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COLETÂNEA
THELÊMICA
(NOVA VERSÃO)
Textos
de
Frater A.
EDITORA BHAVANI
2001
2
Paraentender otodo, é
precisoentenderas partes.
3
Introdução
4
desconhecimento da verdade – a noção de “Mestre” dos outros
sistemas representa a maior barreira erguida entre nós e a
Compreensão de Nós Mesmos. Portanto, guardem-se das
“hierarquias” a respeito do Saber. O verdadeiro Mestre está em
nós mesmos, e somente “aparece” quando realmente estamos
prontos, isto é, quando nós (os “eus”) desaparecemos. O Mestre
não é uma “pessoa” fora de nós. O Mestre deve ser procurado
“dentro” e não “fora” de nós próprios. O Mestre é o verdadeiro
Eu. A Real Estrela de Prata (Silver Star). Nosso próprio Sagrado
Anjo Guardião.
Tanto na OTO quanto na A.´.A.´. temos somente Instrutores,
isto é, aqueles nossos semelhantes que estão um pouco à nossa
frente na Caminhada. A idéia de um “Mestre” externo cria
dependência, e por isso está escrito que “Todo homem e toda
mulher é uma estrela”.
O Instrutor somente insiste junto a seus Irmãos menores para
seguirem suas próprias órbitas pessoais, como estrelas que são no
Céu de Nuit.
5
O primeiro tópico é, sem dúvida, o mais difícil de ser abordado.
Devido a complexidade e grande quantidade de dados
encontrados, mas em sua maioria inverídicos e conflitantes, não
será difícil nos perdermos em meio à puras especulações tão a
gosto de escritores sensacionalistas ou aqueles manipulando
inverdades e usando de má fé para poderem dar respaldo à suas
crendices cultivadas por seus “superiores hieráquicos” que usam
da OTO para seus interesses pessoais, sejam políticos ou
financeiros.
6
uma tentativa sumarizada do estudo de todos estes temas, muito
lhe poderá ser, futuramente, acrescentado na medida em que
novos dados, ainda mantidos “sub-rosa”, venham à luz.
Como objetivo secundário, o trabalho prestar-se-á a demonstrar
como a OTO e o Sistema Thelêmico têm sido mal interpretados,
mesmo por “ocultistas” aí inseridos; e porque a OTO sofreu
tantas atribulações em nosso país, principalmente nos períodos
entre os anos de 1962 a 1975 e de 1976 a 1995 e além.
Todavia não dizemos eis a única verdade. Não! As lacunas
existentes neste ensaio são inúmeras para o tomarmos como uma
apresentação completa e definitiva do total assunto. Há de se levar
também em consideração as tendências pessoais do ensaísta. O
trabalho deveria ser visto como uma introdução – um grupo mais
ou menos conexo de sugestões e informações a serem estudadas e
que, esperamos, possam servir de alguma utilidade prática à
estudantes, não somente aqueles de Thêlema mas também aqueles
outros pertencentes à outras correntes de pensamento. A todos,
sem quaisquer restrições, fazemos o seguinte alvitre: tudo que não
possuir utilidade prática e não apresentar alguma coerência,
tornar-se-á descartável. Porém, que todos se aproximem do
trabalho com as mentes abertas, serenas e destituídas de
preconceitos, e com liberdade plena de julgamento, principalmente
para com os fatos ocorridos nos anos de 1974 e 1975, sobre os
quais tem havido tantas discussões, tantos melindres, tantos males
entendidos, mas poucos esforços no sentido de uma solução
definitivamente acabando com as barreiras separando os vários
Ramos da Ordem, surgidos aqui e ali ao sabor de preferências
pessoais. 1
1
- Nota de E.: Isto foi escrito há alguns anos atrás. Hoje consideramos a impossibilidade da união entre esses
“ramos da OTO”, porquanto esta como uma Ordem Thelêmica não mais existe.
7
Os últimos tempos foram profícuos nos fornecendo
oportunidades em observarmos, perplexos, até onde pode ir
a ignorância, a má- vontade, a confusão, nossos erros, e o
isolamento infértil gerado pelo império do ego. Não
bastasse isto, temos testemunhado agressões entre as
várias “clãs”formadas em torno de indivíduos ligados,
anteriormente, a este ou aquele líder; alguns dos quais já
falecidos. Com efeito, todo este tempo perdido em
infindáveis e infrutíferas arengas, em gratuito desgaste de
energia, poderia ser usado com mais inteligência, para
causas mais nobres a favor da correta divulgação de
Thêlema e o fortalecimento de uma OTO com um só
corpo.2
8
verdade dos fatos deve ser dita abertamente, sem pejo ou
considerações pessoais ou de grupos, para que todos a vejam em
seus mínimos detalhes. Como dito por Blavatsky “o segredo é
inimigos da verdade”
9
“ANTES DE PERDOAR UM INIMIGO
VOCÊ DEVE VENCE-LO”
10
“O presente movimento de “abertura
esotérica, principalmente no referente
às Escolas Iniciáticas, tem sido quase
sem exceção, um requinte de má fé”
3
- Nota de E.: To Mega Therion (A Grande Besta). Era este o moto mágico de Crowley ao assumir o cargo de
Magus.
4
- Nota de E.: É interessante notar que mesmo os maiores oponentes de Crowley citam sua obras como jóias
da literatura oculta.
5
- Nota de E.: Uma personalidade forte, cheia de bom humor e um tanto “gozadora”, para usarmos um termo
moderno.
11
que foi vítima ao longo de sua vida, e que continuam até os dias de hoje,
quarenta e oito anos após sua morte física.
Crowley foi odiado e perseguido, tanto pela Igreja de Roma como por
suas sucursais, e outras tantas “organizações” (religiosas ou não) subjugadas
ao Aeon de Osíris6. Este ódio, evidentemente, derivou-se da posiçãode
Crowley contra todas as artimanhas e mentiras usadas pelas religiões e
políticos no sentido de manterem o poder espiritual e material sobre as
massas.
No Brasil, o panorama revela-se bem caótico neste sentido. O pouco
conhecimento que temos de Crowley e de sua vastíssima obra literária (entre
contos, poemas e práticas esotéricas), tem sido divulgado por pessoas e
organizações as mais incapazes para o trabalho. Há uma quase total ausência
de séria e bem fundamentada literatura esotérica7 merecendo ser lida,
particularmente no tangente aos recentes movimentos esotéricos revividos na
Europa e na América. Infelizmente,o próprio Sistema Thelêmico, iniciado por
Crowley em 1904, ao receber de AIWAZ8, Liber AL vel Legis, foi totalmente
deturpado em nosso meio por pseudos thelemitas.9
12
espécie 10, do mesmo modo que outrora o foram H.P Blavatsky, Eliphas Levi,
e aquele Adepto tornado conhecido pela fórmula sintetizada no nome
“YHESHUAH”.
13
narizes. E por mais que se lhes diga certos fatos, evidentes por si mesmos, eles
jamais os compreenderão. Segundo: basta de embromação. Elas cada vez mais
complicam a vida dos embromados e dos embromadores, e as nossas de
lambuja. Terceiro: basta um pouco de reflexão e bom-senso para despertar
sérias dúvidas sobre essa “thelêmica regra” da “não influência” – um
preceito, o qual segundo sei, não faz, e jamais fez, parte de nosso
Ensinamentos, e que contém, em si mesmo, uma falácia, porque, na verdade, a
partir do momento em que nascemos, nossa influência pessoal se faz presente
sobre uma série de pessoas; a começar por nossos pais, parentes mais
próximos e a sociedade em nossa volta, etc., etc. Talvez, a única maneira de
acabar com uma tal influência (que funciona em dois sentidos opostos; você
influencia e é influenciado) seria nos retirarmos, enquanto vivos, ao total
isolamento em alguma caverna localizada alhures numa inacessível montanha
nos confins da terra, e terrivelmente difícil de ser escalada. Entretanto, assim
mesmo – e não duvidem disso – o truque não daria o resultado almejado, visto
que não faltariam imbecis a questionarem o motivo “oculto” de um tal retiro
do mundo. Na verdade, algumas “teorias esotéricas” ou “místicas” seriam
elaboradas por mentes super impressionáveis e dogmáticas 12, e é bem
provável que grande número desses imbecis fanatizados, desses possessos,
nos imitassem sem pestanejar, e partiriam para estas montanhas, o que criaria
um grande reboliço. Assim, portanto, direta ou indiretamente, estaríamos
influenciando, quando nosso intuito original era exatamente o oposto. Quarto:
fosse o pensamento de Crowley não influenciar seus semelhantes com suas
idéias, n o sentido de lhes mostrar verdades ou, pelo menos, dar-lhes subsídios
a encontra-las por si mesmos, ele, tenho absoluta certeza, jamais escreveria
livros ou dito alguma coisa e, muito menos, iniciaria um movimento místico-
mágico.
Pessoas citando constantemente um tal princípio (da não influência),
princípios pseudamente thelêmicos, ouviram o galo cantar mas não sabem
onde... O problema, analisando-o com cuidado, apresenta-se insolúvel, e se
reduz a dois tipos opostos de ação: ou influenciamos ou somos
influenciados. Não existe outra saída.
12
- Nota de E.: Da mesma forma que medidas profiláticas, como não comer carne de porco, circuncisar as
crianças em culturas situadas em regiões tórridas (Egipto, Judéia, etc.) tornaram-se um “mandamento de
deus”.
14
influenciar, então, confesso, não sei o significado do termo. Como não
comungo com tal idiotice, a qual não consigo explicar, e nem conceber como
surgiu, prefiro influenciar com a verdade, do que ser influenciado pela
mentira. A única diferença entre o tipo de influência exercida por esta gente e
aquela por mim, é que eu influencio as pessoas a procurarem a verdade por si
mesmas, enquanto que os outros querem nos influenciar e mesmo incutir, à
força, em nossas mentes a s mentiras deles, fantasiadas de verdades.
15
Em 11 de janeiro de 1994, iniciei este ensaio. Durante sua redação
inúmeras lembranças vieram-me à mente. Recordações de eventos e
experiências sumamente importantes para uma clara compreensão histórica do
Movimento Thelêmico no Brasil. Durante algum tempo relutei em registrar
tais eventos e experiências. Entretanto, por outro lado, verifiquei que se não o
fizesse, meu trabalho ficaria incompleto. Muita coisa fugiria à compreensão
dos leitores fora dos Círculos da Ordem.
16
específicos pontos da história da Ordem. Este véus, diferentemente da
sujidade acima citada, não foram criados por maldosos membros da Loja
Negra, e vinculam-se ao profundo e real significado Dela no contexto
iniciático atual e que não devem ser expostos, de maneira clara, ao profano.
Alguns destes véus ligam-se diretamente aos “Nomes” pelos quais a Ordo
Templi Orientis passou a ser conhecida no mundo externo.
17
maneira imaculada, terminou por causar sérios problemas de relacionamento
com os interessados que apresentaram-se na época. Infelizmente para a OTO,
e para o movimento Thelêmico, tanto as idiossincrasias do Iniciador quanto a
falta de tato dele no manuseio da divulgação da Ordem foram, após seu
prematuro falecimento (1987), herdados e cultivados por seus mais obstinados
seguidores, como preceitos indiscutíveis e imutáveis a serem seguidos – como
se fossem verdadeiros dogmas. Não obstante, e apesar destas características, o
mérito dele ter sido o Iniciador do Movimento no Brasil não lhe pode ser
negado. Porém, o método por ele usado para este fim (talvez
inconscientemente, ou por problemas outros que não serão aqui discutidos),
apresentou-se, no decorrer dos anos, antiquado e ineficaz – fora da realidade
brasileira; e em alguns casos voltando-se contra ele, como qualquer pessoa de
bom-senso e capacidade iniciática pode verificar, principalmente através de
uma análise dos eventos acontecidos entre 1962 e 1993. Eventos que
atingiram profundamente a estrutura da Ordem, de seus Membros iniciais e,
principalmente, da própria pessoa dele.
18
Desta maneira, para conforto dos leitores, posso garantir que as
doutrinas e práticas e eventos aqui descritos são autênticos. Está é, talvez, a
primeira tentativa, jamais ousada, em linguajar coloquial portuguesa,
apresentando uma síntese inteligível à todos, da História, Organização
Externa, Doutrinas, Rituais e Práticas da mais discutida e misteriosa Ordem
Templária existente no mundo Ocidental, trabalhando sob os ditames de Lei
de Thêlema.13
13
- Nota de E.: Isto é:presume-se que tal seja assim.
14
- Nota de E.: Como exemplo do problema, podemos citar aqui o caso da origem da Golden Danw; quando,
até hoje, discute-se da real existência de Fraulen Sprengel, a suposta Adepta que deu origem a Ordem.
19
A OTO é um exemplo disto. Até hoje sua verdadeira história ainda não
foi devidamente definida.15 Ante esta incerteza, o pesquisador mais atento,
perceberá estar sendo manipulado no sentido de inclinar suas conclusões a
favor de uma ou outra corrente, geralmente sem qualquer base histórica que se
possa verificar. Perceberá, também, que grande parte do material lhe chegará
às mãos de maneira “milagrosa”, e contendo insinuações que seu autor sabe
mais do que diz. É este um antigo e muito usado estratagema para esconder
uma realidade exatamente contrária – isto é: de que ele não sabe tanto quanto
pretende.
20
exemplo aceitar “estórias” afirmando categoricamente que talou qual
“ordem”, “fraternidade”, ou qualquer outro tipo de organização mística
originou-se no Antigo Egípto, ou na Atlântida, ou que nos chegou através uma
Tradição Estelar, trazida não sabemos por quem, ou como, para a Terra há
milhares de anos atrás. Tudo isto, sob nosso ponto-de-vista são bêcos-sem
saída, contos de fadas para mimar (ou assustar) crianças – neles acreditam de
imediato os que desejam ser enganados.
21
por alguns patetas pertencentes a certos Ramos da Ordem. Fugiremos de todas
estas infelizes tendências.
22
O único elitismo tolerado por Thêlema é liderar a si mesmo. Claro que
existem libertos e escravos no mundo. Ou temos a força e a inteligência para
fazer nossa vontade, ou estamos no rol dos escravos. Muitos de nós estamos,
atualmente, entre estas duas condições.
23
O esquema de graus como usado por Thelema (A.´.A.´.) e o seu sistema
de Iniciação grandemente ajuda isto. Porém, é necessário dize-lo, nem todos
encontram-se preparadas para ele. O processo iniciático atinge os níveis mais
profundos da alma estimulando-os. Se alguém não está devidamente pronta à
este processo, este será perdido ou será destruído. Espero não assustar futuros
candidatos com a afirmativa, mas a verdade deve ser dita. É por esta razão que
encontramos ao longo de nossas vidas pessoas de características tão
desequilibradas; elas não estavam preparadas e temerariamente tomaram
juramentos além de suas forças. Nada podemos fazer quanto a isto, a não ser
dizer que reflitam antes de assumirem tais juramentos e colocarem o pé no
Caminho. Será de bom senso não sermos levados pela precipitação nestes
assuntos.16
16
- Nota de E.: Quando o Juramento do Candidato é aceito pelos Senhores do Carma, não há como desligar-se
do elo formado. O Processo Iniciático não é certamente um jogo que termina quando achamos que deva
terminar.
24
II
25
impossível um detalhado estudo no presente ensaio, e deveria ser estudado em
livros específicos, onde estudantes poderão obter maiores dados a respeito, e
um quadro mais detalhado das influências exercidas mutuamente entre as
civilizações existentes no passado e no presente, em várias épocas de nossa
história. Exceções são raríssimas neste intercâmbio.
A O.T.O.
26
(tenha sido ele quem foi) Theodor Reus ou Carl Kellner.17 Não podemos aqui
deixar de acrescentar que algumas figuras obscuras, lendárias ou não,
aparecem no cenário coetano à origem dessas ordens, como , por exemplo,
Christian Rozenkreutz, na famosa e mal conhecida ROSA-CRUZ, ou o Conde
de Cagliostro na Maçonaria.
Tivesse eu tempo disponível para dialogar com esta gente tão mal
informada, eu lhes daria, de início, o básico conselho para que simplesmente
pesquisassem cuidadosamente as doutrinas, os atos e as práticas thelêmicas,
libertos de seus constrangimentos e preconceitos condicionados em suas
mentes por doutrinas mentirosas, inventadas por sacerdotes e iniciados ligados
à Corrente dos Irmãos Negros, atuando no mundo há milhares de anos.
Entretanto, a OTO não é uma democracia, mas sim uma autocracia. A
afirmativa deve causar repulsa em muitos. Mas estes estão mal informados
quanto ao que seja uma Ordem. Numa verdadeira Ordem não pode existir isto
que chamamos democracia. O Poder tem que emanar de um só foco, e tem que
ser obedecido. Se a Ordem Templária tivesse adotado a democracia como
regime a ser seguido, ela não teria existido durante mais de duzentos anos. Na
própria definição da palavra Ordem tudo isto está implícito. O líder espiritual
de qualquer Ordem é quem dá a última palavra. Mas para que isto seja assim é
necessário que o líder seja um Verdadeiro Iniciado, pois somente assim ele
saberá o que deve ser feito para o bem geral da Ordem. O discípulo que não
obedece cegamente as instruções de seu Mestre está fadado ao fracasso. Toda
17
- Nota de E.: É a convicção de muitos de que Carl Kellner teve tanto há ver com a OTO quanto Rudolf
Steiner. Nada. Nas palavras de um perito no assunto ,“ Kellner não pertencia a ordem nenhuma, tinha apenas
alguns amigos com os quais trabalhava em magia sexual e com quase toda certeza, Kellner nem nunca ouviu e
muito menos usou o termo OTO. Depois de entrar em cena Reuss considerou ser boa idéia introduzir a magia
sexual numa ordem e escolheu o rito de Menphis-Mizrain. Depois da morte de Kellner (1905), Reuss
inventou um novo termo para um grupo interno que trabalharia com esta orientação: a Ordem dos Templários
do Oriente. Como resultado, a OTO de Reuss era constituída de membros de MM., mas isto apenas no
princípio. Reuss e seu auto proclamado herdeiro, Aleister Crowley (1975-1947), sempre consideraram a OTO,
e MM. ligadas
27
Ordem que siga o verdadeiro ideal iniciático é uma organização regida por
princípios para-militares.
Nos mesmo ano de 1912, deu-se o histórico, e ainda não muito bem
esclarecido, encontro entre Theodor Reuss e Aleister Crowley. A versão mais
18
- Nota de E.:Muitos comentadores da OTO afirmam que Theodor Reuss vivia com o dinheiro da venda de
diplomas e autorizações de franquias da OTO.
19
- Nota de E.: Segundo Marcelo Motta, em “Chamando os Filhos do Sol”, Lewis pertencia aos Círculos
Externos da Ordem. Mas a informação não é exata. A Patente de Lewis, dada por Frater Peregrinus (Theodor
Reuss) é do VIIº OTO Honorário. Portanto, ele pertencia, como Membro Honorário do VIIº, ao Soberano
Santuário da Gnosis. E assim, com direito a fundar uma Ordem particular sob administração da OTO. O erro
de Lewis foi dar à sua Organização o Nome Rosa-Cruz. É necessário aqui explicar o motivo desta proibição,
isto é, de usar abertamente o Nome Rosa-Cruz. Isto é devido que o equilíbrio das forças não permite; se o
Nome é vocalizado para fins públicos, como no caso da AMORC e de outras “Ordens Rosa-Cruz”, legiões de
forças das mais sinistras vêm imediatamente, porque o Graal é Sagrado dos Píncaros das Montanhas às
Profundezas do Mar. E ai daquele que invoca se não possui o Equilíbrio. Observe-se que a Patente dada a
Lewis lhe conferia um grau honorário. Ao desobedecer as ordens de seus superiores ele traiu o seu Mestre,
perdendo os Elos com a Corrente Original.
28
confiável deste encontro entre os dois proeminentes ocultistas é a seguinte:
Em 1911, Crowley, fora iniciado nos Três Primeiros Graus da OTO. Uma
Ordem que ele julgara, na época, ser mais uma entre tantas outras em que
havia sido convidado a ingressar. No ano seguinte, foi visitado por Theodor
Reuss, na Inglaterra, que o acusou de ter revelado publicamente o Segredo
Central da Ordem em um de seus livros. Evidentemente, Crowley, rebateu
veementemente a acusação; “Como poderia ele ter revelado um tal segredo se
não havia ainda atingido o IXº OTO?”. Então, Reuss, abriu “O Livro das
Mentiras”, recentemente publicado por Crowley, na página 46, onde se lia:
“Que o Adepto esteja armado com sua Baqueta Mágica e provido de sua Rosa
Mística”. Vários autores debatem a veracidade desta narrativa, mas existe
pouca disputa de que esta cerimônia possa ser facilmente interpretada como
um ritual mágico sexual. Eu creio que todos e quaisquer rituais de Crowley
foram elaborados véus para uma variedade de atos sexuais exóticos. Toda
Magick é sexual. Na verdade, toda a vida é sexual. A própria Missa Romana é
uma pantomima do ato sexual tanto quanto o Grande Rito das Feiticeiras. A
real questão é: “O que o sexo simboliza?”
Ante a acusação de Reuss, Crowley, imediatamente compreendeu a
natureza do segredo do IXº OTO. Como consequência do encontro entre os
20
dois ocultistas, Crowley foi nomeado, por Reuss, líder da Ordem para a
Inglaterra e todos países de língua inglesa. Na Inglaterra a OTO tinha por
nome Mysteria Mystica Maxima (M.M.M.).
20
- Nota de E.: OHO significa Outer Head of the Order, ou seja: “Cabeça Externa da Ordem”. Porém, o meis
interessante em tudo isto é que pessoas não percebem que se existe uma Cabeça Externa, haverá uma Cabeça
Interna.
29
No diário de Crowley deste período, encontramos registrado: “Eu
proclamei-me a mim mesmo OHO; Frater Superior da Ordem Templária
Oriental”21
21
- Nota de E.: Uma declaração bem presunçosa, devemos convir.
22
- Nota de E.: Isto pode estar errado, pois em uma carta de Reuss dirigida a líderes da AMORC, Reuss da a
entender que expulsara Crowley da OTO.
23
- Nota de E.: Em 10 de maio de 1921, Reuss patenteou Jones como Cabeça da OTO para os USA.
30
O Aeon de Osiris, ou a Fórmula Mágica do Deus Sacrificado (Hiran,
Osiris, Mitra, “Jesus”, Oannes, etc) começou quando os homens tornaram-se
cientes do Sol, e reconheceram que a fertilidade da terra (e consequentemente
suas vidas) dependiam diretamente do poder vitalizante da luz solar. Também
foi percebido, como um fato incontestável, que o Sol, a Fonte de Vida,
“Nascia” diariamente no Oriente e viajava através do céu distribuindo calor,
vida e luz sobre a terra. Mas também foi observado que este distribuidor de
vida “Morria” cada dia no Ocidente, mergulhando o mundo em trevas e frio –
uma escuridão que invocava introspecção e medo. Para onde fora o Sol?
Cada noite, após a “morte” do sol, nossos ancestrais “rezavam”
(“imploravam”, e executavam rituais para que o Sol nascesse). Eles também
perceberam a sucessão das Estações, e novos rituais foram elaborados para a
comemoração destes Estações. Infundados como eram estes “medos”, eles
fora baseados solidamente sobre uma “realidade” percebida (esta realidade,
claro, era ilusória), e o trauma foi impresso na psique humana. Esta
“realidade”, por sua vez, formou o fundamento da Fórmula do Aeon de Osiris,
ou a Fórmula do Deus Morto e Ressucitado. MAS ACONTECE QUE ESTA
ERA UMA PERCEPÇÃO ILUSÓRIA. O Sol, como todos sabemos, não
“nasce” e nem “morre” diariamente, ou perde e recupera seu poder durante a
sucessão das Estações. A Terra é que gira em torno Dele, que está sempre
radiando Luz, Calor e Vida. Esta é a Fórmula atual, a Fórmula do Aeon de
Horus. Um Sol que não nasce nem morre, que está sempre fulgindo. E nós
somos este Filho Horus, o Deus Menino, cônscios da continuidade da
existência – pois somos fagulhas do Sol cristalizadas em carne. Agora nós
podemos perceber o Universo não como uma tragédia, mas como um processo
de contínuo crescimento, e que, como o Sol, não nascemos e nem morremos.
31
∇
Os O.H.Os.
A maior resistência a Crowley, e às mudanças, partira dos membros
alemães, cujo Ramo, aparentemente, caíra sob controle de Heinrich Tranker.
Em 1925, Crowley, Lea Hirsig, Dorothy Olsen e Normann Mudd,
reuniram-se com Heinrich Tranker 24, Helena Grau (esposa de Tranker),
Eugene Grosch, Karl Germer, Martha Kuntzel, Hopfer, Birven, e outros
líderes ocultistas da época.O propósito da reunião – conhecida como a
Conferência de Weida – era discutir a aceitação, ou rejeição da Lei de
Thêlema e a discussão da possibilidade de unirem-se várias facções ocultas
sob a liderança maior de THERION (Crowley).
32
jamais fora regularmente iniciado na OTO, ele era Membro da A.´.A.´., e de
altíssimo grau.
“... como você sabe, eu jamais avancei através dos graus da OTO;
eu não conheço o ritual ou os rituais. Mas A.C. me nomeou Grande
Tesoureiro Geral com a carga financeira em meus ombros...
Eu jamais passei sistematicamente através dos graus, etc. Eu,
portanto, não posso aconselhar neste lado do trabalho. Eu tenho chegado
à convicção que você está sendo treinado para isto, e estou certo que você
tem a paixão, capacidade para trabalho intensivo, e a vontade para
alcançar o Mestrado neste departamento ou campo”.
25
- Nota de E.: Preciso notar que existem muitas “estórias” a respeito da OTO e o Nazismo. Existem
publicações oficiais da OTO, editadas na década de 3o, que saúda Hitler como o Messias, enquanto outras,
anos mais tarde, afirmam que o mundo acabaria pelas mãos do mesmo Hitler.
33
A total posição de Germer está bem sumarizada nas seguintes palavras
em sua carta a Grant de 18 de janeiro de 1952:
34
Após os término da Segunda Guerra Mundial, Germer, migrou para os
Estados Unidos da América do Norte, onde veio a falecer em 1962, no mesmo
ano em que conheci meu saudoso Instrutor na A.´.A.´.
III
35
um alto graduado da OTO. É sabido que Germer acalentou muita esperança
em Paragranus. Entretanto, muito dessas esperanças não foi realizado senão
após a morte de Germer.
FRATER ACHAD
Charles Jones (como Frater Parzival Xº) continuou, durante vários anos,
as atividades da OTO, tanto nos USA quanto no Canadá. Entrementes, foi
36
permitido a um dos patenteados de Vancouver, Wilfred T. Smith, a fundar a
primeira Loja nos USA, Los Angeles, Califórnia (1930). Wilfred fundou a
Loja Agapé. Infelizmente, Wilfred, não soube separar sua vida privada de sua
vida mágica, e seduziu a esposa de um dos membros da Loja, Jack Parsons.
Apesar disto, Wilfred, permaneceu dirigindo os trabalhos da Loja até 1942,
quando foi retirado por Crowley, nomeando Jack Parsons o novo Líder.
Jones foi ativo na OTO durante muitos anos, mas aparentemente, era
indiferente aos ensinos desta ordem no relativo à magia sexual.. Suas buscas
eram puramente espirituais, e ele usou os métodos de cerimônia mágica da
Golden Dawn e da A.´.A.´., mais do que aqueles da OTO.
37
que contém, em si mesma, a inteira Fórmula Mágica do Aeon. Achad manteve
a opinão que THELEMA não era tal Palavra no presente Aeon, mas sim,
como dito em AL, a PALAVRA DA LEI, não do Aeon; e que
ABRAHADABRA também não era a Palavra, mas sim a Chave dos rituais.
Assim sendo, nem Thêlema e nem Abrahadabra preenchiam os requisitos
exigidos pela Tradição Mágica.
Frater Achad defendia a tese de que quanto Liber AL foi recebido por
Crowley em 1904, este não houvera, na época, atingido o Grau de
MAGUS. De fato, o Grau somente foi alcançado por Crowley
“Onze anos” depois, isto é, em 1915. Por isto, não constitui
surpresa alguma que Crowley não tenha pronunciado a Palavra do
Aeon.
Crowley atingiu o Grau de Mestre de Templo em 1906, tornando-se
aquilo que é conhecido, na terminologia mágica, “Um Habitante da Cidade
das Pirâmides”. Isto está representado na A.´.A.´. pela Terceira Sephira,
Binah, Compreensão.
Na ordem que depende de sua existência na Externa sobre uma estrita
hierarquia , nenhum grau pode ser atingido por um Adepto, a não ser que o
grau imediatamente precedente ao dele tenha sido alcançado por seu discípulo.
Em outras palavras: enquanto Achad não estivesse qualificado para tomar o
lugar de Therion na Cidade das Pirâmides, Aleister Crowley não estaria na
posição de clamar o grau e pronunciar a Palavra do Aeon. No sentido de
Crowley poder fazer isto, Achad, assumiu a mais séria responsabilidade que é
possível para qualquer mortal tomar no Caminho da Consecução Mágica, isto
é, ele teve que tomar “O Juramento do Abismo” e atravessá-lo com sucesso.
Isto ele fez, e esta foi sua retidão e integridade espiritual que ele clamou não
somente ter tomado o Mergulho para capacitar Crowley no avance ao Grau de
Magus, como também declarar que permaneceu no Abismo – com todo
horror que isto significa – por um inteiro Ciclo de Saturno, isto é, 29 anos –
1916 a 1945.
Mesmo assim, Crowlet, permaneceu silencioso; nenhuma Palavra veio a
ele. Achad escreve em uma carta datada de 1916: “Após ele (Crowley)
perceber que eu havia pulado no Abismo em seu interesse, então ele pode
obter o 9º=2, e então me escreveu “permaneço ainda in profundis”. Escrevi
um ensaio sobre deus sendo um sadista dois dias atrás, e ontem passei por uma
cerimônia mágica; mas nada parece me reviver. Não consigo aprender a
esperar pela Palavra propriamente. Acredito que se pudesse fazer isto por dez
minutos a Palavra viria.”
Porém, de acordo com Achad, a Palavra não veio a Crowley e, em 1926,
durante uma série de provas (isto continuou até 1945), Achad a recebeu.
38
Em certo senso, Achad, estava certo, mas talvez não no Caminho que
supunha. O reflexo mágico do Aeon de Horus é Hoor-Paar-Kraat, o Deus do
Silêncio, ou Falar Em Silêncio. O Ministro deste Deus é Aiwass. Harpocrates
é uma particular fórmula de Seth, e sua Palavra é vibrada em silêncio.
JACK PARSONS
39
Germer morreu em 1962, e a OTO sofreu uma nova fragmentação,
dando ensejo a que vários Ramos autônomos surgissem no mundo. A principal
causa desta fragmentação pode ser localizada no dúbio testamento deixado por
Germer, onde textualmente está determinado:
40
KENNETH GRANT
26
- Nota de E.: Devemos aqui sublinhar o fato de que Kenneth Grant pertencia apenas ao grau de Neófito na
A.´.A.´.
41
profundamente secreto e tortalmente individual. É impossível enunciar
condições, ou escrever as experiências detalhadas envolvendo o assunto.
A OTO nada tem a ver com isto, excepto que o Livro da Lei e a
Palavra do Aeon são princípios essenciais dos membros”
GRADY MACMURTRY
42
Com a morte de MacMurtry, foi “eleito”, em setembro de 1985,
Hymenaeus Beta como o novo “Calipha”. Mas Hymenaus Beta é líder apenas
do Ramo da OTO conhecido como “Caliphado”, um nome inventado após a
morte de Germer.
De início parecia que este novo líder do Ramo da OTO nos Estados
Unidos da América (Caliphado), tornaria a organização naquilo que deveria
ser, ou o que clama ser. Entretanto, isto não aconteceu. O desequilíbrio
mágico de vários dirigentes da organização tornou-se um empecilho a esta
consecução.
METZGER
Um ano após a morte de Germer, Metzger foi eleito o OHO por seus
seguidores na Suissa. Seu superior imediato na OTO, Mellinger, não foi
notificado disto a não ser tardia e indiretamente. Como executor, juntamente
com Sasha Germer, da vontade de Germer para assuntos da Ordem tentou
anular tal procedimento. Tudo em vão. A indisciplina era geral. Entretanto, a
ação de Metzger isolou seu grupo, e ele mesmo, do restante da OTO até sua
morte.
OTOA
AEON DE MAAT
43
anteriormente, Em 2 de abril de 1948, um ano após a morte de Crowley,
Jones, baseando-se no desenvolvimento de suas próprias pesquisas do Livro
da Lei, anuncia o início da Era de Maat – precisamente 40 anos depois do
Equinócio dos Deuses em 1904, quando Aiwass anunciou o início do Novo
Aeon, que deveria durar, aproximadamente, dois mil anos. Frater Achad
denominou a Nova Era de MA-ION, o Aeon de Verdade e Justiça.
Achad baseou seu Culto de Ma-Ion sobre uma “revelação” que, segundo
ele, descobriu no próprio texto de Liber AL, exatamente no último Verso do
Capítulo I: “The Manifestation of Nuit is at a end” (“A Manifestação de
Nuit está em um fim”). Tomando isto literalmente, como Achad o fez, isto é,
ambos os fins da palavra MAnifestatION, da MA-ION, que ele declarou ser o
verdadeiro Nome do Aeon de Maat ou Ma, a Deusa Egípcia da Justiça.
Mas nos parece que Achad estava obsecado pela idéia de ser um Novo
Messias, potente o bastante para redimir o homem de suas calamidades do
Aeon de Horus, as quais, a julgar por sua correspondência particular, atribuía
às maquinações de Aiwass. Para ele Aiwass tornara-se um demônio com o
claro propósito de destruir a humanidade.
BRASIL
44
o documentos fora destruído pelo Serviço Secreto Americano, ou pelos
Sionistas, pelo Serviço de Informação Brasileiro (1961).
Ao tentar fazer prevalecer sua posição de OHO, vai aos Estados Unidos
da América, entra em litígio judicial com MacMurtry e vários outros
personagens do cenário ocultista americano, alegando ser o verdadeiro
herdeiro dos direitos autorais das obras de Crowley. Perde a causa na Suprema
Corte da Califórnia. Após isto, retorna ao Brasil. Ao que parece, isola-se do
trabalho que iniciara anos antes.28
28
- Nota de E. A partir do ano de 1975, perdi meu contato com Motta até sua morte em 1987.
45
Antes de terminar esta parte do ensaio, necessitamos fazer algumas
observações a respeito de quatro novas “ramificações” surgidas nos últimos
cinco anos.
Quando meu Instrutor morreu, ele deixou como fiduciário um tal Mr. B.
Stone que, segundo soube através correspondência mantida com o próprio,
prosseguiu o trabalho de Marcelo Motta nos Estados Unidos. Mas uma facção
não concordando com o estabelecido por Motta, migrou para a Austrália
criando a “Fundação Parzival XIº”. Nesta nova divisão é de se supor que a
Loja Nuit (Brasil) tenha ficado isolada nestes movimentos.
Do Ramo inglês, um tal Frank Ripel fundou uma ordem chamada Ordo
Rosae Mysticae, a qual pretende ser uma evolução da OTO. Ripel usa para
justificar sua ordem a sugestão feita, por Crowley, a Germer, da necessidade
de uma reestruturação da OTO. Mas, meu antigo Instrutor sempre me alertou:
“é válida uma mudança, mas sempre mantendo os princípios básicos
originais”. Em sua pretensa mudança, Ripel, vai ao extremo de criar uma
Árvore da Vida com quatorze Sephiroth; o que, para dizer o mínimo, é uma
loucura – algo parecido com o acontecido a Fra Schad que inverteu a posição
da Serpente da Sabedoria na Árvore da Vida.
Tmabém do Ramo Brasileiro, surgiu um grupo totalmente acéfalo, que
nada tem a ver com a OTO e muito menos com Thêlema. Felizmente este
grupo durou pouco tempo, como previsto por Frater A.
46
IV
OS RITUAIS
47
coaduna com a realidade, pois Reuss não aceitava que Crowley misturasse a
OTO com Thelema e jamais usou tais rituais modificados.
48
natureza”. Mas, não podemos tirar o mérito de Marcelo Motta em tentar
melhorar estes rituais.
49
Alguns (autores, membros da ordem, etc) afirmam existirem Rituais
para todos os graus. Este tem sido sempre uma grande equívoco.
Acima do Grau VIº não existem rituais específicos para
“Iniciação”, como na Maçonaria Osiriana, embora hajam outros
tipos de rituais a serem executados individualmente ou em
grupos.
50
Iniciados ou Membros Oficiais.
Estrutura Oficial
Iº Probacionistas
IIº Minerval
IIIº Artesão Mação
IVº Mação Escocês
Vº Rosa Cruz
VIº Templário
VIIº Templário Místico
VIIIº Templário Oriental
IXº Iluminado Perfeito
Após 1917, radicais modificações foram feitas. Ao que tudo indica por
sugestão de Crowley. Um Novo Grau numerado 0º (Zero), foi incluido,
tomando o nome do segundo (Minerval)
A Nova Estrutura
Oº Minerval
Iº Homem (Man)
IIº Magista
IIIº Mestre Magista
IVº Companheiro da Sagrada Arca Real de Enoch
Vº Príncipe Rosa Cruz
51
O Sétimo, Oitavo e Nono Graus não possuem rituais, no sendo em que
se dá a palavra em maçonaria. Os Membros destes graus são instruídos
“oralmente” e são iniciados em práticas Tântricas.
Mais tarde Crowley criou um Décimo Primeiro Grau, cuja natureza é
bem difícil de ser compreendida por não iniciados. Isto tem ligações com
aquilo que se denomina “Elixir Vermelho”, e com práticas Sufis.
“Muita gente não compreende bem o que seja um ritual. Crowley nos
explica:”
Minerval ------------------------- 0º
Iniciação-------------------------- Iº
Consagração ---------------------IIº
Devoção -------------------------- IIIº
Perfeição ou Exaltação --------- IVº
Perfeito Iniciado ----------------- Vº
52
De acordo com as teorias de K.Grant, temos o seguinte:
53
Até aqui é permitido falar, e portanto encerro esta Primeira Parte. Devo,
porém, alertar que tudo até agora escrito pode ser encontrado (pelo Estudante
atencioso) em vários livros vendidos em livrarias especializadas em
esoterismo. Portanto, não estou revelando nenhum “segredo” e,
consequentemente, não estou traindo meus Juramentos.
54
V
A O.T.O. NO BRASIL
55
Que o presente momento testemunha um fenômeno de extraordinárias
características e significados está fora de cogitação. Está sendo agora
mostrado que sérias pesquisas e questionamentos no campo das religiões e do
esoterismo estão, finalmente, passando pelo crivo da verdadeira pesquisa
científica. E é publico notório que tal fato está virando “nosso meio social” de
pernas para o ar. Isto deve-se, naturalmente, a vários pensadores e
pesquisadores, entre os quais destacamos Aleister Crowley, Charles S. Jones,
Anton Wilson, Ken Wilber, etc.
56
e místicos em relação à interpretação de vários textos sagrados, liberando
grande número de indivíduos das algemas de um histórico brutal dogmatismo
escravisador.
57
alguns de seus dogmas e algumas de suas “estórias”. Veja-se, por exemplo, o
caso do suposto “Santo Sudário”, que a Igreja , não faz muito tempo,
reconheceu publicamente como falso (vide anexo).
58
auxiliados por uma mídia ignóbil. Este é um crime imperdoável – doa a quem
doer esta minha afirmativa.
59
qualquer cidade do mundo), foge a tudo quanto cheira a superstição,
faniatismo, “religiosismo”, dogmatismo e, claro, do assim chamado,
“satanismo”.
60
não é muito), mas o suficiente para combater a mentira existente em torno dos
tópicos que aqui são abordados.
61
VI
A primeira fase de minha Iniciação terminara. Refiro-me aqui à meu
treinamento mágico no período de 1970 a 1973, quando de minha nomeação
ao Grau de Neófito da A.´.A.´., adotando o Moto Mágico T.´.. Meu Diário
Mágico da época descreve, com detalhes, todas minhas ações e reações do
período. No livro “MEU VERDADEIRO NOME” (vide também “A DEUSA
NEGRA”), interessados encontrarão uma descrição poética do mesmo.
Durante longo tempo, que parece agora tão curto, fui duramente testado por
ordálias29 sucedendo-se no dia a dia.
29
- Nota de E.: Estas ordálias (provas) não são simbólicas como aquelas da Maçonaria Ortodoxa, ou de
“outras ordens” congêneres; mas desenvolvendo-se em vários planos e afetando todos os níveis da vida do
Aspirante. No Diário que cobre este período, encontram-se passagens caracterizando perfeitamente de como
agem estas ordálias no homem que procura a Real Iniciação. Ali será percebido que este homem estará
“equilibrando-se numa estreita e perigosa linha entre o “angélico” e “o demoníaco”, e que qualquer fraqueza
nesta ou naquela direção, desequilibrará o Sistema, e ele será presa fácil de obsessão para “baixo” ou para
“cima” – se não acontecer coisa pior.
62
Mas não fora ainda uma percepção total, uma vivência meta-cósmica
integral. Estive apenas abordei, e em diminuto lapso de tempo – mas
longamente eterno – o limiar da Visão do Maquinismo do Mundo, e a Visão
impregnou-me com o desejo pelo retiro silencioso. Entretanto, Aquele que
deve ser destruído (o Ego) ainda permanecera. O “diabo da presunção”
plantou sua semente em meu coração, e tolamente aceitei os “poderes” e os
“cargos”, aos quais seria investido devido ao grau alcançado. Hoje percebo o
quanto foi grande minha tolice. Deveria ter-me retirado ao Trabalho
Silencioso de uma vida dedicada à Grande Obra, divorciando-me de estruturas
e sistemas de organizações saturadas de títulos hierárquicos, puramente
baseados na vaidade humana.
Estava tão absorto na preparação deste novo passo que não consegui
ver claramente a trama tecida e desenvolvida à minha volta, exatamente por
aquelas pessoas, às quais eu mais dedicara-me meu carinho e atenção30. Nisto
o grande culpado fui eu mesmo. Deveria ter levado em conta, e a sério, as
palavras de meu Instrutor; “Não confies em ninguém, nem mesmo em mim.”
Portanto não os culpo.
Somente mais tarde é que percebi que o “demônio do ciúmes e da
ambição”, havia tomado a personalidade daquelas pessoas. Afinal, eles não
haviam tido qualquer vivência no sentido iniciático. Seus graus na OTO eram
formais e não reais. Foram-lhes outorgados somente para constituir o quadro
30
- Nota de E.: Refiro-me aqui à membros da OTO na época.
63
inicial de nossa organização (posteriormente, é claro, eles passariam pelas
práticas e rituais necessários às suas verdadeiras iniciações.).
Nesta época, infelizmente para todos nós, meu Instrutor, ao que parece,
tentou a “Atravessia do Abismo” e, em vista dos acontecimentos
subsequentes, ele falhou nesta tentativa.
64
Dezessete anos são passados desde a publicação de “O Equinócio dos
Deuses” - Sendo o Equinócio no Brasil – Vol I N.1. E quanto mais releio a
“Nota Final” (pag.154), mais assombro-me ante uma tal “Nota” aparecer num
publicação de caráter estritamente esotérico; sobretudo de pois de ter notícias,
ao longo destes últimos anos, do triste curso e dos lamentáveis eventos
ocorridos no âmago da, assim chamada OTO Brasileira (SOTO). E por mais
parecer-me assombroso e grave é que, em todos esses anos, aquela
“organização” nada realizou no sentida do divulgação e do engrandecimento
da OTO em nosso país -- muito pelo contrário. Pelo constatado, a
“organização marceliana com sede em São Paulo, tornou-se um fator de
desagregação e má informação no tocante à OTO e Thêlema. E isto em todos
os sentidos imagináveis.
Estou mais do que certo da reação que esta minha afirmativa causará
aos “brios thelêmicos” dos membros e dos atuais dirigentes da SOTO. Porém,
isto é problema deles. As duas únicas opções deles sendo, evidentemente,
tirarem as calças pela cabeça ou tentarem provar que estou errado.
65
Aqui podemos encontrar, em poucas palavras, mas de maneira clara, o
Vigor, a Liberdade, o Amor e a Profundidade Espiritual de Nossa Ordem,
esquecidos por nosso irmãos da SOTO. E neste esquecimento, aos invés de
granjear sérios estudantes á uma evolução espiritual, seguida de melhora
material, os tem afastado, substituindo-os por elementos totalmente
incompatíveis com este propósito original: elementos inadequados ao sério
estudo e práticas da Magick, e que confundem “Faze o que tu queres” com
“Faze o que quizeres”. Dito em outras palavras: indivíduos confundindo
Liberdade e Amor com baderna e licenciosidade.
66
Sem este Equilíbrio como poderá o Estudante estabilizar-se no Centro
da Cruz dos Elementos? “Desta Cruz de cujo Centro A Palavra Criadora
surgiu no alvorecer do Universo?”
67
instigado e apoiado por vários “vampiros” que, incidiosamente, penetraram
em nosso círculo. As pessoas, difamadas por ele, não tiveram, sequer, o
mínimo direito de defesa. Ele ou “outro”) justificava tal comportamento
declarando que sendo o Líder Mundial da OTO era um autocrata. Muitos dos
difamados, já eram falecidos, e outros residentes em países distantes. Á
aqueles do Brasil, também negava este direito de defesa. Afastava-se de todos.
Mesmo de seus mais próximos seguidores ele se afastava, evitando um contato
pessoal. Segundo ouvi dizer, justificava seu comportamento como sendo uma
defesa áurica contra os “poluídos”, e vieram a mim, solicitando ajuda. Eu nada
podia fazer, a não ser recomendar paciência e calma, pois tinha certeza que
aquele homem não era mais Marcelo Motta... Assim, o primeiro grupo foi
desmantelado.
Em seguida a estes acontecimentos, Marcelo Motta, conseguiu
organizar um outro grupo. Mas, em pouco tempo, uma nova onda de
desentendimentos alastrou-se entre estes novos “Estudantes”. A maioria de
seus elementos foram igualmente alijados e injustamente denunciados como
máus irmão, etc. Fui procurado pelo líder deles. Mas, da mesma forma, nada
podia fazer – também tinha meus problemas e também fora envolvido nos rol
dos máus irmãos. Além do mais, que direito tinha eu para intrometer-me na
órbita de outras estrelas? Ali repetia a história de sempre.. O mesmo filme
repetido por mais duas vezes. Entre esses indivíduos, os que mais sofrerem
foram: Frater Lancelot(a quem conheci pessoalmente tornando-nos amigos),
Frater S. (que morreu de tristeza) e Frater K. (com o qual mantive
correspondência durante longo tempo). Não estou me compadecendo dessas
pessoas, não. Tiveram eles o que mereceram; pois somente “escravos”
poderiam suportar os mandos e desmandos de Marcelo Motta daquela época.
68
cordões por detrás da ditadura. Um desses “vira-casaca” sobressaiu-se na
sociedade com suas intrujices, e hoje é muito louvado por seus livros e
entrevistas “ocultistas” na televisão31.
31
- Recentemente ele tornou-se um “imortal”.
69
Mas nem a OTO, nem a A.´.A.´., nem a Ordem de Thelema, e nem o
Ocultismo em geral podem ser responsabilizados por tais eventos, ou por estes
desvarios. E nem mesmo Marcelo Motta pode ser apontado como culpado. É
da natureza humana o erro. Principalmente nesta fase de sua evolução, a
existência do engano, ou de se deixar levar pela ilusão de um ego inflamado é
difícil de ser evitada. Eu mesmo me encontro nesta situação e venho lutando
contra a tendência. Pode parecer paradoxal ao leitor superficial de como,
Marcelo Motta, um legítimo Membro da A.´.A.´., tenha chegado a uma tal
situação.
70
Não podemos perder de vista a correta divulgação de Thêlema,
encobrindo o que realmente ocorreu no Brasil. Mesmo que a causa da
desvirtuação de Thelelma tenha tido sua origem em Marcelo Ramos Motta, ou
em Euclydes Lacerda de Almeida, ou em qualquer outro. Esconder os fatos
como realmente ocorreram seria injusto para com aqueles que tanto deram de
si mesmos nos anos iniciais, e mesmo atualmente, em prol de um
conhecimento mais amplo do homem, e do seu real lugar no contexto
Universal. Não será através de mentiras e encobrimentos que encontraremos a
verdade. Também seria iníquo para com a memória de Marcelo Motta que,
durante o período em que estivemos juntos, sempre mostrou-se um verdadeiro
homem.
O processo usado pela Loja Nuit contra outras pessoas e contra outras
organizações não é thelêmico, jamais o será, como comprova os atos e
pensamentos daqueles que, no passado, mantinham o Cetro e a Coroa da
Liderança de Nossa Ordem.
71
se o OHO da OTO, e de ser aceito como tal por todos os Ramos da Ordem; e
de apresentar sua “organização” sob indiscutível credibilidade como única e
verdadeira OTO no mundo.
72
de dedicar-me inteiramente à correta divulgação de Thêlema, através do
particular sistema da OTO, e de ter a necessária força para suportar nos
ombros a responsabilidade de meus erros e acertos – a maldição inerente à
toda carreira iniciática. E neste caminho, não aceito contemporização e
combato firmemente qualquer tipo de desvirtuamento de Thêlema ou qualquer
tipo de mentira, mínima que seja, venha de onde vier.
73
perderem valioso tempo e energia em discussões de nenhuma interêsse para a
Ordem como um todo, canalizassem esta energia e este tempo em trabalhos
efetivamente dirigidos para maior e melhor divulgação de Thêlema, nosso
único fito.
74
Em 1976, Marcelo Motta publicou no Brasil o seu "EQUIONÒCIO
DOS DEUSES", Vol. I N.1. Em "Nota Final" do referido livro (pag.154),
aparece uma informaçomm a respeito de Euclydes Lacerda de Almeida
(Documento nos arquivos da S.N.Ae). Assim, iniciaram as atribulações dele
até hoje. E nenhuma voz levantou-se em sua defesa. Jamais, em tempo algum,
Marcelo Motta e seus seguidores lhe deram o sagrado direito de defesa contra
as acusações ali escritas.
Agora, passados 11 anos, é o momento da resposta.32
Tornou-se crença geral que Euclydes foi expulso da O.T.O., isto é, do Ramo
criado por Marcelo Motta. Todavia, para surpresa de muitos na "Nota Final"
inserida em "O EQUINÒCIO DOS DEUSES" jamais esteve escrita a palavra
expulso, mas sim suspenso. E mais à frente é dito que "ante a suspensão,
Euclydes, obcecado pelo ego pediu demissão da Ordem" (que Ordem?). Nós
desafiamos qualquer pessoa a mostrar publicamente a prova deste pedido de
demissão, seja da O.T.O., seja da A.'.A.'., ou seja mesmo da S.N.Ae. -
simplesmente porque não houve este pedido de demissão. E jamais existiu.
Mesmo não sendo um estudioso e profundo conhecedor da língua Portuguesa,
dá para saber que suspensão não é o mesmo que expulsão. Suspensão significa
uma punição disciplinar, constituindo-se em afastamento temporário do
infrator assim penalizado. Por esta razão o próprio Marcelo afirma, em sua
carta, acima citada, que Euclydes estaria 'banido' da O.T.O. por cinco anos.
Por expulsão compreende-se o afastamento compulsório e definitivo, sem
chance de retorno, causado por grave delito. Por outro lado, demitir-se, traduz
um ato livre e de espontânea vontade. Classificar-se este ato como indício de
obsessão egoica é, segundo pensamos, ir superficial e demasiadamente longe
numa análise psicológica e mesmo mágica - sobretudo quando não houve tal
pedido.
De qualquer maneira, pelo deduzido do texto, Euclydes jamais foi expulso da
Ordem, mas sim suspenso.É o que está escrito e "Nota Final", pagina 154, de
"O EQUINÒCIO DOS DEUSES", Vol. I N.1. Nesta mesma "Nota Final",
várias questões permanecem "no ar".
Primeira: Qual o motivo da suspensão? Muito vagamente é ali declarado ter
sido por "má conduta", sem determinar que tipo de má conduta foi este.
32
- Nota de E.: Isto foi escrito em 1987
75
Segundo: É revelado crua e cinicamente que, após pedir demissão, Euclydes,
procurou ligar-se à Kenneth Grant (gravem bem esta afirmativa. Será de
grande importância para compreensão de toda trama armada pelo Sr. Marcelo
Motta), "cujo endereço lhe fora dado ( a Euclydes, naturalmente - Documento
nos arquivos da S.N.Ae) como parte de uma ordália". Isto foi escrito em 1976.
Terceiro: A Notificação termina com grave acusação à Kenneth Grant, e que
Euclydes se utilizara de "documentos nem de sua propriedade e nem de sua
autoria". Isto, em bom Português quer dizer simplesmente que Euclydes
plagiou escritos de Marcelo Motta. A determinação de quais documentos
foram estes, como, e para que, foram plagiados não é dito. No devido tempo,
tanto esta questão, quanto as anteriores serão devidamente analisadas e
esclarecidas, e todos poderão decidir da falsidade ou não das afirmativas.
Observando-se detidamente a "Nota Final", encontramos outras inacuridades.
A mais gritante sendo aquela, induzida no texto, da existência de uma Loja da
O.T.O. devidamente formada e funcionando no Brasil. Marcelo Motta induz
esta inverdade aos leitores. A verdade sendo outra: Na época (1975), não
existia uma Loja da O.T.O. funcionando no Brasil, nem mesmo o suposto
Ramo criado posteriormente por Marcelo, e muito menos aquela que surgiria
muito depois sob o nome de S.O.T.O. - sigla pela qual a "organização
marceliana” tornou-se conhecida após os eventos desenvolvidos nos Estados
Unidos da América (Corte Californiana). Esta sigla, S.O.T.O., constituiu um
artifício usado na Corte da Califórnia para distinguir a O.T.O. McMurtryana
daquela de Marcelo Motta. Quanto a esta sigla fazemos em seguida uma série
de observações sob exclusivo caráter mágico.
Torna-se evidente a qualquer iniciado, mesmo nos graus mais humildes, que a
"mudança" do NOME da Ordem, e consequentemente de sua sigla, altera
profundamente o sentido oculto do Nome Original. A sigla O.T.O. possui um
significado secreto para quem sabe ler nas entrelinhas, e não será qualquer
iniciado, mesmo aqueles de graus elevados, que poderá mudá-lo ao impulso
de seus interesses particulares. Torna-se evidente que qualquer acréscimo ou
supressão de uma simples letra altera significativamente o valor numérico
( qabalistico, por assim dizer ) e o sentido mágico correspondente. O mais
conhecido exemplo desta chave qabalistica encontramos no Antigo
Testamento, quando "Deus" muda o nome de ABRM (Pai de Elevação) para
ABRHM (Pai de Multidão) e de SRI (Nobilidade) para SRH (Princesa) - veja-
se Gênesis 17. 5 -15. Foi um grande erro mágico de Marcelo Motta ter aceito a
"mudança" do nome de sua Organização. Assim, ele aceitou magicamente a
pseuda autenticidade da O.T.O. McMurtryana. Em outra parte deste livro
daremos mais alguns esclarecimentos quanto ao assunto.
76
Ante o exposto no capítulo anterior, poderíamos dar por encerrado a análise
quanto a "Notificação" contida em "O EQUINÓCIO DOS DEUSES" . A
conclusão sendo que Euclydes JAMAIS FOI EXPULSO DA O.T.O ., mas sim
SUSPENSO, QUE Ò COISA BEM DIFERENTE . Entretanto, vimos que nem
mesmo suspenso poderia ele ser, pois é impossível alguém ser suspenso, ou
expulso, ou mesmo demitir-se de uma organização inexistente. Este simples e
claro fato derruba a "Notificação" em "NOTA FINAL" do, assim chamado,
EQUINÒCIO DOS DEUSES - Vol. I N.1. Porém, devemos ir mais adiante em
busca de mais provas das inverdades contidas em NOTA FINAL. Urge uma
resposta ampla e clara. Afinal foram longos anos, durante os quais, uma
mentira foi oferecida ao público, como se verdade fosse. Foram longos anos
de acusações e difamações as mais descabidas, dirigidas não somente contra
Euclydes, mas também contra muitos outros, entre vivos e mortos. Nós
comemos a amarga fruta da árvore plantada por Marcelo Motta. Chegou a
hora dos que a regaram engolirem o bagaço caroço. Que se cuide aquele que
tiver garganta estreita.. Isto é dirigido à todos aqueles, que conhecedores da
verdade, a mantiveram escondida. Sejam eles, agora, membros de quaisquer
Ramos da O.T.O., ou de outras organizações surgidas no mundo, e se dizendo
Thelêmicas. Constitui um ato de Justiça, não de vingança, uma ampla e
definitiva resposta às acusações lançadas contra nós, reais iniciadores da
O.T.O. no Brasil. Urge uma satisfação a todos os Irmãos e Irmãs. Ò direito
deles, e nosso, que todos saibam exatamente o ocorrido, e o que ocorre com a
O.T.O. no Brasil. Necessitamos ir fundo e desenterrar os reais motivos das
"expulsões sacramentadas" aqui em nossa terra. Devemos ( e isto deveria ter
sido feito há muito tempo ) analisar o assunto com toda seriedade e atenção
que merece, nada permitindo passar em branco. Retirar as mínimas dúvidas, as
quais ainda possam permanecer nas mentes e corações de todos os
interessados em Thelema em geral e na O.T.O. em particular - mesmo que em
certos momentos desta análise tenhamos que expor nossas fraquezas e erros.
Infelizmente para os Membros da S.O.T.O., e para membros de outras tantas
organizações, ditas Thelêmicas, existe uma vasta documentação mostrando a
realidade dos fatos, dos ardis, das inverdades e das profanações que vêm
sendo perpetuadas ao longo desses anos. Perdidos em uma megalomania
monstruosa, membros de várias O.T.Os. não consideraram o fato de que nós, e
outros mais, pudéssemos nos erguer do charco ao qual fomos lançados e, nos
limpando, surgirmos como a Phoenix da lenda.
Também servirá de aviso àqueles, que futuramente, tentarem outro tipo de
trama contra Reais Thelemitas. Ò necessário que todos compreendam até onde
vai a irresponsabilidade e o atrevimento daqueles, que se dizendo Frati
77
Superiores, O.H.Os., Caliphas, etc., tentam ludibriar a todos quantos procuram
uma Verdadeira Ordem Iniciática.
Considerem, agora, o dito em "NOTA FINAL": que ao "pedir demissão da
Ordem" (de qual Ordem?), Euclydes "procurou ligação com Kenneth Grant,
cujo endereço... etc., etc." Euclydes não procurou ligar-se à Kenneth Grant
( não era necessário : ele já ligara-se ao inglês através Marcelo Motta, quando
este, em carta datada de 10 de dezembro de 1971, diz textualmente: "O Rei
Mundial (ou Cabeça Externa) da O.T.O. chama- se Kenneth Grant e seu
endereço é..." Em 1973, ao conferir a Patente de Grão Mestre dos Três
Primeiros Graus da Ordem no Brasil, Marcelo confirma o dito anterior e, neste
mesmo ano (19 de maio) reafirma categoricamente o "status" do inglês: "Eu
reconheci a autoridade de Mr. Grant".
A "estória" da ordália é uma mentira deslavada. Uma forma de justificar a
'suspensão" de Euclydes da Ordem. Aqui surge uma questão importante: Qual
o motivo desta obsessão de Marcelo ver-se livre de Euclydes ( e de outros,
futuramente?) A resposta tornar-se-á evidente no transcorrer das páginas
seguintes. Observe-se também que a carta de 1971 dirige-se a Euclydes
Lacerda, não a Frater Zaratustra. Euclydes era, na época, um simples
interessado em Thelema e na O.T.O.. O que vem a ser isto? Ò bastante
simples: Você não pode impor uma ordália sobre alguém que, sequer, assinou
Juramento. Isto é, nenhum profano, que não haja feito o formal pedido de
ingresso na Ordem ( em qualquer ordem), e que não tenha assinado o
Juramento, pode ser posto em prova.
Esta era a posição de Euclydes em 1971. Ele, como qualquer outro cidadão,
estava tão somente trocando correspondência com Marcelo Motta. E, como
este último havia declarado, em 1964, não possuir Patente (ou permissão) para
trabalhar com a O.T.O., evidentemente enviou seu correspondente à Kenneth
Grant. Agora, se por outro lado, Marcelo Motta, sabia que Kenneth Grant
NÒO ERA o Cabeça Externa, e que havia sido expulso da Ordem em 1955,
então, Marcelo Motta cometeu uma grande blasfêmia contra a Ordem e
manteve esta blasfêmia durante todo tempo até 1975, coisa que preferimos não
acreditar. Mas caso isto seja afirmativo - que ele sabia da situação do inglês
perante a Ordem - demonstrou uma monstruosa falta de ética e moral
iniciática. As inacuridades daquele homem não ficaram só nisto. Verifiquem
que a carta, datada de 1975, dirige-se à Frater T., não à Frater Z.
Isto é importante porque Frater T. nada tinha a ver com a O.T.O., ou com a
S.N.Ae. Frater T. era um Irmão da A.'.A.'. e, como tal, completamente alheio
78
ao Trabalho da outra Ordem. Outra interessante falha de Marcelo Motta está
em que ele, na página 153 da "Nota Final" (Equinócio dos Deuses) declara
que "é responsável pelo trabalho da O.T.O. no Brasil, com PATENTE de
SATURNUS X".
Mas que Patente?
Não afirmara ele mesmo que tal Patente jamais lhe chegou às mãos? Se ele a
tinha em seu poder, então porque afirmou ao contrário? Por que ele jamais a
apresentou??? Nesta mesma página (Nota Final) ele confirma que nos Estados
Unidos da América "Mr. Grady McMurtry é "Chefe de Loja e recebeu o IX
O.T.O. diretamente de BAPHOMET XI, tendo sido confirmado por
SATURNUS X. E que também Mrs. Helen Smith..." Está mais do que claro
que isto foi escrito em 1976, antes de Marcelo Motta se indispor com estas
pessoas. Tão logo aconteceu o rompimento entre elas, imediatamente ele
ordenou suprimir as página do livro onde apareciam estas afirmativas que, no
mínimo, dariam respaldo aos seus, antes aliados, agora inimigos. E, por um
desses "acasos" da vida, a página 153 é a outra face da folha contendo a
página 154, onde noticiava-se a "suspensão" de Euclydes.
Conclusão: nas edições mais recentes de "O EQUINÒCIO DOS DEUSES" a
tão falada "expulsão" desapareceu juntamente com as informações da
expulsão de Kenneth Grant e suspensão (1963) do Rei Suíço, Joseph Metzger.
Se leitores tiverem a oportunidade de adquirir "THE EQUINOX" Vol. V No.4
(editado por Marcelo Motta nos Estados Unidos da América em 1981) leiam o
EDITORIAL. Ali encontrarão novamente o nome de Euclydes Lacerda:
"Euclydes de Almeida: once a neophyte under Marcelo
Motta. Charged with registering the O.T.O. in Brasil, tried to
register it under his own name. Expelled from the O.T.O.. got
in touch with Kenneth Grant and tried to set himself up as
representing the same.
A court order was issued: did I not try to appeal. Cut contact
with the A.'.A.'."
Jamais, em tempo algum, Marcelo Motta, foi tão infeliz em suas declarações.
Nada do ali escrito corresponde à verdade.É pena que um livro (693 páginas)
tão bem elaborado, tenha sido usado para tamanhas inverdades.
1. Jamais, em tempo algum, Euclydes tentou contato com Kenneth Grant.
Ele já estava em contato com o mesmo através o próprio Marcelo Motta.
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2. Euclydes jamais tentou registrar a O.T.O. em seu nome. Ele registrou a
S.N.Ae. da qual é o Supervisor Geral até os dias de hoje (Documento nos
arquivos da S.N.Ae). Se ele quisesse registrar a O.T.O., isto teria sido fácil.
Marcelo é quem a registrou.
3. Euclydes jamais tentou colocar-se como representante de Kenneth Grant.
Ele o representou, no Brasil, durante 15 anos (Documento nos arquivos da
S.N.Ae).
4. Jamais Euclydes pediu desligamento da A.'.A.'.. Tanto isto é verdade que
recentemente, em contato com Mr. Starr, este confirmou que o nome de
Euclydes constava na Chancelaria da Ordem.
Neste Editorial, finalmente, aparece a palavra "expulsão" (expelled) da O.T.O.
Isto porque, na época, Marcelo Motta havia registrado a Ordem no Brasil.
Agora sim, ele podia expulsar quem quisesse. Entretanto, assim o fazendo caíu
em outro paradoxo. Como expulsar Euclydes de S.O.T.O. se Euclydes jamais
pertencera a uma tal organização?
Marcelo Motta: Algumas Apreciações
Como legítimo membro da A.'.A.'., Marcelo Motta treinou vários estudantes.
Frater Aster estava entre estes até o ano de 1975. Mas mesmo os iniciados
naquela Ordem não escaparam da ira injustificada de Marcelo, e não demorou
muito a serem também acusados de falhas em ordálias so existentes na mente
do Instrutor. Uma mente antes brilhante, agora atormentada. Seu maior erro no
que toca à A.'.A.'. foi tentar acumular todos os Cargos Oficiais da Ordem
(Preamonstrator, Cancellarius, Imperator ), aliando continuam ente candidatos
capacitados para os mesmos.
O processo da bizarra transformação de Marcelo Motta crescia e,
aproximadamente em 1980, tornou-se um homem perigoso. Muitos de seus
estudantes retiraram-se de um ativo envolvimento com ele; outros retiraram-se
ao silêncio, enquanto outros perduraram na vã esperança de uma mudança do
quadro.
Tudo inútil: viriam depois seguir os passos dos anteriores.
Nesta época a polêmica figura dele somente conseguia angariar inadequados
candidatos à iniciação tanto na O.T.O. quanto na A.'.A.'.. Indivíduos
visivelmente inclinados a uma personalidade fanática. Desvio este chegando a
tal ponto que, na Inglaterra, um deles tramou explodir a livraria de antigos e
conhecidos editores britânicos (Routledge & Kegan), simplesmente porque
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Marcelo estava "aborrecido" com eles. (Este estudante, erradamente, quase
destruiu uma outra livraria. Preso, veio a falecer pouco tempo depois).
Todo este caótico quadro representa uma deplorável parte da herança que
Marcelo Motta deixou para vários grupos (atualmente se digladiando)
formados a partir da auto proclamada "única e verdadeira O.T.O.", e que vem
recrudescendo após a morte de seu idealizador, liderados por incapazes que
somente conheceram Marcelo Motta em seus piores dias.
Mas nem a O.T.O. nem a Grande Ordem, nem o Ocultismo em geral podem
ser responsabilizados por estes desvios. Nem mesmo Motta pode ser
apresentado como culpado. Ò da natureza humana o erro. Principalmente
nesta fase de sua evolução a existência do engano, ou de se deixar levar pela
ilusão de um inflamado ego, é difícil de ser evitada. Não há iniciado que não
corra tal risco. Em nenhuma ordem ou Sistema ele estará protegido de tal
perigo intrínseco à natureza da Iniciação. Pode parecer paradoxal ao leitor
como Marcelo Motta, um legítimo membro da A.'.A.'., tenha chegado a uma
situação deste tipo.
Existem duas explicações plausíveis.
Basta que se estude os pontos cruciais da Carreira Iniciática, particularmente o
Juramento do Abismo.
Qualquer homem ou mulher tem o direito sagrado de tomar este Juramento, o
qual é o mais sério de toda carreira iniciática. O Estudante, julgando-se
pronto, pode tentar aquela travessia sem que na realidade esteja no "ponto"
devido. Ò uma ilusão que toma de assalto o ego. Isto acontece e continuará a
acontecer a todos que, em um momento de suas vidas iniciáticas, perdem a
noção de perspectiva. O fenômeno é ativado por alguma "visão" ou "evento"
místico-mágico que dá ao estudante a falsa impressão de ter atingido um certo
grau elevado dentro da Hierarquia. Assim, ele assume inadvertidamente o
Juramento. Não se pode condena-lo por tal equívoco. Enquanto que por um
lado a assunção do Juramento do Abismo revela um ato de coragem, por
outro, em muitas ocasiões, revela um ato de temeridade. O problema torna-se
por demais complexo para ser aqui explorado a contento. Mas, como escrito
em Liber Librae:
"Não te apresses a condenar os outros; como saber se tu no lugar deles
resistirias às tentações? E mesmo que fosse tu mais forte que eles, porque
desprezar àqueles que são mais fracos que ti? "
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Este ensinamento deve ser observado à risca por quem deseja seguir
corretamente a Senda da Iniciação. O grande problema contido no Juramento
do Abismo está explícito em LIBER SAMECH:
"... se restar inabsorvido um só átomo que seja do falso ego, aquele átomo
mancharia a virgindade do Verdadeiro Ente, e profanaria o Juramento;
então aquele átomo seria inflamado de tal forma pela aproximidade do Anjo
que venceria o resto da mente, tiranizando-a, e se tornaria um déspota
louco"
Não se pode perder de vista a correta divulgação de Thêlema, encobrindo o
que se passou de fato no Brasil. Mesmo que a causa desta desvirtuação tenha
tido sua origem em Marcelo Motta, ou em Frater A., ou em qualquer outro.
Esconder a verdade dos fatos como realmente aconteceram seria injusto com
aqueles que tanto deram de si mesmos nos primeiros anos, ou mesmo
atualmente, em prol de um conhecimento mais amplo da natureza do homem,
e do seu lugar no contexto universal.
Discordar dos outros Sistemas de Consecução Espiritual e das pessoas que os
adotam é uma coisa bem diferente de injuria-las e condena-las por este
motivo. Verdadeiros Thelemitas jamais tomariam uma tal posição... a não ser
que estejam loucos ou iludidos pelo ego inflamado. Thelemitas lutam pela
liberdade de cada um seguir o caminho que sua Vontade comandar. Mas
percebam que esta Vontade se escreve com "V" maiúsculo.
Lembrem-se do Lema Thelêmico. Mas nós também nos reservamos o direito
de combater qualquer tipo de velhacaria, engano, malícia, etc., pois não são
coisas que uma Verdadeira Vontade deseja. Frater A. tem sido questionado,
particularmente por estes tardios discípulos de Marcelo Motta transformado,
quanto à autenticidade da S.N.Ae. como uma genuína representante do
Soberano Santuário da Gnosis. Sem dúvida é um direito deles assim
questionarem. Contudo, baseiam-se eles na idéia de ter sido Frater A. o
responsável direto e único do fracasso de Motta em sua tentativa frustrada em
concretizar sua ambição pessoal de tonar-se O.H.O. da Ordem. Agora
perguntamos: como poderia Frater A. prejudica-lo se Frater A. pertencia a um
grau muitíssimo mais baixo daquele de Marcelo Motta? Finalizando, é nosso
dever alertar aos menos esclarecidos da existência de dois tipos de Abismo.
E é muito fácil confundir-se um com o outro.
O que vocês pensam ser o Véu de Paroketh?
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Existe uma "passagem" entre as quatro Sephiroth inferiores (Malkuth, Hod,
Netzach e Yesod) chamada "Véu de Paroketh" (O Véu do Templo). Esse hiato
"separa" estas quatro Sephiroth de Tiphareth (Beleza). Este Véu também
representa um "Abismo". Só que em escala 'inferior'. Muitos iniciados
confundiram este "Abismo" com o ABISMO DE DAATH . Nossa Irmã Helen
conta no número desses. A SOCIEDADE NOVO AEON E A LOJA NUIT A
pós a separação de Marcelo Motta e Euclydes, este último resolveu,
juntamente com sua mulher e os membros que permaneceram fiéis à seu lado,
registrar a SOCIEDADE NOVO AEON. Em seguida dedicaram-se à
elaboração de um trabalho de divulgação de Thêlema. Mas, um trabalho
bastante distanciado do sistema hiper ortodoxo do antigo instrutor. No
contexto deste novo sistema - e consequentemente a O.T.O. - não se
estruturalizou em uma hierarquia opressiva e de poder do "macho". Isto seria
um retrocesso . E aqueles que, de uma forma ou de outra, procurando
apresentar a ordem com uma estrutura de poder organizado e obcecado com o
controle total e absoluto do corpo, mente e alma de seus membros ( sejam
masculinos ou femininos ), estão conduzindo a Ordem, e a si mesmos, para o
caminho oposto à Thêlema. A O.T.O. nada tem a ver com este monstro criado
pelos líderes da Loja Nuit, e nem com a não menos thelêmica política adotada
por outros Ramos espalhados pelo mundo. Porque se a O.T.O. enveredar por
tal caminho estará francamente retornando ao mesmo processo que deu
origem ao nazismo. A O.T.O. é (ou deveria ser, em todos os seus Ramos) um
Centro Iniciático, no qual a Liberdade de expressão considera-se sagrada, e
sua principal função é despertar nos indivíduos a consciência de que eles são
divinos.
Thêlema é afirmação da Vida, do Amor, da Terra Mãe e da Liberdade - não da
Morte. Assim, os esforços do grupo recém- formado dirigiu-se no sentido de
apresentar uma ordem dentro dos parâmetros de Liber OZ , mas com extremo
cuidado de não caír nos exageros daqueles que mal compreendem os ditames
ali descritos. Liber Oz é um livro que deve ser entendido e compreendido
"iniciaticamente", não profanamente como o tem sido até hoje. Num curto
período apareceram colaboradores entusiasmados pela alegria de trabalharem
em prol de Thêlema, isto é, em prol da Vontade, Liberdade e Amor - que são
as Três Pilastras Sustentando a Vida. Agora, estavam apoiados numa
organização bem fundamentada e, sob o ponto de vista material, legalmente
registrada no país. Uma organização genuinamente brasileira. O Lema deste
grupo, somado àquele emanado diretamente de Thêlema, era o aparente
paradoxo do Conde Fenix:
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"A autoridade absoluta do Estado deve ser a função da liberdade
absoluta de cada vontade individual".
Ouçam aqueles que tiverem ouvidos de ouvir... Num passo seguinte
contataram Kenneth Grant que, afinal, era o único membro da O.T.O.
conhecido por eles além da Marcelo Motta . Uma longa carta foi escrita ao
inglês relatando, com mínimos detalhes, as últimas ocorrências no Brasil.
Em 26 de junho de 1975 (Documento nos arquivos da S.N.Ae) veio a resposta.
A carta de Kenneth Grant, entre outras coisas, trazia comentários sobre as
acusações de Marcelo Motta em "Equinócio dos Deuses" - uma cópia lhe fora
enviada. Depois de um período relativamente curto de constante troca de
correspondência com a Inglaterra, acordaram em formalizar um elo entre a
S.N.Ae. e o Supremo Santuário da Gnosis para a Inglaterra.
Na concretização desta aliança, Kenneth Grant, enviou Patente de Membro
Honorário do VII para Euclydes Lacerda de Almeida (Documento nos
arquivos da S.N.Ae) e publicou em "MEZLA" (Órgão Oficial de Divulgação
da O.T.O. Inglesa) Vol. I N.11 - 1977 --- Notificação da união entre as duas
organizações (Documento nos arquivos da S.N.Ae).
O grupo inicial era constituído por dezoito indivíduos, entre os quais três
maçomns de grau elevado e dois membros do grupo anterior, que decidiram
ficar com Euclydes. Ajustados os pontos necessários, Kenneth Grant, colocou
Euclydes diretamente sob a hierarquia iniciática de SOROR TANITH (J.R.
Ayers), líder da O.T.O. Inglesa nos Estados Unidos da América.
É com muito carinho e respeito que Euclydes fala sobre esta Instrutora.
Durante dez anos seguidos, ele se correspondeu com Soro Tanith, absorvendo
todo ensino daquela Iniciada. Em 1987 recebeu Notificação de que aquela
Instrutora havia se afastado do Trabalho Externo da Ordem. Substituiu-a
SOROR MAIAT. Sob a direção desta nova orientadora, e após suplantar uma
dificílima e dolorosa ordália - sobre a qual não lhe agrada comentar, atingiu o
IXº O.T.O. - muito embora, Marcelo Motta, já lhe houvera transmitido o
Segredo central da Ordem via ensinos orais e "EMBLEMAS E MANEIRA
DE USAR", Liber que constitui um dos mais importantes mms. da O.T.O.
relacionados com o IXº Grau.
Ainda em 1987 recebeu de Kenneth Grant, com aprovação do Supremo
Santuário, permissão para uso do Lamen da Ordem. Porém, jamais o usou em
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conexão com a S.N.Ae., para a qual foi elaborado um Lamen próprio
(Documento nos arquivos da S.N.Ae).
Anteriormente, a esses eventos, recebera uma carta deveras intrigante e
surpreendente vinda de Oséas de Almeida, um dos que ficaram ao lado de
Marcelo Motta durante o cisma. Marcelo e Oséas haviam iniciado um núcleo
da O.T.O. na Cidade de São Paulo. Oséas assumira a cargo de Mestre de Loja,
supervisionado por Marcelo Motta. Nesta primeira carta, Oséas pedia ajuda,
pura e simplesmente. Sondava a possibilidade de aliar-se a Euclydes em
evidente confronto à Marcelo Motta (Documento nos arquivos da S.N.A).
Euclydes respondeu-lhe não estar interessado. Nada tinha a ver com o grupo
de São Paulo. Não alimentava qualquer sentimento de desforra. Entretanto, a
união dos dois grupos, isto é, a S.N.Ae. e a F.A.A.O.T.O. (nome dado à
organização de São Paulo) era inviável por razões óbvias.
Numa segunda carta, datada de 24 de julho de 1977, Oséas resume os
desagradáveis atritos entre ele e o Supervisor Geral. O texto desta carta será
mais eloqüente do que mil palavras nossas (vide documentação).
Pacientemente, Euclydes explicou a Oséas, mais uma vez, da inviabilidade
desta união: nada tinha a ver com o sistema desenvolvido por Marcelo Motta
na divulgação de Thêlema no Brasil - um sistema altamente questionável,
inadequado, agressivo, com tend6encias claramente nazistas - impossível de
se seguido por qualquer pessoa equilibrada. Lamentava muito, mas nada podia
fazer para ajudar Oséas. Mais tarde, Euclydes, soube do processo aberto por
Marcelo contra Oséas. Neste processo sobressaía o problema de "direitos
autorais" sobre o Nome O.T.O. Depois deste incidente, Euclydes, nunca mais
teve qualquer contato com Oséas, ou com qualquer outro membro da
F.A.A.O.T.O. Recentemente (1997), por intermédio do Sr. Antônio Walter
Sena Júnior (Toninho Buda), soube do falecimento de Oséas. Muito antes
destas ocorrências (1976) Marcelo Motta reunira em Ribeirão Preto (S.P.), e à
revelia de Oséas, um ro grupo. Com este novos auxiliares, e afastando Oséas,
finalmente fundou uma Loja em 1979, sob o nome de Loja Nuit, a qual,
infelizmente, tornou-se bastante conhecida nos meios thelêmicos pelas
atitudes intransigentes, agressivas e não educadas de seus componentes. "A
Loja Nuit continua... A loja é composta por viciados, desocupados, e todo tipo
de jovem que na liberdade (em termos) que lhes dão saem por aí, aprontando
tudo.. Só lamento que minha cidade, ainda abrigue esta escória.” (Frater
Kephra.)
O processo de perda com McMurtry, e outros documentos, o hábil Supervisor
levou consigo. Apagou todas as pistas. E aqui e ali, seus discípulos espionam e
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perseguem a todos que citarem um dos nomes de um de nós expulsos" Estas
são as palavras do Sr. Marcos Lagamba (Frater Kephra), o homem que ajudou
e financiou a fundação da Loja Nuit em Ribeirão Preto. (Documento nos
arquivos da S.N.A., carta datada de 12 de abril de 1988, dirigida a Euclydes)
Referências identicamente péssimas obtivemos de várias outras pessoas
interessadas em Thêlema. Segundo estas, as cartas respostas à seus pedidos de
maiores detalhes sobre a Loja ou sobre Thêlema eram verdadeiros amontoados
de asneiras, agressividade, etc. Estas cartas jamais vinham assinadas. Sempre
acusavam os solicitantes de "agentes" da CIA, FBI, Vaticano e, pasmem, de
Euclydes Lacerda, como se este fosse capaz de manter uma agência de
inteligência. Toda esta situação causava bastante tristeza em Euclydes.
Seu antigo Instrutor tornara-se um homem sem qualquer tipo de equilíbrio.
Perigoso, no dizer de alguns. Ele tentava defender Marcelo, mas as evidências
eram por demais claras. Ao que lhe parecia, Marcelo, caíra sob domínio de
alguma entidade maligna, talvez, quem sabe, por Samael (O Falso Acusador),
o Qlipha de Hod, ou por Ogiel (Arbitrariedade) o Qlipha de Chokmah . Todas
as notícias que lhe chegavam a respeito de seu Instrutor eram do mesmo teor.
Este política incompreensível da Loja Nuit afugentava interessados em
Thêlema em geral e na O.T.O. em particular, ao invés de atraí-los. Mais tarde
verificou um fato interessante: sem quaisquer exceções todos aqueles, que
ligados à Marcelo, ocuparam o cargo de Mestre de Loja, foram execrados e
expulsos da "ordem" pelos mesmos motivos, a começar por Frater Kephra,
fundador e financiador da Loja Nuit. Frater Saladin, da mesma forma, vindo a
morrer de desgosto pouco tempo depois de sua expulsão. Frater Libra,
também expulso sob as mais vis acusações. E assim por diante.
O mesmo ocorrendo nos Estados Unidos da América e na Inglaterra, onde
haviam outras Lojas ligadas à Marcelo.
Em 1988 (12 de abril), Euclydes, soube da morte de Marcelo Motta.
A priori não acreditando na notícia. Solicitou informações ao Sr. Alceu. Este
lhe enviou cópia xerox do aviso oficial da Sociedade Ordo Templi Orientis
Internacional. Surpreendeu-lhe o detalhe de que o aviso vinha dos Estados
Unidos da América. (Box 18318 Washington, D.C. 20036 USA) e era
assinado por um tal de Daniel B. Stone (Documento nos arquivos da S.N.Ae).
Intrigado, pediu ao Sr. Eduardo Lemos (um de seus correspondentes) que
escrevesse ao tal "fiduciário". Recebeu resposta em 05 de julho de 1988.
Escreveu uma segunda carta. A resposta veio em 08 de agosto de 1988. E mais
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uma em 1991, quando solicitado informações a respeito da Loja Nuit no Brasil
e a Fundação Parzival XI na Austrália.
Através esta terceira missiva tomou conhecimento que os grupos formados por
Marcelo, tanto nos USA quanto no Brasil haviam se dividido. Como podemos
ver, as lutas pelo poder continuavam em todos os Ramos da O.T.O. Porém
devemos agora retornar há alguns anos atrás. Mais precisamente 1978. Neste
ano, Euclydes, foi residir na Cidade de Linhares (Estado do Espírito Santo),
para acompanhar a construção de um terminal marítimo na região. Ali
permaneceu até 1985, retornando ao Rio de janeiro. Esta fase comporta fatos
muito importantes, porque durante ela afastou-se de qualquer atividade na
S.N.Ae. Os componentes do grupo inicial tomaram cada qual seu próprio
caminho, e a S.N.Ae. entrou em fase de dormência.
Foi nesta época que Euclydes atingiu o mais importante trance de suas práticas
mágicas e místicas no currículo da A.'.A.'., com exceção daquele ocorrido em
1973.
O resultado deste trance foi o nascimento de dois livros: "MEU
VERDADEIRO NOME" e a "DEUSA NEGRA" (Ed. Bhavani).
De retorno ao Rio de Janeiro, ainda trabalhou até 1985, quando se aposentou.
Agora tinha todo seu tempo disponível para dedicar-se inteiramente ao
trabalho de divulgação de Thêlema. Só necessitava reerguer a S.N.Ae.. O que
foi feito com auxílio do Sr. Carlos Raposo; o mais dedicado companheiro e
irmão de todos os outros.
O tempo passou. Certo dia foi informado pelo Sr. Lassue que Marcelo Motta
havia estado em sua livraria (Livraria Lassue), e que parecia, segundo aquele
livreiro, estar mal de saúde. Falando com o Sr. Geraldo dos Santos (Frater
Lancelot) a respeito, este confirmou a notícia. Marcelo ao retornar ao Brasil
após os incidentes nos Estados Unidos da América, adoecera. Sinceramente
preocupado com o estado de saúde de seu ex-instrutor, ele prontificou-se ir até
Ribeirão Preto no intuito de ajudar Marcelo naquilo que fosse necessário.
Geraldo alertou-o que poderia ser mal recebido pelo pessoal da Loja Nuit que,
praticamente, odiavam a Euclydes.
"Isto não importa" - foi sua resposta.
"O importante era rever seu antigo instrutor e ajudá-lo naquela crise." Em
Ribeirão Preto foram recebidos por Frater Libra, o qual informou ser
impossível contatar Marcelo. Ele havia viajado, etc. Percebendo mentiras e
desculpas esfarrapadas nas palavras do homem, Euclydes, decidiu tomar uma
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atitude mágica para testar o nível iniciático do tal Frater Libra. Ele havia
levado consigo suas Patentes do VIIº e IXº da O.T.O. Inglesa. E numa
característica voz de comando ordenou peremptoriamente àquele Frater que
tirasse cópias xerox dos documentos e as entregasse a Marcelo. O homem que
se dizia Mestre de Loja aceitou o comando sem pestanejar. Então, Euclydes,
compreendeu que à sua frente não se encontrava iniciado algum, mas sim um
escravo. Olhou significativamente para Frater Lancelot e recebendo de volta
as Patentes originais dali se retirou, voltando no primeiro ônibus para o Rio.
Nada tinha a fazer naquele antro de pestilência e escravidão.
Continuou seu trabalho, agora auxiliado por vários outros interessados.
Procedeu algumas iniciações utilizando-se de rituais por ele elaborados.
Dividiu responsabilidades com Frater B. e transmitiu-lhe o Segredo do IXº.
Existe grande curiosidade em torno deste "segredo". Mas saibam todos que ele
é tão simples como uma conta de somar. Custa a acreditar, quando o
descobrimos, que seja assim. Na própria cerimônia da Missa Católica está ele
contido. Nela está velado o Mistério que pouquíssimos conhecem. Mesmo
pelos padres. Sequer as pessoas compreendem que o Mistério da Missa, do
Real Segredo dos Antigos e Aceitos Mações, dos Templários, e dos
verdadeiros Rosa- Cruzes, é um e o mesmo. Este Mistério da Missa, dos
Templários, e dos Reais Neo-Cristãos, jaz na Comunhão com Deus cujo Fogo
simbólico a Missa descreve em seu drama. As declarações e explicações que a
Igreja Romana oferece, no concernente a essência do Mistério da Missa são
intencionalmente incorretos, pois as autoridades eclesiásticas no Vaticano
sabem a real natureza dele e seu verdadeiro significado.
Os padres de níveis mais baixos, dentro da hierarquia do Vaticano, são
entretanto, por razões oficiais, deixados completamente no escuro com
respeito à esta real natureza. Mas aquele quem tiver olhos de ver,
compreenderão o misterioso Segredo Central da O.T.O. que é, como já dito, o
mesmo dos mações, dos Rosa-Cruzes e dos Templários.
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- Encontro com Thelema -
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personificação da negação da vontade de viver", pois quando Marcelo Motta
vislumbrou o real significado do cristianismo romano no mundo, o espírito do
"anti-cristo" manifestou-se com surpreendente força no decorrer de toda sua
vida e obra*3.
Sua "CARTA A UM MAÇOM" tornou-se clássica neste sentido e deveria ser
estudada por todos iniciantes ao SISTEMA THELËMICO e, naturalmente,
por mações.
Naquela época, segundo suas palavras, percebera que os "conhecimentos"
contidos nas obras esotéricas (as mais sérias) que estudara, escondiam algo
muito mais profundo do que normalmente se acredita existir. E na procura
deste conhecimento "oculto" por detrás do Ocultismo, transformou-se num
foco de força de vontade quase sobre-humano. Dia a dia, durante sua
juventude, Marcelo Motta, concentrara toda sua energia, inteligência e poder
de meditação na procura deste conhecimento "Rosacruciano". A procura o
levou aos mais altos graus da Grande Ordem. Ingressando no Colégio Militar
do Rio de Janeiro*4, desenvolveu seu intelecto, adquiriu disciplina e um
grande amor pelo Brasil. Por esta época revelava grande interesse pela
Astrologia, Taro e assuntos afins. Por isto sendo foco de muitas discussões
entre seus colegas de colégio e professores. Suas discussões com o professor
de Filosofia, M.H., foram comentadas por vários anos entre os alunos do C.M.
Uma miopia crescente impediu seu ingresso na Escola de Aeronáutica. Isto o
fez desistir da carreira militar, mesmo nas outras armas, o que causou-lhe
grande desgosto.*5 Aos treze anos de idade dedicou-se espontaneamente ao
Serviço da Humanidade.
Pelo decorrer de sua vida temos que considerar que o voto foi aceito pelos
Senhores do Karma. Completando 17 anos de idade, soube, por intermédio de
sua mãe, da existência da FRA, uma ordem de alto nível maçônico fundada
por Arnold Krumm-Heller. Iniciou-se na FRA em 19 de agosto de 1948.*6
Após frequentar a FRA por algum tempo, e rapidamente galgar os três graus
da Ordem, Marcelo, afastou-se dos trabalhos em Loja. Ao completar 20 anos
de idade, seus atritos familiares cresciam assustadoramente*7. Ele lutava
contra a dominação de sua mãe, que se opunha à sua vontade violentamente.
Atingindo um ponto cruciante, resolveu deixar o Brasil indo para a Europa e
de lá para os Estados Unidos da América (1952) onde terminaria seus estudos
da língua inglesa em uma faculdade norte americana. Nesta viagem levava
consigo, a pedido do Comendador da FRA Brasileira, a missão de intermediar
entre este e PARZIVAL KRUMM- HELLER (filho de Arnold Krumm-
90
Heller), substituto legal do falecido Krumm-Heller na FRA.*8 Na Europa
(Portugal), ele, pela primeira vez toma conhecimento de Thêlema, através o
livro 'THE GREAT BEAST" , uma parcial biografia de Aleister Crowley
escrita por J.Symonds.
Lembra-se, então, que no Primeiro Grau da FRA o "Faze o que tu queres há de
ser tudo da Lei" fazia parte do Ritual de Iniciação. Isto muito o intriga, pois na
FRA jamais ouvira falar de Crowley ou mesmo do Mestre THERION. Mas ao
mesmo tempo, ao ler o livro, desperta dúvidas quanto as condições iniciáticas
de Crowley que, à primeira vista, lhe parecera ser um satanista da pior espécie.
Encontrando-se com Parzival Krumm-Heller, seguindo sua missão de
Embaixador da FRA Brasileira, indaga sobre o tal de Aleister Crowley.
Parzival, mui gentilmente, lhe fornece os necessários e básicos conhecimentos
a respeito do assunto, modificando inteiramente o pensamento prioriístico e
apressado de Marcelo Motta sobre Crowley. Foi nesta ocasião que Parzival lhe
mostra uma carta da "Cabeça Externa da O.T.O.", dirigida a Arnold Krumm-
Heller, avisando-o que Clymer, a quem o Dr. Arnold Krumm-Heller esta a se
ligando na época da carta, era instrumento de forças as mais sinistras.
Naquele tempo, Marcelo Motta, sequer sabia o que significava O.T.O.. Para
melhor entendimento do leitor quanto ao assunto, abrimos aqui um parêntesis,
para rápida explicação: (Segundo a versão do líder da FRA Brasileira, o Dr.
Krumm- Heller, antes de morrer, tentara unir a FRA e a ROSICRUCIAN
FRATERNITY IN AMERICA"*9, cujo líder era o então R.S.Clymer. Mas a
primeira providência de Parzival Krumm-Heller, ao assumir a liderança da
FRA, foi ordenar o desligamento de sua Ordem daquela de Clymer. E uma
carta neste sentido fora enviada ao Líder da FRA Brasileira. Este, considerou
a carta de Parzival Krumm-Heller demasiada autoritária e peremptória. Com
isto ficou estabelecido o rompimento entre Parzival Krumm-Heller e o
Comendador da FRA no Brasil.)
Agora que observamos os fatos "de longe", vemos como "a mão do destino",
ou aquela dos "Mestres Secretos", tecem as vias levando o Estudante ao
encontro de suas reais aspirações. Não fosse a solicitação do líder da FRA
Brasileira, Marcelo Motta jamais teria contatado o Sistema Thelêmico. Pelo
menos na época. Parzival Krumm-Heller, após ouvir a mensagem que Marcelo
lhe trazia do líder da FRA no Brasil, deu seu ponto de vista sobre o assunto:
Segundo ele, Clymer (o "pivot" de todo problema) entrara em contato com
Arnold Krumm-Heller quando este já estava doente, envelhecido e
desgostoso, abatido pelas perseguições políticas, tanto dos nazistas quanto,
posteriormente, dos aliados ao fim da Segunda Guerra Mundial. Foi nesta
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época que Clymer tentara então o Dr. Arnold Krumm-Heller com aquela isca
eternamente apetitosa para profanos e iniciados de graus mais baixos: a idéia
da unificação de todas as ordens iniciáticas sob uma só ordem poderosa e
bem-fazeja.
Infelizmente, Arnold Krumm-Heller caíra no engodo. Por isto, o líder da FRA
no Brasil recebera instruções para ligar-se a Clymer. Nesta época Parzival
Krumm-Heller encontrava-se no Egipto, conduzindo pesquisas pessoais sobre
certas fórmulas mágicas. Não muito mais tarde, o próprio Arnoldo Krumm-
Heller admitiu que os propósitos de Clymer não eram os que ele pensara.*10
Foi Parzival Krumm-Heller quem formou o elo entre Marcelo Motta e Karl
Germer (Frater Saturnus), o então O.H.O. da O.T.O.
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