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Os valores do Reino de Deus

A relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo

Lição 8:Sendo verdadeiros


TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em

cujo espírito não há engano.” (Sl 32.2).

VERDADE PRÁTICA

Jesus chamou de hipócritas as pessoas que praticam boas ações, não por

compaixão ou outros bons motivos, mas para obter glória diante dos

homens.

LEITURA DIÁRIA

Quarta— 1Pe 2.1-3

Abandonem a hipocrisia

Quinta — Ef 4.25

Falai a verdade

Sexta — Pv 26.23-28

Os lábios amistosos podem ocultar um coração mal


Sábado — 1Jo 1.6

Quem anda nas trevas não pratica a verdade

Domingo — Mt 23.27,28

Jesus condena a hipocrisia

Segunda — Tg 3.13-18

A sabedoria do alto não tem hipocrisia

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 6.1-4.

1 — Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes

vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos

céus.

2 — Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti,

como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados

pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.

3 — Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz

a tua direita,

4 — para que a tua esmola seja dada ocultamente, e teu Pai, que vê em

secreto, te recompensará publicamente.


INTRODUÇÃO

O ensinamento de Jesus no Sermão do Monte tem o objetivo de fazer


com que sejamos seguidores de Cristo comprometidos com os valores do
Reino de Deus. Uma consequência de quem vive esses valores é buscar ser
aprovado por Deus, e não aplaudido pelos homens, além de vigiar contra a
hipocrisia (Lc 12.1). Nesta lição, veremos que Deus condena a hipocrisia de
pessoas que praticavam boas ações, não por compaixão ou outros bons
motivos, mas para obter glória diante dos homens.

I. O ATO DE DAR ESMOLAS E A HIPOCRISIA

1. Definição de hipócrita. No grego, a palavra para “hipócrita” significa


“alguém que interpreta um papel”, um personagem em uma obra teatral. O
uso desta palavra no Evangelho de Mateus caracteriza o hipócrita como uma
pessoa cujos atos pretendem impressionar os observadores (6.1-3,16-18);
cujo foco está nos enfeites, e não nas questões centrais da fé; e cuja
conversa espiritual esconde motivos corruptos. Em Mateus 6, o hipócrita está
em contraste com a pessoa de fé, cujo relacionamento com Deus é
“secreto”.
O grande desejo do hipócrita é sempre o de aparecer exteriormente, mas
o problema é que o lado interno, sua verdadeira natureza, não é revelado.
Ninguém sabe o que há no íntimo do ser humano; somente Cristo, que
conhece a natureza humana (Jo 2.25). O cristão que deseja vencer a
hipocrisia tem de ter seu coração preenchido pelo amor de Cristo. Com esse
amor real no coração, não há como o cristão praticar uma coisa e
interiormente ser de outra forma (Mt 5.48).
2. A justiça pessoal. Por intermédio da “justiça pessoal”, os discípulos
de Jesus deveriam viver diferentemente dos fariseus, os quais projetavam,
em suas práticas religiosas, mostrar ao público sua “grande” espiritualidade.
Foi nesse particular que Jesus disse: “Guardai-vos de fazer a vossa esmola
diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão
junto de vosso Pai, que está nos céus” (Mt 6.1).
Os discípulos de Cristo, que vivem seus ensinos, são conscientes de que
nenhum ato de justiça pode ser praticado com a intenção de glorificação
pessoal. Tudo o que fizermos deve ser para a glória de Deus (1Co 10.31; Cl
3.17; 1Pe 4.11). Tomemos todo o cuidado, pois a tentação de exibir a justiça
pessoal poderá surgir em nossos atos piedosos de oração, jejum e oferta.
3. As três práticas da ética cristã. O apóstolo Tiago falou que a religião
verdadeira tem como marca o serviço ao próximo, que também é um culto a
Deus (Tg 1.27). Jesus deixa claro que nesse serviço cristão não podem faltar
a oferta, a oração e o jejum. Porém, no seu ensino, o propósito desses
serviços piedosos não poderia ser deturpado, como fizeram os escribas e
fariseus. Interessante observar que as três práticas da ética do serviço
cristão envolvem nossos bens (oferta), nosso espírito (oração) e nosso corpo
(jejum), e são direcionadas a Deus, ao próximo e a nós mesmos.
A oração, o jejum e a oferta são atos piedosos que, quando praticados
com sinceridade e verdade, têm o reconhecimento do Senhor. Por outro
lado, Jesus nos ensina que a religião sensacionalista e espetacular do
dissimulado religioso perverte a piedade, afinal, sua intenção é somente
enganar e buscar os aplausos humanos. Tal procedimento jamais é adotado
por um seguidor de Jesus, pois sabe que a prática de atos justos é somente
com a finalidade de glorificar a Deus.
II. AUXILIANDO O PRÓXIMO SEM ALARDE

1. Qual é a motivação do teu coração? A prática da generosidade para


com alguém é bíblica e há tempos estava presente na Lei de Deus (Lv
23.10,11; 19.10; Dt 15.7-11; Jr 22.16; Am 2.6,7; Dn 4.27), como também nos
ensinos de Jesus (Lc 6.36,38; Lc 21.1-4; Jo 13.29; Gl 6.2). O verbo hebraico
para generosidade é gamal, que significa “resolver completamente,
recompensar, repartir, fazer algo para alguém, agir generosamente”.
Teologicamente, a generosidade expressa gratidão por algum benefício
recebido. É preciso, porém, entender que, às vezes, aparentemente uma
pessoa pode demonstrar um ato de generosidade com motivos errados, pois
a mão pode dar uma oferta, um presente, mas a motivação oculta do
coração pode ser outra.
O crente deve buscar ser sincero na sua contribuição, fazendo isso na
íntima satisfação de sua mente e no Espírito de Cristo, pois Ele sabe a
motivação do seu coração quando estende as mãos para dar (Mt 9.4; 12.25;
22.18; Jo 16.19).
2. O que buscamos quando auxiliamos o próximo? O discípulo de
Cristo não busca se promover quando se dispõe a ser generoso para com o
próximo, não tem interesse em chamar a atenção de ninguém. Todavia, a
sua beneficência e generosidade são atos piedosos praticados como partes
essenciais da religião pura para com Deus, que é cuidar dos órfãos e das
viúvas (Tg 1.27; Mt 25.36; 1Tm 5.2), tomando Cristo como exemplo maior, o
qual andou por todas as partes fazendo o bem (At 10.38). Agir dessa
maneira é sinal de que realmente o Evangelho de Cristo tem influência em
sua vida.
Jesus adverte a respeito de qualquer um que aja em busca de receber os
louvores dos outros, ou transforme atos piedosos em atos profanos. Quem
age dessa maneira sempre será visto por Jesus como um hipócrita. Nossa
religiosidade nunca deve ser para orgulho pessoal e desprezo dos outros,
pois, procedendo dessa maneira, estaremos no mesmo nível dos fariseus.
Nosso Senhor deixou claro que nossa justiça deve ultrapassar a deles; caso
não seja assim, não teremos parte no seu Reino (Mt 5.20).
3. A maneira de ofertar segundo Jesus. No ato de ofertar, devemos ter
todo o cuidado necessário para não buscar louvores ou não louvarmos a nós
mesmos. Quando ofertamos, não devemos “tocar trombetas”. É claro que a
referência que Jesus fez a esse toque foi metafórica, que quer dizer tornar
público. Quanto à forma correta de se ofertar, Jesus disse que isso deve ser
feito de duas maneiras: primeiro, sem alarde público; segundo, essa doação
deve ser voluntária e discreta.

III. DEUS CONTEMPLA O BEM QUE REALIZAMOS

1. O Deus que tudo vê. Um dos atributos divinos é a onisciência. Deus é


descrito nas páginas das Sagradas Escrituras como aquEle que tudo vê.
Para Ele não existe surpresa nem o desconhecido (Gn 14). Nada pode
escapar da onisciência divina (Gn 16.13; Sl 139; Mt 10.30; Hb 4.13; Jo
21.17). Seria triste demais para nós servirmos a um Deus que não tem o
controle das coisas nem sabe o que vai acontecer. O que nos dá segurança
é que até aquilo que vamos pedir Ele já sabe (Mt 6.8).
2. O Deus que recompensa. O nosso Deus contempla tudo, em especial
o bem que fazemos. O escritor da Carta aos Hebreus diz que nosso Deus
“não é injusto para se esquecer da nossa obra e do trabalho da caridade que
foi mostrado para com o seu nome” (Hb 6.10; Mt 10.42; Jo 13.20). Já quando
os homens aplaudem qualquer ação feita por outros homens, eles não
conhecem a causa, o motivo que os impeliu a tal ação, pois veem somente
aquilo que lhes foi manifestado exteriormente. O Senhor, pelo contrário, vê o
que está no coração (1Sm 17), não necessitando de qualquer amostra
exterior para chamar a sua atenção (Mt 6.4,6,18).
Quando um crente procura fazer algo apenas para que outras pessoas
vejam, está desprezando os ensinos verdadeiros de Cristo, que
especificamente afirmou que nada deve ser feito para receber aplausos dos
homens. Ademais, ainda age como se Deus não estivesse atento a tudo o
que ele faz. Os verdadeiros servos do Senhor são conscientes de que quem
recompensa é Deus, por isso praticam suas obras no anonimato, em
secreto, por amor ao Pai e por sempre quererem agradá-lo em tudo.
O salvo em Cristo deve lembrar de que Deus irá recompensar cada um
segundo de seu procedimento. Portanto, é sempre bom fazer o bem (Pv
3.27; Rm 2.7), lembrando de que aquele que sabe fazer o bem e não o faz,
está pecando (Tg 4.17).

CONCLUSÃO

Por meio de Jesus, ficamos cientes de que Ele deseja que andemos na
verdade, sejamos honestos e que a nossa justiça ultrapasse a deles (Mt
5.20) em todos os aspectos, sem jamais buscar a exibição.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que caracteriza a palavra “hipócrita” no Evangelho de Mateus?

2. Quais são os três grandes deveres cristãos?

3. De acordo com o ensino de Jesus, qual é a nossa forma correta de

ofertar?

4. Quais são as partes essenciais da religião pura para com Deus?

5. Qual atributo divino foi destacado na lição?

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