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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul


DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e
da Comunicação
Curso – Bacharelado em Administração – Modalidade EaD
Disciplina – Trabalho de Conclusão de Curso

ALTERNATIVAS DE CARTEIRAS DE INVESTIMENTOS NO


MERCADO FINANCEIRO

JULIANO ROBERTO BERNARDI

Ijuí (RS), 1º semestre de 2016


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JULIANO ROBERTO BERNARDI

ALTERNATIVAS DE CARTEIRAS DE INVESTIMENTOS NO


MERCADO FINANCEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Administração
da Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ,
como requisito parcial à Conclusão de
Curso e consequente obtenção de título
de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Daniel Knebel Baggio

Ijuí (RS), 1º semestre de 2016


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AGRADECIMENTOS

Ao nos aproximarmos do final de uma etapa tão


importante em nossas vidas que é a obtenção de um
título de graduação em curso superior que nos dias
atuais de acirrada concorrência no mercado de
trabalho vem tornando-se cada vez mais um
diferencial competitivo, não podemos deixar de
agradecer àqueles que estiveram ao nosso lado por
todo este período.
Desta forma, quero deixar aqui meus mais sinceros
agradecimentos aos meus pais que em sua
simplicidade de pessoas com pouca instrução em
bancos escolares, mas com muito conhecimento
adquirido na universidade da vida, sempre me
orientaram a seguir o caminho da correção e da
busca por meus objetivos de vida traçados.
Da mesma forma, agradeço aos meus sogros que
me acolheram como um filho em um período
turbulento de minha vida.
Mas, o agradecimento mais especial vai para uma
pessoa que me deu todo o apoio e incentivo para
chegar até este momento, mesmo que tenham se
passados longos onze anos desde o início desta
caminhada. Sendo assim, dedico esta produção
acadêmica à minha companheira de todos os
momentos, Tarcila, que juntamente com meu
enteado Cauã me trouxeram razão para continuar
lutando e forças para que pudesse chegar até aqui,
doando parte do seu tempo e da sua paciência para
que pudesse estar aqui.
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RESUMO EXPANDIDO

Juliano Roberto Bernardi; juliano.bernardi@yahoo.com.br


Daniel Knebel Baggio; baggiod@unijui.edu.br

O presente Trabalho de Conclusão de Curso é uma exigência para obtenção do


título de Bacharel em Administração na modalidade EaD da Universidade Regional
do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, e o tema escolhido para a
realização deste trabalho de pesquisa que trata da identificação do produto de
investimento adequado para cada perfil de investidor, justifica-se pelo fato deste
acadêmico estar inserido no mercado financeiro e o referido tema despertar especial
interesse na ampliação de conhecimento.
Como principal objetivo desta produção acadêmica, está a análise e a interpretação
de dados sobre os principais produtos de investimento disponibilizados pelo
mercado e a identificação de qual seria a melhor indicação de investimento para
cada um dos perfis de investidor existentes.
A metodologia para a realização desta atividade foi do tipo exploratória e contempla
as pesquisas bibliográficas em materiais escritos por alguns dos principais autores
que falam sobre o tema proposto. Além da exploração das páginas da rede mundial
de computadores dos principais órgãos e empresas participantes do mercado
financeiro e também revistas e periódicos disponibilizados em mídias digitais em
sites especializados no tema estudado.
Após a exploração da bibliografia utilizada para o trabalho de pesquisa foi possível
conhecer com maiores detalhes o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional e
quem são seus principais agentes participantes. E, principalmente, dentro dos
objetivos traçados para a realização desta atividade, detalhar alguns dos principais
produtos de investimento disponíveis ao investidor no mercado financeiro, bem como
acompanhar o rendimento obtido por cada um destes produtos em um determinado
período.
Conhecendo estes produtos, analisando suas características e tendo em mãos os
rendimentos apresentados, foi possível identificar e indicar qual seria a melhor opção
para a composição de uma carteira de investimentos de acordo com cada um dos
perfis de investidor existentes.
Um sistema complexo e com a participação de vários agentes reguladores,
fiscalizadores e executores das políticas monetárias, fiscal e creditícia, assim
podemos definir o Sistema Financeiro Nacional brasileiro.
São várias as alternativas apresentadas através de produtos de investimentos para
quem deseja programar o futuro.
Para cada perfil de investidor existe um produto adequado que se encaixa aos
objetivos que se pretende alcançar quando da realização de um investimento.
É a aptidão ao risco aliada aos objetivos traçados e o horizonte de tempo disponível
pelo investidor que irá definir qual é o seu perfil.
Uma composição de carteira mesclando produtos forma a opção ideal para se obter
os resultados esperados quando da aplicação de recursos.

Palavras-Chave: Sistema Financeiro Nacional. Mercado Financeiro. Produtos de


Investimento. Perfil do Investidor.
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ACC: Adiantamento de Contrato de Câmbio


AGE: Assembleia Geral Extraordinária
BACEN: Banco Central do Brasil
BANDES: Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo
BASA: Banco da Amazônia
BB: Banco do Brasil
BDMG: Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
BM&FBOVESPA: Bolsa de Valores de São Paulo
BNB: Banco do Nordeste
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
BRDE: Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul
CBLC: Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia
CDB: Certificado de Depósito Bancário
CDI: Certificado de Depósito Interbancário
CEF: Caixa Econômica Federal
CETIP: Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos
CMN: Conselho Monetário Nacional
COMEX: Comércio Exterior
COPOM: Comitê de Política Monetária
CTVM: Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
CVM: Comissão de Valores Mobiliários
EBITDA: Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (Lucro
Antes dos Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações)
FGC: Fundo Garantidor de Crédito
FGTS: Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço
FV: Firm Value (Valor da Firma)
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFR: Índice de Força Relativa
INPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
IOF: Imposto sobre Operações Financeiras
IPO: Initial Public Offering (Oferta Pública Inicial)
IR: Imposto de Renda
IS: Índice de Sharpe
LCA: Letra de Crédito do Agronegócio
LCI: Letra de Crédito Imobiliário
LFT: Letra Financeira do Tesouro
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PIB: Produto Interno Bruto


PIS: Programa de Integração Social
ROE: Retorno sobre o Patrimônio Líquido
S/A: Sociedade Anônima
SBPE: Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
SCI: Sociedade de Crédito Imobiliário
SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia
SFH: Sistema Financeiro da Habitação
SFN: Sistema Financeiro Nacional
TBF: Taxa Básica Financeira
TJLP: Taxa de Juros de Longo Prazo
TR: Taxa Referencial
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Taxa média de captação – CDB pré-fixado ................................................ 56


Tabela 2: Taxa de juros – SELIC acumulada no mês anualizada base 252 .............. 57
Tabela 3: Taxa de juros – SELIC acumulada no mês ................................................ 58
Tabela 4: Taxa de juros – CDI acumulada no mês .................................................... 59
Tabela 5: Taxa de juros – CDI Acumulada no mês anualizada base 252 .................. 60
Tabela 6: Ibovespa – variação percentual mensal ..................................................... 61
Tabela 7: Bovespa – índice mensal ........................................................................... 62
Tabela 8: Depósitos de poupança até 03/05/2012 – rentabilidade no período (1º
dia do mês)................................................................................................................. 63
Tabela 9: IPCA – série histórica ................................................................................. 75
Tabela 10: Rentabilidade dos principais fundos de investimento do Banrisul –
base dezembro 2013 .................................................................................................. 65
Tabela 11: Rentabilidade dos principais fundos de investimento do Banrisul –
base dezembro 2014 .................................................................................................. 65
Tabela 12: Rentabilidade dos principais fundos de investimento do Banrisul –
base dezembro 2015 .................................................................................................. 66
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................... 11


1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA............................................................................... 11
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 12
1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 12
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 13
1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 13
1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................... 15
2.1 MERCADO E SISTEMA FINANCEIRO – CONCEITO E ESTRUTURA NO
BRASIL ...................................................................................................................... 15
2.1.1 Sistema Financeiro Nacional e seus Organismos ........................................ 15
2.2 INVESTIMENTOS – CONCEITO ......................................................................... 26
2.3 TIPOS DE INVESTIMENTOS .............................................................................. 27
2.3.1 CDB – Certificado de Depósito Bancário ...................................................... 29
2.3.2 Poupança ......................................................................................................... 30
2.3.3 LFT – Letras Financeiras do Tesouro ............................................................ 31
2.3.4 LCI – Letra de Crédito Imobiliário .................................................................. 32
2.3.5 LCA – Letra de Crédito do Agronegócio ....................................................... 33
2.3.6 Ouro .................................................................................................................. 34
2.3.7 Debêntures....................................................................................................... 37
2.3.8 Ações................................................................................................................ 39
2.3.9 Mercado Futuro e Opções de Ações ............................................................. 44
2.4 FUNDOS DE INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA, VARIÁVEL E
IMOBILIÁRIO ............................................................................................................. 46
2.5 CARTEIRA DE INVESTIMENTOS E SUA DEFINIÇÃO ....................................... 49
2.6 PERFIL DO INVESTIDOR.................................................................................... 50
2.6.1 Conservador .................................................................................................... 50
2.6.2 Moderado ......................................................................................................... 51
2.6.3 Arrojado ........................................................................................................... 51

3 METODOLOGIA................................................................................................. ..... 53
3.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................ 53
3.2 UNIVERSO DE AMOSTRAGEM .......................................................................... 53
8

3.3 SUJEITOS DA PESQUISA................................................................................... 53


3.4 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS............................................................ 54
3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..................................................... 55

4 RESULTADOS ........................................................................................................ 56

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 70

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 73

ANEXOS................................................................................................................ ..... 75
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INTRODUÇÃO

A produção apresentada nas páginas a seguir corresponde ao Trabalho de


Conclusão de Curso, pré-requisito para a graduação no Curso de Administração na
modalidade EaD da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul – UNIJUÍ. O tema sobre o qual esta atividade foi desenvolvida refere-se ao
mercado financeiro e suas modalidades de aplicações de recursos que possam
trazer ao aplicador maiores e melhores rendimentos e com foco em prevenir-se de
eventuais oscilações que possam causar-lhe algum prejuízo. A pesquisa foi
realizada extraindo da bibliografia disponível sobre o assunto, a melhor forma de
descrever estas modalidades de aplicações identificando em cada uma delas as
variações que possam afetar o patrimônio de quem está investindo. Também foram
utilizados como fonte da pesquisa, dados obtidos junto ao Banco do Estado do Rio
Grande do Sul – Banrisul, que poderão indicar a evolução e as tendências deste
mercado.
Neste sentido, o presente Trabalho de Conclusão de Curso inicia-se por uma
introdução ao tema proposto e evolui para o capítulo de contextualização do estudo
e seus subtítulos, nos quais, em um primeiro momento está apresentado o tema
principal da pesquisa e em seguida a formulação do problema a ser respondido
como foco principal desta produção acadêmica. Na sequência apresentam-se os
objetivos a serem alcançados ao final da realização do trabalho de pesquisa. Na
continuidade expõem-se a justificativa para a elaboração deste Trabalho de
Conclusão de Curso, o motivo pelo qual o tema proposto foi escolhido para a
realização da pesquisa e os referenciais teóricos utilizados para o desenvolvimento
do trabalho.
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Apresenta-se ainda a metodologia de estudo que foi empregada para o


alcance dos objetivos traçados, os resultados alcançados através da metodologia
aplicada na pesquisa e finalizando a parte textual desta atividade encontram-se as
conclusões à que se pode chegar a partir da análise e tratamentos destes dados
coletados.
Em um último momento desta atividade expõem-se as referências
bibliográficas utilizadas para a realização da pesquisa, bem como as fontes de
informações que deram origem aos dados utilizados como referência para a
elaboração desta produção acadêmica.
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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

O tópico da contextualização do estudo traz em seu conteúdo a


apresentação do tema proposto para a realização da pesquisa, bem como a
formulação do problema ou questão de estudo e os objetivos que se querem
alcançar, sejam eles de caráter generalista ou específicos e também a justificativa
com a motivação que remete a realização do estudo sobre este tema.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Em tempos de globalização torna-se imprescindível para o futuro


Administrador ter um conhecimento amplo sobre todas as áreas que terão influência
no processo de gestão da organização em que este estiver inserido. Conhecer o
mercado financeiro, suas oscilações, particularidades e até mesmo suas
“armadilhas” é um dos pontos que merecem especial atenção neste processo. Como
problema delimitador para esta pesquisa está a diversidade de “produtos”
disponíveis para o investidor e a dúvida que existe quanto a melhor opção para cada
perfil individual, que venha adaptar-se aos objetivos de multiplicação de renda
buscados no momento do investimento.
O acesso fácil à informação através dos mais variados meios torna esta
tarefa tanto mais fácil como exige do envolvido no processo total dedicação e
empenho, além da constante atualização pela mobilidade e por vezes a instabilidade
apresentada por este mercado.
Pode-se perguntar se o conhecimento do mercado financeiro e suas
particularidades como ferramenta de desenvolvimento e crescimento de uma
organização seria aplicável a todo e qualquer tipo de empresa? Sob um ponto de
vista sim. E a justificativa para esta afirmação é simples: toda e qualquer
organização terá movimentações financeiras, irá movimentar ativos, seja moeda
corrente ou outro tipo de papel. Toda empresa terá uma relação de troca ou compra
e venda de produtos, sendo necessária a compreensão da movimentação do
mercado, das variações de cotação de moedas que balizam estas operações.
É com o objetivo de auxiliar a compreensão e o entendimento deste
mercado que muitas vezes se apresenta volúvel a qualquer respingo de informação,
ou que é afetado pelos mais diversos fatos e acontecimentos mundiais, que esta
12

atividade se propõem a apresentar o mercado financeiro em sua essência, seus


órgãos reguladores e seus principais produtos de investimentos.
A partir desta produção acadêmica, busca-se oferecer mais uma fonte de
informação na tomada de decisões sobre qual seria o melhor investimento a ser
realizado com maior retorno de capital e menor risco de perdas. Assim, apresenta-se
como tema de estudo para esta atividade de pesquisa: Análise de Investimentos.

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Levando em consideração a existência de basicamente três tipos ou perfis


de investidor que tem sua definição de acordo com o risco ao qual estão dispostos a
correr na busca por maiores rentabilidades em suas aplicações financeiras, sendo
eles: conservadores – que aceitam uma menor rentabilidade em seus investimentos,
privilegiando a segurança de produtos que não ofereçam riscos de perdas a seu
patrimônio; moderados – aqueles que procuram o equilíbrio entre a segurança de
seus investimentos e a busca por maiores rentabilidades; e os arrojados – que são
os investidores quem tem em seu instinto a busca por maiores rentabilidades,
aceitando correrem maiores riscos para alcançar seus objetivos.
Fator importante a relacionar, diz respeito à diversidade de produtos de
investimento que estão à disposição daquele que deseja aumentar seu patrimônio,
passando desde a tradicional poupança até opções mais complexas como,
aplicações em bolsas de valores, fundos de investimentos e títulos públicos.
A partir do exposto apresenta-se a pergunta orientadora deste estudo: Qual
o melhor investimento para cada um dos três perfis de investidor?

1.3 OBJETIVOS

O termo “objetivo” diz respeito a um fim que se quer atingir. É o cume de


uma busca, é quando você tem em mente onde e quando quer chegar. Objetivo
nada mais é do que a luz no fim do túnel, o lugar ou objeto que você tanto deseja.
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1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho corresponde analisar e propor a carteira de


investimentos para cada um dos três tipos de perfil de investidor.

1.3.2 Objetivos Específicos

Apresenta-se como objetivos específicos para esta pesquisa:


- apresentar os principais investimentos de renda fixa e renda variável do
mercado financeiro;
- analisar os investimentos quanto a sua rentabilidade; e
- indicar uma carteira de investimentos para cada perfil de investidor.

1.4 JUSTIFICATIVA

Um tema que atrai e desperta muita curiosidade, assim pode-se definir o


mercado financeiro. Aprofundar o conhecimento sobre este tema através do
Trabalho de Conclusão de Curso é uma oportunidade para que se possa evoluir
profissionalmente. O despertar do interesse por este tema, surge exatamente
quando da necessidade de crescimento profissional, torna obrigatório a realização
de capacitação para se alcançar certificação junto às entidades reguladoras. O
estudo, mesmo que superficial sobre este tema faz despertar maior interesse sobre
este mercado que se mostra fascinante e a realização de uma atividade de pesquisa
sobre o tema possibilita o aprofundamento que proporciona maior conhecimento
sobre o assunto, resultando em ganhos relevantes a nível profissional.
Conforme Roesch (1999, p. 99) justificar é apresentar razões para a própria
existência do projeto.
Como principal razão para a dedicação em elaborar este estudo está o fato
do acadêmico ter passado pelo sistema financeiro como colaborador de Cooperativa
de Crédito e estar inserido atualmente no sistema financeiro como funcionário de
banco público.
Com muita segurança pode-se afirmar que este é um mercado fascinante,
que nos apreende e nos deixa cada vez mais interessados e curiosos em conhecê-lo
14

de maneira mais ampla e podemos arriscar até que nos chama a sermos
investidores.
Por ter passado por esta experiência e tendo a oportunidade de estar
novamente atuando nesta área, e por ser um dos temas que ainda, de certa forma,
nos prende ao mercado financeiro, poder estudar o mercado de capitais será
prazeroso e de grande valia para o desenvolvimento deste conhecimento que para
os futuros administradores torne-se a cada dia que passa uma exigência do mercado
de trabalho.
Tomando para o lado pessoal torna-se de relevante importância para o
crescimento profissional poder estudar de forma mais aprofundada este tema que
faz parte do cotidiano das atividades realizadas no dia a dia. O aprofundamento do
estudo do tema, baseado no mercado financeiro como Trabalho de Conclusão de
Curso, com certeza trará novos conhecimentos sobre detalhes que muitas vezes
passam sem ser notados e que são de relevância no momento de uma indicação ou
orientação para o cliente.
Para o cidadão que pretende investir seus recursos em uma modalidade de
investimento, seja ela de qualquer natureza e utilizando as diversas instituições que
oferecem seus produtos, desenvolver um conhecimento, por mais básico que seja,
sobre quais são as alternativas disponíveis, poderá auxiliar no momento da tomada
de decisão, sobre qual caminho seguir, pensando em assegurar uma oportunidade
de futuro melhor. O investidor que puder dispor de tal conhecimento, com certeza
terá condições de dialogar com aqueles que estão repassando-lhe alguma
informação ou orientação sobre qual a melhor forma de investir, sendo assim, capaz
de escolher ou optar por aquela opção que no seu entendimento poderá trazer
melhores resultados de acordo com o seu perfil e necessidade.
Além dos fatores mencionados, poder realizar esta atividade de pesquisa
sobre um tema que se sabe não ser muito desenvolvido nos estudos acadêmicos e
que também não faz parte da grande maioria das intenções dos Trabalhos de
Conclusão de Curso, porém é tema de grande importância para profissionais que
serão lançados ao mercado que a cada dia exige maior conhecimento sobre temas
relacionados à economia, aplicação de recursos e investimentos, torna-se desafiador
e com certeza também compensador, na medida em que se chega aos objetivos que
se pretende atingir.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MERCADO E SISTEMA FINANCEIRO – CONCEITO E ESTRUTURA NO


BRASIL

Conforme Fortuna (2015, p. 16), o SFN é o “conjunto de instituições que se


dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar condições satisfatórias para a
manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores”.
O SFN é composto de um conjunto de organismos, instrumentos e
instituições que asseguram a viabilização de poupança para investimentos, isto é,
dos setores que possuem recursos (superavitários) para os que necessitam recursos
(deficitários) e está constituído por quatro mercados:
- Mercado monetário: este mercado mantém operações para o controle de
oferta de moedas e das taxas de juros, para manter a liquidez da economia, onde o
BACEN atua através da política monetária.
- Mercado de crédito: é neste mercado que as mais diversas instituições,
sejam elas financeiras ou não, atuam ofertando recursos de curto e médio prazos
para agentes deficitários. Este mercado é fiscalizado, controlado e normatizado pelo
BACEN.
- Mercado de capitais: neste mercado são realizadas as operações de
compra e venda de títulos e valores mobiliários negociados entre empresas,
investidores e intermediários e tem os recursos repassados para os agentes
deficitários através de operações de médio e longo prazo. Este mercado por sua
vez, é controlado, normatizado e fiscalizado principalmente pela CVM.
- Mercado de câmbio: aqui são feitas as negociações de troca das moedas
estrangeiras pela nossa moeda nacional. O BACEN administra, fiscaliza e controla
as operações de câmbio e da taxa de câmbio através da política cambial.

2.1.1 Sistema Financeiro Nacional e seus Organismos

O SFN é constituído de todas as instituições financeiras públicas e privadas,


bancárias ou instituições não bancárias (não recebem depósitos à vista e operam
com ativos não monetários como títulos e ações). O SFN é composto por dois
grupos: as instituições auxiliares, que viabilizam o acesso e colocam em contato
16

poupadores com investidores, tendo como exemplos destas instituições bolsas,


sociedades corretoras e distribuidoras; e os intermediários financeiros emitem seus
passivos, captam poupança junto ao público, após aplicam os recursos através de
empréstimos e financiamentos junto às empresas, tendo como exemplo os bancos
comerciais, de desenvolvimento, de investimento, Caixa Federal, bancos múltiplos,
sociedades de crédito, financiamento e investimento (FORTUNA, 2015).
O SFN está ainda, subdividido em dois subsistemas (normativo e operativo)
que apresentam funções específicas e que estão compostos pelos organismos
responsáveis pela fiscalização, regulação e intermediação.
O subsistema normativo é quem fiscaliza e regula o funcionamento do SFN
e tem em sua composição as autoridades monetárias (CMN e BACEN) e
autoridades de apoio (CVM, BB e CEF). Já o subsistema operativo é responsável
pelas intermediações financeiras entre os agentes envolvidos nos mais diversos
processos e transações financeiras existentes e dentre os principais órgãos que o
constituem podemos citar: instituições financeiras monetárias (bancos múltiplos,
bancos comerciais, caixas econômicas, cooperativas de crédito e bancos
cooperativos); instituições financeiras não monetárias (bancos de investimento e
desenvolvimento, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e
empréstimo); e instituições financeiras auxiliares (bolsas de valores, bolsas de
mercadorias e futuros, sociedades de arrendamento mercantil, agências de fomento,
SELIC e CETIP) (FORTUNA, 2015).
O CMN é um órgão normativo, não lhe cabendo funções executivas,
portanto, o CMN é o órgão responsável por criar normas e regras para o
funcionamento do SFN. Tendo sido instituído pela Lei nº 4.595/1964 o CMN é o
órgão superior do SFN e tem como finalidade principal a formulação da política da
moeda e do crédito com o objetivo de manter a estabilidade da moeda e o
desenvolvimento econômico e social do país.
De acordo com FORTUNA, 2015, a Lei nº 9.069/1995 em seu artigo 8º, o
CMN tem como integrantes os seguintes membros: Ministro da Fazenda (que é
quem preside este conselho), Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o
Presidente do BACEN.
Conforme Fortuna (2015, pg 19) o artigo 3º da Lei nº 4.595/1964 dispõe
sobre os objetivos do CMN, que assim são descritos:
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Art. 3º - A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:


I – adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da
economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
II – regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os
surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as
depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos
conjunturais;
III – regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de
pagamento do país, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em
moeda estrangeira;
IV – orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer
públicas quer privadas, tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do
país, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia
nacional;
V – propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de
mobilização de recursos;
VI – zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
VII – coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da
dívida pública, interna e externa.

Fortuna (2015, p. 20) ressalta ainda, que ao CMN compete também


“estabelecer a meta de inflação”, bem como “regular a constituição, o funcionamento
e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no país”.
Além do que está descrito acima, conforme Fortuna (2015, pg 19) a Lei nº
4.595/1964 traz em seus conteúdos as competências atribuídas ao CMN, das quais
podemos citar como principais a autorização das emissões de papel-moeda, a
aprovação dos orçamentos monetários preparados pelo BACEN, à fixação das
diretrizes e normas da política cambial, disciplinar o crédito em todas suas
modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, limitar, sempre
que necessário, taxas de juros, descontos, comissões e qualquer outra forma de
remuneração de operações e serviços bancários e aplicar aos bancos estrangeiros
que funcionem no país, as mesmas vedações e restrições aplicadas aos bancos
nacionais.
O BC ou BACEN, dentre tantas definições pode ser classificado como o
banco dos bancos, sendo o gestor principal do SFN e o executor da política
monetária determinada pelo CMN. Além disso, entre as suas características
principais é o centralizador do fluxo cambial, gestor e fiel depositário de reservas
internacionais do país, podendo ser definido como o “banqueiro do governo”.
De acordo com Fortuna (2015, p. 20):

O BC é a entidade criada pela Lei 4595, de 31/12/94, para atuar como


órgão executivo central do sistema financeiro, cabendo-lhe a
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responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o


funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN.

O BACEN tem como principal missão assegurar a estabilidade do poder de


compra da moeda nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente. Cabe ainda ao
BACEN autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica operacional de todas
as instituições financeiras e determinar via COPOM a taxa de juros de referência
para as operações de um dia, a chamada taxa SELIC.
A Lei nº 4.595/1964 é quem estabelece as competências do BACEN, das
quais cita-se as principais que se encontram em seus artigos 9º e 10º:

Art. 9º - Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer


cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as
normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.
Art. 10º - Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil:
I – “emitir moeda-papel e moeda metálica nas condições e limites
autorizados pelo Conselho Monetário Nacional”.

Quanto à utilização do BACEN por parte do Estado, cabe ressaltar que é


através dele que se realizam as intervenções diretas no SFN e de forma indireta na
economia. Desde 1998, o BACEN está proibido de operar nos mercados de
derivativos de câmbio e desde 2002 não emite seus próprios títulos e vem fazendo
política monetária com títulos adquiridos do Tesouro Nacional.
A CVM é o órgão normativo do SFN, que tem suas atividades voltadas
especificamente para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de
valores mobiliários não emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional.
A CVM foi criada pela Lei nº 6.385/1976 e é administrada por um Presidente
e outros quatro diretores, todos nomeados pelo Presidente da República. A diretoria
e o Presidente constituem um colegiado, definem as políticas e estabelecem práticas
que deverão ser implantadas e desenvolvidas pelo corpo de Superintendentes, a
instância executiva da CVM.
O poder fiscalizador e disciplinador da CVM foram ampliados pela Lei nº
10.303/2001, incluindo na relação de instituições sob a sua égide, as bolsas de
mercadorias e futuros, as entidades de mercado de balcão organizado e as
entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários que,
da mesma forma que as bolsas de valores, atuam como órgãos auxiliares da CVM.
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Conforme Fortuna (2015, pg. 23), no ano de 2002, o governo, através da Lei
nº 10.411, caracterizou a CVM como uma:

Entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da


Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprio, dotada de
autoridade administrativa independente, ausência de subordinação
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e autonomia
financeira e orçamentária.

Os objetivos fundamentais da CVM ficam caracterizados como: o


fortalecimento do mercado de ações e dos demais valores mobiliários através dos
estímulos à aplicação de recursos excedentes no mercado de ações, a garantia do
funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores, a proteção dos investidores
contra emissões fraudulentas de valores mobiliários no mercado e a fiscalização da
negociação de títulos emitidos por companhias de capital aberto. Diante do
mencionado, podemos afirmar que a CVM não exerce qualquer tipo de julgamento
de valor sobre uma informação divulgada por determinada companhia, apenas tem
como princípio, zelar pela sua regularidade e confiabilidade, normatizando e
perseguindo a sua padronização.
A CVM tem ainda, competência para julgar e punir eventuais irregularidades
cometidas no mercado, através da verificação e comprovação de suspeitas,
iniciando investigação na busca por informações e provas para identificação dos
responsáveis a fim de imputar-lhe a pena devida, após seu amplo direito de defesa
ser obedecido. As penalidades que podem ser atribuídas pelo colegiado vão desde
uma simples advertência até a suspenção da habilitação para o exercício das
atividades no mercado, passando por multas pecuniárias.
De acordo com Assaf Neto (2003), as caixas econômicas são instituições
públicas que atuam de forma autônoma e apresentam um objetivo social, como
órgãos auxiliares do governo federal na execução de política creditícia. Como os
bancos comerciais, podem receber depósitos à vista do público, exercendo também
o poder de criação de moeda escritural, principalmente às pessoas físicas
(CAVALCANTE, 2005).
No Brasil, temos como principal representante destas instituições a CEF,
que tem sua criação datada de 1861, com a finalidade de ser a instituição
garantidora do governo imperial. O formato atual da CEF, como sendo uma
instituição financeira sob a forma de “empresa pública” do governo federal e uma
20

das mais antigas integrantes do SFN, surge em 12 de agosto de 1969, quando pelo
Decreto-Lei nº 759 foram unificadas vinte e três Caixas Econômicas Federais
existentes no país naquela época.
A CEF tem destaque como sendo o maior banco público da América Latina e
um dos agentes principais da política econômica do Brasil. Além dos clientes que se
utilizam dos produtos e serviços bancários, a CEF também atende aos trabalhadores
formais, efetuando o pagamento de benefícios como PIS, FGTS, seguro
desemprego e é o principal agente repassador de programas sociais como Bolsa
Família e Minha Casa Minha Vida. Além disso, a CEF é o único agente autorizado a
penhorar ou manter sob forma de consignação bens pessoais como, joias, metais e
pedras preciosas no Brasil e, também, é o operador oficial dos jogos de loteria que
tem autorização legal para serem “comercializados”.
Como principal agente do SFH, a CEF é grande fomentadora da captação
de recursos através da caderneta de poupança, segmento onde é considerada líder
no mercado, por ser esta a principal fonte de recursos utilizada como repasse para
os programas de habitação e também para os financiamentos de clientes que
desejam o seu imóvel próprio.
O Banco do Brasil S.A. ou BB trata-se de uma instituição financeira
brasileira, com predominância de capital estatal (atualmente a união detém 68,70%
de suas ações), constituída na forma de uma sociedade de economia mista.
Juntamente com a CEF, o BNDES, o BASA e o BNB, o BB é um dos cinco bancos
estatais de nosso país (INSTITUTO PADRE RÉUS, APOSTILA CONCURSO
BANCO DO BRASIL, 2011).
Falando um pouco de história, a criação do primeiro BB data de 12 de
outubro de 1808, quando através de um Alvará o então Príncipe-regente Dom João
de Bragança, tomando como sugestão do Conde de Linhares, Rodrigo de Souza
Coutinho, em um conjunto de ações que tinham como objetivo implementar em
nosso país as condições necessárias para o início de seu desenvolvimento
econômico pela criação de indústrias, início da importação de matérias-primas e de
exportação de produtos acabados, cria aquele que seria o primeiro banco em
território do império português (INSTITUTO PADRE RÉUS, APOSTILA CONCURSO
BANCO DO BRASIL, 2011).
Instalado na cidade do Rio de Janeiro, o banco iniciou suas atividades com
um capital social à época, de um mil e duzentos contos de réis e passou a ser o
21

quarto banco emissor do mundo (Banco da Suécia (1668), Banco da Inglaterra


(1694) e o Banco da França (1800)), tendo o seu funcionamento basicamente como
um banco central misto recebendo depósitos, realizando descontos e emissão, e
tendo ainda a preferência na venda dos produtos que a Coroa Portuguesa mantinha
o monopólio como, pau-brasil, diamantes, marfim e urzela(INSTITUTO PADRE
RÉUS, APOSTILA CONCURSO BANCO DO BRASIL, 2011).
Trazendo para nossos dias atuais, o BB, de acordo com a sua filosofia
corporativa tem como missão: “Banco de mercado com espírito público. Ser um
banco competitivo e rentável, atuando com espírito público em cada uma de suas
ações junto a toda a sociedade”1.
O BB está presente em todo o país, possuindo cerca de mais de quinze mil
pontos de atendimento distribuídos entre agências e postos de atendimento. Além
de sua presença maciça em nosso país, o BB está presente em mais vinte e um
países ao redor do mundo. Atualmente ocupa posição de destaque no SFN, sendo o
primeiro deste ramo em valores de ativos financeiros, no volume de depósitos totais,
possui a maior carteira de crédito entre os bancos instalados no país, é o maior
administrador de recursos de terceiros, ocupando inclusive posição de destaque em
toda a América Latina2.
Além dos itens mencionados acima, ressalta-se a importância de destacar
que o Banco do Brasil atua como fomentador do agronegócio do país, sendo o
principal repassador de recursos para custeios e investimentos nesta área e
responsável por grande parte das exportações destas commodities, contribuindo de
forma significativa para o desenvolvimento do setor responsável pelo maior volume
de geração de divisas do Brasil.
O SELIC muitas vezes confundido com a taxa SELIC de juros da economia
foi criado em 1980 e caracteriza-se por ser um grande sistema computadorizado on-
line, ao qual tem acesso apenas às instituições credenciadas no mercado financeiro.
É através deste sistema que os negócios têm a sua liquidação e ela acontece de
forma imediata, tendo fluxo simplificado, em que os operadores das instituições
envolvidas na negociação após acertarem os negócios (compra e venda),
envolvendo títulos públicos, transferem estas operações através de um terminal de
computador para o SELIC, que receberá a ordem de negociação e transferirá o

1
http://www.bb.com.br/portalbb/page3.
2
http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_do_Brasil.
22

registro do título para o banco comprador do mesmo e fará o crédito na conta do


banco que está realizando a venda do papel.
Neste sistema, apenas títulos públicos federais, sejam eles emitidos pelo
Tesouro Nacional ou pelo Banco Central, e os títulos públicos estaduais ou
municipais emitidos até janeiro de 1992 são registrados.
Como mencionado anteriormente, o sistema SELIC muitas vezes é
confundido com a taxa SELIC. Esta “confusão” tem razão de existir, pois como está
descrito no texto, é neste sistema que são liquidados os títulos públicos federais
que, por sua vez, tem sua negociação realizada entre bancos e quem fará o
pagamento dos juros sobre estes títulos ao final da operação será o próprio governo,
através da recompra destes papéis e sobre eles pagará uma taxa de juros que
considera adequada para o momento econômico vivido pelo país. Desta forma, a
ligação entre o sistema SELIC e a taxa de juros SELIC, aproxima-se, pois o governo
pagará uma taxa de juros sobre os seus títulos que são negociados única e
exclusivamente neste sistema (INSTITUTO PADRE REUS, 2011).
A CETIP, ao contrário do SELIC, é onde são custodiadas, registradas e
liquidadas financeiramente as operações feitas com todos os papéis privados e os
títulos estaduais e municipais que não fazem parte das regras de rolagem das
dívidas públicas (FORTUNA, 2015). Quando da realização de algum negócio através
de qualquer um dos sistemas da CETIP, a transferência do papel só é completada
com a verificação completa dos itens básicos de segurança como, códigos de
acesso, senha e validade de datas (as informações do comprador são “casadas”
com a do vendedor), e havendo qualquer tipo de divergência entre estas
informações a operação será rejeitada pelo sistema.
A CBLC teve sua criação em 1997, partindo da cisão dos patrimônios da
então BM&FBOVESPA, em uma espécie de resposta ao que o mercado brasileiro
demandava em relação ao estabelecimento de uma estrutura necessária de clearing.
A partir do exposto, pode-se definir a CBLC como um departamento da
BM&FBOVESPA que é responsável pela custódia, e somente isso, das ações e
demais títulos privados do mercado financeiro nacional. Embora já tenha sido
caracterizada em sua forma de constituição como uma entidade com fins lucrativos
que tinha também como principal atividade a custódia destes títulos, porém
recebendo para tanto sua remuneração (FORTUNA, 2015).
23

As principais atividades da CBLC são a prestação dos serviços de alocação


e liquidação para todas as negociações realizadas no ambiente da bolsa de valores
e estes serviços seguem os rigores dos padrões de controle internacionais, o que
oferece oportunidades de garantia e flexibilidade nas negociações para os mais
variados participantes do mercado de capitais brasileiro.
Todas as operações realizadas na bolsa de valores são capturadas pela
CBLC de forma automática e em tempo real e já possuem as informações básicas
necessárias para a realização da negociação entre as partes envolvidas, não
necessitando assim, informações adicionais de corretoras e dos intervenientes
partícipes do negócio.
O COPOM é um órgão criado no âmbito do BACEN, instituído a partir de
1996 e que tem como objetivos principais a implementação da política monetária, a
definição da taxa SELIC e seu eventual viés (que pode ser de alta ou de baixa) e
também a análise do relatório de inflação. O COPOM tem sua regulamentação pela
Circular nº 3.297 do BACEN (FORTUNA, 2015). São membros do COPOM, o
Presidente e os Diretores do BACEN.
Compondo o SFN encontramos as instituições financeiras, que são
subdivididas em instituições financeiras monetárias e as instituições financeiras não
monetárias.
Dentro das instituições financeiras monetárias encontramos os bancos que,
por sua vez, também serão subdivididos de acordo com sua finalidade de atuação,
podendo ser citados como principais: os bancos comerciais, que tem como objetivo
principal proporcionar o suprimento de recursos em volumes e tempo adequados
para financiar a curto e médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas
prestadoras de serviços e as pessoas físicas (FORTUNA, 2015).
Os bancos cooperativos são os bancos criados a partir da participação
exclusiva de cooperativas de crédito singulares, centrais de cooperativas,
federações e confederações de cooperativas de crédito com atuação restrita à
Unidade da Federação de sua sede. Sua criação e funcionamento foram autorizados
através da Resolução nº 2.193, de 31/08/1995 do Banco Central e sua atuação é
igual à dos demais bancos comerciais, podendo emitir talões de cheques, cartões de
crédito, fazer diretamente a compensação de documentos e, principalmente,
administrar a carteira de crédito que antes estava sob a responsabilidade das
cooperativas (FORTUNA, 2015).
24

Na Europa, os bancos cooperativos existem há mais de 100 anos e entre os


20 maiores bancos do mundo três foram formados a partir de cooperativas:
o holandês Rabobank, o alemão DG Bank e o francês Crédit Agricole
(FORTUNA, 2015, p. 31).

Relacionamos ainda como instituição financeira monetária, as caixas


econômicas, que tem como principal atividade integrar o SBPE e o SFH. Estas
instituições assemelham-se aos bancos comerciais, pois podem captar depósitos à
vista, efetuar operações ativas e efetuar a prestação de serviços, atuando também
no crédito direto ao consumidor.
No Brasil, a CEF é quem está autorizada a administrar os jogos de loteria,
sendo esta uma fonte alternativa de recursos para sua gestão. É também quem
detém o monopólio das operações de penhor de bens pessoais, principalmente as
joias e representa ainda a principal captadora de recursos da poupança e, por
consequência, o grande fomentador do SFH (ASSAF NETO, 2003).
Outra função exercida pela CEF é a de centralizadora do recolhimento e
posterior aplicação dos recursos oriundos do FGTS.
São instituições de cunho eminentemente social, concedendo empréstimos e
financiamentos para investimentos em programas e projetos de assistência social
(FORTUNA, 2015).
No Brasil, as principais instituições de fomento regional são: BNB e BASA.
Existem ainda os bancos estaduais de desenvolvimento, que são aquelas
instituições controladas pelos governos estaduais e que tem atuação no
fornecimento de crédito de médio e longo prazo para empresas dos Estados onde
atuam. Atualmente no Brasil existem três instituições deste tipo em operação: o
BRDE com atuação nos Estados da região sul do Brasil; o BDMG com atuação
exclusiva naquele Estado; e o BANDES (FORTUNA, 2015).
Os bancos de investimento foram criados com o objetivo de capitalizar
recursos de médio e longo prazo para suprimento de capital fixo ou de giro das
empresas. Estas instituições apoiam basicamente a estrutura capitalista privada,
tendo inclusive, limitações para apoiar os órgãos e empresas do Estado. Os
financiamentos ao capital fixo são precedidos de cuidadosas avaliações de projeto e
não podem destinar recursos a empreendimentos imobiliários (FORTUNA, 2015).
Outra importante instituição financeira não monetária refere-se aos bancos
de câmbio, que são instituições financeiras especializadas na realização de
25

operações de câmbio, tais como a compra e venda de moeda estrangeira;


transferência de recursos de e para o exterior; financiamento de exportação e
importação; adiantamento sobre contratos de câmbio (as chamadas operações de
ACC).
Estes bancos podem operar com recursos próprios; recursos provenientes
de repasses interbancários ou depósitos interfinanceiros; ou recursos captados no
exterior. Suas contas de depósito, no entanto, não podem ser movimentadas, pois
são exclusivamente destinadas às suas operações (FORTUNA, 2015).
Merece destaque ainda na composição do SFN como instituição financeira
monetária, os bancos múltiplos.
Estes bancos foram criados pela Resolução nº 1.524, de 21/09/1988 e seu
estatuto permite que algumas destas instituições, que muitas vezes eram empresas
de um mesmo grupo, se constituam em uma única instituição financeira com
personalidade jurídica própria e, portanto, com um único balanço e um único caixa.
Em sua composição, um banco múltiplo irá envolver uma carteira comercial
que irá obedecer a regulamentação dos bancos comerciais, uma carteira de
investimentos que obedecerá a regulamentação dos bancos de investimento, uma
carteira de crédito imobiliário que será regida pelas normas das sociedades de
crédito imobiliário, uma carteira de aceita obedecendo a regulamentação das
sociedades de crédito, financiamento e investimento e uma carteira de
desenvolvimento seguindo o disposto para os bancos de investimento.
Para que seja configurado como tal, um banco múltiplo deve possuir pelo
menos duas das carteiras mencionadas anteriormente, sendo obrigatoriamente uma
delas comercial ou de investimento (FORTUNA, 2015).
Fazem parte ainda do SFN, as sociedades CTVM, que são instituições
típicas do mercado acionário e que operam na compra, venda e distribuição de
títulos e valores mobiliários, inclusive ouro, por conta de terceiros. A principal forma
de atuação destas instituições diz respeito à intermediação das negociações dos
investidores interessados em aplicar seus recursos em ações ou outra commoditie
junto às bolsas de valores e mercadorias.
A constituição destas sociedades depende de autorização do BC e o
exercício de suas atividades terá autorização da CVM.
Uma característica importante de ser mencionada a respeito das sociedades
CTVM é a sua atuação ou operação diretamente no recinto das bolsas de valores e
26

mercadorias, podendo efetuar o lançamento público de ações; administrar carteiras


e custodiar valores mobiliários; instituir, organizar e administrar fundos de
investimento; operar no mercado aberto e intermediar ou realizar operações de
câmbio relativas às entradas e saídas, tanto da balança comercial quanto de
serviços, como também da balança financeira, podendo intermediar tanto operações
de investimento, empréstimos e financiamentos estrangeiros no país (FORTUNA,
2015).

2.2 INVESTIMENTOS – CONCEITO

Pode-se considerar a intenção de ganhar mais dinheiro um dos objetivos


mais primitivos do ser humano, mas a verdade é mesmo que se busca a condição
de comprar uma boa casa, trocar de carro, pagar a faculdade dos filhos, pagar um
bom plano de saúde para quando a velhice chegar e poder estar bem assistido
quando se tratar de problemas de saúde, além de poder aumentar o patrimônio.
Por isso, quando se fala em termos econômicos, investimento trata-se de um
capital excedente que se aplica com a intenção de obter rendimentos em um
determinado prazo, aplicação esta que se supõe a expectativa de acúmulo para
garantia de um futuro (FORTUNA, 2015).
Este investimento que visa ganhos por seu rendimento contempla três
variáveis que são: o rendimento esperado, que representa quanto se espera ou se
pretende ganhar; o risco envolvido no investimento, que vem embutido em cada
modalidade de aplicação e que o investidor opta em aceitá-lo ou não, de acordo com
o seu perfil; e o horizonte de tempo, que significa em quanto tempo o aplicador irá
obter os ganhos esperados ou pretendidos.
Para Assaf Neto (2005, p. 29), investimento “... representa a ampliação de
capital em alternativas que promovam o aumento efetivo da capacidade produtiva de
um país, determinando maior capacidade futura de gerar riqueza (rendas)”.
O objetivo principal de todo investidor é conseguir fazer com que o seu
capital investido possa lhe render o suficiente para que consiga realizar seus
projetos e seus objetivos estabelecidos quando da tomada de decisão pelo
investimento, seja ele a aquisição de um imóvel, uma viagem, a garantia de futuro
para os filhos e até mesmo a segurança de uma aposentadoria que possa ser vivida
sem maiores percalços.
27

Neste sentido, existem três aspectos básicos a serem observados em um


investimento para que se possa alcançar este objetivo: o retorno, que é quanto se
espera de rendimento do investimento feito; o prazo, que determina por quanto
tempo o investidor irá deixar seus recursos investidos; e a proteção, que significa o
grau de segurança que aquele investimento lhe proporciona e até mesmo a
segurança que a instituição onde os recursos estão aplicados garante ao investidor
(ASSAF NETO, 2005).
Portanto, ao avaliar determinado tipo de investimento, o aplicador irá levar
em consideração a rentabilidade, ou em outras palavras, o lucro que este
investimento lhe proporcionará, a liquidez deste investimento que é a condição de
tornar disponível para a utilização imediata o recurso aplicado e o grau de risco ao
qual o investidor está disposto a ser exposto para que possa obter o rendimento
esperado, lembrando sempre que maior retorno ou lucro está relacionado a um
maior grau de exposição ao risco.

2.3 TIPOS DE INVESTIMENTOS

Levando em consideração os três aspectos básicos dos investimentos


citados anteriormente, estes podem ser classificados basicamente em duas
categorias ou tipos: os investimentos em renda fixa e os investimentos em renda
variável.
Os investimentos em renda fixa são classificados desta forma, pois quando
da aplicação de recursos nesta modalidade, o investidor já sabe qual a rentabilidade
proporcionada pelo investimento e também o seu prazo de resgate. Nesta
modalidade, a taxa de remuneração ou a sua fórmula de cálculo é definida
previamente. Pode-se afirmar que o investidor, que aplica seus recursos em um
investimento do tipo renda fixa, está emprestando seus recursos ao emissor do
título, seja ele o governo, uma empresa privada ou um banco, para depois de certo
tempo receber o valor aplicado acrescido de juros como forma de remuneração de
seu empréstimo.
Vale ressaltar que assim como em qualquer outro tipo de investimento, nas
aplicações de renda fixa também existe a possibilidade de perdas do capital
investido, seja ele no todo ou em parte. Como exemplo dessas possibilidades de
perdas, pode-se citar o risco de mercado, que é possibilidade de perdas de
28

rendimento em função de existirem outras opções no mercado com possibilidade de


maior rendimento durante o mesmo período em que o investidor manteve sua
posição em determinado produto. Existe também o risco de crédito, que é a
possibilidade de o emissor do título não cumprir com a obrigação assumida dentro
do prazo estabelecido.
Os investimentos em renda fixa ainda podem ser subdivididos em dois tipos:
O investimento em renda fixa pré-fixada, que é aquele investimento em que
a taxa de remuneração do investimento é definida no momento da aplicação. Assim,
o investidor já sabe exatamente qual será o percentual de rentabilidade que
receberá ao final do prazo estabelecido e o investimento em renda fixa pós-fixada,
que é o investimento em que apenas a forma do cálculo da taxa de remuneração é
definida no momento da aplicação. Desta forma, o investidor não tem o
conhecimento exato de qual será o percentual de rendimento de sua aplicação, que
poderá ser maior ou menor, de acordo com a variação e o desempenho do índice
utilizado como referência para a base de cálculo durante o período em que os
recursos estiverem aplicados.
Os investimentos de renda variável são classificados desta forma, pois
quando da aplicação dos recursos, o investidor não tem o conhecimento tanto da
taxa de rentabilidade que este investimento lhe proporcionará, quanto do seu prazo
de resgate. A rentabilidade do investimento será definida de acordo com os
resultados obtidos pela empresa ou instituição emissora do título, sendo assim, nos
investimentos em que a remuneração está atrelada a uma renda variável, não será
possível saber previamente qual será a rentabilidade da aplicação.
Cabe ressaltar, no entanto, que em casos onde a escolha por investimentos
em renda fixa seja feita de forma criteriosa e com uma boa diversificação das opções
disponíveis para as aplicações, a renda variável poderá proporcionar maior retorno
do que o obtido em aplicações de renda fixa.
Da mesma forma que as aplicações em renda fixa, a renda variável também
poderá oferecer a possibilidade de perdas ao investidor, sendo que os riscos de
mercado e de crédito estarão presentes nesta modalidade de investimento.
As aplicações em renda variável normalmente são indicadas para
investidores dispostos a deixar seus recursos investidos por um prazo mais longo e
àqueles com maior tolerância às possíveis variações de preços dos títulos que
compõe a sua aplicação, que são muito comuns nesta modalidade, se comparados
29

aos aplicadores em renda fixa, e é por este motivo que a diversificação dos títulos
que farão parte do investimento é a opção mais recomendada.

2.3.1 CDB – Certificado de Depósito Bancário

O CDB pode ser considerado um dos mais antigos e utilizado título de


captação de recursos de pessoas físicas e jurídicas utilizado pelos bancos
comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento e bancos múltiplos,
sendo comumente conhecido como um depósito a prazo fixo (FORTUNA, 2015).
O CDB é um título de crédito escritural, o que gera a obrigação da instituição
emissora de pagar ao aplicador, ao final do prazo contratado a remuneração prevista
além do capital investido. Normalmente os recursos captados pelas instituições
nesta modalidade são repassados aos seus clientes em forma de empréstimos, o
que acaba por rentabilizar a instituição por cobrar mais juros nos empréstimos se
comparado aos juros pagos para as aplicações (FORTUNA, 2015).
São três os principais tipos de CDBs oferecidos pelas instituições captadoras
na visão de Fortuna (2015): o pré-fixado, o pós-fixado e os que pagam juros mais
uma correção pelo índice de inflação.
No primeiro tipo, o investidor negocia com o captador uma taxa predefinida e
durante o prazo de vigência do título receberá sempre a remuneração obtida com a
negociação.
O CDB que possui como remuneração uma taxa de juros pré-fixada e uma
correção monetária vinculada há um índice de inflação terá seus rendimentos
variando de acordo com o índice utilizado como indexador, caso este índice sofra
alterações em seu viés, sendo ele de alta ou de baixa, o rendimento obtido pelo
investidor irá acompanhar a movimentação deste índice.
O tipo mais comum de CDB comercializado nas instituições captadoras
destes recursos é o pós-fixado, que tem a sua rentabilidade baseada
exclusivamente em uma taxa de referência, sem parcela de remuneração fixa como
é o caso dos outros dois tipos.
A principal taxa de referência utilizada neste produto é o CDI que se
posiciona na maioria das vezes muito próximo à taxa SELIC, que é a taxa básica de
juros da economia brasileira. Neste produto, a negociação entre investidor e
instituição realiza-se fixando um percentual do CDI a ser pago sobre o valor
30

aplicado, que irá variar de instituição para instituição. Desta forma, os rendimentos
dos valores investidos serão variáveis de acordo com o movimento do indexador,
acompanhando o seu viés de alta ou de baixa.
Assim como as demais aplicações financeiras, o CDB também apresenta
riscos e o principal deles é o risco de crédito, ou seja, de a instituição onde estão
investidos os recursos vir a apresentar dificuldades de liquidez e não conseguir
honrar o pagamento ao investidor ao final do prazo. Para evitar eventuais prejuízos
ao investidor, o BACEN criou o FGC, que protege aplicações de valores até R$
250.000,00, garantindo o pagamento ao investidor caso a instituição captadora
passe a enfrentar dificuldades para cumprir sua obrigação.

2.3.2 Poupança

A poupança é a aplicação mais simples, tradicional e popular que existe em


todo o SFN. Ela é uma das poucas, se não a única que permite poupar pequenas
quantidades e proporciona liquidez ao investidor a qualquer momento.
A captação em cadernetas de poupança, como esta aplicação é
tradicionalmente conhecida, é de exclusividade das SCIs, das carteiras imobiliárias
dos bancos múltiplos, das associações de poupança e empréstimo e das caixas
econômicas, entidades estas que compõe o chamado SBPE. Os recursos captados
na caderneta de poupança devem ser reaplicados de acordo com as regras
estabelecidas pelo BACEN, que direciona grande parte destes recursos para os
investimentos em infraestrutura habitacional, pelo financiamento para construção e
aquisição de imóveis através de programas sociais (FORTUNA, 2015).
Os rendimentos da caderneta de poupança são mensais e sofreram
alterações a partir da publicação da medida provisória nº 567, de 03 de maio de
2012, posteriormente convertida na Lei nº 12.703, de 07 de agosto de 2012, que
determina como remuneração das aplicações os juros de 0,5% ao mês, acrescidos
da correção da TR, enquanto a taxa SELIC definida pelo BACEN, através do
COPOM for superior a 8,5% ou de 70% da taxa SELIC quando a sua meta estiver
abaixo dos 8,5% (FORTUNA, 2015).
O investidor receberá os rendimentos da caderneta de poupança na data de
seu aniversário, que representa a data em que a conta para a realização das
aplicações foi aberta. Esta abertura de conta pode ser realizada em qualquer dia do
31

mês, no entanto, as contas abertas nos dias 29, 30 e 31 começam a contar seus
rendimentos a partir do dia primeiro do mês seguinte. Diante da condição de
recebimento dos rendimentos apenas no dia do aniversário da aplicação, ressalta-se
a importância do resgate de valores apenas nestes dias sob pena do não
recebimento pelo resgate antecipado de valores.
Outro fator importante a se ressaltar sobre as aplicações em caderneta de
poupança refere-se à tributação do IR sobre os rendimentos, que para aplicações de
pessoas físicas são isentos até o limite aplicado de R$ 50.000,00.

2.3.3 LFT – Letras Financeiras do Tesouro

As LFTs são títulos emitidos com o objetivo de captação de recursos


necessários ao atendimento relativo aos déficits orçamentários do governo ou para a
realização de operações de crédito por antecipação de receitas, buscando atender
determinações legais.
Estes títulos são disponibilizados ao investidor através de ofertas públicas
com a realização de leilões ou diretamente ao investidor através do seu acesso ao
Tesouro Nacional através da ferramenta Tesouro Direto, onde é possível a
realização do investimento.
O investidor que realizar a aquisição de uma LFT estará estabelecendo
relação com uma autarquia, fundação, empresa pública ou sociedade de economia
mista integrante da Administração Pública Federal, que são as entidades
autorizadas expressamente pelo Ministério da Fazenda a captar recursos através da
emissão destes papéis.
Como característica principal destes títulos pode-se mencionar o fato de
serem emitidos na modalidade escritural, sendo sempre nominativas e negociáveis
com valor nominal na data-base de R$ 1.000,00 e seu prazo é definido pelo
Ministério da Fazenda quando da autorização da emissão do título.
As LFTs básicas são títulos emitidos com remuneração pós-fixada, tendo
como indexador a taxa SELIC, ou seja, o seu rendimento é calculado com base na
taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no SELIC.
O resgate deste papel é feito pelo valor nominal acrescido do respectivo
rendimento representado pela variação da taxa SELIC do período desde a data-base
do título.
32

Além da LFT básica existem outros dois tipos específicos de LFT que são,
LFT-A e LFT-B, que são títulos emitidos diretamente em favor do interessado e o
seu objetivo de captação de recursos é o cumprimento por parte da União, dos
contratos de assunção de dívidas dos Estados e do Distrito Federal e também das
operações relativas à redução da presença do setor público estadual na atividade
financeira bancária.

2.3.4 LCI – Letra de Crédito Imobiliário

As LCIs constituem-se como mais recente instrumento financeiro para


captação de recursos com destinação ao financiamento imobiliário.
As instituições autorizadas a emitir este tipo de papel são os bancos
comerciais, bancos de investimento, bancos múltiplos com carteira de crédito
imobiliário, CEF, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e
empréstimo e companhias hipotecárias, e sua forma de emissão pode ser cartular
(aquela que se materializa por uma cártula, um papel ou documento) ou escritural,
sendo sempre nominativa e endossável, identificando os créditos que foram
caucionados para a sua origem (FORTUNA, 2015).
A negociação destes títulos é feita diretamente entre as partes interessadas
e a sua transferência quando for emitida através da forma cartular será por endosso
e quando emitida de forma escritural será através da negociação em sistemas de
registro e liquidação financeira de ativos autorizados pelo BACEN. Ao transferir suas
letras para terceiros, o titular responde por sua veracidade, porém não pelo
pagamento. Se a instituição financeira não cumprir com a sua liquidação, o titular
não poderá exigi-la de quem lhe transferiu o papel.
As LCIs têm como principais características conceder ao seu tomador o
direito de crédito pelo seu valor nominal acrescidos de juros fixos ou flutuantes em
TR, TJLP ou TBF e de acordo com a negociação ter acrescido ainda a atualização
monetária por índices de preços setoriais ou gerais conforme o caso.
Outra característica importante da LCI diz respeito ao prazo para resgate,
que irá variar de acordo com a forma de atualização de cada título:
- 36 meses, quando atualizados mensalmente por índices de preço;
- 12 meses, quando atualizados anualmente por índices de preço; e
- 60 dias nos demais casos.
33

O pagamento dos juros e do valor principal destes títulos pode ser periódico
ou de uma única vez na data do seu vencimento e não há exigência de intervalo
mínimo entre os pagamentos periódicos caso seja esta a forma de pagamento
apresentada no momento da negociação do título.
As LCIs têm como garantia um ou mais créditos imobiliários desde que seu
vencimento não seja superior ao prazo destes créditos que lhe fazem lastro e
também que a soma do principal das LCIs emitidas exceda o valor total dos créditos
imobiliários em poder da instituição emitente. O crédito imobiliário que lhe serve de
lastro poderá ser substituído por outro, desde que de mesma natureza, podendo ser
esta substituição por iniciativa do emitente da LCI, nos casos de liquidação ou
vencimentos antecipados ou por solicitação justificada do credor das LCIs
(FORTUNA, 2015).
Quanto ao IR sobre os rendimentos obtidos através da aplicação em LCI, o
investidor pessoa física será isento da cobrança deste imposto, já as aplicações
feitas por pessoa jurídica terão a tributação de acordo com tabela regressiva e irá
variar de acordo com o prazo de permanência dos valores investidos. A LCI, assim
como o CDB, terá incidência do IOF se resgatado em prazo inferior a trinta dias de
aplicação, obedecendo também tabela regressiva de acordo com os dias de
antecipação do resgate e terá também a garantida do FGC até o valor de R$
250.000,00 para cada aplicador se pessoa física em cada uma das instituições em
que mantiver aplicações nesta modalidade (FORTUNA, 2015).

2.3.5 LCA – Letra de Crédito do Agronegócio

As LCAs são títulos de crédito emitidos exclusivamente por instituições


financeiras autorizadas a funcionar pelo BACEN e tem como objetivo principal a
captação de recursos para posterior aplicação em operações de crédito rural
destinadas ao financiamento da produção agrícola.
Estes títulos têm como garantia os financiamentos ao setor rural, sendo que
qualquer tipo de financiamento agrícola pode ser lastro para uma LCA.
Da mesma forma que as LCIs, a LCA é um título nominativo, emitido de
forma cartular ou escritural e possui livre negociação. Caso a sua emissão seja na
forma escritural deverá ser registrado em sistema de registro e de liquidação
financeira de ativos.
34

Este título representa promessa de pagamento em dinheiro e constitui título


executivo extrajudicial conferindo direito de penhor sobre os direitos creditórios a ele
vinculados, podendo ainda contar com garantias adicionais tanto reais, quanto
fidejussórias.
A remuneração das LCAs pode ser através de juros fixos ou flutuantes,
sendo que o valor do principal e dos juros pode ser pago periodicamente ou em uma
única vez quando do seu vencimento. Outra forma de remuneração ao investidor é a
feita pelo preço do produto, o que tem atraído empresas que precisam de hedge
(proteção) e fundos de investimento que buscam especular com o mercado futuro
um determinado produto. Sua negociação será feita diretamente entre as partes ou
em mercados de bolsa ou de balcão.
A LCA apresenta algumas vantagens para o investidor. Para o investidor
pessoa física existe a isenção do IR sobre o ganho de capital auferido com esta
aplicação. Além desta isenção do IR, a LCA tem a proteção do FGC até o limite de
R$ 250.000,00 por investidor em cada instituição em que possuir este tipo de
investimento (FORTUNA, 2015).
Outra vantagem da LCA, é que apesar da obrigação do pagamento ser do
banco emissor do título, esta modalidade de aplicação necessariamente deverá ter
lastro em financiamentos ao agronegócio. Sendo assim, o investidor nesta
modalidade possui garantia dupla em seu investimento, pois caso o banco emissor
apresentar dificuldades para o cumprimento de sua obrigação, o investidor ainda
possui o contrato que representa a dívida do produtor rural. É importante mencionar
ainda que, por se tratar de títulos executivos extrajudiciais, estão livres de penhora
judicial, ou seja, uma garantia extra ao investidor (FORTUNA, 2015).

2.3.6 Ouro

Historicamente, o mercado do ouro é reflexo das crises mundiais, tendo


elevação quando das expectativas de guerra, desvalorização do dólar ou alta do
preço do petróleo por se tratar de ser um ativo imune às desvalorizações cambiais.
No Brasil, o ouro foi muito utilizado como instrumento de proteção cambial,
perdendo esta função para o mercado à vista da moeda americana e também pelo
crescimento de mercados alternativos como os derivativos. Reflexo desta perda de
função está no volume diário de negociações do metal, que atingiu patamares de 10
35

toneladas diárias de comercialização passando para pouco mais de 0,15 toneladas


em dezembro de 1998 (FORTUNA, 2015).
Apesar da redução de sua comercialização, o ouro continua sendo
importante alternativa de reserva de valor para momentos de incertezas econômica,
financeira ou política global.
Os principais mercados de negociação do ouro são Londres, Inglaterra,
Zurique e Suíça, onde sua negociação é feita no mercado de balcão através de
bancos e corretoras e não via bolsas. Outra importante praça de negociação do
metal é a Bolsa de Mercadorias de Nova York (COMEX), onde sua operação
acontece somente no mercado futuro, no entanto, há um forte mercado para o ouro
físico nesta praça.
A comercialização do ouro no Brasil acontece através da BM&FBOVESPA,
que se caracteriza como a única bolsa de valores no mundo a comercializar o metal
no mercado físico. Esta comercialização no mercado físico acontece em lotes de 250
gramas negociados no mercado à vista.
A valorização do ouro no Brasil vincula-se diretamente às cotações de
Londres e Nova York, refletindo desta forma, a expectativa do mercado
internacional, sofrendo ainda influência direta das perspectivas do mercado interno e
da variação das cotações do dólar.
Basicamente, são dois os tipos de investidores que procuram o mercado do
ouro físico como alternativa de investimento: o investidor tradicional, que utiliza o
metal como reserva de valor que possui liquidez e preço internacionais; e o
especulador, que está à procura de ganhos imediatos e observa a relação
ouro/dólar/ações na busca pela melhor alternativa para cada momento.
Atualmente, são dois os principais mercados de comercialização do ouro: o
mercado de balcão, onde o investidor terá a posse do metal em seu estado físico
após a negociação; e o mercado spot nas bolsas, onde o investidor tem a posse de
certificados que comprovam a negociação e o metal será custodiado em banco
autorizado à prestação deste serviço (FORTUNA, 2015).
Existem algumas diferenças entre estes mercados, sendo que a principal
que podemos citar e mais evidente é o fato de que no mercado de balcão não há
necessidade de intermediação para se comprar ou vender ouro. Enquanto nas
bolsas os investidores devem procurar uma corretora autorizada a negociar neste
mercado, o que significa dizer que nas negociações realizadas em bolsa de valores,
36

os volumes negociados são transferidos automaticamente entre as contas de


custódia de compradores e vendedores sem que o metal passe pelas mãos de quem
compra ou vende (FORTUNA, 2015).
Pode-se mencionar também o fato de que no mercado de balcão o cliente
pode ter o ouro no mesmo dia do negócio por se tratar da comercialização do metal
em seu estado físico, enquanto que no mercado spot das bolsas a transferência só
ocorre no dia seguinte à operação.
Estes mercados acabam por se complementar e se autorregular em termos
de cotações de preços do grama.
Outra forma disponível ao investidor que deseja investir seus recursos na
compra de ouro é o mercado futuro deste metal, que assim como os demais
mercados desta modalidade caracteriza-se pela compra com liquidação futura do
ativo física e financeiramente.
O objeto de negociação do mercado futuro de ouro é o lingote padrão de 250
gramas de ouro fino que será cotado em reais por grama, sendo fundido por
empresa refinadora e custodiado em instituição depositária, ambas credenciadas
pela BM&F. Por se tratar de negociação feita para liquidação futura, as posições
tanto do comprador como do vendedor irão variar de acordo com a cotação diária do
metal nos pregões da bolsa de valores. Sendo assim, o vendedor poderá ser
beneficiado pelo aumento da cotação do metal, tendo creditado em sua conta os
valores desta variação e da mesma forma o comprador poderá beneficiar-se com a
baixa da cotação do metal, sendo ele quem receberá o crédito neste caso
(FORTUNA, 2015).
No vencimento do contrato futuro a liquidação física, ou seja, a entrega do
metal por parte do vendedor será realizada com a entrega de 249,75 gramas de
ouro fino contido em lingotes de 250 ou 1.000 gramas, com teor de pureza de no
mínimo 999,0 partes de ouro fino para cada 1.000 partes de metal e a liquidação
financeira será efetuada pelo comprador através do pagamento do valor de
liquidação de acordo com o preço de ajuste do metal do último dia de negociação
(FORTUNA, 2015).
É importante ressaltar que o mercado do ouro está incluso em um grupo
chamado de mercado de risco devido ao fato de suas cotações variarem de acordo
com a lei da oferta e da procura, assim como fatores externos ao mercado.
37

2.3.7 Debêntures

As debêntures caracterizam-se por serem títulos emitidos somente por


empresa do tipo S/A não financeira, sendo muito utilizada como instrumento de
captação para formação de lastro financeiro das empresas de arrendamento
mercantil devido ao seu perfil de papel de longo prazo em contrapartida ao retorno
das operações destas empresas serem de curto e médio prazos, o que lhes permite
controles e ajustes em seus fluxos financeiros.
Sua emissão acontece após deliberações em AGE que irá deliberar entre
outros pontos, sobre a forma de emissão para a devida adequação à necessidade
de recursos demandada pela empresa (FORTUNA, 2015).
Este título conta com a garantia do ativo da empresa emissora, ou seja, o
patrimônio da empresa emissora da debênture poderá garantir o cumprimento do
resgate do título e garantem ao comprador uma remuneração certa em um prazo
certo, não concedendo, porém, direito de participação nos bens e lucros da
empresa. De forma resumida, as debêntures correspondem a um empréstimo que o
adquirente do título faz à empresa e os compradores são credores que esperam
receber juros periódicos e reembolso do principal na data do seu vencimento.
A finalidade de utilização desta modalidade de captação de recursos é
principalmente a de captar recursos para o financiamento de projetos de
investimento e alteração do perfil do endividamento da empresa, passando para um
comprometimento de longo prazo, aquelas obrigações passivas que estão no curto
prazo e que poderão apresentar dificuldades para o cumprimento. Entretanto,
havendo viabilidade econômica de captação de recursos através da emissão destes
papéis, as empresas podem optar pela colocação destes papéis de forma direta e
simples direcionando para os agentes financeiros que farão sua aquisição e o
consequente aporte de recursos ao caixa da empresa emissora.
Atualmente, são duas as principais formas pelas quais os possuidores de
debêntures estão legalmente protegidos, conforme Fortuna (2015):
- Escritura de emissão: a escritura de emissão é o documento que
estabelece as condições de negociação do papel. Após deliberação da AGE dos
acionistas, esta escritura é emitida e deverá ser registrada em cartório e entre outros
pontos, é neste documento que estão especificados itens como pagamento de juros,
38

prêmio e principal, direitos dos possuidores e deveres do emitente e cláusulas sobre


garantias.
- Agentes fiduciários: o agente fiduciário é quem representa o condomínio
de credores formados pelos compradores das debêntures e tem como dever
principal, o de zelar pelos direitos dos debenturistas. Será uma terceira parte
envolvida no negócio e pode ser tanto um indivíduo, uma empresa ou um
departamento de crédito de uma empresa que terá remuneração sobre os serviços
prestados. Ressalta-se que a qualquer momento e sendo de interesse do
condomínio, os debenturistas podem exonerá-lo ou substituí-lo.
Outra parte envolvida na negociação das debêntures faz referência ao banco
mandatário, que é quem faz a confirmação financeira de todas as movimentações e
lançamentos dos títulos, função esta, que somente pode ser exercida por bancos
comerciais ou múltiplos com carteira comercial.
A remuneração do debenturista poderá ser composta de atualização
monetária, taxa de juros e prêmio. A Decisão-Conjunta 013 do BACEN e da CVM, de
14/03/2003 estabeleceu as atuais condições de remuneração e prazos para as
debêntures.
O que pode ser observado no conteúdo desta Decisão-Conjunta é que
remuneração e prazos de repactuação de taxas estão diretamente ligados. Sendo
que podemos ter debêntures remuneradas à taxa fixa e sem prazo mínimo para
resgate/repactuação, até papéis negociados com remuneração referenciada em
cláusula de correção monetária que tenha como base algum índice de preços com
séries regulares e calculadas e de conhecimento público, tendo como prazo mínimo
um ano.
As debêntures são colocadas no mercado de duas formas:
- Direta: quando a oferta é feita diretamente ao comprador que pode ser um
grupo, geralmente de instituições financeiras ou então fundos de pensão. Para as
debêntures ofertadas de forma direta não existe mercado secundário para sua
negociação e estes papéis apresentam taxas de juros mais elevadas.
- Oferta pública ampla ou restrita: como o próprio nome já menciona,
estes títulos são ofertados ao público em geral – investidores interessados. A
principal diferença para os títulos ofertados de forma direta é que estes papéis
possuem mercado secundário e podem ser colocadas em negociação com desconto
39

(valor abaixo do nominal), com prêmio (valor acima do nominal) ou ao par (pelo valor
nominal).
As debêntures possuem características específicas na sua emissão, tanto
públicas quanto privadas, tendo como itens básicos na sua formatação o nome da
empresa emissora, o número de emissão e de série, a data de emissão e de
vencimento, o índice utilizado para a atualização monetária, o seu tipo (simples ou
permutável), a quantidade de emissão e seu valor unitário, a forma de emissão, o
cronograma de eventos, as condições para resgate antecipado ou repactuação dos
rendimentos, a forma de conversão, o banco mandatário, o agente fiduciário e o que
é mais importante, a existência de garantias adicionais sobre a emissão do título que
podem ser subordinadas, quirografárias, flutuantes ou reais.

2.3.8 Ações

De forma simples, uma ação pode ser definida como a menor parcela do
capital próprio de uma empresa que está constituída em forma de S/A e é através do
mercado de ações que estas sociedades captam os recursos necessários para o seu
desenvolvimento através da venda direta da participação em seu patrimônio líquido,
assumindo um compromisso de remunerar os seus acionistas, assim chamado
aquele que adquire as ações de uma determinada empresa, em função do capital
nela aplicado e sobre seus resultados futuros.
No mercado atual existem dois tipos principais de ações negociadas: as
ações ordinárias, que são aquelas que conferem direito de voto em assembleia ao
acionista participante; e as ações preferenciais, que dão preferência sobre os
lucros a serem distribuídos entre os acionistas, seja na forma de dividendos ou juros
sobre capital próprio.
Quando falamos nas formas de negociação das ações este mercado pode
ser dividido em dois segmentos: o mercado primário, onde as ações de uma
empresa são emitidas diretamente ou através de uma oferta pública de ações, os
chamados IPO (sigla em inglês para Initial Public Offering); e o mercado secundário,
que é o mercado onde as ações já emitidas têm a sua comercialização, ou seja, as
ações que já fizeram parte de uma oferta pública ou venda direta, são renegociadas
neste mercado.
40

A precificação de uma ação segue as condições do mercado através da lei


da oferta e da demanda e na maioria dos casos é reflexo das condições estruturais e
comportamentais da economia de um país e também de condições específicas da
empresa e seu setor de atuação (FORTUNA, 2015).
Historicamente, as ações seguem tendências na formação de seus preços e
estas tendências são estudadas por duas escolas e suas análises irão se conjugar
para uma possível tomada de decisão.
A Escola Gráfica ou Escola Técnica, que como seu nome já diz, baseia-se
na análise de gráficos, sejam eles de barras ou de ponto figura e tem como base
para sua análise os volumes e os preços pelos quais as ações foram
comercializadas em pregões anteriores. Esta escola tem como premissa básica o
fato de que uma boa análise técnica não necessita pesquisar os fundamentos de
uma empresa, pois no gráfico estão representados todos os movimentos de uma
determinada ação e ele reflete o preço que o mercado está disposto a pagar por
determinada ação naquele momento e através de suas técnicas irá indicar uma
tendência futura.
O resultado apresentado em suas análises é fundamental para a escolha do
momento certo de comprar ou vender a ação de uma determinada empresa, pois
muitas vezes os gráficos mostram o movimento que a ação deve fazer no curto
prazo, sendo contrário ao provável movimento no longo prazo.
Esta escola utiliza-se de uma ferramenta ou indicador interessante em suas
análises. É o IFR que compara movimentos de compra e de venda de uma ação, o
que permite identificar os períodos de maior intensidade de comercialização tanto de
compra quanto de venda, o que indicará em que momentos a realização de um bom
negócio poderá ser realizado.
A Escola Fundamentalista baseia-se na análise fundamentalista dos
resultados setoriais e específicos de cada empresa e dentro do contexto da
economia nacional e internacional.
Os resultados de suas análises são fundamentais para a escolha da
empresa cuja ação será ou deverá ser adquirida e também determinará qual ação
deverá ser vendida em um intervalo de tempo (stock picking).
Como referência para sua análise, a Escola Fundamentalista tem como
principais indicadores diretos, o preço da ação no mercado e o lucro por ação
apresentado. No entanto, como mencionado, estes indicadores servem como
41

referência, mas isoladamente não servirão para fundamentar uma decisão de


negociação.
Neste sentido, existem outros indicadores, os chamados múltiplos, que irão
influenciar os investidores na decisão de compra ou venda de uma ação, que
conforme Assaf Neto (2005) são os principais: o índice preço da ação no
mercado/lucro por ação; o índice preço da ação no mercado/valor patrimonial da
ação; o índice ROE; o índice dividendo pago pela ação/preço da ação no mercado; o
índice dividendo pago pela ação/lucro por ação; o índice preço da ação no
mercado/fluxo de caixa operacional; o índice FV/EBITDA que indica a capacidade de
geração de caixa da empresa; o beta com o índice da bolsa, representado pelo
movimento da ação em relação ao movimento do índice e que representa a parcela
de risco não diversificável de uma ação e o índice PIB/valor de mercado.
O mercado de ações apresenta quatro tipos básicos de investidores: as
pessoas físicas, as pessoas jurídicas, os investidores externos e os investidores
institucionais. Estes investidores estão sempre presentes no mercado. Sendo que
suas aplicações compulsórias e, de acordo com as normas de composição e
diversificação de suas carteiras, tem o objetivo duplo de reduzir o risco de seus
investimentos e direcionar recursos para aplicações consideradas prioritárias para o
governo e que devido a sua representatividade no mercado a sua atuação é
fundamental, pois garante o nível de estabilidade do mercado acionário.
Além dos investidores citados, temos ainda a figura clássica do especulador,
que tem como objetivo apenas o investimento para ganho imediato, não sendo desta
forma figura atuante como regulador de mercado e sim, de certa forma, um
garantidor da liquidez do mercado.
A evolução tecnológica e a globalização mundial, proporcionadas pelo
advento da internet, também tiveram seus reflexos no mercado acionário e ao final
do ano de 1999 foi implantado no Brasil o Home Broker e o After Market.
O Home Broker proporciona ao investidor a possibilidade de realizar suas
negociações eletronicamente, via internet através dos sites das corretoras de
valores. O After Market estende o horário de funcionamento do pregão que passa a
funcionar após as 18 horas e vai até às 22 horas. Além da extensão do horário
algumas regras iniciais de operação do After Market foram estabelecidas:
42

- só podem ser negociadas ações no mercado à vista e no mercado de


opções;
- as ações são negociadas na plataforma eletrônica de negociações;
- o limite de ordens é de R$ 100.000,00 por investidor;
- todas as variações de preço do dia seguinte são calculadas com base no
último preço registrado no pregão regular;
- a cada intervalo de 15 minutos a bolsa controla o limite operacional de
cada corretora.
Por se tratarem de operações escriturais, as negociações realizadas na
bolsa de valores têm a sua liquidação realizada por uma caixa de liquidação ou
clearing, que são os sistemas elaborados pelas bolsas com o objetivo de garantir o
fiel cumprimento de todos os negócios realizados em seu ambiente.
Clearing pode ser tanto um departamento interno da instituição quanto uma
organização independente, podendo ser controlada ou não pela bolsa de valores, a
qual tem ligação e seus principais serviços são o registro das operações e controle
das posições, a compensação dos ajustes diários e liquidação física e financeira dos
negócios incluindo-se ainda a administração das garantias vinculadas às operações.
O mercado de negociação de ações apresenta várias formas de realização
das negociações, sendo que as duas principais são:
- O mercado à vista: neste mercado as operações de compra e venda de
ações realizadas durante o pregão são para liquidação imediata, sendo a liquidação
física, que é a entrega ao comprador dos títulos adquiridos, feita em dois dias úteis
após a operação; e a liquidação financeira, que se refere ao crédito em reais dos
valores envolvidos na negociação ao vendedor dos títulos, feita em três dias úteis
após a negociação.
No mercado à vista é permitida a realização das chamadas operações day
trade, que são aquelas operações de compra e venda realizadas envolvendo uma
mesma ação em um mesmo pregão, por uma mesma corretora em benefício de um
mesmo investidor.
- Mercado a termo: as operações no mercado a termo envolvem o
compromisso do investidor em comprar ou vender uma determinada quantidade de
ações por um preço fixado dentro de um prazo predeterminado que na maioria das
negociações é de trinta dias. No entanto, as operações podem ser liquidadas em
43

prazos diferentes daquele acordado, sendo esta uma solicitação feita por qualquer
uma das partes envolvidas na transação, ou por ambas, através de acordo mútuo.
Com a finalidade de garantir o compromisso assumido no momento da
negociação será exigido do investidor o depósito junto à bolsa de valores de uma
margem de garantia, podendo ser em ações ou em dinheiro e composta por dois
elementos: a garantia inicial, que corresponde a no mínimo 20% do valor contratado
e no máximo a 100%, dependendo da ação objeto da negociação e sua volatilidade
de preço apresentada com base nos últimos seis meses; e a garantia adicional, que
relaciona-se com a diferença de preço entre o valor contratado no mercado a termo
e o valor no mercado à vista da referida ação objeto da negociação.
Um investidor pode optar pelo mercado a termo de ações, tendo como
principais motivos a possibilidade de comprar uma ação pelo seu preço atual,
mesmo não possuindo os recursos para tal aquisição no momento, como forma de
alavancar seus investimentos, pois mesmo dispondo dos recursos para aquisição no
mercado à vista o investidor poderá adquirir as ações no mercado a termo e
disponibilizar os recursos para outra finalidade e também como estratégia para fazer
caixa, vendendo suas ações no mercado à vista e com posterior recompra destas
mesmas ações no mercado a termo.
O mercado a termo apresenta-se ainda subdividido em três modalidades:
- Mercado a termo em pontos: assim como na modalidade tradicional,
representa o compromisso de compra ou venda de determinado volume de ações
por um preço dentro de um prazo predeterminado. O que irá diferenciá-lo do
mercado tradicional é a conversão do preço por ação acordado entre as partes em
pontos, que serão reajustados de acordo com indicador estabelecido entre as partes
e que estão autorizados pela bolsa de valores.
- Mercado a termo referenciado em dólar: apresenta características
idênticas ao mercado tradicional contratado em reais, sendo sua diferença a
correção do contrato pela variação entre a taxa de câmbio média em reais por dólar
norte-americano.
- Mercado a termo flexível: operação idêntica ao mercado a termo
tradicional diferenciando-se pela possibilidade de o comprador sem a necessidade
de encerrar o seu contrato, substituir as ações-objeto vendendo-as no mercado à
vista e adquirindo outras ações e até mesmo deixar seus recursos retidos junto à
clearing de compensação sem qualquer rendimento.
44

Como mencionado no início deste tema, as empresas que captam recursos


através da negociação de suas ações em mercado assumem o compromisso de
remunerar seus acionistas em função do capital nela aplicado e de seus resultados
futuros.
Desta forma, as ações podem remunerar o investidor através de direitos e
proventos incidentes sobre cada uma delas, sendo que os principais retornos ao
investidor podem ser na forma de:
- Distribuição de dividendos: distribuição dos lucros de uma empresa de
forma igualitária aos acionistas detentores de uma mesma classe de ações feita em
moeda e na proporção de participação do acionista no capital da empresa.
- Juros sobre o capital próprio: refere-se ao pagamento de juros sobre o
capital investido por parte do investidor tendo como indexador o valor da TJLP.
- Subscrição: é o direito de o acionista preferencialmente adquirir novas
ações em função do aumento do capital da empresa.
- Bonificação: é a distribuição gratuita de novas ações aos acionistas pelo
aumento de capital ou incorporação de reservas.
- Desdobramento ou split: a diluição do capital da empresa em um número
maior de ações com o objetivo de dar liquidez aos títulos no mercado proporciona a
distribuição de forma gratuita de novas ações aos acionistas.
- Agrupamento ou inplit: ao contrário do desdobramento, o agrupamento
de ações com o objetivo de buscar o aumento do valor de mercado da empresa irá
diminuir a quantidade de ações em posse do investidor, porém com maior valor em
cada uma delas.

2.3.9 Mercado Futuro e Opções de Ações

O mercado futuro de ações representa o mercado onde se negociam lotes-


padrão de ações que já são negociadas em bolsa de valores e autorizadas para este
tipo de negociação, com data de liquidação futura. Esta negociação ocorre durante o
horário de funcionamento da bolsa.
Este mercado vem representar um aperfeiçoamento do mercado a termo,
pois possibilita aos participantes de uma operação, a reversão de sua posição em
uma negociação antes da data de vencimento desta transação.
45

As partes envolvidas em um contrato futuro de ações da bolsa de valores


têm o seu relacionamento com a CBLC e não diretamente com a outra parte
envolvida, o que permite a liquidação financeira antecipada da sua posição a
qualquer momento entre a data de registro da operação e o seu vencimento. O
encerramento de uma posição no mercado futuro de ações é conhecido como
reversão de posição.
Assim como no mercado a vista, no mercado futuro de ações também é
permitido a realização de operações day trade (operações de compra e venda
realizadas no mesmo dia), desde que realizadas pelo mesmo investidor, com o
mesmo título e tendo por intermediário a mesma sociedade corretora e liquidados
pelo mesmo agente de compensação.
Por se tratar de um mercado onde a efetiva realização da transação
acontecerá em data futura, visando o cumprimento dos compromissos assumidos
pelas partes envolvidas na operação, são utilizados os chamados depósitos de
margem inicial que servirão como garantia ao fechamento do negócio.
Como principais características deste mercado podem ser citadas as datas
de vencimento, que são as terceiras segundas-feiras dos meses pares do ano que
coincidem com os dias de vencimento do mercado de opções de ações, o que
permite ao investidor montar a sua estratégia de negociação entre os mercados,
flexibilizando e ampliando o seu leque de alternativas.
O mercado futuro de ações apresenta como principal vantagem em relação
ao mercado a termo, maior liquidez e a possibilidade de liquidação antecipada a
qualquer tempo antes do vencimento e a possibilidade de venda a descoberto.
Fato relevante relativo a este mercado é o de que embora esteja
regulamentado, não têm acontecido negócios nesta modalidade junto à bolsa de
valores.
O mercado de opções caracteriza-se por negociar direitos de compra ou
venda e não as ações diretamente. O que existe neste mercado na verdade são
direitos e obrigações, onde o titular de uma opção terá sempre os direitos e o
lançador desta opção terá a obrigação.
Sendo assim, quem compra uma opção (titular) tem o direito de comprar
determinada quantidade de ações a um preço prefixado até determinada data ao
passo que o lançador desta opção fica com a obrigação de vendê-las.
46

Estes direitos são negociados por determinado preço, o que é chamado de


prêmio, que se refere ao valor pago pelo titular e recebido pelo lançador. A
determinação do valor deste prêmio resulta das forças de oferta e procura e terá
variação de acordo com o preço da ação negociada no contrato de opção no
mercado à vista.
As operações realizadas no mercado de opções possuem um vencimento e
podem ser exercidas a partir do dia seguinte ao da compra, a qualquer momento até
o seu vencimento – este é o tipo americano de exercício da opção. Outro tipo de
exercício da opção é o europeu, que se caracteriza por possibilitar o seu exercício
apenas no vencimento da opção.
Como principais características deste mercado pode-se mencionar o fato de
seus vencimentos estarem fixados pela bolsa de valores na terceira segunda-feira
de cada mês, coincidindo com os vencimentos do mercado futuro. Outro fator
relevante refere-se ao fato de o investidor estar se relacionando diretamente com a
CBLC e não com a outra parte envolvida na transação.
Com o objetivo de tornar estas operações seguras para ambos os
envolvidos, os lançadores de opções são obrigados a oferecer garantias de forma a
se cumprir as obrigações assumidas. Estas garantias devem corresponder ao dobro
do valor do prêmio médio do mercado ou de valor arbitrado pela bolsa e serão
corrigidos de acordo com as variações do mercado.

2.4 FUNDOS DE INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA, VARIÁVEL E IMOBILIÁRIO

A ideia de um condomínio de aplicadores define o que seja um fundo de


investimento, ou seja, uma aplicação em conjunto realizada por grupos de pessoas
físicas ou jurídicas com a finalidade de buscar a melhor alternativa de produto de
aplicação para o máximo retorno.
Esse condomínio de aplicadores possui natureza especial, possui patrimônio
próprio, que são os bens adquiridos a partir da disponibilização dos recursos por
parte dos condôminos ou neste caso dos cotistas, possui contabilidade própria e
auditoria em suas contas.
O funcionamento de um fundo de investimento se dá de forma simples a
partir do aporte de recursos dos seus cotistas para a aquisição dos bens que irão
compor o patrimônio deste fundo, sejam eles títulos ou valores mobiliários que
47

proporcionarão o lastro para a emissão das cotas de participação de cada investidor


de acordo com o capital investido. As cotas do fundo de investimento passarão a ser
de propriedade fiduciária do administrador do fundo que irá agir de acordo com os
interesses dos cotistas que são os legítimos proprietários destas cotas.
Sendo as cotas de propriedade de seus condôminos ou cotistas do fundo e
sendo estas geridas por um administrador, que em sua maioria são instituições
financeiras que se utilizam deste produto para a captação de recursos que irão
formar o seu lastro para operações de crédito, obrigatoriamente esta instituição deve
ter de forma bastante consolidada o conceito da chamada muralha da China ou
chinese wall, que faz referência à separação da administração dos recursos do
fundo de investimento e dos demais recursos de terceiros existentes na tesouraria
desta instituição (ASSAF NETO, 2001).
A forma como um fundo de investimento é gerido pode determinar se irá
alcançar o seu objetivo de rendimento atendendo as expectativas dos investidores
cotistas deste fundo e é por isso que a gestão de um fundo é trabalho para uma
equipe e não apenas para uma única pessoa.
A gestão de um fundo de investimento pode ser passiva quando o seu
objetivo é alcançar a mesma rentabilidade de determinado índice ou indicador que
funcione como referência para a economia, o chamado benchmark. As principais
características dos fundos com gestão passiva são a relação dos resultados ligados
diretamente ao indicador escolhido como benchmark para este fundo, ter um menor
custo operacional, ter perfil mais conservador e ser bem mais ajustado no longo
prazo.
Por sua vez, os fundos de investimento com gestão ativa buscam selecionar
as melhores alternativas de investimento existentes no mercado com o objetivo de
maximizar os seus resultados. Estes fundos têm como principais características um
maior custo operacional, possuem perfil mais agressivo e ao contrário dos fundos
com gestão passiva, estão mais ajustados no curto prazo.
A administração de um fundo de investimento está segmentada de acordo
com as responsabilidades atribuídas a cada ente envolvido nesta atividade e que
conforme Fortuna (2015, pg 768) são as seguintes:
- Instituição administradora: é que dá o seu nome ao fundo de
investimento e tem como atribuições ser o responsável por todas as obrigações
operacionais, administrativas e legais.
48

- Instituição gestora: tem a responsabilidade na tomada de decisões


específicas sobre as políticas de investimento dos fundos e escolhe onde o recurso
disponibilizado pelo cotista será aplicado.
- Instituição custodiante: tem a responsabilidade sobre o registro,
liquidação e o exercício dos direitos e obrigações dos ativos que compõem o fundo.
- Instituição distribuidora: é responsável por captar recursos para o fundo,
é quem irá buscar o investidor interessado a participar como cotista de um fundo.
Os fundos de investimento através de seus administradores estabelecem
taxas a serem cobradas dos cotistas a título de remuneração por seu trabalho de
agentes proporcionadores de ganhos financeiros a quem fizer parte do grupo de
cotistas de um determinado fundo. Estas podem ser as taxas de administração, que
são cobradas na forma de percentual sobre o valor do patrimônio do fundo: taxa de
performance, que é a taxa cobrada quando do atingimento de um indicador de
rentabilidade pré-estabelecido; podem também ser cobradas taxas de ingresso no
fundo; e também taxas em função da saída antecipada do cotista encerrando sua
participação no fundo.
O investidor que optar em aplicar seus recursos em um fundo de
investimento deve ter claro em sua estratégia na busca pela melhor opção, que as
taxas cobradas variam de um fundo para o outro e que o percentual maior de
cobrança de taxas significa um percentual menor de rentabilidade em sua aplicação.
Além de uma maior rentabilidade para os recursos investidos que o
investidor pode encontrar em um fundo, esta alternativa de aplicação pode trazer
também alguns benefícios como a gestão profissional de uma carteira de
investimentos, diversificação de ativos, baixo custo envolvido em suas operações,
conveniência vinculada ao fato de o investidor possuir uma instituição que procura
oferecer melhor rendimento aos seus recursos e a liquidez que a maioria dos fundos
de investimento apresenta.
Os fundos de investimento também podem oferecer ao seu cotista algumas
vantagens em relação aos demais produtos de investimento disponíveis no mercado
como: a simplicidade de movimentação em suas aplicações e resgates que podem
ser feitos através da rede mundial de computadores, a relação entre o volume de
investimentos e o retorno, pois pequenas aplicações tem rendimento semelhante ao
das grandes por fazer parte de um patrimônio maior.
49

Outro diferencial que pode ser encontrado pelo investidor em um fundo de


investimento diz respeito ao profissionalismo na gestão, a diversificação da carteira e
a liquidez proporcionada pelo fundo de investimento, quando o cotista pode resgatar
suas cotas ou retirar seu dinheiro sempre que desejar sem com isso perder a
rentabilidade já auferida.

2.5 CARTEIRA DE INVESTIMENTOS E SUA DEFINIÇÃO

Uma carteira de investimentos pode ser definida com um grupo de ativos


que pertence a um investidor, seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, podendo
estes ativos tratar-se de ações, fundos, títulos públicos, debêntures, aplicações
imobiliárias, entre tantas outras opções existentes. Optar por constituir uma carteira
de investimentos permite ao investidor a diversificação de ativos e desta forma a
diminuição ou a equalização dos riscos envolvidos nas aplicações financeiras,
possibilitando maior tranquilidade e opções de compensação de eventuais perdas. O
processo de gestão de investimentos traz consigo uma relação muito próxima entre
risco e retorno, pois o retorno esperado pelo investidor está diretamente relacionado
com o risco que ele está disposto a correr em sua aplicação. Logo, seu retorno será
maior, quanto maior for a sua disposição a optar por investimentos de maior risco e o
contrário também será verdadeiro, pois caso o investidor opte por maior segurança
em sua aplicação o seu retorno será menor.
A diminuição do grau de risco de uma carteira de investimentos será
alcançada pela diversificação dos ativos que a compõem. Utilizando as palavras que
muitos especialistas em investimentos utilizam, seria como colocar um ovo em cada
cesta e não reunir todos os ovos em uma única, pois caso aconteça algo com uma
cesta a possibilidade de perdas é reduzida por esta conter apenas um ovo e não
todos os ovos.
Outro fator importante a ser ressaltado quanto à diversificação de uma
carteira de investimentos é a não concentração de risco. Para exemplificar, pode-se
citar uma carteira que for composta apenas por ações de empresas que atuam no
mercado de commodities agrícolas e que em função de uma crise nos países
importadores tem sua comercialização reduzida. Nesta hipótese, o que pode ser
verificado é uma desvalorização dos ativos que compõe esta carteira, desta forma, o
50

recomendado seria a diversificação das aplicações, optando por ativos de empresas


de outros setores.

2.6 PERFIL DO INVESTIDOR

No momento em que se dispõe a aplicar seus excedentes financeiros, o


futuro investidor procura por orientação de qual seria a melhor opção para aplicação
de seus recursos e invariavelmente a resposta que irá ouvir será: o melhor
investimento irá depender do perfil apresentado por cada investidor.
Mas afinal de contas o que seria o perfil do investidor?
O perfil de um investidor indica quais as melhores opções das que o
mercado coloca à disposição para que o investidor possa utilizar com a finalidade de
balancear sua probabilidade de maior rentabilidade com os riscos envolvidos em sua
aplicação. Desta forma, o perfil de um investidor aponta quais os riscos e,
consequentemente, quais os tipos de investimentos que ele estará disposto a
assumir, buscando aumentar o seu potencial de ganhos (ou perdas) em suas
operações.
Para que se possa determinar qual o perfil de um investidor é necessário
que saibamos qual a sua tolerância a riscos, que diz respeito ao nível de possíveis
perdas do capital investido a que o investidor está disposto a enfrentar, com o
objetivo de alcançar a melhor rentabilidade possível, sem que isso venha a acarretar
perdas em seu capital.
Levando em consideração a tolerância aos riscos a que está disposto a
correr em seus investimentos, o investidor pode ser classificado em três categorias:
conservador, moderado e arrojado (CERBASI, 2013).

2.6.1 Conservador

O investidor com perfil conservador tem a segurança como ponto decisivo


para as suas aplicações.
Um investidor conservador possui, por alguma razão, um grande
distanciamento ao risco, não estando disposto a assimilar perdas ou então se estas
forem inevitáveis, que sejam as menores possíveis. Um investidor conservador quer
51

ganhar dinheiro, multiplicar seu patrimônio, mas seu foco principal é na verdade não
perder dinheiro.
Ser um investidor conservador demonstra que você está buscando um
rendimento real positivo, acima dos índices de inflação, podendo até aceitar algum
risco para obter maior rentabilidade, por isso pequenas oscilações nos retornos
sobre os investimentos são aceitas, desde que eventuais instabilidades não
comprometam o patrimônio no médio prazo (CERBASI, 2013).
Embora o investidor seja classificado como conservador, sua estratégia de
investimento pode contemplar a destinação de uma pequena parte de seus recursos
para aplicações em produtos de renda variável, mantendo sempre um alto
percentual em produtos de renda fixa, o que possibilita a manutenção do foco na
estratégia de proteção do patrimônio investido.

2.6.2 Moderado

Para este perfil de investidor a segurança no investimento é importante, mas


também busca retornos um pouco acima da média, por este motivo, um risco médio
é aceitável.
O investidor moderado não está disposto a assumir altos riscos, mas
compreende que precisa correr algum risco se pretende que seu capital aumente
mais rápido.
Podemos encontrar no perfil moderado de aplicador, aquele que possui
investimentos na tradicional caderneta de poupança, objetivando a segurança que
ela proporciona ou até mesmo em produtos de renda fixa, que lhe proporcionam
rendimentos conhecidos, mas que, porém, podem em determinado momento abrir
mão da segurança e da rentabilidade fixa para buscar ampliar seus rendimentos
através da modificação da composição de sua carteira de investimentos, optando
por destinar parte de seus recursos à aplicação em produtos de maior risco, no
entanto, de maior rentabilidade.

2.6.3 Arrojado

O investidor com perfil arrojado é aquele capaz de assimilar maiores riscos


para que seu investimento renda o máximo possível.
52

Este tipo de perfil indica que o investidor é capaz de arriscar-se bem mais,
isto é, tem uma tolerância maior aos riscos e tem como objetivo principal o
crescimento de seu capital em um período de tempo mais curto se comparado aos
investidores com perfil conservador e moderado.
Tendo como princípio básico de que a expectativa de um maior retorno traz
consigo a possibilidade de maiores riscos de perda do investimento, o perfil arrojado
de investidor tem como característica ser composto por investidores com maior
preparo e conhecimento técnico sobre produtos de investimento com tais
características, seriam os investidores qualificados.
Podemos mencionar também, que este perfil de investidor deve apresentar
maior preparo emocional inclusive, pois diante de uma situação de movimento
desfavorável em aplicações feitas na bolsa de valores, por exemplo, sua capacidade
de raciocínio e tomada de decisão deverá contemplar aspectos não apenas de
vislumbrar as eminentes perdas que podem acontecer, como também elaborar uma
estratégia para recuperação de eventuais prejuízos e a retomada do investimento.
53

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa utilizada para a construção deste Trabalho de Conclusão de


Curso foi do tipo exploratória, pois através dela buscou-se conhecer o mercado
financeiro e seus principais produtos disponíveis como opção de investimento para
cada perfil de investidor e também conhecer quem são os principais agentes
atuantes neste mercado e os seus principais órgãos reguladores e suas principais
atribuições e competências.
Esta pesquisa também pode ser caracterizada como sendo bibliográfica,
uma vez que a principal fonte de informação e material explorado foram publicações
de autores ligados diretamente ao tema que forneceram subsídios essenciais para o
alcance dos objetivos delimitados para a pesquisa. Também foram fonte para a
pesquisa os sites das principais instituições participantes do mercado financeiro,
tanto as que atuam como reguladoras quanto àquelas onde existe a comercialização
dos principais produtos de aplicação que estão relacionados neste texto.

3.2 UNIVERSO DE AMOSTRAGEM

O universo onde ocorreu a coleta das informações para o desenvolvimento


desta pesquisa concentrou-se na leitura de obras de autores que tratam do tema ao
qual diz respeito a questão central de desenvolvimento deste estudo, além da
consulta através dos meios eletrônicos às páginas da rede mundial de computadores
das principais instituições integrantes do mercado financeiro que disponibilizam os
produtos destinados aos investimentos e aquelas que são reguladoras deste
mercado juntamente com informações obtidas junto ao Banco do Estado do Rio
Grande do Sul – Banrisul, instituição onde este acadêmico desenvolve suas
atividades profissionais.

3.3 SUJEITOS DA PESQUISA

Os sujeitos desta pesquisa foram os diversos autores que possuem obras


publicadas que tratam do tema proposto para o desenvolvimento do estudo, bem
54

como as instituições reguladoras deste mercado e as principais instituições que


comercializam os produtos de investimento, dentre elas o Banco do Estado do Rio
Grande do Sul – Banrisul.

3.4 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS

A coleta dos dados baseou-se no estudo bibliográfico de obras publicadas


por autores que tratam do tema proposto para o estudo; na coleta de dados
extraídos das páginas na rede mundial de computadores das principais instituições
reguladoras deste mercado, das páginas das principais instituições financeiras
existentes atualmente em nosso país; e também de portais que apresentam
informações aos investidores que estão em busca da melhor opção de investimento
de acordo com o seu perfil.
Como complementação da coleta de dados bibliográficos buscou-se a
realização da comparação entre as rentabilidades dos principais produtos de
investimento disponíveis no mercado em um determinado intervalo de tempo, sendo
possível desta forma uma análise mais aprofundada sobre cada produto e o seu
direcionamento de acordo com o perfil de cada investidor.
A busca por estas informações foi realizada através da pesquisa nas
páginas dos principais portais da rede mundial de computadores que trazem dados
sobre produtos de investimento, sites de bancos, informativos publicados por
corretoras de valores, site da própria Bolsa de Valores e boletins do mercado de
capitais publicados por instituições financeiras.
Os produtos analisados partiram da poupança tradicional passando por
fundos de investimentos, CDBs e o mercado de ações e derivativos em um horizonte
de tempo que exceto para o produto fundo de investimento foi de cinco anos,
levando-se em consideração a instabilidade da economia de nosso país o que de
certa forma inviabiliza uma análise de períodos mais prolongados.
Para o fundo de investimento, o horizonte de tempo em que os dados foram
coletados faz referência aos anos de 2013, 2014 e 2015, tendo como fundamento
para a determinação deste período, características específicas desta modalidade de
aplicação como, por exemplo, a incorporação de um fundo por outro, o que acaba
por extinguir o fundo incorporado.
55

Rentabilidades, índices, taxas e suas variações para os produtos de


aplicação financeira e demais dados que orientam a análise estão dispostos em
periodicidades mensais e suas correspondentes conversões anuais e sua coleta
deu-se através da pesquisa junto ao ambiente virtual nas páginas da rede mundial
de computadores do BACEN (https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries), do
IBGE (http://ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores) e pelo fornecimento de
informações relativas aos seus produtos de captação por parte do Banco do Estado
do Rio Grande do Sul – Banrisul, através de sua área de gestão de recursos de
terceiros através da troca de correio eletrônico no ambiente corporativo do qual faço
parte.
Os dados coletados estão expostos de maneira descritiva e explicativa,
procurando expor de forma clara e simplificada os termos utilizados no ambiente das
operações de investimento e também em tabelas, produzindo assim um material de
fácil compreensão, mas com conteúdo substancial que permitiu alcançar os objetivos
estabelecidos para esta pesquisa.

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os dados apurados foram analisados através da comparação entre os


rendimentos apresentados por cada produto de investimento pesquisado tanto em
suas rentabilidades mensais quanto suas conversões anuais de forma direta,
comparando-se estas rentabilidades e observando aquelas que apresentavam
ganho real após considerar a desvalorização ocasionada pela incidência dos índices
de inflação nos respectivos períodos analisados.
Através da análise dos dados apresentados e tendo como princípio os
objetivos propostos a serem alcançados no desenvolvimento desta produção
acadêmica foi possível indicar o produto de investimento entre aqueles relacionados
na pesquisa que melhor se enquadra para cada um dos três perfis de investidor
existentes e que estarão expostos no capítulo da conclusão desta atividade. Não
apenas a rentabilidade pura e simples de um produto foi levada em consideração,
mas o conjunto de fatores que envolvem a dinâmica de funcionamento de cada
investimento e as características de cada perfil de investidor e sua aptidão à adesão
a cada produto.
56

4 RESULTADOS

A tabela 1 apresenta a taxa média de captação para o CDB no período de


janeiro/2010 até dezembro/2015, tendo como fonte o site do BACEN na aba que
trata sobre economia e finanças e seu Sistema Gerenciador de Séries Temporais.
As taxas apresentadas nesta tabela representam o rendimento médio obtido
pelo investidor que optou por investir seus recursos em uma opção que lhe
proporciona projetar o resultado que será alcançado em seu investimento, levando
em consideração o rendimento do CBD possuir como indexador as taxas do CDI.

Tabela 1: Taxa média de captação – CDB pré-fixado


Rendimento Rendimento Rendimento
Mês/Ano Mês/Ano Mês/Ano
Médio % Médio % Médio %
Jan./2010 8,31 Jan./2012 9,88 Jan./2014 9,46
Fev./2010 8,21 Fev./2012 9,56 Fev./2014 9,69
Mar./2010 8,34 Mar./2012 8,92 Mar./2014 9,84
Abr./2010 8,40 Abr./2012 8,43 Abr./2014 10,05
Maio/2010 8,62 Maio/2012 8,09 Maio/2014 9,89
Jun./2010 8,87 Jun./2012 7,65 Jun./2014 9,83
Jul./2010 9,21 Jul./2012 7,43 Jul./2014 9,60
Ago./2010 9,15 Ago./2012 7,27 Ago./2014 9,95
Set./2010 9,18 Set./2012 7,13 Set./2014 9,92
Out./2010 9,11 Out./2012 6,98 Out./2014 9,97
Nov./2010 9,17 Nov./2012 6,85 Nov./2014 10,48
Dez./2010 9,09 Dez./2012 6,64 Dez./2014 10,65
Jan./2011 9,42 Jan./2013 6,68 Jan./2015 11,14
Fev./2011 9,42 Fev./2013 6,62 Fev./2015 11,05
Mar./2011 11,04 Mar./2013 6,68 Mar./2015 11,87
Abr./2011 11,49 Abr./2013 6,87 Abr./2015 11,99
Maio/2011 11,48 Maio/2013 7,23 Maio/2015 12,40
Jun./2011 11,75 Jun./2013 7,98 Jun./2015 12,59
Jul./2011 11,82 Jul./2013 7,87 Jul./2015 12,92
Ago./2011 11,89 Ago./2013 7,95 Ago./2015 13,02
Set./2011 11,15 Set./2013 8,48 Set./2015 14,16
Out./2011 10,89 Out./2013 8,54 Out./2015 13,26
Nov./2011 10,46 Nov./2013 8,84 Nov./2015 13,48
Dez./2011 10,22 Dez./2013 9,20 Dez./2015 13,17
Fonte: Sistema Gerenciador Séries Temporais BACEN.

Observamos através desta tabela uma elevação das taxas de remuneração


para o produto CBD a partir de fevereiro/2010 atingindo seu pico em agosto/2011 e
nova queda a partir deste momento, que reduzirá gradativamente seus valores até
fevereiro/2013 quando recomeça o processo de retomada de crescimento da
remuneração para o produto, atingindo valor máximo em setembro/2015.
57

Sendo o CBD um produto de investimento que tem sua remuneração


indexada a variação da taxa CDI, o comportamento das suas variações segue o
mesmo ritmo apresentado por esta taxa nos períodos mencionados.
Embora apresente variações em seu rendimento, o CDB é indicado àquele
investidor caracterizado em seu perfil como conservador por apresentar um
rendimento já conhecido através do percentual do CDI que será utilizado para a
remuneração do investimento, ou seja, embora o CDI apresente variações em sua
taxa mensal, o investidor sabe que terá sobre o seu investimento um percentual pré-
determinado deste indexador.
As tabelas 2 e 3 trazem valores referentes à taxa básica de juros da
economia no Brasil, a taxa SELIC.
Na tabela 2 estão apresentados os valores da taxa SELIC acumulada no
ano, tendo como base a taxa determinada para o referido mês, que por sua vez
estão apresentadas na tabela 3, ou seja, os valores apresentados na tabela 2 fazem
referência à conversão da taxa SELIC mensal para taxa anual e da mesma forma o
contrário se verifica, sendo apresentados na tabela 3 os valores relativos à
conversão da taxa SELIC anual para valores mensais.

Tabela 2: Taxa de juros – SELIC acumulada no mês anualizada base 252


Mês/Ano % ao Ano Mês/Ano % ao Ano Mês/Ano % ao Ano
Jan./2010 8,65 Jan./2012 10,90 Jan./2014 9,90
Fev./2010 8,65 Fev./2012 10,70 Fev./2014 10,17
Mar./2010 8,65 Mar./2012 10,40 Mar./2014 10,43
Abr./2010 8,72 Abr./2012 9,82 Abr./2014 10,65
Maio/2010 9,40 Maio/2012 9,35 Maio/2014 10,87
Jun./2010 9,94 Jun./2012 8,87 Jun./2014 10,90
Jul./2010 9,21 Jul./2012 8,39 Jul./2014 10,90
Ago./2010 10,32 Ago./2012 8,07 Ago./2014 10,90
Set./2010 10,66 Set./2012 7,85 Set./2014 10,90
Out./2010 10,66 Out./2012 7,39 Out./2014 10,90
Nov./2010 10,66 Nov./2012 7,23 Nov./2014 10,92
Dez./2010 10,66 Dez./2012 7,14 Dez./2014 11,15
Jan./2011 10,66 Jan./2013 7,16 Jan./2015 11,58
Fev./2011 10,85 Fev./2013 7,11 Fev./2015 11,82
Mar./2011 11,17 Mar./2013 7,12 Mar./2015 12,15
Abr./2011 11,62 Abr./2013 7,15 Abr./2015 12,58
Maio/2011 11,74 Maio/2013 7,26 Maio/2015 12,68
Jun./2011 11,92 Jun./2013 7,42 Jun./2015 13,15
Jul./2011 12,10 Jul./2013 7,90 Jul./2015 13,58
Ago./2011 12,25 Ago./2013 8,23 Ago./2015 13,69
Set./2011 12,42 Set./2013 8,45 Set./2015 14,15
Out./2011 11,91 Out./2013 8,90 Out./2015 14,15
Nov./2011 11,70 Nov./2013 9,25 Nov./2015 14,15
Dez./2011 11,40 Dez./2013 9,45 Dez./2015 14,15
Fonte: Sistema Gerenciador Séries Temporais BACEN.
58

Tabela 3: Taxa de juros – SELIC acumulada no mês


Mês/Ano % ao Mês Mês/Ano % ao Mês Mês/Ano % ao Mês
Jan./2010 0,66 Jan./2012 0,89 Jan./2014 0,85
Fev./2010 0,59 Fev./2012 0,75 Fev./2014 0,79
Mar./2010 0,76 Mar./2012 0,82 Mar./2014 0,77
Abr./2010 0,67 Abr./2012 0,71 Abr./2014 0,82
Maio/2010 0,75 Maio/2012 0,74 Maio/2014 0,87
Jun./2010 0,79 Jun./2012 0,64 Jun./2014 0,82
Jul./2010 0,86 Jul./2012 0,68 Jul./2014 0,95
Ago./2010 0,89 Ago./2012 0,69 Ago./2014 0,87
Set./2010 0,85 Set./2012 0,54 Set./2014 0,91
Out./2010 0,81 Out./2012 0,61 Out./2014 0,95
Nov./2010 0,81 Nov./2012 0,55 Nov./2014 0,84
Dez./2010 0,93 Dez./2012 0,55 Dez./2014 0,96
Jan./2011 0,86 Jan./2013 0,60 Jan./2015 0,94
Fev./2011 0,84 Fev./2013 0,49 Fev./2015 0,82
Mar./2011 0,92 Mar./2013 0,55 Mar./2015 1,04
Abr./2011 0,84 Abr./2013 0,61 Abr./2015 0,95
Maio/2011 0,99 Maio/2013 0,60 Maio/2015 0,99
Jun./2011 0,96 Jun./2013 0,61 Jun./2015 1,07
Jul./2011 0,97 Jul./2013 0,72 Jul./2015 1,18
Ago./2011 1,07 Ago./2013 0,71 Ago./2015 1,11
Set./2011 0,94 Set./2013 0,71 Set./2015 1,11
Out./2011 0,88 Out./2013 0,81 Out./2015 1,11
Nov./2011 0,86 Nov./2013 0,72 Nov./2015 1,06
Dez./2011 0,91 Dez./2013 0,79 Dez./2015 1,16
Fonte: Sistema Gerenciador Séries Temporais BACEN.

Importa observar nestas tabelas a variação da taxa básica de juros da


economia brasileira no período da pesquisa, variação esta que tem vários fatores
que motivam este movimento. O principal deles diz respeito às medidas de política
econômica e visa basicamente aquecer a economia através da redução desta taxa.
O que proporciona acesso ao crédito de forma facilitada pelo pagamento de
menores juros e a fuga dos investidores daquelas opções tradicionais de
investimento, que possuem menor remuneração à medida que seus indexadores
estão diretamente ligados a variação da taxa SELIC.
Também como medida de política econômica encontramos a elevação da
taxa SELIC, alternativa esta que busca desacelerar o consumo pela elevação das
taxas de juros do crédito e também a valorização de produtos de investimento que
tenham como indexador índices diretamente influenciados por esta taxa.
Observamos neste caso que os principais produtos de investimento que possuem
este tipo de indexador são aqueles onde o investidor adquire papéis de emissão do
governo, os chamados papéis da dívida pública, onde novamente como medida de
política econômica o governo “retira” de circulação relativo valor financeiro
59

proporcionando melhores rendimentos ao investidor através das aplicações do que


propriamente o consumo.
As tabelas 4 e 5 apresentam a taxa de juros do principal indexador para
produtos de investimento em renda fixa que é o CDI em seus valores mensais e
respectivas conversões para valores anuais e nos mostram exatamente o reflexo
que a taxa básica de juros da economia brasileira, a taxa SELIC, e suas variações
apresentam sobre este indexador.
O que podemos observar nestas tabelas é a aderência das taxas do CDI às
movimentações da taxa SELIC em seus vieses de alta ou de baixa, proporcionando
variações nos rendimentos financeiros dos investidores que optam por investimentos
de renda fixa como o CDB.
Pode parecer contraditório dizer que um produto de investimento chamado
de renda fixa tenha como base de sua remuneração um indexador que sofre
variações. No entanto, a definição de produtos de renda fixa nos diz que este
produto é assim classificado por apresentar como característica de negociação entre
investidor e instituição financeira a determinação como rendimento, um percentual
fixo do indexador referência, que por sua vez poderá sofrer variações.

Tabela 4: Taxa de juros – CDI acumulada no mês


Mês/Ano % ao Mês Mês/Ano % ao Mês Mês/Ano % ao Mês
Jan./2010 0,66 Jan./2012 0,89 Jan./2014 0,84
Fev./2010 0,59 Fev./2012 0,74 Fev./2014 0,78
Mar./2010 0,76 Mar./2012 0,81 Mar./2014 0,76
Abr./2010 0,66 Abr./2012 0,70 Abr./2014 0,82
Maio/2010 0,75 Maio/2012 0,73 Maio/2014 0,86
Jun./2010 0,79 Jun./2012 0,64 Jun./2014 0,82
Jul./2010 0,86 Jul./2012 0,68 Jul./2014 0,94
Ago./2010 0,89 Ago./2012 0,69 Ago./2014 0,86
Set./2010 0,84 Set./2012 0,54 Set./2014 0,90
Out./2010 0,81 Out./2012 0,61 Out./2014 0,94
Nov./2010 0,81 Nov./2012 0,54 Nov./2014 0,84
Dez./2010 0,93 Dez./2012 0,53 Dez./2014 0,96
Jan./2011 0,86 Jan./2013 0,59 Jan./2015 0,93
Fev./2011 0,84 Fev./2013 0,48 Fev./2015 0,82
Mar./2011 0,92 Mar./2013 0,54 Mar./2015 1,04
Abr./2011 0,84 Abr./2013 0,60 Abr./2015 0,95
Maio/2011 0,99 Maio/2013 0,58 Maio/2015 0,98
Jun./2011 0,95 Jun./2013 0,59 Jun./2015 1,07
Jul./2011 0,97 Jul./2013 0,71 Jul./2015 1,18
Ago./2011 1,07 Ago./2013 0,70 Ago./2015 1,11
Set./2011 0,94 Set./2013 0,70 Set./2015 1,11
Out./2011 0,88 Out./2013 0,80 Out./2015 1,11
Nov./2011 0,86 Nov./2013 0,71 Nov./2015 1,06
Dez./2011 0,90 Dez./2013 0,78 Dez./2015 1,16
Fonte: Sistema Gerenciador Séries Temporais BACEN.
60

Tabela 5: Taxa de juros – CDI Acumulada no mês anualizada base 252


Rendimento Rendimento Rendimento
Mês/Ano Mês/Ano Mês/Ano
Médio % Médio % Médio %
Jan./2010 8,62 Jan./2012 10,62 Jan./2014 10,05
Fev./2010 8,62 Fev./2012 10,30 Fev./2014 10,32
Mar./2010 8,61 Mar./2012 9,66 Mar./2014 10,56
Abr./2010 8,70 Abr./2012 9,19 Abr./2014 10,77
Maio/2010 9,38 Maio/2012 8,72 Maio/2014 10,80
Jun./2010 9,91 Jun./2012 8,35 Jun./2014 10,80
Jul./2010 10,30 Jul./2012 8,02 Jul./2014 10,80
Ago./2010 10,64 Ago./2012 7,78 Ago./2014 10,82
Set./2010 10,62 Set./2012 7,36 Set./2014 10,82
Out./2010 10,64 Out./2012 7,18 Out./2014 10,85
Nov./2010 10,64 Nov./2012 7,08 Nov./2014 11,09
Dez./2010 10,64 Dez./2012 6,94 Dez./2014 11,51
Jan./2011 10,83 Jan./2013 6,93 Jan./2015 11,74
Fev./2011 11,15 Fev./2013 6,96 Fev./2015 12,09
Mar./2011 11,60 Mar./2013 6,99 Mar./2015 12,53
Abr./2011 11,72 Abr./2013 7,10 Abr./2015 12,63
Maio/2011 11,89 Maio/2013 7,25 Maio/2015 13,13
Jun./2011 12,05 Jun./2013 7,72 Jun./2015 13,57
Jul./2011 12,24 Jul./2013 8,05 Jul./2015 13,68
Ago./2011 12,40 Ago./2013 8,27 Ago./2015 14,13
Set./2011 11,88 Set./2013 8,72 Set./2015 14,13
Out./2011 11,68 Out./2013 9,16 Out./2015 14,13
Nov./2011 11,37 Nov./2013 9,33 Nov./2015 14,14
Dez./2011 10,87 Dez./2013 9,78 Dez./2015 14,14
Fonte: Sistema Gerenciador Séries Temporais BACEN.

Assim como é possível observar nas tabelas que apresentam os valores


referentes à taxa SELIC, nas tabelas que trazem as variações do CDI encontramos
variações a partir do primeiro mês do ano de 2015 com elevação até seu pico no
mês de setembro/2011 e início de um processo de queda. A partir de então, até
chegar ao seu valor mínimo em janeiro/2013, se verifica a retomada da elevação do
índice, atingindo valores máximos nos meses de novembro e dezembro/2015.
Estes movimentos são ocasionados pela adoção de estratégias de política
econômica de movimentação da taxa básica de juros, como medida de incentivo ao
consumo e consequente aquecimento da economia em determinados momentos,
através da sua redução e também como medida contrária elevando esta taxa, o que
acaba por ocasionar redução de consumo, retração econômica e migração de
recursos de investimento para produtos que tenham como principal ativo os papéis
do governo, que irão apresentar rendimentos mais atrativos ao investidor.
A tabela 6 apresenta os valores de rentabilidade mensal dos últimos
sessenta meses obtidos pelo investidor que opta por destinar seus recursos à
aplicação na compra de ações daquelas empresas de capital aberto que compõem o
Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (IBOVESPA).
61

Tabela 6: Ibovespa – variação percentual mensal


Mês/Ano % Mês/Ano % Mês/Ano %
Jan./2010 -4,65 Jan./2012 11,13 Jan./2014 -7,51
Fev./2010 1,68 Fev./2012 4,34 Fev./2014 -1,14
Mar./2010 5,82 Mar./2012 -1,98 Mar./2014 7,05
Abr./2010 -4,04 Abr./2012 -4,17 Abr./2014 2,40
Maio/2010 -6,64 Maio/2012 -11,86 Maio/2014 -0,75
Jun./2010 -3,34 Jun./2012 -0,25 Jun./2014 3,76
Jul./2010 10,80 Jul./2012 3,21 Jul./2014 5,00
Ago./2010 -3,51 Ago./2012 1,72 Ago./2014 9,78
Set./2010 6,58 Set./2012 3,70 Set./2014 -11,70
Out./2010 1,79 Out./2012 -3,56 Out./2014 0,95
Nov./2010 -4,20 Nov./2012 0,71 Nov./2014 0,18
Dez./2010 2,36 Dez./2012 6,05 Dez./2014 -8,62
Jan./2011 -3,94 Jan./2013 -1,95 Jan./2015 -6,20
Fev./2011 1,22 Fev./2013 -3,91 Fev./2015 9,97
Mar./2011 1,79 Mar./2013 -1,87 Mar./2015 -0,84
Abr./2011 -3,58 Abr./2013 -0,78 Abr./2015 9,93
Maio/2011 -2,29 Maio/2013 -4,30 Maio/2015 -6,17
Jun./2011 -3,43 Jun./2013 -11,31 Jun./2015 0,61
Jul./2011 -5,74 Jul./2013 1,64 Jul./2015 -4,17
Ago./2011 -3,96 Ago./2013 3,68 Ago./2015 -8,33
Set./2011 -7,38 Set./2013 4,65 Set./2015 -3,36
Out./2011 11,49 Out./2013 3,66 Out./2015 1,80
Nov./2011 -2,51 Nov./2013 -3,27 Nov./2015 -1,63
Dez./2011 -0,21 Dez./2013 -1,86 Dez./2015 -3,93
Fonte: Sistema Gerenciador Séries Temporais BACEN.

Como podemos observar nas tabelas apresentadas, o investimento em


ações trata-se de uma modalidade de aplicação com características que irão se
enquadrar ao investidor com perfil arrojado, ou seja, aquele que está disposto a
correr riscos de perdas em seus recursos investidos, devido a volatilidade deste
mercado sofrer diversas influências, sendo principalmente a movimentação dos
mercados externos de onde o maior volume de recursos investidos provém.
Investidores com ambições de altos rendimentos, mas que também dispõem
de aptidão para aceitar possíveis perdas de capital investido e horizonte de tempo
disponível para recuperar seus prejuízos terão tendência aos investimentos no
mercado de ações. Estes são os chamados investidores com perfil arrojado.
A Bovespa possui uma carteira teórica de ações, atualmente composta por
cinquenta e nove das ações mais negociadas na bolsa de valores que são
selecionadas entre as que representam 80% do volume de negociações nos últimos
doze meses e tem atualização a cada quatro meses.
O volume de negociação destas ações que compõe o índice Bovespa
multiplicado pelo seu valor de negociação é que irá formar o que se chama de
pontuação do índice, que serve como referência para medir o comportamento do
62

mercado em relação ao investimento nestes papéis considerados de primeira linha e


que demonstram a confiança do investidor em direcionar os seus recursos para esta
modalidade de aplicação, por vezes inclusive especulando através da negociação de
outros papéis.
A mais tradicional e simplificada forma de guardar dinheiro, mesmo que em
pequenas quantidades é a caderneta de poupança.
Este investimento, que teve alterações na sua forma de remuneração a partir
de maio de 2012 pode ser considerado o menos rentável entre os produtos de
aplicação disponível no mercado ao investidor, mas em contrapartida, pode ser
considerado o produto mais estável proporcionando ao investidor a possibilidade de
obter rendimentos com baixo risco.
Fator a ser mencionado quanto aos rendimentos e o baixo risco
apresentados pelo investimento em cadernetas de poupança refere-se ao período
analisado, em que se ampliado, poderia nos remeter a resultados de rendimento
diferentes dos observados e até mesmo a retenção de valores disponíveis nesta
modalidade de investimento por parte do governo federal como medida de política
monetária para controles de inflação e utilização destes recursos com gastos
públicos.
A tabela 7 nos traz os rendimentos obtidos pelo investidor em cadernetas de
poupança até 03/05/2012, momento em que as regras de remuneração deste
produto foram alteradas.

Tabela 7: Depósitos de poupança até 03/05/2012 – rentabilidade no período (1º


dia do mês)
Mês/Ano % ao Mês Mês/Ano % ao Mês Mês/Ano % ao Mês
Jan./2010 0,5000 Jan./2012 0,5868 Jan./2014 0,6132
Fev./2010 0,5000 Fev./2012 0,5000 Fev./2014 0,5540
Mar./2010 0,5796 Mar./2012 0,6073 Mar./2014 0,5267
Abr./2010 0,5000 Abr./2012 0,5228 Abr./2014 0,5461
Maio/2010 0,5513 Maio/2012 0,5470 Maio/2014 0,5607
Jun./2010 0,5592 Jun./2012 0,5000 Jun./2014 0,5467
Jul./2010 0,6157 Jul./2012 0,5145 Jul./2014 0,6059
Ago./2010 0,5914 Ago./2012 0,5124 Ago./2014 0,5605
Set./2010 0,5706 Set./2012 0,5000 Set./2014 0,5877
Out./2010 0,5474 Out./2012 0,5000 Out./2014 0,6043
Nov./2010 0,5338 Nov./2012 0,5000 Nov./2014 0,5485
Dez./2010 0,6413 Dez./2012 0,5000 Dez./2014 0,6058
Jan./2011 0,5719 Jan./2013 0,5000 Jan./2015 0,5882
Fev./2011 0,5527 Fev./2013 0,5000 Fev./2015 0,5169
Mar./2011 0,6218 Mar./2013 0,5000 Mar./2015 0,6302
Abr./2011 0,5371 Abr./2013 0,5000 Abr./2015 0,6079
Maio/2011 0,6578 Maio/2013 0,5000 Maio/2015 0,6159
63

Jun./2011 0,6120 Jun./2013 0,5000 Jun./2015 0,6822


Jul./2011 0,6235 Jul./2013 0,5210 Jul./2015 0,7317
Ago./2011 0,7986 Ago./2013 0,5000 Ago./2015 0,6876
Set./2011 0,6008 Set./2013 0,5079 Set./2015 0,6930
Out./2011 0,5623 Out./2013 0,5925 Out./2015 0,6799
Nov./2011 0,5648 Nov./2013 0,5208 Nov./2015 0,6303
Dez./2011 0,5942 Dez./2013 0,5496 Dez./2015 0,7261
Fonte: Sistema Gerenciador Séries Temporais BACEN.

Observarmos através desta tabela pequenas variações nos rendimentos


apresentados pela poupança, porém, nada que possa representar riscos de perdas
de capital ao investidor, o que caracteriza este produto como sendo aquele
destinado aos investidores com perfil conservador ou extremamente conservador.
A tabela 8, por sua vez, nos apresenta os rendimentos obtidos em
aplicações de caderneta de poupança a partir de 04/05/2012, onde as regras para a
remuneração deste produto sofreram alterações, passando a ser influenciada pelas
variações da taxa SELIC.
O que podemos observar através desta tabela é que a partir das alterações
destas regras de remuneração, a caderneta de poupança passou a apresentar
rendimentos abaixo dos até então tradicionais percentuais auferidos pelo investidor
ocasionados não somente pelo fato da alteração das regras de remuneração, mas
também por estar o rendimento da poupança vinculado a variação da Taxa Selic que
em determinados momentos teve redução significativa de seus percentuais.

Tabela 8: Depósitos de poupança a partir de 04/05/2012 – rentabilidade no


período (1º dia do mês)
Mês/Ano % ao Mês Mês/Ano % ao Mês Mês/Ano % ao Mês
Jan./2010 0,0000 Jan./2012 0,0000 Jan./2014 0,6132
Fev./2010 0,0000 Fev./2012 0,0000 Fev./2014 0,5540
Mar./2010 0,0000 Mar./2012 0,0000 Mar./2014 0,5267
Abr./2010 0,0000 Abr./2012 0,0000 Abr./2014 0,5461
Maio/2010 0,0000 Maio/2012 0,0000 Maio/2014 0,5607
Jun./2010 0,0000 Jun./2012 0,4828 Jun./2014 0,5467
Jul./2010 0,0000 Jul./2012 0,4973 Jul./2014 0,6059
Ago./2010 0,0000 Ago./2012 0,4675 Ago./2014 0,5605
Set./2010 0,0000 Set./2012 0,4273 Set./2014 0,5877
Out./2010 0,0000 Out./2012 0,4273 Out./2014 0,6043
Nov./2010 0,0000 Nov./2012 0,4134 Nov./2014 0,5485
Dez./2010 0,0000 Dez./2012 0,4134 Dez./2014 0,6058
Jan./2011 0,0000 Jan./2013 0,4134 Jan./2015 0,5882
Fev./2011 0,0000 Fev./2013 0,4134 Fev./2015 0,5169
Mar./2011 0,0000 Mar./2013 0,4134 Mar./2015 0,6302
Abr./2011 0,0000 Abr./2013 0,4134 Abr./2015 0,6079
Maio/2011 0,0000 Maio/2013 0,4273 Maio/2015 0,6159
Jun./2011 0,0000 Jun./2013 0,4551 Jun./2015 0,6822
Jul./2011 0,0000 Jul./2013 0,4761 Jul./2015 0,7317
Ago./2011 0,0000 Ago./2013 0,4828 Ago./2015 0,6876
64

Set./2011 0,0000 Set./2013 0,5079 Set./2015 0,6930


Out./2011 0,0000 Out./2013 0,5925 Out./2015 0,6799
Nov./2011 0,0000 Nov./2013 0,5208 Nov./2015 0,6303
Dez./2011 0,0000 Dez./2013 0,5496 Dez./2015 0,7261
Fonte: Sistema Gerenciador Séries Temporais BACEN.

Muito embora a alteração em suas regras de remuneração, a caderneta de


poupança continua sendo o investimento com maior estabilidade de remuneração e
o mais simplificado quando se fala em normatizações e condições para o investidor
realizar suas aplicações.
Contando com série histórica de apuração que data de 1979, o INPCA,
também conhecido como IPCA, é o indicador oficial utilizado pelo governo federal
para medir os percentuais de inflação e o seu grau de aderência às metas
estabelecidas.
Este índice mede a variação do custo de vida das famílias cujo rendimento
mensal apurado fica entre um e quarenta salários mínimos mensais e os principais
itens pesquisados para compor este indicador são os relacionados à alimentação,
bebidas, transportes, habitação, saúde, cuidados especiais, despesas pessoais,
vestuário, comunicação, artigos de residência e educação.
Tendo a inflação como um indicador da desvalorização do poder de compra
que o dinheiro possui, podemos afirmar que os produtos de investimento em que o
rendimento obtido pelo investidor se apresentem inferiores a este índice
proporcionam rentabilidade negativa, uma vez que os percentuais de rendimento da
aplicação ficarão abaixo da desvalorização que a inflação ocasionará aos valores
auferidos justamente pelo fato da perda do poder de compra verificado nesta
situação.
O Banco do Estado do Rio Grande do Sul – Banrisul, por se tratar de um
banco múltiplo disponibiliza aos seus clientes uma completa linha de opções para
investimento, entre elas a possibilidade de aplicações por parte do investidor em
fundos de investimento administrados pelo banco.
O leque de opções apresentados ao investidor é bastante diversificado
passando pelos fundos de curto prazo com aplicações em títulos de renda fixa
principalmente títulos da dívida pública, os fundos de renda fixa que apresentam
diversas opções de investimento e que também direcionam seus recursos para
composição de sua carteira na aquisição de títulos públicos federais, os fundos
multimercado que irão adquirir outras cotas de fundos de investimento e os fundos
65

de ações que direcionam seus recursos para composição da carteira pelo


investimento no mercado de ações e em outros fundos de ações.

Tabela 10: Rentabilidade dos principais fundos de investimento do Banrisul –


base dezembro 2013
Rentabilidade % dos Fundos
Espécie do Base Dezembro 2013
Nome do Fundo
Fundo No Em 12 Em 24 Em 36
Ano Meses Meses Meses
Curto Prazo Banrisul Automático FI Curto Prazo 2,37 2,37 5,12 11,07
Renda Fixa Banrisul Premium FI RF LP 8,27 8,27 17,92 32,58
Banrisul Flex Créd. Priv. FI RF LP 8,54 8,54 18,66 34,36
Banrisul Flex Plus Créd. Priv. FI RF LP 9,31 9,31 - -
Banrisul Perfil FIC FI RF LP 7,30 7,30 15,66 29,09
Banrisul Mix FIC FI RF LP 7,33 7,33 14,85 27,29
Banrisul VIP FU RF LP 6,23 6,23 13,15 24,60
Banrisul Soberano FI RF LP 7,57 7,57 16,09 28,86
Banrisul Patrimonial FI RF LP -1,66 -1,66 14,96 30,70
Banrisul Super FI RF 3,45 3,45 7,31 15,00
Multimercado Banrisul Multi FIC FI Multimercado LP -5,65 -5,65 3,81 3,84
Ações Banrisul Performance FI Ações -21,44 -21,44 -20,19 -44,81
Banrisul Infra FI Ações -22,36 -22,36 -18,75 -43,85
Banrisul Índice FI Ações -11,85 -11,85 -5,53 -28,74
Banrisul FI em Ações 9,99 9,99 53,00 12,71
Banrisul Dividendos FI Ações -16,65 -16,65 -0,70 0,46
Referenciado Banrisul Master FI Referenciado – DI LP 7,95 7,95 17,07 30,50
Fonte: Unidade de Administração de Recursos de Terceiros Banrisul

Tabela 11: Rentabilidade dos principais fundos de investimento do Banrisul –


base dezembro 2014
Rentabilidade % dos Fundos
Espécie do Base Dezembro 2014
Nome do Fundo
Fundo No Em 12 Em 24 Em 36
Ano Meses Meses Meses
Curto Prazo Banrisul Automático FI Curto Prazo 4,92 4,92 7,40 10,30
Renda Fixa Banrisul Premium FI RF LP 11,11 11,11 20,30 31,02
Banrisul Flex Créd. Priv. FI RF LP 11,45 11,45 20,98 32,25
Banrisul Flex Plus Créd. Priv. FI RF LP 11,65 11,65 22,05 -
Banrisul Perfil FIC FI RF LP 10,05 10,05 18,08 27,29
Banrisul Mix FIC FI RF LP 10,60 10,60 18,70 27,02
Banrisul VIP FU RF LP 8,66 8,66 15,44 22,96
Banrisul Soberano FI RF LP 10,21 10,21 18,55 27,95
Banrisul Patrimonial FI RF LP 11,80 11,80 9,94 28,53
Banrisul Super FI RF 6,00 6,00 9,67 13,76
Multimercado Banrisul Multi FIC FI Multimercado LP 6,14 6,14 0,14 10,19
Ações Banrisul Performance FI Ações -6,27 -6,27 -26,37 -25,20
Banrisul Infra FI Ações -26,32 -26,32 -42,80 -40,14
Banrisul Índice FI Ações -5,22 -5,22 -16,46 -10,47
Banrisul FI em Ações -16,54 -16,54 -8,19 27,69
Banrisul Dividendos FI Ações -10,88 -10,88 -25,72 -11,52
Referenciado Banrisul Master FI Referenciado – DI LP 10,66 10,66 19,46 29,55
Fonte: Unidade de Administração de Recursos de Terceiros Banrisul
66

Tabela 12: Rentabilidade dos principais fundos de investimento do Banrisul –


base dezembro 2015
Rentabilidade dos Fundos
Espécie do Base Dezembro 2015
Nome do Fundo
Fundo No Em 12 Em 24 Em 36
Ano Meses Meses Meses
Curto Prazo Banrisul Automático FI Curto Prazo 7,22 7,22 12,50 15,10
Renda Fixa Banrisul Premium FI RF LP 13,28 13,28 25,87 36,29
Banrisul Flex Créd. Priv. FI RF LP 12,45 12,45 25,33 36,05
Banrisul Flex Plus Créd. Priv. FI RF LP 12,83 12,83 25,98 37,72
Banrisul Perfil FIC FI RF LP 12,30 12,30 23,59 32,62
Banrisul Mix FIC FI RF LP 12,87 12,87 24,84 33,99
Banrisul VIP FU RF LP 11,00 11,00 20,62 28,15
Banrisul Soberano FI RF LP 12,65 12,65 24,15 33,55
Banrisul Patrimonial FI RF LP 8,42 8,42 21,22 19,20
Banrisul Super FI RF 8,29 8,29 14,79 18,75
Multimercado Banrisul Multi FIC FI Multimercado LP 1,71 1,71 7,96 1,85
Ações Banrisul Performance FI Ações -5,00 -5,00 -10,96 -30,05
Banrisul Infra FI Ações 1,72 1,72 -25,05 -41,81
Banrisul Índice FI Ações -13,33 -13,33 -17,86 -27,59
Banrisul FI em Ações -14,98 -14,98 -29,04 -21,94
Banrisul Dividendos FI Ações -22,60 -22,60 -31,03 -42,51
Referenciado Banrisul Master FI Referenciado – DI LP 12,99 12,99 25,03 34,98
Fonte: Unidade de Administração de Recursos de Terceiros Banrisul

É possível observarmos através das tabelas apresentadas que a aplicação


em fundos de investimento no período destacado, que possuem seu direcionamento
para aquisição dos recursos na aquisição de títulos da dívida pública e que são a
maioria dos fundos de renda fixa apresentam as melhores rentabilidades e em
alguns casos superando fortemente a desvalorização da moeda proporcionando
efetivamente ganhos reais ao investidor.
Na contramão dos fundos de renda fixa, os fundos de ações apresentam em
todo o período rendimentos negativos, que significa perda de capital ao investidor.
As situações de rentabilidade apresentadas nestes fundos de investimento
estão diretamente relacionadas às medidas de políticas econômicas adotadas pelo
governo federal através da necessidade de captação de recursos e a
disponibilização de títulos públicos para a comercialização com ofertas de
rendimentos elevados, levando em consideração o principal indexador destes papéis
e pela influência externa que o mercado de ações brasileiro sofre em função da
maior ou menor disposição para o investimento destes investidores.
De posse das informações obtidas sobre as rentabilidades dos produtos de
investimentos estudados e analisando a sua performance no período pesquisado é
possível apontar que os produtos em que o indexador de rendimentos está
diretamente relacionado à variação da taxa básica de juros da economia brasileira
67

em seu viés tanto de baixa quanto de alta apresentaram rendimentos reais no


período estudado, levando-se em consideração os índices de inflação.
Enquadram-se nesta modalidade as aplicações feitas no produto CDB e em
fundos de investimentos de renda fixa que possuem em sua composição de carteira
a aplicação em títulos públicos federais.
Verificamos para o produto CDB rendimentos reais em todos os meses do
período estudado após descontarmos os percentuais de inflação correspondentes.
Importante salientar que quando falamos em ganhos reais, estamos comparando
taxas de rendimento obtidas descontadas as taxas de inflação ou desvalorização do
dinheiro, não incluindo nesta análise retenções de impostos como é o caso do IR da
pessoa física a ser recolhido sobre o rendimento obtido.
O investidor que destinou suas aplicações ao produto fundo de investimento
e, no caso do estudo, os produtos disponibilizados pelo Banco do Estado do Rio
Grande de Sul – Banrisul, também obteve rendimentos positivos em praticamente
todos os períodos e produtos. Excetua-se ao mencionado, os fundos de
investimento Banrisul Super FI RF que no ano de 2014 apresentou rentabilidade um
pouco abaixo da inflação e o fundo de investimento Banrisul VIP FU RF LP que no
ano de 2013 teve seus índices de rentabilidade minimamente descolados do índice
de inflação para aquele período.
O investidor que não deseja correr riscos em suas aplicações, mas que em
contrapartida sujeita-se a rendimentos menores e até mesmo negativos quando se
deduz da rentabilidade obtida os percentuais de inflação que significam a perda do
poder de compra do dinheiro, opta pela aplicação na tradicional caderneta de
poupança. No período estudado, o que podemos verificar neste produto, são
oscilações de rentabilidades em todo o período.
Até o mês de maio do ano de 2012, a rentabilidade da poupança possuía
uma regra de contabilização e a partir de então esta regra foi mudada e no mês de
junho de 2012 passou a estar ligada diretamente aos valores percentuais
determinados para a taxa SELIC do período.
No entanto, o que podemos observar sobre a variação da rentabilidade da
caderneta de poupança em relação aos índices de inflação que nos dão uma ideia
de rentabilidade real do produto, é que até o ano de 2015 estas variações não se
configuravam em valores muito descolados um do outro, sendo que em
68

determinados meses a rentabilidade da poupança apresentava-se positiva e no mês


seguinte estes números passavam a ser negativos.
Para o ano de 2015, o que se verifica é também a variação entre
rentabilidades positivas e negativas, no entanto, nos meses em que a comparação
resulta negativa a diferença entre os valores acentua-se tendo como motivador a
elevação dos índices de inflação apresentados neste ano em face à situação política
e econômica vivida no país.
O investidor que optou por direcionar seus recursos ao investimento no
mercado de ações seja por movimentações diretas junto à bolsa de valores ou
através de corretoras especializadas neste tipo de operações viu suas expectativas
de ampliação de patrimônio serem diminuídas nos últimos cinco anos, levando-se
em consideração os índices oficiais apresentados pelo Ibovespa, que é aquele
composto de acordo com o volume de negócios realizados com os cinquenta e nove
papéis mais negociados na Bovespa.
Observação relevante quanto ao investimento em ações é mencionar que o
investidor que destinou seus recursos ao investimento nos papéis que compõem o
IBOVESPA tiveram resultados prejudicados. No entanto, neste mercado também
existem investidores que alcançaram resultados positivos devido a sua forma de
negociação através da especulação neste mercado investindo em ações de
empresas de segunda linha que em determinado momento proporcionaram a
possibilidade de obtenção de ganhos.
Os resultados representados pelo índice Bovespa nos dão uma ideia da
movimentação de retirada do investimento internacional em nosso país ocasionado
pelas incertezas econômicas e políticas vividas neste período. Além dos problemas
internos, crises internacionais também refletem na retirada do investimento
estrangeiro e o mercado de ações sofrerá os impactos destas modificações de
comportamento tanto internas quanto externas.
Fazendo-se uma análise simplificada dos números apresentados pelo
Ibovespa, podemos verificar um resultado negativo acima de 30%, sendo que dos
sessenta meses analisados em quarenta e um os resultados apresentados são
negativos e somente em dezenove o Ibovespa trouxe retorno positivo ao investidor.
A título de composição de carteira de acordo com cada perfil de investidor,
podemos indicar ao investidor de perfil conservador um mix de investimento com
participações da caderneta de poupança que oferecerá retornos de menor volume,
69

porém a segurança de um investimento com retorno garantido e segurança através


do FGC, passando pelo CDB que dependendo da modalidade escolhida poderá o
investidor ter o conhecimento do retorno a ser obtido no momento da contratação da
operação e a utilização dos fundos de investimento, principalmente os de renda fixa
como forma de garantia de rendimentos.
Para o investidor de perfil moderado, uma composição de carteira ideal teria
como principal produto o CDB pela característica de predefinição de rendimentos, a
utilização dos fundos de investimento de renda fixa como mais uma possibilidade de
garantia de rendimento e podendo utilizar-se dos próprios fundos de investimento,
porém aqueles destinados ao investimento em ações e até mesmo a aplicação direta
no mercado de ações como uma forma de alavancar suas posições.
O investidor de perfil arrojado terá como principal produto de sua carteira de
investimento a aplicação no mercado de ações.
Além do investimento em ações, o investidor de perfil arrojado também
poderá ter em sua carteira como forma de proteção de capital, a aplicação em
fundos de investimento mesclando entre fundos de renda fixa e fundos
multimercado.
70

CONCLUSÃO

Poder usufruir de uma aposentadoria tranquila e aproveitar o que de melhor


a vida pode oferecer é uma questão de escolha pessoal e para que se alcance este
objetivo basta gastar menos do que se ganha e investir de maneira correta e com
qualidade o excedente de acordo com um projeto pessoal de futuro.
Fazendo planos de investimento com antecedência é bem provável que os
resultados esperados sejam alcançados em menos tempo do que se planejou, pois
com o passar dos anos vamos aprimorando nossas estratégias e ampliando nossos
conhecimentos, o que nos proporciona maior expertise nesse negócio chamado
investimento. Como diz Cerbasi (2013), “o primeiro milhão é o mais difícil” e a partir
de sua obtenção o processo de multiplicação de recursos torna-se mais simplificado.
Um dos aspectos mais importantes dos investimentos é a força com que
nossos recursos possam se multiplicar, não basta apenas termos dinheiro aplicado,
mas é muito importante que esse dinheiro se multiplique e que seja com vigor.
Uma estratégia de investimento é essencialmente estar com nosso dinheiro
onde está o dinheiro daqueles que estão ganhando. Uma regra imperiosa nas
relações comerciais daqueles que obtém sucesso em seus negócios diz que
devemos sempre comprar barato e vender caro.
Estabelecer uma estratégia de investimento não se trata simplesmente de
aplicar dinheiro e sim do desenvolvimento de técnicas de compra como, por
exemplo, o momento certo de fazer uma escolha entre um produto e outro, e de
venda como a escolha do momento certo de migrar para uma opção mais rentável e
também quando podemos considerar que os rendimentos obtidos já satisfazem a
expectativa inicial do planejamento estabelecido.
71

A produção acadêmica desenvolvida até o momento, além de requisito


obrigatório para a obtenção do título de Bacharel em Administração na modalidade
EaD, apresentou como objetivo a busca pela ampliação de conhecimento sobre o
mercado financeiro e as opções de investimento existentes e dentre estas opções,
aquelas que venham a se encaixar em cada um dos perfis de investidor existentes.
Para a realização deste estudo e para que se pudesse chegar aos objetivos
estabelecidos desenvolvemos análise sobre o SFN em que encontramos um
emaranhado de órgãos reguladores, fiscalizadores e executores das políticas
econômica e fiscal estabelecidas pelo Governo Federal. Estão inseridas neste
sistema as instituições financeiras que são as responsáveis e autorizadas a realizar
a captação de recursos através das diversas opções de investimentos
disponibilizadas aos aplicadores de uma forma geral.
Após este “mergulho” na composição do SFN, direcionamos a pesquisa para
os principais produtos de investimento disponíveis ao investidor, que passam pela
tradicional caderneta de poupança, que embora apresente índice de rentabilidade
relativamente baixo, continua sendo uma das opções que apresenta maior
segurança ao investidor, chegando ao complexo mercado de ações, que de acordo
com os dados levantados sobre seus rendimentos, trouxe retornos negativos no
período analisado.
Os perfis de investidores existentes nos mostram com clareza a aptidão de
cada um em correr maiores ou menores riscos em detrimento a um maior ou menor
rendimento possível. Característica principal que diferencia cada um dos perfis
relaciona-se a expectativa de risco/retorno/horizonte de tempo disponível para que
se alcancem os objetivos estabelecidos para o investimento.
Como mencionado anteriormente, o principal objetivo desta pesquisa diz
respeito à análise das opções de investimento disponíveis no mercado e quais
destas opções se enquadram em cada um dos perfis de investidor existente.
Após esta análise fica claro que existem opções de investimento que se
adequam melhor a cada um dos perfis de investidores existentes, no entanto,
mesmo com toda base científica para se chegar a esta conclusão, faz-se necessário
levar em consideração aspectos extras como a consciência de que jamais existirá o
“melhor investimento”, pois se houvesse uma única alternativa que fosse superior às
demais, isso tornaria desnecessário a existência de outras opções.
72

Existem sim, as alternativas que são mais adequadas a um certo momento,


outras que são adequadas a quem quer correr menores riscos e outras para que
tolera e sabe administrar estes riscos.
Não se trata de onde investir, mas sim de como investir. O melhor
investimento é aquele que atende suas necessidades, sua capacidade de
investimento, sua tolerância ao risco, o prazo que você tem de investimento e,
principalmente, do nível de conhecimento que o investidor possui sobre o mercado
para onde está direcionando seus recursos.
Como limitações no desenvolvimento desta atividade acadêmica cito a
possibilidade de haver realizado além da análise de rendimentos, ampliar o estudo a
partir do desenvolvimento da análise dos riscos apresentados por cada um dos
produtos de investimento apresentados e também a utilização de medidas
comparativas de performance para a identificação e comparação das rentabilidades
apresentadas, o que poderia oferecer mais uma ferramenta para a escolha dos
produtos que estariam compondo cada uma das carteiras de acordo com perfil do
investidor.
Para a realização de trabalhos futuros, uma indicação poderia ser o
desenvolvimento de uma atividade onde possa ser identificado a mudança de perfil
do investidor a partir do acesso a informação e as tendências de programação para
o futuro levando-se em consideração as previsões apresentadas para o sistema de
previdência social, o que vem despertando nas pessoas a necessidade de se
programar para poder usufruir de uma aposentadoria com a garantia de condições
mínimas de sobrevivência e com isso a utilização de forma mais acentuada dos
produtos de investimento dos mais variados existentes no mercado.
73

REFERÊNCIAS

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CERBASI, G. Investimentos inteligentes. Rio de Janeiro: Sextante, 2013.

CONCEIÇÃO, F. M. Língua portuguesa. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2008. (Coleção Educação


à Distância. Série Livro-Texto).

DREWS, G. A.; ZAMBERLAN, L. Trabalho de conclusão de curso no curso de


Administração modalidade EaD: orientações gerais. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2012.
(Coleção Educação à Distância. Série Livro-Texto).

FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 20. ed. Rio de Janeiro:


Qualitymark, 2015.

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normas da ABNT. 17. ed. Porto Alegre: Dáctilo-Plus, 2014.

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74

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http://www.educacao.cc/financeira/o-que-sao-investimentos-financeiros-e-os-tipos-
de-investimentos/.

http://www.igf.com.br/aprende/glossario/glo_Resp.aspx?id=574.

http://www.infomoney.com.br/onde-investir/poupanca.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/Lei/L12703.htm.

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http://www.portaleducacao.com.br/contabilidade/artigos/43431/investimento-e-
poupanca-intermediacao-financeira#ixzz3nynT4o5R.

INSTITUTO PADRE REUS. Apostila concurso do Banco do Brasil. 2011

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TEIXEIRA, E. B.; ZAMBERLAN, L. Pesquisa em administração. Ijuí: Ed. UNIJUÍ,


2009. (Coleção Educação à Distância. Série Livro-Texto).
75

ANEXOS

Tabela 09: IPCA – série histórica


Número Variação
Ano Mês Índice
No Mês 3 Meses 6 Meses No Ano 12 Meses
(93 = 100)
2010 Janeiro 3.040,22 0,75 1,54 2,22 0,75 4,59
Fevereiro 3.063,93 0,78 1,91 2,86 1,54 4,83
Março 3.079,86 0,52 2,06 3,15 2,06 5,17
Abril 3.097,42 0,57 1,88 3,45 2,65 5,26
Maio 3.110,74 0,43 1,53 3,47 3,09 5,22
Junho 3.110,74 0,00 1,00 3,09 3,09 4,84
Julho 3.111,05 0,01 0,44 2,33 3,10 4,60
Agosto 3.112,29 0,04 0,05 1,58 3,14 4,49
Setembro 3.126,09 0,45 0,50 1,51 3,60 4,70
Outubro 3.149,74 0,75 1,24 1,69 4,38 5,20
Novembro 3.175,88 0,83 2,04 2,09 5,25 5,63
Dezembro 3.195,89 0,63 2,23 2,74 5,91 5,91
2011 Janeiro 3.222,42 0,83 2,31 3,58 0,83 5,99
Fevereiro 3.248,20 0,80 2,28 4,37 1,64 6,01
Março 3.273,86 0,79 2,44 4,72 2,44 6,30
Abril 3.299,07 0,77 2,38 4,74 3,23 6,51
Maio 3.314,58 0,47 2,04 4,37 3,71 6,55
Junho 3.319,55 0,15 1,40 3,87 3,87 6,71
Julho 3.324,86 0,16 0,78 3,18 4,04 6,87
Agosto 3.337,16 0,37 0,68 2,74 4,42 7,23
Setembro 3.354,85 0,53 1,06 2,47 4,97 7,31
Outubro 3.369,28 0,43 1,34 2,13 5,43 6,97
Novembro 3.386,80 0,52 1,49 2,18 5,97 6,64
Dezembro 3.403,73 0,50 1,46 2,54 6,50 6,50
2012 Janeiro 3.422,79 0,56 1,59 2,95 0,56 6,22
Fevereiro 3.438,19 0,45 1,52 3,03 1,01 5,85
Março 3.445,41 0,21 1,22 2,70 1,22 5,24
Abril 3.467,46 0,64 1,31 2,91 1,87 5,10
Maio 3.479,94 0,36 1,21 2,75 2,24 4,99
Junho 3.482,72 0,08 1,08 2,32 2,32 4,92
Julho 3.497,70 0,43 0,87 2,19 2,76 5,20
Agosto 3.512,04 0,41 0,92 2,15 3,18 5,24
Setembro 3.532,06 0,57 1,42 2,51 3,77 5,28
Outubro 3.552,90 0,59 1,58 2,46 4,38 5,45
Novembro 3.574,22 0,60 1,77 2,71 5,01 5,53
Dezembro 3.602,46 0,79 1,99 3,44 5,84 5,84
2013 Janeiro 3.633,44 0,86 2,27 3,88 0,86 6,15
Fevereiro 3.655,24 0,60 2,27 4,08 1,47 6,31
Março 3.672,42 0,47 1,94 3,97 1,94 6,59
Abril 3.692,62 0,55 1,63 3,93 2,50 6,49
Maio 3.706,28 0,37 1,40 3,69 2,88 6,50
Junho 3.715,92 0,26 1,18 3,15 3,15 6,70
Julho 3.717,03 0,03 0,66 2,30 3,18 6,27
Agosto 3.725,95 0,24 0,53 1,93 3,43 6,09
Setembro 3.738,99 0,35 0,62 1,81 3,79 5,86
Outubro 3.760,30 0,57 1,16 1,83 4,38 5,84
Novembro 3.780,61 0,54 1,47 2,01 4,95 5,77
Dezembro 3.815,39 0,92 2,04 2,68 5,91 5,91
2014 Janeiro 3.836,37 0,55 2,02 3,21 0,55 5,59
Fevereiro 3.862,64 0,69 2,18 3,67 1,24 5,68
Março 3.898,38 0,92 2,18 4,26 2,18 6,15
Abril 3.924,50 0,67 2,30 4,37 2,86 6,28
Maio 3.942,55 0,46 2,06 4,28 3,33 6,37
Junho 3.958,32 0,40 1,54 3,75 3,75 6,52
76

Julho 3.958,72 0,01 0,87 3,19 3,76 6,50


Agosto 3.968,62 0,25 0,66 2,74 4,02 6,51
Setembro 3.991,24 0,57 0,83 2,38 4,61 6,75
Outubro 4.008,00 0,42 1,24 2,13 5,05 6,59
Novembro 4.028,44 0,51 1,51 2,18 5,58 6,56
Dezembro 4.059,86 0,78 1,72 2,57 6,41 6,41
2015 Janeiro 4.110,20 1,24 2,55 3,83 1,24 7,14
Fevereiro 4.160,34 1,22 3,27 4,83 2,48 7,70
Março 4.215,26 1,32 3,83 5,61 3,83 8,13
Abril 4.245,19 0,71 3,28 5,92 4,56 8,17
Maio 4.276,60 0,74 2,79 6,16 5,34 8,47
Junho 4.310,39 0,79 2,26 6,17 6,17 8,89
Julho 4.337,11 0,62 2,17 5,52 6,83 9,56
Agosto 4.346,65 0,22 1,64 4,48 7,06 9,53
Setembro 4.370,12 0,54 1,39 3,67 7,64 9,49
Outubro 4.405,95 0,82 1,59 3,79 8,52 9,93
Novembro 4.450,45 1,01 2,39 4,07 9,62 10,48
Dezembro 4.493,17 0,96 2,82 4,24 10,67 10,67
Fonte: IBGE.

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