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Com a estreia da

Vila da Bela e
da Fera

E do espaço da
sereia Ariel no
Magic Kingdom, na
Disney,
Orrlando, se rende
as princesas

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ORLANDO:
Felizes para sempre

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Mas a Universal
também faz a festa
com seus malvados
favorito

E o SeaWorld com
suas montanhas-russas
radicais

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Vamos fazer um pedido e agir como sonhadores
Faltava meia hora para o início do Wishes, o show de uma área dedicada à princesa Ariel e um espaço
fogos de artifício do Magic Kingdom, e as ruas es- circense que inclui o brinquedo no qual você voa
tavam tomadas por uma multidão que se dirigia para com o Dumbo. “É a maior expansão que já fizemos
o Castelo da Cinderela. “Por que não vim mais cedo?”, até hoje”, diz Todd Heiden, diretor internacional de
eu pensava, irritada, temendo não conseguir assistir relações públicas da Disney.A ampliação vai até 2014,
ao espetáculo de um bom ângulo de visão. Eu tinha e o investimento total deve chegar a US$ 425 milhões.
uma relação amorosa com Mas já está quase tudo
aquela atração. Conheci pronto: 70% da nova
a Disney – e os demais área se encontra em
parques de Orlando – já pleno funcionamento.
adulta, com mais de 30 Faltam apenas a Mina
anos, e a trabalho. Nun- de Diamantes dos Sete
ca havia me imaginado Anões, com uma mon-
lá. Achava que tudo seria tanha-russa acoplada,
meio fake e sem graça, prevista para o ano que
como o Mickey. Pois foi vem, e um espaço em
diante daquele castelo, que princesas como
em maio de 2010, que Aurora, Tiana e Rapun-
Cinderela venceu minha zel receberão os visi-
genética e meus olhos vir- tantes e que deve ficar
aram chafarizes.“We’ll make a wish and do as dream- pronto ainda neste ano (veja na figura mais abaixo).
ers do, and all our wishes will come true” (“Nós vamos O Magic terreno de 430 mil metros quadrados, o
fazer um pedido e agir como os sonhadores, e todos equivalente a 60 campos de futebol. É nele que estão
os nossos desejos se tornarão realidade”), cantava a as principais atrações relacionadas aos Kingdom é o
personagem enquanto minhas lágrimas rolavam. Pois parque temático mais antigo de Orlando e também
eu estava agora, quase três anos depois, com meu o mais famoso da Disney em todo o mundo – recebe
marido, Wilson, e meu filho, Marcelo, de 1 ano, diante 17 milhões de visitantes por ano em média.São mais

do mesmo show. A Disney, contudo, já não era a mes- de 40 atrações espalhadas em um contos de fadas;
ma. Eu estava ali para conferir o que havia mudado o Castelo da Cinderela, por exemplo, fica ali. No en-
na Fantasyland, a principal área do Magic Kingdom. tanto, havia um problema: desde que o parque foi
O Castelo da Cinderela e as atrações à sua volta con- aberto, surgiram novas histórias de princesas e boa
tinuavam ali. O único brinquedo que havia sido de- parte delas caiu no gosto do público. É o caso da Bela
sativado era o Snow White Scary Adventures, uma e da Ariel, as mais queridas da geração que cresceu
atração meio sem graça da Branca de Neve que mais nos anos 1990. Só que não existia mais espaço dis-
parecia um filme de terror. Mas o espaço que fica ponível na área. A solução encontrada pela Disney foi
logo atrás do castelo era completamente novo. Inau- ampliar o local e criar atrações à altura das duas princ-
gurado em dezembro e batizado de New Fantasyland, esas – e também dar mais destaque a personagens
ele reúne a Vila da Bela e da Fera e o Castelo da Fera, que estavam subvalorizados, caso da Branca de Neve.

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A Bela e a Fera
Chegamos ao New Fantasyland pela Vila da Bela e amarelo, brincando com todo mundo e arrancando
a Fera e demos de cara com a Taverna do Gaston, suspiros. Após a aventura, a garotada fez fila para
o pretendente da Bela que acaba por se tornar o tirar fotos com a princesa. “De tudo o que vi até
grande vilão da história. O Gaston, ou melhor, um agora em Orlando, a casa da Bela foi o que mais
ator vestido como Gaston, nos recebia. “Olha lá. Fala Um pouco mais à esquerda, no alto de um morro,
oi pra ele”, eu disse a meu filho. Gaston olhou para a está o Castelo da Fera, imponente. Pura ilusão de óti-
gente com cara de mau, acenou, e o Marcelo, dado ca, descobri depois. O castelo é pequeno; suas tor-
do jeito que é, já esticou os braços pedindo colo. Se res têm no máximo 4 metros de altura, mas,
não houvesse uma fila de crianças querendo visto de longe, no topo da mon-
tirar fotos com o sujeito, talvez tivesse tanha (de mentirinha), parece
rolado. O lugar lembra mesmo enorme. Esse truque se cha-
uma taverna antiga, com chifres ma perspectiva forçada e
de alce na parede e banquin- é utilizado em várias
hos de madeira, e serve um atrações da Disney,
pernilzão para comer com entre elas o próprio
a mão e uma bebida que Castelo da Cinderela.
concorre para ser a versão No pé da montanha
Disney da cerveja aman- fica o restaurante Be
teigada do Harry Potter (que Our Guest, que sim-
de cerveja não tem nada). ula a entrada do Cas-
A casa do Maurice, pai da Bela, telo da Fera. Ali dentro
é também outra atração super- tudo remete ao cenário
concorrida. A fila estava imensa, mas, do filme: os lustres clássicos,
graças ao FastPass, o passe fura-fila dis- os afrescos no teto... Só me lem-
tribuído nas máquinas espalhadas pelo parque, brei de que estava em Orlando na hora
entramos rapidinho, passando na frente de um mon- em que bati o olho no cardápio e vi a imagem de
te de gente. Um guia muito simpático nos apresen- um sanduichão com fitas. Mas é bom que se diga
tou a oficina do Maurice, e, depois de usar “palavras que, à noite, o menu tem inspiração francesa. Mais
mágicas”, o espelho atrás dele se abriu, dando acesso do que isso, esse é o primeiro restaurante den-
ao castelo, exatamente como no desenho animado. tro do Magic Kingdom a servir bebidas alcoólicas.
“Bonjour, everyone!” (“Olá, pessoal!”, num cenário do filme: os lustres clássicos,
misto de francês e inglês), disse os afrescos no teto... Só me lem-
então Madame Wardrobe, o brei de que estava em Orlan-
guarda-roupa que nos re- do na hora em que bati o
cepciona – um boneco olho no cardápio e vi a
de madeira gigante que imagem de um san-
mexe os olhos, a boca duichão com fitas.
e a cabeça e ainda Mas é bom que se
sorri para você. “Bon- diga que, à noite,
jour”, todos repetem. o menu tem in-
Ela explica que esse spiração francesa.
seria um dia especial Mais do que isso,
em que a Bela e a Fera esse é o primeiro
se apaixonariam.E quase restaurante dentro
todos no recinto (até os do Magic Kingdom a
adultos) receberam fantasias servir bebidas alcoólicas.
e ilustrações de papelão para gostei”, disse o paulista Igor
participar da encenação.Seguimos Baptistella, de 5 anos, que viajava
para a biblioteca, onde Lumière, o cande- com os pais e o irmão menor, Fernando.
labro falante (uma animação criada por computação Essa bebida, a LeFou’s Brew, é uma mistura de suco
gráfica e projetada na estante de livros), nos esper- de maçã com creme de manga e marshmallow – a
ava. E então surge a Bela, linda, no clássico vestido espuma do topo é que lembra a de uma cerveja.

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Pequena Sereia
O espaço da Pequena Sereia, outra novidade da Fan- Ao mesmo tempo em que ele tem traços característi-
tasyland, fica a alguns metros de distância da Vila da cos de um desenho animado, é tridimensional, mov-
Bela e da Fera. Sua principal atração é o Under the imentando-se como se fizesse parte do mundo real.
Sea – Journey of the Little Mermaid, um castelinho Segundo Bruce Vaugh, diretor-executivo dos Imag-
(do príncipe Eric, par romântico da Ariel) que leva a ineers, essa é uma das mais avançadas animações
uma representação do fundo do mar. Subi em uma de computação gráfica já realizadas por sua equipe.
das conchas gigantes lá dentro e parti para minha
jornada.A história da Ariel é contada por meio de
bonecos e cenários muito bem-feitinhos. Mas a maior Universal
atração, pelo menos para as meninas, fica ao lado Os efeitos especiais não se resumem à Disney. Nos
do castelo: uma gruta em que a Ariel recebe os fãs parques da Universal, as tecnologias 3D e 4D colo-
e tira fotos com eles. “Esperei tanto por esse mo- cam a gente dentro do filme, interagindo com os
mento! Tenho tanta coisa para falar pra ela...”, dizia personagens. A maior revolução aconteceu em 2010,
a paranaense Luísa Souza Santos, de 7 anos, que via- com o Wizarding World of Harry Potter, no Islands of
java com a mãe e os avós. Ela usava uma coroa da Adventure. No interior do castelo, além de conversar
princesa e, em suas mãos, levava uma varinha mágica. com Harry, Hermione, Rony e Dumbledore, todos ho-
Terminei minha visita ao New Fantasyland no espaço logramas (imagens tridimensionais criadas por técni-
circense do Dumbo e do Pateta, a Storybook Circus. cas de iluminação), você voa e derrota os inimigos
Alguns brinquedos dali já existiam – caso do Carrossel ao lado do bruxinho – prepare o estômago porque
Voador do Dumbo e da montanha-russa do Pateta –, você vai descer, subir, rodar e ficar de ponta-cabeça
mas ganharam cara nova. E, no Dumbo, atração dis- muitas e muitas vezes em uma montanha-russa que
putadíssima, não há mais filas: ao entrar, você recebe também mistura efeitos especiais de um simulador.
um pager e vai para uma área enorme de recreação
com monitores e jogos. E, quando chega a sua vez,
o pager toca, como em alguns restaurantes brasile-
iros. “Se você pode sonhar, você pode fazer”, disse
Walt Disney ao decidir levantar um reino encantado
no meio de uma área pantanosa. Quase ninguém
acreditava que seria possível, mas ele foi além: colo-
cou o sonho em prática. Walt Disney não teve tempo
de ver sua obra finalizada, já que faleceu em 1966,
cinco anos antes da inauguração do complexo Walt
Disney World, que incluía o veterano Magic Kingdom.
O criador do Mickey, do Pato Donald e de tantos out-
ros personagens que fazem parte do imaginário de
tantas gerações era reconhecidamente um visionário,
mas talvez ele mesmo se surpreendesse com a tecno-
Depois dele vieram várias outras atrações. No simu-
logia hoje empregada em seus parques. Os avanços
lador do Despicable Me Minion Mayhem (no Brasil,
tecnológicos dos últimos anos na área de entreten-
Meu Malvado Favorito), inaugurado no fim de 2012
imento têm transformado as novas atrações em ver-
no Universal Studios, os visitantes passam por um
dadeiras imersões no mundo da fantasia. No New
“treinamento” para virar minions, aqueles bichin-
Fantasyland, isso está nos pequenos detalhes. Ao
hos amarelos e fofos do desenho animado. Ao en-
olhar pelas janelas do fundo do restaurante Be Our
trar, você se senta em cadeiras parecidas com as das
Guest, por exemplo, você vê uma nevasca mais do
montanhas-russas (têm até cinto de segurança) em
que real do lado de fora – obra dos Imagineers, o gru-
uma sala de cinema. “Bem, devem passar um film-
po de 1 400 engenheiros, arquitetos e artistas que cria
inho para a gente assistir”, pensei. Mas, quando a
as atrações dos parques da Disney. A neve revive a
aventura começou, foi tudo tão rápido que eu já es-
cena do filme em que a Bela chega ao castelo da Fera.
tava fazendo loopings radicais com os tais minions.
Outro prodígio, Lumière, o candelabro falante, con-
Nada de filminho. Em junho, o Universal Studios deve
versa com você (em inglês) com perfeição tamanha
lançar a atração dos Transformers, que vai simular
que parece mesmo ser um personagem encantado.
uma batalha entre os Autobots e os Decepticons.

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As imagens dos robôs gigantes serão
projetadas com quatro vezes mais
resolução do que as dos brin-
quedos existentes hoje, afirma
a Universal. “Além de investir
em tecnologias cada vez mel-
hores, fazemos parcerias com
a equipe de produção do
filme. O diretor acompanha
todo o trabalho, e os perso-
nagens são dublados pelos
mesmos atores dos filmes”,
diz Mark Woodbury, presi-
dente da Universal Creative, o
departamento de criação da Uni-
versal. E, em 2014, está prevista a
expansão da área do Harry Potter. Ela
deverá incluir uma nova montanha-rus-
sa inspirada no Gringotts (o banco no qual
os bruxos guardavam dinheiro e joias), mas
nada foi ainda oficialmente revelado.
Apostar em sucessos de bilhete-
ria é garantia de lucros altos
e parques sempre lotados.

Geleiras e Pinguins
Uma das grandes novidades previstas para maio, no entanto, não está na Disney nem na Universal, e sim
no SeaWorld. O parque vai ganhar uma área gigante na qual será recriado um pedaço da Antártica, com
direito a neve e tudo mais. A Antarctica – Empire of the Penguin será a maior empreitada da história do
complexo. A bordo de um carrinho com capacidade para oito pessoas, os visitantes vão percorrer réplicas de
icebergs gigantes (com gelo de verdade) e colônias de pinguins, tudo a uma temperatura de 1 grau negati-
vo. E, sim, vai ter adrenalina. Em um simulador, você vai escolher a intensidade da aventura que quer encarar
(antes de entrar no brinquedo, o visitante informará se deseja um passeio light ou com manobras radicais).
De volta ao começo: três anos depois, lá estava eu, no show do Wishes, vivenciando tudo novamente, como
da primeira vez: Sininho sobrevoando o público, os fogos de artifício cortando o céu, as lágrimas deixando
o cenário meio mágico, meio nostálgico. Sobre os ombros do Wilson, o Marcelo olhava tudo boquiaber-
to, sem entender direito o que estava acontecendo. Eu disse a ele que a gente vai voltar quando estiver
mais crescidinho. Muita coisa estará diferente, mas, o clima de magia, esse certamente ainda vai estar lá.

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