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ANÁLISE DA PRECISÃO DE DIFERENTES RECEPTORES GNSS PARA COLETA

DE DADOS

Rodrigo Nogueira Martins¹, Abdon Francisco Aureliano Neto¹, Marco Antonio


Zanella¹, Lucas de Arruda Viana¹, Marco Aurélio Rodrigues de Souza²,
Daniel Marçal de Queiroz¹
1 Universidade Federal de Viçosa – Departamento de Engenharia Agrícola. Avenida Peter Henry

Rolfs, s/n - Campus Universitário, Viçosa - MG, 36570-900, e-mail: rodrigonmartins@hotmail.com,


abdonfan@hotmail.com, marko_zanella@hotmail.com, lucas.viana@ufv.br, dmsqueiroz1@gmail.com
2Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG Campus Januária – Departamento de

Engenharia Agrícola e Ambiental. Fazenda São Geraldo, S/N Km 06, Bairro Bom Jardim, Januária -
MG, 39480-000, e-mail: marcoaurelio.rdesouza@yahoo.com.br.

Resumo – Esse trabalho foi realizado com objetivo de avaliar a precisão de diferentes receptores
GNSS na aquisição de dados em área urbana e indicar o melhor emprego destes em função de suas
limitações. Para tal, foram avaliados três receptores GPS: o topográfico Trimble Pro XR, e dois de
navegação (Garmin eTrex 10 e o GPS do smartphone ZenFone 5 com coleta de dados via aplicativo
CR Campeiro 7). Foram realizados três diferentes testes, sendo um para determinação de área, outro
para altitude e o último para verificar o alinhamento dos pontos em relação ao meio fio de quatro
calçadas na área de estudo. De modo geral, apenas o receptor Trimble Pro XR pode ser
recomendado para utilização em levantamentos topográficos de maior precisão devido à boa exatidão
em medidas na horizontal e possibilidade de correção pós-processada dos dados. Entretanto, o uso
dos dados de altitude deve ser evitado devido à baixa precisão observada. Com relação aos
receptores de navegação seu uso não é recomendado e nem aceito para levantamentos com
precisão submétrica. No entanto, se utilizados para tarefas onde não haja tal necessidade estes tipos
de receptores poderão ser empregados.

Palavras-chave: GPS, levantamento topográfico, Trimble Pro XR .


Área do Conhecimento: Engenharia Agronômica

Introdução

O posicionamento de um objeto consiste em atribuir-lhe um par de coordenadas em determinada


parte da superfície do globo terrestre, utilizando equipamentos receptores de sinal do GNSS (Global
Navigation Satellite System). Entretanto, por muito tempo, os corpos celestes foram utilizados como
fonte de orientação, com destaque à utilização da bússola, inventada pelos chineses que durante
muito tempo foi considerada um dos maiores inventos do homem dentro da área da navegação sobre
a superfície terrestre (SANTOS et a., 2016). Na década de 1970, foi apresentado ao mundo o
NAVSTAR-GPS (Navigation Satélite with Time And Ranging – Global Positioning System), ou
simplesmente GPS, é um sistema de radionavegação desenvolvido inicialmente com objetivos
militares pelo DoD (Department of Defense) dos Estados Unidos, mas que a partir de 1982 teve seu
uso estendido para aplicações civis devido ao seu grande potencial de uso (FRANCO, 2009).
A constituição do sistema de posicionamento via satélite Norte Americano, no inicio do século XXI,
constituía-se de 24 satélites, dos quais 21 eram para uso corrente e três permaneciam em stand by.
Atualmente, são 31 satélites que orbitam a uma altura de 20.200 km em seis órbitas distintas,
igualmente espaçadas de 55 graus, com quatro satélites por órbita. Os sinais são emitidos nas
frequências de 1.575,42 Mhz e 1.227,60 Mhz denominadas de L1 e L2, respectivamente, com dois
códigos diferentes: o Y (Precision Code) e o C/A (Coarse Acquisition Code). Assim, o sistema
teoricamente permite uma visão de cinco a oito satélites em qualquer lugar do globo terrestre
(STABILE, 2006).
Contudo, como forma de garantir a segurança nacional dos EUA, o DoD impôs um programa de
degradação dos sinais emitidos pelos satélites (chamado de efeito S/A – Selective Availability),
impossibilitando níveis melhores de exatidão para este tipo de posicionamento que apresentava, até

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o dia 1 de maio de 2000, precisão planimétrica de ±100 m e altimétrica de ±140 m (TRAGUETA;
CARDOSO, 2009). A desativação da S/A, ocorrida no início do ano de 2000 fez com que a precisão
proporcionada pelo GPS melhorasse cerca de 10 vezes (MONICO, 2008). Desde então, os
receptores GNSS tornaram-se cada vez mais populares.
Com a popularização e redução dos custos do sistema GPS, diversos profissionais tem feito o uso
desta tecnologia para identificação, determinação de áreas e desenvolvimento de projetos, tanto no
meio urbano como rural. No entanto, o uso desta tecnologia sem critérios técnicos quanto à precisão
de cada equipamento, tem levado a erros que comprometem o resultado dos trabalhos
desenvolvidos. Assim, torna-se relevante um estudo comparativo entre diferentes equipamentos
disponíveis no mercado, de forma a compreender a precisão e qual o erro esperado para cada
equipamento em suas diferentes formas de utilização contribuindo, assim, para a redução do uso
inadequado desta ferramenta. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a
precisão de diferentes receptores GNSS na aquisição de dados em área urbana e indicar o melhor
emprego destes em função de suas limitações.

Metodologia

O trabalho foi conduzido nas dependências da Universidade Federal de Viçosa, Município de


Viçosa, Minas Gerais, a qual está localizada próximo as coordenadas 20° 45’ 14” (S) de latitude e 42°
52’ 54” (W) de longitude, com altitude de 649 metros conforme demonstrado na Figura 1.

Figura 1. Área de estudo nas dependências da Universidade Federal de Viçosa.

Fonte: Adaptado Google Earth (2017)

No presente trabalho foram utilizados diferentes receptores de sinal GNSS, os quais foram: um
DGPS Topográfico modelo Trimble Pro XR com coletora de dados Trimble Recon; um GPS de
navegação modelo Garmin eTrex 10 e um GPS de smartphone, marca Asus, modelo ZenFone 5, com
sistema operacional Android, versão 4.4, wi-fi, 3G e processador de 1.2 GHz. Para coleta dos dados
com o celular foi utilizado o aplicativo CR Campeiro 7, o qual foi desenvolvido pelo Laboratório de
Geomática do Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Maria.
Para avaliar a precisão dos receptores foram realizados três diferentes tipos testes. O primeiro
teste consistiu da determinação de área em uma rotatória, na qual foram demarcados 13 pontos ao
longo do perímetro e na sequencia determinada sua área. O diâmetro da rotatória foi medido por
meio de uma trena (16,10 m), a fim de se obter a área de referência para posterior comparação. O
segundo teste constituiu da análise da precisão de altura dos receptores. Para tal, foram demarcados
no poste de concreto pontos com diferentes cotas, totalizando cinco alturas diferentes, espaçadas a
cada 0,5 m.
O último teste consistiu da verificação do alinhamento de dos dados coletados pelos receptores
para 4 diferentes calçadas existentes na área de estudo. Neste caso, demarcaram-se 30 pontos

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igualmente espaçados longo das 4 retas. A distância de um meio-fio ao outro foi determinada
manualmente por meio da trena. Finalizada a coleta de dados, os receptores foram levados ao
laboratório de mecanização agrícola para o download e pós-processamento dos dados. O download
dos dados referentes ao GPS Garmin eTrex 10 foi realizado por meio do software GPS Trackmaker,
versão 13.9 de livre acesso. Vale ressaltar que para este receptor não foi realizado nenhum tipo de
correção de posicionamento dos dados, visto que o GPS de navegação utiliza apenas o código C/A
que não permite tal correção.
Para o DGPS Trimble Pro XR utilizou-se o software GPS Pathfinder Office ® para download e
correção diferencial dos dados. No pós-processamento foi utilizada como referência (base) a estação
VICO da RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS) localizada dentro
do Campus da UFV – Viçosa nas coordenadas planas (UTM) 7.702.785,751 m N e 721.757,711 m E.
Os dados GPS do celular coletados pelo aplicativo CR Campeiro 7 foram exportados em formato de
texto e kml (Keyhole Markup Language).
Para análise e elaboração dos resultados foram empregados os softwares, QGIS, versão 2.14 e a
planilha eletrônica Microsoft office do Excel. Em ambiente SIG (Sistema de Informação Geográfica),
todos os dados foram convertidos do sistema de coordenadas geográficas (WGS 84) para
coordenadas planas (UTM) com Datum local SIRGAS 2000 na zona 23 sul. Os pontos duplicados
foram removidos em todos os arquivos analisados. Em seguida, determinou-se a área da rotatória por
meio dos pontos coletados com os receptores GNSS e a altura de cada ponto coletado junto ao
poste.
Para analisar a precisão do alinhamento dos pontos em relação ao meio-fio foi utilizada uma
regressão linear para cada reta. De início, as coordenadas de latitude e longitude referentes a cada
ponto foram convertidas para um sistema de coordenadas relativo (X e Y) através da subtração do
menor valor de coordenada entre os pontos de cada reta pelos valores das demais coordenadas. Em
seguida, gerou-se uma regressão linear para cada reta e seus coeficientes foram utilizados para o
cálculo dos desvios com relação a origem por meio da Equação 1

ax𝑜 +by𝑜 +c
d= Eq. 1
√(𝑎²+𝑏²)

em que:
d: distância entre o ponto analisado e a reta de ajuste (m)
a, b e c: são os coeficientes da equação da reta;
xo e yo: são as coordenadas do ponto P.

Para determinar à distância de uma reta a outra, realizou-se o cálculo do deslocamento entre a
coordenada dos pontos referentes à primeira reta e o valor referente aos pontos pertencentes às
demais retas conforme demonstrado na Equação 2.

D = √(𝑋1 − 𝑋2 )2 + (𝑌1 − 𝑌2 )² Eq. 2

em que:
D: diferença entre as coordenadas das duas retas;
X1 e X2: Valor da coordenada Norte (latitude) de cada ponto das retas.
Y1 e Y2: Valor da coordenada Oeste (longitude) de cada ponto das retas.

Para este cálculo foram utilizadas as coordenadas dos 30 pontos coletados para cada reta. Desta
forma, obteve-se a distância de cada ponto entre uma calçada e outra. Por fim, a distância calculada
entre cada reta foi comparada com verdade de campo e calculou-se a estatística descritiva dos
resultados obtidos.

Resultados

Na análise do erro da medição de área na rotatória, observou-se que todos os receptores


apresentaram erro quando comparados com o valor obtido pela trena. O menor erro foi observado no

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modelo Trimble Pro XR. Com relação aos outros receptores, tanto o GPS Garmin eTrex 10, como o
GPS do smartphone com o aplicativo CR Campeiro 7 apresentaram desempenho inferior, pois como
pode ser observado na Tabela 1 o erro foi maior.

Tabela 1. Precisão da medição de área por diferentes receptores GNSS.


Equipamento Área (m²) Erro (%) Erro (m²)
Trena 203,58 - -
DGPS Trimble Pro XR 179,41 -11,87 - 24,17
Garmin eTrex 10 151,38 - 25,64 - 52,2
ZenFone 5 239,67 +16,74 + 34,09

Com relação ao teste de precisão na medição de altura, nenhum dos receptores apresentou
desempenho satisfatório, pois houve erros na medição dos 5 pontos propostos na área de estudo. A
maior variação foi observada no modelo eTrex com valores de 669,12 m a 669,09 m, enquanto que
DGPS Trimble Pro XR e o ZenFone 5 apresentaram valores próximos variando de 658,91m a 660,59
m e 659,6 m 659,80 m, respectivamente. No entanto, ao analisar a Figura 2, observa-se que o DGPS
Trimble apresentou maior variação ao longo dos cinco pontos de altura pré-estabelecidos, chegando
a apresentar valor abaixo do zero estabelecido como ponto inicial.

Figura 2. Precisão de receptores GNSS na medição de diferentes pontos de altura.

Na análise de precisão do alinhamento dos pontos obtidos pelos diferentes receptores, observou-
se o menor desvio em relação ao meio-fio no receptor Trimble Pro XR que apresentou maior desvio
na reta 3 (0,20 m) conforme demonstrado na Tabela 2.

Tabela 2. Desvio médio dos pontos obtidos em relação à reta origem.


Desvio médio do Receptor (m)
Reta Trimble Pro XR Garmin eTrex 10 ZenFone 5
1 0.18 0.63 1.62
2 0.10 0.57 1.53
3 0.20 0.70 1.20
4 0.16 0.56 2.14

Em relação ao receptor Garmin eTrex 10 todos os valores foram abaixo de 1 m, o que se


considera como um desvio baixo, enquanto que, para o smartphone todos os valores foram acima de
1 m, com o maior desvio obtido na reta 4 (2,14 m). De modo geral, os maiores desvios ocorreram nas
retas 3 e 4. A distância entre retas determinada pelos pontos coletados foi comparada com as
medições realizadas em campo com a trena. Foram obtidas as distâncias entre as retas 1 e 2, 2 e 3 e
3 e 4, as quais apresentaram 8,7 m, 4,9 m e 8,8 m, respectivamente.

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Na análise dos pontos coletados pelos diferentes receptores GNSS, observou-se maior precisão
no modelo Trimble Pro XR, seguido pelo Garmin eTrex 10 e pelo ZenFone 5 conforme demonstrado
na Tabela 3.
Tabela 3. Precisão da distância entre as retas obtidas por diferentes receptores GNSS
Distâncias Reta 1 – Reta 2 Reta 2 – Reta 3 Reta 3 – Reta 4
Medidas 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Média (m) 9,27 6,79 14,55 4,52 7,03 9,71 10,59 7,10 10,41
Desvio Padrão (m) 0,13 1,12 4,99 0,57 1,27 3,52 0,87 1,37 2,29
Variância 0,017 1,26 24,95 0,32 1,60 12,39 0,76 1,88 5,26
CV (%) 1,42 16,49 34,34 12,57 18,0 36,24 8,22 19,3 22,04
Mínimo (m) 8,91 4,71 6,87 3,67 5,08 4,66 9,23 5,00 5,87
Máximo (m) 9,52 8,81 25,05 5,86 9,56 20,4 12,51 10,15 14,22
Assimetria -0,63 -0,14 0,42 0,98 0,49 0,96 0,40 0,55 -0,29
Curtose 0,58 -0,78 -0,78 0,52 -0,79 1,7 -0,56 -0,38 -0,56
1: DGPS Trimble Pro XR; 2: Garmin eTrex 10; 3: ZenFone 5; m: metros.

Discussão

O alto valor do erro obtido pelos receptores na determinação da área pode estar associado ao
tamanho da área da rotatória, visto que quanto menor a área de medição, maior é o erro destes
receptores de navegação. Outro erro observado foi o desvio dos pontos quando sobrepostos a
imagem do Google Earth, em que nenhum dos dados se mostrou alinhado na imagem conforme
demonstrado na Figura 2. Tal erro justifica-se pelo desvio ocasionado na criação do mosaico das
imagens presentes no software, assim como pelo erro de posicionamento atribuído a cada receptor.

Figura 2. Sobreposição dos pontos coletados pelos receptores Trimble Pro XR, Garmin eTrex 10 e
ZenFone 5.

Fonte: Adaptado Google Earth (2017)

O desempenho não satisfatório de todos receptores no teste de altitude foi devido ao erro de
altitude ser especificado em função do erro horizontal, sendo normalmente da ordem de 1,5 vezes o
erro de posicionamento. Muito disso é uma questão de geometria, visto que se forem considerados
apenas quatro satélites, como uma configuração ótima para a melhor precisão geral, seria considerar
ter os quatro satélites a 40 a 55 graus acima do horizonte e um em cada direção geral (Norte, Leste,
Oeste e Sul). No entanto, está é uma condição rara de acontecimento. A altitude do GPS mede a
distância dos usuários do centro das órbitas dos satélites. Essas medidas são referenciadas a altitude
geodésica ou elipsoidal em alguns receptores.
Com relação ao alinhamento dos pontos com a reta origem (meio-fio), observou-se o desempenho
superior do receptor Trimble Pro XR devido a correção pós-processada o que melhorou o
alinhamento dos pontos de forma geral. Entretanto, mesmo sem correção os valores observados para
o modelo Garmin eTrex 10 também foram baixos e considerados como bons. Quanto ao desempenho

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do ZenFone 5, observou-se valores acima de 1 metro o que compromete a acurácia para este tipo de
medição.
Na análise da Tabela 3 observa-se o menor erro na medição das retas com o receptor topográfico
Trimble Pro XR, o que era esperado devido a sua maior precisão no levantamento de dados (± 1 m) e
pela correção pós-processada que reduz o erro no posicionamento dos dados. O maior desvio foi
observado na medição entre as retas 3 e 4, erro justificável pela maior presença de árvores na área,
o que dificulta a recepção de sinal pelo GPS. Com relação ao receptor de navegação Garmin eTrex
10, de maneira semelhante aos testes de área e altura, os resultados neste teste também não foram
satisfatórios, sendo observado o maior erro na distância entre as retas 2 e 3 com diferença de 2,13 m
(± 1,27 m) em relação a medida da trena.
O GPS do ZenFone 5 apresentou o pior desempenho neste teste. A distância entre a reta 1 e 2
apresentou a maior diferença em relação a medição obtida com a trena 5,84 m (± 4,99 m). A maior
variabilidade na distância entre os pontos da reta também foi observada para este receptor. De modo
geral, apenas o receptor Trimble Pro XR pode ser recomendado para utilização em levantamentos
topográficos de maior precisão devido à boa exatidão em medidas na horizontal e possibilidade de
correção pós-processada dos dados. No entanto, seu uso não é recomendável e nem aceito por
órgãos públicos e cartórios para situação de registro de imóveis.
Com relação ao uso dos receptores de navegação Garmin eTrex 10 e o CR Campeiro 7 (ZenFone
5), não é recomendável o seu uso para determinação de pontos de apoio para levantamentos
topográficos, visto que apresentam erro grande e baixa precisão de medidas de áreas. Tais
informações são reiteradas por Franco (2009), o qual enfatiza que por não haver garantias de
confiabilidade nos dados obtidos com este tipo de receptor, o mesmo deve ser utilizado apenas em
atividades que o nivel de exatidão necessária, não seja de ordem submétrica.

Conclusão

Diante dos resultados obtidos, conclui-se que a utilização do receptor topográfico modelo Trimble
Pro XR é recomendado para levantamentos topográficos de maior precisão, desde que não haja
necessidade de registros cartoriais, seja realizada correção pós-processada dos dados e que o erro
seja abaixo dos 50 cm. Entretanto, o uso dos dados de altitude deve ser evitado devido a baixa
precisão observada. Com relação aos receptores de navegação (GPS Garmin eTrex 10 e o GPS do
ZenFone 5) seu uso não é recomendado para cálculo de áreas para imóveis urbanos ou rurais,
principalmente, se tais levantamentos têm por objetivos quaisquer tipos de registros ou de obras que
exijam maior precisão. No entanto, se utilizados para tarefas onde não haja tal necessidade, apenas
para demarcações internas das propriedades como divisão de pastagens, estimativas de cercamento,
cujas variações sejam toleráveis, estes tipos de receptores poderão ser empregados.

Agradecimentos

Os autores agradecem o apoio da CAPES e do IFNMG Campus Januária.

Referências

FRANCO, T. C. R. Análise da precisão no posicionamento com um receptor GPS de


navegação. Revista Agrogeoambiental, v. 1, n. 3, p. 01-08. 2009.
MONICO, João Francisco Galera. Posicionamento pelo NAVSTAR-GPS: descrição, fundamentos
e aplicações. São Paulo/SP: Ed. da UNESP, 2007. Vol. 2.
SANTOS, R. S et al. Utilização de receptor de sinal de gps de navegação como ferramenta de apoio
à atividade agropecuária. ENERGIA NA AGRICULTURA, v. 31, n.1, p. 97-101. 2016.
TRAGUETA, N. L.; CARDOSO, L. G. Desempenho de receptores de GPS de navegação no cálculo
de área e perímetro segundo diferentes configurações. Revista Energia na Agricultura, Botucatu, v.
24, n. 1, p. 105- 120, 2009.

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