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LÍNGUA PORTUGUESA II

Modernismo VI: Segunda


Resolução Geração – Prosa (Regionalismo)
Aula 26
Exercícios Propostos
01. No excerto de São Bernardo, de Graciliano Ramos, percebemos que houve uma clara tensão e conflito entre Paulo Honório e
Madalena, resultantes de suas diferenças ideológicas. Paulo Honório era um homem ciumento e ambicioso, movido por uma sede
desmedida por posse e poder. Por outro lado, Madalena era uma mulher sensível aos problemas humanos, sempre preocupada
com questões humanitárias e direitos humanos.
Essas diferenças ideológicas profundas entre Paulo Honório e Madalena criaram um ambiente de constante conflito no casamento.
Paulo, com seu ciúme doentio, via as preocupações humanitárias de Madalena como uma ameaça à sua própria ambição e desejo
de controle. A ambição desmedida de Paulo e sua busca incessante por poder levaram-no a atitudes autoritárias e opressivas,
que entraram em conflito direto com a sensibilidade e as convicções humanitárias de Madalena, o que a conduziu ao suicídio.
Resposta: A

02. Exigem-se do participante nesta questão bastante atenção e perspicácia, pois misturam-se elementos históricos com literatura
e interpretação de texto. A personagem conta histórias que unem aspectos do cotidiano colonial brasileiro, com elementos de
narrativa da cultura europeia, como reis, rainhas e reinos, o que torna verdadeiro o que se afirma em E.
A) Falsa. Constituiria incoerência o autor pretender construir uma personagem que fosse influenciada pela literatura europeia e
ao mesmo tempo pertencente às classes subalternas do ambiente colonial. Em face do legado de Gilberto Freyre, Totonha
não seria uma personagem proveniente do universo da “senzala”.
B) Falsa. Ao tomar como referência criativa os bons modos e as virtudes dos reis e rainhas da Europa Medieval tipicamente
demonstrados nos romances de cavalaria, Totonha demonstra claramente nenhum “compromisso histórico” em imprimir em
suas personagens os valores e comportamentos restritos à realidade colonial brasileira.
C) Falsa. A questão aponta erroneamente “a Europa” que influencia o processo criativo de Totonha. Ao falar de suas personagens,
ela busca confluir o ambiente rural da Europa Medieval e os sujeitos históricos presentes no ambiente colonial (e também
rural) do Brasil Colônia.
D) Falsa. Com base em conhecimentos sobre a História da Literatura Brasileira, o participante deveria compreender os principais
traços que definem a obra de José Lins do Rego. Sendo um dos grandes nomes da literatura regionalista brasileira, José
Lins pretende retratar uma fração de nosso país sem preocupar-se necessariamente em equiparar os referenciais estéticos
e históricos brasileiros aos europeus.
Resposta: E

03. De fato, conforme a lição de Antônio Cândido, “A composição da obra de Graciliano Ramos resulta de um processo rigorosamente
seletivo e subordinado essencialmente aos limites da experiência pessoal”, notadamente sertaneja, compondo-se de aspectos
da paisagem do Nordeste agreste, das zonas agropecuárias, em ligação, com pequenos centros urbanos, o que é bem retratado,
em estilo preciso e econômico, por meio das narrativas que tecem as vivências dos personagens Fabiano e Paulo Honório.
Resposta: A

04. No contexto de Capitães da Areia, de Jorge Amado, é precisamente a sociedade de classes que lança crianças à marginalidade:
impossibilitadas de inserirem-se no mercado de trabalho e de cumprirem o papel de consumidores, aos Capitães da Areia resta
apenas a marginalidade como forma de sobrevivência. Depois da interferência de Dora, contudo, cada um deles escolherá outras
formas de reagir a esse estado de coisas: Pirulito escolherá a vida religiosa; Sem-Pernas, o ódio profundo que repudia qualquer
forma de afeto – o que o levará ao suicídio; Pedro Bala, a luta política.
Resposta: B

05. Em Macunaíma, a tendência à abstração e à generalidade está manifesta no projeto de sintetizar todo o Brasil numa só obra.
Observe-se, por exemplo, o voo do herói sem nenhum caráter junto com o tuiuiu aeroplano, em que a visão panorâmica do
Brasil, em termos temporais e espaciais, revela a tentativa de compendiar o conjunto da experiência brasileira em termos
gerais. Nas obras da década de 30, ao contrário, os autores mergulham em experiências históricas concretas, como o
período do Estado Novo – é o que se verifica, por exemplo, em Capitães da Areia.
Resposta: A

06. A metáfora, figura de palavra, ocorre quando se transporta um termo para um contexto de significação que não lhe é próprio – ou
seja, elas são criadas a partir de uma relação de semelhança e pressupõem um processo comparativo. Ao caracterizar o estado
de ânimo dos torcedores do time derrotado (que foi da euforia a um estado de depressão) a uma pobre cinza de fogo apagado,
o autor do texto estabelece uma relação metafórica, imagética, entre os dois conjuntos.
Resposta: B

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Resolução
Língua Portuguesa II

07. Fogo Morto é o último dos seis romances que compõem o chamado ciclo da cana-de-açúcar. Baseado nas recordações da
infância vivida num engenho na Paraíba, José Lins do Rego pinta um vasto painel da decadência, desencadeada pela abolição
dos escravos e pela modernização capitalista, da sociedade canavieira nordestina no final do século XIX. Menino de Engenho
retrata a infância de Carlos; Doidinho, a adolescência num colégio interno, Banguê, o retorno para o engenho da família; os
primeiros movimentos grevistas constituem a matéria d´O Moleque Ricardo; a luta para abocanhar os engenhos, bem como a
luta entre os próprios usineiros são problematizadas em Usina. A decadência final dessa sociedade é o enredo de Fogo Morto.
Resposta: C

08. O romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, da Geração de 30, consegue desde o título mostrar a desumanização que a seca
promove nos personagens, cuja expressão verbal é tão estéril quanto o solo castigado da região. A miséria causada pela seca,
como elemento natural, soma-se à miséria imposta pela influência social, representada pela exploração dos ricos proprietários
da região. Portanto, não existe paisagem surreal, mas real, marcada pela exploração. Os retirantes, como o próprio nome indica,
estão alijados da possibilidade de continuar a viver no espaço que ocupavam. São, portanto, obrigados a fugir para outros
lugares. Uma das implicações dessa vida nômade dos sertanejos é a fragmentação temporal e espacial da narrativa, constituída
de 13 capítulos, que começa com “Mudança” e termina com “Fuga”, o que simboliza um eterno recomeço, o ciclo da seca.
A opção D falha porque fala em “indivíduos expatriados” ou expulsos de sua pátria, e o romance não aborda essa questão.
Resposta: B

09. O aspecto cromático das flores (vermelho) associado ao pressentimento doloroso de Lúcio, acerca da chegada de levas de
retirantes, explica a expressão “parecia sangrar ferida pelos próprios espinhos”. A passagem: “Lúcio espiou para baixo e viu a
estrada coalhada de sertanejos expulsos de suas plagas pelo clima revoltado”, confirma o pressentimento de Lúcio.
Lúcio – humano, idealista, sonhador, apaixona-se por Soledade, com quem mantém um romance puro. Não compartilha as ideias
de seu pai, Dagoberto Marçau, para quem “hoje em dia não se guardar mais na cabeça: só se deve guardar nas algibeiras.
“Acreditava que se podia desmontar a estrutura anacrônica do engenho: “Quanta energia mal empregada na desorientação dos
processos agrícolas! A falta de método acarretava uma precariedade responsável pelos apertos da população misérrima. A gleba
inesgotável era aviltada por essa prostração econômica. A mediania do senhor rural e a ralé faminta”.
Resposta: D

10. A comparação entre o trecho de Seara Vermelha, de Jorge Amado, romance pertencente ao regionalismo de 30, e o trecho de
O Cabeleira, de Franklin Távora, romance regionalista romântico de 30, nos faz perceber que o romance de trinta abandonou o
tom retórico, como vemos na passagem de O Cabeleira, e adotou uma linguagem popular, como vemos na linguagem de Seara
Vermelha: “Tava, besta, guentei.”
Resposta: A

Dig.: Samuel – Rev.: Katiary


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