Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
M
Ó 7 Segunda fase do Modernismo (Geração de 30) – Prosa » 1
D 8 Segunda fase do Modernismo (Geração de 30) – Poesia » 2
U 9 Terceira fase do Modernismo (Geração de 45) » 4
L Atividades discursivas » 5
O
S
Módulo 7
Segunda fase do Modernismo
(Geração de 30) – Prosa
ATIVIDADES
PROPOSTAS
ATIVIDADES
PARA SALA 01 E
Nas narrativas da velha Totonha, misturam-se elementos
da literatura e da cultura europeia universalizada, como a
01 C
personagem Barba-Azul, e marcas da realidade local, como
A temática central de A bagaceira, de José Américo de engenhos, rios e florestas do Brasil. Essa junção caracteriza
Almeida, publicado em 1928, iniciando o romance regio- a cultura brasileira, que, na sua formação, foi influenciada
nalista moderno, é a seca e suas consequências, apresen- tanto por aspectos eruditos quanto populares.
tando os problemas e a triste realidade das personagens
na estiagem, que também enrudece as relações humanas.
02 C
Pré-Vestibular – Livro 3 1
PARA SALA
montável”, formado por partes, pode se relacionar com a
ATIVIDADES
existência fragmentada das personagens, que são marca-
das pela desigualdade social e pela seca.
01 C
08 A Por meio do recurso da intertextualidade, que é a citação
Pedro Bala, protagonista do romance, assim como outras direta ou indireta de um texto em outro, Orides Fontela recria
personagens de Jorge Amado, ao longo da narrativa, o “Poema de sete faces”, de Carlos Drummond de Andrade,
adquire consciência social. Ele lidera um bando de mole- mostrando, como no texto primeiro, a relação entre a poesia
ques nas areias de Salvador, que depois, na juventude, entra e a vida, principalmente a incapacidade da linguagem poé-
na luta política armada. No trecho selecionado, ele reflete, tica de solucionar os problemas da realidade. A poeta, em
na prisão, sobre o valor da liberdade individual e social. seus versos, diz o mesmo que Drummond (“Se eu me cha-
masse Raimundo/ seria uma rima, não seria uma solução”),
09 D apontando para a questão da falta, da ausência que ocorre
A saga da família de Fabiano é cheia de adversidades e pri- na representação literária. A literatura parte do real, mas não
vações, marcada por acontecimentos que ora desanimam é o real propriamente, por isso não pode oferecer resolução
os retirantes, ora dão novo vigor em seu empreendimento. imediata para os dilemas da vida.
10 C 02 D
O trecho evidencia a aproximação de Fabiano com o Os versos de “Teresa”, de Manuel Bandeira, apresentam a
mundo animal, como se vê na identificação com o cavalo figura feminina sem nenhuma idealização, distanciando-se
(“Montado, confundia-se com o cavalo, guardava-se a da visão da mulher impassível apresentada no poema de
ele”) e na utilização de sons onomatopaicos, geralmente Vinicius de Moraes. O eu lírico vê Teresa de modo dispara-
empregados para se dirigir aos bichos: “Às vezes utilizava tado, com a cara que parecia uma perna.
nas relações com as pessoas a mesma língua com que se
dirigia aos brutos – exclamações, onomatopeias”. 03 A
2 Pré-Vestibular – Livro 3
05 A 04 C
As afirmações corretas são I e III, pois o poema é uma paró- O uso da conjunção e, que funciona como uma conjunção
dia de “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. O poema adversativa, oferece às frases um sentido de oposição, visto
da questão faz uma crítica sutil ao estado cultural atrasado que confronta duas informações. Desse modo, a grandeza
e alienado do Brasil, que copiava manifestações culturais do mundo, do mar e do amor se contrapõe à pequeneza da
do estrangeiro. janela, da cama e do “breve espaço de beijar”.
06 B 05 B
A primeira afirmação é verdadeira, pois este é um recurso No poema de Vinicius de Moraes, o nacionalismo, tema
oriundo da poesia modernista que rompe com a poesia tra- constante na literatura brasileira principalmente após o
dicional, que era apegada às regras gramaticais e não rompia Romantismo, particulariza-se por apresentar uma pers-
pectiva intimista, subjetiva sobre o país, que se singulariza
com a linearidade da disposição das palavras no espaço do
não mais por suas belezas ou riquezas naturais, como mos-
papel. Os poetas das “torres de ametista” são uma referên-
tram o segundo e o terceiro versos (“Não à pátria amada
cia aos poetas parnasianos e simbolistas que pregavam a
de verdes mares bravios, a mirar em/ berço esplêndido o
ideia da arte pela arte, que procuravam lidar somente com a
esplendor do Cruzeiro do Sul;”), mas sim pelas lembranças
poesia e que não se engajavam muito em relação às questões
e pelos acontecimentos da vida cotidiana.
sociais de seu contexto. Por fim, mesmo o eu lírico afirmando
que está sufocado no exílio, ele não aponta problemas do
06 B
país, ele elenca características não romantizadas.
A canção “Carta ao Tom 74”, de Vinicius de Moraes e
PROPOSTAS
Toquinho, apresenta marcas do gênero textual carta, pos-
ATIVIDADES sibilitando que a voz poética e seu interlocutor, no caso
Tom Jobim, compartilhem, com nostalgia, informações
sobre o passado e sobre as mudanças ocorridas no Rio de
01 A Janeiro, transformações que dificultaram a permanência
O verbo beber é metaforizado no conto “Aquele bêbado”, do amor pela cidade.
de Carlos Drummond de Andrade. Uma das acepções
do verbo recuperada logo no início do texto, que é a de 07 B
ingerir bebida alcoólica, é modificada pelo narrador, assu- Por meio da valorização da palavra, que dá “todo o sen-
mindo o sentido de aproveitar, absorver. Esse novo signi- tido da vida”, a voz poética discorre sobre o poder da lin-
ficado gera um efeito irônico na narrativa, visto que a per- guagem, que pode exprimir tanto o amor quanto servir
sonagem ainda cultivava o excesso, não pelo álcool, mas para matar, sendo assim mais poderosa que o aço. A pala-
pela “ingestão” sem limites de obras de arte e de beleza, vra, no poema, é, de modo ambíguo, um dos “venenos
sendo sua morte ocasionada por uma bebedeira de pôr humanos”, visto que traz em si a perdição e a salvação.
do Sol no bairro do Leblon.
08 B
O contexto social evidenciado pela voz poética é marcado
02 A pela preservação, pela permanência da ancestralidade
No poema, a voz poética apresenta, de modo crítico, a africana. As novas gerações podem tentar apagar essa
variação linguística em situações formais e informais. A for- memória, simbolizada na cor da pele, mas não consegui-
malidade é apresentada nas aulas de português, nas quais rão extinguir sua “alma”, como diz o poema, evidente na
o uso anterior das palavras, apresentadas e compreen- resistência da cultura negra na sociedade branca.
didas no contexto de informalidade, cede lugar para as
“figuras de gramática”, levando o eu poético a afirmar que 09 A
já não conhece mais sua língua cotidiana por causa das Nota-se em “A terra é mui graciosa” a utilização do
regras e normas ensinadas pelo professor Carlos Góis. arcaísmo, que consiste em uma palavra ou expressão
fora de uso, antiquada, por meio do emprego da forma
apocopada do advérbio muito (mui), utilizada nos textos
03 E
quinhentistas, como a Carta de Pero Vaz de Caminha. Já
O trecho de “Procura da poesia” apresenta uma das prin- em “Tem macaco até demais” percebe-se o emprego da
cipais características dos poetas modernistas, que é o cará- expressão coloquial “até demais” para exprimir a ideia de
ter metalinguístico, no qual o tema dos versos é a própria excesso, que na terra tem muito macaco. O uso da expres-
criação do texto literário. Nele, a busca pelas palavras são, além de evitar a repetição do advérbio, exprime o
“em estado de dicionário” evidencia o trabalho de pluris- propósito modernista de rever a história nacional, dando-
significação do texto, “cada uma das mil faces secretas” -lhe traços mais brasileiros, como a valorização da língua
dos vocábulos, propondo, desse modo, diferentes leituras. falada nas ruas.
Pré-Vestibular – Livro 3 3
10 A 04 E
Os versos de Murilo Mendes associam o ideário místico- Os poetas da chamada Geração de 45 procuraram res-
-religioso e o imaginário lírico-amoroso, como se nota já taurar valores e formas tradicionais de expressão, como
no emprego do vocábulo “espírito” e na apresentação da o soneto, buscando, contudo, novos significados para a
ideia da Igreja como a esposa esperada pela voz poética. poesia. Essa atitude estética, marcada pela ordem, disci-
plina e estudo das palavras, foi uma resposta à liberdade,
à transgressão da Geração de 22.
11 A
A poesia de Murilo Mendes retoma o ideário da primeira 05 B
geração do Modernismo na medida em que revisita e
No poema em questão, Mario Quintana diferencia o poeta,
apresenta de modo irônico alguns dos fatos da história
o leitor e o crítico. O leitor é mais propício à imagem criada
brasileira, como a Proclamação da República. pelo poeta, enquanto o crítico “ajusta o nasóculos” (palavra
arcaica e formal para óculos) e olha o mesmo fenômeno
12 A por um ponto de vista prosaico, comum e, ainda, cientí-
O poema constrói-se com base na oposição dificuldade fico. O crítico tira o lirismo da poesia com o qual o leitor se
versus aceitação da dificuldade, como modo de não se encantou no texto.
fazer esquecer e de contentar-se com os momentos difí-
ceis que marcam a existência humana. Essa oposição pode 06 C
ser identificada logo no início do poema, quando o eu No poema, o tédio desperta nos alunos a capacidade ima-
lírico diz que “qualquer que seja a chuva desses campos/ ginativa, fantasiosa, como se vê no pensamento de Mar-
devemos esperar pelos estios”, ou seja, apesar das dificul- garida, que deseja um acontecimento de difícil ocorrência
dades, deve-se esperar pelos momentos de calmaria que na realidade, a entrada e a saída de um avião por janelas.
vêm adiante. A busca por diferentes possibilidades do real, inclusive a
criação do que poderia acontecer, como modo de desau-
Terceira fase do Modernismo tomatizar o olhar, é uma das principais características da
Módulo 9 (Geração de 45) – Prosa e poesia poesia de Mario Quintana.
ATIVIDADES
PARA SALA
ATIVIDADES
PROPOSTAS
01 B
01 D
Desde o início do período em destaque, há assonâncias:
Um dos aspectos centrais de A hora da estrela é a falta a repetição ritmada das mesmas vogais. A repetição do
de lugar, a exclusão que se estende das personagens, vocábulo rio também colabora para o dinamismo provo-
sobretudo Macabéa, ao narrador, “na verdade Clarice cado ao se ler o trecho.
Lispector”, e, por conseguinte, ao discurso literário. No
trecho apresentado, a privação da palavra, da fala denota 02 B
a exclusão sofrida por grande parcela da sociedade bra- A língua, como mostra Clarice Lispector, é um patrimônio,
sileira, personificada nas figuras de Macabéa e Olímpico, um bem em renovação, tanto pela fala quanto, como mos-
que partiram, em busca de melhores oportunidades, de tra o trecho da crônica, pela escrita, por meio do estilo dos
suas cidades natais para uma cidade toda feita contra eles escritores, do trabalho com a linguagem que cria outra lín-
(parafraseando o narrador da novela), uma vez que lá não gua a partir de uma já existente. Essa ideia é evidente em
encontram o espaço desejado. “Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar
para sempre uma herança de língua já feita”.
02 B
A obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, destaca 03 D
problemas humanos vinculados à subjetividade, valendo-se, O trecho mostra a dificuldade enfrentada pelo sertanejo,
para isso, da mescla de fala regional, neologismos, termos que é um homem livre, que “pouco se apega” por não
arcaicos e cultos. possuir quase nada, mas que, por outro lado, depende
dos proprietários de terra, como afirma Riobaldo, por
03 A causa da relação de serventia característica das zonas
A locução adverbial “cá bem junto” mostra que o narra- rurais brasileiras.
dor apresenta o desenrolar dos acontecimentos a partir
da perspectiva de Miguilim. O trecho se inicia com “De 04 E
repente lá vinha um homem a cavalo” e, posteriormente, Na obra de Clarice Lispector, as personagens, por meio
é dito “O homem trouxe o cavalo cá bem junto”. O uso do recurso da epifania, que é um momento de revelação,
dos advérbios em destaque mostra a referência espacial experimentam com clareza a existência em meio a uma
da personagem. situação cotidiana, voltando modificadas à realidade. No
4 Pré-Vestibular – Livro 3
06 E ATIVIDADES
Uma das principais características da prosa roseana, além
de sua linguagem singular, é a valorização da cultura popu-
lar, sobretudo a presente no sertão, com sua riqueza e par-
ticularidades. O trecho proposto mostra esse aspecto ao
registar exemplos de superstições que marcam o dia a dia Módulo 7
dos habitantes dessas localidades.
Pré-Vestibular – Livro 3 5
b) Espera-se que o aluno explicite situações narrativas 03 Entre os aspectos, pode-se citar o emprego da rima, do
do romance nas quais a falta de instrução de Fabiano soneto e de versos metrificados. Como característica e exem-
condena-o à opressão social e à situação de humilha- plo, tem-se o uso da linguagem coloquial (como em “pra”)
ção. Uma cena paradigmática, que vincula a opressão e marca de oralidade (como em “mi-nu-ci-o-sa-men-te”).
social à falta de educação formal, encontra-se, por
exemplo, no capítulo “Contas”, no qual Fabiano não
consegue negociar com o patrão os valores calculados
por sinhá Vitória, justamente por não dominar os códi-
gos da escrita e leitura.
Módulo 8
01 a) Devem-se associar as imagens predominantes no
poema “Balada feroz” às ideias de violência, doença
e morte, reconhecendo elementos que fazem referên-
cia, por exemplo, à putrefação (“a podridão das latri-
nas e das fossas”, “a decomposição dos campos de
guerra te ferir as narinas”, “apodreçam como corpos”)
e à sujeira ou escatologia (“cores que comem as fezes
verdes das estradas”). Também se deve mostrar que
essas imagens se referem a um cenário de guerras ou,
ao menos, de miséria e devastação.
b) Em relação ao papel da poesia e do poeta, deve-se
abordar o misto de pureza e contundência: a poesia
é caracterizada não apenas pela pureza, em contraste
com o mundo degradado, pelo qual não se deixa cor-
romper ou contaminar, mas também pela contundência
com que arremete violentamente contra esse mundo,
no sentido de denunciá-lo criticamente.
Módulo 9
01 a) A personagem Ana passa por um momento de tomada
de consciência motivada pela visão do cego mascando
chicletes, um acontecimento banal, mas que passa a ter
significado dentro da lógica de mundo em que ela vivia.
b) Ana passa a olhar não somente a cena, mas pensar em
tudo aquilo que significa a mulher que ela se tornou
(estereotipada). O mergulho naquela visão na verdade
indica um movimento de olhar para dentro (aquilo que
não se vê).
6 Pré-Vestibular – Livro 3