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Abstract: This article aims to present the requirements of substation networks compared to industrial
automation networks, presenting solutions and good practices for the integration between these networks,
in addition to the additional cybersecurity precautions that the integration between networks requires. In
addition, the article addresses specific tools for managing electrical system data, and how to make this
data available in an integrated industrial management system, allowing the analysis and correlation of
electrical data with other industrial process data.
Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar os requisitos de redes de subestações em comparação
às redes de automação industrial, apresentar soluções e boas práticas para a integração entre estas redes,
além das precauções adicionais com segurança cibernética que a integração entre as redes exige. Além
disso, o artigo aborda ferramentas específicas para gerenciamento de dados do sistema elétrico, e como
disponibilizar estes dados em um sistema integrado de gestão industrial, permitindo assim a análise e
correlação de dados de elétrica com demais dados do processo industrial.
Keywords: Automation networks, industrial management, information security, cyber security.
Palavras-chaves: Redes de automação, gestão industrial, segurança da informação.
Ao mesmo tempo, a utilização de redes Ethernet no sistema Dentre estes, destacam-se conceitos que estão diretamente
elétrico tem se expandido, e sua função ficando cada vez relacionados com o tema deste artigo.
mais crítica. Atualmente, as redes de subestações são
Integração Horizontal e Vertical dos Sistemas: A integração
responsáveis pelo transporte de informações críticas que
entre redes do sistema elétrico e automação industrial
estão diretamente vinculadas ao funcionamento e
possibilitam a convergência de todas as informações para
desempenho do sistema de proteção.
sistemas de gerenciamento centralizados para análise de
A convergência das redes para o padrão Ethernet traz muitos dados e tomadas de decisões.
benefícios e facilita a integração das redes. Entretanto,
Internet das Coisas: Conceito diretamente relacionado à
precauções devem ser tomadas para evitar que uma rede
conectividade entre os dispositivos, permitindo o acesso aos
prejudique a outra, em termos de disponibilidade e segurança
dados e controle em todo o processo produtivo.
da informação.
Big Data e Data Analytics: A integração dos dados permite
Este trabalho apresenta os requisitos e papéis destas duas
aplicação de sistemas inteligentes capazes de identificar
redes e apresenta boas práticas para interligação entre elas,
garantindo as características individuais destas redes e
falhas no processo e tomar decisões em tempo real A norma IEC 61850 não é, portanto, um protocolo, mas
melhorando a eficiência do processo. define um conjunto de protocolos a serem utilizados em
subestações, sendo estes apresentados na Fig. 01.
Segurança Cibernética: A integração e a conectividade entre
as redes exigem um cuidado maior em relação aos aspectos
de segurança cibernética.
Automação de Automação
Subestações Industrial
Supervisão,
Supervisão, automação
Aplicação automação, controle
e controle.
e proteção.
Requisito de Exige maior Requisitos de tempo
tempo velocidade. menos rígidos.
Requisitos de IEC 61850-3 Não atendem requisitos
hardware e IEEE 1613. para subestações.
Estampa de
Estampa de tempo Geralmente não
tempo dos
(Timestamp) < 1ms. possuem Timestamp.
eventos
Fig. 02: Níveis definidos na IEC 61850.
IEC 61850 (MMS,
Modbus, Ethernet/IP,
Protocolos GOOSE), DNP3,
DeviceNet, etc. 4.1 GOOSE (Generic Object Oriented Substation Event)
IEC60870-5, etc.
O protocolo GOOSE foi concebido especificamente para
4. AUTOMAÇÃO DE SUBESTAÇÕES: IEC 61850 aplicações em subestações, como o próprio nome sugere,
entretanto, cada protocolo tem uma função específica dentro
A norma IEC 61850 é certamente a principal referência para do sistema.
automação de subestações. Ela foi concebida com o intuito de
Conforme ilustrado na Fig. 02, o protocolo GOOSE é
estabelecer diretrizes para a modelagem virtual de
responsável pela comunicação entre os IED’s, a qual é
subestações, padronizar os métodos de comunicação entre os
chamada de comunicação horizontal, visto que as mensagens
dispositivos, além de definir os requisitos de desempenho do
permanecem no mesmo nível.
sistema.
As mensagens GOOSE possuem requisitos de tempo bastante Este esquema garante a confiabilidade da comunicação, pois
rígidos, pois geralmente estão associadas a aplicações críticas caso a primeira mensagem não chegue ao seu destino por
e substituem cabos de controle. algum motivo, as transmissões subsequentes terão uma
grande probabilidade de alcançar o destino. Na
Em vista disso, o protocolo GOOSE é mapeado diretamente implementação de um fabricante, T1 = T2 = 4 ms e T3 =
na camada de enlace, o que proporciona maior velocidade na 8ms, são valores típicos.
comunicação.
Alguns exemplos de aplicação de GOOSE incluem: Trip, 4.2 MMS (Manufacturing Message Specification)
intertravamentos, falha de disjuntor, seletividade lógica, etc.
O MMS é um protocolo de comunicação mapeado na camada
Um exemplo típico na indústria onde a necessidade da de aplicação, de acordo com o modelo de comunicação OSI e
velocidade fica evidente é a aplicação de GOOSE para possui função análoga aos protocolos DNP-3 e IEC 60870-5-
atuação da proteção contra arco elétrico, onde o trip deve ser 101/104, ou seja, supervisão, controle e aquisição de dados.
enviado ao dispositivo à montante (Vide Fig. 03). Neste
contexto, cada milissegundo é relevante pois qualquer atraso Ele é definido pela norma ISO 9506 e foi adotado pela IEC
na atuação da proteção tem impacto significativo no cálculo 61850, diferente dos protocolos GOOSE e SV (Sampled
da energia incidente. Values), que foram concebidos especificamente para redes de
subestação.
Conforme ilustrado na Fig. 2, o protocolo MMS é
responsável pela comunicação dos IED’s com o nível de
estação, portanto, é chamada de comunicação vertical.
Tais mensagens não estão associadas ao funcionamento e
desempenho do sistema de proteção, portanto, possuem
requisitos de tempo menos rígidos. Apesar de não exigir alta
velocidade, a precisão na estampa de tempo é fundamental
para análise de ocorrências no sistema elétrico. Este assunto é
abordado com detalhes em 5.5.
Fig. 05: Definição de Transfer Time (IEC 61850-5:2013). Devido à semelhança na nomenclatura, os termos Ethernet IP
e EtherNet/IP são primeiramente definidos:
REFERÊNCIAS