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A Arte de Ler as Pessoas

A ARTE
DE LER
AS PESSOAS
( Livro I )

- 2ª edição -

Di Saval
A Arte de Ler as Pessoas

Autor: Di Saval
Obra: A ARTE DE LER AS PESSOAS
2019 - C & T books
©Todos os direitos reservados (Di Saval/C &T books)

Essa é uma publicação independente (C&T books)


Revisão, preparação, capa, diagramação: C & T books

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A Arte de Ler as Pessoas

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(Código Penal, art. 184 e Parágrafos, Lei nº 6.895, de
17/12/1980), sujeitando-se à busca, apreensão e
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A Arte de Ler as Pessoas

Coleção “Linguagem não verbal”

A Arte de Ler as Pessoas (livro I)

A Linguagem Não Verbal do CARISMA (livro II)

ELE está a fim de Você? – A linguagem não


verbal do Homem no Amor (livro III)

ELA está a fim de Você? – A linguagem não


verbal da Mulher no Amor (livro IV)
A Arte de Ler as Pessoas

Meus livros anteriores por ordem de


publicação:
* Crescer e Transcender – Os Benefícios do
Autoconhecimento e as Características da
Mentalidade Expansiva
* Seja mais Autoconfiante
* 7 lições que aprendi sobre Mudança de Hábitos
* Agora você aprende Inglês!
* FELIZ ANO TODO! – Dicas e Segredos para
cumprir as suas RESOLUÇÕES de Ano Novo
* Tenha mais AUTOESTIMA – O que é preciso para
você gostar mais de si mesmo
* Qual é a sua PAIXÃO? – Todos nós temos algo
importante a fazer na vida
*Motivação – Um Manual (quase) Definitivo
*VÁ CUIDAR DA SUA VIDA! – Afinal, ninguém fará
isso por você
A Arte de Ler as Pessoas

Sumário
Coleção “Linguagem não verbal”................... 4
Meus livros anteriores por ordem de
publicação: ................................................... 5
Introdução: ................................................... 8
1 ................................................................. 12
Os benefícios da leitura dos sinais não verbais
................................................................... 12
2 ................................................................. 20
Comunicação não verbal: ............................ 20
Percepção e Realidade ................................ 20
Coleção “Linguagem não verbal”: ............... 37
3 ................................................................. 39
Os cinco “cês” da linguagem corporal ......... 39
4 ................................................................. 58
Dicas, macetes e estratégias para ler a
Linguagem Não Verbal ............................... 58
5 ................................................................. 83
A comunicação não verbal na prática.......... 83
A Arte de Ler as Pessoas

Conclusão ..................................................115
Textos e livros inspiradores: .......................119
Coleção “Linguagem não verbal”:...............120
Meus outros livros: ....................................122
Sobre o Autor: ...........................................130
A Arte de Ler as Pessoas

Introdução:

Não é novidade para ninguém que a


capacidade de ler pessoas é uma habilidade
que praticamente todos nós temos. Isso inclui
gente comum como eu você.
Você já conheceu um novo alguém e teve uma
sensação diferente com relação a essa pessoa?
Havia algo de esquisito ou de curioso com ela
ou a tal pessoa não lhe causou uma boa
impressão, devido aos seus modos e gestos?
Essa percepção em parte se deve à nossa
intuição, mas também provém da nossa
habilidade de ler as pessoas. Esses são dons
naturais.
Por causa da primeira nós cismamos com
alguém. Por meio da segunda nós conseguimos
até dizer algo mais sobre aquele jeito de olhar,
de se mover ou de sorrir.
A Arte de Ler as Pessoas

A capacidade de saber como interpretar a


linguagem corporal das pessoas tem como
benefício geral facilitar a nossa interação com
os outros e aumentar a qualidade dos nossos
relacionamentos sociais.
Mas tem mais. Essa habilidade de leitura
pessoal é um talento que se pode desenvolver.
Ao aprender a ler as pessoas como se elas
fossem um livro, você terá como saber se
determinada pessoa poderá vir a fazer parte do
seu círculo de amigos ou não.
Vamos analisar, então, como podemos ler os
olhos, o sorriso, toda a expressão corporal dos
indivíduos e entender outras dicas não verbais
que indicam os tipos de pessoas que eles
realmente são.
Para dominar essa habilidade requer tempo e
um pouco de prática, mas seguindo as dicas,
obedecendo todos os cuidados e elementos de
abordagens que explicaremos ao longo do
A Arte de Ler as Pessoas

livro, você ficará muito bom nisso em pouco


tempo.
A sequência dos capítulos é a seguinte:
Primeiro e antes de qualquer coisa, vamos
explorar melhor por que desenvolver essa
habilidade valiosa é algo útil.
Segundo, vamos refletir um pouco sobre
percepção e realidade, pois isso nos dará
condições melhores para lidarmos com o
mundo das relações e interações sociais.
No terceiro, precisamos levar em conta que
não basta ler e interpretar os sinais de
qualquer jeito e “acharmos” que têm um
significado padrão para qualquer pessoa e em
qualquer situação. Há certos pré-requisitos e
condições a considerar. Exploraremos os “5
Cês” da linguagem corporal.
Por último, apresentaremos um panorama dos
principais gestos e expressões corporais e não
verbais, levando em conta tudo o que já
A Arte de Ler as Pessoas

dissemos nos capítulos anteriores sobre os


critérios e cuidados a se tomar na hora de
interpretar os sinais corporais.
Se você acha mais do que divertido entender
as pessoas, mas quer também melhorar a
maneira como você interage com elas, esse
livro tem tudo para ser o seu manual de
cabeceira.

Boa leitura!

O segundo volume da coleção é:


A Linguagem Não Verbal do CARISMA
A Arte de Ler as Pessoas

Os benefícios da leitura dos


sinais não verbais

Por que ler as


pessoas é uma
grande
habilidade?

Em qualquer tipo de relacionamento ou de


interação humana, é importante conhecer a
outra pessoa o máximo possível antes de
A Arte de Ler as Pessoas

confiarmos nela. Infelizmente, isso nem


sempre acontece.
Há quem prefira confiar primeiro para acabar
se machucando e se decepcionando não muito
depois. Mas se você for alguém daqueles que
prefere sair na vantagem, desenvolver a
habilidade de ler e interpretar os gestos das
pessoas poderá lhe tirar de muitas enrascadas.

Quando sabemos como captá-los, os “sinais de


alerta”, positivos ou negativos, é o que não
faltam.

Nesse momento, vamos apelar à sua memória.

Quando foi a última vez que você achou ter


encontrado alguém legal, gentil, simpático, e
não demorou em descobrir que o indivíduo
não era nada confiável e possuía um caráter
A Arte de Ler as Pessoas

duvidoso (mentia, manipulava e enganava, só


para começar)?
As pessoas nunca são o que parecem à
primeira vista. E se não aceitarmos isso de
verdade, mas apenas concordarmos com a
máxima como faz a maioria, nós iremos repetir
de novo e de novo o mesmo padrão de
decepção.
É por isso que é tão importante aprender como
interpretar a linguagem corporal, a como ler os
rostos, os movimentos oculares, os gestos
manuais, as posturas corporais em geral e
outras dicas não verbais que as pessoas
involuntariamente exibem.
Sabia que apenas 7% da
nossa comunicação se dá de
maneira verbal?
É o que nos lembra a
especialista e pesquisadora,
Vanessa Van Edwards.
A Arte de Ler as Pessoas

A maior parte da nossa comunicação envolve a


linguagem e as expressões corporais.
[Observação: essa porcentagem se aplica à
comunicação dos sentimentos e emoções.
Nada a ver com a linguagem e a comunicação
verbal, que é indispensável. Se você for visitar
um país de língua estrangeira, ainda terá
necessidade de dominar os códigos linguísticos
e até alfabéticos da comunicação oral locais.]

Os benefícios que obtemos ao ler as pessoas, e


para os quais já acenamos, em primeiro lugar
envolvem a nossa autoproteção. O que é
necessário e bom que seja assim.
Todos nós já fazemos isso inconscientemente.
Mas termos as condições de fazer isso
deliberada e conscientemente, por sabermos
prestar atenção e conseguir ler os sinais não
verbais das pessoas, é fundamental para
A Arte de Ler as Pessoas

utilizarmos a linguagem não verbal em nosso


favor.

Vejamos outras razões, ampliando a lista, pelas


quais se deve cultivar essa habilidade de
leitura.

Alerta sobre um perigo iminente: esse


perigo tanto pode ser físico, quanto
emocional;

Ajuda você a entender as pessoas: a pessoa


está interessada, contente, envolvida em
algo? O colega ou chefe está disposto a
colaborar?

Faz você sentir mais empatia por alguém:


você poderá com facilidade perceber a dor, o
constrangimento, o deslocamento de alguém
num ambiente ou situação;
A Arte de Ler as Pessoas

Discernir melhor se dá para fazer amizade


ou se relacionar com uma pessoa: há
pessoas que simplesmente “falam pelo
corpo”, pequenos gestos e reações físicas
inconscientes nos apontam que elas não são
confiáveis nem amigáveis.

Identificar se essa pessoa tem interesse


afetivo por você: sabia que há mais de vinte
sinais de “desejo” que uma mulher emite
quando está interessada por um homem?
Sem falar dos sinais mais simples que uma
pessoa envia ao flertar sem se dar conta!

 Decifrar pelo olhar e pequenos gestos não


verbais como as pessoas veem a si mesmas:
sim, essa habilidade fará você perceber que
nem todas as pessoas são metidas ou
estranhas, elas podem apenas estar com
medo, tristes, ou enfrentando uma série de
dificuldades.
A Arte de Ler as Pessoas

O melhor vem agora:

Mais do que autoproteção, você saberá como


se promover e se movimentar melhor em
qualquer situação.
À medida que obtemos mais conhecimento da
gestualidade alheia, acaba que isso nos leva a
ter, também, mais conhecimento sobre a nossa
própria gestualidade.
Com mais autoconsciência sobre os próprios
gestos, ações e reações, você saberá se
comunicar com muito mais destreza.
Ao notar esses sinais, você será capaz até de
calibrá-los em si mesmo, disfarçando-os
(quando prejudiciais) ou enfatizando-os
(quando benéficos) nas suas interações diárias.
Com a prática, dedicação e cada vez mais
familiarizado com os métodos e estratégias de
A Arte de Ler as Pessoas

leitura corporal, você se tornará um “leitor de


pessoas” cada vez melhor.
E, afinal de contas, para que serve um
conhecimento, se não for para melhorar a
nossa vida pessoal e interpessoal de alguma
forma, não é mesmo?
A Arte de Ler as Pessoas

Comunicação não verbal:

Percepção e Realidade

A linguagem corporal quando bem identificada


e interpretada, nos ajuda a eliminar das nossas
vidas a pior das tendências que cultivamos até
sem perceber: o pré-conceito.

Pré-conceito porque, antes de conhecer,


julgamos como se soubéssemos. Julgamos
situações, lugares, comportamentos e pessoas.
A realidade é sempre maior e mais profunda
do que aquilo que nós captamos, ainda mais
A Arte de Ler as Pessoas

se, em se tratando de entender pessoas,


quisermos levar em conta apenas as palavras.

Vê a imagem abaixo? Ela ilustra como fazemos


para olhar a realidade. Recortamos um pedaço
do todo e achamos que entendemos tudo. Veja
o quanto está sobrando, em volta, acima e
abaixo do que o sujeito enquadra entre os seus
dedos. A realidade é aquilo que ele quer ver,
mas vai muito além também.
A Arte de Ler as Pessoas

Somos todos pedaços da realidade. E mesmo


cada pedaço, cada pessoa, em seus gesto e
expressões é muito mais complexo do que
queremos admitir. Por isso nos enganamos,
para o bem ou para o mal.
A realidade e a nossa percepção da realidade
são geralmente coisas diferentes.

O que é Percepção?

Percepção são as lentes através das quais nós


vemos a realidade: o mundo, nós mesmos e os
outros. No entanto, as lentes às vezes mais
confundem ou distorcem, do que nos mostram
a realidade.
Vou exemplificar com um fato ocorrido comigo
há mais de vinte anos.
Um eclipse solar estava previsto para o ano de
1994. No dia, várias regiões do Brasil,
A Arte de Ler as Pessoas

principalmente às mais próximas da linha do


Equador, ficaram por volta de 80% ou mais no
escuro. Na Cidade do México, por exemplo, eu
me lembro de ver pela TV, o dia virou noite.
Uma vizinha, mesmo sabendo de se tratar de
um eclipse, por tudo o que se antecipou na TV
dias antes, ficou muito assustada e quando
começou a escurecer aqui na região de São
Paulo onde moramos, ela entrou em pânico.
Começou a tremer e perguntar a todo mundo
“E se isso não for passageiro? E se a luz do sol
não voltar? E se for o fim do mundo?”, e isso
em estado visivelmente alterado.
Na época, eu tinha 19 anos e ela apenas dez a
mais que eu. Aquilo me fez olhar para ela com
uma mistura de dó e raiva. Como poderia ser
tão ignorante e ingênua aquela moça?
Só com o passar dos anos eu entendi o fato
óbvio do qual todos nós somos vítimas:
A Arte de Ler as Pessoas

Ela só conseguia ler o que estava acontecendo


com as lentes que recebeu e usava (e ainda
usa!) desde pequena.
Para ela, os fenômenos da natureza raros e
incomuns são “sobrenaturais” e devem ser
atribuídos aos seres do “além” - deuses e
espíritos – e, consequentemente, tem que
fazer parte de toda aquela temática associada
com essas supostas figuras invisíveis: sinais de
catástrofes, intervenções milagrosas, fim de
mundo.

Nas palavras de Robert White:


Pode vir a ser um choque se você nunca
refletiu sobre o tema, mas acontece que
as nossas mais tradicionais e costumeiras
crenças, geralmente estão em total
contraste com a realidade. Para ser mais
preciso, elas são a nossa percepção da
realidade e não a realidade em si.
A Arte de Ler as Pessoas

Para a minha vizinha, não havia outro modo de


“ler” aqueles sinais.
Que outra explicação poderia haver, se as
“estórias” que ela ouvira associavam aquilo aos
“conteúdos programáticos” dos sistemas de
crenças e misticismos religiosos que ela
cresceu temendo e tremendo ao ouvir?

Já eu, sabia que aquilo era um fenômeno


recorrente, registrado tanto nas fontes
religiosas, mas também e ainda bem nos
registros históricos de estudiosos que pouco a
pouco foram desenhando a dinâmica real do
fenômeno: era somente a sombra da lua, se
pondo entre a Terra e o Sol.
A verdade é que a grande maioria das pessoas
que nós conhecemos (pais, avós e até gente
nascida no último quarto do século XX) ainda lê
o mundo do ponto de vista da superstição. E a
maior parte de todos os fenômenos da
A Arte de Ler as Pessoas

natureza, para eles, permanece envolta nos


mitos e lendas que eles vêm ouvindo desde
que nasceram.
Os conhecimentos científicos são um mistério
e, se tentássemos explicá-los, esses sim
soariam absurdos para as pessoas comuns com
quem convivemos no dia-a-dia.

Você vê um cilindro, um círculo ou um


quadrado?
A Arte de Ler as Pessoas

Então, o que é a Realidade?

A realidade são as coisas como elas se


apresentam objetivamente, percebamos isso
ou não.
Assim como o eclipse solar é simplesmente a
lua se colocando entre a Terra e o Sol e
projetando a sua sombra sobre o nosso
planeta. Sempre foi isso. Nós é que só
descobrimos e aceitamos o fato muito tempo
depois. E ainda há quem duvide disso...

Mas o que as nossas noções de Percepção e


Realidade física do mundo tem a ver com a
Linguagem Corporal?

Tudo. Porque tendemos, por preconceito, a


achar que a aparência de um comportamento
traduz uma realidade pessoal interior.
A Arte de Ler as Pessoas

Uma pessoa sorri e logo pensamos: é um ser


humano feliz e contente. Ou, de acordo com
alguma crença negativa nossa, podemos achar
até mesmo que ela está zombando de nós.

Tem aquela outra ali que fala pouco, já


concluímos que ela é metida e arrogante. Mas
nem olhamos outros detalhes e sinais que nos
revelaria que ela pode ser introvertida e até
tímida. Não, preferimos pensar o pior por puro
comodismo.

Se uma terceira nos trata mal, já tomamos por


certo que ela é uma pessoa encrenqueira e
vive procurando confusão, ou “só pode ter algo
contra nós”. Não nos ocorre que ela pode estar
sinalizando, de maneira não verbal, uma série
de problemas pessoais para os quais ela não
vê saída.
A Arte de Ler as Pessoas

Percebeu? No nosso mundo psicológico há


também claramente uma separação entre
Percepção e Realidade.

Um exemplo perfeito da nossa tendência de


confundir percepção e realidade vem de
alguém que, por ofício, esperaríamos não
cometer esse tipo de erros:
O psicólogo John Powell, num de seus livros,
conta uma história sobre uma aluna que
sempre o olhava de cara amarrada na sala de
aula. Ele entrava, sorria, dava bom dia a todos,
e lá estava ela, com aquele ar costumeiro de
reprovação.
Um dia ele foi até ela e perguntou:
– Eu lhe fiz alguma coisa ou tratei-a mal?
A resposta que ele ouviu não poderia ser mais
desconcertante:
A Arte de Ler as Pessoas

– Não – respondeu ela – É a sua segurança e


evidente alegria que me incomodam. O senhor
entra na sala e parece tão feliz e tão cordial
que eu não consigo suportar. Sou muito
introvertida e preciso fazer um esforço enorme
só para dizer “olá” a alguém. Acho que o
detesto por fazer isso parece tão fácil.”

Viu? É por isso que temos de ter muito cuidado


para não confundir o que as pessoas falam ou
parecem com a realidade que elas escondem e
disfarçam. Até porque todos nós usamos
máscaras.

As máscaras que usamos

O psicólogo William James escreveu que um


ser humano possui tantos “eus” quantas forem
as pessoas cujas opiniões ele se importa.
A Arte de Ler as Pessoas

O estudioso italiano Roberto Asaglioli chama


essas várias máscaras que usamos de
“subpersonalidades”, dizendo:
“Há tantos eus, tantos seres contraditórios
quantas são as aparências, as imagens que
se refletem nos outros e que são
construídas pelos outros. Não apenas
temos uma multiplicidade de elementos
diversos em nós como também os outros,
ao se relacionar conosco, projetam em nós
uma série de imagens; nos veem e nos
sentem de uma forma diferente do que
somos, e esses modos muitas vezes
contrastam, seja conosco seja entre si.”
Quer entender melhor as máscaras alheias? É
fácil.
Tente pensar na multiplicidade de máscaras
que você usa desde cedo, ao sair de casa e ao
longo do dia. No trabalho, com os colegas da
A Arte de Ler as Pessoas

escola ou faculdade, ao cruzar com as pessoas


na rua.
Assumimos várias expressões ou papéis,
vestimos uma máscara sorridente porque era
isso que esperavam de nós.
Oras, se você usa máscaras para se esconder e
se disfarçar, os outros fazem o mesmo lá fora.
Mas há um “momento de verdade”, para o
qual nos chama a atenção Anna Guglielmi,
autora do livro A Linguagem Secreta do Corpo
e especialista em linguagem não verbal:
“Quando se encontra alguém, há um
instante brevíssimo de “verdade”: é o
momento que precede o ato de usar uma
máscara e assumir um papel, antes de se
apertar a mão e saudar. Neste curto
tempo, os dois rostos estão nus e se
mostram como são. Logo depois, pelo
modo que as mãos foram apertadas e as
primeiras palavras trocadas, você já terá
A Arte de Ler as Pessoas

formado uma opinião sobre a pessoa. Ela


será julgada simpática ou antipática,
arrogante ou indiferente; mas atenção,
esta é a segunda impressão.”
Guglielmi é da opinião que é a “primeira
impressão”, aquela primeira sensação que
temos sobre alguém – na qual devemos
confiar. Foi a nossa intuição que nos avisou:
cuidado com essa pessoa.
De fato, e eu já tinha tocado nisso lá atrás: a
primeira sensação, aquela que nos deixa
desconfortáveis e cismados, aquela que a
nossa intuição capta, antes de toda intimidade
ou apresentação, deve ser considerada.
Depois disso o que se vê é um “baile de
máscaras” social. Todo mundo querendo
parecer simpático e tentando se mostrar como
não é.
Os nossos ouvidos nos enganam, assim como
os nossos olhos, assim como o tato que nos
A Arte de Ler as Pessoas

confunde depois de um abraço ou aperto de


mão caloroso, nos dando uma percepção falsa
da realidade.
Mas também fará isso uma leitura deficiente
que fizermos da complexa expressão corporal
de uma pessoa.
Alguns gestos, expressões e posturas, lidos de
qualquer jeito, poderão mais nos confundir do
que nos esclarecer.

A linguagem corporal e não verbal, quando


bem compreendidas e decodificadas – e
sempre conjugadas com a linguagem verbal –
nos faz aproximar da realidade emocional de
qualquer indivíduo.
Jamais, porém, pense que entender gestos,
palavras, micro ou macro expressões, será o
suficiente para captarmos com precisão toda a
complexidade pessoal de cada ser humano.
A Arte de Ler as Pessoas

A habilidade de ler as pessoas pode sempre ser


aprimorada e refinada, mas em muitos casos
uma boa e íntima conversa poderia nos revelar
muito mais sobre alguém. Se possível, não
substitua essa por aquela.

E para concluir esse capítulo de ressalvas,


nunca é demais ressaltar:
Não há truques, estratégias e métodos que
consigam por completo compreender um ser
humano.
Se fosse assim, todas as polícias, investigações
e processos judiciais do mundo seriam inúteis.
Bastava reunir uma meia dúzia de especialistas
em linguagem não verbal perante alguns
suspeitos, o verdadeiro criminoso seria
identificado e condenado. Assim, daríamos
adeus aos erros de investigação e às sentenças
equivocadas que condenam tantos inocentes.
A Arte de Ler as Pessoas

Mas nem tudo está perdido. Ao menos no


nosso dia-a-dia é possível escorregar menos
em nossos “vereditos”.
Para isso, no próximo capítulo vamos
apresentar os cinco critérios que são
imprescindíveis para tornar a habilidade da
leitura corporal mais eficaz e apurada.
A Arte de Ler as Pessoas

Coleção “Linguagem não


verbal”:

A Arte de Ler as Pessoas (livro I)

A Linguagem Não Verbal do CARISMA (livro II)


A Arte de Ler as Pessoas

ELE está a fim de Você? – A linguagem não


verbal do Homem no Amor (livro III)

ELA está a fim de Você? – A linguagem não


verbal da Mulher no Amor (livro IV)
A Arte de Ler as Pessoas

Os cinco “cês” da
linguagem corporal

A leitura da linguagem não verbal e corporal


não é nenhuma novidade. Saber ler os sinais
corporais uns dos outros é algo que fazemos e
aprendemos desde cedo.
A Arte de Ler as Pessoas

Não só pelo tom de voz, mas pela postura e


expressões faciais, sabemos quando os nossos
pais estão irritados ou com raiva de nós. O
namorado nota quando a namorada não está
feliz, assim como a esposa “lê” o marido ao
chegar e vê que ele não teve um dia feliz no
trabalho.
Identificamos isso até nos animais. Sabemos,
ao olharmos para um cão ou para um gato, se
devemos tocá-los ou não.

E como um hábito inconsciente, levamos isso


para fora de casa. Lemos os sinais corporais
dos nossos colegas na escola, interpretamos o
bom ou mau humor da professora e
entendemos até certo ponto se podemos ou
não nos aproximar daquela garotinha bonita na
gangorra do parque.
A Arte de Ler as Pessoas

Convivendo com outros humanos, rápido


vamos aprendendo a influenciar, seduzir,
intimidar e manipular os outros quando isso
nos interessa. Eles sabem, nós sabemos, todos
usam e abusam da linguagem e da leitura
corporal no dia-a-dia. Alguns gestos e
expressões, como se diz por aí, “até um cego
vê”.

“Em nossa pré-história,


decidir rapidamente se uma
situação ou pessoa
representavam perigo era
muitas vezes uma questão
de vida ou morte.”, nos
relembra a especialista
Carol Kinsey Goman autora
do livro:
A vantagem não verbal – Segredos e ciência da
Linguagem Corporal no Trabalho
A Arte de Ler as Pessoas

E hoje, guardadas as devidas proporções, não é


muito diferente. O nosso mundo social ainda é
perigoso e precisamos saber como evitar os
prejuízos, os ataques e aproveitar as
oportunidades e recompensas.
Mas, às vezes, todos nós ficamos cegos, ou ao
menos míopes, quando confundimos e mal
interpretamos os gestos, as expressões, os
movimentos inconscientes dos outros; quando
achamos que alguém que nos olha e vira a
cabeça, não nos quer por perto porque numa
outra vez foi bem assim que interpretamos o
mesmo gesto em outra pessoa e deu certo.

Há muitos sinais que as pessoas emitem por


meio dos seus corpos para se comunicar, mas
precisamos interromper os nossos julgamentos
e preconceitos, se quisermos interpretá-los
adequadamente.
A Arte de Ler as Pessoas

A linguagem corporal pode ser bem entendida


se considerarmos 5 “cês”:

O contexto em que ela é executada


O conjunto de gestos que se reforçam
mutuamente
A congruência ou correspondência dos
gestos e expressões com a fala.
A consistência dos sinais de acordo com
comportamento padrão de alguém.
A cultura ou os costumes que as pessoas de
aprendem e têm em certos locais.

1. Contexto

Imagine que é uma noite fria de inverno, você


nota que uma pessoa está de braços e pernas
cruzados sentada num banco de ponto de
ônibus. Você se aproxima, e reconhece ser
uma colega sua do trabalho.
A Arte de Ler as Pessoas

Outro dia, em outro lugar, em pleno verão. A


mesma mulher está lá sentada num canto,
separada dos outros, na mesma postura que
você a vira no ponto de ônibus: braços e
pernas cruzadas.

Os sinais são os mesmos, mas o que mudou?


Exatamente! Foi o local, a situação em que ela
se encontra.
Antes ela se mostrava toda fechada porque
estava se protegendo do frio.
Agora, no novo contexto, ela parece estar
desconfortável naquele local.
Muda o contexto, mudam os significados dos
gestos.
Portanto, a primeira lição é avaliar o contexto
em que os gestos acontecem.
A Arte de Ler as Pessoas

Em alguns ambientes, de trabalho ou formais,


certas posturas mais sérias são exigidas. Mas
essas mesmas posturas em um contexto
diferente, são dispensáveis e, se ocorrem,
indicam e exigem outra explicação.
Você provavelmente fala com seu chefe
usando uma postura diferente da que usa para
falar com a sua mãe ou com um amigo de
balada.

Dependendo do dia e da hora do dia, a sua


linguagem corporal pode ser mais relaxada ou
mais sisuda. Vamos demonstrar isso com um
exercício simples de imaginação:
Segunda-feira, você indo para o trabalho.
Sexta-feira, você saindo do trabalho.
Imaginou?
Eu sei.
Nem precisou de uma foto ilustrativa.
A Arte de Ler as Pessoas

Ambientes privados ou públicos, situações


alegres ou tristes (aniversários e velórios)
determinam muito o comportamento das
pessoas e, portanto, o significado deles
depende dessas circunstâncias.
“Todas essas variáveis criam o contexto em que
a linguagem corporal ocorre, e elas precisam
ser levadas em consideração quando se avalia
o significado. A chave é julgar se as condutas
não verbais se adequam ao contexto em que
ocorrem”, nos alerta a Dra. Goman.

2. Conjuntos

Os sinais não verbais ocorrem em conjunto, e


só podem ser interpretados corretamente se
associados.
Cruzar os braços é um exemplo clássico e
muito dado por aí, apontado como um gesto
A Arte de Ler as Pessoas

de indisponibilidade e distanciamento dos


outros.
Esse gesto sozinho pode não querer dizer nada
ou ter a ver com a personalidade da pessoa
(veremos isso melhor adiante).
Mas se vier acompanhado de cara fechada,
balanço negativo de cabeça, afastamento de
uma situação ou de alguém, enfim, de um
conjunto de gestos, pode indicar uma
resistência por parte da pessoa que os exibe.
O comportamento global é mais revelador do
que um simples gesto independente.
Um sorriso. Sinal de simpatia? Uma pessoa
quieta. Orgulhosa ou metida?
Eis um conselho da Dra. Goman:
Conte até três. Abstenha-se de assumir que
cada gesto tem um significado especial, até
perceber mais dois gestos confirmadores que
reforcem a sua interpretação.
A Arte de Ler as Pessoas

3. Congruência

Foi um estudo do Dr. Albert Mehrabian na


UCLA, EUA, que concluiu: o impacto de uma
mensagem baseia-se em 7% nas palavras, 38%
no tom de voz e 55% nas expressões, gestos,
posturas e outras expressões não verbais.
Mas é a congruência ou correspondência entre
a linguagem falada e a gestual que passam a
mensagem corretamente.
O conteúdo verbal não será nada se não for
acompanhado da confirmação física. Uma
pessoa que se diz confiante, feliz e animada,
mas anda de cabeça baixa, vive desarrumada e
pelos cantos, não convencerá ninguém. Não há
congruência entre fala e gestos.
Imagine uma palestra de alguém que falasse
em paz, harmonia e compreensão, mas se
expressae de maneira brusca, com dedo em
A Arte de Ler as Pessoas

riste, gritando e com gestos espalhafatosos.


Você confiaria e seguiria essa pessoa?
Uma moça sai com o namorado, como de
costume, mas ele percebe que ela embora
junto dele, fala de outras coisas, de outras
pessoas e mal o olha nos olhos.
Isso mostra um desencontro entre fala e gesto.
Uma incongruência. Há algum problema que
ela não quer contar? Será que ela quer
terminar o namoro?

A essa altura já temos dados e elementos o


suficientes para, com uma boa margem de
segurança, confirmarmos as suspeitas dele.
Analisemos:
Pelo contexto - encontro amoroso - ela deveria
dar atenção a ele, e não faz isso.
Pelo conjunto de gestos, ela parece não querer
estar ali.
A Arte de Ler as Pessoas

Pela falta de congruência entre presença física


e ausência emocional (falando de quem está
longe), o rapaz parece não animá-la mais.
Você aí acha que se o rapaz pensar que aquele
pode ser o último encontro estará muito longe
da verdade? Eu acho que não.

Para concluir o tópico, se você chama alguém


para fazer algo animado, e a pessoa responde
afirmativamente com a boca, mas reage como
se fosse fazer uma cirurgia delicada, isso pode
indicar muita coisa sobre a disponibilidade
dela.

4. Consistência

Tem a ver com o padrão de comportamento


da pessoa, os hábitos e manias não verbais que
ela costumeiramente exibe.
A Arte de Ler as Pessoas

Eu tenho um vizinho que vive, adivinha só, de


braços cruzados! É sua postura característica.
Qualquer pessoa que não levasse em
consideração essa postura comportamental
constante dele, diria que ele não é muito de
contato e aproximação.
Mas ele é exatamente o oposto! Poucas
pessoas são mais solícitas e disponíveis a
ajudar os outros (até demais, para prejuízo
dele!).
Uma pessoa pode ter um estilo relaxado,
despojado no andar e no vestir, mas ser
extremamente responsável e ativa nas suas
tarefas.

É comum os introvertidos passarem a ideia de


serem sérios, pessoas sistemáticas e nada
interessantes.
Apesar da quietude ser uma característica
desses indivíduos, muitos deles são bastante
A Arte de Ler as Pessoas

engraçados e conversadores, apesar de não


fazerem isso com qualquer um.
O comportamento mais geral de alguém
precisa ser levado em conta, antes de
interpretarmos qualquer gesto ou expressão
não verbal daquela pessoa.

A Dra. Goman conta um fato pessoal em seu


livro que ilustra maravilhosamente a questão.
Ela havia ido fazer uma apresentação para o
diretor-presidente de uma empresa. A reunião
era uma amostra de um treinamento que ela
daria aos funcionários da empresa no outro
dia, caso fosse aprovada.
O diretor-presidente durante todo o encontro
permaneceu sentado à mesa, calado e com os
braços “firmemente cruzados”, para o
incômodo da palestrante. Não esboçara uma
reação sequer.
A Arte de Ler as Pessoas

Ao terminar, ele levantou-se e, sem contato


visual algum, agradeceu pela apresentação e
deixou a sala. “Ele não deve ter gostado”,
pensou a Dra. Goman.
Quando ela já estava no elevador, a assistente
do diretor veio até ela e disse que o seu chefe
ficara bastante impressionado com o seu
trabalho.
Chocada por ter interpretado toda a linguagem
corporal fechada do sujeito como sendo de
reprovação, ela perguntou à assistente como
teria sido a reação se ele não tivesse gostado.
“’Ah” – disse a assistente – se ele não tivesse
gostado teria saído no meio da apresentação
sem nem sequer dizer tchau!”
Sim, os sinais indicavam uma coisa, mas o
comportamento dele habitual era fechado, frio
e inexpressivo, ainda que gostasse de algo.
Entender a consistência comportamental de
alguém na hora de fazer a leitura corporal e
A Arte de Ler as Pessoas

interpretá-la precisamente é determinante se


não quisermos cair nos “achismos”.

5. Cultura

Tudo o que nós aprendemos, vivenciamos e


cultivamos vindos dos diversos ambientes e
experiências que tivemos, dá forma ao nosso
jeito de ser e de fazer, molda o nosso
comportamento. E é óbvio que isso interferirá
no nosso gestual.
Bailarinos, por exemplo, se posicionam com o
peito para frente, mesmo quando estão fora
do ambiente de dança onde originalmente lhes
era exigida essa postura.
Militares tendem a se colocar de pé com os
ombros para trás e coluna reta, mesmo quando
saem do trabalho.
A Arte de Ler as Pessoas

O mesmo acontece com gente que trabalha


teclando o dia inteiro: a postura deles em
outros locais costuma ser curvada.

Pessoas de locais e regiões diferentes


costumam andar, se mexer, se cumprimentar e
até sentar de modos muito diversos.
Você já percebeu como pessoas de bairros
mais populares vivem mais na rua, interagindo
e conversando do que as pessoas de bairros
cuja classe é mais elevada?
Na Escandinávia, por exemplo, o espaço
pessoal – a distância que as pessoas mantêm
uma da outra no cotidiano – é bem maior do
que o que nós latinos estabelecemos entre
nós.
Uma norueguesa típica pode gostar de você e a
presença dela mal ser percebida no ambiente,
devido à distância que ela manterá.
A Arte de Ler as Pessoas

A educação escolar, os hobbies, os interesses


também determinam muito o gestual de cada
pessoa ou grupo.
Pessoas criadas em ambientes repressores são
mais contidas e discretas em gestos, ao passo
que as pessoas criadas em ambientes
expansivos e estimulantes costumam ser mais
espontâneas e gesticulam mais.
Depois do exposto acima, acho que dá para
perceber que a arte de ler pessoas não é uma
tarefa simples e irresponsável.
Os cinco cês elencados são os elementos
indispensáveis para que a interpretação da
linguagem corporal de alguém seja precisa e o
mais próximo da realidade possível.
Por isso é necessário treino, observação e tato
na hora de considerar o significado das
expressões não verbais de um indivíduo.
No próximo capítulo, veremos os sinais
comportais mais característicos e o que podem
A Arte de Ler as Pessoas

querer dizer, conforme os cinco elementos


citados e explicados nesse capítulo.
A Arte de Ler as Pessoas

Dicas, macetes e
estratégias para ler a
Linguagem Não Verbal

Uma distinção que precisa ser feita para deixar


o assunto muito mais claro é entre:

Linguagem Corporal: que basicamente é o


conjunto de gestos, expressões e posturas que
alguém exibe em determinadas situações e de
acordo com certos estados emocionais. É
circunstancial
A Arte de Ler as Pessoas

Linguagem Não Verbal: que é o conjunto de


hábitos, comportamentos e costumes a longo
prazo que uma pessoa carrega no dia-a-dia, e
que nos ajuda a perceber a constância do seu
jeito de ser. Ela nos possibilita a conhecer
melhor o indivíduo.
A primeira pode estar contida na segunda, mas
é variável, como dissemos, dependendo da
situação e excitação do indivíduo.
Mas, então, sabendo disso e levando em conta
todas as considerações feitas até aqui, o que é
preciso levar em conta na hora de lermos a
linguagem corporal e verbal das pessoas no
dia-a-dia?

Comportamento Padrão

Todos nós vamos estabelecendo, a partir da


nossa personalidade e das influências do
A Arte de Ler as Pessoas

ambiente uma forma de lidar com as coisas,


com as pessoas e com tudo o que nos afeta.
Com o tempo vamos assumindo alguns
trejeitos no nosso jeito de falar, de nos
comunicar e de nos comportar.
Há alguns especialistas chamam a esse
comportamento padrão e individual de
”baseline” (“linha de base” em português).
Tem tudo a ver com a consistência
comportamental de alguém da qual falamos
no capítulo 3.
Certamente você mesmo já deve ter visto que
uma pessoa calma, tranquila e que falava
baixo, de repente ficou agitada, passou a se
mexer e falar rápido.
Ou terá sido o contrário, um amigo ou
conhecido que costuma ser agitado, inquieto,
falar alto, de uma hora para outra e “do nada”,
começou a falar baixo, a gesticular pouco e por
algum motivo ficou paralisado?
A Arte de Ler as Pessoas

Isso é o que se pode chamar de “quebra da


linha de base”.
É quando a pessoa sai do comportamento
normal e para de exibir os seus gestos e
maneirismos porque algo mexeu
emocionalmente com ela.

Sinais de Desconforto

Geralmente, os seres humanos normais são


passíveis de constrangimento em situações de
tensão. E, no que tange a comunicação não
verbal, o constrangimento se mostrará com
toda a sua força a partir da nossa própria
psicofisiologia.
Além do tom de voz, de outros gestos
facilmente notáveis, a quebra da linha de base
ou da consistência comportamental se revela
por meio de sinais de desconforto:
A Arte de Ler as Pessoas

Cobrir/ tocar/desviar os olhos:

Quando uma pessoa está constrangida,


desconfortável ou mentindo, ela tende a se
esconder ou fugir do que está dizendo,
tocando, cobrindo ou desviando os olhos. As
crianças fazem isso de maneira explícita. Mas
nós adultos, como somos mais “maduros”,
disfarçamos o mal-estar de maneira mais sutil
e mais rápido.
NOTA: Isso acontece no exato momento do
desconforto, seja porque é mentira ou porque
a pessoa não tem certeza da sua afirmação.

Compressão dos lábios/engolir em seco:

Você quer saber a real opinião de alguém


sobre alguma coisa ou se o que o vendedor
está dizendo é verdade?
A Arte de Ler as Pessoas

Veja se nesse momento (além de fugir com os


olhos) ele aperta os lábios e engole em seco. Se
esses três gestos vierem juntos é certeza que
há algo de errado acontecendo. Mentira? A
pessoa está insegura?
Se esses gestos não estavam acontecendo
antes (“baseline” da pessoa, lembra?),
somente com esses citados acima você já terá
uma boa noção do quanto deve ter cuidado
com certas pessoas.

Coçar ou tocar o pescoço:

Não é incomum que muita gente perceba que


se alguém está se coçando muito, isso é sinal
de que tem coisa errada.
Quando ansiosos, os homens tendem a coçar
com as pontas dos dedos e as mulheres
A Arte de Ler as Pessoas

costumam pôr ou passar a mão na base do


pescoço.
Faz parte dos chamados “gestos pacificadores”,
uma forma de a pessoa dizer a si “Calma, nós
vamos sair dessa, vai ficar tudo bem”, nos
ensina o especialista em
Linguagem Corporal e
microexpressões faciais,
Vitor Santos.
Os gestos pacificadores
mais comuns:
 Coceiras nas orelhas;
 Apertar as mãos, braços, pulsos dedos;
 Acariciar ou tocar os próprios braços, pernas
ou até mesmo objetos;
Novamente, isso não indica exatamente que há
uma mentira sendo contada, simplesmente nos
deixa de sobreaviso de que algo está faltando
naquela história.
A Arte de Ler as Pessoas

Gestos “arejadores”:

A pessoa exibiu todos ou alguns os gestos


anteriores e, embora não esteja calor, ela
começa a puxar a gola de lado, arregaçar as
mangas, soprar como se estivesse cansada,
afastar os cabelos do rosto (muito fácil de ver
se a pessoa tiver cabelo grande).
Por que ela estaria buscando ar exatamente
nesse momento em está falando (ou apenas
por estar perto) com você?
O ex-agente do FBI e hoje
palestrante mundialmente
conhecido sobre Linguagem
Não Verbal, Joe Navarro,
nos lembra:
É muito mais fácil identificar
gestos negativos ou de desconforto do que
gestos positivos. Eles chamam mais a atenção.
A Arte de Ler as Pessoas

Quanto aos gestos positivos, usados na vida


social e principalmente no amor, vejam os
volumes 3 e 4 desta Coleção.

Movimentos e posturas de fuga:

Quando estamos tensos, nervosos, inseguros


ou mentindo (sem um contexto e consistência
comportamental é difícil saber a razão), nós
tendemos a querer fugir da situação.
Alguns gestos comuns são:
Apontar os pés para outra direção;
Afastar o corpo para trás ou para os lados;
Sacudir o ombro (o chamado “shrug”, algo
semelhante a espasmo);
Encolhimento dos ombros, o “turtle effect”
(efeito tartaruga);
A Arte de Ler as Pessoas

# É possível pegar alguém na mentira?

Embora eu me estenda mais nisso no volume


3, quando dou dicas para as mulheres
identificarem um sedutor mal intencionado,
vamos imaginar uma situação hipotética como
exemplo:
Já conhecendo um pouco certa pessoa (sua
baseline=comportamento padrão), durante
uma conversa, você lhe lança uma pergunta
sobre qualquer assunto complicado (religião,
política, fidelidade conjugal, etc.). Observe se
ela:
Desvia, toca a região dos olhos ou começa a
piscar freneticamente (se esconder/fugir),
puxar a blusa ou a abrir o paletó (buscando
mais ar), dá um passo para trás ou para o lado
(afastamento corporal) e dá uma pontada com
os ombros (“shrug”)... Há grande probabilidade
de que ela esteja ou tentando disfarçar algo,
A Arte de Ler as Pessoas

mentindo ou omitindo a sua verdadeira


opinião sobre o assunto.
Tudo isso pode ser deflagrado pelo medo (uma
das 7 expressões faciais universais das quais
trataremos no final do capítulo).

Proxêmica:

A proxêmica é o estudo da distância que


estabelecemos entre nós e os outros nas
interações sociais.
Você sabe o grau de intimidade das pessoas
pela distância estabelecida – e inconsciente,
muitas vezes – entre elas.
Segundo Kinsey Goman, há cinco zonas
espaciais:
Zona íntima (0 a 45 cm): reservada a familiares
entes queridos. Namorados e Cônjuges felizes
se utilizam dela.
A Arte de Ler as Pessoas

Zona pessoal (45 a 60 cm): Essa é a distância


que as pessoas mantêm em interações sociais
do cotidiano.
Zona pessoal afastada (60 cm a 1,20m): aqui
as interações são menos afetivas, talvez com
desconhecidos e ambientes formais.
Zona social (1,22m a 3,65m): usada para
estabelecer contatos profissionais e formais,
sem intimidade.
Zona pública (mais de 3,65m): usadas por
palestrantes.
Se em ambientes profissionais, as pessoas
forem vistas interagindo nas zonas pessoal ou
íntima, desconfiaremos que elas ou são amigas
ou são “algo mais”.
Note que às vezes essas zonas (que na verdade
são estabelecidas social e culturalmente e
podem variar) são totalmente desconsideradas
e ficamos desconfortáveis.
A Arte de Ler as Pessoas

Você certamente já esteve num elevador ou


num trem lotados, e viu como as pessoas
costumam reagir, tendo de ficar tão perto de
estranhos, tendo as suas zonas pessoais e
íntimas invadidas?
Elas olham reto – ou para cima ou para baixo,
ou para o painel – e não fazem contato visual,
como uma forma de reestabelecer a distância
que naturalmente deveria existir entre elas.
Não é à toa que quando alguém invade o nosso
espaço pessoal ou íntimo, sem necessidade,
isso pode indicar:
Interesse afetivo
Dominação (um chefe)
Manipulação e controle (um agressor)
Falta de habilidade social
Nas demonstrações de interesse amoroso
(volumes 3 e 4), uma das características mais
A Arte de Ler as Pessoas

indicativas disso é exatamente o quanto nós


nos aproximamos dos outros.
Nos ambientes profissionais e empresariais, tal
comportamento inclusive é permitido de
acordo com o cargo exercido pelo “invasor”.
Alguns chefes autoritários intimidam os
empregados desrespeitam os espaços
pessoais, tocando-os ou até sentando em suas
mesas quando vão conversar sobre algo.
No mundo social, se uma pessoa avança cada
vez mais para o seu espaço íntimo – não
havendo outra razão – isso sinaliza tentativa
de controle ou de manipulação.
E há, claro, aquelas pessoas que se perdem nas
interações sociais, devido à carência afetiva ou
falta de habilidades sociais, e muitas vezes
invadem o espaço alheio sem terem noção do
que estão fazendo. Essas pessoas precisam ser
orientadas.
A Arte de Ler as Pessoas

Sendo assim, e dependendo do contexto ou


situação em que se dão, a aproximação pode
ser normal, aceitável e bem-vinda ou
inadequada, inaceitável e agressiva.
Tirando esses outros casos especiais em que
essas barreiras precisam ser quebradas:
dentistas que precisam tratar da nossa boca,
um personal trainer para explicar um exercício,
policiais para arrancar a verdade de um
suspeito – todas as outras formas de invasão
do espaço pessoal devem ser analisadas em
consideradas em seus limites.
E fique atento/a para as situações em que
aproximação física for exagerada, a ponto de
por em risco a sua segurança física e
emocional.
Havendo abuso, não hesite em reclamar com a
pessoa ou com o responsável por aquele
ambiente e, se for preciso, denuncie às
autoridades.
A Arte de Ler as Pessoas

As microexpressões faciais

A antropóloga Margaret Mead dizia que os


nossos gestos são culturais ou apreendidos. Ela
achava que mesmo os povos distantes quando
reagiam emocionalmente iguais aos ocidentais,
o fariam devido à influência da televisão e da
propaganda.
Mas o psicólogo Paul
Ekman, após um
profundo e amplo
estudo com nativos
de Papua Nova
Guiné, em 1976,
comprovou que não
era bem assim. Nem
tudo era aprendido, mas reações naturais da
nossa humanidade comum.
E foram catalogadas 7 expressões universais,
para demonstrar emoções.
A Arte de Ler as Pessoas

Isto é, não interessa qual a nossa classe social,


os países de origem, a cultura que nós
recebemos, a idade que nós temos, se são
homens ou mulheres, nós sempre exibiremos
as mesmas expressões faciais quando
estivermos sentindo: medo, surpresa, nojo,
felicidade, desprezo, tristeza, raiva.
A Kinésica é a ciência que estuda os gestos e as
expressões faciais humanas.

Ira ou Raiva:
A Arte de Ler as Pessoas

Medo:

Espanto ou Surpresa:
A Arte de Ler as Pessoas

Desprezo:

Tristeza:
A Arte de Ler as Pessoas

Felicidade:

Nojo:
A Arte de Ler as Pessoas

As microexpressões faciais genuínas tem


duração de máximo 1 segundo. São reações
emocionais instintivas.
Elas até podem ser fingidas, mas durarão mais
tempo e a transição entre elas, principalmente
entre elas será menor, o que demonstra a sua
falsidade.
A expressão de felicidade genuína se desfaz
lentamente. Se alguém sorri ao lhe ver e
desmonta o sorriso rapidamente, isso indica
falsidade.
O mesmo se diga quando há transição da
expressão de surpresa para a de tristeza: há
uma gradual mudança na face até surgirem as
lágrimas. Exemplo: uma pessoa recebe a visita
surpresa de um parente querido.
Todos nós já testemunhamos tais expressões
quando realizadas de modo muito exagerado
como nas ilustrações. Nesses casos, a pessoa
A Arte de Ler as Pessoas

não está procurando escondê-las. E podem ser


chamadas de macro expressões.
Mas existem as situações em que as emoções
estarão lá, mesmo que a pessoa que as exibe
não pretenda demonstrá-las.
Isso porque as emoções são instintivas,
portanto incontroláveis.
Como não é possível disfarçar as emoções, elas
vazarão por meio de alguma(s) das expressões
básicas acima.
São reações fisiológicas automáticas e
inconscientes, mostrando para o mundo o que
se passa em nosso interior, ao menos naquele
momento específico.
Uma pessoa pode exibir uma expressão de
desprezo num segundo, ao ver alguém, mas ao
receber um presente dela passar a exibir uma
expressão de felicidade.
A Arte de Ler as Pessoas

O desprezo ou medo pode não ser dirigido ao


outro, mas a si mesmo. Imagine que você
tenha prejudicado essa pessoa que acaba de
lhe dar o presente, e por sente medo que ela
descubra e se despreza pelo mal feito a alguém
inocente que ainda vem e lhe agrada!
Assim como uma expressão de felicidade pode
não ser sempre positiva. Eu posso ficar feliz
pela chegada de alguém não porque gosto
dele, mas porque ele vai servir aos meus
propósitos em dada situação.
Ex: Você chega à empresa e o chefe exibe
todos os sinais faciais de alegria ao ver você.
“Ele me adora”, você pensa. Mas depois
descobre que ele precisava de mais alguém
para compor a equipe de uma tarefa de última
hora.
A expressão de nojo, tanto pode indicar que
consideramos tóxico ou desagradável alguma
coisa ou alguém diante de nós, como pode ser
A Arte de Ler as Pessoas

autodirigida: o sujeito pode sentir nojo de si


porque não corresponde aos sentimentos
positivos do cônjuge num relacionamento
amoroso – traindo-o – por exemplo.
Dos exemplos acima, podemos tirar as
seguintes conclusões:
Nem toda expressão negativa dirigida a você
pretende ser prejudicial.
Como também nem toda expressão positiva
dirigida a você lhe será a seu favor!
Mais do que as expressões faciais, mais do que
os movimentos e as posturas corporais, o
contexto de cada situação deve sempre ser
levado em conta, assim como a história que
você tem com essa pessoa. Do contrário, você
toma tomar um momento, uma atitude e julgar
alguém, sem nem sequer deixar a pessoa com
o benefício da dúvida.
O domínio da leitura e da interpretação das
microexpressões faciais, é evidente, requer
A Arte de Ler as Pessoas

estudo cuidadoso e prolongado. Mas, sim, com


muita observação e treino, mesmo uma pessoa
comum poderá tirar grande proveito dessa
habilidade de leitura.
O canal “Metaforando” de Vitor Santos,
especialista em microexpressões faciais, pode
ser um bom começo.
Ele analisa diversas personalidades em
diferentes contextos e situações emocionais,
destacando quais expressões aparecem nos
seus rostos e também nos seus corpos.
Vejam o vídeo abaixo do especialista
analisando a atriz Marina Ruy Barbosa. Foi um
dos que achei que demonstra de maneira bem
evidente algumas microexpressões, assim
como certos movimentos e corporais que
parecem indicar algo diferente do que a atriz
pretende transmitir:
Marina Ruy Barbosa: Feliz e Tranquila?
A Arte de Ler as Pessoas

A comunicação não verbal


na prática

Como eu já venho dizendo, dominar a


habilidade de ler as pessoas vai exigir sem
dúvida muita prática.
E tenha sempre presente que a arte de ler as
pessoas, embora possa ser sempre uma
habilidade aprimorável, nunca será totalmente
exata.
Então, da próxima vez que você vier a conhecer
uma pessoa nova ou mesmo se for alguém que
você já conhece, experimente testar algumas
dessas dicas a seguir por algum tempo.
A Arte de Ler as Pessoas

CORPO: MOVIMENTO, POSTURA E


INCLINAÇÃO

#Atenção à maneira como a pessoa


caminha.
Eles arrastam os pés e abaixam a cabeça, ou
andam eretos e firmes com a cabeça erguida?
Aqueles que se arrastam e abaixam a cabeça
podem ser tímidos, carecer de autoestima ou
confiança, ou podem estar temporariamente
tristes e sozinhos, precisando de uma
companhia. Talvez estejam desmotivados.
Aqueles que andam de cabeça erguida
geralmente são mais confiantes e felizes.
Tenha cuidado, porém, para não confundir e
traduzir confiança por arrogância e vice-versa.
Veja o conjunto de gestos e uma coisa ou outra
se evidenciará.
A Arte de Ler as Pessoas

Quando se sabe ler com critério a linguagem


corporal, até mesmo o modo como a pessoa
caminha ajuda a discernir a diferença entre
confiança e arrogância.

#Esteja ciente da postura da pessoa.


Se você está falando com alguém, e ele ou ela
está se inclinando na sua direção, isso pode
significar duas coisas:
Essa pessoa se sente confortável com você e
gosta da conversa.
Imagine que ela já tenha dito coisas agradáveis
e começou a fazer esse gesto agora. Há
congruência entre fala e gesto? Há interesse.
De qualquer que seja o tipo.
Ou
A pessoa é carinhosa e simplesmente gosta de
estar perto das outras.
A Arte de Ler as Pessoas

(Consistência: é o jeito dela com todo mundo,


você não é especial).
Para alguns de nós, esse tipo de proximidade
nos causa desconforto. Queremos proteger
nosso espaço pessoal e, quando alguém quer
entrar, parece invasivo. A reação natural é o
afastamento.
Mas nunca se esqueça de saber mais da pessoa
(consistência), encaixa-la no contexto, ver se
seus gestos e palavras são congruentes, etc.

Quando você dá um passo para trás, ela se


aproxima? Esta pessoa gosta da sua companhia
e talvez até de você. Infelizmente, ele ou ela
não está captando o seu sinal não verbal de
“quero mais espaço”.
Veja que o seu gesto (passo para trás),
provocou e revelou mais do gesto dela aqui
(passo adiante).
A Arte de Ler as Pessoas

Lembro-me de uma pessoa com quem mantive


contato por um tempo. Sempre saíamos juntos
para várias atividades, mas eu percebi algumas
vezes que toda vez em que eu me aproximava
dela, ela instintivamente se afastava.
Eu a incomodava de algum jeito, isso é certo.
Mas nunca descobri a razão. No entanto, para
mim já foi razão suficiente para cortar relações.
Todavia, será que eu exagerei ou acertei na
leitura dela e na decisão de me afastar? Bem,
ela demorou mais de um mês para perceber o
meu sumiço. Alguma dúvida?

Assim como caminhar, a postura pode conter


muitas pistas sobre quem é alguém e como
essa pessoa se sente.
Contexto e cultura precisam ser considerados
nesse ponto.
A Arte de Ler as Pessoas

Outro fato da minha vida. No meu posto de


trabalho de um antigo emprego, eu costumava
baixar a cabeça para ler o livro que eu
mantinha na gaveta do móvel junto ao qual eu
atendia pessoas.
Uma colega me via de longe e, sem entender o
que eu sempre fazia (consistência) toda vez
que eu estava naquele posto (contexto),
perguntava “Você está triste?”.
Por várias vezes eu expliquei a ela qual era a
minha segunda e discreta atividade, mas ela
sempre esquecia e voltava a insistir na sua
interpretação.
Claro que esse é um exemplo inofensivo. Agora
imagine se isso envolvesse uma situação mais
séria, que mexesse com a moral, com a honra
ou a segurança física de alguém?
Um sujeito entra em uma loja ou mercado e
assume uma atitude suspeita.
A Arte de Ler as Pessoas

Uma pessoa sorri e se aproxima de você na rua


ou senta do seu lado numa sala de espera.
O que essas situações podem nos dizer?
Muitas coisas, considerando um, dois ou todos
os “cinco cês”. A habilidade de ler as pessoas é
uma arte e não pode se basear em palpites.

# A pessoa está muito inquieta?


Você já conversou com pessoas que se mexem
sem parar?
Ficam tirando fiapos inexistentes de suas
roupas, ficam enrolando os cabelos, apertam
as próprias mãos, verificam as unhas, ou
simplesmente não param quietas.
Esse comportamento é uma das pistas não
verbais menos compreendidas.
De volta aos “cinco Cês”, portanto!
A Arte de Ler as Pessoas

Embora você possa supor que a inquietação


reflete desinteresse na conversa ou em você,
esse nem sempre é o caso.
Algumas pessoas se incomodam por causa do
nervosismo e do desconforto da situação social
em si.
Se alguém estiver fazendo isso enquanto
conversa, também pode revelar que está
desconfortável com algo que você disse. Nesse
caso, temos um contexto que a deixa mal.
Você pode ter dito algo com o que ela
discorda, mas a pessoa não está certa sobre
como lidar com isso. E ficar se mexendo, se
desviando, pode ser um mecanismo de defesa
para aqueles que não têm confiança suficiente
para falar e reclamar.
Mas é fato que ficar se mexendo demais numa
conversa ou interação, sugere algum tipo de
desconforto e não precisa ser nenhum detetive
para saber disso.
A Arte de Ler as Pessoas

Agora, se é com você ou não, vai requerer uma


análise sempre mais detalhada. Por isso todas
essas dicas precisam ser consideradas juntas.

#A pessoa está longe durante uma conversa


Quer criar uma conexão rápida com alguém?
Copie os seus movimentos. É o famoso
“espelhamento”. Ele se dá inconscientemente,
mas pode ser treinado e deliberadamente
executado.
Se ela cruzar as pernas, cruze as suas. Se ela
inclinar a cabeça para um lado ou olhar numa
direção, faça um gesto parecido pouco depois.
Mas com cuidado e discrição.
A tendência é que essa pessoa comece a se
aproximar e puxe conversa com você, porque
ela o verá como alguém parecido com ela.
Geralmente as pessoas copiam movimentos
inconscientemente, sem saber que isso mostra
A Arte de Ler as Pessoas

o quanto elas simpatizam com você, o


admiram ou “estão na sua”: num evento, numa
interação social, e muito mais na área do amor
(veremos isso melhor em outro livro).
Se você estiver com alguém, principalmente se
fora numa mesa, e ela começar a copiar os
seus movimentos ou pegar objetos na mão na
mesma hora que você (xícara, garfo, copo), isso
indica que ela simpatiza com você. Saiba tirar
proveito disso.
Quem admira quem? Há sintonia entre eles.
A Arte de Ler as Pessoas

a) CABEÇA

É instintivo, até. Se alguém com quem falamos


inclina a cabeça para um lado qualquer, mas
mantendo o olhar em nós, isso nos passa a
impressão de que essa pessoa está atenta e
quer saber mais.
O mesmo se diga do movimento afirmativo
com a cabeça (“sim, estou entendendo!”), ele
nos faz sentir em casa.
Aposto que você imaginou a cena.
É claro que algumas pessoas podem descobrir
– por instinto ou deliberação – que é possível
manipular os outros com esse gesto, se
fazendo mais amigável.
Está entendendo agora por que é importante
todos os gestos passarem pelo filtro dos “5
cês”?
A Arte de Ler as Pessoas

Dica:
Se o balançar a cabeça afirmativamente for
muito rápido e repetido, indica impaciência.
Você já dever ter conversado com alguém que
se comportou assim. Esse não é sinal de que
indique muito interesse e respeito.

b) ROSTO

Quanto mais cedo você aprender a ler os olhos


das pessoas, mais cedo você entenderá se elas
estão felizes, tristes, descontentes ou qualquer
outra emoção. A expressão geral na face das
pessoas também diz muito.
A pessoa está sorrindo quando fala com você,
mas parece ter um olhar totalmente
desinteressado? Ela está revirando os olhos,
levantando uma sobrancelha ou talvez até
sorrindo? Ou ela boceja enquanto ouve você?
A Arte de Ler as Pessoas

Sua testa está franzida em irritação ou


preocupação?
Fique de olho nas expressões faciais e você
encontrará muitas respostas.
Como sempre olhamos mais para a face das
pessoas, é daí que podemos captar muitos
gestos.

O sorriso acima é genuíno, veja os detalhes


indicadores: sorriso amplo e largo, bochechas
arqueadas, canto dos olhos enrugados
(característica da microexpressão de felicidade
genuína).
A Arte de Ler as Pessoas

c) OLHOS

Em praticamente todas as culturas, o contanto


visual é importantíssimo. É o que nos une a
todos, inclusive aos animais. Encarar demais e
olhar de menos para uma pessoa, não só
incomoda como desafia a compreensão.
Dizem que os olhos são as janelas para a alma
e é verdade. O contato visual com alguém para
é um dos mais forte sinais de expressão e das
intenções humanas.
Em geral, é o sinal que a maioria de nós mais e
melhor sabe “ler”. Afinal, é o que mais
olhamos quando conversamos com alguém.
Em condições normais (eventos e interações
sociais), manter o contato visual costuma
representar respeito e interesse pela pessoa
ou situação. Lembre-se das aulas e palestras
em que você já esteve. As pessoas atentas
olham para o professor ou palestrante.
A Arte de Ler as Pessoas

Se numa conversa, a pessoa fica desviando o


olhar sem causa aparente, isso pode significar
a perda do interesse. Ou vergonha.
Como já falado, geralmente esse é o sinal
corporal mais bem entendido por todos. Mais
ainda no aspecto amoroso (que detalharemos
em outro livro da coleção).
Numa conversa, se alguém não nos olha
diretamente, desconfiamos. Será que ela não é
sincera ou está mentindo?
Crianças e pessoas mais ingênuas, é verdade,
desviam o olhar quando mentem.
Mas, calma. O fato de alguém não parar de
olhar para você enquanto fala, também pode
indicar mentira. E alguns usam isso ao seu
favor!
CUIDADO: se um falante mantém o olhar fixo e
sem piscar, a chance de você estar sendo
manipulado é alta.
A Arte de Ler as Pessoas

Mas vamos supor que a pessoa com quem


você está falando evita contato visual.
Se você começar a notar a pessoa olhando para
outras pessoas para o chão ou para outros
objetos inanimados (relógio ou celular), fica
claro que ela não está interessada no que está
diante dela.
Isso nos abre um leque de possibilidades
explicativas.
Ela está desinteressada em você ou na
conversa.
Ela é tímida ou está especialmente nervosa.
Ela está com pressa.
Às vezes tudo isso junto.
Depois de conversar com ela um pouco mais –
e conhece-la melhor e também ao ambiente
(consistência e contexto vem em nosso auxílio,
aqui), você descobrirá qual dessas reações é a
mais provável.
A Arte de Ler as Pessoas

Conhecer essas pistas ajuda você a avaliar se


deseja ou não continuar falando com alguém.
Assim se poupa a ambos de um desgaste
emocional desnecessário, não é mesmo?
Uma conversa de verdade precisa despertar o
interesse bilateral. Do contrário, vira um
monólogo infrutífero.

d) BOCA:

De saída, associamos à boca o sorriso. Este


para ser sincero precisa ser bem aberto, erguer
as bochechas e fazer rugas no canto dos olhos
(veja a imagem do moço, mais acima).
Todo mundo conhece os sorrisos falsos dos
atendentes, recepcionistas e políticos. É fácil
detectá-los.
Mas parecemos perder essa habilidade quando
estamos com pessoas do nosso convívio,
A Arte de Ler as Pessoas

embora nessas situações mais íntimas a


insinceridade também tenha lugar. E o sorriso
entrega.
O bocejo é outro gesto muito sugestivo de
tédio e desinteresse (e não de sono),
principalmente se acompanhado de outros
como tamborilar as mãos na mesa, inquietação
e o revirar dos olhos.
Caso esses sinais começarem a aparecer em
conjunto, está chato o seu papo. Melhore ou
vá embora.

e) MÃOS E BRAÇOS:

Quanto mais evidentes as palmas das mãos,


melhor o sinal de que a pessoa está
desarmada, sem medo. Quanto mais
escondidas, mais tensa e “ameaçadora” a
pessoa parece ser ou estar.
A Arte de Ler as Pessoas

Observe uma conversa ou numa apresentação,


as mãos da pessoa estão à mostra?
Ou elas se escondem quando o assunto fica
sério. Sob a mesa? Nos bolsos?
As mãos entregam muito as nossas mentiras
ou incertezas. Fique atento.
Mãos expostas e visíveis, a pessoa não tem
nada a esconder.
Mãos escondidas ou fora do seu olhar, talvez
você deva ir com cuidado com essa pessoa.
Uma mão no rosto, na boca, ou nos olhos,
enquanto a pessoa conta algo, pode ser uma
forma de disfarçar uma mentira. Redobre o
cuidado. Nas crianças isso é exagerado, elas
cobrem a boca totalmente (e desviam o olhar)
ao mentirem. Os adultos coçam o rosto,
apertam os lábios (e piscam mais os olhos).
A Arte de Ler as Pessoas

#Observe se alguém cruza os braços

A pessoa com quem você está falando tem os


braços cruzados firmemente no peito?
Embora muitos fiquem e se sintam bastante
confortáveis nessa posição (consistência do
comportamento), cruzar os braços pode ter
alguns significados.
Ela pode estar se protegendo contra algo do
que não quer participar. Comece observando
quando você mesmo
faz isso, e se não for
um costume seu, se
pergunte qual o
sentido do gesto.

Essa pessoa está mostrando que não está à


vontade - seja com a conversa seja com você.
A Arte de Ler as Pessoas

Reúna outros sinais antes de tirar alguma


conclusão.

f) TOQUE:

É o gesto que mais demonstra intimidade, e


que também pode ser usado para facilitar a
conexão entre pessoas. Não é à toa que damos
as mãos.
Também é bom ficar atento quando pessoas
desconhecidas tocam você, isso pode ser um
ato amistoso ou disfarçar uma tentativa de
envolver, seduzir e enganar. O toque pode ser
um sinal de intimidade e confiança, mas pode
ser uma poderosa ferramenta para relaxar ou
dominar as pessoas.
Quando aprendemos a ler a linguagem
corporal, aprendemos que “não tocar” é uma
forma de respeitar a privacidade da outra
A Arte de Ler as Pessoas

pessoa. E também sabemos que toca-la pode


fazê-la mais amistosa e aproximá-la.

# Atenção ao primeiro aperto de mão.


É bem normal que, quando encontramos ou
conhecemos alguém pela primeira vez,
estendamos a mão para cumprimenta-lo.
Da próxima vez que você fizer isso, observe se
o aperto de mão foi fraco ou se foi firme.
 Se for fraco, pode indicar que a pessoa está
desinteressada, mas o tipo do gesto
também pode refletir uma falta de
autoconfiança ou autoestima. Timidez, por
exemplo.
 Se for firme, essa pessoa é confiante e
sinceramente está feliz em conhecê-lo.
Também pode significar força e segurança
interior.
A Arte de Ler as Pessoas

Além disso, observe se essa pessoa parece


afastada de você quando aperta sua mão.
Se assim for, isso pode significar uma de duas
coisas:
Ou essa pessoa é extremamente insegura, ou
não é confiável.
Quando você sabe ler a linguagem corporal das
pessoas, você é capaz de discernir entre os
dois.
Como é o seu aperto de mão? Você prestou
atenção a isso?
Você ficaria surpreso com a frequência com
que as pessoas são analisadas a partir desse
único gesto, o que é realmente importante.
Para alguns, isso pode iniciar ou anular um
acordo de negócio. E uma amizade pode não
ter início simplesmente pela falta de confiança
do outro nesse gesto.
A Arte de Ler as Pessoas

g) PÉS E PERNAS:

Os pés e as pernas é que orientam o corpo,


consequentemente, denunciam a nossa
disposição emocional.
Os pés apontam na direção do interesse da
pessoa.
Se enquanto alguém fala com você, e os pés
desse alguém apontam para longe ou para a
saída – e não há motivo para ele fazer isso -,
fique alerta. Desinteresse à vista.
Se alguém estiver pouco à vontade (por uma
série de razões), observe a direção dos pés e
das pernas. A não ser que o contexto force a
pessoa a se voltar noutra direção, eles darão
uma boa indicação do grau de envolvimento da
pessoa naquela situação.
Dê uma olhada na foto a seguir e tente ver
como isso funciona:
A Arte de Ler as Pessoas

Todos estão interessados na moça de blusa azul,


mas embora ela não queira excluir os outros (pé
esquerdo apontado para os dois do meio) ela indica
ter interesse maior no cara de terno cinza. Um
paquera? O chefe? Só o contexto nos diria.
A Arte de Ler as Pessoas

Se pensarmos um pouco sobre a nossa


linguagem corporal, ela é até intuitiva.
Como você pode dizer que está interessado em
algo, se está voltado para outra coisa? É claro
que haveria interesses divididos aí.
Quando gostamos ou queremos algo, nos
voltamos com todo o corpo, nos inclinamos, só
faltando tocar naquilo. Tudo de uma vez!

E agora, ficou claro? Pois é. Uma imagem vale


mais do que mil palavras.
A Arte de Ler as Pessoas

COMPORTAMENTOS ASSOCIADOS
À LINGUAGEM NÃO VERBAL

1. A PONTUALIDADE de alguém

A pontualidade ou a falta dela não é uma pista


da linguagem corporal, mas é um elemento
importante na leitura das intenções, da
personalidade e dos sentimentos de alguém.
Quando você marca com alguém em um local e
horário determinados, ele chega na hora,
atrasa ou se adianta?
Embora isso possa não parecer de grande
importância para a leitura da linguagem
corporal, na verdade é um bom sinal de quem
é essa pessoa.
Se ele ou ela está sempre atrasado, isso nos
leva a considerar algumas razões:
A Arte de Ler as Pessoas

Se outros já reclamaram dela a esse respeito,


essa pessoa não sabe gerenciar o próprio
tempo. É somente uma pessoa desorganizada.
Consistência comportamental.
Ou
Se só é com você que ela atrasa, isso indica que
ela simplesmente não quer encontrar você.
Por isso ela espera até o último minuto para
sair de casa: quanto menos tempo com você,
melhor. Fazer o quê? A vida é assim.
Por outro lado, se ela sempre chega adiantada,
isso indica pontualidade e responsabilidade.
Parece ser uma pessoa íntegra, pois cumpre o
que promete.
Ou
É sinal de que essa pessoa sinceramente quer
estar ali e talvez até goste de você em algum
nível especial.
A Arte de Ler as Pessoas

2. DEMORA em responder às mensagens

Essa dica eu tirei da minha própria experiência


e do que aprendi ouvindo algumas pessoas
próximas.
Quem nunca mandou uma mensagem e ficou
esperando resposta?
Com o tique azul do Whatsapp, os problemas
acabaram. Ao menos para quem sabe “ler” a
mensagem invisível – e você lembra como todo
mundo se revoltou na época que surgiu essa
função? Por que será...?
Há uma frase na internet que diz:
Uma mensagem visualizada e não
respondida já é uma mensagem.
Quando alguém não nos responde, é claro que
temos de analisar o fato por meio de um ou
alguns dos “5 cês”, antes de qualquer
conclusão.
A Arte de Ler as Pessoas

Filtre por meio de cada um deles o que pode


estar acontecendo:
O contexto, o local, não permite que a pessoa
responda.
Talvez seja a “cultura” da empresa ou do tipo
de evento não permitir conversas digitais.
A pessoa pode não ser muito fã do uso de
aplicativos instantâneos de mensagens.
Consistência. Aguarde mais um pouco.
A pessoa falou algo e cumpriu, ou falou que ia
entrar e contato e não o fez? Aqui entra a
congruência.
Há um conjunto de sinais sustentando a sua
desconfiança ou é apenas o “silêncio digital”?
Bem, depois de passar por esses filtros você já
pode tirar algumas conclusões ainda que
parciais.
A Arte de Ler as Pessoas

Fica a pergunta: a citação da página anterior


sobre mensagens não respondidas, faz sentido
para você?

AINDA DESCONFIADO DAS VANTAGENS EM


SABER LER A LINGUAGEM NÃO VERBAL?

Ter uma melhor compreensão das pistas não


verbais simplesmente elevará a qualidade das
suas relações sociais.
Quando você entende as dicas não verbais e
sabe ler a linguagem corporal, as interações
com os outros ficarão mais claras e será mais
fácil notar em que nível de intimidade você
está ou pode chegar com as pessoas.
Note também que você entenderá melhor os
outros, terá mais empatia pelas pessoas com
quem vier a se envolver. Nem tudo vindo delas
é maldade e canalhice.
A Arte de Ler as Pessoas

Além das dicas listadas, certifique-se de prestar


atenção à energia emocional e física das
pessoas.
Não é nada mágico, mas é algo sobre o que a
nossa intuição e os nossos instintos nos
alertam.
E se você juntar a isso a sua capacidade de ler
as pessoas, a sua vida social e afetiva será bem
menos problemática.
A Arte de Ler as Pessoas

Conclusão
Desperte os seus sentidos, apure a sua
percepção: a realidade estará logo ali.

Embora aprender a ler a linguagem corporal


das pessoas possa parecer difícil no começo, na
verdade não é.
Preste atenção a diferentes mudanças em sua
postura, nas suas expressões faciais, nos seus
olhos e até mesmo no seu tom de voz.
Olhe as pessoas conversando e, dependendo
do assunto e das perguntas que sustentam a
conversa, veja como cada uma reage e
responde à outra.
Mas, acima de tudo, faça isso com discrição!
Seja numa conversa na qual você está
participando ou com uma conversa que você
estiver observando de perto.
A Arte de Ler as Pessoas

Só o fato de a pessoa notar que está sendo


olhada, fará com que ela se feche ou comece a
agir artificialmente. E você se confundirá com
os gestos e posturas dela.

Os sinais precisam ser naturais. Todos esses


pequenos sinais têm grande significado, pois
refletem o caráter de uma pessoa e o seu
senso de identidade.
Depois de ter refinado a habilidade de ler as
pessoas, você estará mais ciente sobre aquilo a
que deve se atentar e sobre aquilo que precisa
evitar, em quem confiar e em quem não
confiar.

Muita gente perde dinheiro, emprego e sofre


muitas outras decepções por confiarem demais
nas pessoas erradas. Por que não sabiam
como interpretar aquele sorriso, aquela
aproximação, aquele “ombro amigo”.
A Arte de Ler as Pessoas

Faça uso das dicas práticas mencionadas aqui e


sintonize tudo isso com o sua intuição.
A leitura das pessoas e a confiança na intuição
andam de mãos dadas.
Há algumas pessoas que são mais difíceis de ler
do que outras, mas se você praticar essas dicas
terá mais facilidade em entendê-las, já que
muitas pistas não verbais são impossíveis de
esconder ou disfarçar.
No mínimo, a sua vantagem será não se deixar
enganar tão facilmente. A grande maioria dos
canalhas é facilmente “legível”.

Sempre se lembre dos 5 Cês como sendo os


critérios fundamentais para entender os
gestos e a linguagem não verbal de qualquer
pessoa.
Uma pessoa atrasada pode ter encontrado
problemas de locomoção (contexto ruim), e
A Arte de Ler as Pessoas

não é simplesmente alguém irresponsável ou


indisponível.
Uma pessoa muito ansiosa e que vive
apressada também faz o gesto afirmativo
rápido com a cabeça (consistência), não está
querendo fugir ou desconsiderando você.

Espero que essas dicas sobre a leitura da


linguagem corporal das pessoas lhe sirvam de
algum modo prático em suas futuras
interações sociais.

Nos próximos volumes dessa coleção


exploraremos mais a utilidade da leitura da
linguagem corporal e dos sinais não verbais em
outros aspectos da vida e dos nossos e
relacionamentos humanos.

Até mais!
A Arte de Ler as Pessoas

Textos e livros
inspiradores:

Anna Guglielmi – A Linguagem Secreta do


Corpo
Carol Kinsey Goman – A Vantagem não Verbal
https://www.scienceofpeople.com/body-
language/
https://bornrealist.com/16-important-secrets-
body-language/
https://bornrealist.com/8-great-tricks-reading-
peoples-body-language/
https://www.successpodcast.com/show-
notes/2018/8/29/a-beginners-guide-to-body-
language-nonverbal-communication-with-joe-
navarro
A Arte de Ler as Pessoas

Coleção “Linguagem não


verbal”:

A Arte de Ler as Pessoas (livro I)

A Linguagem Não Verbal do CARISMA (livro II)


A Arte de Ler as Pessoas

ELE está a fim de Você? – A linguagem não


verbal do Homem no Amor (livro III)

ELA está a fim de Você? – A linguagem não


verbal da Mulher no Amor (livro IV)
A Arte de Ler as Pessoas

Meus outros livros:

Crescer e Transcender – Os Benefícios do


Autoconhecimento e as Características da
Mentalidade Expansiva
A Arte de Ler as Pessoas

Seja Mais Autoconfiante


A Arte de Ler as Pessoas

7 lições que aprendi sobre


Mudança de Hábitos
A Arte de Ler as Pessoas

Agora você aprende Inglês!


A Arte de Ler as Pessoas

FELIZ ANO TODO! – Dicas e Segredos para


cumprir as suas RESOLUÇÕES de Ano Novo
A Arte de Ler as Pessoas

Tenha mais AUTOESTIMA – O que é preciso


para você gostar mais de si mesmo
A Arte de Ler as Pessoas

Qual é a sua paixão? – Todos nós temos algo


importante a fazer na vida
A Arte de Ler as Pessoas

Motivação – Um Manual (quase) Definitivo


A Arte de Ler as Pessoas

Vá cuidar da Sua Vida! – Afinal, ninguém fará


isso por você!
A Arte de Ler as Pessoas

Sobre o Autor:

Di Saval tem formação em Filosofia e Teologia. Há muito tempo


é um estudioso e pesquisador independente sobre tudo o que
envolve Autoconhecimento e Crescimento Pessoal. O que ele
tem descoberto em seus estudos é que só conseguimos ser felizes
se descobrirmos a nossa verdadeira identidade e passarmos a
viver, trabalhar e nos expressar a partir dela. Por isso, ele tem
como projeto divulgar, de maneira acessível a todos, tudo o que
ele vem aprendendo há mais de vinte anos sobre temas,
estratégias e ferramentas em geral que nos possam ajudar a
desenvolver as nossas vidas. Além de “blogar” sobre
Autoconhecimento, ele escreve sobre Empreendedorismo, e é um
aventureiro no mundo do Marketing e do Empreendedorismo
Digital.

Contatos
E-mail: didijo@hotmail.com
Instagram: didi_1938

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