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PROPÓSITO
Calcular taxas de variação média entre duas grandezas e interpretá-las. Esboçar e interpretar
gráficos que representem a variação das funções custo, receita e lucro em relação à
quantidade produzida de certa utilidade com o intuito de analisar o comportamento de cada
uma delas quanto ao seu crescimento e decrescimento.
PREPARAÇÃO
Ao longo deste tema, você precisará de uma calculadora.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
MÓDULO 1
𝒚 = f (𝒙)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
f (b) − f (a)
b − a
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
1. Esta expressão indica o quanto a variável dependente 𝒚 varia para cada unidade aumentada
na variável independente 𝒙.
Δy f (b) − f (a)
=
Δx b − a
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
3. Algumas vezes, para facilitar representação, os valores a e b, das fórmulas acima são
indicados por 𝒙2 e 𝒙1, respectivamente. De forma semelhante, escrevemos:
y2 = f (b) e y1 = f (a)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
4. Utilizando esse tipo de notação, podemos escrever:
Δy y2 −y1
=
Δx x2 −x1
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
EXEMPLO 1
PASSO 1
Nesse caso, consideramos:
x1 = 2 e x2 = 5
Assim:
y1 = f (x1 ) = f (2) =
3 + 2 . 2 = 3 + 4 = 7
Consequentemente:
y2 = f (x2 ) = f (5) =
3 + 2 . 5 = 3 + 10 = 13
PASSO 2
A taxa de variação média, portanto, será dada por:
Δy y2 −y1
= =
Δx x2 −x1
13−7 6
= = 2
5−2 2
Esse resultado nos diz que há um aumento de 2 unidades na variável 𝒚 para cada aumento de
uma unidade em 𝒙.
PASSO 3
Agora, vamos determinar a taxa de variação média para 𝒙 variando de 2 a 4.
x1 = 2 e x2 = 4
Já vimos que:
y1 = f (x1 ) = f (2) = 7
y2 = f (x2 ) = f (4) =
3 + 2 . 4 = 3 + 8 = 11
11−7 4
= = 2
4−2 2
ATENÇÃO
Observe que não houve alteração na taxa média de variação de 𝒚 em relação a 𝒙. É que o tipo
de relação entre tais variáveis é linear, pois é descrita por uma função de primeiro grau. Nesse
caso, a variação de 𝒚 em relação a 𝒙 é uma constante. Experimente calcular as taxas
médias para outros intervalos de 𝒙 e note que o resultado será sempre o mesmo.
EXEMPLO 2
𝒚 = f (𝒙) = 𝒙2 + 2𝒙.
y2 = f (x2 ) = f (3) =
2
3 + 2 . 3 = 9 + 6 = 15
dada por:
Δy y2 −y1
= =
Δx x2 −x1
15−0 15
3−0
=
3
= 5
0 ≤ x ≤ 2
Consideraremos x1 = 0 e x2 = 2 .
y2 = f (x2 ) = f (2) =
2
2 + 2 . 2 = 4 + 4 = 8
8−0 8
= = 4
2−0 2
ATENÇÃO
O resultado, como vemos, não é o mesmo. Esse tipo de função não apresenta a taxa de
variação constante como a do exemplo anterior.
EXEMPLO 3
E, NO OUTRO, CRESCIMENTO.
CONSIDERE A FUNÇÃO:
f (𝒙) = 𝒙3 — 3𝒙2 + 𝒙 + 3
CRESCIMENTO DE 𝒚 EM RELAÇÃO A 𝒙 NO
INTERVALO 1 ≤ 𝒙 ≤ 3.
Vamos calcular a sua taxa de variação média no intervalo 1 ≤ x ≤ 3 .
Temos que:
x1 = 1 e x2 = 3
Daí:
y1 = f (x1 ) = f (1) =
3 2
1 − 3 . 1 + 1 + 3 =
1 − 3 + 1 + 3 = 2
y3 = f (x2 ) = f (3) =
3 2
3 − 3 . 3 + 3 + 3 =
27 − 27 + 3 + 3 = 6
6−2 4
= = 2
3−1 2
Aqui, observa-se um crescimento de 𝒚 em relação a 𝒙.
DECRESCIMENTO DE 𝒚 EM RELAÇÃO A 𝒙 NO
INTERVALO 1 ≤ 𝒙 ≤ 2.
O que acontece se considerarmos o intervalo
1 ≤ x ≤ 2 ?
x1 = 1, x2 = 2,
y1 = f (x1 ) = f (1) = 2
y2 = f (x2 ) = f (2) =
3 2
2 − 3 . 2 + 2 + 3 =
8 − 12 + 2 + 3 = 1
1−2 −1
= = − 1
2−1 1
EXEMPLO 4
y1 = f (−3) =
2
(−3) − 3(−3) − 4 =
9 + 9 − 4 = 14
y2 = f (−1) =
2
(−1) − 3(−1) − 4 =
1 + 3 − 4 = 0
−14
= = − 7
2
ATENÇÃO
Não há, como você pode constatar, nenhuma alteração no processo, porém será preciso
atentar-se apenas aos sinais.
MÃO NA MASSA
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
TEORIA NA PRÁTICA
Uma taxa de variação média à qual você certamente já se referiu diversas vezes é a
velocidade média. Ela corresponde à taxa média de variação da posição de um móvel em
relação ao tempo. Considere, por exemplo, um móvel que se desloca de acordo com a
equação (função horária) em que s corresponde à sua posição, em metros, no instante t
segundos.
Para determinar sua velocidade média em determinado intervalo de tempo (Δt), basta calcular
a variação média de sua posição nesse intervalo.
t2 = 5 segundos, temos:
s(t1) = — 12 + 10 . 1 = — 1 + 10 = 10 metros
25 m − 9 m
=
5 s − 1 s
16 m
= 4 m/s
4 s
trecho de 16 metros em 4 segundos, isto é, sua velocidade média foi de 4 m/s. Isso não
significa que sua velocidade permaneceu constante durante esse tempo. Observe, a seguir,
que, se considerarmos o intervalo de tempo de 1 a 4 segundos, sua velocidade média será
diferente da que já calculamos.
Portanto, sua velocidade média nesse novo intervalo de tempo será dada pela expressão a
seguir, pois é maior do que no intervalo considerado anteriormente.
24 m − 9 m
=
4 s − 1 s
15 m
= 5
3 s
O que acontece com esse móvel quando consideramos sua velocidade média entre os
instantes t1 = 6s e t2 9s? Vamos ao cálculo.
Temos:
9 m − 24 m
=
9 s − 6 s
−15 m
= − 5 m / s
3 s
Temos uma velocidade média negativa, que ocorre quando o móvel se desloca no sentido
contrário da trajetória definida anteriormente. Note que, entre os instantes 1 e 4 segundos e
entre 6 e 9 segundos, a distância percorrida é a mesma e em um mesmo intervalo de tempo (3
segundos). No entanto, no primeiro caso, o móvel sai da posição 9 metros e chega à posição
24 metros, percorrendo a distância de 15 metros, e, no segundo caso, sai da posição 24
metros e chega à posição 9 metros, isto é, percorre a mesma distância, mas no sentido
contrário.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
Vamos dar início a este módulo com o vídeo a seguir.
Veremos como é possível examinar a variação de uma variável em relação à outra com base
em análises gráficas e como representá-la geometricamente.
ANÁLISES GRÁFICAS E
REPRESENTAÇÕES GEOMÉTRICAS
Considere uma função 𝒚 = f (𝒙) e um intervalo a ≤ 𝒙 ≤ b na qual ela está definida.
A reta que passa por esses pontos tem inclinação que muda de acordo com a taxa de
variação média da função f (𝒙) em relação a 𝒙 no intervalo a ≤ 𝒙 ≤ b;
4
= 0, 5 .
Observe que, se considerarmos outro intervalo qualquer, como, por exemplo, 2 ≤ 𝒙 ≤ 4, a taxa
de variação média permanecerá a mesma, pois se trata de um gráfico com comportamento
linear.
2
= 0, 5 .
EXEMPLO 2
Vamos calcular as taxas médias de variação apresentadas pelo gráfico a seguir para os
intervalos 1 ≤ 𝒙 ≤ 3 e —1 ≤ 𝒙 ≤ 2.
Considerando 𝒙1 = 1 e 𝒙2 = 3, teremos 𝒚1 = 2 e 𝒚2 = 6. Portanto, a taxa média de variação de
6−2
=
3−1
4
= 2
2
1−(−2)
=
2−(−1)
3
= 1
3
MÃO NA MASSA
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
TEORIA NA PRÁTICA
O cálculo da taxa média de variação é utilizado em diversas situações das mais diversas áreas.
Inclusive, já vimos algumas dessas aplicações.
CUSTO MARGINAL
Considere a tabela a seguir, que apresenta o custo total de produção de garrafas de suco de
laranja para cada quantidade produzida em certo período.
0 5.000,00
1.000 11.000,00
1.500 12.000,00
1.800 14.000,00
2.000 17.000,00
Observe:
CUSTO FIXO
Mesmo quando nenhuma garrafa de suco é produzida, há um custo de R$5.000,00. Esse é o
chamado custo fixo, que é aquele advindo de aluguel, salário de funcionários etc.
Se considerarmos a existência de um custo fixo de R$5.000,00 que deve ser dividido por toda
a produção, podemos acrescentar R$5,00 ao custo final de cada unidade produzida. Esses
valores mudam à medida que alteramos a quantidade produzida. Esse tipo de alteração deve
ser analisada por quem gere os custos.
A tabela a seguir apresenta os custos variáveis médios para cada quantidade apresentada na
tabela anterior.
0 5.000 -
Observe que, até a produção de 1.000 unidades, o custo variável médio é bem maior do que
nos demais casos. Quando são produzidas 1.500 unidades, esse valor cai bastante e é o
menor entre os apresentados. Isso é um indicativo de que esse nível de produção é o que gera
o menor custo por unidade.
No entanto, nem sempre o custo variável médio indica o melhor nível de produção em relação
ao custo, pois ele considera a diluição do custo fixo.
Uma medida que absorve melhor a diminuição do custo por unidade é o custo marginal
médio.
Na tabela a seguir, os valores dos custos marginais e custos marginais médios são
apresentados.
0 5.000 - - -
Note que, quando aumentamos a quantidade produzida de 1.000 para 1.500 unidades, o custo
total varia R$1.000,00, ou seja, cada unidade produzida a mais, nesse intervalo, gera um
aumento de R$2,00 no custo total.
Esse é o custo marginal médio do intervalo, e é o menor dos valores apresentados. Entretanto,
quando a produção passa de 1.800 para 2.000 unidades, o custo marginal é demasiadamente
grande.
Isso indica que o cenário é mais favorável à produção quando a quantidade produzida gira em
torno de 1.500 unidades e menos favorável quando ela se aproxima de 2.000 unidades.
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Vamos dar início a este módulo com o vídeo a seguir.
com a quantidade produzida q e é dada pela soma dos custos fixos CF e dos custos
CT = CF + CV
Os custos variáveis geralmente são obtidos pela multiplicação do custo unitário c pela
quantidade produzida q. Dessa forma, a função custo total pode ser expressa por:
CT = CF + c . q
Observe que esse é o formato de uma função de primeiro grau. Apesar de poder assumir
outras formas, a função custo total geralmente apresenta esse tipo de comportamento linear.
Os custos fixos são aqueles que não estão diretamente relacionados à produção. Eles são
compostos, por exemplo, pelo aluguel que a empresa paga pela instalação, pelos salários de
seus colaboradores etc. Mesmo que, em determinado período, não seja produzida nenhuma
unidade do produto, o custo fixo ocorre. Já o custo variável é aquele que tende a variar de
forma direta à quantidade produzida: quanto mais se produz, maior é o custo variável (total). Se
nenhuma unidade for produzida, o custo variável é nulo.
comercialização de q unidades dessa utilidade e é expressa pelo produto entre o seu preço
unitário p e a quantidade comercializada, como a seguir:
RT = p . q
comercializada, a diferença entre as respectivas funções receita total e o custo total. Sua forma
é:
LT = RT — CT
Ela fornece o lucro obtido com a produção e comercialização de q unidades de uma utilidade,
podendo assumir valores negativos (prejuízo), positivos (lucro), ou até mesmo ser nula. Neste
último caso, consideramos que custo e receita se igualam.
EXEMPLO
Para produzir certa utilidade, uma fábrica gasta R$10,00 por unidade, além de uma despesa
fixa (que independe da quantidade produzida) de R$800,00. Cada unidade produzida é vendida
por R$14,00.
Temos:
Para expressar o custo total CT em relação à quantidade produzida q, colocamos esses valores
na expressão:
CT = CF + c ∙ q
Assim, temos:
CT = 800 + 10 ∙ q
RT = p ∙ q
RT = 14 ∙ q
RT = CT
4q = 800
800
q=
4
q = 200
Concluímos, portanto, que, quando são produzidas e comercializadas 200 unidades, não há
lucro nem prejuízo, pois receita e custo assumem o mesmo valor.
Para determinar que valor é esse, basta substituir q por 200 na função custo ou receita.
Veja:
ou
Observe, no gráfico, que o encontro dos segmentos que representam as funções custo e
receita ocorre quando q = 200. À esquerda desse ponto, o custo supera a receita, indicando,
portanto, que, para q < 200 (quantidades inferiores a 200 unidades), ocorre prejuízo. À direita,
é a receita que supera o custo, indicando que, para q > 200, ocorre lucro.
LT = RT — CT
Daí, temos:
LT = 4q — 800
A função lucro total pode ser utilizada para estimar o lucro obtido com a venda de certa
quantidade q dessa utilidade e para determinar qual quantidade deve ser produzida e vendida
para que determinada meta de lucro seja alcançada. Por exemplo, se queremos determinar o
lucro quando são produzidas e comercializadas 500 unidades, fazemos:
Agora, se pretendemos determinar qual quantidade deve ser produzida para que o lucro seja
de, por exemplo, R$3.000,00, devemos resolver a equação:
LT (q) = 3.000
Isto é:
4q — 800 = 3.000
4q = 3.000 + 800
4q = 3.800
q= 3.800
q = 950
MÃO NA MASSA
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
TEORIA NA PRÁTICA
Os custos de produção são avaliados em diversas situações, como, por exemplo, no estudo da
viabilidade de instalação de produção em determinadas filiais ou regiões. Assim, as funções
custo e receita são primordiais nesse tipo de estudo.
A seguir, veja um exemplo bem interessante abordado na questão do Enade (Exame Nacional
de Desempenho dos Estudantes – 2012 – Administração – Questão 13):
A) São Paulo é a localidade que proporcionará maior lucro para a nova fábrica, se a quantidade
mensal a ser produzida variar entre 5.000 e 10.000 unidades, considerando a estrutura de
custos apresentada.
B) São Paulo é a cidade na qual deve ser instalada a nova unidade produtiva, se a quantidade
a ser produzida mensalmente for maior que 7.500 unidades, pois, a partir desse volume de
produção, é a localidade que proporcionará maior lucro.
C) Brasília é a localidade mais indicada para receber a nova fábrica para volumes de produção
mensal inferiores a 5.000 unidades, pois é a cidade que viabilizará maior lucro.
E) Tanto Goiânia quanto Brasília podem receber a nova fábrica, se o objetivo é produzir uma
quantidade mensal exatamente igual a 5.000 unidades, considerando que o lucro será o
mesmo nas duas localidades.
RESPOSTA
Observe que a comparação entre o custo em cada região com a função receita permite
avaliar em qual região o lucro deverá ser maior, considerando o nível de produção. A
alternativa correta é a letra A, pois, para o nível de produção entre 5.000 e 10.000 unidades,
a função custo referente à São Paulo é a que está no menor patamar de todas. Como a
receita independe da região, isto é, será a mesma para qualquer uma, então o maior lucro
será atingido quando o custo for o menor.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Vamos dar início a este módulo com o vídeo a seguir.
unitário P é a soma das quantidades que todos os compradores do mercado desejam e estão
aptos a adquirir a esse preço em certo período.
a soma das quantidades que todos os fornecedores ou produtores estão aptos e dispostos a
vender desse produto ao preço P em certo período.
PREÇO P
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Recorrer à representação gráfica das funções demanda e oferta é bastante útil para facilitar
suas análises e a do ponto de equilíbrio. O gráfico a seguir mostra uma situação genérica que
representa tais elementos.
EXEMPLO
Certo produto tem sua quantidade demanda QD e sua quantidade ofertada QO dadas,
respectivamente, por:
QD = 10.000 — 15p
QO = —1.200 + 25p
Nesse caso, as duas funções são de primeiro grau, isto é, são representadas graficamente por
um segmento de reta no intervalo designado. Portanto, para traçá-las, podemos tomar apenas
dois pontos de cada.
Vamos considerar os preços R$100 e R$500, que são os extremos do intervalo considerado,
para calcular os valores apresentados na tabela a seguir.
Preço (R$) Quantidade demandada Quantidade ofertada
Outro ponto que já podemos localizar no gráfico é o ponto de equilíbrio. Para obtê-lo
algebricamente, basta resolver a equação a seguir:
QO = QD
40p = 11.200
p =
11.200
40
p = 280 reais
A quantidade de equilíbrio pode ser obtida substituindo esse valor em qualquer uma das
funções, demanda ou oferta. Substituindo-o na função demanda, temos:
Logo, o ponto de equilíbrio é a interseção entre 280 e 5.800. Este ponto, bem como as
funções demanda e oferta, é apresentado no gráfico a seguir.
Pela análise do gráfico, podemos concluir que:
À medida que os preços vão se afastando de R$280,00 para valores menores, a tendência é
que haja falta do produto no mercado, já que a demanda superará a oferta.
No caso de preços maiores que o preço de equilíbrio, a oferta deverá superar a demanda, e,
portanto, haverá sobra desse produto no mercado.
ATENÇÃO
As funções demanda nem sempre são representadas por segmentos de reta. Elas podem ser
de outros tipos, como quadráticas, exponenciais, logarítmicas, entre outros formatos. Contudo,
o tipo de análise gráfica que fizemos há pouco pode ser realizado quaisquer que sejam os tipos
de funções que caracterizam essas duas variáveis em relação ao preço.
Na prática, diferentemente das funções custo, receita e lucro que vimos no módulo anterior, as
funções demanda e oferta são obtidas através de processos estatísticos. Estes, por sua vez,
obtêm equações relacionando duas variáveis a partir de levantamentos, para, assim, obter
valores associados dessas variáveis.
MÃO NA MASSA
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
TEORIA NA PRÁTICA
No módulo anterior, você estudou a função receita referente à venda de certa utilidade dada
em relação à sua quantidade vendida. Essa função pode ser expressa na forma:
RT = p ∙ q
Em que:
q é a quantidade comercializada.
PREÇO FIXO
Quando o preço p é fixo, como já vimos, o gráfico dessa função será representado por uma
semirreta. Nesse caso, quanto maior for a quantidade vendida, maior será o lucro. E, se a
função custo dessa utilidade também for de primeiro grau, podemos concluir que, quanto maior
for a quantidade produzida e vendida, maior será o lucro obtido.
VARIAÇÃO DE PREÇO
Nem sempre o preço é fixo, na maior parte dos casos, o preço do produto varia. Essa
variação geralmente pode ser expressa por uma função demanda. Nesse caso, você sabe
que geralmente as variáveis preço e quantidade variam em sentidos inversos. Se a demanda
está abaixo do esperado para um produto, seus fornecedores tendem a diminuir seu preço, a
fim de que o número de consumidores dispostos a consumi-lo aumente. De modo semelhante,
se a demanda está alta, pode ser que que haja aumento no preço.
INTERFERÊNCIA NA RECEITA
A variação do preço logicamente interferirá na receita da empresa. Podemos pensar que o
aumento do preço, por exemplo, aumentará a receita. Porém, se a quantidade demandada do
produto diminuir, o que garantirá o aumento da receita? Da mesma forma, a diminuição do
preço poderia nos levar a concluir pela diminuição da receita. No entanto, se o aumento da
quantidade vendida resultante dessa queda no preço tiver mais peso sobre a receita, o que
podemos concluir?
Isso mostra que nem sempre o lucro aumentará se a quantidade produzida e vendida
também aumentar. Se o aumento do preço provoca diminuição na quantidade vendida, é
preciso avaliar esse tipo de relação matematicamente para obter as conclusões corretas.
Nesse caso, podemos utilizar a função demanda para obter a função receita de uma
utilidade.
Vamos considerar o exemplo a seguir para ilustrar como ocorre esse tipo de análise e qual sua
importância na determinação de um nível de produção e venda que pode levar ao maior lucro
possível.
Considere um produto que tenha custo fixo de R$6.000,00 e custo variável unitário de R$80,00.
A sua quantidade demanda q, em unidades, relaciona-se com seu preço de venda unitário p,
em reais, através da função demanda:
q = 400 — p
Com as informações dadas, podemos escrever sua função custo total na forma:
CT = 6.000 + 80q
Com relação à função receita total RT, como não temos um preço fixo, vamos obtê-lo a partir
da sua relação com a quantidade q dada pela função demanda. Tomando essa função,
podemos isolar a variável p, isto é, escrever p em função de q. Teremos:
q + p = 400
RT = (400 — q) ∙ q
RT = 400q — q2
Esta é uma função quadrática. Seu gráfico é uma parábola. Como o coeficiente do termo
quadrático é negativo, então essa parábola terá concavidade voltada para baixo.
LT = RT — CT
LT = — q2 + 320q — 6.000
Observe que essa também é uma função quadrática representada por uma parábola com
concavidade voltada para baixo, como mostra o gráfico a seguir:
Pela sua análise, percebemos que, à medida que a quantidade aumenta, há também o
aumento do lucro, mas até certo ponto. Há um ponto em que o lucro atinge seu valor máximo.
Isso ocorre no vértice dessa parábola. Para determinar sua coordenada 𝒙, podemos utilizar a
seguinte fórmula, em que a é o coeficiente do termo 𝒙2 e b, o coeficiente do termo 𝒙. Portanto,
a = — 1 e b = 320.
b
xv = −
2a
320
− = 160
−2
Logo, a quantidade que deverá ser produzida e vendida para que o lucro atinja seu valor
máximo é 160 unidades. Qualquer outro valor de q levará a um valor menor para LT. Para
calcular qual é o lucro máximo, podemos substituir esse valor na expressão do lucro, como
mostrado a seguir:
Pode parecer estranho o fato de a quantidade produzida e vendida aumentar e, mesmo assim,
o lucro diminuir. Isso ocorre porque, para aumentar a quantidade, o preço deve cair. Se, por um
lado, o aumento da quantidade tende a provocar aumento da receita e, consequentemente, do
lucro, por outro, a diminuição do preço tende a provocar diminuição da receita e do lucro.
Até certo ponto, o lucro cresce, mas chega um momento em que a diminuição do preço está
tendo maior “força” do que o aumento da quantidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entender taxas de variação é uma importante habilidade de qualquer profissional, em especial
daqueles em cargo de gestão. Essas taxas nos ajudam a estimar o que acontece com uma
grandeza quando outra grandeza relacionada varia. Podemos reconhecer os períodos de
crescimento ou decrescimento de uma grandeza que acompanhamos. Em especial para os
gestores, podemos descrever inúmeras situações onde esse conhecimento é aplicado. Neste
tema, vimos a aplicação direta nas situações com custo de produção, receita e lucro (algo bem
presente na vida de muitos profissionais!). Também vimos a aplicação direta na relação de
oferta de demanda, onde, para cada preço, temos uma demanda.
Essas são algumas das aplicações desses conceitos fundamentais da Matemática, mas
existem muitas outras! O importante é que, utilizando esses conhecimentos como ferramentas,
podemos tomar decisões mais acertadas em situações futuras.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
GOLDSTEIN, L. J.; LAY, D. C.; SCHNEIDER, D. I. Matemática Aplicada. 10. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2006.
SILVA, S. M. da; SILVA, E. M. da; SILVA, E. M. da. Matemática: para os cursos de Economia,
Administração e Ciências Contábeis. São Paulo: Atlas, 1997.
CONTEUDISTA
André Luís Corte Brochi
CURRÍCULO LATTES