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NOTAS SOBRE A FORMAÇÃO

SOCIAL DO NORDESTE*

Denis de Mendonça Bernardes

A expressão Região Nordeste, ou, simplesmente


Nordeste, possui, atualmente, signifi cados já muito
cristalizados que evocam uma série de imagens, tanto
das suas características geográfi - cas, quanto culturais,
sociais e econômicas. Entre as primei ras, podemos citar
elementos da paisagem que incluem des de o recorte
litorâneo com suas praias e seus remanescentes
coqueirais, até a paisagem mais seca do agreste e,
sobretudo, a do sertão, com sua vegetação símbolo,
formada pelas cactá ceas e seus tipos humanos, entre o
quais sobressai o vaqueiro
com sua vestimenta de couro e sua pele curtida pelo sol1.
No plano cultural, as imagens do Nordeste, dentro e fora
da região estão cada vez mais marcadas pelas manifes
tações da chamada cultura popular: maracatu,
bumba-meu-

*
A literatura sobre o Nordeste e sobre a Questão regional é, como sabido,
imensa. As in dicações aqui feitas estão longe de esgotá-la e registram, apenas,
uma pequena parte dela, sem, contudo, desconsiderar a importância do que
não foi possível citar.
1
Uma vasta produção geográfi ca registrou esses aspectos da paisagem da
região. Um genial trabalho, originalmente jornalístico, e um grande romance,
cada um deles considerado, com razão, clássico, tiveram e continuam tendo
uma profunda infl uência na formação de algumas imagens que impregnaram e
impregnam as idéias associadas ao Nordeste: Os sertões (1902), de Euclides
da Cunha e Vidas Secas (1939), de Graciliano Ramos.

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