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Teatro de Bonecos Popular do

Nordeste
O Teatro de Bonecos Popular do Nordeste - inscrito no
Livro de Formas de Expressão, em março de 2015 -
teve seu pedido de inclusão solicitado pela Associação
Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB), o que mostra
a tendência de uma apropriação da sociedade sobre
suas manifestações. Os estados de Pernambuco,
Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, além do
Distrito Federal, compõem a área de abrangência
dessa manifestação cultural. Para o Iphan, esse bem
imaterial não é um brinquedo ou um traço do folclore,
e envolve, sobretudo, a produção de conhecimento
criativo, artístico e com uma forte carga de
representação teatral.
O registro como Patrimônio Cultural Imaterial
justifica-se devido à originalidade e tradição dessa
expressão cênica, repassadas de mestre para
discípulo, de pai para filho, de geração para geração.
Uma tradição que revela uma das facetas da cultura
brasileira, onde brincantes, por meio da arte dos
bonecos, encenam histórias apreendidas na tradição
que falam de relações sociais estabelecidas em um
dado período da sociedade nordestina e de histórias
que continuam revelando seu cotidiano, através dos
novos enredos, personagens, música, linguagem
verbal, das cores e da alegria que são inerentes ao seu
contexto social.
Esse bem cultural imaterial é uma tradicional
brincadeira, com origens no hibridismo cultural,
durante o período de colonização do Brasil.
Assim, pela representatividade que possui, é
uma expressão teatral genuína da cultura
brasileira e muito peculiar do Nordeste, rica da
genialidade de seus criadores e da empatia que
estabelece com seu público. A troca intensa
possibilitou uma diversidade de temáticas:
religiosa, profana ou de costumes populares.
E, apesar desse bem ser amplamente conhecido
como mamulengo, em cada contexto se
desenvolveu de forma diferenciada e possui
diversas denominações: Cassimiro Coco, no
Maranhão e Ceará; João Redondo, no Rio
Grande do Norte; Babau, na Paraíba; e
Mamulengo, em Pernambuco. Carrega
elementos fundamentais para a identidade e
memória de seus praticantes e ainda
desempenha um papel agregador que legitima
as práticas cotidianas nesses locais.
Visto como referência cultural que vem se
atualizando, ao longo do tempo, enquanto
permanecem as relações de tradição, pertencimento
e coletividade no universo cultural na qual se
desenvolve. A brincadeira é iniciada com a montagem
da empanada, uma espécie de barraca. Em seguida,
os brincantes se colocam na parte de trás e o
espetáculo tem início com os bonecos em cena e a
introdução de um texto poético, a loa. Além da
narrativa, a peça contém elementos surpresas, muitas
vezes sugeridos pelo mestre bonequeiro.
Normalmente, as sugestões ocorrem a partir de
conhecimento prévio sobre o público.

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