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Uma análise desse tipo não visa a e não serve para, naturalmente, validar a
perspectiva de uma crise “catastrófica” do capitalismo; e, de resto, uma
polêmica no terreno da profecia, nesses termos, só serviria para paralisar e
esterilizar a ação do movimento de classe. Apenas com essa análise se chega à
conclusão da existência de certas condições reais e ao reconhecimento
da tendência do desenvolvimento implicada nelas, e à conclusão de que é no
âmbito dessas condições de dessa tendência que o movimento operário deve
agir.
À luz dessas considerações, se mostra, portanto, como completamente abstrata
e irreal (especificamente hoje na Itália) a tese segundo a qual: a) o movimento
de classe deveria, substancialmente, se limitar a dar seu apoio à classe
capitalista (ou a grupos burgueses determinados) na construção de um regime
de democracia burguesa completa; b) o movimento de classe deveria,
substancialmente, substituir a classe capitalista e assumir por sua própria
conta a construção de um regime de democracia burguesa completa.
Inversamente, as contradições que atravessam hoje a sociedade italiana, o
peso que os monopólios tem assumido e tendem cada vez mais a assumir, a
contradição entre o desenvolvimento tecnológico e as relações capitalistas de
produção, a fraqueza da burguesia como classe nacional, conduziram o
movimento operário a confrontar juntas tarefas de natureza distinta; a lutar ao
mesmo tempo por reformas que tem um conteúdo burguês e por reformas que
tem um conteúdo socialista. No plano político, isso significa que a força
dirigente do desenvolvimento democrático na Itália é a classe operária e sob a
sua direção é possível realizar o único sistema de alianças eficientes com os
intelectuais, os camponeses e com os grupos da pequena e média produção
burguesa. É esse o sistema de alianças e o tipo de direção que correspondem
às perspectivas reais.