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Operação Lava Jato


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Sinflório, D.;
SST Operação Lava Jato / Débora Sinflório
Ano: 2020
nº de p.: 10 páginas

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Operação Lava Jato

Apresentação
Nesta Unidade, estudaremos a operação Iniciada em março do ano de 2014,
intitulada de Operação Lava Jato, que possui a finalidade de investigar a atuação de
organizações criminosas envolvidas em um bilionário esquema de desvio e lavagem
de dinheiro, esquema esse que contou com a participação de políticos, empresários,
empreiteiras e da Petrobras.

Há ações judiciais que nasceram do desdobramento destas investigações, tanto


na 1ª Instância como no STJ e no STF; e há investigações em pelo menos 12
países a partir de informações compartilhadas por meio de acordos de cooperação
internacional.

As investigações
Atualmente, a operação conta com desdobramentos na primeira instância no Rio
de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, além de inquéritos e ações em trâmite no
Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF) devido à
apuração de pessoas com foro por prerrogativa de função. Ainda há equipes da
operação atuando nos Tribunais Regionais Federais das 2ª (RJ/ES) e 4ª (RS/SC/PR)
Regiões.

Segundo o Ministério Público Federal, o esquema funcionava da seguinte forma:

As empreiteiras 

Em um cenário normal, empreiteiras concorreriam entre si, em licitações,


para conseguir os contratos da Petrobras, e a estatal contrataria a empresa
que aceitasse fazer a obra pelo menor preço. Neste caso, as empreiteiras
cartelizaram-se em um “clube” para substituir uma concorrência real por uma
aparente.

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Funcionários da Petrobras 

As empresas precisavam garantir que apenas aquelas do cartel fossem


convidadas para as licitações. Por isso, era conveniente cooptar agentes
públicos. Os funcionários não só se omitiam em relação ao cartel, do qual
tinham conhecimento, mas o favoreciam, restringindo convidados e incluindo
a ganhadora dentre as participantes, em um jogo de cartas marcadas.

Operadores financeiros 

Os operadores financeiros ou intermediários eram responsáveis não só


por intermediar o pagamento da propina, mas especialmente por entregar
a propina disfarçada de dinheiro limpo aos beneficiários. Em um primeiro
momento, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador financeiro.

Agentes políticos 

Outra linha da investigação – correspondente à sua verticalização –


começou em março de 2015, quando o então procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) 28 petições
para a abertura de inquéritos criminais destinados a apurar fatos atribuídos
a 55 pessoas, das quais 49 eram titulares de foro por prerrogativa de função
(“foro privilegiado”). Eram pessoas que à época integravam ou estavam
relacionadas a partidos políticos responsáveis por indicar e manter os
diretores da Petrobras.

A investigação se expande para os tribunais 

Paralelamente à operação iniciada no Paraná, com o objetivo de dar mais


celeridade aos processos envolvendo investigados com foro especial, foi
criado, em janeiro de 2015, um grupo de trabalho formado por membros do
MPF e do MPDFT para auxiliar a Procuradoria-Geral da República na análise
dos processos em trâmite no Supremo Tribunal Federal.

Desdobramentos no Distrito Federal 

A partir de decisões do STF, a primeira instância do Ministério Público


Federal passa a ter competência para atuar em casos da Operação Lava
Jato. As deliberações do STF deram-se em virtude de desmembramentos de

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inquéritos ou denúncias relativas a pessoas sem prerrogativa de foro, bem


como de casos em que o relator decidiu por não ter conexão com o esquema
criminoso instalado na Petrobras (MPF, 2020).

Fonte: MPF

Operação Lava Jato

Fonte: Plataforma Deduca (2020).

Com a falta de recursos e o fechamento das mais diversas empreiteiras localizadas


no estado do Rio de Janeiro, região, que já vivia em crise política, em razão do
desdobramento da Operação Lava Jato, que constatou que o bilionário esquema
criminal tinha o ex-governador Sérgio Cabral como líder, houve um profundo
colapso econômico e político.

Em consequência das apurações da operação, o ex-governador do Rio de Janeiro,


Sérgio Cabral, e sua esposa, Adriana Ancelmo, responderam por crimes de
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e chefia de organização criminosa.

Com o avanço das investigações, em 2017, os empresários como Eike Batista e os


irmãos Joesley Batista e Wesley Batista, sócios do grupo J&F — controlador da JBS
– foram presos por envolvimento nos crimes apurados pela Operação Lava Jato.
Em 2018, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) substituiu a prisão
preventiva dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, por medidas
cautelares.

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A Operação Lava-jato no meio


político
Já no âmbito político, a Operação Lava Jato permitiu a prisão por crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro do ex-presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha, e do ex-político e ex-ministro, chefe da Casa Civil, José Dirceu,
entre outros.

Convém destacar que, após recursos, o ex-político José Dirceu teve sua prisão
revogada, em novembro de 2019, pela Justiça de Curitiba com base em decisão
do STF. Já o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, segue em
prisão domiciliar devido ao Covid-19.

Políticos presos pela lava jato

Fonte: Plataforma Deduca (2020).

Podemos destacar, ainda, que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva responde
a diversos processos por crimes apurados na Operação Lava Jato, como de
corrupção e lavagem de dinheiro do então senador Aécio Neves. Além disso, foi
denunciado por crime de corrupção no caso envolvendo a empresa JBS.

Em um primeiro momento, em consequência das denúncias, o senador foi afastado


de seu cargo por ordem do Supremo Tribunal Federal, mas, em virtude do apoio
político, teve o afastamento revogado, visto que 44 senadores votaram a seu favor
contra 26 senadores que votaram contra Aécio Neves, revertendo a decisão da 1ª
Turma do STF.

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Considerando o resultado da Operação Lava Jato desde o âmbito do STF, é


lamentável o número de recursos processuais tendo como destinatária a prisão de
políticos e empresários, fato esse que somente faz aumentar o nível da crise interna
e internacional.

Podemos afirmar que, mais do que nunca, percebemos o total domínio dos aparelhos
políticos em benefício de interesses privados e em desprezo do benefício público,
ou seja, do benefício social. E em razão do mau uso do poder e do recorrente
envolvimento de políticos e partidos políticos em temas relacionados à corrupção,
a opinião pública tem compreendido a política como sinônimo de corrupção.

Como efeitos da crise política, a sociedade, em vez de continuar lutando por seus
direitos sociais mais básicos e pelo fim da corrupção, parece ter naturalizado o
desvio de verbas, o superfaturamento de obras públicas etc.

Crise política.

Fonte: Plataforma Deduca (2020).

Além disso, outro grande efeito da crise é o desinteresse pelo conhecimento da


política, ou de temas que a ela estejam relacionados, pois tornou-se constante a
não busca pela política. Nesse sentido, convém destacar a opinião de Zygmunt
Bauman (2000, p. 125):

Por mais frequente e disseminado que se tenha tornado o uso da palavra


“crise” em nossa época, o estado mental que ela designa foi e é mais
frequente ainda.
A crise, na medida em que a noção se refere à invalidação dos jeitos e
maneiras costumeiros e à resultante incerteza sobre como prosseguir,

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é o estado normal da sociedade humana. De forma paradoxal podemos


dizer que não há nada crítico no fato de a sociedade estar em crise. “Estar
em crise” é a maneira costumeira e talvez a única concebível de auto
constituição (Castoriadis) ou autopoiesis (Luhmann), de auto-reprodução
e renovação, e cada momento na vida da sociedade é um momento de
autoconstituição, reprodução e auto-renovação (BAUMAN, 2000, p. 125).

As palavras do professor Zygmunt Bauman somente reforçam a tese de como as


crises, ainda que duras e que não sejam o sonho de vida a ser vivido por nenhum
ser humano, em realidade contribuem para o desenvolvimento individual, social e
global, pois, através delas, novas estratégias, teorias e pensamentos são criados,
recriados e aplicados.

A crise política internacional


Assim como o Brasil, outros países passam por uma profunda crise política que,
além de causar enormes estragos ao sistema interno do país, são responsáveis por
gerar especulações e confrontos internacionais, como foi o caso da Espanha.

A crise política no mundo em decorrência da lava jato

Fonte: Plataforma Deduca (2020).

Caso Espanha
Durante anos, a política internacional europeia foi considerada como referência para
o desenvolvimento do sistema político mundial, mas nos últimos anos, devido à

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desestabilização de vários países que compõem a União Europeia, ou seja, a zona


do euro, o sistema político europeu passou a viver tempos nebulosos, repercutindo
significantemente na economia mundial. A crise política vivida por um país europeu
tem destacado-se no cenário internacional.

Fechamento
A Operação Lava Jato criada em 2014, já teve vários desdobramentos e muitos
políticos que definiam a vida política brasileira foram presos; hoje cumprem prisão
em estabelecimento prisional ou em prisão domiciliar.

Esta operação teve braços em diversos países, como é o caso da Espanha, que
sofreu embates dos políticos envolvidos no esquema que geraram afastamentos ou
perdas de mandato.

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Referências
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Caso Lava Jato. Disponível: http://www.mpf.mp.br/


grandes-casos/lava-jato, acesso em 11 out 2020.

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