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PLANO DE ESTUDO

Nível ou Etapa de Ensino: Ensino Fundamental 8º Ano Vespertino

Componente Curricular: Ensino Religioso

Questão 1 - (1,0)

Mesmo que aceitemos a existência de um criador, sua criação parece não ser governada pelas regras da mais límpida sensatez.
Tudo parece estar envolto em infinita complexidade, contradição e mistério.

Apesar de diariamente estarmos envolvidos em nossos projetos de vida, no fundo temos consciência da estonteante
absurdidade:

a) da emoção
b) da razão
c) da sociedade
d) da cultura humana
e) da existência.

Questão 2 - (1,0)

“Qualquer sujeito que já refletiu, com a mais desapaixonada boa-fé, sobre sua própria existência e a existência do universo já
sentiu um súbito desconforto como se estivesse à beira de um penhasco olhando assombrado para o infinito abismo da lógica.”

Bertrand Russell definiu à existência como:

a) um momento de pura certeza do destino do homem e da realidade.


b) a crença do ser humano num ser superior.
c) uma estupefação e um delírio diante da consistência da realidade.
d) um delírio do homem pela sua incapacidade de reconhecer a realidade
e) um delírio de dúvidas diante da inconsistência da realidade.

Questão 3 - (1,0)

Leia as afirmações abaixo sobre a hipótese niilista:

I - O nada é apenas uma concepção equivocada que só pode ter surgido do intrincado labirinto de contradições da razão humana.
II - Nada nos pode garantir que a relação entre causa e efeito seja realmente uma “característica” do universo.
III - Sempre que imaginamos o Nada, damo-lhe características existenciais (um vazio sem fim) ou características espirituais.

Estão corretas:

a) Somente a I está correta.


b) Somente a I e II estão corretas
c) Somente a II está correta.
d) Somente a I e III estão corretas
e) Todas estão corretas

Questão 4 - (1,0)

Leia as afirmações abaixo sobre a hipótese niilista:

I - O sentido que imaginamos haver no mundo observável advém da percepção empírica de que para cada fenômeno deve haver
uma causa.
II - Para cada fenômeno observado, observamos uma causa que lhe deu origem, e assim por diante.
III - A necessidade humana de encontrar sentido para tudo vem de nossa relação empírica com o mundo: percebemos o mundo
através de relações de causa e efeito.

Estão corretas:

a) Somente a I e II estão corretas


b) Somente a II e III estão corretas
c) Somente a I está correta.
d) Todas estão corretas
e) Todas estão incorretas

Questão 5 - (1,0)

Leia as afirmações abaixo sobre hipótese religiosa:

I. A solução mítica ou religiosa para a existência não tem nenhum fundamento.


II. Segundo Lévi-Strauss, o pensamento mítico-religioso não apresenta nenhuma oposição ao pensamento científico, nem vice-
versa.
III. A concepção religiosa em si nada tem de contraditório ou aberrante.

Estão corretas:

a) Somente a I e III estão corretas


b) Somente a II e III estão corretas
c) Somente a I está correta.
d)Todas estão corretas
e) Todas estão incorretas

Questão 6 - (1,0)

Leia as afirmações abaixo sobre hipótese mítica-religiosa:

I. O confronto entre o pensamento mítico-religioso e o científico só acontece quando questões de poder estão em jogo.
II. A crença em um mundo supra-real resolve de uma tacada só muitas questões cabeludas sobre a existência: dá sentido à vida,
à sociedade humana e aos códigos morais.
III. A neurose do cristão (as suas insolúveis contradições internas) está em tentar resolver racionalmente suas contradições.

Estão corretas:

a) Somente a I e III estão corretas


b) Somente a II e III estão corretas
c) Somente a III está correta.
d) Todas estão corretas
e) Todas estão incorretas
Questão 7 - (1,0)

Leia as afirmações abaixo sobre hipótese existencialista:

I. Para os existencialistas, a consciência é “nada” (não existe como coisa, como substância).
II. A consciência humana não pode ser livre, e essa negação da liberdade cria inevitavelmente uma perda de sentido para o
mundo.
III. Sem dúvida, a hipótese existencialista é mais agradável do que a niilista: estamos condenados à liberdade, à inevitável
liberdade de dar sentido para a existência.

Estão corretas:

a) Somente a I e III estão corretas


b) Somente a II e III estão corretas
c) Somente a III está correta.
d) Todas estão incorretas
e) Todas estão corretas

Questão 8- (1,0)

Leia as afirmações abaixo sobre hipótese existencialista:

I. É um “niilismo moderado”. Não há um projeto para o universo e nem para o ser humano. A existência não tem sentido.
II. Parte de uma longa meditação sobre a natureza da consciência humana.
III. A reflexão da consciência sobre as coisas do mundo e sobre si mesma é completamente livre.

Estão corretas:

a) Somente a I e III estão corretas


b) Somente a II e III estão corretas
c) Somente a I está correta.
d) Todas estão incorretas
e) Todas estão corretas

Questão 9- (1,0)

Leia as afirmações abaixo sobre hipótese científica:

I. Vem provar que há um sentido para a existência.


II. Assim como na hipótese mítica-religiosa, existe na hipótese científica,, uma busca de unificação, uma procura por uma
manifestação única do universo.
III. A concepção espinosita da existência divina é muito simpática à concepção cientificista do universo.

Estão corretas:

a) Somente a I está correta


b) Somente a I e II estão corretas
c) Somente a I e III estão corretas
d) Somente a II e III estão corretas
e) Somente a III está correta

Questão 10 - (1,0)
Dizer que pensar sobre a existência é criar um “cemitério de hipóteses” é no mínimo justo. No entanto, não podemos esquecer
que é sobre este cemitério que estão alicerçados todos os nossos atos, todas as nossas leis, toda a nossa sociedade e toda a
ciência.

Segundo o texto sobre o sentido da existência podemos levantar as seguintes hipóteses:

a) hipótese científica, existencialista e cultural


b) hipótese científica, racionalista, cética e dogmática
c) hipótese científica, religiosa e moral
d) hipótese filosófica, racionalista e empirista
e) hipótese niilista, existencialista,, religiosa e científica.

ANEXO

O sentido da Existência

Qualquer sujeito que já refletiu, com a mais desapaixonada boa-fé, sobre sua própria existência e a existência do universo
já sentiu um súbito desconforto como se estivesse à beira de um penhasco olhando assombrado para o infinito abismo
da lógica. Bertrand Russell definiu esta estupefação como um delírio de dúvidas diante da inconsistência da realidade.
Uma realidade que se nos apresenta multifacetada, complexa, misteriosa e muitas vezes obstinadamente incoerente e
ilusória.
Apesar de diariamente estarmos envolvidos em nossos projetos de vida e afirmarmos haver sentido e razão em todos os
nossos atos, no fundo temos consciência da estonteante absurdidade da existência. Como um ser consciente de sua
finitude é capaz de criar tantos sentidos para seus atos diante da irredutível insensatez do próprio ato de existir? Há
algum desígnio para a existência ou somos apenas um hiato entre dois absolutos nadas? Como devemos conduzir nossas
vidas se não sabemos porque e para que existimos? Toda história humana parece se resumir a um extraordinário esforço
em imprimir sentido ao manifesto caos lógico que nos cerca.
Mesmo que aceitemos a existência de um criador, sua criação parece não ser governada pelas regras da mais límpida
sensatez. Tudo parece estar envolto em infinita complexidade, contradição e mistério. Todo aquele que vê sentido na
criação, é porque ainda não se fez um número suficiente de perguntas, ou ainda não se deu conta da magnitude da
complexidade dessas questões.
Dizer que pensar sobre a existência é criar um “cemitério de hipóteses” é no mínimo justo. No entanto, não podemos
esquecer que é sobre este cemitério que estão alicerçados todos os nossos atos, todas as nossas leis, toda a nossa
sociedade e toda a ciência.
Existem basicamente quatro hipóteses diante da existência:

a) Niilista
A hipótese niilista nos diz que a existência não tem nenhum sentido: não há nenhum projeto para o universo
nem para o ser humano. O universo existe porque não há outra maneira, não há como não existir: o Nada não faz sentido,
nada pode ter vindo do Nada, assim alguma coisa necessariamente TEM DE EXISTIR. Para o niilismo, o Nada é apenas
uma concepção equivocada que só pode ter surgido do intrincado labirinto de contradições da razão humana. Isso parece
ser correto, pois é impossível para o pensamento humano conceber ou pensar sobre o Nada. Sempre que imaginamos o
Nada, damo-lhe características espaciais (um vazio sem fim) ou características temporais (existe antes ou depois de
alguma coisa). Kant nos chamava atenção para o fato de que é impossível para a razão humana conceber qualquer coisa
fora do espaço e do tempo: o espaço-tempo faz parte de nossa estrutura mental a priori.
Se adotarmos o niilismo na sua forma mais radical, então podemos dizer que nada faz sentido, nada é absoluto, toda
conduta humana é possível, tudo é permitido e nada tem uma razão de ser. Para o niilismo a necessidade humana de
encontrar sentido para tudo vem de nossa relação empírica com o mundo: percebemos o mundo através de relações de
causa e efeito. Para cada fenômeno observado, observamos uma causa que lhe deu origem, e assim por diante. O sentido
que imaginamos haver no mundo observável advém da percepção empírica de que para cada fenômeno deve haver uma
causa. Mas, nada nos pode garantir que a relação entre causa e efeito seja realmente uma “característica” do universo.
Os niilistas acreditam que essa relação é apenas um “método” adquirido pela nossa razão para entender o mundo: jamais
poderemos saber como as coisas realmente são; apenas podemos saber como as coisas se relacionam uma com as outras.
A essência de uma coisa é o seu “fenômeno”: seu comportamento em relação a outros fenômenos.
A hipótese niilista, embora sendo a mais sincera de todas (não é possível afirmar categoricamente nenhum sentido para
a existência, e jamais saberemos como as coisas realmente são), não é bem vista mesmo nos dias de hoje. Muitos vêem
no niilismo uma forma destrutiva de pensar: existência sem sentido é existência sem valores; e existência sem valores é
a negação da sociedade humana. O lado “estéril” do niilismo está em não apontar nenhuma razão para a existência
humana, e consequentemente, nenhuma razão para a existência de leis, de vida em sociedade, ou conduta moral. O
niilismo simplesmente nos mostra que o ato de existir é uma gigantesca insensatez: um beco sem saída para a razão
humana.

b) Existencialista
A hipótese existencialista é um “niilismo moderado”. Não há um projeto para o universo e nem para o ser humano. A
existência não tem sentido. Mas, a consciência humana é inevitavelmente livre, e essa inevitável liberdade cria
inevitavelmente um sentido para o mundo.
A hipótese existencialista parte de uma longa meditação sobre a natureza da consciência humana (e quem quiser
conhecê-la em detalhes basta ler “O Ser e o Nada” de Sartre). A muito grosso modo, a consciência emana de uma coisa
(nosso cérebro), mas não é essa coisa (não é o próprio cérebro nem está em nenhuma de suas partes), por isso não é
substância (não existe como coisa). A consciência é a manifestação da estrutura cerebral, por isso não está em parte
alguma do cérebro. Fazendo uma analogia, a consciência é assim como o nosso conceito de “força”. Força é tudo que
produz o movimento de um corpo, mas não podemos dizer que ela existe como coisa, não podemos separá-la de um
fenômeno físico e dizer “aqui está a força”. A força é a manifestação da estrutura de um fenômeno. Da mesma forma,
não podemos separar a consciência dos fenômenos cerebrais e dizer “aqui está a consciência humana”.
Para os existencialistas, a consciência é “nada” (não existe como coisa, como substância). O que a consciência faz é
simplesmente perceber, e quando percebe-se a si mesma torna-se “consciência reflexiva” (o famoso cogito cartesiano).
A reflexão da consciência sobre as coisas do mundo e sobre si mesma é completamente livre: ela cria os sentidos que
bem entender para o mundo e para si mesma. A essência da consciência humana é ser livre. E desta inevitável liberdade
da consciência em criar sentidos para tudo, os existencialistas postulam uma saída: a existência terá qualquer sentido
que dermos para ela. Se a consciência é um dínamo criador de sentido (está condenada à liberdade de criar sentidos),
então A existência tem necessariamente de ter um sentido (o sentido que dermos para ela).
Sem dúvida, a hipótese existencialista é mais agradável do que a niilista: estamos condenados à liberdade, à inevitável
liberdade de dar sentido para a existência. E a palavra “condenado” tem de ser entendida em seu sentido literal: não há
como evitar a liberdade, não há como não dar sentido à existência.
c) Religiosa
A solução mítica ou religiosa para a existência não é tão absurda quanto alguns agnósticos crêem ser. A crença em um
mundo supra-real resolve de uma tacada só muitas questões cabeludas sobre a existência: dá sentido à vida, à sociedade
humana e aos códigos morais. Segundo Lévi-Strauss, o pensamento mítico-religioso não apresenta nenhuma oposição
ao pensamento científico, nem vice-versa: os dois tipos de “entendimento do mundo” podem conviver juntos em perfeita
harmonia. O confronto só acontece quando questões de poder estão em jogo: quando, por exemplo, uma instituição
religiosa vê seu poder como instituição ameaçado por idéias científicas, ou vice-versa.
Outro tipo de confronto acontece quando tentamos racionalizar, ou interpretar, a crença mítica-religiosa com o intuito
de adequá-la às nossas “atitudes mundanas”. Basta ler os Evangelhos com atenção para perceber que a concepção de
Jesus da existência é “barra pesada”: “o servo é superior ao seu mestre”; “é mais fácil um camelo passar pelo vão de
uma agulha do que um rico entrar no paraíso”; “se quiser me seguir, largue tudo e me siga”. Não é fácil adaptar estas
máximas cristalinas (que não deixam lugar para interpretações) às nossas atitudes cotidianas. A neurose do cristão (as
suas insolúveis contradições internas) está em tentar resolver racionalmente suas contradições. Tentar resolvê-las seria
o mesmo que considerar Jesus um cínico. E Jesus pode ter sido tudo menos um cínico: preferiu morrer a ter que mudar
uma vírgula daquilo que acreditava.
A infecunda e neurótica interpretação do pensamento “radical” de Jesus é o que causa as aberrações religiosas tão
comuns hoje em dia. No entanto, a concepção religiosa em si nada tem de contraditório ou aberrante. Como dizia Lévis-
Strauss, é simplesmente uma “outra forma de raciocínio” que tenta dar sentido a existência.

d) Científica
A atitude científica é a de deixar o sentido da existência “em suspenso” por falta de dados. A hipótese científica não nos
diz se há ou não um sentido para a existência. A ciência simplesmente atém-se ao estudo da estrutura da matéria (o
universo como fenômeno) na esperança de um dia descobrir mais uma pequena peça do gigantesco quebra-cabeça
cósmico.
É tolice das grandes achar que a ciência não se ocupa de questões existenciais ou ontológicas. Abra qualquer livro sério
sobre cosmologia ou física de partículas, e você terá a impressão de que foi escrito por um filósofo escolástico. Existe
na hipótese científica, assim como na hipótese mítica-religiosa, uma busca de unificação, uma procura por uma
manifestação única do universo, uma lei básica que tudo governa. Para muitos cientistas sérios (e Einstein pode ser
incluído neste grupo), o universo se manifesta como uma entidade una cujas leis ainda nos atordoam, mas que um dia
poderão ser descobertas e apreciadas em sua totalidade: através do conhecimento físico do universo poderemos um dia
finalmente olhar a “face de Deus”. Um Deus que talvez não seja nada do que hoje se imagine ser. Não é a toa que muitos
destes cientistas se digam “espinosistas”. Espinosa talvez tenha sido o filósofo metafísico que mais sucesso teve em
conciliar uma visão materialista da natureza com uma hipótese metafísica da existência divina. Espinosa constrói sua
metafísica partindo de uma idéia bastante simples: se a principal característica de Deus é ser absoluto e infinito (note o
uso da condição “se”), então TUDO DEVE SER DEUS. Se Deus fosse um ser supra-real (separado de sua própria
criação), então haveria um “lugar” onde Deus não estaria, assim Deus não seria absoluto. A condição para que haja um
Deus absoluto é a de que Ele SEJA tudo (note o uso da palavra “ser” ao invés de “estar”). Para Espinosa, Deus não pode
ESTAR em tudo (como é o princípio normalmente professado por religiosos), mas deve necessariamente SER tudo.
A concepção espinosita da existência divina é muito simpática à concepção cientificista do universo: o conhecimento
físico do universo pode nos revelar Deus, pois seria Ele que estaríamos “estudando”.

Fonte: http://filosofilo.blogspot.com.br/2005/10/o-sentido-da-existncia.html

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