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“ai

Carlos Eduardo Behrmann Rátis Martine ** Introdução


ns -

d
tir com seus pares, as inúmeras disciplinas que vêm sendo
de um habitat para coexis a. Dentre
dogm áticas
€ um co
E rsidades pelo mundo, em cursos de gra-
a "junto q o. úmer Univ e
res que perm uidade
ita *continpre a se
exi
daeducar *.nciDen de ui espéci E fat
stê au tonomia emin so — O direito de acesso
somente O Ser hu ma no cis estudadas s-g raduação s > destaca-se O seu aces área”.
istas na
a
(alesimenqueE são ndo o crescimento de especial
pesticads locp ao nter sua sobrevivê 8 Açõ
etc.),masó o ser humano Ra
oe pó
al de abrigo du cação — fomenta

o e uemlras
ntinuamente » Seu nte à necess; -Se,

, de de se nv ol ve r, co cto é Idade DO TEMA


de se educar int ele
ação
ssidade de se limitar o tema para investig

mWD
Como ramo do direito público” que é, o direito da a direito da educ ação ,
xo campo normativo do

LENA.
possui um conjunto próprio de princípios e re Ucaçãos
tar que, quando se tenta estu dar o direi to
em instrumentos jurídicos sistematizados e Era Coadunam ov:
necessário apon a-
dentro ú o, acompanhado, necessari
” 'Sciplinar o
comportamento humano relacionado à educação o > Conferindo-lhe ensino fundamental públic

ER
ao al
tritiva — educação fundament
de uma locação Sud adjetiva res do, ain da
É a delimitar o seu significa

“pe
—————— mente, de qualid ade mínima-— par
ser pouco satisfatório'?.

ae
lia, 2005, pp. 201, leci
— Edição Comemorativa Gs 15 anos, Brasí to iona que q conceito de
tais, assim como o con cei deConstituição, s : resultado-pode rá
direitos fundamen q » SUFBE indissociável da idéia
nte há direitos fundamentais

8 Si
Dire ito Liberal, pois some o eapessoa a
de idade e a liberdade se distinguem e até, em maior ou menor
o direito
pelas ]políticas 5 públicas. Por sua vez, cone

A
Se contrapõem:
c) JOSÉ AFONSO DA SILVA, Comentário pessoa Eus São Paulo , 2006, :
contextual à Constituição, - pec ogicamenite
pedag
influenciado esttutural dee qual o e direitos xos,
humana”, porque “direitos | idade engloba vários níveis de ensin
p. 50, prefere adotar a expressão “direitos da . à educação.

4 and, A
r ne
ir cd acesso direi to à assistência escolar, oo
de ou direitos humanitári esco. lar,
a, tó do-th sos jal . E te lár
tran spor
pode ter conotação de direitos da Humanida direi to ao
ER COMPARATO das ae tais qecomo direito. ículdirei
à mátrlar; fo == EPI

restrito. Sobre a temática coiferir também FÁBIO KOND


par Abe sa? 7 ones serCorai i”
ego soe - ai

rice “4” Ra dÉGIO S Pai:de 2008;


ES; OSã valor educar, Lisboa, 1997. p. 33, para
Bia FERNANDO SAVATER,
er,em que a genética o
ná medida
end
no não basta nascer, é necessário também apr da educação & da convivência social
predispõe para sermos humanos, mas só por meio

assi
a a - . 2º semestre,
conseguiremos, efetivamente, sê-ló. Educação e Direito — Revista nº.2,
s e deveres fundamentais de professores, pelo-insigne mestre JORGE MIRANDA, da Educa ção, Lisbo a, 1999, p. 147, qual
to

Just
ANTÓNIO PEDRO BARBAS HOMEM, Direito 1º Revista da Assoc iação Portugue de
sa Direi
mia das escolas in Educaçãoe Direito — Revista nº 1, multi € interdisciplinar. 2. O Direito da Educ
ação
pais e alunos peràant autonoe
ão, Lisboa, 1999, p.89, seja: “1. Direito da Educação como área países da língu a portu gues. 3. Os direit os -
da Associação Portuguesa
semestre, Revista de Direito da Educaç a a stituição cultural, em Portugal é nosinterdependência. a) Liberd ad e€ -
ção
educa
FILANGIERI O primeiro autorà formular es e a sua
de
assinala que foi o jurista italiano GAETANO cujos ensina- | fundamentais pertin educação
à ent
liberdade de criação
integraria a “ciência da legislação”, direito à educação; b) Os direitos pressupostos liberdade de religião,
a idéia de que o direito da educação NIO RIBEIROS DOS SANTOS profissão, direito de iniciativa
mentos influenciaram, decisivamente, o jurista
ANTÓ
Direito
cultural, poder patemal) e os direitos conexos (liberdade dade sociedade relativamente àedu-
do direito da educação Novo Código de direito
como parte do re
que defendeu a autonomia nado de D. Maria L Sob o conceito de
tuguesa, no rei
Público da monarquia por eitos Pcacit
Educacional e.Dir s e as Universid
educacional, cf. ANDRÉ TRINDADE, 2: ireito REGIN A PAIVA, Direito À 7. O sistema escolar e a gest ãoas. 8-As Universidemade
das escol geral
et relação real, Curitiba, 2007, pp. 41 a 50; b) A diver sidad e das instituições
superior em Portugal;
lo fato para o direito, Curitiba, 2007, pp-
63:a 96. E :
o públicas em especial. a) O ensino públicas e a sua autonomia: d) O Conselho de Reitores.
onde vai a educação? Rio universitárias; c) As Universidades
Cumpre ressaltar o escólio de JEAN PIAGET, Para m mais nem. ilidades de que e) Referência de Direito Comparado. 9. O Direito Internacional da educação
”.
ional: do fato para O direito, Curitiba,
1994, p. 35., para quem portan!
“o direito à educação é, 9. Nesse sentido REGINA PAIVA, Direito Educac
que tem o indivíduo de se desenvolver normalmente, em função das pra realizações s emDireito Educacional, com conhe-
essas posst Srt p. 95, defende que a formação de especialista será benéfica para uma melhor
ea obrigação, para a sociedade, 'detransformar nd aprofundados na fenom enolo gia da educa ção,
rca quições priva jurídi cas no âmbito da educação.
Estado ed, es condi e equacionamento das relações educação brasileira do Século XX, Rio de
efetivas e úteis”.
CARLOS CEZAR BARBOSA, Respónsailifadep. civildo 10. C qu
- CE. ESTER BUFFA, Opúblico e o privaCO
do na
q
e - naltraduz— -sesist: comemao edativi] forma.
sig naque =
das nas relaçõ
Rio de Janeiro, 2004,
es
de ens ino,
8. con
Janeiro, 2005, p. 53.
educação com - o seu acesso, uma vez que 19
um determinado processo
se levar a efeito educacio

18
Caros Eduardo Behrmann Rátis Martins
“À Proposta do presente trabalho ,portanto, A
+º num esboço de eai teoria geral sobre o direito de tiva! dasensino
so aO
nor-
fundamental Público, mas busca discutir a força o Toánámio etratar
mas declara tórias que revelam essa tutela em sentido :leira de
Sobre suas normas assecuratórias na Constit 1988.
uição Brasi
Por essa razão, no átul foi laborada análi se da
, o segundo, foi € ;
oE veuçãão do ensinoo Império
Brasil integrava ninoportuguês,
público até desde o período em E
a atual complexa co
Euração normativa da Carta Cidadã, passando, posteriormente, por
* Semocra; ed É Partir de .
ro Ituições Brasileiras, sem desmerecer as o india 1 Teveland o
na atual Const o O legislador reformador sobrere a at chegar
matéria,ia, até : co O acesso
: ituição Brasileira da Educação, nomeadamente, do $$ SUbubro- de de 1988
joro UM Comp
Permanê
ensino fundamental Público de qualidade. ; romisso SO hist
hj órico
COnstitucio que 'Mplicando à necessi
No terce eng e viabi E
9 capítu lo, serão discutidas as características do direito - É A“Ontinuidade ao “o aMaior eficácia
Odin
de acesso
29ao ensino
- a í
fundamental
Oção de que Se trata
público ; de qualidade
de uma norma que densifiç
: .
mínima, partin- à Sscaso m a educação

a um princípio :
—=tspecial, decorrePeci al;é
de sons Ta regra autoinstrumental;
no
é direito social
ie | Bratuito
e não se e E do 4 colicy bidirecional, essencial, universal, as
- 1
a eds

1.

o imemo da Sha MI
WO ni
nr esc
nei media bra Da ud dois 1

20

21
CaríTuULO I
A EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO DO DIREITO
DE ACESSO AO ENSINO FUNDAMENTAL
NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
mário * l Oen sino fundamental brasileiro antes da Independência:
O oaperi
59) : 1.1.1. O período heróico (1549-1570) 1.12. 1.1.0
Jesult ico (1549 -17
Ratio Studiorum (1570-1759) — 1.2. O período pombalino (1759
1808): 1.2.1.4
forma Pombalina (1759 a 1772); 1.2.2. A segunda Refo
nd 808) — 1.3. O período joanino (1808-1822) opa

1. O ENSINO FUNDAMENTAL BRASILEIRO ANTES DA


INDEPENDÊNCIA E
A história de proteção ao dire
ito de acesso ao ensino fun-
damental no Brasil'? está intrinsecamente ligada à evolução do - -
“e ==direito constitucional pátrio, confirmando
6 espiri to do législador ——
- constituinte em amalgamar na Constituição Federal, a Constituiç
ão |
da Educação". comer resmademer memesseemess o E

. 12. Para MARIO ALIGHIERO MANACORDA, História da educação: daumtiguidade aos

ç
nossos dias, São Paulo, 2006, p. 356, foi do Egito que “nos chegaram os testemunhos
mais antigos€ talvez mais ricos sobre todos os aspectos da civilização e, em particular,
* sobre a educação”. A história da educação brasileira é uma reproposta do antigo Egito,
EL
quando houve a separação entre instrução e trabalho, com a constante discriminação entre
LED
a instrução para os poucos e o aprendizado do trabalho para os muitos. Hoje, acontece
da seguinte forma: acesso ao ensino fundamental para todos, mas educação de qualidade
para poucos e acesso ao ensino deficitário para muitos. E esses muitos continuam sendo,
Fai ndo call SD 0 ca

facilmente, manipulados pelos poucos. .


!3. Toda e qualquer Constituição traduz-se num sistema jurídico que integra dois ou mais
microssistemas jurídicos, ou seja, microconstituições que se confluem e que vem a formar
& Lei Fundamental. A Constituição Brasileira da Educação, como será observado, não se
ES dota 246)

limita à Seção 1 do Capítulo Il do Título VIII da Constituição Federal de 1988, mas está
- dispersa em todo o texto constitucional. CLAUS-WILHELM CANARIS, Pensamento
sistemático e conceito de sistema ciência do direito, Lisboa, 2002. pp. 22 e41, ensina E
Cola mimo

O papel do sistema é o de refletir e realizar a adequação valorativa e a unidade interior o


ordem jurídica, observando-se que o sistema, devendo exprimir a unidade cgi so
Dm

normas singulares, não pode, pelo que lhe toca, 'consistir apenas em é
apoiar-se nos valores que existam por detrás delas ou que nelas estejam comp ,
-

23
no fundamental...
eito de acesso aoo ensi
ão do dirirei
A evolução da proteç
Carlos Eduardo Bchrmann Rátis Martins pop u
estavaia os escravos, aa
popu-
luí dos À
da educaç ão,
servidores!*. Exc
Sucede, pois, que o reconhecimento do direito de acesso ao ensino | e as mulheres *.
fundamental de qualidade, nas Constituições Brasileiras, é fruto da lação desprovida de posses!” em
é iti mente, por cad ez, ea
evolução da proteção e manutenção do ensino público, na evolução | O período jesuítico foi dividido, nitida
o heróico ” € O peri
da ex-colônia lusitana até os presentes dias. duas fases, quais sejam: o períod
Faz-se necessário, portanto, observar que a história do ensino & Studiorum.
fundamental, nas escolas públicas brasileiras antes da sua indepen-
- 1.1.1. O período heróico (1 549-1570)
dência da Metrópole lusitana em 1822, dividiu-se, basicamente, em
o pelo plano de instrução
três períodos, quais sejam: O primeiro período jesuítico é marcad
se iniciava com o aprendizado
) o período jesuítico (1549-1759); elaborado por Manoel da Nóbrega, que
ia com à doutrina cristã,
do português (para os indígenas) e prossegu en
ii) o período pombalino (1759-1808); onalmente, canto mein
“ aSescola de ler, escrever e contar” e, opci
lado, com o aprendizado .
iii) o período joanino (1808-1822). . e música instrumental, culminando, de um
gramática latina para
profissional agrícola e, de outro 'ladó, com a
ores na .
. 1.1. O período jesuítico (1549-1759) É: aqueles que se destinavam à realização de estudos superi
Universidade de Coimbra?.
' É assim denominado o primeiro período da educação brasi- .
leira!*, uma vez que o ensino ficava ao encargo da Companhia de
Jesusº, instituição religiosa que ministravã o erisinó fundamental, “OM da mulhere da criançano Brasil...
16. Pára MARIABEATRIZ NIZZADA SILVA, A educação
=mcgas Chamadas “escolas de lér escrever e contar”. Nesse período, 0”
Edi SE Finci=""
visavam dois objeúvos priné
'Coltônie, Riy de Janeiro, 2005, p. 131, oscolégios jésuítas
pais: ensinar a ler e escrever aos pequenos índios isolados de suas
famílias € arrancados
E "ensino destinava-se primordialmente aos filhosenc da classe dominante, à cultura indígena e fórmar os quadros para a própria Companhia
de Jesus do Brasil.
analfabetismo colonial foi motivado pela exploração ao trabalho infantil. Ensina MARIA
ceras vença emma tg mem name center mm
cms mm va tan 6 termas
representados pelos: donos da terra em geral, mas incluia também. % 17...
a educação
os índios, dentro dos objetivos práticos da ação missionária dos - BEATRIZ.NIZZA DASILVA, op. cit., p. 139, que para analisar como se deu da criança
infantil no Brasil colonial, deve se partir da concepção de quem era considera
Jesuítas no Novo Mundo, no sentido de recrutamento de fiéis e ' à época, que se limitava então aos 7-(sete) anos O período da infância; haja vista que
a
“grande divisão etária era a seguinte: do nasciment o até aos 3 anos, temos o periodo
se a
de criação em que a criança era alimentada com leite humano, da mãe ou da ama,
4 aos 7 anos decorre uma segunda fase em que a
condição da mãe assim o exigisse; dos
14. LUIS FERNANDO na educação brasileirá, Rio de
CONDE SANGENIS, Franciscanos criança acompanha a vida dos adultos, sem nada lhe ser exigido em troca, nem trabalho,
os filhos de
Janeiro, 2005, pp. 98 a 105, atesta que a História da Educação Brasileira não foi iniciada nem estudo, nem cumprimento dos deveres religiosos. A partir dos 7 anos,
iam geralmente aprender um ofício com um artesão, ficando mesmo
pelo grupo constituído por quatro padres e dois irmãos chefiados por Manoel da Nóbrega, plebeus, ou mecânicos,
poucos
. em 1549, mas dos franciscanos, Frei Bernardo de Armenta e Frei Alonso Lebron, em Mbya- a morar em casa do mestre como seus aprendizes. Os filhos de lavradores com
os filhos com as
çá, Santa Catarina, quando fundaram a primeira escola brasileira, em 1538, que estavam escravos começavam a ajudar nas fainas agricolas. Os tropeiros levavam
negociantes
a serviço da Coroa Espanhola, razão pela qual sua ação missionária não foi considerada tropas. Os mercadores punham-nos nas suas lojas ou armazéns e os grandes
começavam a treiná-los para caixeiros depois de os fazerem passar pelo aprendizado das
pertencente ao ciclo lusitano-brasílico. A escassez dos documentos registrados pelos fran- ade de uma carreira
primeiras letras. Só aqueles que pretendiam dar aos filhos a possibilid
ciscanos seria a principal razão dos historiadores quase não mencionarem seu relevante o
papel educacional, diferentemente da grande profusão de Cartas Anuas, que divulgavam, no serviço da coroa é que se preocupavam com O ensino formal”.
no Brasil, Rio de Janeiro,
invariavelmente, os aspectos bem sucedidos e virtuosos pela Companhia de Jesus. 18. Cf. TEREZA FACHADA LEVY CARDOSO, As aulas régias
15. Informa RÔMULO CARVALHO, História do Ensino em Portugal: desde a fundação pedagógicas no Brasil,
PN: SAVIANL, Educação e Colonização: as idéias
- da nacionalidade até o fim do Regime de Salazar-Caetano, Lisboa, 2001, pp. 281 e ss., 19
126. ; a: o
que o criador da Companhia de Jesus foi Inácio de Loiola, cujo pensamento se alastrou o itavelmente, na Idade Média (1200-1220) que as Universidades adquirira
À m
Li
por todo o território lusitano no século XVI, possuindo a ordem jesuítica já colégios em am dois oralidade jurídica através das “Constitutiones” e dos “Statutas”, traduzindo-se no
Coimbra, Lisboa, Évora, Porto, Braga, Bragança, Angra e Funchal.
25
M to de acesso ao ensino
Carlos Eduardo Behrmann Rátis Martins” Eai A evolução da proteção do direi

o no Ratio era
1.1.2. O período do Ratio Studiorum (1570-1759) salt ar que o ideal pedagógico contid
Impend e res
lista porque se tratava de
i lista e elitista. Universa
O segundo período jesuítico, por sua vez, foi marcado pela orga- . desti-...
nização e consolidação da educação pela Com i . Elitista porque acabou se
”, com o que
do plano contido no Ratio Studiorum?”, que Mi ois fil hos dos col onos & excluindo os indígenas da
séculos, quando ocorreu a expulsão dos jesuítas de Portugal e d 3 nando aos
se con verter am no instrumento de formação
.. esuas É os colégios jesuítas previstos no plano
colônias por ato do Marquês de Pombal, então Prime
i im in do os estágios iniciais
Rei D. José I. ineo Ministro do elite col oni al, su pr
da Nóbrega”.
educacional de Manoel

inúmeros estudos
espírito ecumênico € corporativo das novas Escolas, em que
Antiga. Os e so municipais itali a
m
consagra o seu apareci mento desde.a Grécia
das “Universitas” dos séculos XI£e
as
constitulram as formas mais próximefeito, DL, marcadas
gião católica continuasse oblidade direta pela educação”, rompendo
pelas linhas bentistac cisteriana. Com o século XIII é, na Europa Ocidental, o sécul
da oi colina
das Universidades e as priméiras instituições ligaram-se ao nascimento Direito imeir abi
Cristianismo e pelo
da Igreja nas zonas da Europa mais fortemente marcadas pelo
muito festejada pelaexcelente j
Romano. À primeira Universidade foi a de Bolonhação (Itália),
já se encontrava completa i
com o pensamento”
qualidade no ensino do Direito e cuja organiza
jesuítas?. . tcc tros
a'se con-
pombalinias da instrução públic
am cds nie
do século XII. A segunda foi a de Paris, cujos estatutos receber
1208 ou 1209. Consistiram, também, em pólos irradiadores fundamen tais, &s Universi- . :
é Com efeito, àsis reforiniás
ca, como ensina JOAQU IM VERÍSSIMO SERRÃO, cit., a às idéias reli iósas na-versão-dos-jesuítas,
o pelo Iluminismo, enten:
dades de Oxford e de Salaman “A. trapi
de não dent eufi ciia nena .
! E racts erizadne
Portugal ao contexto histórico caract
a fundação
Portugal ad da primeira Universida a data do início de suas ati-. a
88 Bm a definii, precisammênte,
preparar súditos capazes
DRJ ntnão se poder
ce = 2: docu de modo me
seria o de-
vidades. Entretanto, no final do século XII, muitos portugueses
já tinham frequentado
clas desempenhavam
dendo que o objeto da educação legítimos as leis e os costumies do
as Universidades espalhadas peta-Eu ropa-e sabiartr do papel que
se o de identificar e reçonhecer
com o
6 entusi criaçãoode
pelaasm
--nas respectivas sociedades, consolidando, cada: vez mais,ALHO, Hisiória do Ensinoém
uma Universidade Portuguesa. Para RÔMULO DE CARV
Universidade Portuguesa seria 12
da
Portugal, 2001, pp. 43 e.ss., O marco fundacional
de Novembro dé 1288, póis neste dáta um grupo de prelados portugueses, das primeiras ines açãoe Exclusão .
TOS CRUANHES, Cidadania: Educ
ao papa um documento informando-o que
filas da hicrarquia escolástica, encaminharam 22. ParaMARIACRISTINADOS 16SAN o, com a vi a
dos jesuí
nd tas, *
que já havia sido autorizado pelo Rei D. a 18, à partir do desc
- Social, Porto Alegre, 2000, p.
obri ment
. resolveram criar um “Estudo Geral” em Lisboa, ional excludente no Brasil, que nunca educ
ou equitativamente a
, o acess o so ensin o de quali dade foi privilégio
e então
todos, com os mesmos saberes. Desd , inici ando o distanciamento
duziu ao longo do tempo
de uma elite pensante, que se repro
or lusitano é marcada pela transferência no conj unto da socie dade.
a gênese dos estabelecimentos do ensino superia para a Cidade de Coimbra. Menos de cultural referente àsposições ocupadas i
cit., P. 127. .
ce do “Estudo Geral” da Cidade de Lisbo 23. Cf. DERMEVAL SAVIANL, op.
preco
de Lisboa”, D. Dinis solicitou
fundação do “Estudo Geral estab 24. TEREZA FACHADA LEVY CAR
DOS O, op. cit., p. 181, destaca o pioneirismo de
dinte anos decorridos apésque a tra ativi
nsfaseri dades
sse do elecimento para Coimbra,
ao papa autorização para e uma Universidade
vez. que não consideravae Lisbo a um lugar apropriado paraãoa sede-d
uma posiç geográfica privilegiada de institulrem a escola pública ocorreram na Prússia
em 1763, na
e justificava que a Cidad de Coimbra possuia do most de ei Cruz e
Santaro :
dade, marc pela tradiç
ad aral
ão cultu Rússia em 1773 e na Áustria, em 1774.
grande bele e ameni
za .do Brasil ao mundo moderno, Rio de
ão
por ser distinguida como morada da Corte. 25. Informa ARNO WEHLING, 4 incorporaç
gal Barroco: Séculos XVI ta para a colônia foi o fechamento dos
21, Ensina ANT) NIO GOMES FERREIRA, 4 educação no Portu Jesus era Janeiro, 2005, p. 179, que a consequência imedia
o conteúdo do ensino da Companhia de e a transferência do control e de suas missões a professores contratados
a XVIII, Rio de Janeiro, 2005, p. 60, que no Ratio Studiorum, que consistia num misto de colégios jesuítas
para proferirem as aulas régias.
através de métodos previstos jesuíticas. de diferentes disciplinas pelo Estado Português
£ ne
igo, Programa e Lei Orgânica aplicados nos colégios e nas Universidades 27
26 r
A evolução da proteção do direito de acesso ao ensino fundamental:.:
Carlos Eduardo Behrmann Rátis Mart n -

Iniciada com o Alvará de 28 de junho de 1759, caracterizou-se


Estado lusitanos, Vale dizer, buscou a Metrópole lusitana, através pela Reforma dos Estudos Menores em Portugal com reflexos ime-
da educação, conformar a ordem política, adequando cada um ao " diatos na Colônia Brasileira, que correspondiam aos estudos das
lugar que lhe fora reservado por sua origem de classe, ps co primeiras letras e cadeiras em humanidades”.
fundindo a educação pública como instrumento-de democratização
de oportunidades sociais”. . - A designação Estudos Menores correspondia ao ensino primário
- e secundário, sem distinção, que depois de concluídos, habilitava-se
Sucede que as reformas pombalinas acabaram por não se efeti- o estudante a cursar os Estudos Maiores, ou seja, aqueles oferecidos
var, por inúmeras razões que, dentre as quais se confundem com os
mesmos problemas que atingem, atualmente, o ensino fundamental pela universidade”.
brasileiro, em outro contexto histórico, impossibilitando a garantia do Os Estudos Menorês eram formados pelas aulas de ler, escrever
padrão de qualidade mínima, tais como: a) a escassez de mestres em

DR
e contar (também denominadas de aulas de primeiras letras) e pelas
condições de imprimir a orientação às aulas régias; b) a insuficiência

SOS
aulas de humanidades, que abrangiam, inicialmente, as cadeiras de .

DRESS
de recursos para a compra de livros e c) o isolamento cultural da Co- gramática latina, língua grega, língua hebraica, retórica e poética.
lônia motivado pelo temor dé que, através do ensino, se difundissem

DU
- no Brasil idéias emancipacionistas”. . Aconteceu, entretanto, que, embora a Coroa Portuguesa, tivesse
elaborado uma legislação minuciosa voltada para a implementação -
As origens do que venha à ser compreendido, atualmente, como
tanto do funcionamento da escola pública quanto para o da escola
-ensino fundamentaPº remontam, nomeadamente, às duas Reformas
particular, não houve comprometimento em promover condições .
Pombalinas, quando sé efétivaram a implantação de um novo sistema

2 á
di Las, “escolar, -o-sistema das Aulas-Régias:--":--- ..Jegis de aplicabilidade daquela. ” - o im metem rama metro anes é Guys crase

1.2.1.4 primeira Reforma Pombalina (1759 a 1772) apre; po 181»


30. Cf. TEREZA FACHADA LEVY CARDOSO;

DS
31. Etimologicamente,à palavra universidade deriva de “universitas”,
que designava o:
A primeira Reforma Pombalina traduziu-se na claudicante gênese conjunto de professores e alunos que se reuniam para a transmissão do saber, mas ainda"
i . do ensino fundamental público brasileiro. sem sentido de “corporação” em que veio a transformar-se -para referir a própria Escola
como instituição de estatuto, privilégios e funções. JOAQUIM VERÍSSIMO SERRÃO.
História das Universidades, 1983, p. 11, ensina que a expressão universidade substituiu
o termo “Studium”, que designavaos centros escolares, vindo a designar, posteriormente,

A
apenas Faculdade ou conjunto de corpos de ensino (“Studium Generale”) que formavam
26. Cf. CARLOTA BOTO, Iluminismo e educação em Portugal: legado as Universidades. Cumpre salientar as liçõés de RÔMULO CARVALHO, História do
- ao XIX, Rio de Janeiro, 2005, p. 162. ci a Ensino em Portugal, 2001, págs. S6 e 57, ao considerar que “Universidade (Universitas)
27. A educação era destinada a uma parcela privilegiada da
: à
a restrição do ensino populaçã que postulava,
o, portanto, e Estudo Geral (Studium Generale) não eram sinónimos, embora com o tempo viessem
a algumas camadas da sociedade, na medida em que
das populações dos trabalhos manuais prejudicaria o afastamento a muitas vezes a confundir-se. O Estudo Geral era a própria escola, o edifício onde se
o equilíbrio econômico necessário à encontravam os professores para leccionarem € os alunos para receberem o ensino,
e era também a instituição em si mesma, organizada para receber os estudantes que
tn

quisessem seguir os estudos, assim como o conjunto dos cursos. A Universidade era
uma Corporação, uma assembleia, uma congregação de mestres e alunos, com persona-
É La

30, a verdadeira educação não só consiste em


a a pensar, mas também em apre lidade jurídica. Na Idade Média, os ofícios estavam congr egados em corporações que
a pensar Sobre o que se pensae este momento reflexivo — que com nder
Universidade
” nosso salto evolutivo relativamente a outras e spécies — maior nitidez marca o constituíam confrarias dos indivíduos dedicados à mesma actividade. A
era uma corporação análoga à dos ofícios. Este é o significado histórico da palavra
exige constatar a nossa
a uma comunidade de criaturas pensantes. pertença
AUS

-
28.:Cf, DERMEVAL SAVIANI; op. cit.; p. 128... “Universidade”: uma organização corpórativa de mestre c de alunos. Com o.correr dos
29.:CE:TEREZA FACHADA LEVY CARDOSO, op.-cit, p. 185 anos vingou a palavra “Universidade”, mantendo o sentido que já-tinhae incluindo o
de “Estado Geral”. ,
caga

28.
29
ts

Ed
Carlos Eduardo Bchrma
m Rátis Martins A evolução da proteção do direito de acesso ao ensino fundamental...

Com efeito, a segunda Reforma Pombalina consistiu numa ten-


De fato, a escola pública brasilei ra, desd
e o seu
Ea nascimento, a
tativa de se evitar à continuidade da falta de efetividade da primeir
nunca preencheu as necessidades da populacã
que a educação não era prioridade di i uma vez Lusitano
Reforma, fazendo-se necessário ressaltar que o Império

o
português, que tentava dividir sua responsabilidade dura o Império abrangesse
aaa nunca teve a intenção de montar uma rede de ensino que
através de prática de subscrições populares para arreca todo O seu domínio, até porque o acesso aos Estudos Menores não
incentivos com associações voltadas para a promoção da ; ndos e

Lisa!
era obrigatório e seu destino não era à população em geral, Os sú-
havendo a proliferação do ensino particular? nstrução,
ditos eram divididos em grupos diversos, de acordo com a atividade
Indubitavelmente, um dos motivos da atual cri
i
que eles deveriam exercer para atender os interesses da Metrópole.
damental público brasileiro, qual seja a sons Em resumo, desde a sua origem, o ensino fundamental público no
ensino fundamental remonta desde o de nau
primeiro concurso público para Brasil, foi, nitidamente, fadado ao insucesso. A educação foi utilizada

a
arregimentá-los em Recife, a 20 de março de 1760. Em 7 de dia
deste mesmo ano, realizaram-se os prime como instrumento de manutenção de controlo de poder pela Metró-
irosexames para professores pole lusitana, cuja prestação, no que tange tanto quanto ao acesso

SA
régios de Gramática Latina no Rio de Janeiro, entretanto até 1765 quanto à garantia de qualidade no serviço, decorria de interesse do
não havia ainda sido nomeado nenhum professor público no Brasil próprio Império em manter a extratificação social da época, através -
embora os concursos ,
já houvessem ocorrido. O sistema público de cerceamento de emancipação intelectual. O subdesenvolvimento

Di
de
ensino no Reino português demorou, portan educacional sempre correspondeu a una das faces do colonialismo”. .
“lu” ” . anos para ser implementado, desde o Alvará deto, 28exata mentede quinz
de junho 1759,e Havia súditos aos quais as instruções dos párocos seriam suficientes,

Ee
Ceu
- Umã vez que o início oficial das Aulas Régias só ocorreu em 28 de. “e que portanto permaneceriám dentro da cultirá óral; áqueles gos. .
e. “= Junho
de 1774; com a aula de filosofia racional é-moral, ministrada - ler, escrever é contar; aqueles *
de os
“quais bastariam saber os exereíci

E
pelo professor régio Francisco Rodrigues Xavier Prates, presbítero que seriam mais hábeis para os estudos .e.que poderiam estudar a
secular, no Rio de Janeiro”. . hi À Língua Latina.e poucos que poderiam cursar as Universidades's. .

PE
1.2.2. A segunda Reforma Pombalina (1772 a 1808) 1.3. O período joanino (1808-1822)
Admitido o fracasso da primeira Reforma,o Governo lusitano, Em decorrência do bloqueio continental decretado em 1806

iza
através de Lei de 6 de novembro de 17:72, tentou promover correções por Napoleão contra a Inglaterra, com a quala Metrópole lusitana
para incrementar a oferta escolar com três objetivos: i) reformar os mantinha laços diplomáticos, a família real lusitana migrou para
os antigos Estatutos da Universidade
Estudos Maiores, substituindo o Brasil em 1808, dando início, do ponto de vista educacional, ao
de Coimbra, elaborados pelos jesuítas, por um novo Estatuto que período joanino, com a chegada de D: João VI à Colônia Brasileira
da

. se adequasse ao pensamento iluminista; ii) criar um imposto do que passou à condição de sede do império, resultando na expansão, .
Subsídio Literário, para financiar as reformas dos Estudos Menores; especialmente, do ensino superior, antes vetado pela política metro-
E

iii) instalar nas principais cidades do país, novas Escolas de Estudos politana, em detrimento mais ainda do ensino fundamental.
Menores”.
aci:

35. Cf ROGÉRIO FERNANDES, As Cortes Constitui dantes e a Educação


Nação Portuguesa
32. Cf. TEREZA FACHADA LEVY CARDOSO, op. cit., p. 183, É s :
Pública, Rio de Janeiro, 2005, p.30. . .. o» w o
33. Cf. TEREZA FACHADA LEVY CARDOSO, op. cit., p. 183.
34. Cf. TEREZA FACHADA LEVY CARDOSO, op. cit., p. 184. 36. Cf. TEREZA FACHADA LEVY CARDOSO, op. cit.; p. 184...
31
E nã

30
o Carlos Eduardo Behrmam Rátis Martin

ito, ainda em 1808, -buscand


de condições para sua poa ita
s

E :
o
E |

es
O DIREITO DE ACESSO AO ENSINO FUN
:

DAMENTAL
:

CaríTULO H
=

panier de €!
=
a
ILEIRAS
ia foram implantados os primeiros cursos
para onde de- * AS CONSTITUIÇÕES Bras
da So Sahradós é GO na Cidado do Rio de Janeiro,ria à Academia
funda
pois se deslocaria a família real, onde também ar (1 810), objetivando - Sumário + 1. Constituição de 1824 —2. Constituição de 1891 GS + pesei
) e Acad emia Real Milit 1934 — 4. Constituição de 1937 — 5. Constituição
Real da Marinha (1808 .
de 1946 Rico cg
— 7. Constituição de 1969 — 8. Constituição de 1988 — A Constituição Bras! aia 1
ter cuidados mínimos neces sários para a sua saúde e uma estrutura
Educação: 8.1. Das alteraçõ
à Constituição
es Brasileira da Educação de e Ens
militar contra invasões. , Da Emenda Constitucional de Revisão nº 01: 8.1.2.
Das Emendas Constitucionais:

pendência do Estado 8.1.2.1. Da Emenda Constitucional nº 10; 8.1.2.2: Da Emenda Constitucional mí 15;
Entretanto, só após a declaração de Inde a Constitucional nº 19;
obramento 8.1.2.3. Da Emenda Constitucional nº 17; 8.1.2.4. Da Emend
Brasileiro perante a Metrópole Lusitana, houve. o desd es 8.1.2.5. Da Emenda Constitucional nº 27; 8.1.2.6. Da Emend a Constitucional nº 31;
ento de faculdad tucional.nº 42;
das Universidades Brasileiras, com o aparecim 8.1.2.7. Da Emenda Constitucional nº 32; 8.1.2.8. Da Emenda Consti
eiraa
" isoladas por todos o país, de caráter federal, tendo como pion 8.1.2.9. Da Emenda Constitucional nº 53
Faculdade de Medicina em 1832, em Salvador”. . ,

“Es- a Ro af Após a Proclamação da Independência do Brasil, em 7 de setem-


jtse $ OE gm. E. bro de 1822, o acesso ao ensino fundamental público alçou a condição
|: Hiaidos , o É. A O a sos ud A * de norma constitucional inserida dentre os direitos civis e políticos
a aii W"— doscidadãos brasileiros, na Constituição Imperial de 1824, estando,
can todas ds Constituições Brasileiras até a =
up.

ie E na RUE IT Cana Cut TO Po DS dpivam ondes presente


ao o ê
gpa une aminamem

“38. Iimpende ressaltar que todas as Constituições Brasileiras sofreram profunda influência das
Ow

| Hj Constituições Portuguesas, nomeadamente, no que tange ao arcabouço constitucional que

|
A mútua influência decorre
o ensino fundamental.
“trata sobre desde a fase do constituciona-
lismo liberal luso-brasileiro, cumprindo, pois, conisignar as lições de JORGE MIRANDA,
O constitucion liberal luso-brasilei
alismo ro, Lisboa, 2001, p. 7e ss. e Teori a
do Estado
e da Constituição, 2002, p. 144 € ss., que, so estabelecer paralelo entre as Constituições
ensina que: 2) a Constituição Portuguesa de 1822 foi votada por

:
Brasileiras, sas
Porteugue
mas não chegou
uma Assembléia Constituinte com deputados eleitos em Portugal e no Brasil,
o dia
a entrar em vigor no Brasil, pois só foi aprovada em 23 de setembro, quando desde
a, b)a
7 de setembro do ano anterior, a ex-colônia já havia proclamado sua independênci
37. No Brasil, a tardia criação da s Universidades
Un decorreu da política coloniali ista de ex- Constituição Portuguesa de 1826 foi, literalmente, decalcada da Constituição Brasileira de
assim como menor não
ploração que se demonstrou, inicialmente, avessa a qualquer estímulo de criação de 1824e feita no Brasil pelo autor desta: D. Pedro 1, IV de Portugal; c)
foi a influência da primeira Constituição Republicana Brasileira de 1891 sobre a primeira
estabelecimento de ensino superior no território brasileiro. Apesar dos inúmeros pedidos
da Colônia Brasileira a solicitar equiparações de seus colégios às Universidades Portu-
! a
Constituição Republicana Portuguesde 1911, principalmente, quanto à fiscalização judi-
es Getulianas
- Buesas,as respostas sempre foram negativas sob a alegação de que os estudos
poderiam cial da constitucionalidade das leis; d) a tendência antiliberal das Constituiçõ
começar no Brasil, mas o último ano deveria ser, necessariamente, em - de 1934 e de 1937 foram inspiradas na Constituição Salazarista de 1933: e) o paradigma

a ae cega Jd VT Chan o
Portugal. Foram os

S1e ressaniesao
podido negadosa,
Portuguesa de 1976 foi o principal
revolucionário pós-regime autoritário da Constituição
«Logo a . João VI na Cidae de modelo para à elaboração da Constituição Brasileira de 1988, consistindo, entre outros. na
=sgóm a elevação do Brasil à condição de Reino Unido,SãoDE Sal tensão das matérias relativas às garantias dos direitos individuais e de numerosos direitos
As normas
Ara na pelas instalação de escolas de educação superior, mas aa sociais, assim como a descentralização e a abundância das normas programáticas.
ainda constitucionais portuguesas, nomeadamente, sobre o direito à cducação. que influenciaram
niversidades com personalidades jurídicas próprias. E
33
2432
Carlos Eduardo
Behrmann Rátis
Marti ins O direito de acesso dO ensino fundamental nas -Constituições Brasileiras

Federal de 1988). e : dade humana e de tolerância recíproca


família, d os laços de solidarie
: ass
que se
enta a vida social.
em
A partir de 1822, > os Estudos M enore
s passaram a ser separados 1824
em dois níveis distintos: o primeirocom O título de ensino
primário, 1. CONSTITUIÇÃO DE
instrução primária, e o segundo, referen te à ed
ucação secundária”, A Constituição Imperial de 1824º! discorreu sobre a proteção ao
como ensino das humanidades, que eq uivaleriam, ensino fundamental de forma tímida, tendo D. Pedro I ressaltado, no
atualmente, aos
ensinos fundamental e médio”, respectivamente. seu último artigo, que à instrução“? primária”? fosse gratuita a todos
Com efeito, as denominadas “ aulas de primeiras
i i cor-:
letras”, que atual
ver e contar equivaleriam ao 3 os cidadãos“ (artigo 179, XXXII.
respondiam as aulas de ler, escre
ensino fundamenta
ane l obrigatório brasileiro, > estabeleci
lecid ti CS .

32 da Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 — Lei de Dirac 41. Em relação às Constituições Portuguesas, faz-se oportuno citar que a Constituição lusitana
de 1822 ao tratar sobre os estabelecimentos de instrução pública, estabelecera que em todos
Bases da Educação Nacional — cujo objetivo é a formação básica do os lugares do reino, onde fosse necessário, haveria escolas suficientemente dotadas, cem
cidadão, mediante: I— o desenvolvimento da capacidade de aprender, a mocidade Portuguesa de ambos os sexos a ler, escrever, e contar, e o
que se ensinasse
' seria livre a todo o cidadão
catecismo das obrigações religiosas (artigo 237º), bem como
tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do abrir aulas para o ensino público (artigo 238º). Já a Constituição de 1826 preconizara,
no
cálculo; Il - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema |
seu artigo 145º, que a instrução primária seria gratuita a todos os cidadãos ($ 30º) e que

fundamenta. “ seria garantido pelo Reino Português Colégios e Universidades, onde seriam ensinados
polífico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se "os Elementos das Ciências, Belas Letras e Artes (8 32º), cujos conteúdos foram repetidos
a sociedade; III —o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, . meio o pos artigos 28ºe 29º da Constituição de 1838.
e instrução. Ensina........
2... Muito já se discutiu sobre.as diferenças entre as expressões educação
“tendo em vistaa aquisição de.corihecimentos e-habilidades.e a for-. E
“RCC REGINA MARIA “FONSE CA MUNIZ, O direito àed uc Rio de
açJaneiro,ão 2002, ,p.
- mação deati valores: IV > o fortalecimento dos vínculos. de
e tudes * 8, que essa dicotomia tem suas origens na educaç
haja vista que havia o peda-
ão grega,
gogo, que educava as crianças € adolescentes de acordo com os valores das polis, cuja
e o professor que instruía às mesmas .
preocupação. primordial era a formação do caráter
da escrita, cujo papel era considerado
conhecimentos básicos de matemática, “noções
8.32ºda inócua essa diferença, na medida em
as brasileiras foram as seguintes: artigo 237º da Constituição de 1822; artigó 145º, totalme nte,
secundário, tornando-se, atualmente,
Constitu ição de 1838; artigos 10ºe 1º da Constituição
de 1826; artigo 28º, da Constituição que a primeira engloba a segun
de 1933; artigos 73ºe 74º da Constituição de 1976. ão infantil no século XIX, Rio de Janeiro, 2005,
. de 1911; artigos 42º e 43º da Constituição 43. MOYSÉS KUHLMANN JÚNIOR,4 educaç de 1854,
SO, op. cit., p. 182, consigna , inclusive , que a partir p. 68, informa que o Regul amen da to
Instru ção Primáriac Secundária da Corte,
39. TEREZA FACHADA LEVY CARDO iam fre que as escola
nta rs primár ias.
poder
de 1835 no Brasile 1836, em Portugal, é que o ensino secundá rio passou a reunir as aulas, previa que crianças a partir dos 5 anos de idade que os cidadãos brasileiros eram:
Imperi al de 1824
liceus, tuição
* oucadeiras avulsas, em estabelecimentos de instrução secundária denominados de 44. Estabelecia o artigo 6º da Consti que o pai
quer sejam ingênuos ou libertos, ainda
“[ — os que no Brasil tiverem nascido,
embora desde 1825 já houvesse uma proposta aprovada pelo govemo de implantar um resida por serviç o de sua Nação. Il =Os filhos de
de Pernambuco. seja estrangeiro, uma vez que este não estrangeiro, que vierem
liceu na capital da província brasileira, nascidos em país
inicialmente, as cadeiras de gra- pai brasileiro c os legítimos de mãe que estivesse em país
40.. Por sua vez, as aulas de humanidades, que abrangiam, — Os filhos de pai brasileiro.
corresponderiam ao atual estabelecer domicílio no Império. II a eles não venham estabelecer domicí
lio no
mática latina, lingua grega, língua hebraica, retórica e poética,
de Dezembro de 1996, que reza: estrangeiro em serviç o do Impéri o, embor
de 20
ensino médio, previsto no artigo 35 da Lei nº 9.394
mínima de três anos, terá
“O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração
como finalidades: 1 — a consolidação e o aprofundamento dos conhecime ntos adquiridos t
o prosseguimento de estudos: Il — a preparação aderiram a esta expressa, ou tacitamente, à sua religião.
. .- no ensino fundamental, possibilitando aprendendo , de modo a trange iros natura lizado s, qualqu er que seja
para continuar o”. Conclui-se, portanto, q
- "básica para o trabalho.e a cidadania do educando,
ocupação ou aperfeiçoa- precisas para se obter Carta de Naturalizaçã de voto aos analfabetos. :
condiçõe s de
+ -Ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas ndo como pessoa humana, incluindo de 1824 não limitava o exerc ício do direi to
de
nto do educa o Social e Direitos i
mento posteri ores; LI — o aprimorame 45. Leciona JORGE MIRANDA, Estad 2005; p: 204 que apesar
tual e do pensamento crítico; morativa — 15 anos, Brasília,
Tribunal de Justiça — Edição Come
a formação ética c o desenvolvimento da autonomia intelec dos processos produtivos,
IV —a compreensão dos fundamentos científicost ecnológicos
de cada disciplina”. -
à g â ss - Felacionando a teoria com a prática, no ensino
"
tal nas Constituições Brasileiras
O direito de acesso ao ensino fundamen +

da
4

fora observado nas aeie vai MENTAmg


Reformas
Cartos Eduardo Behrmann RátisMartins
que tange à competência cara legislar projetos pide à À
sobreáriosaiisução (alotadas inúmeraserammedidas legais para
Í | Do) No pé Cas. más
à Câmara dos Deputados 4
foram
monitorial/mútuo para implantar um eficiente
sistema de ensino fun-
| : mária, à Constituição Imperial foi es ultrapassar
não relação
acabou por em às discussões políticas de
Corte - damental que so mesmo.
a foram peprimário no Município da é
reforma da educação€ riar É vantagens o desvantagens
o ensino a 4
cite. - COMO Objetivo de
i lo às pro vín cia s que compunham Pao e
Na prática,
infci das
os problemas continuariam os mesmos do início
| FA e setvir de exemp ido sp
Leinº 16 de 12 de agosto, conhec
1834, foi publicada a ped come Escolas Régias do período pombalino e que cont
inuam preserites: falta
cio nal de 183 4, que des cen tralizou O ensino €esqosa
Pro víncias, de condições mínimas para o funcionamento das escolas públi
cas e falta
Adi as Legislativas das do
léi ssores com domínio
de formação e remuneração adequada de profe
dad e das Assemb
responsabili (artigo 10, 8 2º). o seu desenvolvimen-
manutenção da instrução primária Brasi- método educacional é material necessário para
l foi,
ra Carta 'Constitucional to. Desde os seus primeiros passos, a profissão docente no Brasi
nsável pelo
leira, foi difundido o método
lancasteriano ou Mm : propositadamente, desvalorizada, nomeadamente, a respo
instrumen-
nas esc olas primárias como oficial,
em decorrê
Outubro ensino fundamental, na medida em que foi utilizada como
Primeiras Letras, em 15 de poder ..
do Decreto das Escolas de Dir etr izes e to de projeto político, para prejudicar a formação d o-titular do
da a primeira Lei de constituinte num Estado Democrático?. -
de 1827, que pode ser considera então, o ensino fundamental era Ao
Até
Bases da Educação Brasileira. ter individual, ou
oferecido, principalmente,
no meio rural, em cará
ar, | É DE 18B9L
2. CONSTITUIÇÃO
a lunos a ler, escrever, ; calcul a imin”ião. “==:
..

, . . À) jp. À primieira. Conistitinição


seja, os professores ensinavam aos
era divi- ic
utili
Republ zou, an a?
"indiscr
separadam ent No
e. méto do mo ni a resp
to bilidade
onsari al ivamente
Ji... É. " damente, as palavras ensino e educação, sem garantir efet
s; visando uma a diferentes níveis,
ea a E " ne o professor eus monitore
mesm os traba lhos: POOO S Ma ã -—a- prot eção-ao- direito de acesso ao ensino em seus Nacional, criar
das funções de ensinar, realizândo os Era - R$ estabelecend o privativamente;-ao “Congresso
não
alunos, ao mesmo tempo.
Entretanto, em que pese a adoção do mútuo ser con
siderada .
o fundamental no
um momento significativo da história do ensin DE OLIVÍS AOS VILLELA, Do artesanato à profissão
EIRASANT - representações
ntar às massas 48. HELO de Janeiro, 2005, pp.
país, com o objetivo de difundir a instrução eleme “ sobre a institucionalizaçao da forma ção docen te-no sécul o XIX, Rio
ão
profes
deaç sores foi criada em
ógi- de form
E trabalhadoras com um método que racionalizasse o ato pedag 105e 113, informa que a primeira escola normal
o, mas que por mais de uma década
funcionan em voa
ne co, o Estado Brasileiro, agora independente, mas agroexportador e 1835, na Província do Rio de Janeir
ido de alunos. Nesse mesmo ano, foi publi
cada a obra de

escravocrata, não implantou o método conforme preconizado pelos ressaltara experiência ultrapassada pelo

seus idealizadores”.
firmemente.
de pesadas multas, a apoiá-las firme:
isitos econômi coli e “que obrigam os seus habitantes, sob amena = o =
minados area ne plo
no século XIX, aos cidadãos que não possuíssem deter siçem acerta ni Nos distritos mais cade ago o A ir, nessa altura a
sufrági o eta a
aaa sobretudo aos que magistrados municipais ocusarem a fazê-lo; é se a resistência persist
associação).
Je ainda que pudessem ser alcançados sem dificuldade (direito de rando aos pais os direitos que
46. Cf MARIA CRISTINA GOMES MACHADO, , O Decreto de Leó óncio de Cai rvalho aAnália tomará conta da criança, reti CO
1 eo utilizavam”...
«ã
E Pareceres de Rui Barbosa em debate — a criação da escola para o imo no Raid do lhes concedera, mas que eles tão mal am a não poder mais exercer o direito
de voto,
? | ue os anal fabe tos pas sar
ição Bras ilei ra de 1891.
século XIX, Rio de Janeiro, 2005, p. 92.
: j i : uo no Brasil, Rio
an a
49. Impende consignarq is com base no artigo 70 da Constitu
1 47. Cf. MARIA HELENA
ro NOR DAR» CAMARA BASTOS; O ensino monitorialfnút ?
sendo, portanto. 37

sRBo
as “
Carlos Eduardo Behrmam Rátis Marti
O direito de acesso ao cnsino fundamental nas Constituições
Brasileiras
-—-

instituições que promovessem O ensino leigo nos estabelecimentos


. ional a discussão da generalização do ensino
públicos, bem como criar instituições de ensino superior e secun fundamen
dário : naci os de qualidade de prestação de serviço educacional tal e muito
nos Estados e prover a instrução secundár
ia no Distrito Federal? ; TO instrução primária e, conseqiientemente, — na época,
Foi *
dicáro analfabetismo?. Passou a instâ a tenta tiva de se erra.
9, que ficava a cargo do ncia federal a comprometer-se
bem como a sua obrigatoriedade:!. Estados, ' com a educação primária apenas do Distrito Federal e com o ensi
De fato, com a descentralização advinda do superior e secundário no país. Não havia cond no
Império, o ensino & - nem idéias polarizadoras que levassem içõe s organ izaci onais ,
primário passou a ser de competên ao desenvolvimento de um
cundário e superior de competênciaciaconc
dos Estados? e o ensino se-
orrente entre
| sistema político-administrativo que fosse
a Uniãi o e os ativo e abrangente com a
Estad
os. Entretanto, novamente, o ensino fundamental
— na época, o ica da i instrução primár
imáriiass,
- problemática SIG
ensino primário — não foi incluído
na agenda de temas importantes
da instância federal na Primeira República (1890-
foi marcado pela relevante infl
193 0),
período que 3. CONSTITUIÇÃO DE 1934 |
* municipal, em especial, quando uênc ia da inst ânci a estadual sobre a * Foi a brevíssima Constituição Getuliana de 1934, influenciada.
proclamada a municipalização do
ensino de 1º grau*. pela Constituição de Weimar”, que introduziu um capítulo próprio.
Inequivocamente, no iníc io da Primeira Repúblicas não
ra e a
constituíd o na : socie
. dé a
dade brasileira ais havi
Ê a se -
dito a idéia
dor da instrução em seus diferentes níveis, denãoEstad o como articu la- )
45. Emque desde 19 de Abr
deil
1879, fora publicado o Decreto nº 7.247,
haven do em âmbito .É..
ps a obrigatoriedade do ensino fundamental laico para - joartigo2º
.. “anos, assim como a previsão de multas em dinheiro sobros ese. os inn
me Ge i
7 aos 14 oo-
je ipirteseerapeio ee scesses vesasana ne anaesnneeo: srta 00 aitctasos + aco ar tania
DIE aATAS LI0ene nara et avos as cine ea 0 voir desobedecessem a norma, que poderia
é ser ministr
ci R * * tor, ficando dispensados desta obrigatoriedade osado. cihn escola particular
ou coin précép-.
alunos que residissem a úmia distância
maior. de um quilómetro e meio no caso de meninos, eum *.
quilómetro no caso demeninas,
* Cdeumd escola púbSu lic
subsidia
ada O Estado, por sua vez, deveria garantir o fomecimento
“de vestuário, livros e demdis objetos aos estudárites que não
possuíssem recursos.
56. Leciona FLÁVIA WERLE, op. éit., p. 49, qué'sóa pártir de'1930,
emerge ml” houve a especialização .
-da educação como área diferenciada da saúde e outros setores, possibil -
y
itando aidentificação
de procedimentos de ingerência entre as instâncias do
poder público: federal, estadual
tração da
educação: o federale o estadual. O primeiro, respons e municipal. Surgiram, finalmente, estruturas edificad
ável pelo ensino superior e as atratar no âmbito nacional, do
Rr secundário, o outro, pelo ensino primário, profissionaliz ensino primário, da alimentação do estudante e do livro
ante e de formação de professores. didático, que continuam presentes
so. É o que reza o antigo 35, números 3º e 4º; artigo 72, parágrafo até hoje. Neste ano, foi'triado o Ministério da Educaç
6º, todos da Constituição Bra. ãoe Saúde Pública pelo Decreto nº
! sileira de 1891, que foram 19.444, que integrava quatro departamentos: de Ensino,
mantidos pela Emenda Constituc
de 3 deion
setembr
alo de 1926. de Saúde Pública, de Medicina
Experimental e de Assistência Pública.
um amam

à 51. A Constituição de 1891 não estabeleceu receitas tributár . .


ias específicas para a educação. 57. Para PEREZ LUNO, Los derechos fundamentales, Madrid, ;
: 52. Cada uma das antigas Províncias (formadas por Municí 1998, p. 40, a Constituição
pios) que integravam ao Brasil. de Weimar foi, durante muito tempo, o texto inspirador das
e

(artigo 2º da Constituição de 1824) transformou-se em Estado (artigo 2º da cartas constitucionais que


de 1891), c o antigo Município neutro passou a ser o Distrito
Constituição conjugaram em seus sistemas de direitos fundamentais
Federal, capital da União. as liberdades com os direitos eco-
53. Cf. FLÁVIA WERLE, op. cit, p. 40. nómicos, sociais e culturais, entre elas a Constituição Republicana
Espanhola de 1931, a
$4. Sob a égide da Constituição de 1891, foram idealizadas várias Constituição francesa de 1946€ a Constituição italiana de 1947.
Reformas Educacionais Nesse sentido, PAULINO
.—

- ao ensino fundamental, entre elas, as defendidas por RUI JACQUE S, Curso de Direito Constitucional, Rio de Janeiro,
BARBOSA, que em 1882 e 1967, pp. 267 e 268, leciona
* 1883, publicara dois trabalhos intitulados “Reforma do Ensino Secundá que a Constituição Brasileira de 1934 inspirou-se, nomeadamente, nos
rio e Superior” e a 150 da Constituição de Weimar, artigos artigos 142
* “Reforma do Ensino Primárioe várias Instituições Complementar que admitia o ensino livre à iniciativa popular e tornava
es da Instrução Pública”, * Bratuito o ensino primário é profissional (artigo 145º).e o ensino
respectivamente, que destacavama caótica situação em que o ensino religioso facultativo (ar-
público
* encontrava, a partir de estatísticas; e para tanto; seria necessária a imediat brasileiro se tigo :49º), mas também observou os modelos da Constituição Mexican
a de 1917 (artigo
a interferência ' 3º)e da Constituição Russa de 1919 (artigo 17).. No mesmo sentido, FÁBIO
-:So Estado, financiando directamente ou fiscalizando o trabalho realizad KONDER
o nas escolas. COMPARATO, A afirmação histórica dos direitos humanos, São Paulo,
2005, p. 191.
38“
od

39
re
itui ções Brasi ilciras
nas -Constitui
no fundamental
O direito de acesso ao ensii

erior, àao Con stituição


| a) ar
Na mesma esteirada Carta Polí ti cado ant
eleitoral anal fabetos
ino em todos OS graus, de 1934 não permitiu o alistamen
de proteção aos direitos sociais para - (artigo 108, parágrafo único, alíne
a a);
ão nz
State, entre eles o direito de acesso 80 a dicaç
a e E ido
impondo políticas que promoves sem | e) Houvenítida preocupação co
e gratur to
mo, através de ensino primário inte
o homem no campo, cuidar da sua educação rural e assegu-
rar ao trabalhador nacional a preferência na colonização e


aproveitamento das terras públicas (artigo 121, 8 49);

educao
diràeit E
ção como direit o ser
Er o de todos, devenddo “E.
ministrado
a Visando erradicar o analfabetismo, exigiu que toda empresa
pass ini apitos poderes públicos, com ofito de posar os industrial ou agrícola, fora dos centros escolares, e onde
tes fatores da vida moral e econômica da Nação, desenvolvendo no um trabalhassem mais de cinquenta pessoas, perfazendo esta é
i edade humaana € O ensi E
a
os seus filhos, pelo menos dez analfabetos, seria obrigada a |
írito brasileiro, a consciência da solidar
obrigatória (artigo 149). lhes proporcionar ensino primário gratuito (artigo 139);
prim ário integral, gratuito e de frequência
ros 2ee ice —

As suas marcantes e avançadas características quanto ao aoasao -g) Estabeleceu um Capítulo próprio para a Educação e a Cultura,
- sãoent
ao ensino fundam al
as seguintes: o - | que compreendia os artigos 148 usque 158 (Capítulo II do
aa.

Título V), reafirmando, no que tange ao ensino fundamental


a) aPelá primeira vez no texto coristitucional, a União. passou
Sta:

“2... o. QUE competia à União: fixar o plano nacional de educação,


Ai

possuir competência privativa para traçar as diretrizes |


“=”
(arigo $º, XIV), observando-se
iv. 7 = da educação naciônal para que
í
-4
ia.


mm

compreensivo do ensinó de todos os graus € ramos, comiúns


o
é DRT re

législar sobre essa matéria não


- à competência federal . e especializados; coordenar e fiscalizar a sua execução, em
gtE

a competência dos Estados em caráter supletivo ou . | todo o território do País (artigo 150, alíenaa); exercer ação
r

excluía
Pais

complementar em legislar sobre'o assunto (artigo 5º, 83)8;


E

supletiva, onde se fizesse necessária por deficiência de ini-


ciativa ou de recursos, e estimular a obra educativa em todo . -:
b) Estabeleceu o legislador constituinte, no entanto, expressa-
o País, por meio de estudos, inquéritos, demonstrações e
mente, que era da competência concorrente da União e dos
Estados difundira instrução pública em todos os seus graus subvenções (artigo 150, alínea e);

h) Exigiu que o Plano Nacional de Educação a ser criado pelo


“€) Preocupado com a educação infantil, preconizou o legislador Conselho Nacional de Educação deveria obedecer as seguin-
vedação ao trabalho a menores de 14 e de trabalhos notumo tes normas (artigo 150, parágrafo único): ensino primário
s
a menores de 16 anos (artigo 121, 6 Fº, alínea das; integral e gratuito e de frequência obrigatória, extensivo aos

58. MARCOS AUGUSTO MALISKA, Odirei


de 1937, artigo 137, alinea k); de 1946, artigo 157, IX: de 1967, artigo 165, X; de 1969,
ás
.. 2001,p.26 entende que apartir da Conto de veat ão e a Constituição, Porto Alegre,
- Cação foi dividida
entre a União
e os Estados (incluído o Distrito dr a também no artigo 165, X; ena Constituição de 1988, no artigo 7º, XXXIII, cuja redação

ec
so, ei
e om mt dad dação a
AR egislador constituinte com a exploração do trabal
Prejuízo do acesso à educação continuou a estar presente
SUAS receitas.
originária foi alterada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de Dezembro de 1998,
para proteger
notumo,
ainda mais os menores aprendizes, estabelecendo a “proibição de trabalho
perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores
nas ir ridic de quatorze anos”. -
PCS o steriores: de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
408. po
41.
Carlos Eduardo Behrmam Rátis Martin de acesso ao ensino fundamental nas Constituições Brasileiras
s O direito

adultos; tendência à gratuidade do ensino educativo ultérior de habilitação, garantindo-se as prerrogativas da vitalicie-
ao primário a fim de o tornar mais acessível; liberdade deen- dade e da inamovibilidade e a liberdade de cátedra (artigo
sino em todos os graus e ramos, observadas as prescrições da 158).
legislação federal e da estadual; ensino, nos estabelecimentos
7
particulares, ministrado no idioma pátrio, salvo o de línguas 4. CONSTITUIÇÃO DE 193
estrangeiras; limitação de matrícula à capacidade didática do A Constituição Polaca de 1937 restringiu inúmeros avanços
estabelecimento e seleção por meio de provas de inteligência uição
relativos aos direitos fundamentais já positivados na Constit
e aproveitamento, ou por processos objetivos apropriados à anterior, não sendo diferente quanto às normas que asseguravam
o
finalidade do curso; reconhecimento dos estabelecimentos direito de acesso ao ensino fundamental.
particulares de ensino somente quando assegurassem aos
seus professores a estabilidade, enquanto bem servirem, € Com efeito, houve flagrante retrocesso na proteção do direito de
uma remuneração condigna; acesso ao ensino fundamental público, na medida em que a Constitui-
ção de 193 7 manteve poucas normas declaratórias relativas à matéria,
i) Estimulou a criação de estabelecimentos particulares de - em que pese esboçar novas normas sancionatórias aos responsáveis
educação primária ou profissional, oficialmente considerados negligentes ou que apresentassem escassez de recursos financeiros
idôneos, através de isenção de quaisquer tributos (artigo 154); * - em manter a educação dos seus filhos, dentre as quais:
j) Estabeleceu, pioneiramente; vinculação de receita arrecadada Manteve a competência privativa da União em fixar as bases
a)
“... dos-impostos-paraa educação, “ao pteconizar.que “a União - “— e determinar os quadros da educação nacional, traçando as
«ei, 6 08 Municípios aplicarão munca menos.de dez. por cento,€.. cpu diretrizes que deve obedecer á formação física, intelectuare "=
"os Estados e o Distrito Federal nunca menos de-vinte'por
se
VEN "moral da infância e da-juventude (artigo 15, IX) e de legislar
cento, da renda resultante dos impostos, na manutençãoe no sobre as diretrizes de educação nacional (artigo 16, XXIV); .
..i. desenvolvimento dos sistemas educativos”, observando-se
* que vinte por cento, io mínimo, destas quotas seria destinada b) . Os analfabetos continuaram sem poder alistar-se (artigo 117,
à realização do ensino rural pela União (artigo 156); parágrafo único, a);

k) Determinou que a União, os Estados e o Distrito Federal c) Estabeleceu como primeiro dever e direito natural dos pais a
reservariam parte dos seus patrimônios para a formação de educação da prole, colaborando o Estado, de maneira princi-
fundos da educação, que seriam formados por sobras das do- pal ou subsidiária, para facilitar a sua execução ou suprir as
- tações orçamentárias, doações, percentagens sobre o produtos deficiências e lacunas da educação particular (artigo 125);
de vendas de terras públicas, taxas especiais e outros recursos d) Protegeu, pioneiramente, os menores vítimas de abandono
. financeiros. E parte dos fundos deveria ser aplicada em auxí- intelectual pelos responsáveis que faltassem com sua edu-
lios aos alunos mais necessitados, mediante O fornecimento da obri-
cação, importando falta grave o não cumprimento
e iç

as
gratuito de material escolar, bolsas de estudo, assistência gação educacional, criando ao Estado o dever de provê-l
alimentar, dentária e médica,e para vilegiaturas (artigo 157); dos cuidados indispensáveis à sua preservação intelectual,
E e eta E o É A

- 1) Quanto à carreira docente, foi vedada a dispensa de concurso assim como garantiu aos pais miseráveis o direito de invocar
prole
de títulos e provas no provimento dos cargos do magistério o auxílio e proteção do Estado para a educação de sua
oficial, bem como, em qualquer curso, a de provasescolares (artigo 127);
43
42;
Carlos Eduardo Behrmann Rátis Martins O direito'de acesso ao ensino fundamental nas Constituições Brasilciras
-

e) Foi mantido sem referência a qualquer Capítulo li “sp ; tórias de educação física e educação cívica para preparar
constitucional relativo à Educação e à Cultura, di dd Os cidadãos ao cumprimento dos seus deveres para com a
a vinculação de quaisquer receitas para O financiament audi à economia e a defesa da Nação (artigo 131).
educação, bem como não estabeleceu nenhuma imunt O ensino fundamental foi utilizado, pois, com finalidade de
dos tributos às entidades educacionais. Colocou o Estado parar cidadãos que se adequassem à ditaduras? pre-
como ente subsidiário da família e do segmento privado na imposta pelo Governo
oferta da educação escolar” ao informar que “à infância e à - f Vargas..Vale dizer, o Estado Novo através do serviço educacio
tentava manter sua ideologia políticas”. nal
Juventude, a que faltarem os recursos necessários à educação
em instituições
institui particulares,
i éé dever da Nação, dos Estados
| tados ;:
e dos Muiúicípios assegurar, pela fundação de instituições ;
S. CONSTITUIÇÃO DE 1946 |
públicas de ensino em todos os seus graus, a possibilidade de Por sua vez, a Constituição de 19465
receber uma educação adequada às suas faculdades, aptidões retomou
inúmeros'preceitos
q da Constituição de 1934 relativos ao aces
e tendência vocacionais” (artigo 129); so ao ensino fundamental,
» O ensino primárioS! continuou a ser obrigatório e gratuito,
observando-se, entretanto, que essa gratuidade não deveria. .
excluir o dever de solidariedade dos menos para com os mais
necessitados, exigindo-se contribuição módica e mensal : %
Aide eee mPAFA 2 Caixa escolar, por ocasião da matrícula, aos qué não...
— alegássem, ou not
va emos Edo mes Ties cum
ori
nãoame
pudessnte
em alegar escassez ” E o 1 Mas deve permitir que o cidadão jenha acessôa instrumentos
para libertar emcada um-o-:.-:
de recursos, (artigo 130); O
impede de ser ele mesmo, como alerta FERNANDO
SAVATER, op. cit., p. 71. -
me0mms sr
Rage 1º a. : interessante observar que os modelos educacionais
totalitários se consolidam também
£) ExigiW-o adestramento físico? e adisciplinamoral no ensino “MB | pelos seus professores. Segundo THOMAS FLEINER, O que são direitos humano
pe s, São
O regime fascista italiano, nos anos 30, exigiu dos profes
“fundamental, através da introdução das disciplinas obriga- ” juramento de fidelidade 'ao fascismo & estabeleceu sores
a educação dos estudantes de acordo
com os princípios do fascis mo, somente 0,5% de três mil profes
64. O controle estatal que deveria ser exercido sobre a massa de sores se negaram a fazê-lo.
trabalhadores analfabetos
para atender os interesses do Estado nacionalista de'Varg É
as era nítido, pois estabelecia a
Constituiçãode 1937 que “o ensino pré-vocacional profissional destinado
às classes menos
favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado. Cumpre-lhe dar
execução
a esse dever, fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os
de iniciativa dos '
estados, municípios e dos individuos ou associações particulares € profissionais. É
dever
das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade, escolas de
aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei regulará
o cumpdesse ri dever
me c osnt
poderes
oque caberão ao Estado sobre essas escolas, bem
como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem concedidos pelo Poder Público”
.

igo 129). E A
65. E LANIA WERLE, op. cit., pp. 46 e 47, que, após um périodo centralizador, de
1930 a 1947, quando termina o Estado Novo, são criados procedimentos administrativos
62.. O culto ao exercício físico na Constituição tendentes à descentralização do ensino primário e médio, extinguindo-se Campanhas de
:x, nazista. ADOLF HITLER, Minha luta, São Paulo, 2001, 937
Brasileira de 1foi insp
p [eo NSPitado na eugenia
Mobilização Nacional contra Analfabetismo, a Campanha de Educação de Adolescentes
dei arara io capri dê di

- ; gamente, que “o conjunto P. 166, doutrinava, despot Adultos, a Campanha Naciônal de Educação Rural, a Campanha de Erradicação do
izado de maneira que tod i-
da educação deveria ser organ R ismo, até então ligadas ao Departamento Nacional de Educação, bemcomo a
-* tempo disponível da mocidade o o
fosse empregado na sua cultur eim de Construções e Equipamentos Escolarese a Campanha de Aperfeiçoamento
a física. Nos tempos
que
44:
45
Carlos Eduardo Bchrma direito de acesso ao ensino fundamental nas Constituições Brasileiras
nn Rátis Martins od +

mantendo a competência da União em le Impôs a organização pela União do sistema federal de ensino
Bislar sobre as diretrizes é - d)
bases da educação nacional (artigo 5º, XV, alí de caráter supletivo que se estenderia a todo o País nos estritos
nea d). Rearfirmou os
princípios de liberdade e solidariedad e no oferec
imento da educa- limites das deficiências locais (artigo 170);
ção, que deveria ser dada no lar e na escola (artigo
166), trazendo | e) Revelou a autonomia dos Estados e Distrito Federal para
inúmeras novidadesS, tais como:
organizar os seus sistemas de ensino, assim como estabeleceu
a) “A imunidade aos impostos em relaçã
O às instituições de criação de Fundo Nacional para o desenvolvimento do ensino
educação que aplicassem, integralmen | primário pela União (artigo 171); .
te, suas rendas no País :
(artigo 31, V, alínea b);
Sob sua égide, foi publicada a primeira Lei de Diretrizes e
b) Estabeleceu o Capítulo II referente à Educação
e à Cultura
Bases da Educação Nacional, formalmente denominada, qual
(artigo 166 usque artigo 175) do Título VI — Da Famíli -
a, seja a Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, que estabe-
da Educação e da Cultura — preconizando-se tratamento leceu relevantes avanços normativos à busca da efetividade
diferenciado ao ensino primário, haja vista que do ensino primário (artigos 25 ão 32)º.
a legislação
deveria observar: i) a obrigatoriedade do ensino primário
que deveria ser ministrado em língua nacional (artigo 168, eee
.
D; ii) a necessária gratuidade do ensino primário, sendo esta 67. ALer nº-4.024, «de 20 de Dezembro de 1961 = Lei de Diretrizes e Bases da Ed
garantida para aqueles que provarem falta ou insuficiência Nacional — estabeleceu, no que tange ao ensina primário as seguintes metas: [) teria por
de recursos (artigo 168, II); iii) a obrigação das empresas :in-- fim o desenvolvimento
do raciocínio e das atividades . da criança,
de expressão € a sua
* integração
.no meio físico
e social (artigo 25), Hl) seria ministrado, no mínimo, em quatro
a ==-dustriais é Comerciáis é apricolas; em que trabalhassem-mais--- ú Sêndo quê 68 sistériias de ensin poderiam esteiider a sua duração até-seis -- ==: --
il. AbrigS Anais;
de cem pessoas, em manter o ensino primário gratuito aos "anos, ampliando, nos'dois últimos, os conhecimentos do alunqe iniciando-o em téchicas
de artes aplicadas, adequadas ao sexo e à idade (artigo 26); [IN) seria obrigatório a partir: -
seus servidores e os filhos destes; c) Retormou-o percentual — & do dos sete anos e só seria ministrado na língua nacional, observando-se que paraos que o - |
'mínimo do orçamento dos entes federativos rió seu firiancia- 8 " incasévdepo dessa idade poderiam ser formadas classes especiáis ou cursos supletivos .
mento da educação da Constituição de .1934, estabelecendo: . á correspondentes ao seu nível de desenvolvimento (artigo 27); IV) a administração do ensino
-nos Estados, Distrito Federal e Territórios promoveria o levantamento anual do registro .
que, anualmente, a União aplicaria nunca-menos de dez por
comp
é comes emana
das crianças em idade escolar, o incentivo e a fiscalização da frequência às aulas (artigo
cento, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nunca 28); V) cada município faria, anualmente, a chamada da população escolar de sete anos
de idade, para matricula
menos de vinte por cento da renda resultante dos impostos. :
na escola primária (artigo 29) e VT) não poderia exercer função
pública, nem ocupar emprego em sociedade de economia mista ou empresa concessionária
na manutenção e desenvolvimento do ensino (artigo 169); de serviço público o pai de família ou rêsponsável por criança em idade escolar sem que
fizesse prova de matrícula desta, em estabelecimento de ensino, ou de que Ihe estivesse
sendo ministrada educação no lar, constituindo casos de isenção, além de outros previs-
tos em lei: a) comprovado estado de pobreza do pai ou responsável; b) insuficiência
do Magistério Primário e Normal. Em 1953, a educação e a saúde não mais integravam de
o mesmo Ministério, surgindo, a partir do Decreto-Lei nº 1.920 de 1953, o Ministério escolas; c) matricula encerrada; d) doença ou anomalia grave da criança (artigo 30); VIL)
as empresás industriais, comerciais e agrícolas, em que trabalhem mais de 100 pessoas,
da Educação e Cultura, que passa a ser denominado em 1985, pelo Decreto-Lei nº
seriam obrigadas a manter ensino primário gratuito para os seus servidores
91.114.de 1985 de Ministério da Educação. Constata-se, portanto, que, ao longo da e os filhos
República, a educação vinculou-se a diferentes ministérios: Instrução Pública, Correios desses, observando-se que quando os trabalhadores não residissem próximo ao local de sua
e Telégrafos (1890-1891), Justiça e Negócio Interiores (1891-1930), Educação e Saúde actividade, esta obrigação poderia ser substituída por instituição de bolsas,
lei estadual estabelecesse, na forma que a
« - Pública (1930-1953), Educação e Cultura (1953-1985), estruturando-se, isoladamente, bem como competiriaà administração
do ensino local, com re-
a partir de 1985. curso para o Conselho Estadual de Educação zelar pela sua obediência (artigo 31); VIII)
Mg : ; proprietários rurais que não pudessem manter escolas primárias os
66. Os analfabetos continuaram inalistáveis (artigo 132, 1), ficando, entretanto, pela primeira para as crianças residentes
vez consignado que o voto seria universal, direto e secreto (artigo 133). em suas glebas deveriam facilitar-lhes a frequência às escolas mais próximas, ou propi-
ciar a instalação e funcionamento de escolas. públicas em suas propriedades (artigo
32).
E. 446
47
nas Constituições Brasileiras
Carlos Eduardo Behrmann Rátis Martins O direito de acesso ao ensino fundamental «+
e

6. CONSTITUIÇÃO DE 1967 Instaurou'a opção para as empresas comerciais, industriais é


dis positivos agrícolas em mantero ensino primário gratuito de seus em-
A outorgada Constituição de 1967 manteve diversos pregados e ensino dos filhos destes, entre os sete e os catorze
da Constituição de 1946 quanto ao direito de acesso ao ens ino fun- anos, ou a concorrer para esse fim, mediante contribuição do
damental, inspirado no princípio da unidade nacional e nos ideais de | Salário-Educação, na forma da lei” (artigo 178).
- liberdade e solidariedade humana (art: 176), fazendo-se necessário
ressaltar o seguinte: 7. CONSTITUIÇÃO DE 1969
a) Mantevea competência da União em estabelecer e executar A Constituição de 19697, denominada formalmente de Emenda
planos nacionais de educação (artigo 8º, XIV); Constitucional nº 01 de 17 de Outubro de 1969, manteve quase na
b) Permitiu o alistamento eleitoral e o exercício do direito de sua totalidade os dispositivos que tratavam sobre o direito à edu-
voto pelos analfabetos, não sendo permitida a sua elegibili- cação da Constituição de 1967", sendo preconizado pela primeira
dade (artigo 147, 8 4º); ca à o
c) Estabeleceu queà faixa etária do ensino primário, obrigatório 69. Acobrança
da contribuição do Salário-Educação se deu a partir da publicação do Decreto-
Leinº I 422 de 23 de Outubro de 1975, sob a égide da Constituição de 1969, cujo texto foi
|. e gratuito, nos estabelecimentos oficiais, seria dos sete aos recepcionado pelo $ 5º do art. 212 da Constituição de 1988e estabelecia que: “o ensino
“Catorze anos (artigo 176, 8 3º, II); fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição do Salário-
Educação recolhida na forma da lei, pelas empresas, que dela poderão deduzir a aplicação
“dá io Rearfifnou tratamento diferenciado ao ensino primário em realizada"no ensino fundamental de seus empregados é dependentes”. Posteriormente, ::.:
-— Ccrelação ensinió
as médio e superior cuja gratuidades seriam 4"===="-tsse
texo foialterado
estabeleceu peiafundamental
que'“o ensino Emenda mº-+4 de 12: de Setembro
de 1996 que...pPs
público terá como fónte adicional de financiamento '
mméa
o

- gradativamente substituídas pelo sistema de concessão -de a contribuição do Salário-Educação recolhida, pelas empresas, na forma da lei”. Em 24
“- - bolsasdeestudos, mediante restituiçãoS (artigo 176,83, IV); 3 de Dezembro de 1996, foi publicada a Lei nº 9.424 que tratou sóbre o Salário-Edicação,
na alíquota de 2,5% (dois &
“estabelecendo que o reterido tributo seria calculado combase
-

““- e) Aumentou percentual da receita arrecadada dos impostos meio por cento) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, aos;
segurados-empregados (artigo 15). A constitucionalidade da cobrança do referido tributó
* - queseria destinada para a manutenção e desenvolvimento do já foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão proferida pelo Pleno, tendó
ensino, que passou de dez para treze por cento em relação à como relator o Ministro Nélson Jobim, publicada no DJU em 13 de Dezembro de 1999,
p. 1, na ação declaratória de constitucionalidade (ADC) nº 3.
União, e de vinte para vinte e cinco por cento da receita dos 70. Informa DERMEVAL SAVIANL, 4 política educacional no Brasil, Rio de
Janeiro,
Estados; Distrito Federal e Municípios (artigo 176, $ 4º); 2005, p. 35, que após o golpe militar em abril de 1964, o governo militar não considerou
Educação Nacional, Lei nº
necessário modificar totalmente a Lei de Diretrizes € Bases da
que O golpe visava garantir a continuidade
"* S) Manteveos sistemas de ensino da União, dos Estados e do 4.024 de 20 de Dezembro de 1961, haja vista
ameaçada no quadro político de
Distrito Federal da ordem constitucional anterior, sendo da ordem sócio-econômica que havia sido considerada à nova'situação.
João Goulart, bastando ajustar a organização do ensino
em
. . aquele obrigatório nos Territórios e de caráter supletivos nos antecessora: i) a competência da União
7. A Constituição de 1969 manteve da sua como planos
executar os planos
edesenvolvimento nacionais de educação e de saúde, bem
--" demais (artigo 177); pena (artigo 8º, XIV), e de legislar sobre as diretrizes e bases da
regionais ional (artigo 8º, XVIL, q): ii) a faixa etária do ensino primário, obrigatório
anos (artigo ! 76,839, 1);
menani pe tabelecimentos oficiais, dos sete aos catorze
e gratuito, nos es diferenciado ao ensino primário em relação ao ensino médio e superior,
68. Para JOÃO BATISTA HERKENHOFF, op. cit. p. 44, foi criada uma discriminação nega- iii) aa iam gradativamente substituídas pelo sistema de concessão
de bolsas
tiva em relação aos alunos que comprovassem insuficiência de recursos, pois a gratuidade ser restituição (artigo 176, $ 3º, IV); iv) a obrigatoriedade da União em
cuja gratuidades
do ensino ulterior ao primário só seria assegurada aqueles com demonstração de efetivo de estudos, mediante tó demais entes que deveriam
aproveitamento. .'. a º promover o ensino nos Peres 49
l nas Constituições Brasileiras
O direito de acesso ao ensino fundamenta
Carlos Ed uardo Behrmann Rátis Martins
-

icar a prestação do ser-


5 contribuíram para prejud
ar de um ensino
resp
vez, expressamente, aa inequívoca ot
:
onsabili
b estatal perante qualidade. Com efeito, em lug
quando foi uido de um ensino médio,
o fome nto da educ ação que “a educação € duração de quatro anos, seg s € um
do Estado” (artigo 176) so ginasial de quatro ano
direito de todo s e deve r
om À do verticalmente num cur mod elo que
ras promovidas pela passou a ser adotado um
mas que curso colegial de três anos,
i

Impende consig na
as mudanç ino a nor ovidas
aero no cossncrnnvo 00 S000U

oito ano s €
direito de acesso ao
E
ens
E
meiro grau com à duração
de
integrava um ensino de pri
E

titucionais relativas ao
E

.
E

iza nte

amental nes sional


anos, de caráter profis
Carta, quais sejam: um ensino de segundo grau de três stanciada nos
es federativos em promover q pr im ár io e médio foi consub
.a) Estabeleceu a necessidade dos ent : A reforma do en si no
inuidade-termina-a
setor educacional (artigo
9º, IV);
ão ver tic al é horizontal, cont
a colaboração mútua no princí pi os da in te gr aç id e, introduzindo
ad
ntração e flexibil
, ,

ão-conce inalidade real. A


lidade, racionalizaç
.
sa fundante da in-
. E

Pela primeira vez, preconizou como cau ideal ou legale a term


ã a
-
-b)
imeiro gre auseguétrndêso
e
O

re te rm in al id ad
tervenção dos Estados nos Municípios, a não
aplicação, nO distinção ent
la ri da de co mp le ta de pr
por
ensino primário, em cada-ano, de vinte 15, cen to, pelo menos, prgraimuseiracomcorr es poçãndoia deà esoncoze anos (oito anos do primeiro
ra
pal (ar tig ô $ 3º, alí nea 9)”; - à du
pação da formação
. da receita tributária munici plicou
nddoos,imme a anteci egassem
nd o) , é seeguto
à qu o aqueles que não ch
ta anterior que permitia o exer- do se gu
anosissional a garan tir sm
c) Retrócedeu ao avanço da Car analfabeto, impedindo-os de prof mpletasse o primeiro grau, sa
íssem da
o
cício do direito do voto pel igo 147, $ 3º, alinea à). E ao segundo grau ou não co res sar no mercado .
com o-e lei tor es (art escola com algum preparo pro ssional para ing ndamental de
n$êS: =" alistar-se É tr
— &
pro poa co aca
mes potentes gi o pe E
. À .eimbato, e iõe
Bio ah arta que foram publicada
ções dos: “= qualid reg es mais Pc
às ad E SE
mea po QUE queinoaibe
1 ens as de€no
nar mei
raRapri mina graus : k
ao acesso ao ensino
——
E do s de ro seg undo Essa nov a polí tica edu cac ion al Fa
ter ensinos primário e médio para e Bases — Lei números dé analfabetos
funcionais”,que tiveram
gene
ame nte , par a dep ois a atual Lei de Diretrizes funda- só fez aumentar o público totalmente inadequad
o, -
“ia respectiv 199 6 — estabelecer ensinos rta de ensino fundamental
«nº 9.394 de 20 de «de zem bro de É a , aces à ofe
so
al idade real poderia resultar
aba ixo da legal,
É um a vez que a te rm in rres po nden te s
mental e médio. ) ultrap assar OS quatro anos co
podendo, no limite, não
as reformas introduzidas na primei61. ra
Saa
Impend e réssaltar que ess -n? 4.0 24/
da Educação Nacional —
Lei a
Lei de Diretrizes e Bases sr “

op. cit, P- 35.


DR

73. CE DERMEVAL SAVIANL,EIRA, Analfabetismo funcional: o mal nosso de cada grau


dia,
O MOR
R

s, 74. DANIEL AUGUST o funcional é aqu


lfabet
ela pes soa cujo
Stars

asa para as empresas comerciai .2ess., ensina que ana sociedadesmodemas.


E< ino (artigo 177); v) à opção exerça funções básicas nas

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zar seus sis reg ado s e é insu fici ente tenham
. organi io gratuito de seus emp de alfabetizaçã o relação às pessoas que
|- s em manter O ensino primár da metido somente em
Dá dba

e “industriais e agrícola
i l nãoé ir
a conco O analfabetismo funci iona Ensina o autor que, a part
set€ eOS catorze anos, ou de escolarização formal.
.dos filhos destes, entre os a da lei (art igo 178). um certo número mín imo de ano s
itava-se tão som ent e à capaci dad e
ducação, na form vinte zação que, em 1958, lim
sis

contribuição do Salário-E slad or cons tituint e agora vincularia 1978 , o conc eito de alfa beti nte ao seuamb ien te do dia-a
tes apontar: i) Olegi stos dos Municípios um pequeno enunciado
pertence
72. Duas questões são importan e não só aquela advinda dos impo receita arrecadada de ler como de escrever entender que “a pessoa seri
a funcionalmente
ita trib utár ia ngente, para quais
a
toda to rece
dia, passou a ser mais abra s aquelas atividades nas
DL

- porc de en € ii)o percentual da


-se com sucesso em toda
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cos no ensino primário do ensino, que envo lver de, €


ud os roaids

em investimentos específi pude sse o € comu nida


tenç ão € desenvolvimento alfabetizada se
funci ionamento de seu
grup
dos impostos que seria vinte para vint e cinco por erid a para efetivo seu pró pri o bem
treze por cento em relação à União, € de (ar. 176, 8
a alfabetização seja requ
à u i crita e o cálculo para
passou de dez para
Feder al e Municípios da Carta de 1967 fosse habilitada para continuar
Estad os, Distr ito nº 24 de comunidade”.
cento da receita dos
1969 e reintroduzido pela Emenda Constitucional e para o desenvolvimento da
4º) foi suprimido na Carta de 51
1º de dezembro de 1983. .

——
í
O direito de acesso ao ensino :
fundament al nas ç s Brasileiras
a nstituiçõe
Carlos Eduardo Behrmann Rátis Martins
a fu ]
Eai ; idament
ional p para constitucionais relativas ao direito da educação, nomeadamente, em
ao antigo curso primário. Pleiteava-se preparar O profiss á proteção ao ensino fundamental”*.
en te mente da
passar diretamente ao mercado de trabalho, independ
qualidade do ensino. Entre os avanços da Constituição Brasileira da Educação,
avultou-se a preocupação do legislador constituinte 'em assegurar
8. CONSTITUIÇÃO DE 1988 — A CONSTITUIÇÃO BRASI- o direito ao padrão mínimo de qualidade de ensino fundamental,
LEIRA DA EDUCAÇÃO fazendo-se oportuno ressaltar que: .
O texto originário da Constituição Federal de 1988 instaurou 9) Foi preconizado que a educação é direito de todos e dever do
uma nova era de proteção ao direito à educação, criando o mais Estado e da família, e será promovida e incentivada com a
completo e avançado arcabouço jurídico na proteção do direito de colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
acesso ao ensino fundamental do mundo”, impondo, expressamente, da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
a necessidade do Estado em oferecer um ensino com garantia de qualificação para o trabalho (artigo 205);
padrão de qualidade.
. b) Estabeleceu como princípios que norteiam o ensino em todos.
Com efeito, entre as microconstituições preconizadas pela | os graus, nomeadamente, o fundamental: I — igualdade de
Assembléia Constituinte”, foi criada uma verdadeira! Constituição
" condições para o acesso e permanência na escola; II — liber-
Brasileira da Educação” que ultrapassa ós artigos 205 ao 214 da:
-+

dade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento,


hi Constituição Federal (Seção I do Capítulo III do Título VIII —“da

dr. .:, A artee o saIMbe


— plural
r; ismo de idéia
esde concepções pe-
a Educação, da Cule tur
do Desport
ao), |
ret e encerra princípi
anais A UR
e regias
os "8" "'
Da e
-dagógicas, e coexis
de institu
ensino; TV gratui tên
dó ensino
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içõescia
públicas eprivadas
públic
e o em estabeleci=
à ocê cio Um É Ng É ee 4
=
mentos oficiais; V - valorização dos profissionais do ensino,
do
di ei
75. Diversas di Eno
são -as Constitui pm nooumundo
ções VOU , , nana
que expressam de formaRe inequívoc
a a, a ami
necessi- garanti
: :do, na forma ida da lei
lei, plano de carreira
ira para
»; o magist ério
ictéri
e complexo sistema normativo brasileiro, especialmente, no que tahge
ao ensirio funda- ”* - - público, com piso salarial profissional e ingresso exclusiva-
o mental. Entre elas, faz-se necess
destacarári
as dos demais
o países de língua portuguesa,
“como a Constituição da República Democrática mente por concurso público de provas e títulos, assegurado
de São Tomé e Príncipe de 1990 (artigos
31º ao 35); Constituiçda República
ão de Moçambique de 1990 (artigo 92º); Constituição regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela
- da República de Cabo Verde-de 1992 (artigo 77º); Constituiç
Bissau de 1993 (artigo 497) e a Constituição da República
ão da República de Guiné- União; VT — gestão democrática do ensino público, na forma
de 2002 (artigo 59º). ?
Democrática de Timor-Leste da leie a VII-garantia de padrão de qualidaide (artigo 206);
76. A Emenda Constitucional nº 26 de 27 de novembro
1985 convocou a Assembléia Nacional c) Assumiu como dever o cumprimento das seguintes políticas
públicas que assegurassem a efetivação, prioritariamente, do
ensino fundamental em relação aos demais graus e erradicar
o analfabetismo em todas as idades através de um ensino de
qualidade mínima: 1 - acesso ao ensino fundamental, obriga-

ini CASIF UENTES, O Acesso ao ensino fundamental no Brasil: um direi-


78. Naopinião eo Riode Janeiro, 2001, p. 28, nenhum direito social, de todos os pre-
to ao desen ituição F de 1988; recebeu tratamento tão cuidadoso como q referente
vistos na Consti ederal
iderado o primeiro e o mais importante dos direitos Sociais.
à educação. podendo scr const
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