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TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há
engano” (SI 32.2)

VERDADE PRÁTICA

Jesus chamou de hipócritas as pessoas que praticam boas ações, não por compaixão ou outros
bons motivos, mas para obter glória diante dos homens.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 6.1-4

1 – Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás,
não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.

2 – Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os
hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos
digo que já receberam o seu galardão.

3 – Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita,

4 – para que a tua esmola seja dada ocultamente, e teu Pai, que vê em secreto, te
recompensará publicamente.

Hinos Sugeridos: 324, 432, 438 da Harpa Cristã

INTRODUÇÃO

O ensinamento de Jesus no Sermão do Monte tem o objetivo de fazer com que sejam os
seguidores de Cristo comprometidos com os valores do Reino de Deus. Uma consequência de
quem vive esses valores é buscar ser aprovado por Deus, e não aplaudido pelos homens, além
de vigiar contra a hipocrisia (Lc 12.1). Nesta lição, veremos que Deus condena a hipocrisia de
pessoas que praticam boas ações, não por compaixão ou outros bons motivos, mas para obter
glória diante dos homens..

Palavra-Chave: VERDADE

1 – O ATO DE DAR ESMOLAS E A HIPOCRISIA

1- Definição de hipócrita. No grego, a palavra para “hipócrita” significa “alguém que interpreta
um papel”, um personagem em uma obra teatral. O uso desta palavra no Evangelho de Mateus
caracteriza o hipócrita como uma pessoa cujos atos pretendem impressionar os observadores
(6.1-3,16-18); cujo foco está nos enfeites, e não nas questões centrais da fé; e cuja conversa
espiritual esconde motivos corruptos. Em Mateus 6, o hipócrita está em contraste com a
pessoa de fé, cujo relacionamento com Deus é “secreto”. O grande desejo do hipócrita é
sempre o de aparecer exteriormente, mas o problema é que o lado interno, sua verdadeira
natureza, não é revelado. Ninguém sabe o que há no íntimo do ser humano; somente Cristo,
que conhece a natureza humana (Jo 2.25). O cristão que deseja vencer a hipocrisia tem de ter
seu coração preenchido pelo amor de Cristo . Com esse amor real no coração, não há como o
cristão praticar uma coisa é interiormente ser de outra forma (Mt 5.48).

2- A justiça pessoal. Por intermédio da “justiça pessoal”, os discípulos de Jesus deveriam viver
diferentemente dos fariseus, os quais projetavam, em suas práticas religiosas, mostrar ao
público sua “grande” espiritualidade. Foi nesse particular que Jesus disse: “Guardai-vos de
fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão
junto de vosso Pai, que está nos céus” (Mt 6.1). Os discípulos de Cristo, que vivem seus
ensinos, são conscientes de que nenhum ato de justiça pode ser praticado com a intenção de
glorificação pessoal. Tudo o que fizermos deve ser para a glória de Deus (1 Co 10.31; Cl 3.17; 1
Pe 4.11). Tomemos todo o cuidado, pois a tentação de exibir a justiça pessoal poderá surgir em
nossos atos piedosos de oração, jejum e oferta.

3- As três práticas da ética cristã. O apóstolo Tiago falou que a religião verdadeira tem como
marca o serviço ao próximo, que também é um culto a Deus (Tg 1.27). Jesus deixa claro que
nesse serviço cristão não podem faltar a oferta, a oração e o jejum. Porém, no seu ensino, o
propósito desses serviços piedosos não poderia ser deturpado, como fizeram os escribas e
fariseus. Interessante observar que as três práticas da ética do serviço cristão envolvem nossos
bens (oferta), nosso espírito (oração) e o nosso corpo (jejum), e são direcionadas a Deus, ao
próximo e a nós mesmos. A oração, o jejum e a oferta são atos piedosos que, quando
praticados com sinceridade e verdade, têm o reconhecimento do Senhor. Por outro lado, Jesus
nos ensina que a religião sensacionalista e espetacular do dissimulado religioso perverte a
piedade, afinal, sua intenção é somente enganar e buscar os aplausos humanos. Tal
procedimento jamais é adotado por um seguidor de Jesus, pois sabe que a prática de atos
justos é somente com a finalidade de glorificar a Deus.

II – AUXILIANDO O PRÓXIMO SEM ALARDE

1- Qual é a motivação do teu coração? A prática da generosidade para com alguém é bíblica e
há tempos estava presente na Lei de Deus (Lv 23.10,11; 19.10; Dt 15.711; Jr 22.16; Am 2.6,7;
Dn 4.27), com o também nos ensinos de Jesus (Lc 6.36,38; Lc 21.1-4 ; Jo 13.29; Gl 6.2). O verbo
hebraico para generosidade é gamai, que significa “resolver completamente, recompensar,
repartir, fazer algo para alguém, agir generosamente”. Teologicamente, a generosidade
expressa gratidão por algum benefício recebido. É preciso, porém, entender que, às vezes,
aparentemente uma pessoa pode demonstrar um ato de generosidade com motivos errados,
pois a mão pode dar uma oferta, um presente, mas a motivação oculta do coração pode ser
outra. O crente deve buscar ser sincero na sua contribuição, fazendo isso na íntima satisfação
de sua mente e no Espírito de Cristo, pois Ele sabe a motivação do seu coração quando
estende as mãos para dar (Mt 9.4; 12.25; 22.18; Jo 16.19).
2- O que buscamos quando auxiliamos o próximo ? O discípulo de Cristo não busca se
promover quando se dispõe a ser generoso para com o próximo, não tem interesse em chamar
a atenção de ninguém. Todavia, a sua beneficência e generosidade são atos piedosos
praticados com o partes essenciais da religião pura para com Deus, que é cuidar dos órfãos e
das viúvas (Tg 1.27; Mt 25.36; 1 Tm 5.2), tomando Cristo com o exemplo maior, o qual andou
por todas as partes fazendo o bem (At 10.38). Agir dessa maneira é sinal de que realmente o
Evangelho de Cristo tem influência em sua vida. Jesus adverte a respeito de qualquer um que
aja em busca de receber os louvores dos outros, ou transforme atos piedosos em atos
profanos. Quem age dessa maneira, sempre será visto por Jesus como um hipócrita. Nossa
religiosidade nunca deve ser para orgulho pessoal e desprezo dos outros, pois, procedendo
dessa maneira, estaremos no mesmo nível que os fariseus. Nosso Senhor deixou claro que
nossa justiça deve ultrapassar a deles; caso não seja assim, não teremos parte no seu Reino
(Mt 5.20).

3- A maneira de ofertar segundo Jesus. No ato de ofertar, devemos ter todo o cuidado
necessário para não buscar louvores ou não louvarmos a nós mesmos. Quando ofertamos, não
devemos “tocar trombetas”. É claro que a referência que Jesus fez a esse toque foi metafórica,
que quer dizer tornar público. Quanto à forma correta de se ofertar, Jesus disse que isso deve
ser feito de duas maneiras: primeiro, sem alarde público; segundo, essa doação deve ser
voluntária e discreta

III – DEUS CONTEMPLA O BEM QUE REALIZAMOS

1- O Deus que tudo vê. Um dos atributos divinos é a onisciência. Deus é descrito nas páginas
das Sagradas Escrituras como aquEle que tudo vê. Para Ele não existe surpresa nem o
desconhecido (Gn 14). Nada pode escapar da onisciência divina (Gn 16,13; SI 139; Mt 10.30;
Hb 4.13; Jo 21.17). Seria triste demais para nós servimos a um Deus que não tem o controle
das coisas nem sabe o que vai acontecer. O que nos dá segurança é que até aquilo que vamos
pedir Ele já sabe (Mt 6.8).

2- O Deus que recompensa. O nosso Deus contempla tudo, em especial o bem que fazemos. O
escritor da Carta aos Hebreus diz que nosso Deus “não é injusto para se esquecer da nossa
obra e do trabalho da caridade que foi mostrado para com o seu nome” (Hb 6.10; Mt 10.42; Jo
13.20). Já quando os homens aplaudem qualquer ação feita por outros homens, eles não
conhecem a causa, o motivo que os impeliu a tal ação, pois veem somente aquilo que lhes foi
manifestado exteriormente. O Senhor, pelo contrário, vê o que está no coração (1 Sm 17), não
necessitando de qualquer amostra exterior para chamar a sua atenção (Mt 6.4,6,18).
Quando um crente procura fazer algo apenas para que outras pessoas vejam, está
desprezando os ensinos verdadeiros de Cristo, que especificamente afirmou que nada deve ser
feito para receber aplausos dos homens. A demais, ainda age como se Deus não estivesse
atento a tudo o que ele faz. Os verdadeiros servos do Senhor são conscientes de que quem
recompensa é Deus, por isso praticam suas obras no anonimato, em secreto, por amor ao Pai e
por sempre quererem agradá-lo em tudo. O salvo em Cristo deve lembrar de que Deus irá
recompensar cada um segundo de seu procedimento. Portanto, é sempre bom fazer o bem (Pv
3.27; Rm 2.7), lembrando de que aquele que sabe fazer o bem e não o faz, está pecando (Tg
4.17).

CONCLUSÃO

Por meio de Jesus, ficamos cientes de que Ele deseja que andemos na verdade, sejam os
honestos que a nossa justiça ultrapasse a eles (Mt 5.20) em todos os aspectos, sem jamais
buscar a exibição.

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