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"Não hipoteque a sua casa para comprar essas moedas virtuais", disse Ilan,
pontuando que investidores estão aplicando nas bitcoins com a pura expectativa
de vendê-las a preços mais altos no futuro. "É a típica bolha, a típica pirâmide, que
em algum momento vai deixar de subir e vai voltar [a baixar]".
Ilan alertou que as moedas virtuais em si, que registraram alta vertiginosa,
representam riscos enormes para investidores porque "não têm lastro, não tem um
banco central por trás, ninguém para defender o investidor e para regular".
Neste ano, a cotação do bitcoin, a mais conhecida das moedas virtuais, teve alta
de mais de 1.500%, chegando a uma capitalização de mercado de mais de US$
280 bilhões. Nas últimas semanas, a procura por essa e outras moedas virtuais se
tornou explosiva, com corretoras não conseguindo atender à demanda por novos
interessados. No Brasil, as maiores corretoras mostram giro na casa dos R$ 80
milhões por dia.
Depois de fazer um balanço das ações do ano, como adoção da Taxa de Longo
Prazo (TLP), do novo marco punitivo do BC, das regras para o rotativo do cartão e
da liquidação centralizada nesse mercado, Ilan anunciou que a autoridade
monetária vai fazer estudos sobre os compulsórios e disse que "precisamos
convergir para níveis inferiores".
O presidente do BC argumentou que a eventual redução dos depósitos
compulsórios não deverá competir com a ação de política monetária, já que teria
foco estrutural de longo prazo, pensando na redução do custo do crédito e do custo
administrativo dos bancos. Ao longo de 2017, o BC simplificou a forma de o
sistema cumprir as regras de recolhimento compulsórios, que estavam dispersas
por mais de 80 normativos.
O estoque desses depósitos gira em torno dos R$ 400 bilhões, algo como 6,2% do
Produto Interno Bruto (PIB), e é considerado elevado em comparação com outras
economias emergentes. Recente trabalho para discussão, publicado no site do BC,
mostrou que alíquota média no Brasil ficou ao redor de 23% do total de depósitos
sujeitos ao recolhimento (à vista, a prazo, poupança e adicionais) entre 2008 e
2015, enquanto a média dos demais emergentes foi de 15%, e dos países
desenvolvidos fica em 5%. O estudo também mostrou que a redução da alíquota
de compulsório tem impacto duas vezes maior sobre a oferta de crédito do que
quando se faz um aumento dessas mesmas alíquotas.
Ilan anunciou ainda que o BC vai trabalhar para diminuir o custo do cartão de
débito, sem dar detalhes das possíveis mudanças. A ideia é estimular o uso do
débito, que ainda segue restrito a operações de baixo valor, reduzindo o uso de
cheques e dinheiro vivo.
“Não vai mais ter app do Bradesco ou Itaú em até dois anos”, diz presidente
do Banco Central
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que o Open
Finance, sistema que vai permitir o compartilhamento de informações financeiras
dos clientes, deve acabar com a necessidade de os usuários terem aplicativos de
diferentes bancos brasileiros.
"Em até um ano e meio, dois anos, não terá mais app de Bradesco, Itaú. Será um
app agregador que, pelo Open Finance, vai dar acesso a todas as contas", disse
no evento da MBA Brasil, organizado por estudantes brasileiros, em Chicago.
Segundo ele, a aceitação dos brasileiros ao Open Finance foi rápida, com algo
entre 50 a 60 milhões de pessoas aderindo ao sistema mesmo antes de ter acesso
aos benefícios da inovação. "Open Finance gera portabilidade e comparabilidade
em tempo real. O nosso é o mais amplo e programável do mundo", enfatizou.
"Se o Pix só substituísse Ted e Doc, teríamos falhado. Eu sempre disse que os
bancos não iriam perder dinheiro com o Pix. Hoje, os bancos estão super
empolgados em fazer mais coisas no Pix", disse Campos Neto. Segundo ele, os
bancos entenderam a inovação por trás do Pix e tiveram uma adesão
"surpreendente".
O Pix, por exemplo, vai se conectar com o Drex, a moeda digital brasileira. Além
disso, a ferramenta de pagamento instantânea é programável e, por isso, permite
inserir diversas novas funcionalidades.
Disponível em:
https://economia.uol.com.br/noticias/estadaoconteudo/2023/11/11/nao-vai-mais-
ter-app-do-bradesco-ou-itau-em-ate-dois-anosdiz-campos-neto.htm. Acesso em
24 de Dezembro de 2023.