPOSTO DE RENDA

COMO DECLARAR BITCOIN


E OUTROS CRIPTOATIVOS
NO IMPOSTO DE RENDA

Ana Paula Rabello


Ed. 2020
COMO DECLARAR BITCOIN E OUTROS
CRIPTOATIVOS NO IMPOSTO DE RENDA
Texto
Ana Paula Rabello
Revisão
Cláudio Rabin
Rodrigo Borges Delfim
Capa, projeto gráfico e diagramação
Monique Elias
Imagens: Shutterstock, Pixabay e Freepik

Ano 2020

SOBRE A AUTORA
ANA PAULA RABELLO é contadora, formada pela Faculdade Porto-Alegrense de Ciên-
cias Contábeis e Administrativas (FAPCCA). Atua como perita judicial, assistente técnica
e consultora nas áreas financeira, trabalhista e tributária. É especialista em Imposto de
Renda.
Entusiasta das criptomoedas, Ana Paula mergulhou de cabeça no tema, utilizando sua ex-
periência de mais de vinte anos em impostos para traduzir a realidade da criptoeconomia,
bem como o contexto regulatório pelo qual o mercado está passando. É também autora
do blog “Declarando Bitcoin” (declarandobitcoin.com.br).
Telegram: http://t.me/declarandobitcoin
Facebook: https://www.facebook.com/declarandobitcoin
Twitter: https://twitter.com/Declarandobitc1

SOBRE O PORTAL DO BITCOIN


Todo mercado precisa de informações que sejam claras, independentes e imparciais. O
Portal do Bitcoin nasceu com esse objetivo em meados de 2017 e, um ano depois, já havia
se tornado o líder de audiência no Brasil no segmento de criptomoedas e blockchain.
Nossa missão é de fazer uma cobertura diária e constante dos temas mais importantes
no Brasil e no mundo. Além disso, tem um papel de auxiliar o leitor no tortuoso caminho
de investir em bitcoin e, por isso, também passou a cobrir casos de esquemas ponzi e
pirâmides financeiras.
O objetivo do Portal do Bitcoin é trazer ao leitor — seja investidor, empresário ou interessado
no tema — a melhor informação possível sobre Bitcoin, outras criptomoedas e Blockchain.
Sumário
Introdução....................................................................................................... 5

Capítulo 1: Sobre operações com criptomoedas.............................. 8

• Criptomoedas são ilegais?


• Atividades envolvendo criptomoedas são regulamentadas?
• Por que há tanta desconfiança?

Cap. 2: Pagamento de impostos sobre criptoativos ....................11

• Criptomoedas no exterior

Cap. 3: Imposto de Renda: quem deve declarar?......................... 13

• Critérios e condições
• Dispensas e apresentação de Declaração de Ajuste
Anual do IRPF 2020

• Entenda o “Perguntão 2020”

Cap. 4: Como se preparar para a Declaração ............................. 20

Cap. 5: Seu CPF está regular?.......................................................... 22


Cap. 6: Instruções Normativas da Receita Federal.................... 24
Quem deve a declarar em meio à IN

Conceito de exchange para fins de declaração

Quais operações devem ser declaradas

Prazo de entrega e penas

Entenda o Ato Declaratório Executivo 23

Cap. 7: Sobre as informações prestadas pelas exchanges....30

Cap. 8: Questões práticas sobre tributação de criptoativos.....33

Cap. 9: Como pagar menos imposto no hold..................................61

Cap. 10: Como pagar menos imposto de forma legal................. 63


COMO DECLARAR BITCOIN E OUTROS CRIPTOATIVOS NO IMPOSTO DE RENDA

Introdução

A
tributação de criptoativos é um assunto tão novo quanto con-
troverso. Até recentemente nenhuma regulamentação trata-
va do tema de maneira específica, de forma que o vácuo de
tratamento oficial fez surgir várias teorias. Algumas delas pregam a
total ausência de obrigatoriedade de declaração e, por consequên-
cia, de tributação.
O conhecimento sobre o arcabouço jurídico-tributário, todavia, in-
duz que se tenha cautela máxima antes de tecer qualquer conclusão.
É latente, nesse sentido, que a regulamentação estatal não caminha
na mesma velocidade que as soluções do mundo real.
É preciso algum tempo para que essas mudanças sejam cons-
tatadas, compreendidas, sistematizadas e, por fim, regulamentadas.
É um caminho natural atravessado por toda e qualquer inovação que
vem para quebrar paradigmas e estabelecer novas fronteiras no con-
texto financeiro.
Com as criptomoedas não foi diferente. Nascidas como alternativa
ao sistema financeiro tradicional, acabaram se tornando um caminho
bastante viável para investidores pouco interessados nas baixas taxas
de retorno dos investimentos até então disponíveis.

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Por muitos anos, holders e traders viram suas carteiras crescerem
sem que fosse necessário qualquer tipo de formalização ou de tribu-
tação de seus ganhos. Estava consolidada a ideia de que criptoativos
como o bitcoin eram bens que poderiam ser manejados à margem do
sistema.
Para os que estavam interessados unicamente em fazer crescer os
números sem necessidade de consumir ou de adquirir outros bens com
esses ativos, era possível permanecer nas sombras. O problema é que
uma boa parcela dos entusiastas se viu, em determinado momento, em
meio a um paradoxo: como faço para adquirir bens vendidos no mundo
formal usando ativos adquiridos e multiplicados no mundo virtual?
Por mais que entusiastas da informalidade acreditem ser possível
resolver esse problema por meio de inúmeras soluções complexas, o
fato é que existe somente uma solução simples: é preciso formalizar os
criptoativos perante a Receita Federal.

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COMO DECLARAR BITCOIN E OUTROS CRIPTOATIVOS NO IMPOSTO DE RENDA

Como acontece com qualquer rendimento obtido sem origem for-


mal, é impossível usar criptomoedas (ou o produto da venda delas) para
comprar um apartamento ou um carro, por exemplo, sem que isso seja
detectado pela Receita Federal.
Ciente da vultuosidade desse mercado e dos enormes volumes de
recursos negociados diariamente, a Receita Federal decidiu agir. Surgiu
então a IN (Instrução Normativa) 1888 que, de maneira inédita, reconhe-
ceu a importância da matéria e instituiu regras que trouxeram investido-
res e exchanges imediatamente aos holofotes da tributação.
Ainda assim, muitas dúvidas permanecem não respondidas de
maneira direta pelo Fisco. Em especial, aquelas relativas à Declaração
de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), feita anualmente pelos con-
tribuintes que se enquadram nas situações de obrigatoriedade.
A IN 1888, nesse sentido, não explica de que forma isso deve ser
feito, tratando apenas de uma obrigação acessória de informação men-
sal de transações, que não se confunde com a obrigação anual.
Diante desse vácuo de regulamentação expressa, este trabalho se
propõe a tratar das questões mais importantes relacionadas à tributa-
ção de criptoativos. O objetivo é permitir, ao final da leitura, que o inves-
tidor-contribuinte tenha meios para cumprir suas obrigações tributárias
da melhor maneira possível.

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CAPÍTULO 1

Sobre Operações
com Criptomoedas

N
ormalmente, essa é a primeira pergunta que vem à cabeça quan-
do se pensa em tributação de criptoativos.
Chama a atenção que estas perguntas vêm de vários seg-
mentos. Falo de advogados, gerentes de banco, contadores, médicos
e até magistrados. Gente com instrução considerável, mas que, por al-
gum motivo, tem uma percepção equivocada sobre o assunto.
Alguns avançam um pouco e afirmam: isso não é regulamentado.

Afinal de contas, criptomoeda é ilegal?


Definitivamente: não. Ilegal é aquilo que a lei diz ser ilegal. O Jogo
do Bicho, por exemplo, tem uma lei dizendo expressamente que explo-
rar ou realizar essa prática é uma contravenção penal passível de prisão
simples, de quatro meses a um ano. Também há lei estabelecendo que
o comércio de drogas é ilegal e tantas outras atividades definidas como
criminosas pelo Estado.
Já com relação a criptomoedas não existe qualquer proibição. E
em não existindo, comprar, vender ou acumular criptomoeda, entre tan-
tas transações possíveis, são atividades plenamente lícitas.
Lógico que se alguém utilizar criptomoeda para comprar drogas ou

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fuzis, por exemplo, está cometendo um crime. Mas é um crime não re-
lacionado com a criptomoeda em si, já que ela foi utilizada como mero
meio de pagamento. A ilegalidade, assim, se dá potencialmente pela
finalidade do uso e não pelo uso em si.

As atividades envolvendo
criptomoedas são
regulamentadas?
A única regulamentação exis-
tente até o momento é a obrigação
de corretoras brasileiras de criptoati-
vos informarem à Receita Federal so-
bre todas as operações transaciona-
das. A obrigação atinge também pessoas físicas e jurídicas que operem
em exchanges estrangeiras ou que façam transações sem intermedia-
ção, em valores acima de R$ 30.000,00. Tudo por força da Instrução Nor-
mativa 1.888 da Receita, que entrou em vigor em 1º de agosto de 2019.
Fora isso, não há regulamentação da matéria, como há, por exem-
plo, em relação a atividades bancárias, comércio de armas de fogo, de re-
médios, em que são definidos critérios, restrições, proibições, etc. Contu-
do, não haver regulamentação não significa que a atividade seja proibida.
Existem inúmeras atividades não regulamentadas pelo Estado, que
vão das mais simples, como comprar picolé, até outras complexas, como
vender um precatório. Todas elas lícitas, embora não regulamentadas.
Muitas pessoas confundem o fato de as exchanges não necessitarem
de registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) com a ideia de que

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elas são proibidas. Não são. Criptomoedas não são consideradas valores
mobiliários. Portanto, as exchanges não dependem de autorização da CVM.
A proibição feita pela autarquia é direcionada às empresas que
ofertam produtos classificados como Contratos de Investimento Cole-
tivo (CIC), que só podem ser ofertados publicamente mediante registro
ou dispensa da CVM.
Conclusão é que uma exchange que efetua tão somente interme-
diação e custódia de criptoativos, que não são considerados ativos mo-
biliários, e não pratica oferta de CIC’s não depende de autorização da
CVM para seu funcionamento.

Por que há tanta desconfiança?


Primeiro, porque é um assunto relativamente novo, sobre o qual
o público em geral não recebe informações precisas. Pior do que isso,
recebe informações inverídicas, fruto da falta de conhecimento ou da
má-fé de quem as produz.
Segundo, porque a falta de regulamentação sobre as operações
induz a uma falsa conclusão de que a atividade é ilegal ou proibida. Algo
que, como já tratamos, não condiz com a realidade.
Por último vem o fato de que as criptomoedas são uma importan-
tíssima quebra de paradigma. Um movimento que se oferece como al-
ternativa ao sistema bancário tradicional, questionando muitos de seus
dogmas e ameaçando o poder das instituições bancárias.
É natural que haja uma resistência inicial de quem não aprofundou
seu conhecimento sobre o tema. Algo que, a partir deste trabalho, reco-
mendo a todos como forma de se despirem de seus preconceitos.

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COMO DECLARAR BITCOIN E OUTROS CRIPTOATIVOS NO IMPOSTO DE RENDA

CAPÍTULO 2
Pagamento de Imposto
sobre Criptoativos

U
ma pergunta recorrente é: “Dá para evitar o pagamento de impos-
tos sobre criptoativos?”
A resposta imediata é: não.
Mas se acalme: só existe imposto de renda se houver LUCRO. Não
há incidência sobre os prejuízos.
Todo mundo acumula, aposta ou investe com algum fim, que nor-
malmente é o pecuniário. Ou quer fazer muito dinheiro, ou quer comprar
bens no futuro. No fundo, todos querem a mesma coisa: ter bons resul-
tados e ganhar dinheiro.
Então, a menos que o plano seja levar bitcoins para o caixão, não
tem como escapar das amarras da Receita Federal.
Mesmo quem quer sonegar, em algum momento poderá falhar
em permanecer oculto. Seja por ter que usar um banco ou arranjo
de pagamentos como porta de saída; seja por usar exchange na-
cional para dar vazão a essa saída; seja em uma operação p2p com
alguém que resolveu regularizar e informou a transação que fez
com você.
Pergunto: o que você vai fazer a respeito dos seus saldos em ex-
changes nacionais? Sim, porque no final de janeiro as exchanges infor-

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maram o saldo de dezembro. E se você zerou o seu saldo antes, essa
operação vai ser informada. Não tem como fugir.
E o que está no exterior? Você nunca vai querer gastar aqui? Se
pretende, a única forma de não se incomodar com a Receita é declarar
de maneira correta.
Pode ser um choque de realidade o que estou tentando dizer, mas
é melhor que ele aconteça agora, ainda em tempo de você regularizar
tudo de forma espontânea.
Além de multas, o contribuinte está sujeito, por cruzamento de in-
formações, a procedimento de malha fiscal, cobrança e fiscalização,
além de enquadramento em crimes como sonegação fiscal e evasão.

Criptomoedas no Exterior
Quem mantém criptoativos no exterior está — por enquanto — fora
do espectro de fiscalização da Receita Federal do Brasil. Tenha em
mente, porém, que no futuro poderá ser preciso trazer esses ativos crip-
tografados para o país. Lembrando que a porta de entrada e saída para
eles são sempre as exchanges nacionais.
É importante que essa informação seja levada em consideração
no momento de decidir fazer tanto a
declaração anual, como as
declarações mensais pre-
vistas na IN 1888. (Ver
capítulo 6).

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COMO DECLARAR BITCOIN E OUTROS CRIPTOATIVOS NO IMPOSTO DE RENDA

CAPÍTULO 3

Imposto de Renda:
Quem deve Declarar?

S
egundo regras contidas na Instrução Normativa RFB nº 1.924, de
19 de fevereiro de 2020, está obrigada a apresentar a Declaração
de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física referente ao
exercício de 2020, a pessoa física residente no Brasil que, no ano-ca-
lendário de 2019, se encaixa nos seguintes critérios e condições:

CRITÉRIOS CONDIÇÕES

Renda • recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma anual
foi superior a R$ 28.559,70;
• recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte,
cuja soma foi superior a R$ 40.000,00.

Ganho de capital • obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito
e operações em à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias,
bolsa de valores de futuros e assemelhadas;
• optou pela isenção do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital
auferido na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja destinado à
aplicação na aquisição de imóveis residenciais localizados no País, no prazo de 180
(cento e oitenta) dias, contados da celebração do contrato de venda, nos termos do
art. 39 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005.

Atividade rural relativamente à atividade rural:


a) obteve receita bruta anual em valor superior a R$ 142.798,50;
b) pretenda compensar, no ano-calendário de 2019 ou posteriores, prejuízos de anos-
calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2019.

Bens e direitos teve a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de 2019, de bens ou direitos,


inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00.

Condição de passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nessa condição se


residente no Brasil encontrava em 31 de dezembro de 2019.

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Dispensas e apresentação de Declaração de Ajuste
Anual do IRPF 2020
O contribuinte que, no ano-calendário de 2019, recebeu rendimen-
tos tributáveis sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma anual foi su-
perior a R$ 5 milhões, rendimentos isentos e não tributáveis, cuja soma
foi superior a R$ 5 milhões, rendimentos sujeitos à tributação exclusiva
ou definitiva, cuja soma foi superior a R$ 5 milhões, realizou pagamen-
tos de rendimentos a pessoas jurídicas ou a pessoas físicas cuja soma
foi superior a R$ 5 milhões, em cada caso ou no total, deve transmitir a
Declaração de Ajuste Anual com a utilização de certificado digital.
A pessoa física está dispensada da apresentação da declaração
desde que:
a) não se enquadre em nenhuma das hipóteses de obrigatoriedade
da tabela anterior;
b) conste como dependente em declaração apresentada por outra
pessoa física, na qual tenham sido informados seus rendimentos, bens
e direitos, caso os possua;
c) teve a posse ou a propriedade de bens e direitos, inclusive terra
nua, quando os bens comuns forem declarados pelo cônjuge ou com-
panheiro, desde que o valor total dos seus bens privativos não exceda
R$ 300.000,00, em 31 de dezembro de 2019.

AVISO:
Mesmo que não esteja obrigada, qualquer pessoa física pode apre-
sentar a declaração, desde que não tenha constado em outra declara-
ção como dependente.

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Exemplo: uma pessoa que não é obrigada, mas teve imposto sobre
a renda retido em 2019 e tem direito à restituição, precisa apresentar a
declaração para recebê-la.

O investidor de criptomoedas, então, poderá se enquadrar pratica-


mente em todas as situações (embora a relacionada à atividade rural seja
improvável). Poderá ter renda decorrente de outras atividades que extrapo-
le o limite de isenção; poderá ter ganho de capital com alienação de cripto-
moedas que é um bem; poderá ter patrimônio superior ao limite fixado para
isenção; e poderá ter passado a residir no Brasil em meio ao ano fiscal.

Entenda o Perguntão 2020


Se for um contribuinte que operou com criptomoedas, essa obri-
gatoriedade é automática, independentemente de enquadramento nas
regras gerais já citadas. É o que se conclui da resposta à pergunta nú-

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mero 445 (reproduzida mais adiante), no material elaborado pela Recei-
ta Federal conhecido como “Perguntão”.
Lendo todo o tutorial do preenchimento da declaração (são 396
páginas), cabe referir, não se encontra uma única menção a “criptomoe-
das”, “criptoativos”, ou “moedas digitais”, ou termos similares.
Por força desse silêncio, o contribuinte leigo, em um primeiro mo-
mento, será levado a crer que não se inclui em nenhum dos quesitos
para a obrigatoriedade de declarar suas criptomoedas. Porém, o con-
tribuinte mais atento, em suas pesquisas, acessará o Perguntão 2020
(Acessar aqui).
Lá no “Perguntão” ele tentará, primeiro, fazer a busca por “criptoati-
vos” (pois é o termo utilizado pela Receita Federal na IN) e não encontrará
qualquer resultado. Procurará, então, por “criptomoedas”, igualmente sem
sucesso. Então, ele poderá arriscar “moedas virtuais”. E aí, bingo! Está lá!
E que diz o Perguntão 2020?

MOEDA VIRTUAL - COMO DECLARAR


445 — As moedas virtuais devem ser declaradas?
Sim. As moedas virtuais (bitcoins, por exemplo), muito em-
bora não sejam consideradas como moeda nos termos do
marco regulatório atual, devem ser declaradas na Ficha Bens
e Direitos como “outros bens”, uma vez que podem ser equi-
paradas a um ativo financeiro. Elas devem ser declaradas
pelo valor de aquisição. Atenção: Como esse tipo de “moe-

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da” não possui cotação oficial, uma vez que não há um ór-
gão responsável pelo controle de sua emissão, não há uma
regra legal de conversão dos valores para fins tributários.
Entretanto, o contribuinte deverá guardar documentação que
comprove a autenticidade desses valores.

ALIENAÇÃO DE MOEDAS VIRTUAIS


606 — Os ganhos obtidos com a alienação de moedas “virtuais”
são tributados?
Os ganhos obtidos com a alienação de moedas virtuais (bit-
coins, por exemplo) cujo total alienado no mês seja superior
a R$ 35.000,00 são tributados, a título de ganho de capital,
segundo alíquotas progressivas estabelecidas em função do
lucro, e o recolhimento do imposto sobre a renda deve ser fei-
to até o último dia útil do mês seguinte ao da transação. O
contribuinte deverá guardar documentação que comprove a
autenticidade das operações.
Consulte as perguntas 445, 543 e 544

Vamos consultar, então. A 445 já foi a primeira. Vamos para a


543 e 544.

GANHO DE CAPITAL
OPERAÇÕES SUJEITAS À APURAÇÃO DO GANHO DE CAPITAL
543 — Quais as operações sujeitas à apuração do ganho de capi-

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