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ANÁLISE COMPARATIVA DO MODELO DE TURBINA

EMPREGADO NA USINA HIDRELÉTRICA DE TRÊS MARIAS:


TURBINAS KAPLAN E FRANCIS
André Rosenthal – andrerosenthal8@gmail.com
Daniel Breuer – dani.breuer3098@gmail.com
Vinicius Malta Zachello – vinicius.malta.zachello@gmail.com
Prof. Dr. Antônio Gonçalves de Mello Júnior (Orientador) – antonio.mello@mackenzie.br

RESUMO

A geração de energia elétrica por meio de usinas hidrelétricas é um aspecto importante na história
do Brasil. De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN), estudo realizado pela Empresa de
Pesquisa Energética (EPE) em 2019, este tipo de geração de energia é equivalente a 66,6% da
geração nacional. As turbinas são elementos imprescindíveis no funcionamento dessas usinas e,
devido à variedade de modelos e aplicações, são considerados vários fatores na escolha do tipo de
turbina. Tratando-se da Usina de Três Marias, uma hidrelétrica de significativa importância
histórica e nacional, foi escolhida uma turbina tipo Kaplan mesmo tendo em vista outros tipos de
turbina que poderiam ser válidos dentro da casa de força da instalação. Assim, este trabalho possui
o objetivo de estudar esta escolha, o que foi feito por meio de revisão de literatura sobre turbinas,
como também análise de dados hidrológicos da região do reservatório e análise de custo de potência
instalada. O artigo conclui que a escolha da turbina Kaplan foi correta, devido à capacidade deste
modelo de alterar o ângulo de suas pás de acordo com a vazão de trabalho, como também devido ao
custo da potência instalada deste tipo de turbina ser inferior ao da turbina Francis.
Palavras-chave: Usina de Três Marias. Turbina Kaplan. Hidrologia.

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COMPARATIVE ANALYSIS OF THE TURBINE MODEL USED IN
THE TRÊS MARIAS HYDROELECTRIC POWERPLANT:
KAPLAN AND FRANCIS TURBINES
ABSTRACT

The generation of electricity by hydroelectric power plants is an important aspect in the history of
Brazil. According to the studies carried out by the Empresa de Pesquisa Energética (EPE) in 2019,
the Balanço Energético Nacional (BEN), this kind of generation of electricity is equivalent to 66.6%
of the national grid. Turbines are essential elements in the operation of these power plants and, due
to the variety of models and applications, several factors are considered when choosing the type of
turbine. Dealing with the Três Marias power plant, a hydroelectric with tremendous national and
historical importance, it was chosen a Kaplan turbine even considering other types of turbines that
could be possible inside the powerhouse of the facility. Thus, this work aims to study this choice,
which was done through a literature review on turbines, as well as analysis of hydrological data
from the reservoir region and cost analysis of installed power. This article concludes that the choice
for the Kaplan turbine was correct, due to the ability of this model to change the angle of its blades
according to the workflow, as well as because of the cost of the installed power of this type of
turbine being lower than that of the Francis turbine.
Keywords: Três Marias powerplant. Kaplan Turbine. Hydrology.

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1 INTRODUÇÃO

As usinas hidrelétricas são de grande relevância para a matriz energética do Brasil, sendo
responsáveis pela geração de 66,6% de toda a energia do país segundo o estudo do Balanço
Energético Nacional (BEN) de 2019, realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). As
turbinas são elementos fundamentais no funcionamento desses complexos e, devido à variedade de
modelos e aplicações, se faz necessário um estudo sobre o tipo de turbina que mais se adapta às
características e objetivos de cada usina.
Uma vez exposta à importância da escolha do modelo de turbina correto para cada usina
hidrelétrica no processo de geração de energia e a relevância das usinas hidrelétricas no âmbito
energético brasileiro, justifica-se o estudo do modelo de turbomáquina selecionado na usina
hidrelétrica de Três Marias com a finalidade de verificar a compatibilidade com os requisitos,
características e objetivos da usina, em comparação com outros tipos de turbina utilizáveis.
Atualmente são escassos os estudos referentes a turbinas já instaladas dentro de uma usina
hidrelétrica em funcionamento ou estudos referentes à casa de força da usina de Três Marias. Os
estudos atualmente realizados acabam tendo maior foco em aspectos de impacto ambiental como a
degradação causada pelo reservatório ou em aspectos socioeconômicos que estão ligados a
construção e ao impacto da usina.
O estudo de Oliveira, Silva e Galvíncio (2012) busca quantificar a degradação ambiental
próxima a usina utilizando-se de sensoriamento remoto e parâmetro de qualidade de água. O
sensoriamento remoto conta com o auxílio de imagens de satélite que auxiliam a demarcar as áreas
utilizadas pela agricultura ao entorno da usina, além da população local, os quais afetam
diretamente a qualidade da água.
O trabalho de Fan et al (2013) também aborda aspectos ambientais, apresentando o
desenvolvimento e avaliação de um sistema de previsão hidrológica para região do reservatório de
Três Marias. O trabalho realizado por Abreu (2016) também aborda os aspectos hídricos do
reservatório, utilizando radar altimétrico e imagens orbitais para determinar a variação de volume
na represa de Três Marias.
O estudo realizado por Paula (2017) aborda os aspectos sociais, econômicos e históricos que
estão relacionados com a construção da usina de Três Marias. A execução do projeto contou com o
auxílio de 4000 trabalhadores e a desapropriação de uma área de 1132 km², num período onde não
se havia uma preocupação com impactos ambientais. Também abordando aspectos
socioeconômicos o livro Usinas da Cemig 1952-2005: A história da eletricidade em Minas e no
Brasil (2005) discorre sobre a história de várias usinas da CEMIG, envolvendo desde dados
técnicos das instalações até circunstâncias que envolveram a concepção das mesmas.

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Tratando-se da Usina de Três Marias, considerando fatores históricos, geográficos e
matemáticos, o estudo consiste na análise da escolha pela utilização de turbinas tipo Kaplan,
considerando outros tipos de turbina como a Francis, que, segundo os gráficos de campo de
aplicação de turbinas como o da VOITH HYDRO (2018), seria uma possibilidade equivalente na
usina devido à queda nominal de cinquenta metros.

Figura 1 – Campo de aplicação de diversos tipos de turbinas VOITH.

Fonte: Website VOITH HYDRO (2018).

A resposta deste questionamento pode vir a incluir novos fatores influenciadores no


processo de seleção de turbomáquinas como também criar um questionamento do panorama em
usinas hidrelétricas brasileiras.

2 METODOLOGIA
Devido ao desenrolar do ano pandêmico de 2020, o acesso à literatura física para este
trabalho se tornou extremamente limitado, o que restringiu a amplitude, os critérios de busca e a
seleção de referências apenas para fontes de dados e informações que pudessem ser obtidas on-line.
A etapa inicial do trabalho envolve revisão de literatura e pesquisa documental para expor as
características e os fatos envolvidos na construção e desenvolvimento da usina de Três Marias,
como também englobando os dados técnicos da unidade geradora de energia da usina para análise
no decorrer do projeto.
Em seguida à pesquisa histórica e técnica da usina, ocorreu uma pesquisa de literatura
analítica focada em turbinas, principalmente o livro de Macintyre (1983), para isolar os modelos de

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turbomáquinas que serão o foco do trabalho. Com isso, baseando-se em condições do contorno da
usina, revisão da literatura e gráficos ilustrativos, são evidenciados os modelos Kaplan e Francis.
Após a evidenciação dos tipos de turbomáquinas que serão o foco do trabalho, foi realizada
uma pesquisa bibliográfica para extrair dados hidrológicos da região da usina e do rio São Francisco
como também informações de custo de potência instalada baseado no tipo de turbina, que serão
relevantes para o estudo de turbinas do trabalho. Deste modo há a identificação das variáveis
iniciais e dos resultados que serão esperados no fim do trabalho.
A etapa final envolve uma comparação numérica e analítica do modelo de turbina Kaplan
com o modelo de turbina Francis. Após a aquisição dos dados necessários foi utilizado o software
de planilhas Microsoft® Excel para realizar uma análise das informações hidrológicas e de custo
obtidas anteriormente. As informações obtidas através desta última análise são apresentadas para
cada tipo de turbina de maneira analítica com o intuito de verificar o porquê da escolha da turbina
usada atualmente e se há algum impacto significativo caso houvesse a implantação de outro tipo de
turbina.

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 ENERGIA HIDRELÉTRICA NO BRASIL

A matriz energética brasileira é excessivamente dependente da energia proveniente das


usinas hidrelétricas. Em 2018, a geração hidráulica de energia representou 66,6% da matriz elétrica
brasileira, de acordo com o BEN (2019), estudo realizado pela EPE. De toda a energia produzida, o
setor industrial brasileiro fez uso de 31,7%, enquanto o setor de transporte de carga e passageiros
utilizou 32,7%. 11,2% foram utilizados pelo setor energético, 9,9% em residências, 4,9% na área de
serviços, 4,1% em agropecuária e 5,5% foi direcionado para uso não energético.

3.2 USINA HIDRELÉTRICA DE TRÊS MARIAS

A usina hidrelétrica de Três Marias, que oficialmente é denominada como Bernardo


Mascarenhas, se encontra situada no rio São Francisco, Minas Gerais. O nome da usina se dá em
homenagem ao empreendedor mineiro de mesmo nome, Bernardo Mascarenhas, que no século XIX
inaugurou a primeira grande usina hidrelétrica para uso público na América Latina, a usina de
Marmelos, que hoje se encontra desativada e atua como museu.
A construção se iniciou em Maio de 1957, com o projeto tendo participação da Companhia
Energética de Minas Gerais (CEMIG) e pela Comissão do Vale do São Francisco (CVSF). O
engenheiro Lucas Lopes (1911-1994) que, na época, era o primeiro presidente da CEMIG, é
considerado o grande articulador do projeto, tendo orientado o Plano Geral para o Aproveitamento
Econômico do Vale do São Francisco no fim do governo Dutra (1946-1951). Eventualmente, o

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projeto acabou sendo dividido entre a CVSF, que ficaria responsável pela a barragem, e a CEMIG,
que ficaria responsável pela aquisição dos equipamentos eletromecânicos e assim ficaria dona da
energia produzida.
A usina foi inaugurada em 1961 pelo então presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) e
entraria em operação apenas em 1962 com somente duas unidades geradoras, ganhando
gradualmente mais quatro unidades no decorrer do tempo. Em 1969 a usina estaria funcionando em
seu ápice. Possuía todos os seis geradores de energia ativados, o reservatório com 2.700 metros de
extensão e 21 quilômetros cúbicos de capacidade e gerando-se um total de 387,6 MW de energia,
ou seja, 64,6 MW por cada gerador. Além de contribuir para a geração de energia no estado de
Minas Gerais, a barragem exerce um controle de vazão regulada no rio São Francisco que acabou
permitindo dobrar a capacidade do complexo hidrelétrico de Paulo Afonso (LOPES, 1988 apud
PEREIRA; PAULA, 2017) e também “Três Marias permitiu que a energia de Furnas chegasse a São
Paulo e Rio sem nenhum problema para Minas” (LOPES, 1988 apud PEREIRA; PAULA, 2017).
O projeto da casa de força realizado pela CEMIG foi finalizado após consultoria de vinte e
cinco empresas. Em suma, foram escolhidas as empresas Siemens, que ficou responsável pelos
geradores e equipamento elétrico, e Voith, que ficou responsável pelas turbinas. As turbinas
instaladas acabaram sendo da variedade Kaplan, cada uma com oito pás e sendo projetadas para
uma carga hidráulica menor do que 50 metros, segundo a VOITH (2018).

3.3 HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO DA VOITH

A Voith, que é umas das principais fabricantes de turbina da atualidade, começou sua
história como uma pequena serralheria na cidade de Heidenheim, Alemanha. Desde então construiu
uma história de sucessos e conquistas até se tornar uma corporação de negócios presente em todo o
mundo. Ao longo de sua história, a empresa centenária adentrou vários ramos de produção, desde
máquinas de produção de papel e papelão, nos quais foi pioneira em sua reciclagem, até no
desenvolvimento de turbinas hidráulicas. Em todas as áreas de atuação do grupo foram registrados
marcas importantes e recordes, como a construção da maior máquina de papel de jornal do mundo
até então no ano de 1913, a qual foi superada pela própria Voith em 1966. Ou então como na
construção de doze turbinas Francis com 12.000 HP de potência cada para as usinas nas Cataratas
do Niágara nos Estados Unidos e no Canadá, que em 1903 eram as maiores do mundo.

3.3.1 Histórico

Tudo começou no ano de 1825. Com apenas 22 anos, Johann Matthäus Voith assume a
direção da serralheria de seu pai, que nessa época, possuía apenas cinco funcionários. J. M. Voith e

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seus colaboradores realizavam principalmente reparos em rodas d’água e em equipamentos para
fábricas de papel.
Em 1848, a Voith desenvolveu a primeira desfibradora segundo a patente de Friedrich
Gottlob Keller. Com isso, ele planta a semente para a empresa industrial Voith, que somente deu
frutos em 1856, quando o fabricante de papel Heinrich Voelter de Heidenheim fechou um contrato
para o projeto e a construção de máquinas para a produção de celulose.
O dia 1º de janeiro de 1867 é a data oficial da fundação da empresa J.M. Voith que, nessa
data, já possuía 30 funcionários na empresa. No mesmo ano, J. M. Voith transfere a direção da
empresa para seu filho Friedrich.
Em 1870, a linha de produtos da empresa – máquinas de papel e tecnologia de materiais – é
complementada com mais um ramo de negócios. Com a introdução da construção de turbinas, com
uma turbina Henschel-Jonval de 100HP, as turbinas são incluídas na oferta de produtos da Voith. Já
no ano de 1873, a Voith fornece a primeira turbina Francis para a tecelagem C.F. Ploucquet, em
Heidenheim.
A partir de 1893, a empresa J.M. Voith inicia a fabricação de turbinas Pelton. Para Friedrich
Voith, a produção das turbinas de impulso significa mais um avanço econômico e tecnológico. Para
ele, o contato com a ciência e a pesquisa é essencial: “Para sobreviver à concorrência econômica, é
preciso estar à frente do progresso tecnológico.”. A primeira turbina Kaplan, que leva o nome de
seu inventor, o Prof. Viktor Kaplan, é construída pela primeira vez em 1922, com 1.100 HP.
Ao longo do século XX a Voith realiza importantes conquistas, projetos e aquisições,
crescendo a sua marca e transformando seu nome em sinônimo de qualidade e eficiência.
Atualmente a Voith é um grupo tecnológico que atua em todo o mundo, com um amplo portfólio de
equipamentos, produtos e prestação de serviços industriais. A Voith atende a cinco mercados
essenciais: energia, petróleo e gás, papel, matérias-primas e ainda transporte e automotivo.

3.3.2 Voith no Brasil

Em 1905 são fornecidas cinco turbinas para a usina hidrelétrica de Itatinga, em Santos, e em
1913 são entregues três turbinas Francis para o projeto da hidrelétrica de Sorocaba. No ano de 1958,
são fornecidas turbinas Kaplan para usina hidrelétrica de Três Marias. Contudo, a história da Voith
no Brasil tem início com a fundação da “Voith S.A. Máquinas e Equipamentos”, que foi a primeira
instalação de produção do Grupo Voith no continente americano, inaugurada em 16 de julho de
1964 em São Paulo. O Dr. Hugo Rupf, presidente da empresa na época, convenceu a família Voith
a construir sua própria planta no país, diante das vastas reservas de água e florestas aqui existentes,
que supririam recursos chave para o core business da Voith: geração de energia e produção de
papel.

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Em 1978 a Voith fornece turbinas para a maior usina hidrelétrica do mundo na época: a
usina de Itaipu. A ampliação da usina hidrelétrica é feita por etapas: em 1984, os primeiros grupos
geradores são instalados e, a partir de 1991, doze turbinas Francis produzem energia renovável a
partir de geração hidrelétrica. A Voith forneceu treze das vinte turbinas e onze dos vinte geradores
que estão atualmente operando na usina hidrelétrica de Itaipu.
No ano de 2014, a Voith Industrial Services Brasil celebrou seu décimo aniversário. A
unidade, que é especializada em serviços, iniciou operações no Brasil em 2004, com 300
colaboradores em sua planta no Jaraguá, cidade de São Paulo. Atualmente, a Divisão de Grupo
emprega cerca de 3.500 pessoas no país. A Divisão de Automotivos oferece uma ampla faixa de
serviços, incluindo instalação, desmontagem e manutenção de plantas, limpeza técnica, automação,
testes e operações de linhas de montagem para a indústria automotiva e outros setores. Seus
principais clientes são montadoras de veículos tais como Ford, General Motors e BMW.

3.4 HIDROLOGIA

Uma vez que a construção de uma usina hidrelétrica é algo de porte massivo, é importante
fazer-se um estudo de como ela afeta o ecossistema ao seu redor, no sentido de investigar seus
efeitos na hidrologia do sistema em que a usina está inserida. A água é um elemento fundamental da
biosfera, sendo fator indispensável na existência da fauna, flora e em diversas áreas no âmbito
social e econômico da sociedade humana. Devido à tamanha importância da água, surgiu-se a
necessidade de estudar como a mesma se comporta na esfera planetária, o que originou o campo de
estudo chamado hidrologia. Assim, “a hidrologia é a ciência que trata da água da Terra, sua
ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas e suas relações com o
meio ambiente, incluindo as relações com a vida” (Balbinot et al, 2008).

3.4.1 Influência da localização da UHE de Três Marias

A usina de Três Marias está localizada no alto rio São Francisco, sendo que qualquer
política adotada em tempos de seca irá influenciar diretamente todo o comportamento do rio e,
consequentemente, as bacias hidrográficas ao longo do rio. A imagem a seguir ilustra a localização
dos reservatórios a jusante do reservatório da usina hidrelétrica de Três Marias.
Observa-se a localização do reservatório de Três Marias mais próximo ao alto rio São
Francisco assim sendo responsável pela regulagem da vazão no decorrer de todo o rio. Então é
necessário o maior controle possível e uma análise minuciosa de contingência para abranger os
tipos de cenários adversos, sem que seja prejudicada a geração de energia nas usinas hidrelétricas
localizadas entre o médio rio São Francisco e o baixo rio São Francisco.

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Figura 2 – Localização dos reservatórios no rio São Francisco.

Fonte: Pinto (2018).

3.4.2 Histórico do reservatório da usina hidrelétrica de Três Marias

Segundo dados de 2017 do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres


Naturais (CEMADEN), os anos de 2013 até 2017 são de baixos índices pluviométricos, causando
uma redução de vazão de aporte ao reservatório abaixo da média histórica. O baixo nível no
reservatório além de prejudicar a irrigação e geração de energia, prejudica o abastecimento de uma
parcela da população localizada na região semiárida.
O mês de outubro de 2017 registrou dados alarmantes, entre eles podemos destacar a menor
vazão mensal registrada sendo de 21 𝑚3 /𝑠, cujo antigo recorde mínimo foi no ano de 2014 com 48
𝑚3 /𝑠. A vazão média mensal para o mês de outubro estava 93% abaixo da média dos anos
anteriores, cuja média mensal se mantinha em 292 𝑚3 /𝑠 e, segundo dados de 2017 da Agência
Nacional das Águas (ANA) (2017, apud CEMADEN, 2017).
A vazão para o mês de abril de 2018 foi de 255 𝑚3 /𝑠, sendo que a média para o mês em
anos anteriores (1983-2007) foi de 685 𝑚3 /𝑠, o qual representa uma redução de 63% na vazão
média mensal e simultaneamente, o volume útil registrado no dia três de maio de 2018 foi de
48,5%, uma evolução se comparado com o início do período de chuvas registrado em outubro de
2017.

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Figura 3 – Vazão média anual e precipitação anual observadas em Três Marias.

Fonte: CEMADEN (Fevereiro, 2017, p. 2).

No ano de 2019, a vazão média do aproveitamento hidrelétrico Três Marias registrada foi de
459 𝑚3 /𝑠, 32% abaixo da média de vazão histórica no período de 1983-2018 registrada em 673
𝑚3 /𝑠 e, segundo o ONS (2019, apud CEMADEN, 2019), a vazão efluente média registrada foi de
150 𝑚3 /𝑠, de modo que o reservatório operou no dia primeiro de maio de 2019 com 81,3% da
capacidade total.

Figura 4 – Registro de vazão média do aproveitamento hidrelétrico de Três Marias (2019).

Fonte: CEMADEN, (Junho, 2019, p. 3).

A vazão registrada pelo ONS no mês de janeiro de 2020 foi de 1076 𝑚3 /𝑠, equivalente a
77% da vazão média mensal na bacia no período de 1983 a 2019, cujo valor é de 1399 𝑚3 /𝑠. Ainda
segundo o ONS, a vazão efluente foi de 298 𝑚3 /𝑠 e o reservatório, no dia 2 de fevereiro de 2020,
estava com 72% do volume útil.

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Figura 5 – Registro de vazão média do aproveitamento hidrelétrico de Três Marias (2020).

Fonte: CEMADEN, (Fevereiro, 2020, p. 3).

3.4.3 Comparação de vazões médias mensais.

Comparando as vazões médias mensais da usina de Três Marias com outras usinas
localizadas no rio São Francisco, como a de Sobradinho, a de Itaparica e Xingó nos anos de 2019
pode-se observar uma diferença significativa entre as médias a cada mês.

Figura 6 - Vazões médias mensais em 2019.

Fonte: Elaborado a partir de relatórios mensais da ANA (2019).

3.5 TURBINAS HIDRÁULICAS

A turbina hidráulica é uma máquina que, quando combinada com um gerador elétrico,
transforma a energia cinética e a energia potencial gravitacional do movimento de um escoamento
de água em energia elétrica para o uso humano.
Esse tipo de máquina possui um elemento rotatório composto de pás que permite que a água
se desloque continuamente através de si, produzindo um momento em relação ao eixo de forças
causando rotação e geração de trabalho mecânico.
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3.5.1 Selecionamento de turbinas

É possível a utilização de qualquer tipo de turbina para qualquer velocidade específica


existente, mas baseando-se em estudos empíricos e em prática de projeto é evidenciado que, para
que haja um rendimento significativo, cada modelo de turbina hidráulica só pode ser utilizado em
certos intervalos de velocidade específica. Esses intervalos são representados pela figura abaixo.
Valores elevados da velocidade específica diminuem as dimensões da turbina, mas
aumentam significativamente a velocidade da água no tubo de sucção. Velocidades altas com
quedas nominais altas causam um aumento do custo do projeto, devido às altas velocidades do eixo
principal, ao mesmo tempo em que velocidades específicas pequenas com quedas nominais
pequenas elevam o custo do gerador, devido aos baixos números de rotação.

Tabela 1 – Tabela campo de aplicação dos diversos tipos de turbinas

Fonte: Macintyre (1983, p. 121)

Outro aspecto importante para o selecionamento do tipo de turbina também é o rendimento


esperado da máquina de acordo com a variação de vazão, este que pode ser observado a partir do
gráfico a seguir. Neste gráfico, o eixo das abcissas representa uma porcentagem de descarga
nominal na turbina, enquanto o eixo das ordenadas representa o rendimento esperado de cada tipo
de turbina. O rendimento é um fator significante entre turbinas Kaplan e Francis, já que ambos os
tipos podem ser aplicados em certas situações em que a velocidade específica permite, mas não
possuem o mesmo rendimento de acordo com a porcentagem de vazão nominal.

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Figura 7 – Variação do rendimento com a descarga para os diversos tipos de turbinas.

Fonte: Macintyre (1983, p. 99)

3.5.2 Turbina Francis

A turbina Francis leva esse nome em homenagem ao seu inventor, o inglês James B. Francis
(1815 - 1892), que nasceu na Inglaterra e emigrou para os Estudos Unidos da América
posteriormente. Francis foi encarregado de estudar uma turbina para geração de energia elétrica em
um desnível em um rio e acabou direcionando sua atenção em uma máquina de escoamento com
patente por Samuel Dowd (1804-1879). Após seus estudos, Francis introduziu uma série de
aperfeiçoamentos que se mostraram extremamente significativos sobre a turbina Dowd, o que
acabou atribuindo o seu nome a este tipo de turbina.
Em uma turbina Francis constam essencialmente uma caixa, um distribuidor, um rotor e um
tubo de sucção. Usualmente a caixa é fabricada em formato de caracol, mas pode ser substituída por
uma câmara ou posto de adução. O distribuidor é um mecanismo dotado de pás orientáveis, sendo
responsável pela entrada em ângulos adequados de água no rotor. O rotor é o elemento essencial,
que converte a energia cinética e a energia potencial gravitacional do movimento de um escoamento
de água em energia elétrica. O tubo de sucção fica responsável de conduzir a água que sai do rotor
para um poço ou canal de fuga.

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Figura 8 – Corte longitudinal de uma turbina Francis

Fonte: Macintyre (1983, p. 134)

3.5.3 Turbina Kaplan

Turbinas Kaplan são uma das variedades de turbinas de reação existentes atualmente
situando-se na categoria de turbinas axiais, como as turbinas Bulbo e Propeller.

Figura 9 – Corte longitudinal de uma turbina Kaplan.

Fonte: Macintyre (1983, p. 246)

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A característica principal da turbina Kaplan se encontra na construção do seu rotor que, além
de se assemelhar a uma hélice, possui a vantagem de poder alterar o ângulo de suas pás. Esta
característica de alteração de ângulo das pás diferenciou a Kaplan em relação às outras turbinas pela
possibilidade de poder variar a descarga de água e a potência gerada sem uma variação considerável
do rendimento total, o que não é realidade em outros modelos de turbina.
A empresa Voith foi pioneira no desenvolvimento das turbinas Kaplan, trabalhando em
conjunto com seu inventor, o austríaco Viktor Kaplan (1876-1934). Essa parceria rendeu para a
Voith a construção da turbina mais potente do mundo construída sob medida para quedas inferiores
a 50m, “com potência nominal de 200 MW e um rotor de 10,5 m de diâmetro” (VOITH, 2017).

3.5.3.1 Mecanismo de comando de pás

Turbinas Kaplan possuem dois mecanismos de regularização que trabalham controlando as


pás de maneira simultânea. Um dos mecanismos comanda rapidamente as pás móveis do
distribuidor, controlando a vazão e a velocidade do fluxo de água visando manter constante a
velocidade da turbina para a demanda requerida pelo gerador. O segundo mecanismo, que fica
alojado na ogiva do rotor, é responsável pelo valor de inclinação das pás da turbina dependendo do
valor de vazão. O comando do segundo mecanismo se realiza por ação de uma haste que está
localizada no interior do eixo da turbina, sendo acionada por um servomecanismo que recebe
comandos de um regulador automático de velocidade.

Figura 10 – Detalhe do sistema de movimentação das pás de uma turbina Kaplan

Fonte: Macintyre (1983, p. 250)


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Este mecanismo agrega uma vantagem ao modelo Kaplan, a possibilidade de aumentar o
rendimento da máquina de acordo com a vazão. Em períodos de cheia e de seca, onde há grande
variação de vazão, a turbina pode adaptar-se para a vazão, aumentando a sua eficiência e gerando
mais energia.

Figura 11 – Variação do rendimento com a descarga e fechamento das pás do rotor.

Fonte: Mello Júnior (2020).

3.6 ANÁLISE ECONÔMICA

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e seu documento Premissas e Custos da


Oferta de Energia Elétrica (2018), as parcelas mais expressivas dos investimentos em projetos
hidrelétricos são referentes às obras civis e ao fornecimento e montagem dos equipamentos
eletromecânicos, embora os gastos em ações de mitigação de impactos socioambientais associados
à construção estejam cada vez mais elevados. Deste modo, os custos de investimentos podem ser
agrupados em três categorias principais: obras civis, equipamentos eletromecânicos e ações
socioambientais. Os gastos em obras civis envolvem os custos de construção da barragem, diques,
vertedouro, casa de força, infraestrutura de acesso etc. Já a parcela relacionada aos equipamentos
eletromecânicos envolve os custos de fornecimento e montagem das turbinas, pontes rolantes e
geradores, entre outros equipamentos e máquinas. Por fim, os custos em ações socioambientais
envolvem programas socioambientais, como limpeza do reservatório, conservação de fauna e flora e
apoio a comunidades, como a realocação de pessoas e infraestrutura.
Uma vez esclarecida a relevância do fornecimento e da instalação das turbinas no
levantamento de custos de uma hidrelétrica, é de interesse deste estudo realizar uma comparação de
custo por quilowatt instalado entre as turbinas Kaplan e Francis, para que se obtenha mais um fator
para a análise da escolha do tipo de turbina na Usina Hidrelétrica de Três Marias.

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Para efetuar tal comparação é necessário buscar usinas que possuam modelos diferentes de
turbinas. Para a análise, foram escolhidas as usinas de Ferreira Gomes e Serra do Facão. A primeira
opera com três turbinas Kaplan com uma capacidade instalada de 252 MW, enquanto a última opera
com duas turbinas Francis com capacidade de 212,6 MW.
Com base no documento supracitado, a usina hidrelétrica de Ferreira Gomes possui um
custo unitário de investimento de 1928,08 US$/kW ou 7467,30 R$/kW, enquanto a usina
hidrelétrica Serra do Facão apresenta um custo unitário de 1942,58 US$/kW ou 7523,40 R$/kW. Os
custos e a cotação média do dólar são referenciados dezembro de 2015, ano em que os custos foram
levantados.
Tabela 2 – Características das Usinas de Ferreira Gomes e Serra do Facão.
Usina Turbina Potência (MW) Custo Unitário (US$/kW)
UHE Ferreira Gomes 3 turbinas Kaplan 252 1928,08
UHE Serra do Facão 2 turbinas Francis 212,6 1942,58
Fonte: elaborado a partir do documento da EPE (2018).

A partir de uma análise superficial não é possível concluir qual turbina é mais vantajosa,
pois apesar do custo unitário de Serra do Facão ser maior, isto pode ocorrer pelo fato desta usina
possuir menos turbinas para uma mesma faixa de potência instalada, de modo que seu custo fica
maior, mas não necessariamente por causa do tipo de turbina, e sim pela quantidade de turbinas
instaladas. Contudo, ao reduzir o cálculo para somente uma turbina por usina, é possível estimar
que uma turbina Kaplan em Ferreira Gomes possui capacidade instalada de 84 MW, o que para um
custo de US$1928,08 por quilowatt instalado representa um valor de US$161.628.720,00.
Já a usina de Serra do Facão possuiria uma turbina Francis com capacidade instalada de
106,3 MW, o que para um custo de US$ 1942,58 por quilowatt instalado significaria um gasto de
US$206.496.254,00. Portanto, é possível concluir que para uma mesma faixa de potência e um
mesmo número de turbinas, a instalação de uma turbina Francis sairia mais cara do que a de uma
turbina Kaplan.
Tabela 3 – Características das usinas de Ferreira Gomes e Serra do Facão.
Usina Turbina Custo da Potência Instalada por
Turbina (US$)
UHE Ferreira Gomes Kaplan 161.628.720,00
UHE Serra do Facão Francis 206.496.254,00
Fonte: elaborado a partir do documento da EPE (2018).

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Todavia, para verificar se esta é a regra e não a exceção, há a necessidade de levantar dados
de outras usinas e realizar a mesma comparação. Assim, foram realizadas análises comparativas
entre as seguintes UHEs:

Tabela 4 – Características de usinas com turbinas Francis.


Usina Número de Turbinas Potência (MW) Custo Unitário
(US$/kW)
UHE Belo Monte 18 11233 688,18
UHE Foz do Chapecó 4 855 1198,55
UHE Teles Pires 5 1819,95 723,19
Fonte: elaborado a partir do documento da EPE (2018).

Tabela 5 – Características de usinas com turbinas Kaplan.


Usina Número de Turbinas Potência (MW) Custo Unitário
(US$/kW)
UHE Belo Monte 8 1087 1448,82
UHE Foz do Chapecó 4 700 1025,34
UHE Teles Pires 3 350 1897,68
Fonte: elaborado a partir do documento da EPE (2018).

A partir da mesma análise realizada anteriormente para uma turbina por usina, foram obtidos
os seguintes resultados:

Tabela 6 – Características das usinas de Belo Monte e Estreito.


Usina Turbina Custo da Potência Instalada por
Turbina (US$)
UHE Belo Monte Francis 429.462.552,2
UHE Estreito Kaplan 196.858.417,5
Fonte: elaborado a partir do documento da EPE (2018).

Tabela 7 – Características das usinas de Foz do Chapecó e São Manoel.


Usina Turbina Custo da Potência Instalada por
Turbina (US$)
UHE Foz do Chapecó Francis 256.190.062,5
UHE São Manoel Kaplan 179.434.500,0
Fonte: elaborado a partir do documento da EPE (2018).

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Tabela 8 – Características das usinas de Teles Pires e Baixo Iguaçu.
Usina Turbina Custo da Potência Instalada por
Turbina (US$)
UHE Teles Pires Francis 263.233.928,1
UHE Baixo Iguaçu Kaplan 221.396.000
Fonte: elaborado a partir do documento da EPE (2018).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com este estudo, é possível concluir que a escolha pela utilização de turbinas Kaplan pelos
projetistas originais da usina hidrelétrica de Três Marias não foi equivocada.
Após o levantamento dos dados econômicos e a comparação dos mesmos, é observado nas
tabelas 2, 6, 7 e 8 que o custo do quilowatt instalado para uma turbina Kaplan é inferior ao da
turbina Francis no Brasil, de modo que a utilização de turbinas Kaplan se justifica por ser mais
econômica do que uma turbina Francis.
Além do aspecto econômico, existe ainda o âmbito hidrológico da usina. A usina de Três
Marias está localizada na região do alto Rio São Francisco, como observado na figura 2, sendo
responsável pela regulagem de vazão para as outras usinas no decorrer rio, de acordo com Lucas
Lopes (LOPES, 1988 apud PEREIRA; PAULA, 2017). Este aspecto de entidade reguladora de
vazão para o resto do rio traz consigo a característica da usina sofrer de grandes variações de vazão
ao decorrer de anos ou de meses com base no índice de precipitação, o que pode ser observado na
figura 3.
De acordo com as figuras 4 e 5, podem-se observar ainda as grandes variações mensais em
que a usina opera, com certos meses com vazões acima de 500 𝑚3 /𝑠 e outros com vazões inferiores
a 200 𝑚3 /𝑠. Contudo, o tipo de turbina Kaplan possui um sistema de pás móveis, podendo ser
observado na figura 10, que pode otimizar o rendimento e o comportamento dinâmico unidades
geradoras em situações de vazões diferentes, como mostra a figura 11.
O modelo de turbina Francis, que é o mais indicado para os dados de vazão e queda da
usina, não poderia acomodar as variações de vazão da região, como também não poderia exercer o
papel de regular a vazão para as demais usinas no rio, devido a incapacidade do modelo de alterar o
seu rendimento dinamicamente de acordo com a vazão. Logo, o modelo de turbina Kaplan também
é superior no aspecto hídrico, além do aspecto econômico.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Abordar o tema de geração de energia elétrica é de extrema importância para países como o
Brasil, em que a geração de energia por usinas hidrelétricas possui participação significativa na
malha energética. Tratando-se da Usina de Três Marias, são escassos os estudos referentes à casa de
força da usina, como também há escassez de literatura específica referente a turbinas já instaladas
dentro de uma usina hidrelétrica em geral.
Com a coleta de dados e o estudo bibliográfico realizado por este trabalho, é possível
concluir que a escolha de uma turbina do tipo Kaplan foi proposital. A região onde está localizado o
reservatório da usina hidrelétrica de Três Marias sofre ações severas dos períodos de seca e dos
períodos chuvosos, ou seja, há uma grande diferença nas medidas de vazões conforme períodos
específicos do ano. Portanto, devido ao mecanismo de movimentação das pás do rotor, presente em
uma turbina Kaplan, é possível aumentar o rendimento da máquina de acordo com a vazão,
aumentando a sua eficiência e gerando mais energia.
No entanto, este trabalho possui um escopo limitado, abrangendo apenas a usina de Três
Marias e, do mesmo modo, contribui apenas para esta usina. Pesquisas futuras poderão fazer
estudos mais aprofundados sobre a utilização de turbinas Kaplan e Francis em hidrelétricas de
diferentes portes pelo país, de modo a complementar com o que foi apresentado por este estudo.

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REFERÊNCIAS

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