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Disciplina: Plantas Daninhas

ECOLOGIA DAS PLANTAS


DANINHAS

Prof. Franzé Moreira


Eng. Agrônomo

Sobral – CE
ANEXO V

REGRAS GERAIS DE CONDUTA EM AULAS REMOTAS

Obs.: Esses mesmos textos estão em um arquivo-padrão disponibilizado pela Proen. O professor deverá postar o arquivo
na sala virtual de cada componente curricular, no Google Classroom.

Prezado(a) aluno(a),

A sala de aula virtual é uma extensão da sala de aula presencial e, portanto, o Regulamento da Organização Didática
(ROD) é o documento que rege a sua dinâmica. Ao acessar a sala de aula virtual, você estará ciente de que a violação
dessas regras é passível de medidas disciplinares, tanto no âmbito do IFCE como no âmbito civil e criminal.
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Não compartilhe a gravação das aulas ou os materiais disponibilizados pelo professor;


Você não deve copiar, distribuir, modificar, reproduzir, republicar, transmitir ou comercializar qualquer informação, texto
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Tenha tolerância e paciência com possíveis falhas tecnológicas e eventuais limitações pessoais;
Falhas técnicas poderão acontecer, seja com o professor, com colegas ou com você mesmo. Tenha paciência, procure
manter a calma e contornar o problema com discrição e gentileza.

Atencisoamente,

Instituto Federal de Educação, Ciência Tecnologia do Ceará - IFCE


Pró-reitoria de Ensino
Livros Ciência das Plantas Infestantes: fundamentos e manejo
 ORIGEM E DISSEMINAÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS

As PD mais importantes que ocorrem pelo mundo tem origens


bem variadas e estão incrivelmente disseminadas em muitos
países;

Contudo, é difícil precisar a origem exata de muitas espécies


atualmente;

Espécies consideradas oriundas da Europa podem muito bem


ter sido introduzidas lá há muitos séculos, originárias da Ásia
e África.

Assim, quanto a origem, as espécies de PD que ocorrem em


determinada região ou país, podem ser classificadas como
Autóctones e Alóctones.
1. PLANTAS DANINHAS AUTÓCTONES

Definição: se aplica há algo ou alguém, que é originário do


país ou região em que vive. São também designadas de
plantas nativas, naturais ou selvagens.

Nem sempre as PD autóctones são mais problemáticas do


que as espécies introduzidas;

Em uma determinada região, os problemas com as PD


podem ser, ou não, causadas por espécies ali originadas.
2. PLANTAS DANINHAS ALÓCTONES

Definição: designa algo ou alguém, que não é originário do


país ou região em que vive. São também designadas de
plantas introduzidas, naturalizadas, exóticas ou
cosmopolitas.

Constituem as espécies que foram trazidas de outros países


ou regiões e disseminadas aqui, geralmente por meio de
alguma ação do homem (dispersão antropocórica).

Para um país com dimensões continentais, como o Brasil,


possuindo distinta condições ecológicas, uma espécie típica
da região Sul pode ser considerada alóctone nas regiões
Norte e Nordeste, e vice-versa.
 O HÁBITAT DAS PLANTAS DANINHAS

As PD podem se desenvolver em diferentes lugares ou


substratos onde o homem atua ou para os quais ele tem
voltado o seu interesse.

Estes lugares constituem o seu hábitat, ou o seu lugar de


vida (crescimento e reprodução). Lugar do qual dependem
para a sua vida e reprodução.

Quanto ao seu hábitat, as PD podem ser terrestres*,


aquáticas ou parasitas.

* Há espécies terrestres que só se desenvolvem em locais úmidos


ou junto a ambientes aquáticos.
1. PLANTAS DANINHAS TERRESTRES

Como o próprio nome diz, o hábitat natural dessas PD é o


solo.

Cada espécie apresenta melhor desempenho de crescimento


em determinado solo ou em solo com determinadas
características físico-químicas.

Os vegetais (plantas daninhas e cultivadas) se desenvolvem


melhor naqueles solos que supram plenamente a quantidade
de água e os nutrientes que necessitam e possuam
características físicas mais adequadas ao crescimento e
distribuição do seu sistema radicular.

Neste sentido, as PD podem ser classificadas em plantas de


solos férteis, médios e de baixa fertilidade.
2. PLANTAS DANINHAS DE AMBIENTES AQUÁTICOS

As PD quando tem seu hábitat em ambientes aquáticos, como


rios, represas, lagos, ou junto destes, podem ser classificadas
como plantas daninhas aquáticas marginais/emergentes,
flutuantes ancoradas, flutuantes livres, submersas, em função
da sua localização no corpo d´água e mobilidade.

Plantas marginais/emergentes/de talude

Plantas flutuantes ancoradas


Plantas flutuantes
livres

Plantas submersas
2.1 PD AQUÁTICOS MARGINAIS OU DE TALUDE

São espécies terrestres que ocorrem nas bordas ou margens


de canais de irrigação, lagos, represas ou rios, aproveitando
das condições excelentes de umidade oferecidos por estes
ambientes.

As espécies de Cyperus (tiriricas) e diversas gramíneas como


o capim fino (Brachiaria purpurascens) se adaptam muito
bem a estas condições.

Tiririca Capim fino Capim canarana


2.2 PD AQUÁTICOS FLUTUANTES

Estas espécies ocorrem livremente na superfície das águas,


com as raízes submersas e as folhas fora d’água.
São facilmente arrastadas pelo vento (lagos açudes, represas)
e levadas pelas correntezas de rios, riachos e canais de
irrigação.

Águapé Alface d’água Salvinia

Estas espécies causam problemas de navegabilidade, aumenta as


perdas d’água por transpiração e podem prejudicar o uso de praias de
lagos e represas.
Algas
filamentosas

Algas
microscópicas
Chara
Alface-d’água Lírio-aquático Chapéu-de-couro
2.3 PD AQUÁTICOS SUBMERSAS

Estas plantas vivem inteiramente abaixo do nível da água.


Algumas espécies tem as suas raízes dentro da água,
ficando, assim livres (algas e microalgas).

Outra espécies tem suas raízes na terra, no fundo da água e


são chamadas de submersas ancoradas. São estas as que
causam maior obstrução ao fluxo de água nos canais, pois
retém e acumulam os restos de outras plantas e sólidos,
originando obstáculos ao mesmo.

Elódea Chara sp. Nitella sp.


2.4 PD AQUÁTICOS EMERGENTES

São aquelas cujas raízes estão ancoradas no funda da água,


possuem longos caules ou talos e tem folhas na superfície da
água ou acima dela.

Muitas destas espécies são bem agressivas, sendo capaz de


se espalhar por represas, açudes, lagoas, desde que não
sejam profundos.

Há espécies que podem se desenvolver perfeitamente dentro


e fora da água, neste caso desde que haja um suprimento de
água adequado.
Taboa Junco

Tiriricão Algodão bravo


3. PLANTAS DANINHAS PARASITAS

São aquelas que vivem sobre outras plantas, retirando delas a


seiva e vivendo às suas custas. São poucas as espécies de PD
parasitas de importância econômica no Brasil.

Cuscutta sp. Erva de passarinho


 CONVIVÊNCIA ENTRE CULTURAS E PLANTAS
DANINHAS

Cada planta, cultivada, daninha ou infestante, extrai do seu


hábitat o suprimento necessário de água, energia, gás
carbônico e nutrientes e ocupa um determinado espaço para o
seu perfeito desenvolvimento.

Em função disso, as culturas são semeadas/plantadas em


cada local, em espaçamentos entre linhas e densidades nas
linhas, de modo que se obtenha o melhor desenvolvimento, ou
seja, seu potencial produtivo.

Essa distribuição espacial parte do pressuposto que as plantas


cultivadas serão as únicas espécies vegetais presentes o local
(sem interferência das plantas daninhas).
1. FATORES ENVOLVIDOS NA CONVIVÊNCIA ENTRE
PLANTAS

Os fatores envolvidos na convivência entre plantas depende


de características das lavouras, das plantas daninhas, das
condições ambientais, do momento e da duração da
convivência.

A complexidade desta interação fica evidente pois todos os


componentes e condições variam, em graus diversos, com o
tempo (épocas do ano) e de região pra região.

A intensidade da competição ou da interferência é avaliada


pelo resultado da produção obtida pela lavoura em questão.

Em uma relação de competição, o confronto mais direto que


ocorre se dá entre as plantas cultivadas e as não cultivadas.
... continuação

Todas estas considerações não esgotam o tema, servindo,


apenas, para dar ideia da complexidade do assunto e que
muito se deve, tanto em relação às diferentes culturas,
quanto às diferentes regiões.

Assim, é possível observar, na Figura da página seguinte, os


períodos críticos de competição e de prevenção, em
diferentes lavouras, com base em trabalhos de pesquisa
brasileiros disponíveis.
2. ALELOPATIA

Algumas espécies de plantas podem afetar outras por meio


de substâncias que liberam pelas raízes ou por qualquer
outra parte.
A essa ação dá-se o nome de Alelopatia.

No sentido mais comum é de uma ação prejudicial, mas há


casos de ação benéfica ou estimulante.

A alelopatia pode ser entendida como uma ação indireta de


uma planta sobre outra. As plantas vivas ou restos vegetais
liberam substâncias a partir de raízes e folhas,
principalmente, para o ambiente solo.

Esta substâncias podem ser tóxicas ou estimulantes para


outras espécies vegetais.
ALELOPATIA

A toxicidade pela Alelopatia pode se manifestar inibindo a


germinação de sementes ou o crescimento de plantas e o
efeito estimulante se manifesta de forma oposta, tendo como
resultado melhor germinação e/ou maior crescimento.

A Alelopatia pode ocorrer tanto no sentido da planta daninha


para a planta cultivada, quanto da planta cultivada para a
planta daninha.
Preparamos para você uma Tabela
com a relação entre todas as plantas
companheiras (verde) ou
antagônicas (vermelho) da sua horta.

Todos sabem que a salsa


(Petroselium spp) é uma planta de
horta que se desenvolve melhor
quando em cultivada sozinha no
canteiro. Na verdade, ela é uma
planta alelopática, que não permite o
desenvolvimento de outras junto
dela.

A Família Umbelliferae, da salsa e do


coentro (Coriandrum sativum) tem
esta característica.

Mas mesmo não sendo alelopáticas


as plantas poderão ser companheiras
ou antagonistas em relação a outras
vizinhas na horta.
... continuação

Estudos tem mostrado que diferentes linhagens/variedades de


uma espécie podem apresentar diferentes gruas de ação
alelopática (alelo + ou aleo -).

Parece que os trabalhos de melhoramento, com cruzamentos


diversos, tem alterado a capacidade de produzir
substâncias tóxicas ou estimulantes.

Coloca-se, diante de nós, um novo rumo da pesquisa:


descobrir e desenvolver plantas cultivadas com forte
ação alelopática.

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